orson welles

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ ESPECIALIZAÇÃO EM COMUNICAÇÃO AUDIVISUAL TRABALHO DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO AUDIOVISUAL PROF. MS. HUGO MENGARELLI ORSON WELLES CLEITON CESAR SCHAEFER

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Trabalho do Módulo de Linguagem e Estética - Especialização em Comunicação Audiovisual

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Page 1: Orson Welles

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESPECIALIZAÇÃO EM COMUNICAÇÃO AUDIVISUAL

TRABALHO DE LINGUAGEM E ESTÉTICA DO AUDIOVISUAL

PROF. MS. HUGO MENGARELLI

ORSON WELLES

CLEITON CESAR SCHAEFER

CURITIBA

2011

Page 2: Orson Welles

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SUMÁRIO

1. PRÊMIOS ...................................................................................................... 3

2. FILMES .......................................................................................................... 4

3. BIOGRAFIA ................................................................................................... 6

4. CURIOSIDADES ......................................................................................... 10

5. INOVAÇÃO .................................................................................................. 12

6. CORAGEM .................................................................................................. 12

7. DINAMISMO ................................................................................................ 12

8. CINE NEGRO .............................................................................................. 12

9. PLANO SEQUÊNCIA .................................................................................. 13

10. GRANDE ANGULAR ................................................................................... 13

11. FRASES ...................................................................................................... 13

12. EU E ORSON WELLES ............................................................................... 14

CONCLUSÃO .............................................................................................. 15

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 16

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ORSON WELLES

Nome: George Orson WellesNatural de: Kenosha, Wisconsin, EUA

Nascimento: 06/05/1915Falecimento: 10/10/1985

1. PRÊMIOS

OSCARGanhou

1971 - Oscar Honorário pelo conjunto da obra1941 - Melhor Roteiro Original - Cidadão Kane 

Indicações1942 - Melhor Filme - Soberba

1941 - Melhor Filme - Cidadão Kane 1941 - Melhor Diretor - Cidadão Kane 

1941 - Melhor Ator - Cidadão Kane 

GLOBO DE OUROIndicação

1982 - Melhor Ator Coadjuvante - Butterfly

BAFTAIndicação

1965 -Melhor Ator Estrangeiro - Campanadas a Medianoche

CANNESGanhou

1970 - Leão de Ouro Honorário pelo conjunto da obra1965 - Prêmio Técnico do Júri - Campanadas a Medianoche

1965 - Prêmio do 20º Aniversário - Campanadas a Medianoche1959 - Melhor Ator - Estranha Compulsão

1952 - Grande Prêmio do Júri - Othello

TROFÉU FRAMBOESA DE OUROIndicação

1982 - Pior Ator Coadjuvante – Butterfly

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2. FILMES

1987 - Someone to love1984 - Enchanted journy (voz)1984 - Spirited of Charles Lindbergh, The1983 - Hot money1983 - Where is Parsifal?1982 - Slapstick (of another kind) (voz)1982 - Baryshnikov in Hollywood (TV)1982 - Butterfly1981 - Parte 1 (History of the World: Parte I) (voz - narrador)1980 - Shogun (TV)1980 - Tajna Nikole Tesle1979 - Double McGuffin, The (voz)1979 - Muppet movie, The1978 - Tut: The boy king (TV)1978 - A woman called Moses (TV) (voz)1978 - Hot tomorrows (voz)1977 - Il grande attacco (narrador)1977 - Rime of the ancient mariner (voz)1977 - Some call it greed (voz)1977 - It happened one Christmas (TV)1976 - A viagem dos condenados (Voyage of the damned)1975 - Tavi) (TV) (voz)1974 - And then there were none (voz)1972 - O homem de duas vidas (Get to know your rabbit)1972 - Man who came to dinner, The (TV)1972 - O feiticeiro (Necromancy)1972 - Piratas da ilha do tesouro (Treasure island)1972 - La décade prodigieuse1971 - London1971 - Estranhas fantasias (Malpertuis: Histoire d'une maison maudite)1971 - A safe place1970 - Deep, The1970 - Is it always right to be right? (voz)1970 - Start the revolution without me (voz)1970 - Upon this rock (TV)1970 - Waterloo (Waterloo)1970 - Ardil 22 (Catch-22)1970 - Carta ao Kremlin (The Kremlin Letter)1969 - Bitka na neretvi1969 - Merchant of Venice, The (TV)1969 - Una su 131969 - Southern star, The1969 - Der verrat1968 - Tepepa... Viva la revolución1968 - Vienna1968 - O último romano (Der Kampf un Rom)1968 - House of cards1968 - História imortal (Immortal story, The)1967 - Depois que tudo terminou (I'll never forget what's'isname)1967 - A tragédia de um rei (Oedipus the king)

