orientaÇÕes sobre a prÁtica pedagÓgica para o aluno surdo.pdf

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    PREFEITURADA CIDADE DO RIO DE JANEIROSecretaria Municipal de EducaoSubsecretaria de Ensino :: Coordenadoria de Educao

    Orientaes sobre a prtica pedaggica

    e o ensino voltado para o aluno surdo

    Cristiane Correia Taveira, IHA/SME-RioLaura Jane Messias Belm, IHA/SME-Rio

    MichliAccioly Cruz Rezende da Silva, IHA/SME-RioMnica Astuto Lopes Martins, IHA/SME-Rio

    Regina Celi Souza Costa de Moraes, IHA/SME-RioSnia Cristina Medeiros Rocha, IHA/SME-Rio

    Parte 1

    Introduo

    importante considerarmos alguns pontos sobre o nosso aluno surdo, na Rede Municipal de

    Ensino do Rio de Janeiro. Conhecer suas necessidades para oferecermos estratgias pedaggicas

    adequadas. Para tanto, precisamos refletir sobre as caractersticas da pessoa surda em nosso

    municpio e em nossa regio (Coordenadoria Regional de Ensino CRE).

    Algumas perguntas para compreender o aluno surdo

    Quem o meu aluno surdo? Qual a sua histria de vida, seus interesses e seu

    envolvimento na comunidade, no bairro em que vive?

    Como me comunicar com os alunos surdos? Com quem posso contar para favorecer

    essa comunicao?

    Com quem eu posso contar (parcerias possveis de Atendimento Educacional

    Especializado, de Sala de Recursos ou de itinerncia na rea da CRE) para o ensino ou

    manuteno da fluncia na Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS)?

    Qual a importncia em agrup-los com outros surdos como forma de incentivar o uso e

    a fluncia da Libras?

    O que preciso garantir na sala de aula para melhorar o ensino de meus alunos surdos?

    Os alunos surdos precisam de Sala de Recursos? Que Sala de Recursos devo orientar

    para eles?

    Precisamos providenciar a convivncia dos alunos surdos com outros surdos em outros

    espaos (na sala de aula, na sala de recursos, em atividades da escola e da famlia, em

    clubes, igrejas e associaes)?

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    Como despertar ou incentivar o interesse dos outros alunos e dos professores que

    ouvem (ouvintes) pela pessoa surda e pela lngua dos surdos (Lngua de Sinais)?

    Essas e outras perguntas sero respondidas ao longo do texto e so questionamentos que

    professores de alunos surdos se fazem (e se deseja que faam essas perguntas) para melhor atuar com

    essas crianas e jovens.

    Como a criana surda aprende?

    Voc j parou para pensar como uma criana aprende a falar? Ser que a me reserva uma

    parte do seu dia para ensinar o seu filho a falar?

    No incio da vida do beb, a sua interao com o mundo se caracteriza principalmente por

    reaes de choro, balbucio, na tentativa de apanhar um objeto, e essas aes so significadas pelo

    outro, cotidianamente.

    Por exemplo, ao ouvir o beb chorar, a me o amamenta, criando o significado de fome para o

    choro do beb. Em outra situao, quando o beb balbucia ma-ma, o adulto significa esse som,

    afirmando que a criana quis se referir me, ou a mamadeira. Dessa forma, o que era uma sensao

    de fome, ou a emisso de sons por prazer, so significados e compartilhados pelo adulto e a criana.

    Assim, o choro e o balbucio assumem uma funo comunicativa que marca o incio do processo de

    desenvolvimento na criana.A partir da interao com o adulto, a criana comea a significar as palavras que ouve e a

    desenvolver a sua fala, uma lngua. Ela comea a utilizar a fala social, com a funo de comunicao e,

    por meio de desenvolvimento de uma lngua, esta passa a exercer tambm uma funo planejadora e

    organizadora, que orienta e constitui o prprio pensamento da criana que escuta, que ouvinte.

    E, no caso da criana surda? Como ocorre o processo de desenvolvimento da linguagem?

