orquestras que vão do afro ao erudito invadem o tvv

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SALVADOR TERÇA-FEIRA 13/12/2011 4 SALVADOR TERÇA-FEIRA 13/12/2011 5 2 2 ROCK Whole Lotta Led Zeppelin, de Jon Bream, traz farto material sobre a banda Magia e poder do Led Zeppelin em volume com história ilustrada EDUARDO BASTOS Depois da substanciosa biogra- fia não oficial do Led Zeppelin, escrita pelo jornalista Mick Wall, outro volume tão pesado quan- to o som da banda inglesa de- sembarca nas lojas brasileiras para recontar sua trajetória. Trata-se da história ilustrada Whole Lotta Led Zeppelin (Edi- tora Agir), organizada pelo tam- bém jornalista Jon Bream, um livrão de 288 páginas que, além de textos e depoimentos, é re- cheado do começo ao fim de fotos coloridas e em p&b da banda e de souvenirs ligados a ela, como cartazes e ingressos de shows, camisetas, discos e capas de revistas. O volume já seduz de cara pelo farto material que reúne, não só fotográfico, mas de tex- to, uma vez que Jon Bream não se limita a narrar de próprio pu- nho a história do Zeppelin. Aos seus textos ele acrescenta ou- tros de velhos e novos jorna- listas e críticos, depoimentos de estrelas do rock, matérias fa- mosas publicadas em veículos como Rolling Stone, Creem e Billboard e trechos de outros li- vros sobre a banda, como os sensacionalistas The Hammer of the Gods, de Stephen Davis, e Stairway to Heaven: Led Zep- pelin Uncensored, de Richard Co- le, ex-gerente de turnê da ban- reunião, no concerto do final de 2007 na arena O2, em Londres, com Jason Bonham, filho de John, na bateria. Se como organizador Jon Bream brilha pela qualidade do material, por outro lado dei- xa-se levar pela folclorização costumeira ao afirmar, por exemplo, que Jimmy Page era apreciador de magia negra. A este respeito, Mick Wall, autor de Led Zeppelin – Quando os Gigantes Caminhavam sobre a Terra, foi muito mais honesto, pesquisando sobre a vida e o sistema mágico do ocultista Aleister Crowley, de quem Page é seguidor, e deixando qualquer julgamento em aberto. Mas no próprio livro de Bream há pistas sobre o assun- to, como esta fala de Plant sobre Page: “Ele tinha algum prazer por as pessoas terem a impres- são errada a seu respeito”. Ou nesta frase de Burroughs: “Jim- my disse que Crowley foi amal- diçoado e tachado de mago ne- gro, enquanto a magia não é nem branca nem negra, nem boa nem ruim”. No mais, há outras falas co- letadas que lançam um pouco mais de luz sobre a própria si- tuação de cada integrante no grupo. Assim, temos, por exem- plo, um Plant autocrítico em re- lação ao seu desempenho no primeiro disco: “Eu estava mui- to intimidado naquela época”. John Paul Jones, por sua vez, assume sua preferência pela obscuridade: “Não gostaria de ficar sob os holofotes, tocando como Jimmy”. E, se ainda havia dúvidas so- bre quem dava as cartas ali, con- fira só esta frase de Plant: “O Led Zeppelin, de fato, era o Jimmy. Meu papel era, sobretudo, dar relevo a ele”. No último álbum, no entanto, Page parecia alheio, deixando a direção com Jones e Plant. Mas ele garante que já pensava no futuro da banda: “Bonzo [John Bonham] e eu já tínhamos começado a discutir planos para a produção de um álbum de rock mais pesado de- pois daquilo. Sentimos, ambos, que In Through The Out Door era um pouco suave demais”. Reprodução Robert Plant dando relevo aos voos do guitarrista Jimmy Page WHOLE LOTTA LED ZEPPELIN / JON BREAM Editora Agir / 288 p. / R$ 59,90 / www.approach.com.br VERENA PARANHOS Música instrumental em todos os sentidos: erudita, clássica, ro- ck, contemporânea, jazz, per- cussiva. É esta a mistura pro- posta pelo XVII Festival de Mú- sica Instrumental da Bahia, que acontece