orientaÇÕes metodolÓgicas · quem - de cada vez que muda queira começar do zero (como quem...
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ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
FASCÍCULO I
ELABORADORES
Maria Lucia Cavalcante Wagner Geminiano dos Santos
COLABORADORES
Délio Roberto Freire Paulo Alexandre da Silva Filho
2019
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Prezado (a) Professor (a),
A partir da construção e publicação do Currículo de Pernambuco para o Ensino
Fundamental, a Secretaria de Educação e Esportes do Estado, em parceria com a
Undime, apresenta os Cadernos de Orientações Metodológicas como material
de apoio. Estes cadernos foram elaborados com o objetivo de proporcionar
sugestões didático-metodológicas que contribuam com a prática docente. Eles se
constituem em documentos complementares que abordam objetos de
conhecimento, unidades temáticas e temais contemporâneos, entre outros
aspectos, contemplando todos os componentes curriculares, com ênfase na
conexão entre a teoria e a prática, promovendo a articulação ora entre as
competências gerais e específicas, ora entre estas e as habilidades a serem
desenvolvidas a cada ano escolar. Ressaltamos que este é o primeiro fascículo de
uma série de outros cadernos que serão publicados posteriormente.
As atividades propostas no Caderno de Orientações Metodológicas poderão
servir de inspiração para a elaboração e o desenvolvimento de outras atividades
que busquem promover o engajamento dos estudantes no processo de ação e
reflexão, favorecendo a construção e sistematização dos conhecimentos.
Esperamos que este material contribua para enriquecer a sua prática de sala
de aula, auxiliando você, professor, no planejamento das atividades e fortalecendo
o processo de ensino-aprendizagem.
APRESENTAÇÃO
Ana Coelho Vieira Selva Sônia Regina Diógenes Tenório Coordenadora Estadual - SEE Coordenadora Estadual UNDIME/PE
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Antes de darmos início às orientações para procedimentos
metodológicos a respeito do componente curricular de História, faz-se necessário
introduzirmos primeiro uma breve discussão sobre os livros didáticos dessa
disciplina. Como bem sabemos, o livro didático é considerado um dos diversos
recursos de que o professor dispõe para auxiliá-lo na sala de aula enquanto ministra
seu respectivo componente de formação e, diga-se de passagem, um dos
melhores, pois possui a estrutura didática adequada para cada ano, com
orientações para pesquisa/trabalhos e atividades diversas.
Contudo, cabe destacar que o professor não deve ter o livro didático
como a única ferramenta pedagógica para seu trabalho em sala de aula, em
especial o livro de História, uma vez que esse deve ser mais um
documento/indício/fonte a ser problematizado e discutido em sala de aula. Isso
obriga o professor a sair de uma perspectiva centrada apenas no conteúdo e passar
para a forma, para como o saber histórico é produzido e pode ser agenciado por
diversos sujeitos históricos, em especial os discentes.
Nesse sentido, o que vamos expor aqui, ou pelo menos o que
pretendemos apresentar, são alternativas viáveis que visam facilitar o dia a dia do
professor em seu trabalho, apontando ideias para a realização de atividades que
possam contribuir para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem,
de modo a ajudar a aguçar o entendimento crítico dos estudantes a respeito dos
modos como se produz o conhecimento histórico e como, a partir disso, escreve-
se a história de um dado lugar e período.
Diante disso, apresentaremos apenas alguns exemplos e sugestões
sobre como o professor de História dos Anos Iniciais e Anos Finais do Ensino
Fundamental pode organizar seu trabalho em sala de aula, considerando sempre
o respeito pela autonomia de métodos e práticas pertinentes ao professor no
exercício de sua docência.
Assim, o caderno de História do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais
e Anos Finais apresenta atividades referentes desenvolvidas de acordo com as
1º CADERNO METODOLÓGICO DE HISTÓRIA
ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS
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Unidades Temáticas, os Objetos de Conhecimento, os Conteúdos e as Habilidades
referentes ao bimestre em pauta.
As sugestões didáticas aqui apresentadas percorrem caminhos
diversos, fazendo uso de metodologias que utilizam tecnologias variadas com o
objetivo de orientar o estudante a percorrer o caminho da busca do conhecimento
de forma direta, simples e criativa.
Esse processo visa desenvolver no estudante habilidades que lhe
permitam ocupar espaços de representatividade, consciente de seu papel na
sociedade na qual está inserido, buscando exercer sua cidadania como forma de
preservação da vida e do meio ambiente. Pretende-se, com tudo isso, que esse
estudante se torne capaz de contribuir para a construção de uma vivência social
mais equitativa.
As atividades aqui propostas não trazem definições de formas de
avaliação, prezando-se pela autonomia que o professor tem para escolher o melhor
método avaliativo para sua turma. Deixar ao professor a opção da prática avaliativa
mais adequada relaciona-se à clareza de que existem variáveis existentes nas
diversas turmas, regiões, etc.
Os filmes e textos são aqui sugeridos para serem utilizados como
suporte para auxiliar os professores na elaboração das atividades. No entanto, eles
nem sempre são adequados para exibição e ou compartilhamento coletivo em sala
de aula. Cabe, portanto, ao professor analisar e selecionar previamente os trechos
a serem trabalhados com sua turma.
Consideramos também que as atividades deste caderno podem ainda
ser adaptadas pelo professor de acordo com as possibilidades pedagógicas por ele
identificadas. Esperamos, assim, estar contribuindo para a ampliação das práticas
a serem desenvolvidas pelos professores do componente curricular de História no
exercício da docência
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TURMA: 1º ano
UNIDADE TEMÁTICA: Mundo pessoal: eu, meu grupo social e meu tempo
Esta Unidade Temática desenvolve no estudante a ideia de pertencimento aos
espaços e grupos sociais com os quais convive em seu dia a dia, leva-o a conhecer
o mundo no qual está inserido e aprender acerca das relações interpessoais como
parte do processo que contribui para o desenvolvimento da personalidade de cada
um para o convívio em sociedade
OBJETO DE CONHECIMENTO: A escola, sua representação espacial, sua
história e seu papel na comunidade.
Este Objeto de Conhecimento proporciona o aprendizado acerca da importância da
escola enquanto espaço físico e simbólico na sociedade na qual está inserida.
CONTEÚDOS: Apresentar os espaços da escola (diretoria, biblioteca,
laboratório, etc.) e o significado de cada um deles.
Este conteúdo proporciona a oportunidade de os estudantes conhecerem melhor
os espaços físicos de sua escola e as pessoas responsáveis por seu
funcionamento.
HABILIDADES:
(EF01HI09PE) - Reconhecer e discutir o papel da escola para a construção da
cidadania, bem como o significado das comemorações e festas escolares,
diferenciando-as das datas festivas comemoradas no âmbito familiar ou da
comunidade.
TEMPO PEDAGÓGICO: uma aula
RECURSOS:
Quadro-negro;
Caneta para o quadro.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Proporcionar aos estudantes a oportunidade de conhecerem os espaços
pertencentes à escola em que estudam, as pessoas que nela trabalham, seus
nomes, suas funções e as formas de tratamento a elas devidas, desenvolvendo
assim a conscientização acerca da necessidade de se respeitar os funcionários da
escola num processo de construção de uma formação cidadã.
ATIVIDADE 1 – CONHECENDO A ESCOLA
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SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
O professor deve comunicar à gestão da escola e aos demais funcionários
acerca da atividade a ser realizada;
Organizar os estudantes em grupos de 4 ou 5 pessoas;
Conduzir os estudantes a conhecerem os espaços físicos da escola,
começando pela sala do(a) gestor(a) e seguindo pelos demais ambientes da
escola;
Em cada lugar a que chegarem, o professor deve cumprimentar os
funcionários, chamando-os pelo nome e em seguida fazer as devidas
apresentações: apresentar os estudantes aos funcionários e os funcionários
aos estudantes, dando a estes a oportunidade de também cumprimentar os
funcionários chamando-os por seu nome;
Cabe ao professor explicar aos estudantes a função que cada funcionário
exerce e sua importância para o funcionamento da escola, lembrando sempre
de enfatizar o nome de cada funcionário e atividade que exerce para que os
estudantes não esqueçam;
De volta à sala de aula, o professor vai para o quadro e escreve o nome de
cada local visitado e pede para que a turma diga o nome de cada funcionário
e sua atribuição. Á medida que a turma for respondendo, o professor escreve
no quadro;
A atividade é finalizada com uma salva de palmas para a escola, para os
funcionários e para a turma participante.
TEXTO DE APOIO:
A MINHA ESCOLA É COMO UMA PRAÇA E TAMBÉM COMO UM JARDIM
por Eduardo Sá https://www.eduardosa.com/blog/a-escola-toda/a-minha-escola-%C3%A9-como-uma-pra%C3%A7a/
1. Na verdade, nada é tão linear como parece. Nem as crianças são pequenas,
nem os seus pais crescidos, como aparentam. Elas nem sempre crescem. E eles
voltam, por dentro, muitas vezes, para trás. Com o tempo há quem se
torne jovem. E quem, entre as oportunidades que tem para crescer, vacile e
envelheça. Com o tempo, há quem se torne ingênuo e sábio, arrebatado, amável,
terno ou buliçoso. E quem azede, adoçando a ira de euforia. Com o tempo há
quem - de cada vez que muda queira começar do zero (como quem deixa de si
quase tudo para trás). E há quem recrie tudo o que sabe, nunca partindo sem
que leve aquilo que os outros teimam em deixar. Para quem envelhece nada é
eterno. Para quem se recria tudo é para sempre. Quem envelhece morre todos
os dias, um pouco mais. Quem se recria torna-se jovem, sempre que aprende.
2. Na verdade, nada é tão linear como parece. E é por isso que eu imagino que,
um dia, a escola deixe as linhas direitas e se desarrume um bocadinho. E mais
pareça uma praça muito grande, onde, a par de todas as matérias que as crianças
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tenham de aprender, haja um senhor, com bigodes retorcidos e rosetas
afogueadas, tomando conta do sorriso, que as torne brincadoras. E lhes explique
- devagarinho, se for preciso – que brincar é aprender. As crianças deviam ter
recreios de compensação até que aprendessem a brincar. E ninguém as devia
largar enquanto não abafassem berlindes, jogassem ao lenço ou à macaca,
porque primeiro liga-se o corpo e aquilo que se sente e, só depois, o que se sabe
com tudo o que se aprende. É por isso, certamente, que, ao contrário dos
sabichões, os sábios nunca são enfadonhos. E um dia, para além da história que
vem nos compêndios que cheiram bem, a D. Perpétua, que distribui graçolas com
os jornais que vende, todos os dias, devia ensinar às crianças que, tão importante
como a conjugação dos verbos e a gramática, a aritmética ou a matemática, é
bom chorar no cinema, quando tem de ser. E só se aprende uma história, seja a
de um rei ou a de um peixe com memória de grilo, por exemplo, quando ela entra
por nós sem nenhum «se faz favor!?...» e fica, em parte incerta, cavaqueando
baixinho. E que o senhor do talho, que empurra o mundo com o avental, avalie
com todo o rigor se cada criança é capaz de rir até às lágrimas, antes de ousar
pegar no lápis e escrever aquilo que se acotovela na imaginação. Na verdade, o
riso é amigo do espanto. E quem não se espanta nunca aprende que um
problema é sempre muito mais importante do que qualquer solução. Ah! E se
houver um Doutor Valeroso, de óculos descaídos, que não ensine o português
antes de as crianças aprenderem a ir ao último capítulo, logo depois de passarem
pela casa da partida, será demais. Como é bom atropelar a imaginação sempre
que se adivinha! Sem nunca, mesmo nunca, confundir sonho e devaneio!
A escola é uma sala de estar. Tem de aconchegar! E precisa de explicar, ao
mesmo tempo, que compreender não é condescender. E que um professor de
verdade educa antes de ensinar e é por isso que muitos professores são, muitas
vezes, tios e, mesmo não devendo, são um bocadinho pais. A escola devia ser,
também, um banco de jardim. E devia pôr, no lugar da unicidade, a pluralidade:
diversos professores, muitos amigos, os pais num entra e sai, mais a D. Perpétua,
o senhor das rosetas e o homem do talho que educam melhor, e põem mais longe
no olhar. A escola devia ter um cantinho, para cada um. E um diretor de turma
devia dar poucas aulas. Muito poucas. E devia telefonar, a perguntar pela
constipação da Constança e devia fechar a escola, sempre que uma criança se
zangasse com ela e a abandonasse. E sempre que uma criança reprovasse duas
vezes, devia considerá-la em perigo. Não tanto a criança, mas a escola e a família
(que parecem distraídas, uma com a outra, e não a conhecem).
3. A escola é uma praça, uma sala de estar e um banco de jardim. E, com o
tempo, devia tornar ingênuos e sábios, arrebatados, amáveis, ternos ou buliçosos
todos aqueles que vacilam e envelhecem. Para quem envelhece nada é eterno.
Para quem aprende tudo é para sempre
SUGESTÃO DE FILME:
ENTRE OS MUROS DA ESCOLA (2008) - esta obra põe em questão fatores como:
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a indisciplina, a postura do professor, a realidade de um sistema educacional
civilizador e a diversidade cultural que existe numa sala de aula, com alunos de
diferentes etnias (africanos, franceses, asiáticos), a desestrutura familiar, dentre
outros fatores sociais, culturais e econômicos que podem influenciar positiva ou
negativamente a formação humana. Os personagens mais importantes do filme são
jovens que buscavam os seus interesses para compreender a dinâmica mundial e
se sentirem participantes de uma sociedade.
REFERÊNCIAS:
O que o filme entre os muros da escola tem a ver com a prática escolar? https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/o-que-o-filme-entre-os-muros-da-escola-tem-a-ver-com-a-pratica-escolar/51354. Acesso em 12 de dezembro de 2018.
CASTANHO, Marisa Irene Siqueira; MARQUES, Patrícia Batista. O que é a escola a partir do sentido construído por alunos. http://www.scielo.br/pdf/pee/v15n1/03.pdf. Acesso em 10 de dezembro de 2018.
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TURMA: 2º ano
UNIDADE TEMÁTICA: O trabalho e a sustentabilidade na comunidade
Esta Unidade Temática aborda o importante tema referente ao trabalho e à
sustentabilidade local, dando a oportunidade de os estudantes conhecerem acerca
da necessidade de se planejar o desenvolvimento regional, respeitando a
preservação ambiental como garantia da sobrevivência humana e dos demais
seres vivos.
OBJETO DE CONHECIMENTO: A sobrevivência e a relação com a natureza
Este Objeto de Conhecimento permite aos estudantes discutirem acerca da relação
que o ser humano tem com o ambiente em que vive e de como essa relação pode
acontecer de forma sustentável.