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1967 - Marinheiro de Gibraltar (Sailor from Gibraltar, The)1966 - O Homem Que Não Vendeu Sua Alma (A Man for All Seasons)1966 - Paris Está em Chamas? (Paris Brûle-t-il?)1965 - Campanadas a medianoche1965 - Marco the magnificent1963 - Gente Muito Importante (The V.I.P.s)1962 - Laviamoci il cervello1962 - O Processo (Le Procès)1961 - Epopéia de bravos (Lafayette)1961 - Os bravos tártaros (I Tartari)1961 - O rei dos reis (King of kings) (voz)1960 - Com sangue se escreve a história (Austerlitz)1960 - Tragédia no espelho (Crack in the mirror)1960 - David e Golia1959 - High journey1959 - O proscrito de Hong Kong (Ferry to Hong Kong)1959 - Estranha Compulsão (Compulsion)1958 - Raízes do céu (Roots of heaven, The)1958 - Fountain of youth, The (TV)1958 - Vikings, os conquistadores (Vikings, The) (voz)1958 - A Marca da Maldade (Touch of Evil)1958 - O Mercador de Almas (The Long Hot Summer)1957 - A soldo do diabo (Man in the shadow)1956 - Orson Welles and people (TV)1956 - Moby Dick (Moby Dick)1955 - Moby Dick rehearsed (TV)1955 - Grilhões do passado (Mr. Arkadin)1955 - Três casos de assassinato (Three cases of murder)1955 - Napoleón1954 - Se Versailles falasse (Si Versailles m'était conté)1953 - King Lear (TV)1953 - O vale da esperança (Trouble in the Glen)1953 - L'uomo, la bestia e la virtù1952 - Othello (Tragedy of Othello: The moor of Venice, The)1952 - Trent's last case1951 - Le petit monde de Don Camillo (voz)1950 - A rosa negra (Black rose, The)1949 - Memórias de um mágico (Black magic)1949 - O favorito dos Bórgias (Prince of foxes)1949 - O Terceiro Homem (The Third Man)1948 - Reinado de sangue (Macbeth)1947 - A Dama de Shanghai (The Lady from Shanghai)1946 - Duelo ao sol (Duel in the sun) (voz)1946 - O estranho (Stranger, The)1946 - O amanhã é eterno (Tomorrow is forever)1944 - Jane Eyre (Jane Eyre)1942 - Jornada do pavor (Journey into fear)1942 - Soberba (The Magnificent Ambersons)1941 - Cidadão Kane (Citizen Kane)1940 - Swiss family Robinson (voz)1938 - Two much Johnson (curta-metragem)1934 - Hearts of age (curta-metragem)

3. BIOGRAFIA

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Órfão aos quinze anos, após a morte do seu pai (sua mãe morreu quando ainda tinha 9 anos), George Orson Welles começou a estudar pintura em 1931, primeira arte em que se envolveu. Adolescente, não via interesse nos estudos e em pouco tempo passou a atuar. Tal paixão o levou a criar sua própria companhia de teatro em 1937.

