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Artigo Foto: Drawlio Joca A julgar pelas nuvens que se acumu- lam nos céus do hemisfério norte, precisa- remos ser firmes e assertivos para manter o Brasil na rota do crescimento econômico. Neste cenário, cabe à CUT liderar os processos de mobilização e negociação para garantir a justa distribuição da riqueza que está sendo produzida, fruto deste mesmo crescimento econômico, inver- tendo a lógica de que os esforços devem se concentrar na criação de mecanismos que garantam ao capital a manutenção das suas margens de lucro e acumula- ção, ampliando a concentração global da renda. Estes mecanismos são sempre os mesmos: a flexibilização dos direitos trabalhistas e o corte de investimentos nas políticas públicas. Estamos assistindo a um conjunto de greves no serviço público que denuncia a falta de projeto de desenvolvimento para o País. Será possível para o Brasil se tornar um País desenvolvido sem um investi- mento pesado em saúde e educação? A resposta é consenso, mas a forma como vem sendo conduzida a política econômi- ca denuncia uma grande contradição no discurso do governo. Tragédia anunciada no início do ano pelos ministros Guido Mantega e Miriam Belchior com o corte de 55 bilhões no orçamento, todos nós já sabíamos qual seria o final da história. As greves no serviço público estão expondo a estratégia do governo que jogam o prejuízo para a classe trabalhadora, agravada por uma política opressiva que não favorece os espaços de negociação. Por sua vez, o empresariado recebe tratamento diferente do governo. O setor automotivo, com a política de redução do IPI, vai de vento em popa e nunca se vendeu tanto carro no país. O mês de junho registrou um aumento de 24% em comparação com maio, sendo considerado o segundo melhor mês da história pela Anfavea. A justificativa usada para as medidas de desoneração fiscal adotadas pelo governo é que se trata de concessão transitória, visando ampliar o número de postos de trabalho e manter a economia aquecida o que, a princípio, deveria com- pensar a renuncia fiscal e o desfalque de recursos para as políticas públicas com o aumento no nível de emprego. Outro Conto da Carochinha é a políti- ca de redução das taxas de juros bancários iniciada pelo governo através do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Uma jogada de marketing admirável, que valoriza a imagem do sistema financeiro como um agente comprometido com o desenvolvi- mento no País. Neste cenário, o segundo semestre de 2012 promete ser o palco de grandes disputas e do acirramento na relação capital x trabalho no Brasil. Diante desta conjuntura, o que nos cabe? Fazer o que é a nossa especialidade, organizar e mobilizar a classe trabalhadora para negociar. Não existe capital sem traba- lho, não existe geração de riqueza sem trabalho, por isso o fruto do trabalho deve ser justamente repartido, é isso que vamos dizer aos banqueiros e aos empresários do setor metalúrgico e da indústria de maneira geral. É na mesa de negociação que vamos disputar o que nos é de direito neste momento histórico particular. Maria das Graças Costa – secretária nacional de Relações do Trabalho CUT Desafios da CUT para o segundo semestre de 2012 Campanha Nacional 2012 É hora de mobilização para enfrentar os banqueiros e Governo Nova direção do SEEB/CE assume para triênio 2012/2015 Empossada a nova diretoria do Sindicato dos Bancários do Ceará, dia 29/8, para o triênio 2012/2015. A solenidade aconteceu na sede da entidade. O desafio da gestão nos próximos anos é fortalecer a categoria e avançar ainda mais nas conquistas, principalmente em relação à saúde do trabalhador e segurança. Reeleita, a diretoria renovou parte de seus integrantes para iniciar uma nova geração de sindicalistas (pág. 3) • Sindicato denuncia más condições de trabalho e de atendimento no Itaú, Caixa e BNB (pág. 2, 4 e 6) • Bradesco não cumpre exigências para receber certificação por desrespeito aos direitos humanos e do trabalho (pág. 3) • Banqueiros começam a criar agências sem bancários. As primeiras experiências estão sendo inauguradas em São Paulo (pág. 4) • BNB: realizada primeira audiência da ação de Isonomia. Próxima audiência será dia 31 de outubro (pág. 6) Matéria na pág. 5

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Page 1: os da CUT É hora de mobilização para enfrentar os ...Neste cenário, cabe à CUT liderar os processos de mobilização e negociação para garantir a justa distribuição da riqueza

Artigo

Foto: Drawlio Joca

A julgar pelas nuvens que se acumu-lam nos céus do hemisfério norte, precisa-remos ser fi rmes e assertivos para manter o Brasil na rota do crescimento econômico. Neste cenário, cabe à CUT liderar os processos de mobilização e negociação para garantir a justa distribuição da riqueza que está sendo produzida, fruto deste mesmo crescimento econômico, inver-tendo a lógica de que os esforços devem se concentrar na criação de mecanismos que garantam ao capital a manutenção das suas margens de lucro e acumula-ção, ampliando a concentração global da renda. Estes mecanismos são sempre os mesmos: a fl exibilização dos direitos trabalhistas e o corte de investimentos nas políticas públicas.

Estamos assistindo a um conjunto de greves no serviço público que denuncia a falta de projeto de desenvolvimento para o País. Será possível para o Brasil se tornar um País desenvolvido sem um investi-mento pesado em saúde e educação? A resposta é consenso, mas a forma como vem sendo conduzida a política econômi-ca denuncia uma grande contradição no discurso do governo. Tragédia anunciada no início do ano pelos ministros Guido Mantega e Miriam Belchior com o corte de 55 bilhões no orçamento, todos nós já sabíamos qual seria o fi nal da história. As greves no serviço público estão expondo a estratégia do governo que jogam o prejuízo para a classe trabalhadora, agravada por uma política opressiva que não favorece os espaços de negociação.

Por sua vez, o empresariado recebe tratamento diferente do governo. O setor automotivo, com a política de redução do IPI, vai de vento em popa e nunca se vendeu tanto carro no país. O mês de junho registrou um aumento de 24% em comparação com maio, sendo considerado o segundo melhor mês da história pela Anfavea. A justifi cativa usada para as medidas de desoneração fi scal adotadas pelo governo é que se trata de concessão transitória, visando ampliar o número de postos de trabalho e manter a economia aquecida o que, a princípio, deveria com-pensar a renuncia fi scal e o desfalque de recursos para as políticas públicas com o aumento no nível de emprego.