CONTEÚDO: Mostrar as diversas formas de trabalho, tomando como exemplo
a profissão dos pais e dos próprios professores e familiares.
Com esse conteúdo, o estudante terá a oportunidade de conhecer detalhes das
profissões das pessoas mais próximas com quem convive e de compreender como
essas profissões afetam o ambiente em que vive.
HABILIDADES:
(EF02HI12PE) Perceber diferentes formas de trabalho existentes na comunidade,
compreendendo-as como produto de múltiplos sujeitos históricos e elemento
primordial nas transformações históricas e sociais.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Conscientizar os estudantes acerca da importância de preservar o ambiente em
que vive, respeitando e preservando todos os recursos naturais com seus
ecossistemas, em toda a diversidade da fauna e da flora, como prerrogativas
necessárias para evitar catástrofes ambientais e garantir uma melhor qualidade de
vida para as gerações atuais e futuras.
TEMPO PEDAGÓGICO: 180 min
RECURSOS:
Pesquisa;
Imagens;
ATIVIDADE 2 – MODERNIZAÇÃO DAS PROFISSOÕES E SUAS
CONSEQUÊNCIAS PARA O AMBIENTE
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Data show.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
Fazer abordagem acerca da importância da preservação ambiental, falando
da necessidade da preservação dos rios para as pessoas e animais, assim
como da fauna e da flora.
Enviar (previamente) para os pais e/ou responsáveis pelos estudantes uma
ficha com perguntas para identificar a profissão das pessoas que moram na
casa de cada um destes.
Na sequência, apresentar, em um data show, cada profissão identificada na
ficha de pesquisa e falar de sua importância para a sociedade, sem identificar
quem a exerce para garantir que não haja espaço para bullying, preconceitos
ou qualquer forma de constrangimento. A pesquisa serve para identificar e
citar profissões conhecidas dos estudantes.
Ao apresentar cada profissão, identificar foto de como ela era exercida há
cinquenta anos, de como evoluiu tecnologicamente e de como ela afeta o
ambiente.
Ao identificar qualquer forma de agressão ambiental, pedir à turma que dê
sugestões sobre como fazer para que o exercício dessa profissão não
danifique o ambiente.
TEXTO DE APOIO:
BRUMADINHO CHORA - E SE AJUDA
por Mariana Campos https://www.greenpeace.org/brasil/blog/brumadinho-chora-e-se-ajuda/
Equipe do Greenpeace está em Brumadinho documentando o crime ambiental e
cobrando justiça para as pessoas e o meio ambiente
Uma circulação incessante de pessoas carregando mantimentos, engradados de
garrafas d’água e artigos de primeira necessidade. Carros de resgate subindo e
descendo as ruas em necessária urgência. Faixas e manifestações em muros,
revelando o sentimento presente: “Vale Assassina Reincidente”, “O lucro é o que
Vale”; “A Vale Mata!”. Repleta de dor, revolta e esperança, essa foi a Brumadinho
que encontramos logo ao chegar aqui, na tarde de ontem.
Uma equipe do Greenpeace chegou a Brumadinho um dia após o rompimento da
barragem para documentar a catástrofe e ajudar a garantir transparência sobre o
que está acontecendo aqui. Viemos cobrar justiça e testemunhar a extensão da
tragédia humana e ambiental causada pelo desastre, dando voz aos atingidos.
Nossa intenção é também fortalecer a mobilização local e nacional pela apuração
do crime e reparação das vítimas.
Os relatos de pessoas que perderam familiares, casa, acesso à água e tantas
outras coisas, por conta de mais esse crime da Vale e descaso do poder público,
emocionam muito. Brumadinho é uma cidade pequena, daquelas em que quase
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todos se relacionam. Então é difícil encontrar alguém que não conheça alguma
vítima direta da tragédia.
É impactante também ver a grande mobilização que se criou na cidade, para
abrigar e cuidar dos atingidos. Tentávamos descer para perto de onde a
barragem se rompeu, na localidade de Córrego dos Feijões, quando Diego
apareceu para nos ajudar. Professor de uma escola local, ele tem trabalhado sem
parar desde sexta-feira, primeiro no resgate e depois encaminhando doações e
direcionando as muitas pessoas que chegam à cidade como voluntárias. Diego
perdeu alunos e parentes na tragédia, mas ainda não parou para chorar suas
mortes. “Não deu tempo de pensar em luto ainda”, ele me disse com um olhar
triste.
Já em Córrego dos Feijões, a cerca de 3 quilômetros da barragem da Vale,
encontrei Dona Irani, moradora que se salvou por pouco. Ela havia passado pelo
local poucos minutos antes da lama passar destruindo tudo. “Depois que parou,
deu um pranto, choro, que não calava de jeito nenhum”, ela me contou enquanto
caminhava com suas filhas e netas para a casa que em breve será evacuada,
sem saber ainda o que aconteceria com a família a partir de agora.
Enquanto escrevo este texto, na manhã deste domingo, há 37 mortes
confirmadas e mais de 300 desaparecidos. E o perigo continua. Às 5h30 da
manhã, fomos todos acordados por sirenes e gritos de agentes públicos para que
moradores das partes mais baixas de Brumadinho deixassem suas casas,
procurando abrigo nas partes mais altas. Acreditava-se que uma nova barragem
havia se rompido. Apesar do alarme falso, há de fato um risco iminente de que a
barragem VI, que comporta de 3 a 4 milhões de metros cúbicos de água, se
rompa, destruindo partes não atingidas pelos rejeitos. Ou seja, o drama das
pessoas daqui está longe de acabar: para quem sobreviveu à tragédia, o medo
é outro sentimento com o qual precisam lidar.
Assim como o Pico do Cauê retratado nos poemas do mineiro Carlos Drummond
de Andrade não existe mais, Córrego do Feijão desapareceu do mapa. O que há
em comum entre uma montanha que virou cratera e uma comunidade soterrada
por lama tóxica não é apenas a mineração, mas também a ganância.
Os impactos do crime ambiental cometido pela Vale em Brumadinho ainda estão
se desenrolando. Há a probabilidade de que a lama se estenda até 220
quilômetros do local, e que possa ser retida na Usina Hidrelétrica (UHE) de Retiro
Baixo, entre Curvelo e Pompéu. Caso contrário, ela pode chegar ao Rio São
Francisco. Embora ainda não seja possível saber o impacto total, já se identifica
uma grande mortandade de peixes. Os rejeitos da Vale já destruíram a porção
do Rio Paraopeba que corta a Terra Indígena Pataxó Hã-hã-hãe. Para entender
a dimensão dos impactos e as formas de mitigá-los, serão necessárias muitas
pesquisas, como as que o Greenpeace ajudou a realizar em Mariana.
Este é um texto que eu não gostaria de estar escrevendo. Essa não é a
Brumadinho que eu gostaria de estar retratando. Mas enquanto houver casos de
impunidade e injustiça social, seguiremos denunciando e fazendo pressão para
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que os culpados sejam devidamente punidos e as vítimas, reparadas. E para que
o meio ambiente seja, de uma vez por todas, respeitado.
SUGESTÃO DE FILME:
WALL-E (2008) – uma animação feita pela Disney e Pixar, roteirizada e dirigida por
Andrew Stanton, conta a história de um robozinho que tem a tarefa de compactar
o lixo num planeta Terra devastado e impróprio para a vida humana. Na realização
de sua tarefa, tem a companhia de uma barata e encontra Eva, um robô que vem
inspecionar as condições do planeta, por quem Wall-e se apaixona, enfrentando
muitas dificuldades para segui-la.
REFERÊNCIAS:
STANTON, Andrew. Wall-e. Disponível em: https://topflix.tv/filmes/assistir-online-wall-middot-e/. Acesso em14 de jan. de 2019.
CHAVES, André Loureiro; FARIAS, Maria Eloísa. Meio Ambiente, Escola e a Formação dos Professores. http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v11n1/06.pdf. Acesso em 20 de novembro de 2018.
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TURMA: 3º ano
UNIDADE TEMÁTICA: As pessoas e os grupos que compõem a cidade e o
município
Esta Unidade Temática possibilita aos estudantes compreenderem a cidade a partir
das pessoas e grupos sociais nela existentes, desenvolvendo um processo de
valorização das histórias individuais e coletivas.
OBJETO DE CONHECIMENTO: O “Eu”, o “Outro” e os diferentes grupos
sociais e étnicos que compõem a cidade e os municípios: os desafios sociais,
culturais e ambientais do lugar onde vive.
Este Objeto de Conhecimento permite aos estudantes conhecerem as diversidades
sociais e étnicas que constituem o local em que vivem numa perspectiva de
valorização do aprendizado do respeito ao próximo e às diferenças para a
construção de uma cultura de paz
CONTEÚDO: Apresentar os lugares onde se podem encontrar indícios,
fontes, documentos que expressem essa presença em outros períodos
(cartório, igreja, paróquia, órgãos públicos, etc.)
Esse conteúdo permite aos estudantes o contato direto ou indireto com objetos que
representem indícios/fontes/documentos indispensáveis para a fundamentação de
narrativas de acontecimentos históricos.
HABILIDADES:
(EF03HI03PE) Conhecer e registrar, por meio da consulta de fontes de diferentes
naturezas, acontecimentos políticos, sociais, culturais e ambientais ocorridos ao
longo do tempo na cidade ou região em que vive e que modificaram o convívio
humano e sua relação com a natureza.
TEMPO PEDAGÓGICO: 1:30h
RECURSOS:
Data show;
Fotos dos estudantes e seus familiares;
Fotos de personalidades da cidade;
Cópias de registro dos estudantes;
Caderneta da turma;
ATIVIDADE 3 – O USO DE DOCUMENTOS HISTÓRICOS NA
SALA DE AULA
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Página de jornal da cidade ou região com notícia de grande repercussão nas
mídias;
Revistas;
Livros antigos;
Imagens do prédio da Prefeitura da cidade, da Câmara de Vereadores, de
praças da cidade (identificando nome e localização), prédio do cartório e de
igrejas e outros prédios históricos da cidade.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Fazer com que os estudantes identifiquem e compreendam a importância de
documentos e monumentos como instrumentos de fundamentação das histórias
das pessoas e dos lugares.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
O professor precisa selecionar as imagens e cópias dos documentos com
antecedência e guardá-las em uma pasta identificada pelo nome de cada
aluno.
O professor organiza, em uma mesa, a caderneta de frequência da turma, as
manchetes de jornais, as revistas e os livros.
Escanear as reportagens e imagens das personalidades da cidade e tirar
cópia das fotos dos estudantes.
O professor começa apresentando as imagens das praças, dos prédios
públicos e históricos da cidade, explicando onde ficam e sua importância para
a sociedade. Na sequência, apresenta as imagens das personalidades da
cidade.
Depois de apresentar imagens dos prédios, praças e personalidades da
cidade, o professor constrói (no data show), junto com a turma, um pequeno
texto contando a história da cidade, identificando a participação das
personalidades do local, aproveitando para explicar a importância desses
objetos enquanto indícios/fontes/documentos para a fundamentação da
construção da História das pessoas e dos lugares.
Após a construção do texto, o professor apresenta todos os objetos
selecionados, explica a importância de cada um e que eles constituem
indícios/fontes/documentos, enfatizando que são indispensáveis para se
contar a história das pessoas e dos lugares.
Depois, o professor entrega para cada estudante a cópia de seu documento
e de suas fotos e os orienta para que cada um deles escreva um pequeno
texto contando sua própria história: nome completo, data de nascimento,
nome da mãe, da escola em que estuda, da professora, do bairro e da cidade
em que mora.
Ao término da atividade, o professor pede para cada estudante ler seu texto,
explica que essa é uma das formas de se escrever a história das pessoas, do
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lugar em que elas vivem, do modo como elas vivem e que esses textos
escritos por eles também são fontes de informação pelas quais se pode
conhecer a vida deles e da cidade em que eles moram.
Ao término da atividade, o professor recolhe todo material e guarda em suas
respectivas pastas, mostrando para eles a importância de se preservar
indícios/fontes/documentos, bem como os patrimônios públicos e culturais da
cidade. As pastas dos estudantes podem ficar guardadas com o professor para
serem entregues aos pais e/ou responsáveis em momento oportuno.
TEXTO DE APOIO:
A HISTÓRIA PESSOAL E SOCIAL E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO
EDUCANDO
por Colunista Portal - Educação https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-historia-pessoal-e-social-e-a-construcao-
da-identidade-do-educan/24224
A identidade é construída socialmente, os acontecimentos da vida de
uma pessoa produzem sobre ela uma imagem de si mesma, que se constrói a
partir das relações que ela estabelece com os outros: pais, família, parentes e
amigos. Partir das questões de identidade para estudar a história torna-se
significativo, pois nos permite compreender, com maior clareza, as interseções
entre o individual e o social.
O trabalho com identidade envolve a construção de noções de
continuidade e de permanência, é fundamental a percepção para que o educando
consiga identificar que o eu, o nós e o outro são distintos, para que possa
compreender, no tempo passado, como as pessoas trabalhavam, vestiam-se e
se relacionavam. Ao mesmo tempo, é importante a compreensão de que o “outro”
é, simultaneamente, o “antepassado”, aquele que legou uma história
possibilitando aumentar o conhecimento do educando sobre si mesmo, à medida
que conhece outras formas de viver, as diferentes histórias vividas pelas diversas
culturas, de tempos e espaços diferentes. Conhecer o “outro” significa comparar
situações e estabelecer relações e, nesse processo comparativo e relacional, o
conhecimento do educando sobre si mesmo, sobre seu grupo, sobre sua região
e seu país aumenta.
As informações históricas locais expressam, assim, a intencionalidade de
fornecer aos alunos a formação de um repertório intelectual e cultural, para que
possam estabelecer identidades e diferenças com outros indivíduos e com
grupos sociais presentes na realidade vivida - no âmbito familiar, no convívio da
escola, nas atividades de lazer, nas relações econômicas, políticas, artísticas,
religiosas, sociais e culturais. E, simultaneamente, permitir a introdução dos
alunos na compreensão das diversas formas de relações sociais. Considerar
todos esses aspectos é assumir a perspectiva de que as histórias individuais
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integram e fazem parte do que se denomina História nacional e de outros
lugares.
Dessa forma, os conteúdos propostos para as séries iniciais estão
constituídos a partir da história do cotidiano do educando (o seu tempo e o seu
espaço), a qual é integrada a um contexto mais amplo, que inclui os contextos
históricos, parte do tempo presente no qual existem materialidades e
mentalidades que denunciam a presença de outros tempos, outros modos de vida
sobreviventes do passado, outros costumes e outras modalidades de
organização social. O propósito é sempre enfocar a ideia de que conhecer as
muitas histórias, de outros tempos, relacionadas ao espaço em que vivem, e de
outros espaços, possibilita aos educandos compreenderem a si mesmos e a vida
coletiva de que fazem parte.