Em 1938, Orson Welles produziu uma transmissão radiofônica intitulada “A Guerra dos Mundos”, adaptação da obra homônima de Herbert George Wells e que ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando uma invasão de extraterrestres. Um Exército que ninguém via, mas que, de acordo com a dramatização radiofônica, em tom jornalístico, acabara de desembarcar no nosso planeta.

O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam saber quem era o responsável pela tal "pegadinha". A fama do jovem Welles começava. Foi casado com a atriz Rita Hayworth e tiveram a filha Rebecca. O casal divorciou-se em 1948.

A notícia de que marcianos haviam chegado à Terra e estavam em Nova Jersey foi transmitida com imenso realismo pela rádio CBS no dia 1o de novembro de 1938 (Halloween).

Milhares de pessoas entraram em pânico e começaram a fugir de suas casas ao ouvir os boletins, narrados por Orson Welles. Tudo não passava de pura brincadeira, a leitura dramatizada do texto de "A Guerra dos Mundos", um clássico da ficção científica de H.G. Wells.

A repercussão do evento foi tão grande que, logo a seguir, Orson Welles fechou um contrato milionário com Hollywood para fazer dois filmes, com total liberdade para produzir, escrever os roteiros, dirigir e atuar.

Mesmo tendo dirigido apenas 27 filmes entre os 113 que compõem sua obra, também como ator, roteirista, montador e produtor, George Orson Welles conseguiu inspirar um grande número de admiradores a se tornar diretores de cinema.

Aos 18 anos, Welles já era um ator famoso no teatro experimental. Um ano depois fez sua estréia na Broadway na montagem de "Romeu e Julieta". Logo se tornou amigo do diretor e produtor John Houseman, para quem fez algumas colaborações.

Foi Houseman quem o levou a participar do New York Federal Theatre Project, onde estreou sua primeira montagem na produção e direção (a versão de "Macbeth", de Shakespeare, encenada no Harlem). Da parceira de Welles com Houseman nasceu a companhia Mercury Theatre. Foram vários projetos, destacando-se ''Julio Cesar'', de 1937, em que Welles escreveu o roteiro e ambientou a história na Itália fascista.

O nome de Orson Welles entrou para a antologia das comunicações no ano seguinte com a transmissão da notícia da chegada dos extraterrestres. Mas o que o colocou entre os grandes diretores foi o filme ''Cidadão Kane'', de 1941.

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Aos 25 anos, Orson Welles revolucionou as técnicas de filmagem com recursos até então inexploradas como profundidade de campo, ação entrecortada num mesmo ambiente, planos longos, movimentos de câmera e edição rápida. O resultado foi uma obra-prima, considerada unanimemente pelos especialistas um dos melhores filmes de todos os tempos, senão o melhor.

Porém, com o sucesso, vieram os problemas. O diretor foi acusado de basear-se na vida de William Randolph Hearst, um dos mais poderosos homens da época e que por 40 anos foi o maior magnata das comunicações nos Estados Unidos. O próprio Hearst encabeçou a campanha contra Welles e seu filme. Chegou-se a cogitar um valor para que fossem destruídos os negativos e todas as cópias.

Felizmente isso não ocorreu, mas apesar de o público e a crítica terem aceitado ''Cidadão Kane'', o filme deu prejuízo no início. Somente nos relançamentos, ao transformar-se num clássico, começou a render dinheiro. Em seu segundo filme, ''Soberba'' (1942), Welles decidiu expor sua visão da sociedade americana. Utilizou praticamente os mesmos recursos técnicos que havia em ''Cidadão Kane''.

Assim que concluiu as filmagens, veio ao Brasil para rodar o documentário ''É Tudo Verdade''. Enquanto isso, nos Estados Unidos, os executivos da RKO decidiram editar ''Soberba'', cortando 43 minutos do original.

Ao retornar, o diretor ficou furioso, mas ainda supervisionou ''Jornada do Pavor'' (1942), e assinou a direção ao lado de Norman Foster. ''Soberba'' foi um fracasso comercial, e Welles e sua equipe foram demitidos.

