os desafios da escola pÚblica paranaense … · atividade 3 – fazer um quadro com palitos de...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA
TÍTULO: AS CONTRIBUIÇÕES DA LATERALIDADE NO
DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ADOLESCENTES
AUTOR
ELVIO SCHAFRANSKI
ESCOLA DE ATUAÇÃO
COLÉGIO ESTADUAL RUI BARBOSA -
EFMP
MUNICÍPIO DA ESCOLA
NOVA LARANJEIRAS
NÚCLEO REGIONAL
DE EDUCAÇÃO
LARANJEIRAS DO SUL
ORIENTADOR
SANDRA AIRES FERREIRA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR
UNICENTRO
DISCIPLINA/ÁREA (ENTRADA
NO PDE)
EDUCAÇÃO FÍSICA
PRODUÇÃO DIDÁDICO-
PEDAGÓGICO
A IMPORTÂNCIA DA LATERALIDADE NO
DESENVOLVIMENTO MOTOR
RELAÇÃO INTERDISCIPLINAR
EDUCAÇÃO FÍSICA
PÚBLICO ALVO
ALUNOS DO 6º ANO
APRESENTAÇÃO
Esta unidade didática tem como objetivo o
desenvolvimento de uma metodologia
específica para o aprimoramento da
lateralidade de alunos do 6° ano da Escola
Estadual Rui Barbosa, de Nova
Laranjeiras/PR. A lateralidade traduz-se
pelo predomínio que o indivíduo possui de
utilizar e preferir mais e melhor um lado do
corpo em três níveis: mão, olho e pé.
Nesse sentido, ao propor este estudo,
espera-se oportunizar uma forma
interessante e desafiadora de trabalhar e
de refletir sobre a importância da
lateralidade no desenvolvimento motor
humano. Para tanto, será fundamental
verificar a melhoria da lateralidade pré e
pós-período de treinamento através de
atividades específicas para os alunos. Para
isso, propõe-se trabalhar 32 horas/aulas
com os alunos por meio de atividades
pedagógicas relacionadas ao campo da
Educação Física e que contemplem o
estímulo da lateralidade nas perspectivas
da visão, das mãos e dos pés. Os
aspectos metodológicos compreendem a
abordagem dedutiva e o procedimento
comparativo. Os instrumentos e técnicas
utilizados para a coleta de dados será um
questionário objetivo, para a avaliação da
lateralidade dos alunos, previamente
elaborado e aplicado aos adolescentes,
antes e depois do desenvolvimento das
atividades pedagógicas. Estas atividades
dizem respeito a jogos e dinâmicas que
estimulam a coordenação motora global,
lateralidade, coordenação óculo-manual e
a criatividade. Este trabalho pretende
diversificar, ampliar e resignificar, ou seja,
repensar as práticas tradicionais nas aulas
de Educação Física especificamente o
desenvolvimento da lateralidade em alunos
da Escola Estadual Rui Barbosa.
PALAVRAS-CHAVE “Lateralidade”, “desenvolvimento motor”,
“adolescentes”.
FORMATO DO MATERIAL
DIDÁTICO:
Digital.
PÚBLICO: Professores e alunos
1 INTRODUÇÃO
A lateralidade traduz-se pelo predomínio que o indivíduo possui de utilizar e
preferir mais e melhor um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e
pé. É o elemento fundamental de relação e orientação com o mundo exterior.
Negrine (1986) expõe que a lateralidade é a manifestação de um predomínio motor
relacionado com as partes do corpo que integram suas metades direita e esquerda,
predomínio este vinculado ao processo sensório-motor de um dos hemisférios
cerebrais. Isso quer dizer que existe um predomínio motor de um dos lados do
corpo, chamado de lado dominante que realiza a ação principal com melhor
precisão, melhor rapidez e maior força muscular, tornando a execução mais eficiente
que do lado não dominante. Mas, o lado não dominante também é importante, pois
auxilia no movimento global, completando-o. “A consciência da lateralidade e da
discriminação de direita e esquerda ajudará a perceber os movimentos do corpo no
espaço e no tempo” (NEGRINE, 1986, p. 29).
O processo de crescimento, maturação e desenvolvimento humano emerge
da interação de fatores biológicos e ambientais, interferindo nas relações sociais,
afetivas e motoras dos jovens (RÉ, 2011). O desenvolvimento motor caracteriza-se
pela interação de diversas funções motoras e é de grande importância no
desenvolvimento global da criança e do adolescente. “Através da exploração motriz,
ela desenvolve a consciência de si mesma e do mundo exterior. As habilidades
motrizes são auxiliares na conquista de sua independência” (ROSA NETO, 2002, p.
12).
O ato de pegar um objeto para lançá-lo, escrever, pintar, recortar, entre
outros, exige da criança/adolescente motricidade, o que infere três componentes:
objeto/olho/mão. A atividade é guiada pela visão e realizada pelo conjunto de
músculos, os quais são regulados e comandados pelas funções neurológicas. O
êxito da atividade é variável de sujeito para sujeito, conforme seu nível de
aprendizado e conforme a evolução de seu desenvolvimento motor (ROSA NETO,
2002).
A lateralidade é muito importante nas modalidades esportivas onde utiliza-se
a predominância de um lado do corpo, inclusive nos aspectos técnicos e táticos
(esportes, lutas, etc.) (MEINEL, 1984). Quando a lateralidade não está bem definida,
a criança tem dificuldades na orientação espacial e na diferenciação entre o lado
dominante e não-dominante, desconhecimentos de esquerda-direita, incapacidade
de seguir a direção gráfica nas leituras iniciando pela esquerda, etc (MEINEL, 1984).
Na atualidade, com a evolução da educação sabe-se da importância do
desenvolvimento e aprimoramento da lateralidade no contexto escolar e fora dele
por parte de pais e professores que respeitam e colaboram favoravelmente à
dominância lateral inata das crianças (ROSA NETO, 2002).
Com relação a lateralidade cruzada, poderão ocorrer alguns efeitos negativos
como: má postura, dificuldade na coordenação fina e na discriminação visual
(confusão entre d e b, p e q), gagueira, distúrbios na linguagem e no sono,
dificuldade em aprender conceitos de direita e esquerda, comprometimento na
leitura e escrita e o aparecimento de sincinesias (ROSA NETO, 2002).