O ser humano é uma construção simbólica que organiza um sistema
compreensivo a partir da ideia de pertencimento. Ao mesmo tempo, produz uma
“coesão social” e permite o reconhecimento do indivíduo diante do grupo e, em
consequência disso, estabelece a diferença em relação ao outro.
É a convivência social, portanto, que proporciona o quadro das trocas
afetivas que, desde o começo da vida do educando, vai construindo sua
identidade através de estruturas culturais e dos mecanismos que toda sociedade
cria para codificar e controlar o cotidiano dos seus membros. Ou seja, há uma
transferência do "todo social" para cada ser do grupo, desde o começo da
existência do indivíduo no grupo, caracterizando uma identidade que é dele como
uma pessoa, mas que é também a do grupo através dele.
SUGESTÃO DE FILME:
FANTÁSTICAS ANIMAÇÕES DEVOLVEM OS MONUMENTOS MAIS FAMOSOS
DA HISTÓRIA A SUA ANTIGA GLÓRIA - vídeo faz reconstrução de monumentos
antigos e nos dá uma ideia de como deviam ser na época em que foram
construídos.
REFERÊNCIAS:
ALCÂNTARA, Dhierclay de Souza; OLIVEIRA, Leonardo Paiva de; SILVA, Paulo Sergio da. Documentos históricos como recurso didático no ensino de história. http://www.rn.anpuh.org/2016/assets/downloads/veeh/ST08/Documentos%20historicos%20como%20recurso%20didatico%20no%20ensino%20de%20historia.pdf. Acesso em 10 de janeiro de 2019.
ALMEIDA, Vivian Fernandes Carvalho de; FRIEDRICH, Veroni; PAIXÃO, Priscilla Campiolo Manesco; ZULATO, Murilo Sanchez. USOS DIDÁTICOS DE DOCUMENTOS NO ENSINO DE HISTÓRIA. http://www.cih.uem.br/anais/2015/trabalhos/1491.pdf. Acesso em 10 de janeiro de 2019.
LE GOFF, Jacques. Documento/Monumento. História e Memória. Tradução por Irene Ferreira, Bernardo Leitão e Suzana Ferreira Borges. 5.ed. Campinas: UNICAMP, 2003.
18
TURMA: 4º ano
UNIDADE TEMÁTICA: As questões históricas relativas às migrações
Esta Unidade Temática aborda tema de grande relevância para a sociedade
brasileira, as migrações, e permite aos estudantes conhecerem suas causas e
consequências, possibilitando uma melhor compreensão da sociedade na qual
estão inseridos.
OBJETO DE CONHECIMENTO: Os processos migratórios do final do século
XIX e início do século XX no Brasil
Este Objeto de Conhecimento permite discutir interesses, conflitos e perspectivas
brasileiras referentes às questões das migrações ocorridas no Brasil a partir do final
do século XIX e início do século XX e suas consequências para a sociedade
brasileira.
CONTEÚDO: Apresentar e reconhecer os impactos da migração forçada de
africanos para a comunidade, o município, o Estado, a região e o país.
Este conteúdo traz a oportunidade de se trabalhar questões referentes aos povos
africanos no Brasil, fazendo uma abordagem acerca das causas e consequências
resultantes dos deslocamentos dos escravizados em solo brasileiro.
HABILIDADE:
(EF04HI17PE) - Reconhecer as formas de deslocamento de populações africanas
para a colônia portuguesa na América, as origens dos povos africanos e seu modo
de vida, as condições de vida e trabalho dos africanos escravizados e
contextualizar a formação de quilombos e outras formas de resistência à
escravidão, notadamente no estado de Pernambuco.
OBJETIVO DA ATIVIDADE
Trabalhar questões referentes à migração no contexto da escravidão e libertação
dos negros no Brasil, na formação dos quilombos e suas consequências para a
sociedade brasileira nos dias de hoje.
TEMPO PEDAGÓGICO: 2:30h
RECURSOS:
Data show;
Cartolina;
Lápis;
ATIVIDADE 4 – A IMPORTANCIA DOS QUILOMBOS
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Fita crepe.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
O professor conta a história da comunidade quilombola de Conceição das
Crioulas, explica as causas das formações dos quilombos no Brasil e a
importância de sua existência para os afrodescendentes, de sua resistência,
sua cultura e condição de vida atual, enfatizando a existência de outros
quilombos, como o de Palmares, por exemplo.
Na sequência, o professor apresenta imagens sobre a escravidão negra no
Brasil e, a partir dessas imagens, explica o processo de compra e venda de
escravos no Brasil tanto nas feiras quanto entre os senhores escravagistas,
enfatizando as dificuldades dessa ação no processo de formação de família
entre os escravizados, o papel das amas de leite e as consequências disso
para a sociedade brasileira.
Ainda com imagens, falar da proibição do tráfico negreiro pelos ingleses, dos
navios negreiros e do papel de Porto de Galinhas no contrabando de
escravos.
Em seguida, a turma assiste à animação 500 ANOS O BRASIL - DOS
GRILHÕES AO QUILOMBO - EP. 04.
Ao término da apresentação, o professor faz uma breve explicação da
libertação dos escravos no Brasil, destacando o fato de que foram libertos
sem qualquer recompensa, passando a viver em situação de pobreza da qual
ainda lutam para sair.
Em seguida, o professor solicita que os estudantes se organizem em
pequenos grupos, distribui lápis e cartolina entre eles e os orienta a desenhar
uma cena da escravidão e escrever um pequeno texto sobre o que o desenho
representa. Quando todos terminarem, o professor solicita que cada grupo
apresente seu desenho, leia seu texto e sobre o que eles sentem quando
imaginam um ser humano passando pela situação que o desenho deles
representa. O professor deve ter o cuidado para conduzir o diálogo sempre
na direção do respeito ao próximo.
Ao final da atividade, pede que todos batam palmas, parabenizando-os pelo bom
trabalho e juntos pregam os desenhos na parede da sala de aula.
TEXTO DE APOIO:
COMUNIDADE QUILOMBOLA CONCEIÇÃO DAS CRIOULAS (PE) RECEBE
TÍTULO DE MAIS DE 800 HECTARES http://www.incra.gov.br/noticias/comunidade-quilombola-conceicao-das-crioulas-pe-recebe-titulo-de-mais-de-800 hectares.
Vinte e dois de setembro passa a ser um dia histórico para a comunidade
quilombola Conceição das Crioulas, localizada em Salgueiro, estado de
Pernambuco. Na manhã desta segunda-feira, foram entregues pelo Incra três
20
títulos de domínio de cinco imóveis rurais que estavam dentro do Território
Quilombola.
Com esse ato que visa assegurar direitos históricos e garantir segurança jurídica
quanto à situação fundiária, aproximadamente 898 hectares passaram a compor
efetivamente o patrimônio coletivo da comunidade, beneficiando 750 famílias. A
titulação ocorreu mediante a outorga de título coletivo e pró-indiviso à
comunidade em nome da Associação Quilombola de Conceição das Crioulas
(AQCC).
O presidente do Incra, Carlos Mário Guedes de Guedes, ressaltou que o dia de
hoje representou um marco pela igualdade e justiça social. “Além da promoção
da regularização dos territórios quilombolas, fato que proporciona
desenvolvimento social e sustentável às comunidades, comemoramos aqui
também o resultado das Mesas Permanentes de Acompanhamento da Política
de Regularização Quilombola. Sem os debates promovidos por elas, não
teríamos hoje avanços como esse registrado aqui", destacou.
Ao esboçar sua satisfação com a conquista da comunidade, a presidente
da AQCC, Valdeci Maria da Silva Oliveira, frisou a importância dessa ação do
Incra. “Foram anos e anos de luta. Muitos que iniciaram essa batalha já não estão
aqui para comemorar".
Conceição das Crioulas está no município de Salgueiro, no sertão
pernambucano, a 550 quilômetros de Recife. O povoado é composto por 16
núcleos populacionais, nos quais residem aproximadamente 750 famílias. O local
teve seu decreto de regularização de território quilombola assinado no dia 20 de
novembro de 2009.
Histórico
Segundo os moradores, a comunidade Conceição das Crioulas remonta ao início
do século XIX, com a chegada de seis crioulas. Guiadas por Francisco José de
Sá, um escravo fugitivo, elas chegaram e fixaram moradia. A região era habitada
pelos índios Atikum, com quem as crioulas e seus descendentes passaram a
conviver em harmonia.
A princípio, as seis mulheres arrendaram uma área de terra, que aos poucos
foram comprando graças ao trabalho de produção e fiação do algodão. Parte da
área adquirida foi doada para a construção de uma capela, onde colocaram a
imagem de Nossa Senhora da Conceição que Francisco José de Sá havia trazido
na viagem. Em homenagem à santa, a comunidade passou a se chamar
Conceição das Crioulas.
Educação-modelo
A experiência educacional de Conceição das Crioulas é considerada referência
para o movimento quilombola e outras organizações que trabalham com
educação. A comunidade construiu um projeto de “educação específica e
diferenciada”, que trabalha com uma concepção na qual os valores, a cultura, os
21
costumes, as tradições, a sabedoria das pessoas mais velhas e a história dos
antepassados fazem parte do processo histórico da comunidade.
Segundo Maria de Lourdes da Silva, educadora da comunidade e membro da
Comissão de Educação, a iniciativa surgiu como resposta à discriminação e ao
preconceito que os quilombolas vivenciavam. "Daí conquistamos um espaço
importante com uma escola em nossa comunidade. Noventa por cento dos
educadores são do nosso próprio meio, e a comunidade participa da elaboração
do projeto pedagógico”, explica.
As aulas são ministradas na escola Professor José Mendes, inaugurada em
1995. Antes desta data, os jovens de Conceição das Crioulas só podiam cursar
até a 4ª série do Ensino Fundamental. A luta pela oferta de educação da 5ª a 8ª
séries do Ensino Fundamental na comunidade foi o início de uma jornada de
mobilização em defesa do direito a uma educação diferenciada que
contemplasse a realidade das comunidades quilombolas. Outra conquista da
comunidade foi a primeira biblioteca afro-indígena do Brasil.
Em 2002, o Centro de Cultura Luiz Freire - que tinha experiência em trabalhar
com educação diferenciada para os povos indígenas - iniciou um processo de
formação de educadoras quilombolas. Desde então, essa organização tem sido
um importante aliado na luta pela educação diferenciada para as comunidades
quilombolas.
Artesanato e Agricultura
O artesanato é atividade antiga em Conceição das Crioulas, realizado desde que
as seis fundadoras iniciaram o plantio e fiação do algodão. Segundo Rosa
Doralina Mendes, artesã e professora aposentada, o artesanato foi resgatado
para geração de renda da comunidade recentemente. “Em uma época de
situação econômica muito difícil, ele foi o modo que encontramos de ganhar
mais”.
Dentre as riquezas do artesanato de Conceição, é possível destacar as bonecas
que contam a história de 10 mulheres; o trabalho com algodão que relembra a
origem da comunidade; as peças de barro; as esteiras e o suplá de palha.
SUGESTÃO DE FILME:
500 ANOS O BRASIL - DOS GRILHÕES AO QUILOMBO - EP. 04 - Animação que
conta a história da vida dura dos escravos e do quilombo dos Palmares como
espaço de acolhimento dos negros fugidos, sua resistência e queda.
REFERÊNCIAS:
SCHMITT, Alessandra; TURATTI, Maria Cecília Manzoli; CARVALHO, Maria Celina Pereira de. A Atualização do Conceito de Quilombo: Identidade e Território nas Definições Teóricas. https://www.unifalmg.edu.br/geres/files/A%20ATUALIZA%C3%87%C3%83O%20DO%20CONCEITO%20DE%20QUILOMBO.pdf. Acesso em 12 de janeiro de 2019.
22
SILVA, Joseane Maia Santos. COMUNIDADES QUILOMBOLAS, SUAS LUTAS, SONHOS E UTOPIAS. http://www.palmares.gov.br/sites/000/2/download/artigo-cqlutassu.pdf. Acesso em 12 de janeiro de 2019.
FURTADO, Marcella Brasil; PEDROZA, Regina Lúcia Sucupira; ALVES, Cândida Beatriz. Cultura, Identidade e Subjetividade Quilombola: uma leitura a partir da psicologia cultural. http://www.scielo.br/pdf/psoc/v26n1/12.pdf. Acesso em 12 de janeiro de 2019.
23
TURMA: 5º ano
UNIDADE TEMÁTICA: Povos e culturas: meu lugar no mundo e meu grupo
social
Nessa Unidade Temática, os estudantes vão conhecer povos e culturas diferentes
e aprender a conviver com as diferenças de indivíduos e grupos diversos ao seu
redor.
OBJETO DE CONHECIMENTO: Cidadania, diversidade cultural e respeito às
diferenças sociais, culturais e históricas
Este Objeto de Conhecimento aborda questões importantes para se trabalhar em
sala de aula e fomenta nos estudantes a percepção acerca da importância do
respeito ao outro para a construção de uma sociedade digna e justa.
CONTEÚDO: Trabalhar a partir da diversidade étnica, social, cultural, de
gênero e religiosa existente na própria sala de aula e escola, mostrando a
importância do respeito à diferença e ao diferente.
Este Conteúdo permite trabalhar situações didáticas voltadas para as questões
relacionadas ao convívio dos estudantes no que diz respeito às diferenças entre os
indivíduos e grupos sociais.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Despertar a atenção dos estudantes para a importância do respeito às diferenças
entre indivíduos e grupos para a construção de uma cultura de paz e de uma
sociedade mais justa e feliz.
TEMPO PEDAGÓGICO: 3:00h
RECURSOS:
Data show;
Filme (Zootopia);
Fotos dos estudantes.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
Antecipadamente, o professor tira fotos individuais e coletivas de todos os alunos
da turma com seu celular e as seleciona, tendo o cuidado de escolher fotos que
valorizem as crianças, evitando fotos de travessuras, de momentos tristes ou que
desfavoreçam a imagem deles para evitar bullying, preconceito e qualquer tipo
de constrangimento aos estudantes.
ATIVIDADE 5 – RESPEITO AS DIFERENÇAS
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A turma assiste ao filme Zootopia. Na sequência, o professor pede aos
estudantes que falem sobre a história e atitude dos personagens e destaca o fato
de que, mesmo sendo de espécies diferentes, os animais aprenderam a conviver
uns com os outros, respeitando o jeito diferente de ser e de agir de cada um. O
professor aproveita para falar sobre as diferenças entre as pessoas e grupo
sociais e da importância de as pessoas se respeitarem.