O reconhecimento da genialidade de Welles só aconteceu muito mais tarde. ''Cidadão Kane'' ganhou o Oscar de melhor roteiro e Welles, em 1970, recebeu um Oscar honorário pelo conjunto da obra. Sua filmografia, como diretor ou ator, inclui: ''A Dama de Shangai'' (1948), ''Macbeth'' (1948), ''Othello'' (1952), ''A Marca da Maldade'' (1958). Não se pode deixar de mencionar também "Verdades e Mentiras", de 1974.

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Welles em toda a sua carreira envolveu-se em projetos diversos e fez tudo para conseguir produzir seus filmes, o que nem sempre era possível. Muitos de seus projetos permaneceram inacabados, como ''It's All True'', e ''Don Quixote'', filme em que Welles trabalhou durante dez anos e que chegou a ser exibido em Cannes em 1986.

O programa de boa vizinhança entre os Estados Unidos e o Brasil, em plena II Guerra Mundial, resultou no encontro do cineasta e o fotógrafo Chico Albuquerque. 

O ano era 1942. Em busca de apoio local, após aportar em Fortaleza buscando imagens de um Brasil exótico, o cineasta norte-americano convidou o fotógrafo Chico Albuquerque, na época com 25 anos, para fazer a fotografia do filme “It´s All True”. 

A parceria gerou imagens que mostram e enaltecem o maior ícone brasileiro do mar - o jangadeiro - como também uma relação de amizade, que resultou na troca de correspondências ao longo de muitos anos.

Segundo o próprio Chico Albuquerque, foi com Orson Welles que ele ouviu, pela primeira vez, falar em divisão áurea do retângulo. Dez anos depois, Chico Albuquerque, ainda com a fotografia e a luz do filme em mente, registra definitivamente as jangadas e os pescadores do Mucuripe. 

Francisco Albuquerque nasceu em Fortaleza em 25 de abril de 1917. Iniciou a carreira de fotógrafo aos quinze anos, através do cinema, fazendo um documentário de curta-metragem. 

Em 1934, profissionalizou-se como retratista, transferindo-se em 1945 para São Paulo. Pioneiro na foto publicitária do País, Chico Albuquerque inovou em 1948, registrando modelo e produto para uma campanha da Johnson & Johnson, assinada pela agência J.W. Thompson. 

Visionário, importou em 1958 o primeiro equipamento de flashs eletrônicos do Brasil. O fotógrafo que fez o still do filme “It´s All True”, de Orson Welles (1942), ficou para sempre marcado pela luz do Ceará, pela simplicidade da jangada e pela capacidade de expressar, em seus trabalhos, a força expressionista do brasileiro.

Participou de inúmeras exposições e mostras nacionais e internacionais de fotografia, obtendo Medalhas de Ouro em Frankfurt, Turim e Buenos Aires.

Welles ficou no Ceará por 06 semanas. O filme fazia parte da política da Boa Vizinhança, uma forma de os EUA manter sob-tutela os países latino-americanos.Muitos rolos do filme foram jogados em alto-mar...

Com locações no Rio, Fortaleza, Bahia, pedaços de São Luís, Recife, e México, e com a maior parte da locação feita na ponte-aérea RJ-CE, sobraria a montagem póstuma do material considerado perdido, realizado por Welles, em 1942.

O episódio cearense, “Quatro homens numa jangada”, mostrar-se-ia o mais completo daquilo a ser resgatado. São 46 minutos buscando respeitar o roteiro original, com uma folha de 12 cenas principais.

O público brasileiro teve acesso ao filme, pela primeira vez na história, somente em 1986 e 1994. Em 1985 o público de Fortaleza assistira o longa “Nem tudo é Verdade”, de Rogério Sganzerla, recriação dramatizada da passagem de Welles pelo Brasil.

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Nessa época, o Globo Repórter também apresentou as cenas.Já em 1994, o público viu as imagens editadas que Welles fez dos

jangadeiros; o trabalho reúne depoimentos antigos sobre o inacabado filme, resgatando imagens cariocas do Carnaval, jangadeiros cearenses, com 42 minutos e o segmento mexicano do filme “My friend bonito”.