O importante é que a criança esteja sempre brincando, realizando variados
movimentos e atividades, como correr, saltar, lançar, pegar, trepar, etc... que
contribuirão para o desenvolvimento lateral, pois até os 6 ou 7 anos o sujeito não
possui sua lateralidade definida. Conforme Rosa Neto (2002), após os 7 anos a
criança já possui a dominância lateral definida nos três níveis: mão, olho e pé,
cabendo ao professor de educação física realizar apenas atividades que aprimorem
a lateralidade.
Neste sentido, essa proposta de atuação na escola apresenta-se importante
na medida em que auxilia no desenvolvimento motor dos alunos e, a partir do pré e
pós-teste poderá identificar se alguma criança ainda não possui sua lateralidade
totalmente definida. Sabe-se que a disciplina de Educação Física não se reduz ao
simples “jogar bola na quadra”, e sim num campo de ensino-aprendizagem que
possibilita ao aluno o desenvolvimento e o controle do próprio corpo, nos diversos
movimentos necessários à prática esportiva, bem como desenvolve habilidades que
são fundamentais para a realização de diversas ações ao longo da vida.
2 OBJETIVO GERAL
Desenvolver uma metodologia para o aprimoramento da lateralidade de
alunos do 6° ano do Colégio Estadual Rui Barbosa, do município de Nova
Laranjeiras – Pr.
3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
* Verificar a melhoria da lateralidade pré e pós período de treinamento;
* Propor atividades específicas para o desenvolvimento da lateralidade.
4 METODOLOGIA
A finalidade da pesquisa será básica e aplicada. Os aspectos metodológicos
compreendem o método de abordagem dedutivo e o método de procedimento
comparativo.
A classificação do estudo com base nos objetivos será explicativa e terá como
procedimentos técnicos a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. A natureza dos
dados será qualitativa.
A pesquisa será realizada a campo tendo como população os alunos. A
amostra constitui uma escola da rede estadual do Paraná e a amostragem alunos do
6° ano do Ensino Fundamental.
Os instrumentos e técnicas utilizados para a coleta de dados serão um
questionário objetivo previamente elaborado e aplicado aos alunos bem como a
observação sistemática do pesquisar sobre os educandos durante o
desenvolvimento das atividades propostas no percurso do estudo.
5 ATIVIDADES PROPOSTAS
5.1 PRIMEIRO ENCONTRO – 2 aulas
Neste primeiro momento, será feita a seguinte conversa com os alunos, para
introduzir o tema lateralidade: Desde que nascemos, quais são as primeiras coisas
que aprendemos a fazer? Com quem aprendemos? Sozinhos? À medida que
crescemos aprendemos muitas coisas, na família, com os amigos, na escola e em
muitos outros lugares. Para praticarmos as coisas que aprendemos, precisamos de
nosso corpo, desde o momento em que pensamos em fazer algo até a ação
propriamente dita em fazer algo. Para escrever, por exemplo, que mão utilizamos?
Todos utilizam a mão direita? E para comer, com qual mão pegamos o garfo? E para
chutar a bola, qual pé utilizamos?
Objetivos: apresentar aos alunos a proposta que será trabalhada durante os
encontros, evidenciando o termo lateralidade e o desenvolvimento motor, motivando-
os a pensarem sobre como desenvolvem algumas ações cotidianas.
Conteúdo: Realizar a pré-avaliação de lateralidade, a partir de atividades que
envolvam mão, pé e olho, conforme a ficha a seguir:
FICHA INDIVIDUAL DE AVALIAÇÃO DE LATERALIDADE
Nome do aplicador:
Nome da escola:
Nome do aluno:
Idade: anos meses Sexo: M ( ) F ( )
Período escolar: Data de aplicação: / /
Pré-teste: / / . Pós-teste: / /
Diagnóstico:
CONVENÇÃO
Mão Pé Olho
A) Quanto à preferência da mão:
1. Arremessar uma bola até um alvo
2. Escrever ou desenhar alguma coisa
3. Fazer um quadrado com palitos de fósforos conforme modelo
apresentado
D E
D E
D E
B) Quanto à preferência do pé:
1. Conduzir uma bola até determinado local utilizando um único pé
2. Jogar a bola rolando junto ao solo e pedir que a criança a chute,
com força
3. Chutar a bola parada até um alvo, com força
D E
D E
D E
C) Quanto à preferência do olho:
1. Olhar em um monóculo
2. Olhar em um calidoscópio
3. Olhar para um alvo através de um canudo de papelão
D E
D E
D E
Fonte: Negrite (1986, p. 135).
5.1.1 Procedimentos didáticos/metodológicos
Aula expositiva, dialogada e prática. Para a aplicação do teste não serão
feitas demonstrações das tarefas. Não será alcançada com a mão o material para o
aluno, pois estas condutas poderão interferir no resultado. Quando a criança
apresentar dúvidas quanto à mão utilizada, será solicitada a repetição da tarefa. A
aplicação do teste deverá evitar o constrangimento e inibição do aluno.
Para a aplicação do teste, Negrine (1986) lembra que é fundamental manter a
seguinte ordem para evitar o vício:
Ordem das tarefas: 1°) a1 – b1 – c1
2°) a2 – b2 – c2
3°) a3 – b3 – c3
Para a aplicação do teste é necessário o seguinte material: uma bola de tênis
ou similar, lápis preto, folha de papel, oito palitos de fósforos, uma bola de voleibol
ou similar de plástico, um monóculo, um canudo de papelão em forma de cone ou
similar e uma ficha de avaliação individual (NEGRINE, 1986).
5.1.2 Quanto à preferência da mão
Atividade 1 – arremessar a bola a um alvo. A bola deverá ser pequena, para
que a criança possa segurá-la com apenas uma mão. O alvo poderá ser uma
margem na parede. O alvo é importante, pois é o que fará com que a criança use a
mão dominante e não qualquer uma das mãos. O professor anota a mão que a
criança utilizou para o arremesso (NEGRINE, 1986).
Atividade 2 – Escrever ou desenhar alguma coisa; pode ser o próprio nome.
Anota-se a mão utilizada para desenhar/escrever (NEGRINE, 1986).
Atividade 3 – Fazer um quadro com palitos de fósforo, com apenas uma das
mãos. Primeiro mostra-se um modelo para a criança e depois solicita-se que faça
um igual. Caso o aluno passe a utilizar as duas mãos na confecção de seu
quadrado, deve-se interromper o teste e dizer a ele que deverá usar uma única mão,
aquela que ele quiser. Anota-se a mão utilizada (NEGRINE, 1986).