    As interaes verbais entre o beb surdo e a sua famlia ouvinte vo ocorrer, no entanto,

    medida que utilizarem como meio de comunicao o canal oral auditivo essas trocas e as consequentes

    significaes estaro prejudicadas. O beb no ouve (ou ouve alguns sons) e utilizar suas modulaes

    vocais sem conseguir obter o retorno da famlia por meio da audio. Mas essa criana far a leitura daexpresso corporal, e reconhecer as mudanas na expresso facial de seus familiares.

    Faz-se necessrio, ento, que a criana surda seja imersa o mais cedo possvel - em um

    contexto scio-lingustico que utilize como meio de comunicao o canal visual gestual e a Lngua de

    Sinais para as primeiras trocas de significao com os adultos. Desse modo, as trocas verbais e o

    processo de construo de conceitos e de significaes ocorrero sem prejuzos e o desenvolvimento

    lingstico do surdo ser equivalente ao desenvolvimento de qualquer criana.

    importante oferecer a criana surda uma educao que propicie o seu desenvolvimento

    integral, respeitando as condies individuais e as escolhas da famlia. Para tanto, a escola precisa

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    assumir a funo de oferecer condies para que a criana surda tenha acesso Lngua de Sinais e a

    aprendizagem da Lngua Portuguesa.

    A aquisio da Lngua de Sinais pelos surdos

    A Lngua de Sinais se configura como a lngua dos surdos e s poder ser adquirida se o surdo

    estiver inserido em um contexto scio-lingustico que utilize a Lngua de Sinais como meio de

    comunicao. A maioria das crianas e jovens surdos so oriundas de famlias de ouvintes, tornando-se

    bastante comum encontrar surdos que a desconhecem.

    Existem crianas que expressam ou inventam seus prprios gestos familiares, ou fazem

    mmicas ou se expressam por outras formas de comunicao, isso demonstra que o sujeito surdo

    apresenta uma necessidade urgente de ter um contato com uma lngua espao-visual, que aquela quevai proporcionar-lhe o acesso s informaes, a elaboraes conceituais.

    importante que o surdo, assim como o ouvinte, tenha o mais rpido possvel, contato com a

    sua prpria comunidade ou com outros surdos fluentes na Lngua de Sinais para que a sua identidade

    possa se constituir por meio da linguagem e a partir da relao do sujeito com outras vozes

    discursivas.

    O Bilingismo e suas relaes com o

    desenvolvimento da identidade da pessoa surda

    O Bilingismo1 vem a ser a tendncia educacional adequada a escolarizao das pessoas

    surdas. Essa tendncia prope tornar acessvel a Lngua de Sinais no contexto escolar de alunos surdos

    visando atender s suas necessidades lingsticas, o que possibilitar a compreenso da lngua

    majoritria, no caso do Brasil, a Lngua Portuguesa.

    O Bilingismo propicia a reflexo acerca das prticas pedaggicas sob o ponto de vista do

    compartilhamento de uma lngua peculiar, a Lngua de Sinais, que depende do contato entre os pares

    surdos e da identificao com a comunidade de surdos, alm do ensino da Lngua Portuguesa durante

    o processo da escolarizao.

    A implementao do Bilingismo nas escolas da Rede Municipal do Rio de Janeiro no algo

    que ocorre naturalmente ou de forma imediata, num estalar de dedos. um processo no qual

    todos os professores, os alunos e as famlias precisam estar envolvidos. um trabalho que requer

    trocas de experincias, desconstruo de mitos sobre a pessoa surda, contato com os artefatos

    1

    Educao bilnge para os surdos no seria o desenvolvimento de habilidades lingsticas em duas lnguas; refere-se ao direito da

    pessoa que utiliza uma lngua diferente da lngua oficial de ser educada em sua lngua (UNESCO, 1954). Preconiza a aquisio e

    desenvolvimento da lngua de sinais como primeira lngua (SKLIAR, 1998, p. 25).

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    culturais de comunidades surdas2da regio e mais, com a aprendizagem e aprimoramento3do uso da

    Lngua de Sinais.

    A Libras

    A Lngua Brasileira de Sinais chamada de Libras. Esta lngua tem suas regras gramaticais

    prprias. A Lngua de Sinais possibilita o desenvolvimento lingustico da pessoa surda e favorece o

    acesso aos conhecimentos existentes na sociedade.