Welles ficou hospedado no Excelsior Hotel, o primeiro arranha-céu de Fortaleza, levantado em 1931. Bebeu guaraná e fazia reuniões no Jangada Club, primitiva construção, demolida nos anos 80. Lá, se encontrava, nas paredes, autógrafos do cineasta.

No Rio de Janeiro, Welles se encantou pelo Botafogo e logo virou torcedor a ponto de ir vestido com o uniforme do Botafogo em uma entrevista coletiva. Mas algo desastroso ocorreu.

Sobre o fato, Welles comentou em entrevista ao crítico de cinema, André Bazin: "Era co-dirigido por mim e Norman Foster. Era uma história entre um pobre menino e seu touro.

Depois fez-se outra versão, modificando todas as ideias e refazendo tudo ao modo do RKO Estúdio, atuando como se fosse uma história original.

Esse tipo de problema iria ser uma constante na carreira de Welles, que logo após o fracasso de público de “A Dama de Xangai” (1948) raramente conseguiria realizar um filme à sua maneira, dirigindo quase sempre em condições precárias.

Para se ter um exemplo, as filmagens de Dom Quixote (1959-1972) (Don Quijote de Orson Welles) duraram mais de dez anos, e mesmo assim somente o copia em DVD do filme pode ser visto.

Tentando continuar sua carreira, ele passou as décadas seguintes aceitando papéis de ator, no qual sua presença e voz marcante, mesmo quando as participações eram pequenas, nunca passavam sem chamar atenção.

Ao voltar a Hollywood depois de uma temporada na Europa, Welles atuaria como um dos co-protagonistas do premiado The Long, Hot Summer (1958), dirigiu e atuou em A Marca da Maldade, famoso por ter incluído um plano-sequência de três minutos com um desfecho impactante, e teria um de seus melhores desempenhos em cena no filme Compulsion, de 1959.

Em 1962 realizou "The Trial", filme baseado na obra " O Processo" de Franz Kafka. Welles considerou este um dos seus mais gratificantes filmes realizados. Em 1979 teve um pequeno papel no filme "The Secret Life of Nikola Tesla."

Orson Welles morreu de ataque cardíaco em sua casa em Hollywood, Califórnia em 10 de outubro de 1985, aos 70 anos, e, segundo a lenda, teria feito o seguinte comentário sobre sua profissão antes de morrer: "Esse é o maior trem elétrico que um menino já teve."

Seu último trabalho foi dublando a voz do planeta Unicron no desenho animado de longa metragem de 1986 The Transformers: The Movie.

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4. CURIOSIDADES

Foi casado com a atriz Rita Hayworth de 1943 a 1948; É um dos cinco atores que recebeu uma indicação da Academia de Artes e

Ciências Cinematográficas na categoria de melhor ator em uma de suas cinco primeiras aparições no cinema;

Em 30 de outubro de 1938 levou ao ar uma versão radiofônica de "Guerra dos Mundos", de H.G. Wells. O programa, realizado no formato de boletins de notícias que interrompiam um programa musical, incluindo entrevistas com supostas testemunhas da invasão marciana à Terra, gerou pânico nos Estados Unidos, com muitos ouvintes acreditando que os eventos narrados eram realmente verídicos.No dia seguinte Welles divulgou um pedido de desculpas pelo ocorrido, mas devido ao grande número de processos que a CBS teve que enfrentar, Welles e toda a equipe foram demitidos;

Apesar de sua reputação como ator e diretor, manteve durante muito tempo sua licença junto a Magician's Union, além de praticar periodicamente mágicas. De acordo com ele mesmo, assim poderia seguir adiante em uma carreira, caso fosse impedido de seguir trabalhando no cinema;

Tentou realizar uma versão cinematográfica do livro "Dom Quixote". As filmagens tiveram início em 1955 e seguiram até a década de 70, com grandes períodos de paralisação;