5.1.3. Quanto à preferência do pé
Atividade 1 – Conduzir uma bola até determinado local usando um único pé.
Demarca-se um espaço de 20 metros e solicita-se que a criança conduza uma bola,
dando pequenos toques com um dos pés. Essa tarefa poderá ser realizada correndo
e o percurso determinado deve ser cumprido em ida e volta. Se o professor observar
que a criança troca de pé ou utiliza os dois para conduzir a bola, deve-se repetir a
tarefa, explicando-lhe que deverá utilizar um único pé, isto é, aquele que ela eleger.
A bola deve ser de voleibol ou alguma similar, de plástico. Não deve ser utilizada
uma bola muito pequena. Anota-se o pé utilizado para conduzir a bola (NEGRINE,
1986).
Atividade 2 – Jogar uma bola rolando junto ao solo e pedir que a criança corra
em sua direção e chute-a com força. Nesta tarefa, o professor posiciona-se atrás da
criança e joga a bola rolando junto ao solo. No momento em que a bola já estiver
distante mais ou menos cinco metros da criança, solicita-se que o aluno corra em
sua direção e chute-a com força. Nesta prova não se deve jogar a bola em direção à
criança, pois isto poderá influir no resultado, fazendo com que ela utilize o pé que
estiver mais à feição. A bola utilizada deve ser a mesma da atividade anterior.
Anota-se o pé utilizado para chutar a bola (NEGRINE, 1986).
Atividade 3 – Chutar com força a bola parada, até um determinado alvo. O
objetivo desta atividade é fazer com que a criança chute uma bola para um alvo,
com força, pois o ato de simplesmente chutar uma bola, como determina uma série
de testes de lateralidade, não garante que a criança utilize o pé dominante,
principalmente em teste com meninas. É indispensável que se recomende o chute
com força na bola. Anota-se o pé utilizado para chutar a bola (NEGRINE, 1986).
5.1.4 Quanto à preferência do olho
Atividade 1 – Olhar em um monóculo. Solicita-se que a criança pegue um
monóculo e diga o que está observando. O monóculo deve ser alguma coisa
atrativa, como uma paisagem, um personagem infantil ou qualquer outra coisa.
Anota-se o olho utilizado para observar (NEGRINE, 1986).
Atividade 2 – Olhar em um caleidoscópio. Solicita-se à criança que pegue um
caleidoscópio e observe-o, fazendo-o girar. Anota-se o olho utilizado para observar
(NEGRINE, 1986).
Atividade 3 – Olhar em um canudo de papelão. O canudo pode ser em forma
de cone, geralmente utilizado para enrolar fios usados em malharias. Solicita-se à
criança que observe pelo orifício um determinado alvo qualquer, e anota-se o olho
utilizado (NEGRINE, 1986).
Segundo Negrine (1986), as atividades relacionadas à dominância ocular
apresentam limitações, tendo em vista que qualquer problema visual da criança
poderá afetar/alterar o diagnóstico de lateralidade. Tais atividades não detectam
problemas visuais (NEGRINE, 1986).
5.1.5 Critérios de avaliação do teste de lateralidade
Após a realização dos testes propostos, para se chegar a um diagnóstico da
lateralidade, observam-se os resultados: se em todas as atividades o aluno utilizou
mão, pé e olho do lado esquerdo, então ele apresenta lateralidade homogênea
definida; se o aluno realizou todas as atividades relacionadas à mão e pé do lado
direito e as atividades relacionadas ao olho com a parte esquerda, então ele
apresenta a lateralidade definida cruzada; Se o aluno realizou as atividades
propostas utilizado a parte direita do corpo e apenas uma atividade com o lado
esquerdo, então ele apresenta a lateralidade indefinida (NEGRINE, 1986).
5.2 SEGUNDO ENCONTRO (1 aula): “Ordem inversa”
Esta atividade é uma adaptação de Machado (2010) e tem como objetivo
atenção, direcionalidade e lateralidade. Não exige nenhum tipo de material. Para a
organização, é preciso deixar a turma à vontade pelo espaço e olhando para o
professor.
Desenvolvimento: toda vez que o professor pedir que deem um passo a
frente, os alunos farão o contrário; e se pedir para darem dois passos para a direita,
deverão fazer o oposto (dois passos para a esquerda). O professor poderá aumentar
a dificuldade na tentativa de ludibriar os participantes.
Possibilidades de variação: separar a turma em duplas, para aumentar a
dificuldade da atividade; os alunos terão que realizar a atividade em conjunto com
um amigo, estando um de frente para o outro e cada um fazendo conforme os
movimentos anteriores. Realizar a atividade, onde cada um estará dentro de um
arco e, quando o professor disser “Dentro”, os educandos pularão por cima do arco
e ficarão na frente dele, ou seja, do lado de fora; quando solicitar que fiquem à
direita do arco, os alunos devem pular para a esquerda e assim por diante.
Possibilidades de intervenção: todos conseguiram seguir a dinâmica com
êxito? Será que todos os alunos já estão com sua dominância lateral definida?
5.3 TERCEIRO ENCONTRO (1 aula): “Jogo do telefone”
A atividade a ser desenvolvida nesta aula não envolverá disposição física,
mas sim mental, estimulando os hemisférios esquerdo e direito dos adolescentes. O
“Jogo do telefone” é uma prática pedagógica adaptada de Antunes (2007).
O jogo do telefone é uma estratégia pedagógica que pode, ocasionalmente,
substituir uma aula expositiva na discussão de um tema e que, devidamente
adaptado ao nível de dificuldade e ao domínio vocabular da classe, pode ser
desenvolvido em todos os níveis e em qualquer disciplina do currículo escolar. Deve
ser realizado em grupos pequenos de alunos – de 3 a 4 -, pode durar todo o tempo
de uma aula, mas pode ser organizado de forma a ocupar um tempo menor,
complementando uma exposição, análise de texto ou pesquisa em grupo.
Embora exija uma preparação prévia da parte do professor, esta atividade é
amplamente compensada pelo interesse que desperta e, consequentemente, pela
facilidade que permite na administração da disciplina.