Outro Conto da Carochinha é a políti-ca de redução das taxas de juros bancários iniciada pelo governo através do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Uma jogada de marketing admirável, que valoriza a imagem do sistema fi nanceiro como um agente comprometido com o desenvolvi-mento no País.

Neste cenário, o segundo semestre de 2012 promete ser o palco de grandes disputas e do acirramento na relação capital x trabalho no Brasil. Diante desta conjuntura, o que nos cabe? Fazer o que é a nossa especialidade, organizar e mobilizar a classe trabalhadora para negociar. Não existe capital sem traba-lho, não existe geração de riqueza sem trabalho, por isso o fruto do trabalho deve ser justamente repartido, é isso que vamos dizer aos banqueiros e aos empresários do setor metalúrgico e da indústria de maneira geral. É na mesa de negociação que vamos disputar o que nos é de direito neste momento histórico particular.

Maria das Graças Costa – secretária nacional de Relações do Trabalho CUT

Desafi os da CUT para o segundo

semestre de 2012

Campanha Nacional 2012É hora de mobilização para

enfrentar os banqueiros e Governo

Nova direção do SEEB/CE assume para triênio 2012/2015

Empossada a nova diretoria do Sindicato dos Bancários do Ceará, dia 29/8, para o triênio 2012/2015. A solenidade aconteceu na sede

da entidade. O desafi o da gestão nos próximos anos é fortalecer a categoria e avançar ainda

mais nas conquistas, principalmente em relação à saúde do trabalhador e segurança. Reeleita, a diretoria renovou parte de seus

integrantes para iniciar uma nova geração de sindicalistas (pág. 3)

• Sindicato denuncia más condições de trabalho e de atendimento no Itaú, Caixa e BNB (pág. 2, 4 e 6)

• Bradesco não cumpre exigências para receber certifi cação por desrespeito aos direitos humanos e do trabalho (pág. 3)

• Banqueiros começam a criar agências sem bancários. As primeiras experiências estão sendo inauguradas em São Paulo (pág. 4)

• BNB: realizada primeira audiência da ação de Isonomia. Próxima audiência será dia 31 de outubro (pág. 6)

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Home Page: www.bancariosce.org.br – Endereço Eletrônico: [email protected] – Telefone geral : (85) 3252 4266 – Fax: (85) 3226 9194Tribuna Bancária: [email protected] – (85) 3231 4500 – Fax: (85) 3253 3996 – Rua 24 de Maio, 1289 - 60020.001 – Fortaleza – Ceará

Presidente: Carlos Eduardo Bezerra – Diretor de Imprensa: Tomaz de Aquino – Jornalista Resp: Lucia Estrela CE00580JP – Repórter: Sandra Jacinto CE01683JPEstagiária: Cinara Sá – Diagramação: Normando Ribeiro CE00043DG – Impressão: Expressão Gráfi ca – Tiragem: 11.500 exemplares

Foto: Drawlio Joca

DICA CULTURAL

PRISÃO

GEPES

Foto: Secretaria de Imprensa – SEEB/CE

O Itaú vem fazendo refor-mas de agências mantendo os serviços normalmente, sem se importar com os transtornos causados aos seus funcionários e clientes. Na terça-feira, dia 28/8, o Sindicato dos Bancários do Ceará fechou por uma hora a agência do Itaú, na Avenida Washington Soares, em Fortaleza, como pro-testo pela maneira como o banco vem tratando as pessoas. A para-lisação foi de advertência e, caso a situação persista, o Sindicato fará paralisação da agência por tempo indeterminado.

Transtornos – Os transtor-nos para funcionários e clientes do Itaú são visíveis, além do mal que causa à saúde de todos. Muita poeira, muito material espalha-do e ar condicionado desligado

Sindicato fecha por uma hora agência do Itaú em reforma

O Sindicato dos Bancários do Ceará compareceu ao treinamento de 24 novos funcionários do Banco do Brasil que tomaram posse no último dia 20/8, em Fortaleza, na Gestão de Pessoa do banco (Gepes): 19 são para o Ceará, quatro para o Piauí e um para o Rio Grande do Norte. O presidente do

SEEB/CE, Carlos Eduardo Bezerra deu às boas vindas aos novos bancários e falou das conquistas e lutas da categoria, bem como da importância da sindicalização.

Sindicato participa da posse de 24 novos funcionários do Banco do Brasil

compõem o cenário do interior da agência, que causa péssimas condições de trabalho e de pre-cário atendimento. Bancários estão sofrendo com problemas respiratórios devido à poeira da obra acumulada dentro da uni-dade tendo, inclusive, alguns se ausentado do trabalho por conta de problemas de saúde.

“Repudiamos essa prática desumana do Itaú em expor seus funcionários e clientes ao risco de insalubridade constante, pois o banco vem praticando reformas de agências mantendo o atendimento, o que tem levado companheiros ao adoecimento. Defender o trabalhador e o cliente é nosso dever, vez que a agência está sem condições de atendimento, nem de trabalho”, disse Ribamar Pacheco, diretor

do Sindicato dos Bancários do Ceará e funcionário do Itaú, ao justificar a manifestação de ad-vertência feita com o fechamento da agência por uma hora.

A luta pela garantia de condi-ções de trabalho para bancários e de atendimento à população continua sendo uma das prin-cipais bandeiras do Sindicato, anunciaram os dirigentes sindi-cais, presentes à manifestação de protesto. “Isso é só o começo, pois se essa situação persistir, se não houver celeridade na conclusão da obra logo, vamos voltar e fechar definitivamente a agência até o fim da reforma”, anunciou Alex Citó, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, completando “o Sindicato dos Bancários está fazendo valer nosso direito”.

A mais antiga Praça de Forta-leza (remonta ao ano de 1864), o Passeio Público, é um dos equipa-mentos culturais mais simbólicos para a cidade e integra a política municipal de requalifi cação dos es-paços públicos. Depois de tombado e recuperado, o Passeio Público foi reaberto à visitação em 2007 como um espaço democrático de lazer, cultura e arte.

A partir disso, a prefeitura pro-move ações culturais no intuito de atrair os fortalezenses para a praça. Diariamente, às 9h, 11h, 14h e 16h, guias turísticos estão disponíveis no local para acompanhar visitantes e alunos de escolas públicas e privadas para contar a história do Passeio Público de forma interativa.

O projeto Sol Maior leva gran-des solistas cearenses ao Passeio. Para encerrar o dia em grande estilo, as quintas e sextas-feiras, acordeonistas se apresentam a

Cultura e lazer na Praçapartir das 17h30 saudando o pôr-do-sol. Aos sábados, a partir das 12h, a música instrumental embala a hora do almoço, que tem como prato principal a já tradicional feijoada – oferecida pelo cardápio do Quiosque, localizado entre a paisagem arborizada.