Uma versão incompleta do filme chegou a ser lançada na Espanha, em 1992;Na década de 70 realizou uma sátira a Hollywood chamada "The Other Side of the Wind" estrelada por John Huston e Peter Bogdanovich. As filmagens chegaram a ser concluídas, mas problemas legais e também na sua pós-produção impediram que fosse lançado nos cinemas;

Recusou o convite para dar voz ao personagem Darth Vader em Guerra nas Estrelas (1977), que acabou sendo eternizado pela voz de James Earl Jones;

Faleceu no mesmo dia que o astro Yul Brynner; Possui uma estrela na Calçada da Fama, localizada em 1600 Vine Street; Welles foi um dos dez maiores cineastas de todos os tempos; Cidadão Kane (1941) um dos maiores ícones do cinema, filme de Welles; Tirou o termo "Rosebud", do apelido particular que H.R. Hearst dava ao

clitóris de sua amante; “It’s all true”: Para Welles seria o melhor filme do mundo, mas “este foi o

desastre de minha história”.

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Foto rara de Orson Welles desembarcando em Fortaleza, 1942Chegou de um avião da 'Navegação Aérea Brasileira', no aeródromo "Alto da Balança",

uma parte do que é hoje o Aeroporto Internacional Pinto Martins

Capa histórica do jornal "O Povo", mencionando a celebridade chegando em Fortaleza

Matéria na Revista Portuguesa 'O Século Ilustrado', de 1946

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5. INOVAÇÃO

Welles inovou a estética do cinema com técnicas até então raríssimas nas produções cinematográficas. Algumas delas são: Ângulos de câmera (uso de plongée e contra-plongée). Exploração do campo (campo e contra-campo). Narrativa (narrativa não linear). Edição/Montagem (muito sofisticada para e época de sua realização, devido

a não linearidade da narrativa).

6. CORAGEM

Orson Welles retratou em "Citizen Kane" a vida e a decadência de um magnata da comunicação norte-americana, baseado na história do milionário William Randolph Hearst. Esse filme foi um marco na carreira do ator. Mesmo estando pronto, "Cidadão Kane" quase não saiu, fruto de problemas com Hearst.

Ele teve nove indicações para o Oscar, mas venceu apenas um, o de melhor roteiro original. Sua coragem de realizar esta obra prima acabou resultando no fechamento de muitas portas no futuro, beirando ao ostracismo no fim da vida.

7. DINAMISMO

Foi diretor, co-roteirista, produtor e ator em "Citizen Kane". O que é surpreendente, pois no cinema o acúmulo de funções acaba influenciando de maneira negativa no resultado final. Mas no caso de Welles surgiu uma obra completamente à frente do seu tempo.

8. CINE NEGRO

Este termo representa um tipo de filmes no qual se vê exprimido o tema eterno da contra posição dualismo entre o Bem e o Mau. Aparecem os aspectos mais negativos e abjetos do ser humano: o crime, a extorsão, a corrupção, o engano, etc... e personagens representativos como a Mulher Fatal.

A característica do estilo visual que reflete, não podia ser outro que o expressionismo caracterizado por um elevado contraste entre luzes e sombras. Dentro deste gênero Welles fez algumas dos seus filmes mais destacados como: A Dama de Xangai, Istambul, O estranho ou Sede de Mau.

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9. PLANO SEQUÊNCIA

Welles usava esta técnica de planejamento em que a câmara não deixa de rodar durante um tempo bastante dilatat, podendo usar "travellings" e diferentes tamanhos de planos e angulações no seguimento das personagens ou na exposição de um palco. Este procedimento não se usa habitualmente devido ao grande número de elementos que têm de se coordenar (atores, câmara, iluminacição etc.), tendo de iniciar-se de novo desde o princípio se alguns deles falham. Por este mesmo motivo resulta mais custos que um planejamento mais fragmentado.

Um dos mais famosos planos sequência da história do cinema pertence ao arranque do seu filme "Sete de Mau", no qual o suspense é centrado em uma bomba colocada num carro que atravessa pelo centro da cidade, combina com a apresentação do casal protagonista, envolvidos pelo ritmo de um tema de HenryMancini.