de sexta a domingo, às 19 horas, no Vila Velha. “Desde o início a gente teve a ideia de colocar todo esse cal- deirão junto. Misturar a orques- tra sinfônica, o jazz, o afro”, con- ta o idealizador e curador do evento, maestro Zeca Freitas, que faz questão de manter como prerrogativa a amplitude mu- sical e a reunião de nomes da cena local e nacional. “Este ano temos três grandes orquestras bem distintas: a Afro Sinfônica, influenciada pelo rit- mo africano, a de Todos-os-San- tos, mais jazzística, e a Sanbone, que mistura o pagode e a música erudita”, completa Fernando Marinho, ator e pianista, tam- bém curador do festival. Além das sinfônicas, que jun- tas somam cerca de 90 músicos, esta edição também conta com a participação do multi-instru- mentista Arismar do Espírito Santo, um dos grandes nomes da música do País. “O momento da música instrumental brasilei- ra é muito bom, com eventos de qualidade e um público a fim de ouvir o som de vários estilos”, avalia o músico de 37 anos de carreira, que já tocou, entre tan- tos outros, com Hermeto Pas- coal, César Camargo Mariano e Paulo Moura, nomes que já pas- saram pelo festival. Na apresen- tação, Arismar, acompanhado de Vinícius Dorin e Cleber Al- meida, toca samba, baião, xote, balada: “A explosão da música brasileira é infinita”, diz. O Grupo Garagem, que foi lançado pelo evento, participa desta edição e será homenagea- do: “A gente não poderia estar Ricardo Prado / Divulgação A Orquestra Afro Sinfônica, com o maestro Ubiratan Marques “O momento da música instrumental brasileira é muito bom, com eventos de qualidade ” ARISMAR DO ESPÍRITO SANTO, músico JAZZ Afro Sinfônica, de Todos-os-Santos e Sanbone estão entre as atrações do XVII Festival de Música Instrumental, de sexta a domingo Orquestras que vão do afro ao erudito invadem o TVV TRÊS DIAS DE MÚSICA INSTRUMENTAL SEXTA Gabi Guedes, Sanbone Pagode Orquestra e o Grupo Garagem (Ivan Huol, Ivan Bastos e Rowney Scott) SÁBADO Triat’uan (Edu Fagundes, Luciano Chaves e Antonio Annunciação), Orquestra Afro Sinfônica com o maestro Ubiratan Marques e o Duo Kiko Continentino & Paulo Russo DOMINGO Adson Sodré & Speed Plain, Orquestra de Todos-os-Santos com o maestro Zeca Freitas e Arismar do Espírito Santo e Banda TEATRO VILA VELHA / R$ 2 E R$ 1 Cedida pela Ass. do Fest. de Música Instrumental fora dessa festa de 30 anos”, comenta Zeca Freitas. Outras personalidades da música ins- trumental baiana também se- rão homenageadas: Letieres Leite, Antonio Annunciação, Ri- cardo Castro e o violinista Sa- lomão Rabinovitz, ex-diretor da Orquestra Sinfônica da Bahia, que faleceu em setembro. Formação O Festival de Músical Instrumen- tal da Bahia teve nove edições consecutivas de 1980 a 1988 e foi retomado em 2001. “Aquela era uma outra época, a produção era amadora. Hoje a estrutura é outra”, conta Zeca, para quem a música instrumen- tal sempre teve um público ca- tivo, apesar de pequeno. O maestro Ubiratan Marques, criador da Orquestra Afro Sin- fônica, acredita que o evento foi de grande importância para a formação dos músicos que atuam na cena soteropolitana. “A gente era a plateia desse fes- tival. Naquele tempo, nós não tínhamos essa abertura, inter- net, tanta informação. Foram as primeiras vezes que eu vi grupos tocando ao vivo”, diz. Hugo San, maestro da San- bone, vê o festival como “um catalisador, que motiva os gru- pos a produzir, trabalhar e de- senvolver conceitos”. Para relembrar os momentos gloriosos das edições anterio- res, o festival traz uma expo- sição audiovisual, com curado- ria de Fernando Marinho e da fotógrafa Sora Maia. Fotogra- fias, material promocional e au- diovisual revivem momentos dos antigos encontros musicais realizados