    Em Libras, os sinais so formados a partir de parmetros. Esses parmetros so formalizados

    conforme explicitados mais frente. Verifica-se nos parmetros uma combinao do movimento das

    mos a um determinado formato num determinado espao, podendo ser uma parte do corpo ou um

    espao em frente ao corpo. Tais parmetros compem elementos gramaticais responsveis pela

    formao dos sinais, em como se organizam linguisticamente na forma de frases e de textos.

    Para saber mais...

    Quando se atribui s lnguas de sinais, o status de lngua, porque elas, embora sendo de

    modalidade diferente, possuem tambm caractersticas em relao s diferenas regionais, scio-

    culturais, entre outras, e em relao s suas estruturas, tambm so compostas pelos mesmos nveis

    das lnguas orais (morfolgico, fonolgico, sinttico, semntico e pragmtico). O que denominado depalavra ou item lexical nas lnguas orais-auditivas so denominados, sinais, na Libras.

    Trecho extrado do site http://www.feneis.org.br/page/artigos_detalhe.asp?categ=0&cod=34

    intitulado Introduo ao Estudo sobre a Libras. O texto disponvel no site foi retirado do livro do

    Professor do Curso Bsico de Lngua Brasileira de Sinais, organizado pelo Grupo de Pesquisa (GP) de

    LIBRAS e Cultura surda da FENEIS que coordenado pela Professora Tanya Amara Felipe, doutora em

    Lingustica pela UFRJ.

    Consulte na Parte 2os parmetros da Libras e as ilustraes dos sinais.

    2Comunidades surdas so comunidades de pares, da identificao entre os surdos na(s) cultura(s) surda(s); espaos de circulao e

    de aquisio da lngua de sinais. Segundo Skliar (1998), a pessoa surda tem o direito a se desenvolver numa comunidade de pares, e

    de se constiturem estratgias de identificao no marco de um processo scio-histrico no fragmentado, nem cerceado (...) a

    uma poltica de identidades surdas, onde questes ligadas raa, etnia, ao gnero sejam entendidas como identidades surdas;

    identidades que so, necessariamente, hbridas e esto em constante processo de transio (p. 27).3

    No Municpio do Rio de Janeiro oferecido, atualmente: Curso de Libras para os professores de Atendimento EducacionalEspecializado (AEE) no Instituto Municipal Helena Antipoff (IHA); Encontros de capacitao da Educao Especial/AEE dinamizados

    pela Laboratrio de Libras do IHA nas dez Coordenadorias Regionais de Educao (CRE).

    http://www.feneis.org.br/page/artigos_detalhe.asp?categ=0&cod=34http://www.feneis.org.br/page/artigos_detalhe.asp?categ=0&cod=34
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    Bilingismo: aspectos da relao de ensino e de aprendizagem

    na sala de aula

    Considerando que os surdos esto inseridos nas comunidades de pessoas surdas e ouvintes,

    eles precisam manter contato com duas lnguas: a Lngua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a Lngua

    Portuguesa. A aprendizagem simultnea das duas lnguas promove o desenvolvimento cognitivo e

    social do aluno com surdez, isto , uma lngua auxilia na compreenso da outra, permitindo modos de

    anlise diferenciados e ampliao nos processos comunicativos.

    A Lngua de Sinais por meio de suas nuances, produes e dos parmetros apresentados

    consiste no modo mais vivel para o surdo comunicar-se e constituir novas aprendizagens e que

    precisa envolver, particularmente, a presena de um outro surdo para a criao de um espao

    dialgico de construo de sentidos e de vivncia na Lngua.

    Aes importantes desenvolvidas na educao da pessoa surda

    1)Organizao do ensino a partir da Orientao Bilnge4

    Junto ao grupo especfico de estudos sobre a surdez do IHA, cujo objetivo corresponde

    orientao dos professores da rede pblica de ensino do Municpio do Rio de Janeiro, presta-se

    assessoria ao atendimento, nas escolas, aos alunos surdos. Essas orientaes focalizam a relevncia da

    abordagem educacional bilnge e destinam-se a pr em prtica propostas pedaggicas que incidam

    sobre a escolarizao da pessoa surda.