É uma atividade verbal e, por esse aspecto, parece estimular mais o lado
esquerdo do cérebro; mas por solicitar uma percepção textual de integridade, pelo
poder de agrupar informações truncadas formando um todo e pelo uso da intuição
que sugere, parece ser imprescindível “ferramenta” de estimulação do hemisfério
direito do cérebro.
Sua elaboração por parte do professor consiste em organizar um diálogo
imaginário ao telefone, entre duas pessoas, contextualizando no tema que trabalha;
cabe aos alunos, reunidos em grupo, a experiência de quem ouve apenas o que um
dos interlocutores fala. Desta maneira, ao organizar o jogo, o docente prepara
integralmente o diálogo, redigindo o que é dito pelos dois interlocutores. Mas, ao
passar a tarefa aos alunos apresenta uma versão na qual consta apenas o diálogo
de um interlocutor, cabendo aos grupos integralizar o diálogo, sempre usando como
referência o que sabem sobre o tema.
É evidente que a tarefa dos grupos não é a de adivinhar as partes que faltam
no diálogo, e sim criar logicidade (hemisfério esquerdo) no debate, explorando sua
integralidade, intuição e síntese ao agrupar com coerência uma informação
(hemisfério direito).
A atividade explora as funções concretas, sintética, analógica e intuitiva
desempenhadas preferencialmente pelo hemisfério direito do cérebro. Esse diálogo
telefônico não necessita estar preso ao tempo e pode valer-se de “personagens
figurativos” - em História, por exemplo, é interessante uma conversa entre Napoleão
e Collor; em Geografia entre um planalto e uma depressão; em Ciências, entre o
fígado e o rim; mas também pode abrigar um interessante debate entre gênios da
humanidade, vultos da literatura, da música e outras artes – ou mesmo entre dois
alunos, conversando sobre um tema, no caso desta aula: “A importância dos
exercícios físicos para a saúde”.
Ao receber o resultado do trabalho desenvolvido pelos grupos, o professor
poderá avaliá-lo segundo diferentes itens, como: contextualização ao tema,
coerência lógica entre as sentenças trocadas, criatividade, capacidade de síntese e
analogias desenvolvidas. A extensão do trabalho deverá estar circunscrita à faixa
etária dos alunos e nível de maturidade dos grupos.
5.4 QUARTO ENCONTRO (1 aula): “Reloginho da hora!”
Adaptada de Machado (2010), esta atividade tem como objetivo o raciocínio,
a lateralidade e a união em grupos; Relação das horas e o ritmo de forma
descontraída.
Os materiais necessários compreendem um aparelho de som com cd e uma
cartolina com o desenho de um relógio. Para a aplicação da atividade a turma deve
estar espalhada pelo espaço da sala de aula ou da quadra.
Desenvolvimento: O professor apresentará à turma um relógio com apenas
o ponteiro que marca as horas e com uma linha na vertical traçada do número doze
ao número seis, dividindo, assim, o relógio em duas metades, uma esquerda e outra
direita. Uma música estará tocando e, cada vez que o professor parar a música e
direcionar o ponteiro para uma determinada hora, os alunos terão que se reunir em
grupos de acordo com a hora mostrada. Se for um número do um ao cinco, o
ponteiro estará posicionado do lado direito do relógio, isso fará com que cada grupo
se ligue através da mão direita. A mesma movimentação acontecerá, também, se o
ponteiro for colocado na direção de um dos números do lado esquerdo do relógio
(sete ao onze), porém, cada grupo, nesse momento, se conectará através da mão
esquerda dos componentes. E, por último, caso o ponteiro esteja apontando para os
números doze ou seis, toda a turma fará um grande círculo de mãos dadas e
dançará ao som da música.
Possibilidades de variação: Seguindo a mesma dinâmica, sendo que, ao
formar grupos, cada equipe, após se conectar através da mão esquerda ou direita,
deverá seguir uma música ou simplesmente executar algum movimento solicitado
pelo professor.
Possibilidades de intervenção: Observar a ocorrência de confusão no
momento da união das mãos esquerda e direita. O professor pode aproveitar para
conversar com os alunos a respeito de alguns meninos acharem que “a dança é só
para mulher”. Momento em que o educar deve usar de seus conhecimentos para
explicar que dançar é uma movimentação corporal como qualquer outra, e que
dançar não diminui em nada o homem.
5.5 QUINTO ENCONTRO (2 aulas): “Contato corporal”
Estes exercícios têm a finalidade de aproximar os alunos para o contato
corporal, onde se toca e se é tocado, bem como estimular a lateralidade das mãos e
dos pés. Foram adaptados a partir das propostas de Negrine (1986).
Quando se ministram estes exercícios, é recomendável utilizar um meio
auxiliar qualquer para proporcionar os estímulos, como o pandeiro sem couro ou um
tamborete, ou ainda, na impossibilidade destes instrumentos, um aparelho de som
com cd.
Desenvolvimento: A dinâmica dos exercícios obedece sempre dois
estímulos distintos, isto é, a batida do pandeiro e a interrupção da mesma. Os
exercícios são feitos com movimentação constante, buscando-se sempre o máximo
possível de dinamismo e espontaneidade.
Uma das normas fundamentais desta proposta pedagógica é que, para cada
determinação, se devem vários estímulos e, a cada estímulo, a palavra de ordem é
sempre trocar de par. Esta metodologia objetiva que todos, se possível, tenham
contato um com o outro, bem como reajam ao estímulo de lateralidade de mãos e
pés, pois este é o alvo principal dos exercícios.
1 - O professor inicia batendo o pandeiro para que todos corram livremente
num local pré-determinado. Quando o pandeiro parar de tocar, cada um deverá
procurar um par, sem interromper a corrida e continuar correndo de mãos dadas. No
momento em que o pandeiro começar a tocar novamente, a criança deve soltar o
par e continuar a corrida. Na próxima parada do pandeiro, todos devem procurar
outro par, isto é, correr novamente de mãos dadas com outro parceiro, e assim
sucessivamente.
2 – Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar de tocar,
procurar um par e continuar a corrida com contato ombro a ombro, até o pandeiro
tocar novamente.
3 – Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida no contato costas com costas, até o pandeiro tocar
novamente.
4 – Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida ligados pelo dedo polegar.
5 - Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida ligados pelo dedo indicador.
6 - Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida ligados pelo dedo médio.
7 - Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida ligados pelo dedo anular.
8 - Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida ligados pelo dedo mínimo.
9 - Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida de braços dados, até o pandeiro tocar novamente.