Aberto diariamente a partir de 8h, o Quiosque funciona também como café, trazendo no cardápio lanches diversos, incluindo comi-das típicas como tapioca e cuscuz. Durante o dia, a praça é protegida pela Guarda Municipal. À noite, conta com segurança privada. O Passeio oferece ainda acesso gratuito à internet Wi-Fi.

Serviço:Passeio Público – Rua Dr.

João Moreira, s/n, ao lado da Santa Casa de Misericórdia – Centro.

Aberto ao público, todos os dias, das 8h às 21h.

Uma investigação que durou mais de dois meses resultou na pri-são de uma quadrilha composta por seis homens envolvidos em assaltos a bancos e sequestros no Interior cearense e em Estados vizinhos, como o Rio Grande do Norte. O grupo planejava roubar cerca de R$ 1 mi-lhão do Banco do Brasil de Jaguaribe (291Km de Fortaleza) sequestrando o gerente da agência. O crime seria concretizado dia 27/8.

Os acusados foram presos, durante o fi m de semana, a 15 qui-lômetros de sede de Jaguaribe. Os bandidos acreditavam que o roubo seria milionário. O sequestro seria feito no domingo e o roubo na manhã da segunda-feira, 27/8. Dos seis acusados presos, dois estavam com mandados de prisão em aberto. Em poder deles, a Polícia encontrou uma pistola de calibre 380 e um revólver

Polícia evita roubo milionário que aconteceria no BB de Jaguaribe

calibre 38, além de farta munição. Também foram apreendidos um veí-culo Peugeot e um Gol, ambos de cor preta, além de uma balaclava (capuz).

Com o desmantelamento dessa quadrilha, no Vale do Jaguaribe, chega a 84 o número de prisões efetuadas pela Polícia de pessoas envolvidas em ações criminosas contra instituições fi nanceiras no Ceará somente este ano. Em 2011, foram efetuadas 72 prisões.

“Isso demonstra que as nossas reivindicações por mais segurança nas agências e pela intensifi cação das ações policiais de segurança pública, principalmente no Interior, são mais do que acertadas. Espera-mos que ações como essa continuem obtendo êxito para o bem dos bancá-rios e da população em geral”, avalia Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará.

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Fotos: Drawlio Joca

EDITAL

BRADESCO

A nova diretoria do Sindicato dos Bancários do Ceará foi empos-sada nesta quarta-feira, 29/8, para o triênio 2012/2015. A solenidade aconteceu na sede da entidade, acompanhada de um café da manhã. Estiveram presentes os diretores da chapa vencedora “Vamos!”, além de Fábio Antônio Zuntini, presidente da Comissão Eleitoral, e Will Pereira, Secretário de Finanças da CUT-CE. Segundo a nova diretoria, o desafi o da gestão nos próximos anos é for-talecer a categoria e avançar ainda mais nas conquistas, principalmente em relação à saúde do trabalhador e segurança.

Reeleita, a diretoria renovou parte de seus integrantes para iniciar uma nova geração de sindicalistas. O presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra, acredita que essa renovação aliada à experiência dos diretores mais antigos será importan-te para oxigenar a luta da categoria. “Renovando parte da direção, pode-mos manter um diálogo muito próximo com a categoria para que possa-mos tanto ter a luta ideológica de transformação da sociedade, como também a presença muito próxima com as demandas do cotidiano do trabalhador bancário e traduzir isso num processo de organização para o debate com o sistema fi nanceiro.

Quanto aos desafi os para os próximos anos, o presidente aponta: cumprir uma proposta de fortaleci-mento da organização dos traba-lhadores e da unidade da categoria para estabelecer uma política de avanço na contratação de direitos, na questão da remuneração, mas acima de tudo ter avanços na questão da segurança e da saúde. “Vamos continuar a discutir uma unidade na ação com outras centrais sindicais e outros sindicatos, tanto dos bancários como de outras categorias, para criar propostas que possam ser, inclusive, assumidas pela sociedade. Tivemos exemplo disso nas campanhas que fi zemos nas questões do assédio moral, da isonomia e da segurança”, afi rma Carlos Eduardo.

O diretor Gabriel Motta afi rma que o principal desafi o para os próximos anos é contemplar as necessidades e reivindicações da categoria. “É estar concatenado, saber exatamente qual o nosso limite e onde nós podemos avançar. Nós temos que avançar muito mais. Primeiro, fazendo a luta classista. Não se curvando ou não se deixando levar por balelas de governo e de banqueiro. Depois, eu acho que essa gestão em especial deveria contribuir com a cidade. Isso signifi ca,

Nova diretoria do Sindicato do Ceará toma posse para o

triênio 2012/2015

por exemplo, contribuir fomentando a cultura e o esporte, principalmente porque se avizinham as Olimpíadas, uma Copa do Mundo. Então, tem esse mote”, diz.

Tomaz de Aquino, também dire-tor do Sindicato, acredita que a prio-ridade é mostrar para os bancários a importância de se organizar para superar as difi culdades do sistema fi nanceiro. “Nós vivemos um momen-to diferenciado, onde a economia vai bem, mas os trabalhadores não vão tão bem. Eles não recebem os

mesmos benefícios que a economia como um todo recebe. Principalmente os trabalhadores de classe média e do serviço público que têm sido muito relegados. Existe uma política geral de distribuição de renda que só atinge aqueles mais vulneráveis, que é uma política correta, mas por outro lado não chega a atingir de uma forma plena a classe média, a classe que nós representamos. Então o desafi o é continuar mobilizando a categoria para as lutas dos bancários e dos trabalhadores”.

O Sindicato dos Bancários do Ceará participou de reunião, no dia 22/8, no Bradesco Pólo Fortaleza, com o auditor da Business Assu-rance, empresa responsável pela certifi cação SA8000 no Brasil, José Toccheto de Oliveira. A SA8000 é uma norma internacional de ava-liação de responsabilidade social, baseada em convenções da ONU e da OIT, observando, sobretudo, o respeito aos direitos humanos e aos direitos fundamentais do tra-balho. A entidade foi representada pela diretora do Sindicato, Rita Cássia Ferreira.