no Castro Alves, Forte de São Diogo e Solar do Unhão, além de Cachoeira e Jequié, na edição de 2010. da, que se limitam a narrar os famosos e muitas vezes lendá- rios excessos praticados por Jim- my Page (guitarra), Robert Plant (voz), John Paul Jones (baixo e teclados) e John Bo- nham (bateria) nas turnês. Esta parte picante inclui ainda falas de famosas groupies que passaram pelos braços de Jim- my Page, como Pamela Des Bar- res. Há depoimentos de rocks- tars como Ace Frehley (Kiss), Ray Davies (Kinks), Chad Smith (Red Hot Chili Peppers), Tom Morello (Rage Against the Machine), Ch- ris Robinson (Black Crowes), Ian Hunter (Mott the Hoople) e até da cantora country Dolly Parton – sem falar no cineasta e jor- nalista Cameron Crowe e no es- critor Nick Hornby. Outras estrelas do rock con- tribuíram com textos próprios, como Joe Perry (Aerosmith), Pe- ter Frampton – que vê Page mais como um arranjador, um or- questrador – e o baterista Don Brewer, do Grand Funk, além das fãs de carterinha Ann e Nan- cy Wilson, do grupo Heart. Outra preciosidade que o livro reproduz é a famosa entrevista do escritor beatnik William Bur- roughs com Page, em 1975, pa- ra a revista Crawdaddy!. Ordem cronológica A narrativa de Whole Lotta Led Zeppelin vai desde a formação do grupo, das cinzas do Yard- birds, em 1968, passa pela dis- solução, com a morte de John Bonham, em 1980, até a última CURTAS Risadaria 2012 encerra inscrição Já estão abertas as inscrições para o 2º Campeonato Brasi- leiro de Stand-Up Comedy com o Risadaria 2012. O campeo- nato terá cinco etapas: inscrição online, pré-seleção, classifica- tórias regionais, votação popu- lar e a grande final, entre os dias 22 e 25 de março, no Pavilhão da Bienal, em São Paulo. As inscrições são gratuitas e os candidatos podem concorrer com até três vídeos (duração máxima de cinco minutos cada um) em www.risada- ria.com.br/campeonato. Até 16 de janeiro de 2012. CURTAS Os Descendentes e O Artista são favoritos O Artista, um filme em preto e branco sobre Hollywood, o dra- ma Os Descendentes, o ator Brad Pitt e os diretores Martin Scorsese e Terrence Malick fo- ram premiados no domingo pe- los críticos e grupos da indústria cinematográfica dos Estados Unidos, que homenagearam os melhores filmes do ano. Eles anunciaram suas escolhas para os melhores filmes e desem- penhos de 2011, iniciando uma semana importante, em que se- rão anunciadas as indicações para o Globo de Ouro e o Screen Actors Guilds. Concurso premia roteiro para curtas Visando ampliar a qualidade fi- nal dos curtas-metragens, o I Curtateleimage abre inscrições dia 15. O prêmio contempla dois roteiros, um de ficção e um de documentário de até 20 mi- nutos. Os vencedores serão anunciados em 30 de abril de 2012 e receberão como prêmio o financiamento de finalização de imagem e som. A Fuji Filmes fornecerá todo o internegativo para o transfer de imagem dos filmes premiados. Inscrições até de março de 2012 no www.teleimage.com.br/cur- tateleimage. Motumbá agita na virada com Carla Visi Motumbá, Carla Visi e a Banda Água Viva vão animar o Réveil- lon do Cepe – Salvador, que terá como tema este ano Nossa Gen- te, Nossa História. Os convites já estão à venda, de terça a domingo, das 8h30 às 17 horas. Para sócios, as mesas custam entre R$ 490 (4 lugares) e 890 (8 lugares), camarote R$ 300 e pista R$ 100. Para os não-só- cios, a mesa vai de R$ 690 a R$ 1.100 e pista R$ 150. Sócios aposentados têm tarifas espe- ciais. Para mais informações: (71) 3374-8550/ 3374/8552 / 3374-8556 / 3374-8574. Ricardo Prado / Divulgação Motumbá leva sua energia para a festa da virada no Clube Cepe Forte São Diogo prepara Réveillon Já estão sendo vendidos os in- gressos para o