10 - Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida saltitando num pé só.
11 - Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida com um dos alunos colocando as mãos no ombro do
companheiro e andar em forma de trenzinho.
12 - Correr livremente ao som do pandeiro; quando este parar, procurar um
par, continuando a corrida de cócoras dois a dois, de mãos dadas.
Possibilidades de variação: Negrine (1986) traz diversas possibilidades de
variação e, o professor pode adaptar as ações conforme sua criatividade,
envolvendo outros órgãos do corpo.
Possibilidade de intervenção: Observar em qual etapa da atividade
ocorreram dificuldades quanto ao uso do lado esquerdo ou do lado direito, bem
como dialogar com os alunos sobre o desenvolvimento da ação que exige um dos
lados que não têm predominância motora.
5.6 SEXTO ENCONTRO (1 aula): “Monumentos famosos”
Esta atividade, adaptada de Machado (2010), tem por objetivo o estimular a
percepção da imagem corporal, esquema corporal e a lateralidade. Não é
necessário nenhum tipo de material. A turma deverá ser separada em trios ou
quartetos.
Desenvolvimento: o professor pedirá que um dos alunos de cada trio ou
quarteto se “transforme” em um monumento famoso pré-estabelecido pelo professor.
Cada grupo irá auxiliar na transformação do aluno designado a representar o
monumento. E, depois disso, ajudarão a transportar esse monumento até um lugar
pré-determinado pelo professor.
Possibilidades de variação: para proporcionar momentos de criatividade, os
alunos podem ser incentivados a criarem seus próprios monumentos, sem critérios
pré-determinados e transportar para o mesmo local da atividade original. Depois,
pedir para que os outros grupos tentem adivinhar o que foi representado.
Possibilidades de intervenção: no começo da atividade o professor,
selecionando figuras influenciadoras na sociedade (presidente da república, artistas
e outros), inicia uma discussão para investigar a cerca do que os alunos sabem
sobre temas atuais.
5.7 SÉTIMO ENCONTRO (1 aula): “Jogos cooperativos com bexigas”
O objetivo desta atividade é deslocar os alunos no espaço de forma
cooperativa. Serão necessários balões de encher. Para a organização da aula será
preciso separar a turma dois a dois. Organizar as duplas em equipe “A” e equipe “B”.
Posicionar metade das duplas da Equipe A de um lado da quadra e a outra metade
na extremidade oposta. Fazer a mesma divisão para a equipe B. Entregar dois
balões de encher para cada metade das duplas de ambas as equipes. Esta atividade
foi adaptada de Machado (2010).
Desenvolvimento: cada dupla terá que transportar duas bexigas, uma na
testa e outra na barriga! Sem colocar as mãos nas bexigas, deverão entregar para
outra dupla da mesma equipe localizada na outra extremidade da quadra. A dupla,
ao receber os balões, terá de se deslocar para o ponto de partida da dupla que a
entregou as bexigas. A equipe que finalizar esta movimentação, primeiro vence.
Possibilidades de variação: dividir a turma em dez duplas (caso o número
de alunos comporte esta divisão). Sete duplas receberão duas bexigas cada,
enquanto que três ficarão posicionadas, assim como na formação anterior, afastadas
dos outros. Os sete pares, com as bexigas presas nos mesmos lugares, dançarão
ao som de uma música. Quando a música parar, os alunos terão que entregar os
balões da mesma forma para um dos pares sem material. As duplas que não
conseguirem ou que deixarem o balão cair terão que pegá-lo e continuar do mesmo
ponto em que o balão caiu.
5.8 OITAVO ENCONTRO (1 aula): “Vem comigo”
Segundo Machado (2010), o objetivo desta atividade é a direcionalidade, um
pouco de lateralidade (mandar correr para o lado direito, ou esquerdo) e agilidade.
Não é preciso nenhum tipo de material.
O professor deverá organizar a turma para que forme dois círculos, interno (A)
e externo (B). Os alunos ficarão um de frente para o outro, como se formassem uma
dupla (aluno do círculo A, interno, com outro do círculo B, externo). Um aluno ficará
fora do círculo.
Desenvolvimento: um aluno corre ao redor do círculo, para no meio de uma
dupla de jogadores parados e diz: “VEM COMIGO A!”. O participante do círculo
interno terá de correr ao redor do mesmo (como ele é do círculo interno terá de
correr por dentro deste), enquanto que o aluno que estava sozinho também correrá
por dentro do círculo, sendo que cada um se deslocará por fora do círculo para que
chame alguém da outra dupla.
Possibilidades de variação: o professor pode combinar que, ao parar em
uma dupla, o aluno que está sozinho será a referência. Este dirá: “VEM COMIGO
ESQUERDA!” Então, aquele que estiver à esquerda do anunciante será quem
deverá correr. Mesma dinâmica, sendo que as demais duplas formarão um túnel
para que os colegas possam passar por baixo durante a corrida.
Possibilidades de intervenção: é possível visualizar se os alunos
conseguem responder rapidamente ao sinal e saber quem da dupla é que deve
correr.
5.9 NONO ENCONTRO (1 aula): “Pega-pega na ginástica psicomotora”
O objetivo desta atividade é aguçar a percepção auditiva e visual, a agilidade,
a velocidade, a coordenação óculo-manual e a lateralidade. Serão necessárias
bolinhas de várias cores. A turma deverá ser dividida em duplas sentadas na quadra
e entre elas, dispor algumas bolinhas coloridas feitas de papel. Esta atividade foi
adaptada de Machado (2010).
Desenvolvimento: o professor irá contar uma história e, toda vez que ele
mencionar uma cor predominante, a dupla terá de pegar rapidamente uma bolinha
da cor correspondente. Quem pegar primeiro marca um ponto. Contudo, dentre as
várias cores que ali se encontram, uma delas não poderá ser tocada e, se algum
participante o fizer perde ponto. Durante a narrativa, o professor deverá falar várias
vezes a cor que não poderão tocar, a fim de ludibriar os participantes.
Possibilidades de variação: aumentar o número de participantes, ao invés
de duplas, colocar trios, quartetos e assim por diante. Durante a história, o professor
irá dizer nomes de animais que possam se assemelhar com as cores das bolinhas a
fim de criar uma semelhança e, assim sendo, estimular os alunos a pegarem as
bolinhas correspondentes. Por exemplo: quando falar que viu um enorme jacaré no
rio, deverão pegar a bolinha “verde”, e se falar urso polar, pegar a bolinha “branca”.
