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Os Alemães da Rússia encontram semelhanças entre as tradições culinárias da Argentina e Brasil. Por Andrea Winkjer Collin, Editora * Traduzido do Inglês para o Português por: Marcos Clebson Nogueira de Sá and Ingrid Patriota D urante os últimos 15 anos, os Alemães da Russia He- ritage Collection e Praire Public Broadcasting têm colaborado com uma série de projetos que interpretam a cultura das raízes étnicas de quase metade da população de Dakota do Norte. Juntos eles produziram 10 programas cobrindo a história da imigração, tradições culinárias e a memória da mudança dos Alemães da Rússia. Para o oitavo docu- mentário, uma equipe viajou para a América do Sul para estudar a imigração dos alemães da Rússia para a Argentina e Clara Eichborn Schneider e netas mosstram como se faz strudel no Paraná, Argentina. Brasil. O projeto, que começou em 2010, está programado para ser completado em 2015 e deverá ser lançado neste verão em North Dakota Heritage Centre em Bismarck. Isto acontecerá em conjunção com a abertura de novas exposições da galeria e da convenção na- cional dos Alemães da Rússia Heritage Society de 15 a 19 de Julho. Decidimos participar deste projeto quando nos demos conta de que tão pouco foi feito a respeito dos Alemães da Rússia na A- rica do Sul,” diz Michael Miller, diretor da Coleção, que faz parte da biblioteca da Universidade Estadual de Dakota do Norte em Far- go. Ele diz que os Alemães da Rússia chegaram pela primeira vez na Arica do Sul em 1878, aproximadamente seis anos depois da chegada ao território da Dakota do Norte. Alguns se estabeleceram no Paraguai e Bolívia, mas eles imigraram primeiro para o Brasil e Argentina, com mais de dois milhões de descendentes Alemães de Volga na Argentina hoje.

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Page 1: Os Alemães da Rússia encontram semelhanças es culin · tou com linguiça caseira. Victoria Teresa Grauberger de Buenos Aires, Argentina, prepara pratos Alemães da Rússia. Reproduzido

Os Alemães da Rússia encontram semelhançasentre as tradições culinárias da Argentina e Brasil.

Por Andrea Winkjer Collin, Editora* Traduzido do Inglês para o Português por: Marcos Clebson Nogueira de Sá and Ingrid Patriota

Durante os últimos 15 anos, os Alemães da Russia He-

ritage Collection e Praire Public Broadcasting têm colaborado

com uma série de projetos que interpretam a cultura das raízes

étnicas de quase metade da população de Dakota do Norte.

Juntos eles produziram 10 programas cobrindo a

história da imigração, tradições culinárias e a memória da

mudança dos Alemães da Rússia. Para o oitavo docu-

mentário, uma equipe viajou para a América do Sul para

estudar a imigração dos alemães da Rússia para a Argentina e

Clara Eichborn Schneider e netas mosstram como se faz strudel no Paraná, Argentina.

Brasil. O projeto, que começou em 2010, está programado para sercompletado em 2015 e deverá ser lançado neste verão em North Dakota Heritage Centre em Bismarck. Isto acontecerá em conjunção com a abertura de novas exposições da galeria e da convenção na-cional dos Alemães da Rússia Heritage Society de 15 a 19 de Julho.

“Decidimos participar deste projeto quando nos demos conta de que tão pouco foi feito a respeito dos Alemães da Rússia na Amé-rica do Sul,” diz Michael Miller, diretor da Coleção, que faz parte da biblioteca da Universidade Estadual de Dakota do Norte em Far-go. Ele diz que os Alemães da Rússia chegaram pela primeira vez

na América do Sul em 1878, aproximadamente seis anos depois dachegada ao território da Dakota do Norte. Alguns se estabeleceram no Paraguai e Bolívia, mas eles imigraram primeiro para o Brasil e Argentina, com mais de dois milhões de descendentes Alemães de Volga na Argentina hoje.

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“Sabemos muito pouco acerca dos demais, apesar de que muitos em Dakota do Norte têm parentes na América do Sul, com quem eles não têm contato,” ele diz. Enquanto as entrevistas têm coberto muitos aspectos da herança, culinária tem cumprido um papel muito importante. Festivais são importantes com bastante comida, diz Miller. “Eles são conhecidos por fazer comida e por envolver os jovens nas cele-brações e festas.”

No ultimo Outono, eles visitaram três províncias Argentinas, Entre Rios, Buenos Aires e La Pampa. Pois La Pampa, como os Dakotas, tem muitos descendentes dos Alemães do Mar Negro, Miller diz que as tradições culinárias dessas áreas são similares. Entre Rios tem mais Alemães de Volga, nos quais na América do Norte incluem descendentes morando no Nebraska, Kansas e Colorado.

Algumas das tradições dos Alemães Russos que são compartilhadas com os Norte Americanos incluem fleischkeüchle, uma carne moída temperada em volta de uma massa e frita e platchinda (ou blachinda), um pastel recheado com frutas. “Muitos dos pães foram seme-lhantes também,” diz Miller,“mas eu acredito que o nosso seja melhor por conta do trigo com maior qualidade que te-mos nas Dakotas.”