Réveillon no For- te de São Diogo, no Porto da Barra. Há 13 anos, Rosa Julina e Vinícius Almeida organizam o evento e preparam grandes atrações, a partir das 22 horas. Estrategicamente localizado, quem optar pela festa no forte terá uma vista privilegiada e, de quebra, poderá assistir à quei- ma de fogos do Farol da Barra. Ingressos podem ser adquiri- dos nos balcões da Ticket Mix. Informações: (71) 9140-2665, 8815-1705. Visite reveillondo- fortesaodiogo.com.br. TELEVISÃO Com ou sem sotaque, portugueses marcam presença nas novelas GABRIELA SIMIONATO Folhapress, São Paulo Ricardo Pereira, Marina Mota, Maria Vieira e Paulo Rocha es- tão em alta. A presença de tan- tos atores portugueses nas no- velas é um reflexo da qualidade das produções nacionais e do sucesso dos personagens imi- grantes, sempre engraçados. Em Aquele Beijo, de Miguel Falabella, Vicente (Ricardo Pe- reira) vive um triângulo amo- roso com Lucena (Grazi Massa- fera) e Cláudia (Giovanna An- tonelli) e é filho da divertida Amália (Marina Mota), que tra- balha em parceria com Brittes (Maria Vieira) no restaurante Sonho D'Aveiro. O núcleo português da novela se diz contente com o convite de Falabella, que cria situações inu- sitadas para cada um. “O convite surgiu do próprio Miguel. Ele me procurou quando eu estava ter- minando um projeto em Por- tugal, e aceitei. Está sendo in- crível”, diz Marina. Para Ricardo Pereira, a tele- dramaturgia portuguesa e a brasileira são semelhantes em qualidade, mas não em quan- tidade: “O número de pessoas que assistem é muito diferente. O fenômeno novela é algo bas- tante cultural, está enraizado na vida do brasileiro. Naturalmen- te, faz com que elas tenham um grande impacto na sociedade. Além disso, o dinheiro que é gerado por ela faz com que as produções tenham um maior in- vestimento”. Já em Fina Estampa, Guaracy (Paulo Rocha) está ganhando o coração dos telespectadores. Agora, o núcleo estrangeiro será reforçado com a presença de Al- bertinho (André Garolli), que in- terpreta o primo de Guaracy. Jeitinho O sotaque português pode ser um empecilho na hora de con- seguir outros papéis. Para Ri- cardo Pereira, o Vicente de Aquele Beijo, perder o jeitinho português de falar abriu as por- tas para que ele pudesse inter- pretar novos papéis, fugindo do estereótipo de imigrante em to- das as novelas. O processo nem sempre é fá- cil. No caso dele, que está no Brasil há cerca de sete anos, o tratamento com uma fonoau- dióloga foi o que o ajudou a deixar o sotaque de lado. “Isso exige dedicação, persistência e vontade de se desprender do seu sotaque e da sua lín- gua-mãe. Assim, posso repre- sentar personagens, mostrando as emoções dele”, opina. Para Ricardo Pereira, novela portuguesa e brasileira são semelhantes em qualidade Calendário Pirelli 2012 Modelo lituana Edita Vilkeviciute é uma das 12 belas, incluindo a brasileira Isabeli Fontana, clicadas por Mario Sorrenti para o 39º Calendário Pirelli 2012, que escolheu como cenário a ilha da Córsega Mario Sorrenti / Divulgação Objetos da mansão de Michael irão a leilão Objetos que estavam na man- são onde Michael Jackson mor- reu serão leiloados no sábado. Cerca de 500 lotes, formados principalmente por pinturas, móveis e ornamentos, foram retirados do imóvel alugado por Jackson no bairro de Bel Air, em Beverly Hills, onde ele se preparava para uma tempora- da de shows que faria em Lon- dres. Poucos desses objetos têm alguma relação pessoal com o cantor e sua família. JOLIVALDO FREITAS LANÇA LIVRO NESTA QUINTA O escritor e jornalista Jolivaldo Freitas lança o livro Histórias da Bahia – Jeito Baiano, quinta-feira, às 18 horas, no Pestana Convento do Carmo. Aborda com fino humor personagens e fatos.