Poderá falar de frutas seguindo a mesma dinâmica da atividade citada. A ação
poderá ser desenvolvida utilizando apenas uma das mãos, por exemplo, somente
com a mão direita ou somente com a mão esquerda.
Possibilidades de intervenção: a intervenção pode se dar através de uma
observação feita pelo professor em relação à condição dos alunos conseguirem se
concentrar na história e como os mesmos respondem ao que está sendo solicitado,
neste caso as cores que surgem durante a narrativa, ou a velocidade de raciocinar
para associar o animal relacionado a uma cor.
5.10 DÉCIMO ENCONTRO (1 aula): “Corre coelho e para coelho”
O objetivo desta atividade é estimular a visão periférica e a cooperação entre
os alunos. Não será necessário nenhum tipo de material. O professor deixará a
turma espalhada na quadra e pelo menos dois pegadores, reconhecidos por alguma
característica, como uma faixa colorida, vestimenta ou algo semelhante. Esta
brincadeira foi adaptada de Machado (2010).
Desenvolvimento: a tarefa dos pegadores se concentra em tocar os demais
jogadores e, quando alguém for tocado o pegador deverá falar: “Para coelho!”, quem
foi pego irá permanecer abaixado no seu lugar. Os corredores que estão livres
podem salvar os demais coelhos que estão colados abaixados, tocando na cabeça
deles e dizendo as seguintes palavras: “Corre coelho!”.
Possibilidades de variação: para o coelho ser descolado, o participante
deverá se colocar em posição de uma ponte e assim alguém poderá passar por
baixo, dizendo “Corre coelho”.
Possibilidades de intervenção: a partir de uma brincadeira simples como
essa, que nada mais é do que um pique, o educador pode perceber se existem
alunos com dificuldades de se deslocarem em várias direções (desviar dos demais),
se possuem dificuldades em frear e/ou acelerar bruscamente.
5.11 DÉCIMO PRIMEIRO ENCONTRO (1 aula): “Atividade das bolinhas”
Esta atividade foi adaptada de Machado (2010) e tem como objetivo a
coordenação motora global, lateralidade, coordenação óculo-manual e a criatividade.
Será necessária uma bola de meia para cada dupla. O professor deverá separar a
turma em duplas, de forma que fique um aluno da dupla sobre a linha lateral da
quadra e o outro do lado oposto na sua direção.
Desenvolvimento: Jogar a bola para o colega como se fosse uma bola de
boliche, arrastando, ora com a mão direita, ora com a mão esquerda; Jogar a bola
para o colega sem que ela arraste no chão e o amigo deverá pegá-la no alto,
tentando não deixar cair no chão, alternando também as mãos para jogar;
Arremessar a bola para o amigo como se fosse um lateral do futebol, jogando com
as duas mãos ao mesmo tempo; Jogar a bola para o alto, bater duas palminhas e
segurar, e após isso jogar para o amigo da forma que achar melhor, deixando-o livre
para optar pela execução.
Possibilidades de variação: Jogar a bola para o colega, de forma que ela
caia de cima para baixo e, antes do amigo agarrar, deverá bater com as mãos na
coxa e, em seguida, dar uma palminha e segurar a bola; Por fim, jogar a bola para o
amigo e, antes de pegar a bola, tocar no chão e segurar a bola. Lembrando que é
importante o professor explicar que nesta atividade o ideal é tocar no chão sem tirar
os olhos da bolinha de meia.
Possibilidades de intervenção: com essa dinâmica o professor pode
explorar o desenvolvimento psicomotor e a criatividades dos alunos. Observar se os
mesmos conseguem realizar toda a movimentação de lançar a bola para o colega
sem despender energia demasiada, ou seja, para que não acerte o outro e para que
a bola chegue nas mãos de seu companheiro de forma eficaz.
5.12 DÉCIMO SEGUNDO ENCONTRO (1 aula): “Passes”
Esta atividade foi adaptada de Melo (1997) e tem como objetivos a
coordenação geral do corpo bem como aprimorar a lateralidade. Os alunos devem
ser divididos em quatro grupos; postos em colunas deverão conduzir a bola por um
minuto cada aluno na quadra toda, na qual terão vários obstáculos espalhados.
Somente com o pé dominante, conduzir a bola com todas as partes do pé. Os
materiais necessários são: bolas, cones, caixas, cadeiras e todo tipo de obstáculo
que o professor julgar necessário.
Desenvolvimento: Realizar passes somente com o pé não dominante,
usando todas as partes do pé. Executar variados tipos de passes em duplas, trios,
parados, em movimento, com e sem obstáculos de curta, média e longa distância.
Possibilidades de variação: conduzir a bola de olhos fechados com o pé
não dominante.
5.13 DÉCIMO TERCEIRO ENCONTRO (2 aulas): “O cego e o guia”
Adaptada de Machado (2010), esta atividade tem por objetivo desenvolver
noções de direcionalidade, confiança afetiva, cooperação, percepção tátil,
propriocepção e percepção espaço temporal.
Serão necessárias cadeiras, bolas, cones e vendas para os olhos. O
professor deverá preparar o ambiente que será realizada a atividade deixando
alguns objetos espalhados pelo local, como cadeiras, bolas, cones e etc. Separar a
turma em duplas, onde um aluno será o guia e o outro o cego.
Desenvolvimento: o guia, com as mãos nas costas do cego, irá transmitir
informações através do tato, conforme seguem:
Apertar os dois ombros do cego ao mesmo tempo – andar em linha reta.
Apertar somente o ombro direito – virar para a direita.
Apertar somente o ombro esquerdo – virar para a esquerda.
Apertar duas vezes os dois ombros – parar.
Possibilidades de variação: colocar a palma da mão nas costas – dar um
passo para o lado direito. Colocar as duas mãos nas costas – dar um passo para o
lado esquerdo. Essa atividade também pode ser trabalhada com música.
5.14 DÉCIMO QUARTO ENCONTRO (2 aulas): “Pegador em dupla”
O objetivo desta atividade é aprimorar as habilidades motoras dos membros
superiores e aperfeiçoar a lateralidade. Serão necessárias bolas.