Bob Dambach, diretor de te-levisão do Prairie Public, está liderando o projeto. Ele, Miller e dois cinegrafistas passaram três semanas no Brasil ultimo Abril e um mês na Argentina ultimo setembro e outubro. Durante cada viagem, eles vi-ajaram mais de 2,000 milhas (3218.688 km), visitando ci-dades onde descendentes Ale-mães da Rússia moravam e os entrevistando sobre a herança de suas famílias e como elespreservaram suas culturas.

“O maior desafio desse projeto tem sido manejar três idiomas nas entrevistas,” ele diz. Quase metade deles foram conduzidos na Alemanha, 15 por cento em Inglês e o resto em Espanhol. “Então traduzir o Alemão e o Espanhol precisamente para overdubs em Inglês está tomando muito tempo.” Ele diz que Prairie Public considera uma oportunidade única, documentar Alemães da cultura Russa no mundo in-teiro. “Antes de termos produzido o primeiro documentário em 1999, muito pouco havia sido feito para

Michael Miller, à esquerda, Bob Dambach, à direita, em pé Victor Eckerdt e sua esposa Maria Luisa Wagner Eckerdt, e os cinegrafistas da Prairie Public, Dave Grant e Bárbara Gravel próximo à Guale-guaychu, Argentina.

Fotos cortesia NDSU Libraries GermansFrom Russia Heritage Collection.

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Mais Semelhanças que Diferenças entre as Tradições culinárias dos Alemães da Rússia da América.

gravar essa história,” diz Dam-bach. “Desde então, todos os10 projetos nós produzimosem conjunto com as Bibliote-cas da NDSU.”

A coleção dos Alemães deherança Russa tem sido bemrecebida. O interesse da Amé-rica do Sul nesse documentá-rio atual tem sido muito alto.

Ambos Miller e Dambachficaram impressionados pelo fa-to das paisagens da Argentinaserem parecidas com as dasDakotas, também com terrasplanas, grandes fazendas degado que produzem trigo, so-ja girassóis e milho. “Excetopor uma palmeira de vez emquando, a viagem de carro deBuenos Aires para Parachafoi como viajar entre Fargo eGrand Forks,”

D evido a seu interesse na comida de sua herança, a educadora aposentada Gwen Schock Cowherd lançou uma pa-gina no Facebook ano passado chamado “Tradições e culinárias dos Alemães Russos.” “Eu lancei através de um desejo pensan-do que poderia ser uma maneira divertida para compartilhar re-ceitas,” ela se lembra. “Achei que se eu pudesse ter aproxima-damente 200 pessoas curtindo a pagina então eu iria mantê-la. Hoje, 11 meses depois, mais ou menos 6,500 pessoas de toda parte do mundo tem curtido a pagina.”

Entre essas pessoas de toda parte do mundo, estão aqueles que são descendentes Alemães- Russos morando na América do Sul, isso tem dado a ela uma perceptiva nas tradições culinári-as que são compartilhadas entre a América do Norte e América do Sul.

“Algumas comidas ainda se identificam com Alemães Russos no mudo inteiro, ambos aqueles das áreas da Volga e Mar Negro, incluindo salsicha, kuchen, rolos de repolho, bors-cht, pratos de massa e chucrute,” ela diz.

“descendentes do Mar Negro ficam loucos por uma massa frita recheada com repolho e carne chamado de schlitz-keachla. Os Volgas chamam suas massas recheadas de bierocks ou runzas e eles as assam ao invés de frita-las. Muitas comidas são as mesmas mais são conhecidas por nomes diferentes e podem serem preparadas um pouco diferente.”

Ela também achou interessante que sementes de giras-sóis torradas são populares na América do Sul, assim como são com os Alemães Russos na América. Porem, ela também tem observado que as celebrações na comunidade parecem ser mais populares na América. Por exemplo, na Argentina, muitos cele-bram um feriado especial no qual a comunidade faz comida em um fogão à lenha enorme em que todos levam um prato para assar. “Muitas celebrações são feitas todo verão na Argentina, e eu não acho que os Americanos tem tantas grandes celebra-ções.”

Através de seu trabalho na pagina do Facebook, Cowherd tem aprendido que muitos dos pratos de comida dos Alemães Russos da Volga e do Mar Negro no mundo inteiro são semelhantes, mas são conhecidos por nomes diferentes. “Quando iniciei a pagina, nunca sabia se uma receita era Volga ou do Mar Negro,” ela diz. “Mas agora eu geralmente sei. Por exemplo, a torta (kuchen) do Mar Negro na maioria das vezes tem um recheio de creme e é feito numa forma de torta redonda. A torta (kuchen) Volga geralmente é assada em uma forma retangular ou alongada, tem uma massa mais grossa com uma cobertura granular ou farelada chamada ´streusel´. Cober-turas para essa torta feitas com queijo foram menos comum com os povos Volga e os do Mar Negro. Os Volga produziam uma baga chamada Schwartzbeeren que era usada em tortas e kuches. Eles comiam o que plantavam.”

Contate Cowherd pelo endereço [email protected]

Dave Grant filma no Festival Alemão Vol-ga na Urdinarrain, Argentina, no qual con-tou com linguiça caseira.

Victoria Teresa Grauberger de BuenosAires, Argentina, prepara pratos Alemãesda Rússia.

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Reproduzido com permissão de North Dakota Horizons