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Matéria de apresentação do XVII Festival de Música Instrumental, de sexta a domingoCaderno 2+, Jornal A Tarde, 13 de dezembro de 2011

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Page 1: Orquestras que vão do afro ao erudito invadem o TVV

SALVADOR TERÇA-FEIRA 13/12/20114 SALVADOR TERÇA-FEIRA 13/12/2011 52 2ROCK Whole Lotta Led Zeppelin, de JonBream, traz farto material sobre a banda

Magia e poderdo Led Zeppelinem volume comhistória ilustradaEDUARDO BASTOS

Depois da substanciosa biogra-fia não oficial do Led Zeppelin,escrita pelo jornalista Mick Wall,outro volume tão pesado quan-to o som da banda inglesa de-sembarca nas lojas brasileiraspara recontar sua trajetória.

Trata-se da história ilustradaWhole Lotta Led Zeppelin (Edi-tora Agir), organizada pelo tam-bém jornalista Jon Bream, umlivrão de 288 páginas que, alémde textos e depoimentos, é re-cheado do começo ao fim defotos coloridas e em p&b dabanda e de souvenirs ligados aela, como cartazes e ingressosde shows, camisetas, discos ecapas de revistas.

O volume já seduz de carapelo farto material que reúne,não só fotográfico, mas de tex-to, uma vez que Jon Bream nãose limita a narrar de próprio pu-nho a história do Zeppelin. Aosseus textos ele acrescenta ou-tros de velhos e novos jorna-listas e críticos, depoimentos deestrelas do rock, matérias fa-mosas publicadas em veículoscomo Rolling Stone, Creem eBillboard e trechos de outros li-vros sobre a banda, como ossensacionalistas The Hammer ofthe Gods, de Stephen Davis, eStairway to Heaven: Led Zep-pelinUncensored,deRichardCo-le, ex-gerente de turnê da ban-

reunião, no concerto do final de2007 na arena O2, em Londres,com Jason Bonham, filho deJohn, na bateria.

Se como organizador JonBream brilha pela qualidade domaterial, por outro lado dei-xa-se levar pela folclorizaçãocostumeira ao afirmar, porexemplo, que Jimmy Page eraapreciador de magia negra. Aeste respeito, Mick Wall, autorde Led Zeppelin – Quando osGigantes Caminhavam sobre aTerra, foi muito mais honesto,pesquisando sobre a vida e osistema mágico do ocultistaAleister Crowley, de quem Pageé seguidor, e deixando qualquerjulgamento em aberto.

Mas no próprio livro deBream há pistas sobre o assun-to, como esta fala de Plant sobrePage: “Ele tinha algum prazerpor as pessoas terem a impres-são errada a seu respeito”. Ounesta frase de Burroughs: “Jim-my disse que Crowley foi amal-diçoado e tachado de mago ne-gro, enquanto a magia não énem branca nem negra, nemboa nem ruim”.

No mais, há outras falas co-letadas que lançam um poucomais de luz sobre a própria si-tuação de cada integrante nogrupo. Assim, temos, por exem-plo, um Plant autocrítico em re-lação ao seu desempenho noprimeiro disco: “Eu estava mui-to intimidado naquela época”.

John Paul Jones, por sua vez,assume sua preferência pelaobscuridade: “Não gostaria deficar sob os holofotes, tocandocomo Jimmy”.

E, se ainda havia dúvidas so-bre quem dava as cartas ali, con-fira só esta frase de Plant: “O LedZeppelin, de fato, era o Jimmy.Meu papel era, sobretudo, darrelevo a ele”. No último álbum,noentanto,Pagepareciaalheio,deixando a direção com Jones ePlant. Mas ele garante que jápensava no futuro da banda:“Bonzo [John Bonham] e eu játínhamos começado a discutirplanos para a produção de umálbum de rock mais pesado de-pois daquilo. Sentimos, ambos,que In Through The Out Door eraum pouco suave demais”.

Reprodução

Robert Plantdando relevoaos voos doguitarristaJimmy Page

WHOLE LOTTA LED ZEPPELIN / JON BREAM

Editora Agir / 288 p. / R$ 59,90/ www.approach.com.br

VERENA PARANHOS

Música instrumental em todosos sentidos: erudita, clássica, ro-ck, contemporânea, jazz, per-cussiva. É esta a mistura pro-posta pelo XVII Festival de Mú-sica Instrumental da Bahia, queacontece de sexta a domingo, às19 horas, no Vila Velha.