Depois de falar dessas diferenças, o professor apresenta, no data show, a foto
de cada estudante e fala das características físicas e pessoais de cada um deles
sempre de forma elogiosa, valorizando cada um e tendo o cuidado para evitar
qualquer tipo de comentário negativo entre a turma. Mostrar também fotos da
turma interagindo (brincando, fazendo atividades, etc.).
Ao terminar de apresentar as fotos, o professor fala outra vez das diferenças
percebidas no filme (Zootopia) e das diferenças de cada estudante na sala,
deixando claro que é importante que se aprenda a respeitar as pessoas com
todas as suas diferenças, colocando-se sempre no lugar do outro para que se
possa conviver em uma sociedade agradável, pacífica, justa e solidária.
TEXTO DE APOIO
OBRA DE VOLTAIRE ENSINA O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS POLÍTICAS E IDEOLÓGICAS
do G1 PE http://g1.globo.com/pernambuco/educacao/noticia/2016/10/obra-de-voltaire-ensina-o-respeito-diferencas-politicas-e-
ideologicas.html
Tratado sobre a Intolerância' destaca a necessidade de entender o outro.
Texto foi escrito em meados do século 18 e explica fenômeno da atualidade.
Em tempos de efervescência política no Brasil, posicionamentos antagônicos
passaram a ser debatidos de forma acalorada em variados espaços, como as redes
sociais. Nesses locais, o confronto e o desrespeito tornaram-se regra e a intolerância,
uma marca indelével. Uma obra escrita pelo ensaísta e filósofo francês Voltaire, em
meados do século 18, explica esse fenômeno contemporâneo e faz um chamamento
ao respeito pelas diferenças. Este é o tema desta terça-feira (18) do Projeto
Educação.
O professor de filosofia e sociologia Fábio Medeiros destaca que Voltaire está no
contexto da Revolução Francesa e que ele também pensa nos conceitos de
‘liberdade, igualdade e fraternidade’ que apregoa a Revolução. A obra em questão é
‘Tratado sobre a tolerância’, publicada em 1763.
“O que Voltaire nos chama a atenção é da necessidade do reconhecimento do outro.
Da diferença existente entre posicionamentos políticos, posicionamentos ideológicos.
Ele inclusive não era muito favorável à democracia, ele tinha restrições a ela, achava
que era uma verdadeira bagunça. Mas o que ele quer chamar atenção é que, em
tempos onde nós não conseguimos dialogar, é importante reconhecer posições que
são contrárias, mas acima de tudo respeitando as pessoas”, pondera.
O professor acrescenta que, além do respeito, há a necessidade de entender que as
ideias não podem estar acima das pessoas. “Nós nos encontramos hoje em um
25
cenário de distúrbios, de discordâncias do ponto de vista político. Voltaire vai chamar
atenção para não se levar isso em relação às pessoas. São as ideias que devem ser
discutidas. As pessoas são maiores do que as ideias. Mas lembre-se: ideias também
podem mudar mundos, conservar mundos e destruir mundos. Então, a intolerância
também pode nos matar, nos destruir e matar o bom senso de reconhecer o outro
apesar das diferenças”, salienta.
SUGESTÃO DE FILME:
ZOOTOPIA (2016) – Animação produzida pelos estúdios Disney. Conta a história
de uma coelha e uma raposa que precisam deixar suas diferenças de lado para
resolverem uma crise na cidade povoada por diversos tipos de animais, destacando
suas características individuais e o trabalho coletivo.
REFERÊNCIAS:
SANTOS, Mônica Pereira dos; SOUZA, Luciane Porto Frazão de. Inclusão: respeito às diferenças. http://www.lapeade.com.br/publicacoes/artigos/Inclusao-Respeito%20a%20Diferenca.pdf. Acesso em 15 de janeiro de 2019.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. http://www.scielo.br/pdf/cpa/n26/30396.pdf. Acesso em 15 de janeiro de 2019.
SOBRINO, Deyse da Silva. Bullying – respeite as diferenças!. http://premioprofessoresdobrasil.mec.gov.br/images/pdf/relatos_2011/2011_ppb_deyze_sobrino.pdf. Acesso em 15 de janeiro de 2019.
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TURMA: 6º ano
UNIDADE TEMÁTICA: História: tempo, espaço e formas de registro.
Nesta Unidade Temática, o estudante deverá entrar em contato com elementos que
possibilitem seu conhecimento acerca da ideia e organização do tempo por povos
diversos e da importância da ação humana na produção e registro da História e da
preservação das fontes/documentos/indícios históricos das sociedades em épocas
distintas.
OBJETO DE CONHECIMENTO: O tempo e suas representações
A história do tempo é tão longa quanto a própria existência humana, pois os povos
que habitavam a Mesopotâmia há 2000 a.C. já marcavam o tempo usando o
Relógio de Sol. Ao longo do tempo, outras civilizações também utilizaram várias
ferramentas para medir e cronometrar o tempo.
CONTEÚDO: O ser humano como ser histórico em uma multiplicidade de
tempos e espaços
Desde os primórdios da existência humana, o homem sempre procurou se orientar
acerca da passagem do tempo, seja observando as estações do ano, seja
observando as fases da Lua ou o deslocamento do Sol pelo céu.
HABILIDADES:
(EF06HI01PE) - Identificar e discutir diferentes formas de compreensão da noção
de tempo e de periodização dos processos históricos (continuidades e rupturas).
(EF06HI02PE) - Reconhecer e utilizar medidas de tempo usadas pelos homens e
mulheres em seu cotidiano e pelos historiadores em seus escritos (dia, mês,
semana, ano, década, século, milênio, era), buscando selecionar e localizar
informações e acontecimentos históricos em linhas do tempo e em outros modos
de organização temporal.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Despertar no estudante a curiosidade acerca da organização do tempo e de suas
representações desde os períodos mais remotos até os dias atuais, levando-os à
conscientização da importância de saber medir e organizar o tempo em nossas
vidas para facilitar o desenvolvimento das ações diárias de cada um.
TEMPO PEDAGÓGICO:
O ideal é que essa atividade seja realizada nos primeiros dias do ano letivo e, se
ATIVIDADE 6 – CÁPSULA DO TEMPO
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possível, que tenha a participação dos pais. Isto é, os objetos que serão inseridos
na cápsula que vai ser enterrada devem ser importantes para os pais e para os
estudantes.
RECURSOS:
Notebook;
Data show;
Relógio;
Celular;
Calendário impresso;
Imagens de lugares e/ou pessoas (celebridades), mostrando as
transformações ocorridas ao longo do tempo.
SUGESTÕES DE ATIVIDADE:
A aula pode ser iniciada com o professor falando sobre a importância do tempo
em nossas vidas e, na sequência, é feita a exibição do vídeo História Geral: o
tempo histórico e os diferentes calendários - narração prof. Cesar Mota,
encontrado no site https://www.youtube.com/watch?v=-7MyIJHpE-E.
O importante é que o professor explique a diferença entre tempo cronológico e
tempo psicológico. Na sequência, o professor apresenta imagens de
celebridades e/ou lugares onde seja possível identificar as transformações
causadas pelo fator tempo. Após a identificação dessas transformações, é
interessante apresentar imagens de diversos objetos inventados para medir o
tempo desde as sociedades mais antigas.
Distribuir o texto Quem definiu o tamanho das horas e dos minutos? Em seguida,
trabalhar com os alunos atividades que possibilitem a identificação do tempo no
relógio: horas, minutos e segundos e no calendário: dias, meses, anos e séculos.
Ex.: Responda a que séculos pertencem os anos: 1910 _____; 324_____; 78_____,
2000____, 100____; 2019_____, etc.
Construir coletivamente uma linha do tempo citando atividades do dia a dia dos
alunos referentes a uma semana anterior, ao dia atual e o que se pretende fazer na
semana seguinte, trabalhando com a turma a perspectiva do antes e do depois.
O professor deve solicitar aos pais (ou responsáveis) dos alunos que tragam objetos
significativos para a família (sem os estudantes saberem que objetos são); colocar
em uma caixa e lacrar para ser aberta no final do ano letivo em um momento especial
com a presença dos pais (ou responsáveis). A partir de então, deve ser feita a análise
de cada objeto, seu significado e as mudanças e permanências por eles
representados.
TEXTO DE APOIO:
TEMPO PSICOLÓGICO E TEMPO CRONOLÓGICO
por Paulo Rogério da Mota. https://paulorogeriodamotta.com.br/tempo-psicologico-e-tempo-cronologico/
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Qual a diferença entre tempo cronológico e tempo psicológico? Basicamente,
poderíamos dizer que o tempo cronológico lida com a quantidade e o tempo
psicológico, com a qualidade do tempo. Mas há mais para falar sobre esse
interessante tema!
O tempo cronológico
O tempo está em toda parte:
No calendário da parede;
Nos diversos relógios que pautam nossa vida;
No nascer e no pôr do sol;
Nas fases da Lua;
Nas estações do ano.
O tempo também está em nós mesmos: quando sentimos fome ou sono durante
o dia ou testemunhamos no espelho as marcas da passagem dos anos. O
tempo cronológico pode ser definido em horas em razão do movimento de
rotação da Terra (23h56m4s).
Assim, o dia ter 24 horas é a duração desse evento de rotação. Dessa forma,
podemos entender que o tempo é a duração de um evento. O presente acaba
sendo o evento que acontece entre o evento que aconteceu e o evento que
acontecerá.
O tempo psicológico
Porém, o ser humano possui um modo interno de perceber a passagem do
tempo! O ser humano tem uma percepção mental interna dessa passagem do
tempo. Essa percepção nem sempre é coincidente com a marcha física do
tempo. À medida que se envelhece, cada ano é uma fração menor da existência,
por isso parece um intervalo menor.
Tempo cronológico e tempo psicológico
Por vezes, estamos em algum evento que tem a duração de alguns minutos,
porém nos parece ter a duração de horas. Já outro evento pode ter a duração
de horas cronológicas, e ficamos com a impressão de que se passaram apenas
alguns minutos. Deduzimos então que o tempo psicológico baseia-se na nossa
percepção do evento que acontece. Não se trata do “quanto” do tempo que
passa, e sim de “como” ele passa. Se percebermos o evento que nos acontece
como desagradável, o tempo cronológico será maior que o tempo psicológico.
Se percebermos o evento que nos acontece como agradável, o tempo
cronológico será menor que o tempo psicológico.
Concentração
O que nos é desagradável não prende a nossa atenção, e, por consequência,
não nos concentramos no evento que acontece que é o nosso presente. Se o
que nos acontece nos é agradável, dedicamos nossa atenção ao evento e
ficamos concentrados nele, ou seja, estamos “presentes” no presente.
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Destaquemos a palavra “concentração”:
“- Ato de concentrar, convergência ou recolher em si mesmo.”
Relacionando tempo com espaço, fazemos a relação de que o que está
concentrado ocupa menos espaço, e o que está desconcentrado (disperso)
ocupa um espaço maior. Assim, podemos perceber que a concentração muda
o tempo psicológico para que este ocupe mais ou menos espaço do tempo
cronológico.
Imaginemos um quebra-cabeça com suas peças dispersas (desconcentração)
numa mesa. O tempo que levaremos para visualizar peça por peça demandará
mais tempo do que levaria se o quebra-cabeça estivesse montado
(concentração).
O melhor presente
Podemos utilizar esse conhecimento em nossas vidas! Aprimorarmos nossa
capacidade de atenção nos permitirá estar concentrados no presente. Dessa
forma, estaremos concentrados em nosso “aqui-agora”! Estar concentrado no
“aqui-agora” é estar presente e integrado ao presente e viver cada momento
como sendo único, pois haverá plenitude no que está sendo feito. Podemos usar
esse conhecimento em situações cotidianas percebidas por nós como
desagradáveis. Por exemplo: ao entrarmos numa fila de banco, que tal termos
um livro que estamos querendo ler ou um player para ficar ouvindo as músicas
de que gostamos?
Enfim:
-Estar presente no nosso presente é o nosso melhor presente.
Se cada momento é único, procure não o desperdiçar e assim tudo valerá a
pena se a alma não for pequena.
SUGESTÃO DE FILME:
A MÁQUINA DO TEMPO (2002) – O filme conta a história do inventor Alexander
Hartdegen que, após o assassinato da sua amada noiva, tenta reverter a morte dela
ao construir a máquina do tempo. Mas o experimento o leva a diversas “aventuras”
com o avançar dos anos até chegar a um futuro onde a humanidade encontra-se
dividida entre classes pacíficas e predatórias.
REFERÊNCIAS:
MIRANDA, Shirley. Quem definiu o tamanho das horas e dos minutos? Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-definiu-o-tamanho-das-horas-e-dos-minutos/. Acesso em 18 de janeiro de 2019.
MOTA, Cesar (narração). História geral: o tempo histórico e os diferentes calendários. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-7MyIJHpE-E. Acesso em 19de jan. de 2019.
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TURMA: 6º ano
UNIDADE TEMÁTICA: A invenção do mundo clássico e o contraponto com
outras sociedades
Nesta Unidade Temática, o estudante vai conhecer o mundo clássico e
compreender que simultaneamente existiam na América povos que construíram
grandes impérios.
OBJETO DE CONHECIMENTO: Povos antigos nas Américas: Astecas, Maias
e Incas
As três principais civilizações pré-colombianas, que habitavam o atual continente
americano, possuíam uma complexa organização política, econômica e social. A
estrutura social estava dividida, basicamente, entre a elite de sacerdotes, militares,
artesões do Estado e os camponeses.
CONTEÚDO: América Pré-colombiana: Astecas, Maias, Incas e povos
originários do Brasil
Antes da chegada dos conquistadores europeus ao continente americano, três
grandes civilizações dominavam a região, estendendo-se do atual México até o
atual Chile. No Brasil, várias etnias indígenas habitavam o litoral quando os
portugueses chegaram, entre elas: Caetés, Tamoios, Tupiniquins, Tupinambás,
etc.
HABILIDADES:
(EF06HI05PE) - Conhecer e valorizar a diversidade do patrimônio artístico, histórico
e cultural da humanidade, reconhecendo estas manifestações como formas de
registro e representações construídas por diferentes sociedades em diferentes
espaços e tempos históricos.
(EF06HI08PE) - Descrever modificações da natureza e da paisagem realizadas por
diferentes tipos de sociedade, com destaque para os povos indígenas originários e
povos africanos, e discutir a natureza e a lógica das transformações ocorridas em
diferentes épocas.