“O auditor entrevista funcio-nários e sindicatos, pois quer ver relação da empresa com forne-cedores, clientes, trabalhadores e entidades sindicais. Por nossa vez, avaliamos que o Bradesco não cumpre os critérios exigidos por essa norma, pois o banco peca com relação à discriminação de funcionários, saúde do trabalhador, defi ciências quanto ao treinamento e capacitação, falhas na segurança das agências, entre outras ques-tões”, analisa Rita.

De acordo com o Sindicato dos Bancários, o Bradesco não faz jus a essa certifi cação pois possui várias agências sem porta giratória, expondo seus clientes, usuários e trabalhadores a um risco constan-te, já tendo sido inclusive alvo de vários assaltos. Além disso, muitos dos Pontos de Atendimentos (PAs) estão situados em locais afastados, mantidos com apenas um funcio-nário responsável, também sem porta eletrônica e sem a presença de vigilante.

Com relação à saúde, são re-correntes as denúncias de assédio moral e cobrança de metas abusi-vas. Bancários com problemas de depressão e de Ler/Dort. “No item ‘discriminação’, constatamos fun-cionários que, oriundos de bancos diferentes (que foram adquiridos pelo Bradesco), mesmo exercendo igual função, recebem remuneração diferenciadas. E no item ‘Aperfei-çoamento/Desenvolvimento’, o Bradesco é o único banco brasileiro que não paga auxílio-educação para seus funcionários, mas exige

Sindicato avalia que banco não cumpre exigências para receber

certifi cação internacionalconstante aperfeiçoamento, com a realização de cursos à distância através do Treinet que, na prática não é possível ser feito durante o expediente, mas em horário que deveria ser de descanso”, avalia a dirigente sindical.

“Teria orgulho de pertencer ao quadro de um banco que, de fato, cumprisse as exigências dessa norma. Infelizmente, aqui no Ceará, esse não é o caso do Bradesco, que está longe de preencher os requisitos da SA8000”, conclui Rita Ferreira.

O que é a SA8000 – É uma norma internacional de avaliação da responsabilidade social que existe para empresas fornecedoras e vendedoras. A SA8000 (Social AccountAbility 8000) é a primeira certifi cação internacional da res-ponsabilidade social. Seu principal objetivo é garantir os direitos dos trabalhadores.

Lançada em 1997 pela CEPAA – Council on Economics Priorities Accreditation Agency, atualmente chamada SAI – Social Accounta-bility International, organização não-governamental norte-ameri-cana, a Social Accountability 8000 (SA8000) é a primeira certifi cação de um aspecto da responsabilidade social de empresas com alcance global. Com base em normas inter-nacionais sobre direitos humanos e no cumprimento da legislação local referente, a SA8000 busca garantir direitos básicos dos traba-lhadores envolvidos em processos produtivos.

A norma é basicamente com-posta por nove requisitos: trabalho infantil: não é permitido; trabalho forçado: não é permitido; saúde e segurança: devem ser assegu-radas; liberdade de associação e negociação coletiva: devem ser garantidas; discriminação: não é permitida; práticas disciplinares: não são permitidas; horário de trabalho: não deve ultrapassar 48h/semana, além de 12h-extra/semana; remuneração: deve ser sufi ciente; sistemas de gestão: deve garantir o efetivo cumprimento de todos os requisitos.

O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no Esta-do do Ceará – SEEB/CE, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 07.340.953/0001-48 e Registro Sindical nº 208.327-59, por seu presidente, abaixo assinado, convoca todos os empregados dos Bancos ITAÚ UNIBANCO S.A., ITAU-CRED FINANCIAMENTOS S.A., ITAU UNIBANCO BANCO MÚLTIPLO S.A., BANCO ITAÚ BBA S.A., BANCO ITAÚ CARTÕES S.A., BANCO ITAUCARD S.A, BANCO FIAT S/A, BANCO ITAULEASING S/A, UNIBAN-CO – UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/A, UAM – ASSESSORIA E GESTÃO DE INVEST LTDA., BANCO DIBENS S/A, HIPERCARD BANCO MÚLTIPLO S/A, BANCO FININVEST S/A, UNICARD BANCO MÚLTIPLO S/A, UNIBANCO ASSET MANAGEMENT S/A DTVM e UNI-BANCO CONSULTORIA DE INVEST LTDA, sócios e não sócios, da base territorial desta entidade, para a Assembleia Geral Extraordinária que se realizará no dia 05/09/2012, às 18h, em primeira convocação, ou às 18h30min, em segunda convocação, em sua sede (Rua 24 de Maio, 1289 - Centro, Fortaleza –CE), para discussão e deliberação sobre a proposta de acordo coletivo de trabalho do PROGRAMA DA PARTICIPA-ÇÃO COMPLEMENTAR NOS RESULTADOS (PCR) 2012 e do Acordo Coletivo de Trabalho para disciplinar o Sistema Alternativo Eletrônico de Controle de Jornada de Trabalho.

Fortaleza-CE, 30 de agosto de 2012.

Carlos Eduardo Bezerra MarquesPRESIDENTE

SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS NO

ESTADO DO CEARÁEDITAL DE CONVOCAÇÃO

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Foto: Sec. de Imprensa – SEEB/CE

A Con-traf-CUT e o Sindicato dos Bancá-rios do Cea-rá criticam o modelo de “agên-cias do fu-turo” do Itaú e Bra-desco que substituem bancários por robôs e sistemas de compu-tador. Esse novo con-ce i to de atendimen-to, que está sendo inaugurado em unidades de São Paulo, com a utilização de alta tecnologia, ameaça o emprego da categoria e precariza ainda mais o atendimento dos clientes e da população.

A iniciativa ocorre depois que o Itaú lucrou R$ 7,12 bilhões no primeiro semestre de 2012 e, além da política de rotatividade, fechou mais de 9.014 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses. O Bradesco, por sua vez, apurou lucro líquido de R$ 2,867 bilhões no segundo trimestre do ano, enquanto fechou 571 postos de trabalho no período.

Na contramão – “Esse novo tipo de agência está na contramão do emprego e do desenvolvimento do País, cujo objetivo é tão somente reduzir os custos e turbinar ainda mais os lucros dos bancos”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

O novo conceito transforma as agências numa espécie de butique financeira, onde preva-lece a exclusão do atendimento a clientes de menor renda. No Bradesco, por exemplo, não ha-verá caixas para pagamento de contas e, no Itaú, o caixa “físico” será mantido, mas o atendimento será exclusivo aos correntistas.