“Desde o início a gente teve aideia de colocar todo esse cal-deirão junto. Misturar a orques-tra sinfônica, o jazz, o afro”, con-ta o idealizador e curador doevento, maestro Zeca Freitas,quefazquestãodemantercomoprerrogativa a amplitude mu-sical e a reunião de nomes dacena local e nacional.

“Este ano temos três grandesorquestras bem distintas: a AfroSinfônica, influenciada pelo rit-mo africano, a de Todos-os-San-tos, mais jazzística, e a Sanbone,quemisturaopagodeeamúsicaerudita”, completa FernandoMarinho, ator e pianista, tam-bém curador do festival.

Além das sinfônicas, que jun-tas somam cerca de 90 músicos,esta edição também conta coma participação do multi-instru-mentista Arismar do EspíritoSanto, um dos grandes nomesda música do País. “O momentoda música instrumental brasilei-ra é muito bom, com eventos dequalidade e um público a fim deouvir o som de vários estilos”,avalia o músico de 37 anos decarreira, que já tocou, entre tan-tos outros, com Hermeto Pas-coal, César Camargo Mariano ePaulo Moura, nomes que já pas-saram pelo festival. Na apresen-tação, Arismar, acompanhadode Vinícius Dorin e Cleber Al-meida, toca samba, baião, xote,balada: “A explosão da músicabrasileira é infinita”, diz.

O Grupo Garagem, que foilançado pelo evento, participadestaediçãoeseráhomenagea-do: “A gente não poderia estar

Ricardo Prado / Divulgação

A Orquestra AfroSinfônica, com omaestro UbiratanMarques

“O momentoda músicainstrumentalbrasileira é muitobom, com eventosde qualidade ”

ARISMAR DO ESPÍRITO SANTO, músico

JAZZ Afro Sinfônica, de Todos-os-Santos e Sanbone estão entre as atrações do XVII Festival de Música Instrumental, de sexta a domingo

Orquestras que vão do afro ao erudito invadem o TVVTRÊS DIAS DE MÚSICAINSTRUMENTAL

SEXTA Gabi Guedes,Sanbone Pagode Orquestrae o Grupo Garagem (IvanHuol, Ivan Bastos eRowney Scott)

SÁBADO Triat’uan (EduFagundes, Luciano Chavese Antonio Annunciação),Orquestra Afro Sinfônicacom o maestro UbiratanMarques e o Duo KikoContinentino &Paulo Russo

DOMINGO Adson Sodré &Speed Plain, Orquestra deTodos-os-Santos com omaestro Zeca Freitas eArismar do Espírito Santoe Banda

TEATRO VILA VELHA / R$ 2 E R$ 1

Cedida pela Ass. do Fest. de Música Instrumental

fora dessa festa de 30 anos”,comenta Zeca Freitas. Outraspersonalidades da música ins-trumental baiana também se-rão homenageadas: LetieresLeite, Antonio Annunciação, Ri-cardo Castro e o violinista Sa-lomão Rabinovitz, ex-diretor daOrquestra Sinfônica da Bahia,que faleceu em setembro.

FormaçãoO Festival de Músical Instrumen-

tal da Bahia teve nove ediçõesconsecutivas de 1980 a 1988 esó foi retomado em 2001.“Aquela era uma outra época, aprodução era amadora. Hoje aestrutura é outra”, conta Zeca,para quem a música instrumen-tal sempre teve um público ca-tivo, apesar de pequeno.

OmaestroUbiratanMarques,criador da Orquestra Afro Sin-fônica, acredita que o evento foide grande importância para a

formação dos músicos queatuam na cena soteropolitana.“A gente era a plateia desse fes-tival. Naquele tempo, nós nãotínhamos essa abertura, inter-net, tanta informação. Foram asprimeiras vezes que eu vi grupostocando ao vivo”, diz.

Hugo San, maestro da San-bone, vê o festival como “umcatalisador, que motiva os gru-pos a produzir, trabalhar e de-senvolver conceitos”.

Para relembrar os momentosgloriosos das edições anterio-res, o festival traz uma expo-sição audiovisual, com curado-ria de Fernando Marinho e dafotógrafa Sora Maia. Fotogra-fias, material promocional e au-diovisual revivem momentosdos antigos encontros musicaisrealizados no Castro Alves, Fortede São Diogo e Solar do Unhão,além de Cachoeira e Jequié, naedição de 2010.

da, que se limitam a narrar osfamosos e muitas vezes lendá-rios excessos praticados por Jim-my Page (guitarra), RobertPlant (voz), John Paul Jones(baixo e teclados) e John Bo-nham (bateria) nas turnês.