(EF06HI10PE) - Identificar aspectos e formas de registro das sociedades antigas
nas Américas, distinguindo alguns significados presentes na cultura material,
imaterial e na tradição oral dessas sociedades, reconhecendo a importância desses
povos para a formação do que será chamado, posteriormente, de Novo Mundo.
(EF06HI12PE) - Reconhecer, analisar e valorizar a participação dos diferentes
povos indígenas nos vários períodos da história local, regional, nacional e
ATIVIDADE 7 – O USO DO GAME TENTLAN
31
continental, com especial atenção para os vários povos que ocuparam o território
que hoje forma o estado de Pernambuco.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Experimentar, por meio da simulação digital lúdica, aspectos do processo de
desenvolvimento de uma cidade pré-colombiana, verificando a presença de
parâmetros da vida material e imaginário desses povos no decorrer da evolução do
experimento.
TEMPO PEDAGÓGICO:
O jogo não se desenvolve em uma partida única com tempo predefinido, podendo
ser empregado como projeto aplicado no decorrer de toda a unidade didática,
conforme definição docente, em função da organização da carga-horária,
disponibilidade de recursos tecnológicos e verificação da conveniência ou
necessidade de exploração de maior ou menor tempo para a atividade a partir do
interesse ou relevância pedagógica atribuída à ação. É possível desenvolver a ação
inclusive fora do ambiente escolar, quando os educandos envolvidos podem – se
possuírem acesso a computador e internet – estar envolvidos na atividade em
outros momentos, realizando as atividades do jogo eventualmente em suas casas
ou em lan houses.
RECURSOS:
Depende da dinâmica adotada, mas, em termos gerais, requer um laboratório de
informática com acesso à internet, data show, livro didático e/ou outros textos de
apoio sobre povos pré--colombianos. Preferencialmente, os educandos precisariam
ser organizados em grupos para otimizar a atividade quanto à disponibilidade de
equipamentos e também para que entre os grupos possam ocorrer interações
positivas para a aprendizagem.
SUGESTÃO ATIVIDADE:
Preparação inicial:
Verificação das condições do laboratório de informática e da conexão com a
internet. Nota: o jogo não requer computadores com configurações avançadas e
não precisa ser instalado, uma vez que é executado on-line mediante inscrição
gratuita por meio do site https://tentlan.com/
Necessário que os professores se familiarizem com o jogo para percepção de
conteúdos passíveis de abordagem didática e reconhecimento dos recursos e
dinâmica do jogo.
Indicar a utilização do jogo no planejamento do bimestre, relacionando ao
contexto didático próprio para realizar com maior eficiência seus resultados.
Em sala, durante a apresentação do projeto, conduzir uma partida do tutorial do
jogo, demonstrando como jogar e sugerindo o que os alunos poderão encontrar
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enquanto jogarem, identificando que são aspectos presentes das sociedades
maias.
Seleção de material de apoio: livro didático e/ou material complementar textual
ou em vídeo selecionados pelos professores conforme suas preferências.
Vídeo sugerido: https://www.youtube.com/watch?v=lCvx9mfCuW4
Desenvolvimento do jogo:
Definir grupos e ressaltar que cada um deles irá administrar uma cidade maia,
devendo os participantes identificar cada uma de suas cidades e realizar as ações
para seu progresso, trabalhando coletivamente (orientar uma pesquisa para
identificar as cidades maias históricas e suas características).
Cumprir as ações para o desenvolvimento da cidade, envolvendo as construções,
demografia, produção e gestão dos recursos produtivos (extrativismo, agricultura
e comércio), implemento do desenvolvimento de recursos de saberes (a
matemática, astrologia, medicina, ourivesaria, cronologia, etc.), dos ritos, do
comércio e transações para obter recursos necessários para melhorias e
construções, das estruturas e forças militares, das relações com outras cidades
e uma complexa rede de atividades que trazem para o jogo elementos da
sociedade maia.
Na condição de regentes (Huhau), os estudantes serão agentes do
desenvolvimento histórico de suas cidades, sendo essa experiência fator
imprescindível para a experiência do jogo. No decorrer da experiência, a
“inteligência artificial” do jogo é exercida através da interação com os
conselheiros Itzel, Ical e Ahkin, personagens que aparecem enunciando
instruções e missões para o processo de desenvolvimento e evolução da
sociedade nos campos da administração, saberes e ações militares e, à medida
que o jogo evolui (e que há o cumprimento da “curva de aprendizado” do jogo,
isto é, o cumprimento dos requisitos de habilidades capazes de conferir ao
jogador autonomia para agir e progredir), os jogadores passam a agir cada vez
mais em função de suas próprias estratégias e ações, percebendo nelas efeitos
positivos ou negativos para o cumprimento do desafio.
Problematização, produção de saberes e avaliação:
Reconhecendo que a dinâmica de trabalho com um jogo comercial é distinta –
por exemplo – do habitual trabalho com textos, pois se trata de recurso multimídia
interativo originalmente desenvolvido para fins de entretenimento, seu emprego
didático, portanto, requer o devido planejamento e precauções necessárias para
a abordagem de jogos digitais para o ensino de História. Nos jogos que trazem
encenações inspiradas na História, o bom desempenho dos jogadores pode
decorrer mais do domínio da curva de aprendizagem dos próprios jogos do que
necessariamente dos conhecimentos históricos deles. Porém, o uso coordenado
pode realizar essa conexão à medida que os elementos explorados pelo jogo
passam a ser requisitados de outras formas pela condução da abordagem
pedagógica. Enfim, os jogos não ensinam História, mas podem ser convertidos
33
em material para o ensino dela quando abordados de maneira articulada e
planejada. Também é comum verificar, na dinâmica dos ditos jogos históricos,
abordagens que tendem a ser totalizantes, lineares, parciais, anacrônicas ou a
ocorrência de situações que exijam um exame crítico mais apurado. Porém,
esses mesmos problemas podem ser vistos em outras produções como filmes,
quadrinhos, livros e quaisquer outros meios que trazem a História como subsídio,
inspiração ou atrativo. Abordar as sutilezas dessas situações já é uma prática
presente na atuação dos professores de História e é reforçada pela BNCC, sendo
assim, a observância crítica da narrativa, que é criada nos jogos, é uma
consequência do trabalho com esses recursos.
A título de produção de material e avaliação, o desenvolvimento dos desafios do
jogo – sua curva de aprendizagem – já é um fator indicativo de progresso, mas
podem ser propostas aos estudantes atividades de produção textual, de imagem,
de cartografia e de comparações entre os aspectos que manobraram jogando
(como agentes de um experimento de simulação de um processo histórico) e que
apreenderam por meio de leituras, aulas e diálogos. A título de exemplo, podem
ser propostos aos estudantes relatórios sobre suas realizações no jogo.
Explanações sobre como eram realizadas as atividades comerciais, produção
material e benfeitorias ou dificuldades para as populações que existiram entre os
maias e que eles puderam identificar enquanto jogavam.
Exploração de conceitos como “progresso”, “império” ou “domínio”, que puderam
experimentar jogando, transpondo o entendimento formal para a experimentação
proporcionada pelo jogo.
Elaboração de cartazes ilustrados trazendo aspectos aprendidos por meio da
experiência.
A avaliação das produções deve ser abordada de maneira a aproveitar aspectos
como compreensão, criatividade, expressão, experiência, desenvolvimento da
interação com outros e da produção coletiva.
Por parte dos professores, é interessante também criar a experiência com a
prática de uma metodologia e recurso que desponta como uma promissora
novidade pedagógica. Para tanto, o uso de recursos tecnológicos para registrar,
relatar e divulgar resultados, dificuldades e dúvidas relativas ao experimento é
importante para dar visibilidade ao trabalho e criar referências para futuros
projetos por meio do compartilhamento dessa produção. Utilizar blogs e sites
gratuitos para “postar” tais registros acaba motivando e inspirando em rede e em
escala maior a proliferação de iniciativas que podem, aos poucos, influir na
multiplicação de iniciativas que agregam mais motivação, inovação e diversão ao
ensino e aprendizagem de História.
TEXTO DE APOIO:
UTILIZANDO O JOGO DIGITAL TENTLAN COMO EXPERIÊNCIA DE
ENSINO E APRENDIZAGEM SOBRE POVOS PRÉ-COLOMBIANOS por Paulo Alexandre Filho
34
Engajar e motivar os estudantes é sempre um desafio que exige constante
reavaliação de processos, experimentações e adição de novas abordagens e,
consequentemente, uma contínua atuação em busca de meios para tornar
efetiva a relação com o saber histórico entre os jovens. Considerando que a
BNCC consagra que a história, no âmbito escolar, precisa edificar meios para
que os estudantes possam identificar, comparar, contextualizar, interpretar e
analisar, é importante articular meios para promover esse aprendizado, e isso
também importa na possibilidade de se abrir para exploração de abordagens e
metodologias renovadas, flertar com artefatos do cotidiano das crianças e
adolescentes e conferir ao cotidiano escolar uma atmosfera de prazer articulada
aos fins pedagógicos favorecida pela ação do lúdico, da inovação e da
aproximação com outras mídias. Os jogos digitais já podem ser abordados como
ferramentas didáticas, uma vez que foi superada a conotação
predominantemente negativa que costumavam carregar como elementos
distratores que atrapalhavam a capacidade de concentração e disciplina sobre
o tempo de seus jovens usuários, pois a evolução da indústria lúdica tecnológica
empreendeu o desenvolvimento de uma variedade rica de jogos que articulam
habilidade intelectuais e cognitivas. Em paralelo a essa transformação, estudos
sobre a relação entre os videogames e educação puderam indicar
possibilidades positivas do implemento dos jogos em favor da aprendizagem,
fato que resultou numa crescente produção bibliográfica e acadêmica sobre o
tema e também no desenvolvimento de metodologias ativas baseadas na
experiência lúdica, como é o caso da gamificação.
Nesse âmbito de inovação, a História tem uma condição privilegiada porque
inspira a produção de uma diversidade de jogos digitais populares e
empolgantes, inclusive mobilizando um subgênero dessa produção, como
ocorre no caso dos jogos digitais de estratégia do subgênero RTS (Real Time
Strategy – Estratégia em Tempo Real). Esses consistem em jogos que não
cumprem suas progressões por meio de estágios ou turnos, e sim pelo
cumprimento de uma jornada de evolução que envolve várias ações
simultâneas e que independem de sorte e habilidades motoras, mas da
articulação de planejamento de ações e percepção das condições. Esse
subgênero costuma incluir uma grande gama de jogos que trazem encenações
históricas que envolvem processos como evolução de estruturas, domínio e
exploração de recursos naturais, constituição de unidades de defesa, conflitos
territoriais e gestão de recursos e processos, de construção de narrativas e
metaversos (replicação/simulação digital de contextos de inspiração concreta).
Os “jogos históricos” possuem muitos aspectos de jogabilidade em comum e
podem ser encontrados títulos que trazem encenações referentes a muitos
contextos.
Para efeito da presente atividade, sugerimos especialmente o jogo Tentlan, que
pode ser qualificado categoricamente como um RTS que explora a temática do
desenvolvimento das civilizações pré-colombianas (mais claramente as
representações da Civilização Maia), empregando referências presentes
35
nesses povos históricos e estética visual correlata na composição do jogo.
Sendo assim, é viável seu emprego como experimento para fins pedagógicos,
explorando a potencialidade do jogo digital como recurso. Esse jogo pode ajudar
a didatizar um tópico que requer uma abordagem diferenciada para ser melhor
explorado pelo público-alvo, pois - através da experiência do jogo - os
estudantes poderão figurar de maneira ativa na situação de condutores de um
processo complexo, poderão interagir entre si, articular e comparar referências
empregadas pelo jogo com outras fontes mais formais de apresentação de tais
informações. E, enfim, terão uma oportunidade de utilizar beneficamente um
jogo digital como meio de entretenimento e aprendizado, aliando o lúdico ao
estudo de um conteúdo escolar. Tentlan, a exemplo de tantos outros, traz
referências históricas, mas não foi produzido com um jogo pedagógico e tem
finalidade de entreter; contudo, seu emprego pode ser apropriado para fins
didáticos se direcionado para tanto, aproveitando as referências a aspectos da
cultura maia presentes nos desafios e no design do jogo.
Certamente, há questões importantes a serem ponderadas diante da
implementação de metodologias tecnológicas aparentemente “distantes da
realidade das escolas” e dos limites de condições para planejar e executar
ações envolvendo jogos digitais. Contudo, um primeiro contato com essas
possibilidades já implica grande progresso de descoberta tanto por parte dos
estudantes quanto também dos professores. Por outro lado – e encarando o
desafio –, a oferta de recursos cada vez mais acessíveis atualmente pode
contribuir para a execução de projetos que envolvem jogos digitais e educação.
Trata-se de um campo aberto para muitas ideias e projetos. Uma imersão nesse
cenário pode enriquecer o repertório didático dos professores, o que favorece o
aprendizado dos educandos.
SUGESTÃO DE FILME:
UMA AVENTURA LEGO (2014) – Essa animação conta a história do operário
Emmet, um “pedreiro” seguidor de regras, que é confundido com um salvador de
uma profecia apocalíptica. Por conta disso, é recrutado por uma irmandade e tem
de enfrentar um vilão que domina toda a cidade.
REFERÊNCIAS:
ALVES, Lynn; COUTINHO, Isa de Jesus (orgs). Jogos digitais e aprendizagem: Fundamentos para uma prática baseada em evidências. Campinas, SP: Papirus, 2016.
COSTA, Marcella Albaine F. da. Ensino de história e games: dimensões práticas em sala de aula. Curitiba: Appris, 2017.
MATTAR, João. Games e educação: Como os nativos digitais aprendem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
OS MAIAS - GRANDES CIVILIZAÇÕES (COMPLETO). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lCvx9mfCuW4. Acesso em 17 de jan. de 2019.
TENTLAN. Disponível em: https://int.tentlan.com/. Acesso em 17 de jan. de 2019.
36
TURMA: 7º ano
UNIDADE TEMÁTICA: O mundo moderno e a conexão entre sociedades
africanas, americanas e europeias.
O mundo moderno, apesar do nome, não se remete aos tempos atuais, mas a um
período da História que aconteceu entre os séculos XV e XVII. Essa época foi
marcada por diversos acontecimentos, provocando profundas transformações na
Europa e, consequentemente, no mundo.
OBJETOS DE CONHECIMENTO: A ideia de “Novo Mundo” ante o Mundo
Antigo: permanências e rupturas de saberes e práticas na emergência do
mundo moderno.