    A seguir, os tpicos de delimitao de atribuies do Atendimento Educacional Especializado

    (sala de recursos e/ou de itinerncia) e da introduo do intrprete educacional de Libras e do

    instrutor surdo e da execuo dos encontros intergrupais de surdos que precisam ser pensados sob o

    foco de esforo conjunto dos familiares e dos profissionais da educao, para que os alunos surdos

    sejam direcionados em grupos para as turmas comuns e/ou as salas de recursos no intuito de

    viabilizar a circulao da Libras.

    2)Oferecimento de Salas de Recursos Multifuncionais

    4 A proposta de Programa Bilngue constituda no ano de 2005, pelo especfico de surdez do IHA, engloba aes com alunos, pais eprofessores. A orientao aos professores visa assegurar por meio de atividades de superviso e de orientao, espaos de reflexoda prtica pedaggica dos professores, a sistematizao e o aprimoramento do olhar terico sobre as questes que constituem area de estudos da surdez, dentro de uma formao continuada do profissional da Educao Especial. direcionamento do IHA, a

    Orientao Bilngue para organizao de ensino que se consolida na insero dos alunos surdos em classes comuns e noatendimento educacional especializado, no contraturno, ambos voltados para o uso da LIBRAS como primeira lngua, e da LnguaPortuguesa como segunda lngua.

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    Atribuies do professor da sala de recursos para atendimento s necessidades

    educacionais dos alunos com surdez5ou deficincia auditiva6.

    As salas de recursos para alunos surdos ou com deficincia auditiva so espaos educacionais

    destinados realizao da complementao curricular especfica, em turno contrrio ao da classe

    comum. O objetivo da organizao dessas salas viabilizar condies para o acesso aos nveis mais

    elevados de ensino, considerando que esses alunos tm condies de comunicao diferenciada.

    Nessas salas de recursos, o professor, preferencialmente bilnge, com conhecimentos acerca

    de metodologias para o ensino da lngua deve:

    Complementar os estudos referentes aos conhecimentos construdos nas classes comuns do

    ensino regular;

    Ofertar suporte pedaggico aos alunos, facilitano-lhes o acesso a todos os contedos

    curriculares;

    Promover o aprendizado da Libras para o aluno que optar pelo seu uso;

    Utilizar as tecnologias de informao e comunicao para a aprendizagem da Libras e da

    Lngua Portuguesa;

    Desenvolver a Libras como atividade pedaggica, instrumental, dialgica e de conversao;

    Promover a aprendizagem da Lngua Portuguesa para alunos surdos, como segunda lngua, de

    forma instrumental, dialgica e de conversao;

    Aprofundar os estudos relativos disciplina de Lngua Portuguesa, principalmente na

    modalidade escrita;

    Produzir materiais bilngues (Libras-Portugus-Libras);

    Favorecer a convivncia entre os alunos surdos para o aprendizado e o desenvolvimento da

    Lngua Brasileira de Sinais;

    Utilizar equipamentos de amplificao sonora e efetivar interface com a fonoudiologia para

    atender alunos com resduos auditivos, quando esta for a opo da famlia ou do aluno.

    ALVES, D. Sala de recursos multifuncionais: espaos para atendimento educacional especializado.

    Braslia: Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Especial, 2006 (p. 25-26).

    5 Considera-se pessoa surda aquela que por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experincias

    visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Lngua Brasileira de SinaisLibras. Ver decreto n 5626/04 pargrafo

    2 (ALVES, 2006, p. 24).6

    Considera-se deficincia auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibis (dB) ou mais, aferida poraudiograma nas frequncias de 500Hz,1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. Ver decreto n 5626/04, pargrafo 2, pargrafo nico (ALVES,

    2006, p. 24).

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    Ateno

    A utilizao do quadro de atribuies do profissional de AEE que atende a surdez no delimita

    um espao de Sala de Recursos destinado apenas para os alunos surdos, no entanto o profissional da

    Sala de Recursos que agrega grupos de alunos surdos precisa estar atento para que esse espao

    tambm seja focado na utilizao das prticas bilingues. O profissional da sala de recursos que agrega

    alunos surdos precisa levar em considerao que esses alunos precisam estar reunidos em grupo; no

    oportuno trabalhar o aluno surdo de forma isolada e/ou sem um par surdo.