Esta parte picante inclui aindafalas de famosas groupies quepassaram pelos braços de Jim-my Page, como Pamela Des Bar-

res. Há depoimentos de rocks-tars comoAceFrehley(Kiss),RayDavies (Kinks), Chad Smith (RedHot Chili Peppers), Tom Morello(Rage Against the Machine), Ch-ris Robinson (Black Crowes), IanHunter (Mott the Hoople) e atéda cantora country Dolly Parton– sem falar no cineasta e jor-nalista Cameron Crowe e no es-critor Nick Hornby.

Outras estrelas do rock con-tribuíram com textos próprios,como Joe Perry (Aerosmith), Pe-terFrampton–quevêPagemaiscomo um arranjador, um or-questrador – e o baterista DonBrewer, do Grand Funk, alémdas fãs de carterinha Ann e Nan-cy Wilson, do grupo Heart.

Outrapreciosidadequeolivroreproduz é a famosa entrevista

do escritor beatnik William Bur-roughs com Page, em 1975, pa-ra a revista Crawdaddy!.

Ordem cronológicaA narrativa de Whole Lotta LedZeppelin vai desde a formaçãodo grupo, das cinzas do Yard-birds, em 1968, passa pela dis-solução, com a morte de JohnBonham, em 1980, até a última

CURTAS

Risadaria 2012encerra inscrição

Já estão abertas as inscriçõespara o 2º Campeonato Brasi-leiro de Stand-Up Comedy como Risadaria 2012. O campeo-natoterácincoetapas: inscriçãoonline, pré-seleção, classifica-tórias regionais, votação popu-lareagrandefinal,entreosdias22 e 25 de março, no Pavilhãoda Bienal, em São Paulo. Asinscrições são gratuitas e oscandidatos podem concorrercom até três vídeos (duraçãomáxima de cinco minutos cadaum) em www.risada-ria.com.br/campeonato. Até16 de janeiro de 2012.

CURTAS

Os Descendentes e OArtista são favoritos

O Artista, um filme em preto ebranco sobre Hollywood, o dra-ma Os Descendentes, o atorBrad Pitt e os diretores MartinScorsese e Terrence Malick fo-ram premiados no domingo pe-loscríticosegruposdaindústriacinematográfica dos EstadosUnidos, que homenagearam osmelhores filmes do ano. Elesanunciaram suas escolhas paraos melhores filmes e desem-penhos de 2011, iniciando umasemanaimportante,emquese-rão anunciadas as indicaçõespara o Globo de Ouro e o ScreenActors Guilds.

Concurso premiaroteiro para curtas

Visando ampliar a qualidade fi-nal dos curtas-metragens, o ICurtateleimage abre inscriçõesdia 15. O prêmio contempladois roteiros, um de ficção e umde documentário de até 20 mi-nutos. Os vencedores serãoanunciados em 30 de abril de2012 e receberão como prêmioo financiamento de finalizaçãode imagem e som. A Fuji Filmesfornecerá todo o internegativopara o transfer de imagem dosfilmes premiados. Inscriçõesaté de março de 2012 nowww.teleimage.com.br/cur-tateleimage.

Motumbá agita navirada com Carla Visi

Motumbá, Carla Visi e a BandaÁgua Viva vão animar o Réveil-londoCepe–Salvador,queterácomo tema este ano Nossa Gen-te, Nossa História. Os convitesjá estão à venda, de terça adomingo,das8h30às17horas.Para sócios, as mesas custamentre R$ 490 (4 lugares) e 890(8 lugares), camarote R$ 300 epista R$ 100. Para os não-só-cios, a mesa vai de R$ 690 a R$1.100 e pista R$ 150. Sóciosaposentados têm tarifas espe-ciais. Para mais informações:(71) 3374-8550/ 3374/8552 /3374-8556 / 3374-8574.