“Esse modelo é discriminató-rio e atenderá preferencialmente os clientes de maior poder aquisitivo. O que os banqueiros estão chamando de ‘banco do futuro’ parece fazer parte de um processo que já vem sendo construído para discriminar a população de baixa renda”, aponta Cordeiro.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, avalia que esse modelo vai estimular a expansão de correspondentes bancários, expondo as pessoas de menor poder aquisitivo para esses lugares, onde a segurança e o

atendimento são precários. “O que estamos vendo é a tentativa de criação de um modelo de banco altamente excludente. Os órgãos que fiscalizam o sistema financeiro brasileiro precisam ficar atentos a esses modismos que ameaçam o futuro da cate-goria bancária”, alerta.

Turbinar os lucros – No caso do Itaú, esse modelo é lan-çado no exato momento em que amplia o horário de atendimento de 1,5 mil agências até as 20h, sem qualquer negociação com o movimento sindical, desrespei-tando milhares de funcionários do banco.

“Mais uma vez, o Itaú foca o seu crescimento unicamente no lucro, sem atentar para o aumento do ritmo de trabalho de seus funcionários e que a medida ocasiona e coloca em risco a vida de seus trabalhadores e clientes, uma vez que à noite existe mais insegurança. Isso mostra a falta de compromisso cada vez maior do Itaú com os bancários e com a sociedade”, destaca o diretor do Sindicato, Ribamar Pacheco.

Na “agência do futuro” have-rá inclusive uma prateleira, que parece uma vitrine de joalheria, exibindo os produtos do banco. Enquanto os bancários lutam por emprego decente, com atendimento digno ao cliente, e cobram do sistema financeiro que o banco cumpra seu pa-pel social de contribuir com o desenvolvimento do País com distribuição de renda, as agências são transformadas em lojas de produtos financeiros.

Segundo informações vin-culadas em jornais de grande circulação em São Paulo, as duas primeiras experiências se-rão inauguradas em shoppings da capital paulista. Os bancos dizem que as novidades são “incubadoras de ideias” que podem ser expandidas para

o resto da rede. “Ou seja, de-vemos ficar atentos, pois são nossos empregos que estão claramente ameaçados”, pon-dera Ribamar.

Mais automação – O Bradesco transformou a agência numa viagem ao futuro, com displays por todo lado, e escalou um robô, o Link 237, para dar as boas-vindas ao cliente. Os caixas eletrônicos são paralelos à parede, de modo a garantir privacidade ao correntista.

Já no Itaú, a aposta é na estra-tégia adotada desde a fusão com o Unibanco, em 2008: trazer mais informalidade e ar de “lounge” à rede de atendimento. A agência não tem mesa fixa de gerente – ela vai com o notebook aonde o cliente estiver.

No próximo ano, o Itaú deve abrir uma nova unidade nos mesmos moldes, também num shopping paulista. O Bradesco investiu R$ 10 milhões nos últi-mos meses para desenvolver seu modelo de “agência do futuro”.

“Enquanto investe pesado em tecnologia, o Bradesco en-durece nas negociações com os trabalhadores por melhores condições de trabalho. É preci-so estarmos permanentemente mobilizados, pois se há tanto dinheiro para investir nessas tecnologias, o banco pode sim investir também num ambiente de trabalho digno para os ban-cários”, comenta Telmo Nunes, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco.

“Vamos aproveitar a Cam-panha Nacional dos Bancários para mobilizar os bancários e sociedade e dar uma resposta aos bancos, a fim de cobrar mais empregos e um atendimento decente para os clientes, como contrapartida social diante dos lucros astronômicos”, conclui o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

Bancários criticam “agências do futuro” do

Itaú e Bradesco

Caos na agência de Caucaia

Eram 9h da manhã quando os diretores do Sindicato, Carlos Rogé-rio Montenegro e Lea Albuquerque, chegaram à Agência Caucaia da Caixa Econômica Federal e já se depararam com a unidade lotada, tanto no auto-atendimento quanto no interior da unidade, constatando que as denúncias recebidas pela entidade não eram exageradas.

Do lado de dentro fi cou estam-pada a desorganização e a falta de funcionários. “Atendo de 9h às 15h, sem intervalo de almoço e sem as pausas de 10 minutos previstas em Lei”, denunciou um dos empregados da agência. Segundo os bancários são sete empregados na bateria de caixas, mas por imposição da gerência, um é sempre obrigado a compensar horas-extras.

Diariamente, são inúmeros ca-sos de clientes que voltam para casa sem receber atendimento. A agência Caucaia atende aos pagamentos da Prefeitura, benefícios sociais, Seguro-Safra e clientes de várias cidades do interior, o que aumenta a sobrecarga de trabalho dos empre-gados. “Muitas pessoas chegam e não há mais senha para entrar, por-que não há empregados sufi cientes para atender a demanda. Isso não é pontual, todo dia acontece, é um desrespeito”, relatou outro bancário.

“A agência Caucaia está com um problema sério de excesso de demanda e falta de empregados. Muita gente humilde acaba voltando sem atendimento, pessoas que vem do interior, de lugares distantes, e que não são atendidas porque não há

como. Está um um verdadeiro caos. Todo dia é assim”, reforça o diretor do Sindicato, Mauro Barbosa, que trabalha na unidade. Segundo ele a agência precisa de novos funcioná-rios urgentemente.

O cliente Gilvan Duarte ratifi ca a denúncia dos empregados. Morador do distrito de Capuan (Caucaia), ele relatou: “para receber atendimento aqui é uma difi culdade. Cheguei hoje às 4h da madrugada para poder pegar uma senha e praticamente vou ter que passar o dia aqui. É sempre assim, até para entrar na agência é difícil, tem que dormir na fi la”.

Indignado, um dos bancários da agência falou aos clientes sobre a visita do Sindicato. “Nós empre-gados estamos denunciando essa situação precária ao Sindicato dos Bancários para que possamos prestar um melhor atendimento para vocês, cobrando mais empregados para que vocês não tenham que voltar duas ou três vezes para serem atendidos. Nós queremos atender vocês de forma decente, digna, mas a Caixa não está nos dando essas condições”, conclui.

“Nós vamos cobrar da Caixa melhores condições de trabalho e empregados para suprir a demanda dessa unidade, que é muito grande. Os empregados não podem fi car so-brecarregados desse jeito e nem a população pode fi car à mercê dessa defi ciência no atendimento”, afi rma Carlos Rogério que avisa: “caso não sejam tomadas providências urgentes, o Sindicato vai todas as medidas para solucionar os proble-mas dessa unidade”.