    Sobre os momentos didticos-pedaggicos em Libras na escola comum e do ensino de Libras e de

    Lngua Portuguesa, ler o CAPTULO III do livro Atendimento Educacional Especializado: pessoa

    com surdez.Disponvel para Download em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_da.pdf

    SILVA, A. da. , LIMA, C. V. de P. & DAMZIO, M. F. M. Atendimento educacional especializado: pessoa

    com surdez. So Paulo: MEC/SEESP, 2007.

    3)Obteno de Intrprete Educacional

    O professor de turma e/ou de AEE proficiente em Libras e a aquisio de outros profissionais

    como o caso do Intrprete de Lngua de Sinais possibilitam intermediar as informaes circulantes

    em sala de aula traduzindo-as e interpretando-as para pessoa surda.

    Sobre o papel do intrprete, ler o CAPTULO IV do livroAtendimento Educacional Especializado:

    pessoa com surdez.Disponvel para Download em:

    http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_da.pdf

    SILVA, A. da. , LIMA, C. V. de P. & DAMZIO, M. F. M. Atendimento educacional especializado: pessoacom surdez. So Paulo: MEC/SEESP, 2007.

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    4)Oferecimento do Instrutor Surdo

    No caso da criana surda, o surdo adulto proficiente em Lngua de Sinais, denominado

    instrutor, impulsiona o processo de aquisio da Lngua de Sinais podendo este, colaborar junto com o

    professor de turma comum ou de AEE, no desenvolvimento de estratgias adequadas para aquisio e

    fluncia da Libras. O instrutor tem por tarefa envolver as crianas surdas em prticas discursivas que

    possibilitem o desenvolvimento da expresso e da compreenso de enunciados, produzidos por elas

    na Lngua de Sinais, introduzindo essas crianas num conhecimento peculiar de mundo (e da Libras)

    com base nos quais os alunos surdos podero atribuir sentidos ao que vem, lem ou escrevem.

    O AEE pode trabalhar em conjunto com o instrutor surdo para que se verifique o

    conhecimento que os alunos possuem em Lngua de Sinais havendo a possibilidade de alunos jovens eadultos no proficientes em Libras se beneficiarem desse trabalho.

    Devido pequena oferta de profissionais para o exerccio de instrutor, podem ser

    oportunizados os contatos com alunos surdos mais velhos e experientes em Libras, que orientados

    pelo AEE (sala de recursos e itinerncia), garantam a aquisio e a circulao da Lngua de Sinais em

    todos os espaos escolares.

    5)Proporcionar encontros entre e intergrupais de alunos surdos de uma mesma CRE

    (Coordenadoria Regional de Educao) e entre Coordenadorias.

    Para consolidar a circulao e as trocas de experincias entre alunos surdos como tambm os

    colegas ouvintes interessados em Libras, valorizada a proposio de encontros entre grupos de

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    alunos surdos (e de colegas ouvintes que utilizem a Libras ou que desejam utilizar e fazer parte desses

    grupos) na aquisio e fluncia da Lngua Brasileira de Sinais da Libras.

    Para saber mais sobrehistria (histrias) de surdos e da educao de surdos indica-se a leitura do

    livro Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos de Oliver Sacks (1998).

    Nesses termos, o papel da escola, que opta por uma abordagem bilnge, sinaliza a busca por

    suportes terico-prticos para que no incorra na iluso de que apenas a insero da Libras e a

    traduo dos contedos para os sinais sejam vistos como garantia da efetiva interlocuo e do sucesso

    no processo de ensino-aprendizagem.

    O aprendizado da Lngua Portuguesa

    O bilingismo adota como primeira lngua para pessoas surdas a Lngua de Sinais e como

    segunda lngua, a lngua do pas ou lngua majoritria, no caso do Brasil, a Lngua Portuguesa.

    As pessoas surdas tm uma forma prpria de ler o mundo sua volta, a aquisio e utilizao

    da linguagem se estabelecem atravs de experincias visuais, por meio do canal viso-gestual (PERLIN,

    1998; STRBEL, 2006).