10.GRANDE ANGULAR

Este foi usado sistematicamente utilizado por Welles nas suas produções, já que o tipo de imagem deformada que oferece resposta perfeita ao seu interesse em oferecer um mundo onírico e em algumas ocasiões de pesadelo.

11.FRASES

"Com relação aos meus filmes, creio que não se baseiam tanto na procura como numa pesquisa. Se estivermos procurando por algo, o labirinto é o local mais adequado para a investigação."

"Não devemos ser malcriados, devemos ser umas pestes." "Muitas pessoas são bastante educadas para não falar com a boca cheia,

porém não se preocupam em fazê-lo com a cabeça oca" "Os esforços dos bajuladores para agradar nunca me espantaram, o que

sempre me espantou é o que ele querem em retribuição nunca valer a pena." "Se não fosse as mulheres, o homem ainda estaria agachado em uma

caverna comendo carne crua. Nós só construímos a civilização com fim de impressionar nossas namoradas."

"A única coisa verdadeira é o sonho." "Comecei em cima e trabalhei duro até chegar embaixo." "A incompetência deixa-me completamente fora de mim. Nunca repito nada e

quero tudo para ontem."

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"O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho." "É preciso ter dúvidas. Só os estúpidos tem uma confiança absoluta em si

mesmos." "Qualquer carreira no mundo artístico é uma montanha-russa, e muitos

sucessos resultam da combinação de várias circunstâncias felizes. Mas deve existir algo mais também."

"Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sozinhos."

"Mesmo quando não havia nenhuma esperança, sempre procurei dar o melhor de mim."

"Quando os deuses querem nos punir, eles atendem nossas orações." "Eu odeio a televisão. Eu odeio tanto quanto odeio amendoins. Mas eu não

consigo parar de comer amendoins."

12.EU E ORSON WELLES

Em 2008 foi lançado o drama “Me and Orson Welles” (“Eu e Orson Welles”, em tradução livre). Neste filme podemos ver o astro teen Zac Efron ("High School Musical”) ao lado da atrizClaire Danes (“Stardust: O Mistério da Estrela”).

Na narrativa, Efron interpreta um ator da peça “Júlio Cesar”, dirigida por Orson Welles, e Danes é uma assistente da produção teatral.

Dirigido por Richard Linklater (“O Homem Duplo”) e baseado no bestseller homônimo do escritor Robert Kaplow, o longa narra o sonho de um garoto que anseia pelo sucesso nos palcos.

O roteiro está nas mãos do iniciante Holly Gent Palmo. Logo na primeira oportunidade, ele entra para o elenco da peça “Júlio César”, de Shakespeare. A direção da peça está nas mãos de Orson Welles, que além de comandar o garoto, também o ensina valiosas lições.

No papel de Welles temos o novato Christian McKay, que junto de Ben Chaplin (“Meu Monstro de Estimação”), Eddie Marsan (“21 Gramas”) e Zoe Kazan (“Um Crime de Mestre”) formam o elenco do longa.

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CONCLUSÃO

Referir-se a Orson Welles como cineasta é extremamente reducionista. Ele foi também um homem de teatro, de rádio, e um ator shakesperiano, embora talvez não fosse um grande ator. 

Welles despertou ainda mais minha paixão pelo cinema. Como videolocador, conheço muitos filmes comerciais e não clássicos. Acabei por procurar, adquirir e assistir alguns sucessos do gênio.

Na pesquisa encontrei muitas histórias. Há até uma Lenda Urbana: Orson Welles planejava fazer um filme do Batman em 1940. Ocorre que é falsa, é uma lenda que o próprio CBR Estúdio ajudou a popularizar.

É célebre a comoção que Welles causou em 1938 ao transmitir em seu programa de rádio semanal uma adaptação do romance de H.G. Wells "A Guerra Dos Mundos".