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ACORDOS

A Contraf-CUT enviou no dia 29/8, carta aos seis maiores bancos que operam no País (BB, Itaú, Bra-desco, Caixa, Santander e HSBC), que empregam mais de 90% da categoria bancária, solicitando a marcação de negociações especí-fi cas com cada um deles, "dentro da maior brevidade possível", para discutir as reivindicações dos ban-cários sobre emprego, buscando a ampliação de postos de trabalho e a melhoria de condições de saúde e trabalho.

A iniciativa ocorre depois da rodada de negociação realizada com a Fenaban, na qual a enti-dade patronal se recusou a tratar do tema emprego na Convenção

Contraf-CUT reivindica negociação sobre emprego banco a banco

Coletiva dos Bancários, sinali-zando que esse assunto, que é de extrema importância para a categoria, deveria ser discutido banco a banco com a realização de acordos coletivos.

“Esperamos negociar com cada banco a criação de novas vagas, garantias contra demissões imotivadas e o fi m da rotatividade, que é um truque dos bancos para reduzir a massa salarial da categoria e turbinar os lucros”, afi rma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Leia o texto da carta da Contraf-CUT endereçada aos bancos:

Solicitação de negociação específi ca sobre emprego

O emprego tem sido uma das prioridades da Campanha Nacional dos Bancários 2012. A pauta de reivindicações da categoria apresenta um conjunto de propostas, que visam a geração de mais empregos, fi m da rotatividade, garantia contra demissões imotivadas e cumprimento da jornada de seis horas trabalho, dentre outras.

A 14ª Pesquisa do Emprego Bancário, feita pela Contraf-CUT e Dieese, com dados do Caged, apurou que os bancos geraram apenas 2.350 novos postos de trabalho no primeiro semestre de 2012, o que representa um recuo de 80,40% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram criadas 11.978 vagas. O levantamento revela também que os bancos usaram outra vez a rotatividade para reduzir a massa salarial e que seguem discriminando as mulheres, que entram e saem das empresas ganhando menos que os homens.

O tema foi amplamente discutido em várias rodadas de negociação com a Fenaban, mas não houve qualquer avanço para os bancários, o que é inaceitável diante do crescimento da economia brasileira e dos lucros crescentes dos bancos. Ontem, após nova cobrança das entidades sindicais, o representante da Fenaban disse que não é possível incluir medidas de emprego na Convenção Coletiva de Trabalho e apontou que o tema deveria ser tratado banco a banco, com os quais poderiam ser fi rmados acordos coletivos de trabalho.

Desta forma, vimos solicitar a marcação de uma negociação espe-cífi ca sobre emprego, dentro da maior brevidade possível, a fi m de que possamos discutir as reivindicações da categoria e buscar um acordo coletivo para tratar dessa importante demanda dos bancários, que visa a ampliação dos postos de trabalho e a melhoria das condições de saúde e trabalho dos bancários.

Cordiais saudações,

Carlos CordeiroPresidente da Contraf-CUT e Coordenador do Comando Nacional

dos Bancários

Retomadas no dia 29/8, as ne-gociações sobre as cláusulas econô-micas da pauta de reivindicações da Campanha 2012 entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban prosseguem na próxima terça-feira, 4/9, às 15h, em São Paulo. O Coman-do Nacional considerou insufi ciente a proposta apresentada pelos bancos no dia 29, que prevê 6% de reajuste (aumento real de cerca de 0,7%) para todas as verbas salariais, inclusive PLR, além de avanços em relação à saúde, à segurança bancária e à igualdade de oportunidades.

“A negociação desta terça-feira será decisiva para o destino da campanha nacional. Queremos construir um bom acordo na mesa de negociação, mas isso que vai depender da Fenaban”, afi rma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

O Comando está orientando os sindicatos a ampliarem o diálogo com os bancários e intensifi carem a mo-bilização, como forma de pressionar os bancos a apresentarem uma boa proposta no dia 4.

Combate ao assédio moral – Os bancos aceitaram na rodada de negociação do dia 29 a reivindicação dos bancários de rediscutir o instru-mento de combate ao assédio moral previsto na Convenção Coletiva com adesão espontânea para bancos e sindicatos. Para os bancários, esse instrumento precisa ser avaliado, porque é insufi ciente e precisa de ajustes. “Esse instrumento de com-

Negociação com Fenaban continua na terça, dia 4/9. Mobilização Já!

bate ao assédio moral é uma con-quista importante da categoria, que precisa ser mais divulgado por todas as partes e aprimorado. Esperamos

também que o Banco do Brasil, o único banco que não aderiu a esse instrumento, faça a adesão”, afi rma Carlos Cordeiro.

O Comando Nacional dos Bancários considera insufi ciente a proposta apresentada pela Fe-naban, que prevê 6% de reajuste (aumento real de cerca de 0,7%) para todas as verbas salariais.

“A proposta dos bancos contém avanços nos temas de saúde e con-dições de trabalho, segurança ban-cária e igualdade de oportunidades, mas é insufi ciente em relação ao índice de reajuste, ao piso e à PLR, e nada propõe sobre emprego”, afi rma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. “Setores da economia menos dinâmicos que o sistema fi nanceiro estão fazendo acordos com aumentos acima da infl ação muito maiores do que a proposta dos bancos. Também consideramos imprescindível que sejam contempladas nossas reivin-dicações de garantia de emprego, de melhoria da PLR e de valorização do piso salarial”.

Em relação ao emprego, a Fe-naban disse que o tema não deve ser incluído na Convenção Coletiva dos Bancários, devendo ser tratado por meio de acordos banco a banco. Assim, a Contraf-CUT enviará carta aos seis grandes bancos nacionais (BB, Itaú, Bradesco, Caixa, Santan-der e HSBC), que empregam mais de 90% da categoria, para cobrar negociações específi cas sobre em-prego. Os bancários querem mais contratações, fi m da rotatividade, proteção contra demissões imoti-vadas e cumprimento da jornada de 6 horas, entre outras.