    Verifica-se a necessidade de apropriao da leitura e da escrita da Lngua Portuguesa a partir

    da Lngua Brasileira de Sinais. Nesse sentido, a pessoa surda se beneficia de processos visuais de

    significao mediados pela Lngua Brasileira de Sinais.

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    Na alfabetizao de crianas ouvintes estrutura-se o ensino da lngua a partir da relao

    fonema /grafema, valorizando-se amplamente a constituio da conscincia fonolgica.

    No inicio da aprendizagem da leitura e da escrita as crianas ouvintes acreditam que a escrita

    uma transcrio da fala. As escritas iniciais das crianas ouvintes manifestam traos de oralidade.

    Essas crianas geralmente estabelecem uma relao entre o que falam e o que escrevem.

    Diante dessas consideraes iniciais entende-se que os surdos podem se apropriar da leitura e

    da escrita da Lngua Portuguesa num processo de letramento diferenciado (FERNADES, 2006), em um

    contexto onde a leitura e a escrita tenham sentido e faam parte de suas vidas cotidianas. Sendo assim,

    as prticas de letramento precisam estar intimamente ligadas a prticas de leituras significativas e do

    uso da Libras na construo de sentidos.

    Observem exemplos de frases em Lngua Portuguesa e a forma como a frase ser sinalizada,

    traduzida em sinais (em negrito). Para compreender melhor, leiam com ateno:

    Eu tenho um carro bonito. (Em LIBRAS - EU TER CARRO 1 BONITO)

    Eu no tenho carro. (Em LIBRAS - TER NO CARRO)

    Meu filho tem carrinho. (Em LIBRAS - MEU FILHO TER CARRO-BRINQUEDO)

    No caso dos alunos surdos a leitura no ser feita relacionando fonema grafema, mas

    reconhecendo as palavras como um todo e dentro de um contexto, internalizando-as, mediante a sua

    forma escrita, e fazendo uma correspondncia de significao com o texto e/ou as circunstncias

    trabalhadas em sala de aula.

    Mais uma vez importante lembrar que aps o investimento no processo de significao da

    palavra escrita, no se torna necessrio estabelecer uma relao de fonema-grafema com a mesma.

    Conhecer o funcionamento discursivo da Libras, conforme verificado no quadro de frases sobre

    CARRO, faz a diferena na compreenso do processo de comunicao o que possibilitar a

    aprendizagem da Lngua Portuguesa.

    O trabalho com textos em contextos

    Para que esse processo seja desenvolvido de forma satisfatria imprescindvel o trabalho

    com textos, pois a leitura no se d a partir do reconhecimento de palavras isoladas e sim na relao

    das palavras dentro de um texto, o que lhe confere sentido.

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    Texto acima trabalhado com alunos surdos de EJA.

    Para que a criana surda aprenda a ler a Lngua Portuguesa importante que ela aprenda a ler

    os sinais, portanto, participar de relatos possibilita a elaborao de textos, e aos que assistem a leitura

    e compreenso dos sinais da Libras.

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    Considerando o ensino da leitura e da escrita para alunos surdos de suma importncia

    utilizar-se de prticas de relatos dirios de histrias incluindo relatos espontneos das crianas e do

    professor e a produo, em Libras, de histrias j existentes.

    Ateno

    Considera-se a Lngua de Sinais como o principal meio para situar o aluno no contexto.

    Desta forma, ao trabalhar com textos (cartas, instrues de uso de um produto, listas, rtulos,

    calendrios, cartes, convites, anncios, slogans, cartazes, folhetos, poemas, contos, crnicas, textos

    cientficos) o professor precisa utiliz-los em seu suporte original, ou seja, se uma histria em

    quadrinhos dever ser apresentada na revista em quadrinhos, se uma notcia de jornal ou um

    anncio dever ser levado o jornal para a sala de aula, quando se tratar de um texto literrio deve serlevado o livro. Assim o texto mantm seu formato original com toda a diversidade de desenhos,

    imagens e letras, o que favorece a compreenso da mensagem.

    Ateno

    Explorar os vrios tipos de gneros textuais e suportes visuais possibilitaro a criana ou jovem surdo

    ampliar sua leitura de mundo e a compreenso de significados.