Narrado de forma realista, o show fez muita gente nos Estados Unidos acreditar que Nova York estava sendo invadida por alienígenas. Orson tinha então vinte e três anos, e uma já longa carreira teatral. Aos vinte e cinco dirigiria Citizen Kane (1941), apontado por muitos críticos como sendo o melhor filme de todos os tempos. Ao meu ver há um bocado de exagero nesta afirmação. Kane não é nem o melhor filme de Welles - que é, de longe, A Marca da Maldade (A Touch of Evil), de 1958 - quanto mais o melhor do mundo.

É claro que o filme é altamente inovador, e revolucionou a narrativa cinematográfica. Mas inovador não é necessariamente bom. Embora Kane seja bom, e muito, é mais inovador do que bom.

Gastaríamos um livro falando das inovações do filme. Assim como poderíamos falar horas das inovações dos filmes do americano D.W. Griffith, o grande inovador da narrativa cinematográfica. No entanto, tirando os estudantes de cinema, quem agüenta os filmes de Griffith hoje em dia?

É claro que os recursos técnicos precários da época são uma boa desculpa para Griffith. Mas, em contrapartida, muitos críticos sustentam que apenas na época do filme mudo se fazia um cinema puro, pois era a imagem que conduzia a ação, e não os diálogos.

Esta discussão é irrelevante, a única contribuição do cinema às artes é a montagem, a edição, o resto todo vem da pintura e do teatro. E outros filmes mudos, os de Chaplin, Buster Keaton, muitos alemães expressionistas e Eisenstein ainda são bem palatáveis hoje em dia, especialmente os dois primeiros, por serem cômicos (e nunca se julga as comédias com o mesmo rigor que se julga o drama). Mas Griffith, não.

No "falso-documentário" de Kane, que voltaria a fazer em F for Fake, em 1975, ou seja, mais de trinta anos depois! - se conta uma biografia resumida de um magnata das comunicações

E a falta de senso crítico sobre o enorme ego de Kane é reflexo da falta de senso crítico sobre o enorme ego de Welles, que com apenas 23 anos, chegou

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como um rei em Hollywood, com um contrato de liberdade artística total que despertou muitos ciúmes e ressentimentos na comunidade cinematográfica já ali estabelecida - ninguém tinha um contrato igual.

Mas Welles afrontou abertamente o sistema, e foi jogado aos leões. Assim que concluiu as filmagens de Soberba (The Magnificent Ambersons, 1942), foi mandado aqui para o Brasil, para fazer um filme de boa-vizinhança, assim como Disney, que fez por isso Alô, Amigos(1943) na época da Segunda Guerra.

Enquanto Welles filmava e se embebedava no Rio de Janeiro, não necessariamente nessa ordem, Soberba era mutilado sem o seu conhecimento na sala de edição em Hollywood.

Muito do que Welles filmou foi descartado e se perdeu pra sempre. O filme foi exibido, mas estava completamente diferente do que pretendia, e não havia nada que ele pudesse fazer. Jamais se recuperaria do golpe de seu filme, aquele que ele considerou ter sido seu melhor produto.

REFERÊNCIAS

Bazin, Andre. Orson Welles, Ed. Jorge Zahar, 2005.

F.X. Feeney. Orson Welles. The Misunderstood Genius, Págs: 192. Ed. Taschen GMBH. ISBN: 9783822820032., 2006, Idioma: Inglês.

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=723286

http://pt.wikiquote.org/wiki/Orson_Welles

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u510.jhtm

http://www.infoescola.com/biografias/orson-welles/

http://www.imdb.com/name/nm0000080/

http://books.google.com.br/books?id=wXlsbCLgt70C&pg=PA42&lpg=PA42&dq=porque+estudamos+orson+welles&source=bl&ots=UmmLp1NBtQ&sig=bK2H0nFufUfWX7CccLnPBKd7u-s&hl=pt-BR&ei=XGAyTcjOFIetgQecxY3iCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CCYQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false

http://www.reelclassics.com/Actors/Welles/welles.htm