Programa de Reabilitação Profi ssional – O Comando Na-cional questionou os bancos sobre a razão pela qual nenhum deles

Comando Nacional considera 6% insufi cienteaderiu ainda ao programa, que está desde 2009 na Convenção Coletiva. Pelo acordo, cuja implementação é opcional, os bancos devem instituir programas de reabilitação, visando assegurar condições para a manu-tenção ou a reinserção ao trabalho do bancário com diagnóstico de adoecimento, de origem ocupacional ou não. O que está acontecendo na prática é que a grande maioria dos trabalhadores, ao retornarem ao trabalho depois de um determinado período de afastamento, é recolo-cada no mesmo posto de trabalho que o adoeceu, sem nenhuma mu-dança nas condições e no ritmo de trabalho. A Fenaban disse que os bancos estão rediscutindo o assunto e apresentarão uma posição sobre a adesão ainda durante o processo de negociação da campanha.

Garantia de salário para bancários afastados – Também ocorreram discussões sobre garantia de salário do bancário no período entre ele receber alta programada do INSS e ser considerado inapto pelo médico do trabalho dos ban-cos quando do retorno ao trabalho, em que ele fi ca hoje sem salário. A Fenaban disse que os bancos acei-tam pagar o salário durante esse período, assim como nos casos de afastamento entre a licença-médica e a realização da perícia.

Também prosseguiu na mesma reunião os debates sobre as Sipats. A reivindicação dos bancários é que os bancos informem os sindicatos, com prazo mínimo de 30 dias antes da realização da Sipat, a data, o tema e o local de realização.

Projeto-piloto para segu-rança bancária – Os bancos

aceitaram a proposta do Co-mando Nacional de instituir um projeto-piloto conjunto para testar medidas de prevenção contra assaltos e sequestros e melhorar a segurança das agências. Eles propõem escolher uma grande ci-dade, defi nir um grupo de trabalho com especialistas em segurança e representantes do Comando Na-cional e da Fenaban. O Comando Nacional defende a proibição da guarda das chaves e acionadores de alarmes para evitar sequestros, fi m do transporte de numerário por bancários, instalação de equi-pamentos de prevenção contra assaltos e sequestros (porta de segurança, câmeras de monitora-mento, biombos, vidros blindados, entre outros), além de estabilidade ao empregado vítima desse tipo de violência.

Igualdade de oportunida-des – A Fenaban também concor-dou com a proposta do Comando Nacional de realizar um novo censo na categoria bancária para avaliar se as medidas em defesa da igualdade de oportunidades, contidas nos planos de ação dos bancos após a divulgação do Mapa da Diversidade, estão produzindo resultados.

Pela proposta dos bancos, o novo censo será planejado em 2013 e aplicado no início de 2014. O Comando mostrou aos bancos que os planos de ação que os bancos instituíram unilateralmente não estão produzindo efeitos posi-tivos, uma vez que não há negros nas agências nem programas de encarreiramento das mulheres com critérios objetivos, que evitem discriminações.

O QUE OS BANCÁRIOS QUEREM

O QUE OS BANQUEIROS DIZEM

10,25% de reajuste (aumento real de 5%) 6% de reajuste (0,7% de aumento real)PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fi xos 6% de reajustePiso da categoria equivalente ao salário mínimo do Dieese (R$ 2.416,38) 6% de reajuste

Auxílio-refeição e cesta-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00) 6% de reajuste

Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fi m das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imo-tivadas) e universalização dos serviços bancários

Bancos afi rmam que o tema não deve constar em Convenção Coletiva e sim, tratado por meio de acordo banco a banco

Discutir a reavaliação do Programa de combate ao assédio moral Banqueiros aceitaram

Programa de Reabilitação Profi ssional (PRP): bancários cobraram a adesão ao programa que está previsto em Convenção desde 2009, sem adesão de nenhum banco até agora

Banqueiros afirmaram que estão rediscutindo o assunto e apresentarão posição sobre a adesão ainda durante processo negocial da campanha 2012

Garantia de salário para afastados no período entre receber alta programada do INSS e do retorno ao trabalho

Fenaban disse os bancos aceitam pagar o salário durante esse período, bem como entre a licença médica e a perícia

Projeto-piloto para segurança bancária

Banqueiros aceitaram proposta do Comando de instituir projeto-piloto para testar medidas. Um GT deverá ser formado

Igualdade de OportunidadesA Fenaban concordou em realizar um novo censo para avaliar medidas de defesa da igualdade

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9912180326-DR/CESIND. DOS BANCÁRIOS

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

Mala DiretaPostal

CORREIOS

FUNCIONALISMO

IGUALDADE DE TRATAMENTO

O Sindicato dos Bancários do Ceará e a Comissão Nacional dos Funcionários do BNB protesta contra a proibição de funcionários das agências do Banco partici-parem de concorrência para o preenchimento de funções de Gerente de Operações Financei-ras nos Ambientes de Fundos de Investimentos e de Fundos de Investimentos Especiais, ambos pertencentes à Área de Gestão de Recursos de Terceiros.

Sindicato cobra do BNB explicações sobre restrições para

participação em concorrênciaDe acordo com edital divulgado

pelo Banco, somente poderão par-ticipar das concorrências para as funções acima elencadas, funcioná-rios da Direção Geral que atendam os requisitos e o perfi l exigidos em normas internas do Banco.

Para o SEEB-CE/CNFBNB é estranha a restrição feita aos colegas das agências e sobre isso cobram do Banco explicações a serem comunicadas a todo o funcionalismo.

Na quarta-feira, dia 29/8, acon-teceu a primeira audiência da ação de Isonomia, na 7ª Vara da Justiça do Trabalho, ajuizada pelo Sindicato dos Bancários do Ceará contra o Banco do Nordeste do Brasil, para garantir direitos iguais aos novos e antigos funcionários do Banco. Nesta primeira audiência não houve análise de mérito por parte do juiz, foi simplesmente recebida a defesa do Banco. A partir desta semana será contado o prazo de 15 dias para o Sindicato se manifestar a cerca dos documentos e os termos da defesa, apresentados pelo Banco.

Uma segunda audiência foi marcada para o dia 31 de outubro e nesse dia terá instrução completa. Se for necessário, haverá depoimento de testemunhas. Isso ainda vai ser analisado pelo Jurídico do Sindicato.

A ação ajuizada pelo Sindicato reivindica primeiramente uma de-claração de inconstitucionalidade da resolução nº 9 do Conselho de

Realizada primeira audiência da Ação de Isonomia ajuizada pelo

Sindicato contra o BNBCoordenação das Empresas Es-tatais que originou o ato que tirou vantagens dos empregados novos do BNB. Após essa fase, o pedido visa a extensão dos benefícios que foram suprimidos em 1997 aos no-vos empregados do Banco, ou seja, àqueles que entraram na Instituição a partir da alteração que teve no regulamento empresarial.