Na Idade Moderna, a Europa era vista como o centro do mundo e ficaria conhecida
como o “Velho Continente”. O aparecimento das novas tecnologias, principalmente
nas navegações, possibilitou aos europeus a chegada às novas terras então
recentemente descobertas, que passariam a ser chamadas de “Novo Mundo”.
CONTEÚDOS: Cultura e sociedade na América pré-colombiana: mitos,
imaginário, religiosidade e práticas culturais.
A chegada dos europeus às Américas ocasionou um forte choque cultural entre os
conquistadores e os povos da região. É desse encontro que entra em ação um
fenômeno que vai afetar a ambos: o imaginário. Pois tanto os europeus quanto os
gentílicos possuíam seus mitos, religiosidades e práticas culturais.
HABILIDADES:
(EF07HI03PE) - Identificar os elementos culturais que constituem as identidades
de diferentes grupos em variados tempos e espaços a partir das conexões e
interações entre as sociedades do Novo Mundo, da Europa, da África e da Ásia no
contexto das grandes navegações e indicar a complexidade e as interações que
ocorreram nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Analisar criticamente uma obra ficcional que possua viés histórico.
TEMPO PEDAGÓGICO:
O ideal é a exibição completa do filme para uma melhor captação proposta pela
habilidade (EF07HI03PE). Durante a exibição, fazem-se necessárias pequenas
interrupções em momentos cruciais do filme para melhor esclarecimento dos fatos
históricos.
ATIVIDADE 8 – EXIBIÇÃO E ANÁLISE DO FILME APOCALYPTO (2006)
37
RECURSOS:
Notebook;
Data show.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
7 DICAS DE COMO UTILIZAR FILMES COMO RECURSO DIDÁTICO por Wigvan Pereira
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/7-dicas-como-utilizar-filmes-como-recurso-didatico.htm
3) Metodologia. Da forma como eu penso, o olhar do professor deve funcionar
como o olhar de um curador de museu ao escolher não só as telas, mas a
disposição que elas vão ocupar em uma exposição. Escolher o filme é só uma
das etapas do trabalho. Uma preparação prévia antes da exibição do filme pode
auxiliar nisso. Uma crítica a respeito ou uma lista de questões às quais os alunos
terão que responder podem ser entregues. Pela pouca duração das aulas,
dificilmente um filme pode ser exibido integralmente, a não ser que seja um curta-
metragem ou que haja uma negociação com outros professores. Por isso, uma
das metodologias que uso é a seguinte:
a) aula 1: aula expositiva sobre a relação entre o filme que será visto pelos alunos
em casa e o conteúdo trabalhado. É quando apresento uma crítica ao filme,
tomando o cuidado para não tirar o interesse pelo enredo, e questões que
servirão de “roteiro de leitura”.
b) aula 2: recolho as questões respondidas e oriento uma discussão sobre os
aspectos pertinentes. Dividir a sala em grupos pode dar mais dinamismo ao
debate para que esse não fique centrado em um grupo restrito de alunos.
c) aula 3: seleciono cenas do filme às quais eu gostaria de chamar a atenção e
mostrar relações possíveis com o conteúdo que tenham passado despercebidas
e para reforçar as ideias principais. Entrego um novo questionário, mais reduzido,
de três perguntas ou peço uma pequena dissertação para que os alunos
elaborem textualmente aquilo que conseguiram apreender.
TEXTO DE APOIO:
SINOPSE por Juliano Knd
https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100916064424AAy158i
Apocalypto interpreta a vida dos povos que habitaram a região da América
Central e na Península de Yucatán no México e Guatemala antes da colonização
Espanhola.
Uma tribo nativa vive em seu cotidiano normal, mas sente-se um mau presságio
no ar. De repente, durante a noite, o inimigo invade a tribo com muita selvageria,
os que não morrem na luta são capturados para serem levados à grande pirâmide
de pedra “Chichén Itzá” com o objetivo de serem oferecidos (sic) em sacrifício ao
deus sol, em troca de chuva para as plantações.
38
Durante o trajeto da viagem, vai tecendo-se, em forma visões e presságios
proféticos, a imagem de um libertador ou “Redentor em analogia ao Cristianismo”,
que os salvará daquele mal.
O “Apocalypto, palavra grega, não Yukateca, que significa, minha revelação”, que
não é compreendido e nem decifrado por ninguém durante o decorrer da estória
no filme. Esse ato selvagem, criminoso e de grande repugnância para a nossa
civilização de hoje, será interrompido por uma “intervenção Divina“, ou seja, um
eclipse solar que naquele momento possibilita a fuga do “Garra de Jaguar”, o
libertador profetizado anteriormente. Esse faz uma fuga surpreendente em busca
de salvar sua companheira prestes a dar à luz, que havia ficado dentro de um
buraco ao lado da tribo atacada. São momentos incríveis de perseguição na
floresta, quando apenas um homem movido pelo amor e instinto de sobrevivência
derrota sozinho os melhores guerreiros do Império Maya. E, após salvar sua
amada de uma enchente e receber seu novo filho, contempla - ao longe, no mar
- a chegada das primeiras embarcações espanholas que chegaram ao continente
como a esperança de uma nova civilização.
Por outro lado, os espanhóis vieram colonizar o Novo Mundo, o “Eldorado“,
levando as riquezas para seu país de origem. Apesar de se intitular “A nova
Civilização”, foi marcada também por uma ocupação sangrenta e escravagista
equivalente à formação de um novo Império, substituindo o Asteca que dominava
a região.
SUGESTÃO DE FILME:
1492 – A CONQUISTA DO PARAÍSO (1992) – Esse filme conta a história do
navegador Cristóvão Colombo durante o período das Grandes Navegações. Tudo
tem início quando Colombo aceita que a terra é redonda e decide explorar esse
imenso oceano que é o Atlântico, mas para isso era preciso encontrar alguém que
financiasse a sua viagem para comprovar a sua teoria de que, se navegasse em
direção ao Ocidente, ele chegaria ao Oriente.
REFERÊNCIAS:
AMARO, Hudson Siqueira; LUCHETTI, Solange Aparecida. A utilização de filmes nas aulas de história. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoespde/2014/2014_uem_hist_artigo_solange_aparecida_luchetti.pdf. Acesso em 10 de janeiro de 2019.
DOMINGUES, Joelza Ester. Ensinar História: O cinema como recurso pedagógico no ensino de História. Disponível em: https://ensinarhistoriajoelza.com.br/cinema-no-ensino-de-historia/. Acesso em 10 de janeiro de 2019.
FERRO, Marc. Cinema e história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
MOCELLIN, Renato. História e Cinema: educação para as mídias. São Paulo. Editora do Brasil, 2009.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema em sala de aula. São Paulo; Contexto, 2004.
39
TURMA: 7º ano
UNIDADE TEMÁTICA: O mundo moderno e a conexão entre sociedades
africanas, americanas e europeias.
O mundo moderno, apesar do nome, não se remete aos tempos atuais, mas a um
período da História que aconteceu entre os séculos XV e XVII. Essa época foi
marcada por diversos acontecimentos, provocando profundas transformações na
Europa e, consequentemente, no mundo.
OBJETOS DE CONHECIMENTO: Saberes dos povos africanos e pré-
colombianos expressos na cultura material e imaterial.
As culturas materiais e imateriais representam o patrimônio cultural de um povo.
Cada uma delas carrega o legado de seu povo e contribui para a construção de
identidade dos povos, seja no concreto (obras de arte) ou no abstrato (os saberes).
CONTEÚDOS: Povos africanos: mitos, imaginário, religiosidade e práticas
culturais.
Os africanos chegaram ao Brasil, no século XVI, por meio do tráfico de escravos
vindos da Nigéria, Daomé, Costa do Marfim, Congo, Angola, Moçambique, entre
outros países. Com eles, chegaram também a religião (Candomblé), a culinária
(acarajé) que, junto a outros legados, ajudaram a construir a identidade do povo
brasileiro.
HABILIDADES:
(EF07HI04PE) - Discutir aspectos referentes a semelhanças e diferenças sociais,
políticas, econômicas e culturais nos modos de viver dos indivíduos e grupos
sociais nos processos específicos das sociedades africanas e americanas antes da
chegada dos europeus, com destaque para as formas de organização social e o
desenvolvimento de saberes e técnicas.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Desenvolver a habilidade de observação durante o processo de construção da
imagem fotográfica.
TEMPO PEDAGÓGICO:
É necessário um tempo maior para que - na visita aos locais que guardam
contribuições dos africanos para a formação da identidade brasileira, como
engenhos, museus, quilombos etc. – estes sejam fotografados.
ATIVIDADE 9 – O USO DA FOTOGRAFIA NA AULA DE HISTÓRIA
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RECURSOS:
As câmeras fotográficas dos celulares dos estudantes;
Notebook;
Impressora colorida (ou serviços de impressão);
Papel fotográfico;
Tesoura.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
“INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E CARTÃO-POSTAL”1
Segundo o dicionário Houaiss, o cartão-postal possui uma fotografia ou um
desenho em uma das faces, ficando a outra face reservada à correspondência.
Dentro do âmbito da interdisciplinaridade e respeitando as habilidades propostas
pelo Componente Curricular de Artes, que versam sobre:
(EF69AR34PE) - Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial de
culturas diversas, em especial a local e a brasileira, incluindo suas matrizes
indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas e estéticas, favorecendo
a construção de vocabulário e repertório relativos às diferentes linguagens
artísticas;
(EF69AR35PE) - Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais
para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios
artísticos, analisando seus procedimentos estéticos e éticos;
e respeitando as orientações do Componente Curricular de Língua Portuguesa,
quando versa na Habilidade (EF69LP56PE) - Fazer uso consciente e reflexivo de
regras da norma-padrão em gêneros orais e escritos adequados a determinadas
situações comunicativas.
A ideia dessa atividade está na interdisciplinaridade entre os componentes
curriculares de História, Artes e Língua Portuguesa. Após a confecção do ensaio
fotográfico realizado pelos alunos, será feita uma seleção das fotos que serão
transformadas posteriormente em cartões-postais.
Já de posse da imagem selecionada (o ideal é que a aluno não analise a sua
própria produção fotográfica), uma análise da imagem deve ser realizada pelos
alunos (o professor precisa auxiliá-los nesse momento) e escrita no verso do
cartão.
Quando todos os cartões estiverem produzidos, será realizada uma exposição no
pátio da escola, onde os postais devem ser apresentados em forma de móbile.
1Título do ensaio contido no livro Alhos e Bugalhos, de Gilberto Freyre.
TEXTO DE APOIO:
FOTOGRAFIA: ARTE POSSÍVEL TAMBÉM COM CELULARES por Dimítria Coutinho
https://ada.vc/2018/02/16/como-fotografar-com-celular/
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Uma das grandes facilidades que os celulares trouxeram para nossas vidas foi
ter, a todo momento, uma câmera na mão. E, com o passar dos anos, essas
câmeras vêm se tornando cada vez melhores. Fica difícil não querer sair por aí e
fotografar tudo o que vemos.
Mas, independente de estarmos falando de câmeras fotográficas profissionais ou
de celulares, fotografia é e sempre será uma arte. E para ajudar a entender um
pouco mais sobre as melhores formas de fazer boas fotos com celulares,
conversamos com quem entende do assunto.
A Daniella Cabizuca, dona do perfil @adaniella no Instagram, é formada em
desenho industrial e começou a fotografar na brincadeira. “O meu amor pela
fotografia é de família, meu avô e tio eram fotógrafos profissionais, cresci naquele
universo do estúdio fotográfico. Acompanhava muito de perto desde criança”,
conta. Hoje, quase todas as fotografias do seu Instagram são feitas com o celular:
ela usa o iPhone X e o Zenfone 3 Zoom.
O Alexandre Urch é designer gráfico e fotógrafo profissional há 15 anos. Seu
trabalho busca explorar e tornar visíveis imagens do cotidiano que, muitas vezes,
passam batidas aos nossos olhos. Alexandre já venceu diversos prêmios de
fotografia, inclusive um Leica-Fotografe com um ensaio feito exclusivamente com
o celular.
Tanto a Daniella quanto o Alexandre dividiram com a gente algumas dicas
preciosas para fotografar bem usando um smartphone.
COMO FOTOGRAFAR BEM COM O CELULAR
Dica 1: Atenção à luz
Na fotografia em geral, a luz já é um dos principais aspectos a serem levados em
consideração. No celular, então, a atenção deve ser redobrada.
“Os celulares possuem sensores muito pequenos, então quanto menos luz, pior
será o resultado da imagem”, explica Alexandre. Por isso, encontrar uma boa luz
é essencial. A dica que a Daniella dá é a de fotografar em horários favoráveis,
fazendo o melhor uso possível da luz natural. “No meu caso, fotografo pela
manhã e ao entardecer”, conta.
Dica 2: Conheça seu celular
Uma das grandes dúvidas de quem quer começar a fotografar com o celular é se
realmente é possível fazer boas fotos, mesmo sem ser com o melhor dispositivo
do mercado. Sim, é possível. “Não é o aparelho que faz uma boa foto. Claro, se
tratando de definição, os aparelhos que têm uma melhor resolução ajudam muito
no resultado final da imagem. Mas o que define uma boa foto é o olhar, o
diferencial”, explica Daniella.
Mas isso não quer dizer que não há diferenças entre aparelhos distintos.
Alexandre explica que há diversas tecnologias em câmeras de celulares e que,
por isso, há melhores e piores opções de compra para quem tem a fotografia
como foco na hora de escolher um smartphone.
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Mas, além de escolher bem o celular, o principal é conhecê-lo. A dica do
Alexandre nesse sentido é de explorar seu dispositivo: “Conheça seu aparelho a
fundo, saiba seus pontos fortes, fracos e suas limitações, assim você saberá o
que procurar na hora de fotografar”.
Dica 3: Seja criativo
Como o celular possui limitações em relação às câmeras profissionais, o fotógrafo
de smartphone deve ser duplamente criativo. “Com um celular é possível fazer
todo tipo de fotografia, o que muda é a falta de um bom zoom em algumas
situações, então a melhor dica é ser criativo na hora de fazer a foto”, diz
Alexandre.
Nesse sentido, é importante ter um olhar atento, observando tudo aquilo que
acontece ao redor. “As minhas melhores fotos eu tirei quando não saí com o
intuito de fazer fotos, elas aconteceram. Adoro caminhar e sempre fui muito
atenta. Esse hábito treinou meu olhar, é um ótimo exercício”, conta Daniella.
Além disso, Alexandre explica que é muito importante prestar atenção ao fundo
da cena. Segundo ele, muitas vezes focamos só no que estamos fotografando e
esquecemos que o fundo pode estar muito poluído ou conter objetos indesejados.