Ricardo Prado / Divulgação

Motumbá leva sua energia paraa festa da virada no Clube Cepe

Forte São Diogoprepara Réveillon

Já estão sendo vendidos os in-gressos para o Réveillon no For-te de São Diogo, no Porto daBarra. Há 13 anos, Rosa Julinae Vinícius Almeida organizam oevento e preparam grandesatrações, a partir das 22 horas.Estrategicamente localizado,quem optar pela festa no forteteráumavistaprivilegiadae,dequebra, poderá assistir à quei-ma de fogos do Farol da Barra.Ingressos podem ser adquiri-dos nos balcões da Ticket Mix.Informações: (71) 9140-2665,8815-1705. Visite reveillondo-fortesaodiogo.com.br.

TELEVISÃO

Com ou sem sotaque, portuguesesmarcam presença nas novelasGABRIELA SIMIONATOFolhapress, São Paulo

Ricardo Pereira, Marina Mota,Maria Vieira e Paulo Rocha es-tão em alta. A presença de tan-tos atores portugueses nas no-velas é um reflexo da qualidadedas produções nacionais e dosucesso dos personagens imi-grantes, sempre engraçados.

Em Aquele Beijo, de MiguelFalabella, Vicente (Ricardo Pe-reira) vive um triângulo amo-roso com Lucena (Grazi Massa-fera) e Cláudia (Giovanna An-tonelli) e é filho da divertidaAmália (Marina Mota), que tra-balha em parceria com Brittes(Maria Vieira) no restauranteSonho D'Aveiro.

Onúcleoportuguêsdanovelase diz contente com o convite deFalabella, que cria situações inu-sitadasparacadaum.“OconvitesurgiudopróprioMiguel.Elemeprocurou quando eu estava ter-minando um projeto em Por-tugal, e aceitei. Está sendo in-crível”, diz Marina.

Para Ricardo Pereira, a tele-dramaturgia portuguesa e abrasileira são semelhantes emqualidade, mas não em quan-tidade: “O número de pessoasque assistem é muito diferente.O fenômeno novela é algo bas-tante cultural, está enraizado navida do brasileiro. Naturalmen-te, faz com que elas tenham umgrande impacto na sociedade.Além disso, o dinheiro que égerado por ela faz com que asproduções tenham um maior in-vestimento”.

Já em Fina Estampa, Guaracy

(Paulo Rocha) está ganhando ocoração dos telespectadores.Agora,onúcleoestrangeiroseráreforçado com a presença de Al-bertinho (André Garolli), que in-terpreta o primo de Guaracy.

JeitinhoO sotaque português pode serum empecilho na hora de con-seguir outros papéis. Para Ri-cardo Pereira, o Vicente deAquele Beijo, perder o jeitinhoportuguês de falar abriu as por-tas para que ele pudesse inter-pretar novos papéis, fugindo doestereótipo de imigrante em to-das as novelas.

O processo nem sempre é fá-cil. No caso dele, que está noBrasil há cerca de sete anos, otratamento com uma fonoau-dióloga foi o que o ajudou adeixar o sotaque de lado. “Issoexige dedicação, persistência evontade de se desprender doseu sotaque e da sua lín-gua-mãe. Assim, posso repre-sentarpersonagens,mostrandoas emoções dele”, opina.

Para RicardoPereira, novelaportuguesa ebrasileira sãosemelhantesem qualidade

Calendário Pirelli 2012Modelo lituana Edita Vilkeviciute é uma das 12 belas, incluindo a brasileira Isabeli Fontana, clicadaspor Mario Sorrenti para o 39º Calendário Pirelli 2012, que escolheu como cenário a ilha da Córsega

Mario Sorrenti / Divulgação

Objetos da mansão de Michael irão a leilão

Objetos que estavam na man-são onde Michael Jackson mor-reu serão leiloados no sábado.Cerca de 500 lotes, formadosprincipalmente por pinturas,móveis e ornamentos, foramretirados do imóvel alugado

por Jackson no bairro de Bel Air,em Beverly Hills, onde ele sepreparava para uma tempora-da de shows que faria em Lon-dres. Poucos desses objetostêm alguma relação pessoalcom o cantor e sua família.

JOLIVALDO FREITAS LANÇALIVRO NESTA QUINTA

O escritor e jornalistaJolivaldo Freitas lança o livroHistórias da Bahia – JeitoBaiano, quinta-feira, às 18horas, no Pestana Conventodo Carmo. Aborda com finohumor personagens e fatos.

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