os antidepressivos - modo de ação em nosso corpo

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O antidepressivo faz mal? Todo medicamento deve ser ingerido sob uma correta orientação médica. Pode trazer desconforto até a adaptação do organismo. Mas é a doença que faz mal, traz uma perda de qualidade de vida e pode levar à morte.

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Page 1: OS ANTIDEPRESSIVOS - Modo de ação em nosso corpo

OS ANTIDEPRESSIVOS - Modo de ação em nosso corpo

Por Fernando Vieira Filho (1)

Muitas pessoas me perguntam sobre a ação dos antidepressivos em nosso corpo. O medicamento

causa dependência? Faz mal? Etc.

Vou explicar de forma simples e objetiva: O antidepressivo não causa dependência como se pensa;

muitas pessoas confundem antidepressivo com ansiolítico, dizendo: “... estou deprimido, o médico

me receitou um Diazepan”. O Diazepan é um ansiolítico, este sim, pode levar à dependência e, você

não deve, em hipótese alguma, tomá-lo sem indicação médica.

O antidepressivo faz mal? Todo medicamento deve ser ingerido sob uma correta orientação

médica. Pode trazer desconforto até a adaptação do organismo. Mas é a doença que faz mal, traz

uma perda de qualidade de vida e pode levar à morte. Portanto, confie em seu médico. Quando

prescreve um medicamento, ele se torna responsável pelo paciente e, este deve acatar, fielmente,

às recomendações do profissional.

Na depressão, ocorrem mudanças físicas no funcionamento do nosso corpo. Os antidepressivos

normalizam este funcionamento, isto é, colocam a “casa interna” do paciente em ordem, para que

ele possa “enxergar” as mudanças de atitude e comportamento que terá que fazer em sua vida.

Assim, juntamente com a medicação, ele poderá buscar o apoio e a orientação com bons

profissionais do comportamento humano.

Como sabemos, as células nervosas do cérebro, chamadas neurônios, não se “tocam” umas nas

outras, estão separadas por um espaço, chamado de sinapse. Para que as mensagens, as sensações

sejam transmitidas de um neurônio para outro, elas liberam substâncias químicas, conhecidas como

neurotransmissores, que deixam uma célula e cruzam o espaço intercelular para o próximo

neurônio, como um bastão numa corrida de revezamento. A mensagem só é transmitida se houver

neurotransmissores suficientes na sinapse. Após a liberação, os neurotransmissores se fragmentam

em “pedacinhos” ou voltam para os neurônios do cérebro que os havia liberado.

Page 2: OS ANTIDEPRESSIVOS - Modo de ação em nosso corpo

Quando a pessoa está deprimida os níveis de neurotransmissores são baixos – é como se o bastão

da corrida de revezamento tivesse caído. A ação dos medicamentos antidepressivos consiste em

aumentar a quantidade de neurotransmissores no espaço entre as células nervosas – é como se

colocassem o bastão de corrida de volta nas mãos do corredor de revezamento.

A quantidade de neurotransmissores na sinapse pode ser aumentada por vários antidepressivos,

com atuações diferenciadas. Vejamos:

1. Aumentando a produção dos neurotransmissores (Triptofano).

2. Prevenindo a fragmentação dos neurotransmissores (inibidores de monoaminaoxidase

ou IMAOs). Nome comercial do medicamento mais comum: Aurorix 150mg – nome

genérico: Moclobemida.

3. Impedindo que os neurotransmissores na sinapse voltem às células nervosas, que

sejam “recaptados” por elas (os tricíclicos, os inibidores de recaptação da serotonina –

IRESs). Os mais conhecidos são: Fluoxetina, Prozac, Serenata, Paroxetina etc.

Com o passar do tempo, associando-se a medicação com a automudança – emoções equilibradas,

capacidade de perdoar os outros e se perdoar, e outras mudanças de atitudes -, o corpo se ajusta e

as quantidades de neurotransmissores produzidos naturalmente aumentam e a medicação pode ser

descontinuada. Assim, o médico indicará uma diminuição gradual do medicamento (desmame).

E atenção: Jamais interrompa a medicação antidepressiva de “supetão” ou de uma só vez, pois isto

provoca o chamado efeito rebote, isto é, os sintomas da depressão podem voltar com violência.

Lembro-me do que dizia o psiquiatra e titular da cadeira de Farmacologia da Faculdade de Medicina

da UFTM de Uberaba, Dr. Elias Barbosa (1934-2011): “... esses medicamentos são abençoados”.

(1) Fernando Vieira Filho

Psicoterapeuta/Escritor

(55 11) 99684-0463 (São Paulo e Brasil)

(55 34) 3077-2721 GRÁTIS (55 34) 3077-2721 (Uberaba)

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