A ação enfatiza que “após dé-cadas de prestação de vantagens garantidas em sua regulamentação interna, o Banco simplesmente extir-pou-as unilateralmente, criando uma situação abismal de desigualdade entre os antigos e novos bancários, que em nada são diferenciados nos serviços desempenhados”.

O Sindicato nessa ação contra o BNB, reclama benefícios como licença-prêmio, anuênios, folgas e promoções. A ação foi protocolada no dia 13/6, pelo SEEB/CE e o processo de nº 972/12, tramita na 7ª Vara da Justiça do Trabalho.

Sobreviventes do mercadoA maioria das empresas sem pessoal assalariado

encerrou suas atividades antes de completar três anos no mercado. É o que aponta o estudo Demografi a das

Empresas 2010, apresentado pelo IBGE. Das empresas sem pessoal assalariado que entraram no mercado em

2007, 54,7% fecharam as portas no terceiro ano. Do total de 464,7 mil empresas criadas em 2007, cerca de 240 mil sobreviveram até 2010 (51,8%). As atividades

que se destacaram em sobrevivência de empresas foram: saúde e serviços sociais (61,4%), eletricidade e gás (60,8%) e água, esgoto, atividades de gestão de

resíduos e descontaminação (57,4%).

Equilíbrio só depois de 2100

A previdência dos servidores da União só deverá atingir

o equilíbrio em 2103. A conclusão consta de

levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), que

aponta que o défi cit do regime especial de aposentadorias e pensões para o funcionalismo público federal levará décadas

para ser zerado, mesmo com a criação do sistema

complementar de previdência para a categoria. De acordo com o estudo, a criação da Fundação de Previdência

Complementar do Servidor Público Federal trará equilíbrio a longo prazo, mas aumentará

o rombo da previdência do funcionalismo nos próximos

20 anos. Isso porque, durante esse prazo de transição, há servidores se aposentando

pelo sistema antigo, enquanto os novos funcionários

contribuem menos para o regime.

“Em educação no Brasil, o que não evolui é retrocesso”

ministro da Educação, Aloizio Mercadante

Lei de cotasA presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que institui o sistema de cotas raciais e sociais para universidades e institutos técnicos

federais de todo o País. As instituições deverão reservar, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado todo o ensino médio em escolas da rede pública, com distribuição das vagas entre negros, pardos ou indígenas. O Enem será a ferramenta para defi nir o preenchimento das vagas reservadas. As universidades e institutos

federais terão quatro anos para implantar progressivamente o percentual de reserva de vagas estabelecido pela lei.

Fortaleza em quatro rodasDe acordo com dados do levantamento feito pelo

Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), o número de veículos em Fortaleza saltou de 402.386,

em 2002, para 813.871, em 2012 – computados apenas os sete primeiros meses do ano, o que representa

um aumento de 102,26%. Em julho, um total de 6.554 veículos foi incorporado à frota que circula na Capital

– cerca de 218 novos veículos por dia. Estatística atualizada do Detran-CE ratifi ca que a média de

incremento de veículos na cidade fi ca em torno de seis mil automóveis por mês. Baseado no crescimento, a

expectativa é de que, até 2015, a frota da cidade deve ultrapassar a casa de um milhão.

O Sindicato dos Bancários do Ceará realizou um protesto no último dia 30/8, em frente ao prédio onde funciona hoje a agência BNB Cen-tro, pertencente à Justiça Federal e cobrou agilidade na reforma do novo prédio e respeito aos funcionários e clientes daquela unidade.

“Esse prédio que, quando foi inaugurado pertencia ao Banco do Nordeste, há cerca de 10, 12 anos passou para o domínio da Justiça Federal, e a agência do BNB e o seu Centro Cultural fi caram funcionando aqui, mas com prazo para desocu-parem os andares, que são apenas três. Esse prazo inspira agora em dezembro/12 e por conta disso, a Justiça Federal, que é quem vai tomar conta de todo o prédio, começou a fazer uma obra que está prejudicando os trabalhadores do BNB e também os clientes do Banco”, explica o diretor do Sindicato, Tomaz de Aquino. Ele complementou ainda enfatizando que a obra iniciada pela Justiça Fe-deral acontece a todo vapor dentro do prédio, sem observar o horário de funcionamento da unidade e o expediente dos bancários.

Tomaz denunciou ainda a poeira constante dentro da agência, além de sucessivas quedas de energia quan-do a agência fi ca sem elevador, sem ar condicionado, sem computadores, sem qualquer condição de trabalho e de atendimento. “O SEEB/CE já vem negociando isso há bastante tempo, cobrando uma providência para garantir as perfeitas condições que os trabalhadores e os clientes do Banco merecem, mas a Direção do BNB não tem feito a sua parte. Por sua vez, ainda alega que a Justiça Federal não recebe o Banco para rediscutir o acordo que foi feito e o prazo que foi dado. É inacreditável que um banco federal não tenha capacidade e competência para se reunir com um diretor da Justiça Federal”, analisa Tomaz.

O Sindicato está ingressando com um processo na Procuradoria Geral do Trabalho (PRT) solicitando uma vistoria no edifício e uma con-sequente interdição constatadas as condições inadequadas de funcio-

Funcionários da agência BNB Centro cobram condições

de trabalho dignas

namento do prédio. “Vamos cobrar celeridade para que trabalhadores e clientes do Banco recebam o devido respeito”.

Reforma – Em abril deste ano, o Sindicato esteve realizando um protesto semelhante cobrando providências do BNB quanto ao destino da agência. Após o protesto na Praça Murilo Borges, o Sindicato foi ver a obra do prédio onde será a nova agência Centro do BNB, na rua Major Facundo, e perce-beu que a obra apenas começou e que, provavelmente, não ficará concluída até dezembro.

“Esse prédio já era para ter sido entregue à população, mas agora es-tão prometendo para dezembro e nós não sabemos se isso será cumprido até lá. O que nós sabemos é que os funcionários que estão trabalhando no prédio da Justiça Federal estão em péssimas condições e merecem respeito. A clientela também está sofrendo com essa reforma, pois é um barulho infernal dentro da agência, além da poeira e outros contratem-pos, e o que se faz necessário é um local extra onde haja condições de trabalho e de atendimento à popula-ção”, avalia a diretora do Sindicato, Carmen Araújo.

Atual agência do BNB, que fechará em dezembro de 2012, cedida a Justiça Federal

Prédio na Rua Major Facundo, onde funcionará a agência

Fotos: Drawlio Joca