Desenvolvimento: Trabalho de membros superiores. Adaptada de Toseti
(1998), a ação consiste na tradicional brincadeira “pega-pega”, com a diferença que
os alunos precisam estar dispostos em duplas de mãos dadas, após encostar a mão
outra dupla deverá ajudar até todos serem pegos.
Possibilidades de variação: Sempre em duplas: lançar uma bola para cima
com a mão dominante, em seguida com a outra mão. Realizar dribles alternando as
mãos. Executar passes de peito, de ombro e lateral, ora com uma ora com a outra
mão. Executar arremessos a baliza alternando o braço a cada arremesso.
5.15 DÉCIMO QUINTO ENCONTRO (1 aula): “Exercícios de lateralidade utilizando a
gestualidade corporal”
Estes exercícios objetivam fazer com que a criança expresse sua
gestualidade corporal, evidenciando com naturalidade sua prevalência lateral. Os
exercícios devem ser propostos deixando que cada criança se expresse conforme
entendeu a solicitação. Estas atividades foram adaptadas de Negrine (1986).
Desenvolvimento: 1 – Caminhar livremente em local pré-determinado; a um
dado sinal, solicitar que os alunos caminhem ACENANDO; como se estivessem
despedindo-se de alguém. Apenas um aspecto deve ser observado: para abanar, as
crianças deverão utilizar uma única mão, escolhendo a que quiserem. Podem trocar
de mão, se assim desejarem.
2 – Enquanto as crianças caminham pelo pátio, o professor dirá nomes de
algumas coisas, como de frutas, tipos de comida, etc. A cada nome pronunciado, as
crianças farão com o dedo polegar a expressão de positivo ou de negativo (polegar
para cima ou para baixo), conforme o seu agrado.
3 – Enquanto as crianças caminham livremente, o professor dirá: “imagem
que está passando no céu um avião. Agora, vocês deverão olhá-lo com um único
olho. Fechem um e olhem com o outro. Vamos ver quem é capaz!”
4 – Agora vamos imaginar que cada um tem um pente na mão. Vamos, então,
nos pentear.
5 – Agora continuem caminhando. Imaginem que cada um de vocês têm um
balão em suas mãos. Vocês devem soltá-lo e, antes dele tocar no solo, vocês
devem chutá-lo para cima.
6 – Continuem caminhando. Agora imaginem uma bola e toda vez que eu
disser “Olha a bola!”, vocês deverão chutá-la com força.
5.16 DÉCIMO SEXTO ENCONTRO (2 aulas): “Exercícios de orientação espacial no
deslocamento em sentido e direção variados”
Estes exercícios podem ser realizados por meio de um estímulo, isto é,
usando um pandeiro, um apito, um tamborete, etc.
Conforme Negrine (1986), delimita-se um espaço onde as crianças correm no
sentido e direção que escolherem. O pandeiro ou o apito, ou outro meio auxiliar
semelhante, serve para fornecer o estímulo. Antes de cada estímulo, determina-se
qual será a tarefa a ser realizada.
Desenvolvimento: 1 – Correr livremente; ao sinal, ficar em pé, de costas
para uma parede.
2 – Correr livremente; ao sinal, ficar em pé, de frente para uma parede.
3 – Correr livremente; ao sinal, ficar sentado dois a dois, um de costas para o
outro.
4 – Correr livremente; ao sinal, ficar sentado frente a frente um para o outro.
5 - Correr livremente; ao sinal, ficar sentado três a três ou quatro a quatro, de
costas uns para os outros, e, posteriormente, de frente.
6 - Correr livremente; ao sinal, ficar em cima de alguma coisa, de algum
objeto.
8 - Correr livremente; ao sinal, ficar em decúbito dorsal no solo (abdômen
para cima).
9 - Correr livremente; ao sinal, ficar em decúbito ventral no solo (abdômen
para baixo).
10 - Correr livremente; ao sinal, ficar dois a dois, frente a frente, de mãos
dadas, um de cócoras e o outro em pé.
11 - Correr livremente; ao sinal, ficar de cócoras e fazer um giro completo
saltitando para a direita.
12 - Correr livremente; ao sinal, saltitar com o pé direito; posteriormente, com
o pé esquerdo.
13 - Correr livremente; ao sinal, saltitar três vezes com o pé direito e,
posteriormente com o pé esquerdo.
14 – Realizar os exercícios 12 e 13, mas saltitando para trás.
5.17 DÉCIMO SÉTIMO ENCONTRO (1 aula): “Amarelinha”
Segundo Toseti (1998), o objetivo desta brincadeira é aprimorar a
lateralidade. Será necessário giz.
Desenvolvimento: Brincadeira da amarelinha. A primeira atividade consiste
em cada aluno desenhar na quadra as casas para pular amarelinha. Cada um
desenha dois quadros, um com o braço dominante e o outro com o braço não
dominante. Na segunda atividade, os alunos dividem-se em quatro grupos e pulam a
amarelinha ora com uma perna ora com a outra.
5.18 DÉCIMO OITAVO ENCONTRO (2 aulas): “Tênis de mesa”
Esta atividade foi adaptada de Gonçalves (1996) e tem por objetivo a
coordenação geral e o aprimoramento da lateralidade. Serão necessárias mesas de
tênis de mesa, raquetes e bolas.
Desenvolvimento: O professor deverá dividir a turma em dois grupos.
Colunas A e B jogam tênis de mesa alternando a cada jogo o braço de ação.
Possibilidades de variação: Jogar somente com a mão direita. Jogar
somente com a mão esquerda.
5.19 DÉCIMO NONO ENCONTRO (2 aulas)
O objetivo da atividade proposta é desenvolver as qualidades físicas básicas
e aprimorar a lateralidade. Serão necessárias bolas. Ação adaptada de Melo (1997).
Desenvolvimento: Correr para direita, esquerda, frente e trás. Saltitar com
uma perna ou duas conforme o estímulo do professor para a direita, esquerda, frente
e trás, em curvas. Quicar a bola com a mão direita, esquerda, frente a trás, em zig-
zag, alternando as mãos. Elevar braço direito, esquerdo, perna direita, esquerda,
etc. Conduzir a bola com a perna direita, esquerda, alternando, etc.
Possibilidades de variação: podem ser introduzidos outros obstáculos a
serem cumpridos, tais como: saltar determinada altura ou determinada distância,
alternando os pés de impulso.