    As histrias em quadrinhos uma das fontes para o trabalho de leitura e escrita com os alunos

    surdos, pois a seqncia de gravuras favorece a compreenso do texto escrito e a riqueza de detalhes e

    cores torna a leitura atraente. extremamente importante que o professor ao iniciar o trabalho com

    as histrias em quadrinhos apresente os personagens aos alunos. Por mais que estes personagens

    paream conhecidos, crianas e adolescentes surdos podem no associar o nome dos personagens e a

    imagem destes num contexto espao-temporal. O conhecimento de dados prvios sobre o personagem

    favorecem a compreenso dos episdios apresentados nas revistinhas.

    Por exemplo:Saber que Mnica, o Cebolinha, o Casco e a Magali so crianas de uns seis anos de

    idade e moram em um mesmo bairro. Saber que a Magali comilona, que a Mnica forte e bate noCebolinha, que o Casco no gosta de tomar banho e que o Cebolinha est sempre arquitetando planos

    para aborrecer a Mnica fundamental para que as crianas surdas entendam o contexto das

    historinhas da Turma da Mnica.

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    Ficha dos Personagens da Turma da Mnica que foram preenchidas por alunos.

    Para o professor a utilizao das histrias em quadrinhos constitui uma fonte de imagens de

    fcil acesso tanto pelas revistas impressas quanto por sites na internet que podem ser utilizadas para

    leitura, produo de texto, destaque de verbos e expresses aos quais a imagem favorece a construo

    do sentido. Vale ressaltar que apenas a imagem no garante que a pessoa surda se aproprie do

    significado de palavras e expresses. necessrio que se negocie a construo de sentidos por meio da

    Libras - e da utilizao das palavras e expresses em diversos contextos.

    Consulte na Parte 2mais sugestes para o trabalho com histrias em quadrinhos.

    Alguns aspectos precisam ser considerados no trabalho com textos, ressaltando-se que paracada tipo de texto utilizado h um conjunto desses aspectos para favorecer a compreenso. A seguir

    destacam-se aspectos separados em macroestruturaise microestruturais.

    Para saber mais...

    SALLES, Helosa M.M.L. et al. Ensino de lngua portuguesa para surdos: caminhos para a prtica

    pedaggica. Braslia: MEC/SEESP, 2004.

    Aspectos macroestruturais

    analisar e compreender todas as pistas que acompanhem o texto escrito: figuras, desenhos, pinturas,

    enfim, todas as ilustraes;

    identificar, sempre que possvel, nome do autor, lugares, referncias temporais e espaciais internas

    ao texto;

    situar o texto, sempre que possvel, temporal e espacialmente;

    observar, relacionando com o texto, ttulo e subttulo;

    explorar exaustivamente a capa de um livro, inclusive as personagens, antes mesmo da leitura;

    elaborar, sempre que possvel, uma sinopse antes da leitura do texto;

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    reconhecer elementos paratextuaisimportantes, tais como: pargrafos, negritos, sublinhados,

    travesses, legendas, maisculas e minsculas, bem como outros que concorram para o entendimento

    do que est sendo lido;

    estabelecer correlaes com outras leituras, outros conhecimentos que venham auxiliar na

    compreenso;

    construir parfrases em Libras ou em portugus (caso j tenha um certo domnio);

    identificar o gnero textual;

    observar a importncia sociocultural e discursiva, portanto pragmtica, do gnero textual;

    identificar a tipologia textual;

    ativar e utilizar conhecimentos prvios;

    tomar notas de acordo com os objetivos;

    Aspectos microestruturais

    reconhecer e sublinhar palavras-chave;

    tentar entender, se for o caso, cada parte do texto, correlacionando-as entre si: expresses, frases,

    perodos, pargrafos, versos, estrofes;

    identificar e sublinhar ou marcar na margem fragmentos significativos;

    relacionar, quando possvel, esses fragmentos a outros;

    observar a importncia do uso do dicionrio;

    decidir se deve consultar o dicionrio imediatamente ou tentar entender o significado de certas

    palavras e expresses observando o contexto, estabelecendo relaes com outras palavras, expresses

    ou construes maiores;

    substituir itens lexicais complexos por outros familiares;

    observar a lgica das relaes lexicais, morfolgicas e sintticas;

    detectar erros no processo de decodificao e interpretao;

    recuperar a idia geral de forma resumida.