Para Daniella, uma cena simples do cotidiano pode se tornar uma bela fotografia
se estivermos com o olhar atento. “Procurar por uma boa luz, uma cena
interessante, algo que encante os olhos e um tratamento adequado. Esse
conjunto, quando bem equilibrado e com uma harmonia de cores e luz, faz de
uma cena simples uma bela foto”.
Dica 4: Crie uma identidade
Mais do que ser criativo, é muito importante criar uma identidade própria em suas
fotografias: algo que as faz únicas e suas. Daniella explica que isso vem ao longo
do tempo, com um amadurecimento em relação à fotografia. Para ela, buscar
referências é muito importante nesse sentido, além de encontrar aquilo que faz
suas fotos carregarem a sua personalidade: pode ser o ângulo, as cores, o
tratamento ou algum outro aspecto da imagem.
“Encontrando um estilo já é mais da metade do caminho andado. Depois vem o
tratamento, as cores…uma coisa agrega à outra”, conta.
Dica 5: Estude
“Fotografar não é uma brincadeira, não é só apertar um botão, fotografia é algo
muito sério”. As palavras do Alexandre nos lembram que a fotografia, assim como
qualquer outra técnica, demanda bastante estudo. Para Daniella, esse estudo
passa, também, pela procura de referências. “Assisto muito a filmes, que é uma
grande referência, principalmente quando ainda não se tem um estilo de
fotografia definido”, explica. Além disso, ela diz que revistas, museus e viagens
também são excelentes fontes de inspiração.
43
Dica 6: Edite
Quase toda boa fotografia passou por uma excelente edição. E não é preciso ser
expert nos programas de computador para realizá-la bem. Muitos aplicativos
disponíveis são muito bons nesse processo, além de serem mais simples e
rápidos na hora de editar. A própria Daniella usa apps para melhorar suas fotos.
Algumas dicas que ela dá são o Snapseed (gratuito para Android e iOS), o VSCO
(gratuito para Android e iOS) e o Darkroom (gratuito para iOS).
Dica 7: Divirta-se
Acima de tudo, fotografar deve ser uma atividade divertida e prazerosa. Então,
divirta-se com leveza. Para Alexandre, “se você não se divertir, o ato fotográfico
pode se tornar tão chato que vai fazer você perder o interesse em fotografar”.
SUGESTÃO DE FILME:
ANSEL ADAMS: A DOCUMENTARY FILM (2002) – Esse documentário conta a
história do fotografo norte-americano Ansel Adams, famoso por produzir ensaios
fotográficos do Vale do Yosemite, na Califórnia, sendo também constantemente
associado a fotos produzidas em preto e branco.
REFERÊNCIAS:
BENVENUTI, Jaqueline; GUERRA, Tatiane Gasperin de Chaves. A Fotografia como uma nova estratégia para o ensino de História. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/revistadolhiste/article/viewFile/59819/36935. Acesso em 16 de janeiro de 2019.
FREYRE, Gilberto. Alhos e Bugalhos: ensaios sobre temas contraditórios, de Joyce a cachaça; de José Lins do Rego ao cartão-postal. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.
KOSSOY, Boris. A fotografia como fonte histórica: introdução à pesquisa e interpretação das imagens do passado. São Paulo: Museu da Indústria, Comércio e Tecnologia de São Paulo, 1980.
______________. Fotografia & História. 2ª ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
______________. Realidades e ficções da trama fotográfica. Cotia: Ateliê Editorial, 1999.
44
TURMA: 8º ano
UNIDADE TEMÁTICA: O mundo contemporâneo: o Antigo Regime em crise
Nesta Unidade Temática, o estudante vai conhecer como funcionava o Antigo
Regime com o poder absolutista do rei, como esse poder foi contestado pelo
pensamento iluminista e também vai conhecer um pouco mais sobre os pensadores
iluministas.
OBJETOS DE CONHECIMENTOS: Iluminismo ou ilustração
Este Objeto de Conhecimento trabalha a visão de mundo dos iluministas, que usam
a razão em contraposição ao pensamento medieval, fundamentado na fé e
tradições da Igreja.
CONTEÚDOS: O Iluminismo: conceitos, pensadores e desdobramentos para
o mundo moderno.
Com esse conteúdo, o professor vai trabalhar os conceitos e tradições medievais
contestadas pelos iluministas e as consequências dessa nova forma de pensar para
a construção dos Estados modernos e de como essas ideias influenciam as
sociedades ocidentais contemporâneas.
HABILIDADES:
(EF08HI01PE) - Compreender a crise do Antigo Regime no contexto de emergência
dos Estados modernos.
(EF08HI02PE) - Identificar e discutir os principais aspectos conceituais do
Iluminismo e do Liberalismo a partir de seus teóricos e discutir a relação entre eles
e a organização do mundo contemporâneo nas estruturas políticas, econômicas,
sociais, culturais e seus desdobramentos.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Fazer uso de uma peça teatral para facilitar a compreensão dos estudantes acerca
de como a sociedade do Antigo Regime foi contestada pelos pensadores iluministas
e da forma como essas ideias influenciam as sociedades ocidentais até os dias
atuais.
TEMPO PEDAGÓGICO:
Uma aula para abordagem do tema e exibição do vídeo; uma aula para organizar
a apresentação; uma aula para apresentação da peça e fechamento do tema.
ATIVIDADE 10 – ENCENAÇÃO: ABSOLUTISMO MONÁRQUICO X ILUMINISMO
45
RECURSO:
Data show;
TNT (para as roupas e cenário);
Tesoura, mesa, cadeiras, saco (TNT) cheio até a metade (pode ser com
papel) para representar os impostos levados pelos soldados, papel laminado
para a coroa do rei.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE
CENA 1. O REI E O PRIMEIRO-MINISTRO
ATO 1. O rei está em seus aposentos quando entra o ministro e o saúda
com reverência (encurvando-se)
Primeiro-Ministro:
- Com licença, Vossa Majestade mandou me chamar?
Rei:
- Sim senhor, Primeiro-Ministro. É que estou planejando dar uma grande festa
na primavera, com a presença de todos os reinos amigos e quero que o senhor
faça os preparativos.
Primeiro-Ministro:
- Majestade, estamos com pouco dinheiro. Devido à seca dos últimos anos os
impostos diminuíram.
Rei:
- Então vamos aumentar os impostos, senhor Ministro.
Primeiro-Ministro:
Majestade, é que os camponeses já reclamam porque dizem que pagam muitos
impostos.
O rei se ergue, estufa o peito e indignado diz:
Rei:
- Como se atrevem a contestar minhas ordens? Eu sou o rei. Deus me deu o
direito para governar a todos. E, depois de mim, meu filho vai governar a todos
pela vontade divina.
Ato 2 – O rei e os cobradores de impostos
Rei:
- Onde estão os cobradores de impostos?
Entram os cobradores de impostos e se curvam diante do rei
- Aqui Vossa Majestade.
Rei:
- Vão às aldeias cobrar mais impostos.
Cobradores de impostos:
- Senhor, eles dizem que já pagam muitos impostos
Rei:
- Diga-lhes que é o rei que está mandando
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Cobradores de impostos:
- Sim, Majestade!
Rei:
- Eu sou o rei, o representante de Deus na terra. Desobedecer a mim é o mesmo
que desobedecer a Deus.
Cobradores de impostos:
- Sim, meu senhor!
Rei:
- Agora vão!
Os cobradores de impostos saem, e o rei volta-se para o Primeiro-Ministro e diz:
Rei:
- Senhor Ministro, comece os preparativos para a festa.
Primeiro-Ministro:
- Sim, Majestade!
CENA 2 – COBRANÇA DE IMPOSTOS
Ato 1 - Os cobradores de impostos chegam junto dos aldeões
Cobradores de impostos:
- Paguem os impostos ao rei.
Aldeões:
- Já pagamos os impostos e o que temos dá só pra nossa sobrevivência.
Cobradores de impostos:
- São ordens do rei.
(Os cobradores tomam os alimentos dos aldeões e vão embora enquanto os
aldeões ficam tristes e chorosos.)
CENA 3. FILÓSOFOS CONVERSAM SOBRE O ABSOLUTISMO E AS IDEIAS
ILUMINISTAS
Ato 1 – Os filósofos Montesquieu, Voltaire e Rousseau estão sentados a
uma mesa conversando sobre o poder absoluto do rei e as ideias
iluministas.
Montesquieu:
- Não concordo com essa história do rei ser representante de Deus na terra. O
rei é um homem como qualquer outro. O governo não pode ficar nas mãos de um
homem só.
Voltaire:
- Por que não? Eu gosto da ideia de existir um rei no poder, mas acho que tem
que ter uma constituição para estabelecer as leis.
Rousseau:
- O poder nas mãos de um homem é o exemplo da grande desigualdade social
existente entre as pessoas.
Montesquieu:
- A ideia da constituição é boa, caro colega, mas não apenas isso. Digo que o
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governo deve ser dividido em três poderes diferentes.
Voltaire:
- Como assim? Explique por gentileza. Posso até não concordar com o que você
diz, mas defenderei até a morte o vosso direito de falar.
Rousseau:
- Ouvir e ser ouvido. Isso é igualdade entre as pessoas, meu caro Voltaire.
Voltaire:
- Mas como seriam esses três poderes Montesquieu?
Montesquieu:
O Poder Executivo administra. É aquele que governa e realiza as ações.
O poder Legislativo faz as leis. Leis que todos devem cumprir.
O poder Judiciário cuida da justiça, zelando para que as leis sejam cumpridas.
Voltaire:
Isso faria com que as pessoas se respeitassem mais, como iguais. Seria
importante que tudo fosse escrito em livros, porque os livros são as principais
armas contra a ignorância.
Rousseau:
Isso é a soberania do povo, meus caros colegas.
Montesquieu:
- Seria uma sociedade mais justa.
Voltaire:
- Parece que sim.
Rousseau:
- Que tenhamos um futuro com menos desigualdade.
Voltaire:
- E que a ignorância humana seja vencida pelas luzes da razão.
TEXTO DE APOIO:
INFLUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA NO MUNDO por Tales dos Santos Pinto
https://escolakids.uol.com.br/historia/influencias-da-revolucao-francesa-no-mundo.htm.
A Revolução Francesa foi um dos acontecimentos mais importantes da História
contemporânea do Ocidente. Ela marcou o fim da Idade Moderna e o início da
Idade Contemporânea, de acordo com o que foi estipulado por historiadores
europeus. O motivo para isso foram as influências da Revolução Francesa no
mundo.
A Revolução Francesa marcou a ascensão da burguesia como classe social
dominante, superando a aristocracia proprietária de terras, bem como a criação
de novas instituições e novas formas de organizar a vida econômica, política e
social que iriam se expandir para todo o planeta.
Com a Revolução Francesa, o capitalismo rompeu os obstáculos políticos feudais
que ainda vigoravam na Europa Ocidental, juntando-se às transformações
econômicas desencadeadas com a Revolução Industrial.
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Essas mudanças vinham sendo preparadas desde os séculos XVII e XVIII, com
o desenvolvimento do pensamento racional iluminista. Para os iluministas, a
razão poderia auxiliar todos os homens na explicação dos fenômenos da
natureza e da forma de organização da sociedade.
Não que os iluministas fossem essencialmente revolucionários. Mas as ideias
iluministas serviram, junto à utilização da razão para interpretar o mundo, para os
revolucionários franceses questionaram o caráter sagrado do poder, defendido
pelos reis, pela aristocracia e pela Igreja.
Todos os homens poderiam exercer o poder. Mas para isso era necessário criar
instituições que garantissem esse exercício. Nesse sentido, a República foi a
principal dessas instituições. Ela representava o fim dos privilégios da aristocracia
e a libertação dos camponeses dos laços de servidão que os prendiam à nobreza
e ao clero. Nas cidades, tinham fim as corporações feudais que limitavam os
negócios da burguesia.
Mas, mesmo antes da Revolução Francesa, os ideais iluministas já haviam
possibilitado que na América do Norte os colonos ingleses realizassem a
Independência dos EUA e construíssem também uma República. Mas o impulso
maior foi mesmo dado pela Revolução Francesa, graças ao poderio do Estado
francês.
A Revolução Francesa influenciou ainda outros processos de independência no
continente americano. Em 1794, os africanos escravizados que trabalhavam nas
lavouras de cana-de-açúcar do Haiti conseguiram o fim da escravidão após uma
sanguinária guerra de independência. Era o primeiro país do continente a pôr fim
à escravidão. No Brasil, a Conjuração Baiana (ou Revolta dos Alfaiates) de 1798
também foi fortemente influenciada pelos acontecimentos da Revolução
Francesa.
O historiador Eric. J. Hobsbawm afirma ainda que os revolucionários franceses
influenciaram simbolicamente as nações emergentes da Europa do século XIX
com as bandeiras tricolores.
O conceito e o vocabulário do nacionalismo, desenvolvido com educação
universal, e o recrutamento de cidadãos de todas as classes para o exército
foram mais algumas das influências da Revolução Francesa.
O modelo de organização técnica e científica, além do sistema métrico de
medidas (metro, centímetro, decímetro etc.), foi outra contribuição desenvolvida
nesse período.
SUGESTÃO DE FILME:
DANTON – O PROCESSO DA REVOLUÇÃO (1983) – Essa película aborda o
período do “Terror”, considerada a fase mais sangrenta da Revolução Francesa, e
o embate político entre Danton e Robespierre.
REFERÊNCIAS:
BERNARDES, Luana. Iluminismo: para os iluministas tratava-se de substituir as
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trevas da ignorância – fruto do misticismo religioso – pelas luzes da razão.
Disponível em: https://www.todoestudo.com.br/historia/iluminismo. Acesso em 20
de jan. de 2019.
DOMINGUES, Joelza Ester. Iluminismo: do Antigo regime aos nossos dias.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mujdEn8k_GU. Acesso em 20 de
jan. de 2019.
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TURMA: 8º ano
UNIDADES TEMÁTICAS: Os processos de independência nas Américas
Nessa Unidade Temática, o estudante vai conhecer os processos de luta dos povos
das Américas ocorridos na busca pela independência, analisando suas causas,
conflitos e consequências.
OBJETOS DE CONHECIMENTOS: A revolução dos escravizados em São
Domingo e seus múltiplos significados e desdobramentos: o caso do Haiti.
Esse Objeto de Conhecimento estuda Revolução de São Domingo, também
conhecida como Revolução do Haiti - primeira República da América a eliminar a
escravidão e pôr um negro no governo - e suas consequências para a região,
inclusive para o Brasil.