5.20 VIGÉSSIMO ENCONTRO (2 aulas)
Adaptada de Melo (1997), esta atividade tem como objetivo a coordenação
geral e busca aprimorar a lateralidade. Será necessário uma bola para cada aluno.
Desenvolvimento: Cada aluno com uma bola. Condução livre pela quadra
direita/esquerda e pelas linhas direita/esquerda. Condução livre sobre a quadra com
obstáculos direita/esquerda. Condução livre com a parte interna, externa, solado pé,
peito do pé, com a perna. Em duplas, um aluno conduz a bola pela quadra, o outro
deverá acompanhá-lo de perto.
Possibilidades de variação: Mini competição com três colunas: A, B e C.
Alunos num lado da quadra. Conduzir até a linha de fundo e voltar em velocidade
(parte interna, externa, sola, peito de pé).
5.21 VIGÉSSIMO PRIMEIRO ENCONTRO (2 aulas)
O objetivo desta atividade é a coordenação geral e o aprimoramento da
lateralidade.
Para aquecimento, Melo (1997) sugere a brincadeira “Raposa e Pintinhos”. A
turma deve ser dividida em dois grupos que ficarão numa linha de fundo cada grupo
(pintinhos). A raposa ficará no centro da quadra. Ao sinal do professor, os pintinhos
trocam de lugar. Nesse momento, quem a raposa pegar se transformará em raposa.
Desenvolvimento: Nesta aula serão realizados variados tipos de passes,
utilizando a parte interna do pé, externa do pé, peito do pé, sola do pé, de curta,
média e longa distância (pé dominante e não dominante). A formação será 2 a 2,
parado e com deslocamento.
5.22 VIGÉSSIMO SEGUNDO ENCONTRO (2 aulas)
Realizar a pós-avaliação de lateralidade, a partir de atividades que envolvam
mão, pé e olho, conforme a ficha a seguir:
FICHA INDIVIDUAL DE AVALIAÇÃO DE LATERALIDADE
Nome do aplicador:
Nome da escola:
Nome do aluno:
Idade: anos meses Sexo: M ( ) F ( )
Período escolar: Data de aplicação: / /
Pré-teste: / / . Pós-teste: / /
Diagnóstico:
CONVENÇÃO
Mão Pé Olho
A) Quanto à preferência da mão:
4. Arremessar uma bola até um alvo
5. Escrever ou desenhar alguma coisa
6. Fazer um quadrado com palitos de fósforos conforme modelo
apresentado
D E
D E
D E
B) Quanto à preferência do pé:
1. Conduzir uma bola até determinado local utilizando um único pé
2. Jogar a bola rolando junto ao solo e pedir que a criança a chute,
com força
3. Chutar a bola parada até um alvo, com força
D E
D E
D E
C) Quanto à preferência do olho:
1. Olhar em um monóculo
2. Olhar em um calidoscópio
D E
D E
3. Olhar para um alvo através de um canudo de papelão
D E
Fonte: Negrite (1986, p. 135).
6 CRONOGRAMA
Pré-intervenção
Intervenção (32 horas) Período:
Pós-intervenção
Atividades
Questionário 5.1 PRIMEIRO ENCONTRO – 2 aulas 5.1.1 Procedimentos didáticos/metodológicos 5.1.2 Quanto à preferência da mão 5.1.3. Quanto à preferência do pé 5.1.4 Quanto à preferência do olho 5.1.5 Critérios de avaliação do teste de lateralidade
Questionário
5.2 SEGUNDO ENCONTRO (1 aula): “Ordem inversa”
5.3 TERCEIRO ENCONTRO (1 aula): “Jogo do telefone”
5.4 QUARTO ENCONTRO (1 aula): “Reloginho da hora!”
5.5 QUINTO ENCONTRO (2 aulas): “Contato corporal”
5.6 SEXTO ENCONTRO (1 aula): “Monumentos famosos”
5.7 SÉTIMO ENCONTRO (1 aula): “Jogos cooperativos com bexigas”
5.8 OITAVO ENCONTRO (1 aula): “Vem comigo”
5.9 NONO ENCONTRO (1 aula): “Pega-pega na ginástica psicomotora”
5.10 DÉCIMO ENCONTRO (1 aula): “Corre coelho e para coelho”
5.11 DÉCIMO PRIMEIRO ENCONTRO (1 aula): “Atividade das bolinhas”
5.12 DÉCIMO SEGUNDO ENCONTRO (1 aula): “Passes”
5.13 DÉCIMO TERCEIRO ENCONTRO (2 aulas): “O cego e o guia”
5.14 DÉCIMO QUARTO ENCONTRO (2 aulas): “Pegador em dupla”
5.15 DÉCIMO QUINTO ENCONTRO (1 aula): “Exercícios de lateralidade utilizando a gestualidade corporal”
5.16 DÉCIMO SEXTO ENCONTRO (2 aulas):
“Exercícios de orientação espacial no deslocamento em sentido e direção variados”
5.17 DÉCIMO SÉTIMO ENCONTRO (1 aula): “Amarelinha”
5.18 DÉCIMO OITAVO ENCONTRO (2 aulas): “Tênis de mesa”
5.19 DÉCIMO NONO ENCONTRO (2 aulas)
5.20 VIGÉSSIMO ENCONTRO (2 aulas)
Questionário 5.22 VIGÉSSIMO SEGUNDO ENCONTRO (2 aulas)
Questionário
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Celso. O lado direito do cérebro e sua exploração em aula. 5 ed.
Petrópolis/RJ: Vozes, 2007.
GONÇALVES, Maria Cristina Alves Pinto et al. Aprendendo a Educação Física da
Pré Escola até a 8ª série do 1º grau. Ed. Parma Ltda, 1996.
MEINEL, Kurt. Teoria da Motricidade Esportiva sob o Aspecto Pedagógico. Rio
de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984.
MELO, Rogério Silva de. 1000 Exercícios para o Futebol. Rio de Janeiro: Sprint,
1997.
NEGRINE, Airton. Educação psicomotora: lateralidade e a orientação espacial.
Porto Alegre: Pallotti, 1986.
RÉ, Alessandro H. Nicolai. Crescimento, maturação e desenvolvimento na
infância e adolescência: Implicações para o esporte. Rev. Motricidade. 2011, vol.
7, n. 3, pp. 55-67. Disponível em:
http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/mot/v7n3/v7n3a08.pdf Acesso: 03/07/2013.
ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
TOSETI, Solange. A Educação Física. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.