CONTEÚDO: Grupos de cativos no Brasil e suas condições de vida
Nesse conteúdo, serão abordadas as diversas questões referentes à condição de
vida dos povos negros e indígenas brasileiros, observando-se tanto as questões de
escravidão quanto a herança sociocultural que os acompanha até os dias atuais.
HABILIDADES:
(EF08HI15PE) - Discutir o lugar atribuído aos diversos grupos indígenas e a
participação dos negros na sociedade brasileira do final do período colonial,
identificando permanências na forma de preconceitos, estereótipos e violências
sobre as populações indígenas e negras no Brasil e nas Américas, analisando as
diversas formas de resistência dessas populações no espaço da construção de
suas identidades.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Proporcionar ao estudante a oportunidade de conhecer melhor a condição de vida
dos povos negros e indígenas do Brasil e despertar a conscientização de sua
importância na construção da sociedade brasileira e, principalmente, da
pernambucana.
TEMPO PEDAGÓGICO:
Uma aula para abordagem do tema; uma para orientação dos grupos; outra para
realização da atividade e conclusão analítica.
RECURSOS:
Cartolina;
ATIVIDADE 11 – APRESENTAÇÃO COM PAINEIS
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Caneta hidrocor;
Imagens cotidianas e de artistas negros e índios;
Papel 40g(?).
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
Dividir a turma em grupos para pesquisar as temáticas abordadas: indígenas
de PE, escravidão em PE; quilombos em PE; herança cultural indígena em
PE; herança cultural negra; personalidades negras do Brasil (antigas e
atuais); personalidades indígenas do Brasil (antigas e atuais).
Elaborar um painel com desenho do mapa do Estado de Pernambuco
(tamanho grande) e nele marcar locais como o Marco Zero - onde acontecia
a venda de escravos; Porto de Galinhas – onde eram desembarcados os
escravos após a proibição do tráfico negreiro; local onde existe quilombo;
regiões onde existem tribos indígenas - identificar local de cada povo
indígena.
Elaborar um painel com estereótipos indígenas.
Elaborar um painel com estereótipos negros.
Elaborar um painel elencando as heranças indígenas na sociedade
pernambucana.
Elaborar um painel elencando as heranças negras na sociedade brasileira.
Elaborar um painel com personalidades negras do Brasil.
Elaborar um painel com personalidades indígenas do Brasil.
Com os painéis organizados e os estudantes dominando o conteúdo
estudado, os painéis podem ser expostos em uma área ampla da escola.
Importante que o professor acorde antecipadamente com a gestão da escola
e outros colegas professores para que cada turma possa visitar a exposição
e ouvir dos estudantes a explicação de cada tema em pauta.
O professor e a turma decidem, junto à gestão da escola, se a exposição dos
painéis deve ser recolhida após a apresentação ou se pode ficar por mais
tempo.
O professor pode ainda, com o conhecimento e a concordância da turma e da
gestão da escola, marcar uma apresentação exclusiva (na escola) para pais
e membros da comunidade, previamente convidados.
Obs. Importa que, no decorrer da exposição, percebam-se as lutas, as
mudanças, permanências e as perspectivas para a condição de vida desses
povos.
TEXTO DE APOIO:
INDÍGENAS, NEGROS E MULHERES SÃO MAIS AFETADOS POR
POBREZA E DESEMPREGO NO BRASIL, DIZ CEPAL https://nacoesunidas.org/indigenas-negros-e-mulheres-sao-mais-afetados-por-pobreza-e-
desemprego-no-brasil-diz-cepal/. Acesso em 16 de jan. de 2019.
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No Brasil, o índice de pobreza entre os afrodescendentes chega à média de 22%,
valor duas vezes maior que entre os brancos (10%). Pobreza extrema afeta
indígenas seis vezes mais do que o restante da população. Desigualdades
também são observadas no acesso à educação. A população afrodescendente
também é mais afetada por pobreza no Brasil, alerta CEPAL.
Em relatório divulgado na terça-feira (1), a Comissão Econômica para a América
Latina e Caribe (CEPAL) alerta que indígenas, negros e mulheres estão mais
vulneráveis ao desemprego e à pobreza em países latino-americanos.
No Brasil, índice de pobreza entre os afrodescendentes chega à média de 22%,
valor duas vezes maior que entre os brancos (10%).
A pesquisa do organismo regional identifica o que chama de “eixos estruturantes”
da desigualdade social, como gênero e aspectos étnico-raciais.
Com base em dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a CEPAL calculou que a porcentagem de indígenas brasileiros vivendo
em situação de pobreza extrema — 18% — é seis vezes maior do que a
proporção verificada no restante da população do país. Entre os negros, a taxa é
menor (6%), mas representa o dobro do índice de indigência entre os brancos.
As disparidades atravessam outros níveis de renda. No Brasil, 49% dos indígenas
e 33% dos afrodescendentes pertencem à quinta parte mais pobre da população.
Vinte e quatro porcento dos indivíduos brancos estão entre os 20% mais ricos da
sociedade. O valor é três vezes maior do que a participação dos negros (8%) e
dos indígenas (7%) nesse grupo mais abastado.
As desigualdades nacionais acompanham padrões regionais, segundo a CEPAL.
Em média, na América Latina, 37% dos indígenas e 34% dos negros fazem parte
dos 20% mais pobres, e a taxa de participação desses grupos nas camadas mais
ricas equivale à aproximadamente metade dos índices calculados para os
brancos.
Renda, emprego e qualificação
Considerando a faixa etária dos 15 aos 29 anos, a pesquisa revela que, no Brasil,
homens brancos enfrentam um índice de desemprego de 9,9%, ao passo que
entre mulheres negras a taxa atinge 19,4%, mesmo a média de escolaridade
variando apenas 0,2 ano entre os dois grupos — de 9,8 entre o público branco
masculino e para 9,6 entre mulheres afrodescendentes.
Mesmo quando mulheres brasileiras permanecem mais tempo na educação
formal — como é o caso das mulheres brancas, que se qualificam por um período
estimado em 10,6 anos —, a desocupação permanece mais alta entre o público
feminino jovem, chegando a 14,6%. Os dados utilizados para a análise são de
2014.
Na América Latina, a proporção de mulheres negras e brancas que dependem
de transferência de renda é quase a mesma — 27% e 26%, respectivamente. Os
homens, em ambos os casos, dependem menos dessa via — 14% do público
masculino dos dois segmentos.
53
Avaliando a população empregada do Brasil, Equador, Peru e Uruguai, a CEPAL
descobriu que a escolaridade média dos brancos empregados — 9,4 anos — é
significativamente mais elevada que a de afrodescendentes — 7,1 anos.
A população indígena também aparece particularmente vulnerável à falta de
acesso à educação. Cerca de 20% dos jovens indígenas latino-americanos de 12
a 17 anos não frequentam a escola. A proporção cai para cerca da metade,
quando analisada a população branca.
A CEPAL estima que no Brasil, Colômbia, Nicarágua e Panamá, menos de 5%
dos jovens indígenas do meio rural, com idade de 20 a 29 anos, possuem 13 ou
mais anos de estudo.
SUGESTÃO DE FILME:
TOUSSAINT LOUVERTURE (2012) – Conta o processo de independência do Haiti,
primeira colônia das Américas a se tornar independente, liderado pelo lider negro
François-Dominique Toussaint L'Ouverture.
REFERÊNCIAS:
GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Revolução e Independências: Notas sobre o Conceito e os Processos Revolucionários na América Espanhola. http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2056/1195. Acesso em 18 de janeiro de 2019.
PIMENTA, João Paulo. A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-1822). São Paulo: Hucitec/Fapesp, 2015.
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TURMA: 9º ano
UNIDADES TEMÁTICAS: A história recente
Essa Unidade Temática aborda temas da História mais recente, possibilitando ao
estudante conhecer melhor fatos que foram vividos por pessoas próximas, sejam
parentes ou pessoas conhecidas, e se perceber como integrante de uma realidade
histórica ao lidar com as questões políticas, econômicas e sociais que se refletem
na sua vida cotidiana.
OBJETOS DE CONHECIMENTOS: O fim da Guerra Fria e o processo de
globalização
Esse Objeto de Conhecimento aborda questões referentes ao fim da Guerra Fria e
a forma como os desdobramentos políticos, econômicos e sociais desse processo
afetam a vida das pessoas.
CONTEÚDO:
A Guerra Fria: lutas políticas, ideológicas e culturais: o mundo dividido e em
ebulição.
HABILIDADES:
(EF09HI41PE) - Analisar mudanças e permanências associadas ao fim da Guerra
Fria, ao Estado de bem-estar social e ao processo de globalização, considerando
os argumentos dos movimentos críticos às políticas globais, observando o
direcionamento da política brasileira nesse contexto.
OBJETIVO DA ATIVIDADE:
Nesta atividade, os estudantes vão conhecer temas que influenciaram e ainda
influenciam o modo de vida das pessoas, além de desenvolver o espírito de
trabalho coletivo, indispensável para as relações sociais dos indivíduos.
TEMPO PEDAGÓGICO:
Uma aula para abordagem do tema e outra para realização da atividade e
conclusão analítica.
RECURSOS:
Fotos de jornais e revistas.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
ATIVIDADE 12 – TRABALHO COM SELAÇÃO DE IMAGENS
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O professor faz a abordagem do tema referente ao fim da Guerra Fria,
enfatizando as perspectivas políticas, econômicas e sociais que surgiram com
o fim da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A seguir, o professor pede à turma que se organize em equipes e distribui
duas imagens selecionadas previamente (referentes ao tema em pauta) para
que cada equipe faça uma pesquisa e apresente na aula seguinte.
O professor solicita que cada equipe, ao apresentar, faça uma análise do tema
abordado.
TEXTO DE APOIO:
A QUEM INTERESSA UM ESTADO MÍNIMO? Por Gilson Piber
https://diariosm.com.br/colunistas/colunistas-do-impresso/a-quem-interessa-um-estado-m%C3%ADnimo-1.2035699
Para o economista francês Thomas Piketty, 'a democracia deve controlar o
capitalismo, não o contrário'
Este artigo visa a refletir com os(as) leitores(as) o Estado que temos e aquele que
queremos no Brasil. É notório que os brasileiros pagam muitos impostos, taxas e
contribuições. Na contramão, estão os serviços de péssima qualidade recebidos pela
população, principalmente nas áreas de saúde, educação e segurança. O
Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo prevê que, até o último dia do
ano, o placar deve chegar a R$ 2,170 trilhões. Isso representaria um crescimento de
8,4% em relação ao ano passado, sem considerar a inflação.
Mas a quem interessa um Estado mínimo? Interessa à elite econômica e às
conveniências de grandes corporações privadas. Quem garante que serviços
públicos transferidos a gestores privados brasileiros e/ou estrangeiros vão assegurar
retornos de qualidade ao cidadão? Sem falar que os governos liberais,
invariavelmente, acodem instituições privadas quando essas precisam de socorro,
por meio de Refis e outros auxílios. Tudo com o nosso dinheiro.
Queremos ser uma Noruega, uma Dinamarca, uma Islândia, com serviços de
primeira, mas lá a taxação é elevada também. A diferença está na eficiência do
estado na aplicação desses recursos. Aqui, a população em geral paga elevados
tributos (o ICMS) já ao consumir os produtos para sua sobrevivência básica.
O economista francês Thomas Piketty, professor e pesquisador na Escola de Altos
Estudos em Ciências Sociais e na Escola de Economia de Paris, e autor do livro ''O
Capital do Século XXI'', é enfático quando aborda a questão: "Necessitamos de
impostos progressivos sobre a propriedade, de serviços públicos de qualidade, de
infraestrutura, de regras para o mercado do trabalho, de sindicatos organizados, de
tudo o que nos ajude a controlar as forças do mercado para que estas funcionem no
interesse geral. A democracia deve controlar o capitalismo, não o contrário."
Piketty acrescenta: "Só depois dos grandes choques como a 1ª Guerra Mundial, a
Revolução Bolchevique e a Crise de 1929 é que surgiram mecanismos de redução
de desigualdades na Europa e nos Estados Unidos. A redução da desigualdade
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estimulou o crescimento econômico e obrigou o capitalismo a desenvolver sistemas
como o da previdência social. Existem várias maneiras de organizar o capitalismo,
que não é o mesmo na Suécia, onde o Estado recolhe 50% das riquezas em
impostos, para sustentar os serviços prestados à sociedade, e na Ásia e América."
Piketty faz um alerta ao Brasil: "As elites brasileiras erram ao rejeitar certas formas
de redistribuição de renda que funcionaram bem na Europa ou mesmo nos Estados
Unidos, permitindo mais justiça social e mais desenvolvimento econômico. O nível
de desigualdade brasileiro é um dos mais extremos do mundo."
Conforme Piketty, "pior do que o Brasil, só a África do Sul e o Oriente Médio." Ele
defende que "o debate democrático precisa fazer o país avançar no caminho
prioritário da diminuição da injustiça social" e cita uma das conclusões de uma
pesquisa feita por Marc Morgan sobre as desigualdades no Brasil: "Entre 2001 e
2015, houve uma leve melhoria dos ganhos dos 50% mais pobres. O aumento do
salário mínimo foi um dos responsáveis por essa melhora. O problema é que classe
média foi desfavorecida. Os 10% mais ricos não foram afetados."
O economista francês recomenda que é preciso aplicar políticas de redistribuição que
atinjam os mais favorecidos. "Enquanto o governo japonês aumenta o imposto sobre
heranças de 45% para 55% (nos Estados Unidos são 35%, na Alemanha e na
Inglaterra, 40%), no Brasil, fica entre 3% e 4%. Não existe fatalidade. Tudo é
resultado da história", destaca Piketty.
SUGESTÃO DE FILME:
PONTE DOS ESPIÕES (2015) – Narra a história real da “prática” de trocar supostos
espiões, ou espiões mesmo, durante a Guerra Fria. O filme se passa durante a
construção do Muro de Berlim e tem como referência a atuação de um advogado
de uma corretora de seguros que fora contratado pelo governo norte-americano
para defender um suposto espião russo e intermediar a troca com um piloto
americano preso por espionagem.
ADEUS, LÊNIN - Um filme dirigido por Wolfgang Becker. Conta a história de como
um jovem tenta manter um cenário característico do mundo comunista para impedir
que sua mãe, uma ativista comunista, ao sair do coma não perceba as mudanças
ocorridas após a queda do muro de Berlim.
REFERÊNCIAS:
BECKER, Wolfgang. Adeus Lênin. Disponível em: https://sanojhumber.blogspot.com/2017/10/GoodByeLenin2003.html. Acesso em: 16 de janeiro de 2019
MASSAGÃO, Marcelo. Nós que aqui estamos por vós esperamos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gA1rGqnJ-qo . Acesso em 16 de janeiro de 2019.