    Para que o aluno aprenda a escrever necessrio que participe de momentos de produo

    coletiva de textos. Nesses momentos o professor pode atuar como escriba da turma ou do aluno. Oprofessor de sala de aula e de sala de recursos incentivam a reescrita de histrias trabalhadas,

    interpretadas e discutidas em Libras. A elaborao de finais diferentes para uma mesma histria, a

    criao de uma histria a partir de personagens inventados pela turma ou de situaes reais

    vivenciadas favoream a aquisio da escrita.

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    Texto acima criado coletivamente a partir de fato real, e ilustrado pelos alunos da turma.

    fundamental a valorizao de relatos individuais do que foi produzido para que os alunos

    aprendam a fazer textos escritos. Os prprios alunos surdos precisam apresent-los em Libras assim

    como os alunos ouvintes apresentam de forma oral.

    Materiais e adequaes pedaggicas

    Todo o trabalho realizado com alunos surdos precisa contar com materiais que favoream a

    compreenso do assunto ou do tema que est sendo abordado, portanto, necessrio ter sempre

    acessvel um acervo rico em imagens, tais como fotografias, gravuras de livros e de revistas, vdeos,

    mapas, etc, bem como acesso a internet para a busca de imagens que ilustrem textos e os contextos

    abordados.

    de suma importncia que as atividades elaboradas contemplem vivncias e dramatizaes

    variadas para que as explicaes relacionadas aos temas se materializem contribuindo para a

    compreenso de conceitos. Exemplos: Ao se trabalhar uma unidade ou tema que se refere a alimentos

    importante que os alimentos sejam levados para a sala de aula, ou que os alunos possam fazer uma

    visita a um supermercado, a uma quitanda ou a uma feira.Exemplos de materiais a serem utilizados no trabalho com alunos surdos

    1)Fichrio com gravuras

    Caixa contendo fichas com gravuras de diversos temas para serem utilizadas quando necessrio a fim

    de relacionar nome ao objeto. As fichas podero ser organizadas por ordem alfabtica ou por temas. As

    figuras devem ser ntidas e o mais prximo possvel do real. importante que haja apenas um item em

    cada gravura para no confundir. As palavras podero ser grafadas na frente da gravura, com letra de

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    imprensa e manuscrita. Com o objetivo de ampliar a compreenso dos alunos o verso de cada ficha

    dever conter frases e expresses onde a palavra apresentada aparea em diversos contextos.

    2)Caixa de fotos ou gravuras

    Caixa com vrias fotos ou gravuras coloridas e ricas em informaes, retiradas de revistas, livros,

    internet ou fotografadas pelos prprios alunos. As fotos ou gravuras devem conter vrios elementos e

    personagens. Este material poder ser utilizado para estimular a criatividade e desenvolver aproduo de textos.

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    3)Fichrio de verbos

    Fichrio com folhas plsticas transparentes onde vo sendo armazenadas folhas de papel A4 contendo

    gravuras ou fotos de aes. Cada folha dever conter gravuras, bem visveis, representando apenas

    um verbo. O verbo ser escrito abaixo da gravura e em seguida uma ou mais frases podero compor o

    acervo com destaque para o verbo. Este material ser muito til no trabalho de produo de textos.

    Para saber mais...

    Algumas sugestes de materiais e de recursos esto disponibilizadas para consulta no livro que

    recomendamos abaixo disponvel para Download em

    http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdf

    QUADROS, Ronice M. & SCHMIEDT, Magali L. P. Ideias para ensinar portugus para alunos surdos.

    Braslia: MEC/ SEESP, 2006.

    http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdfhttp://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port_surdos.pdf
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    Prossegue-se a reflexo sobre as prticas pedaggicas com sete exemplos e

    orientaes possveis realizadas pelo AEE

    Exemplo 1

    A professora trabalha com textos, adivinhaes e formao de palavras e frases. Como proceder em

    relao aos alunos surdos.

    Orientao do AEE

    Fazer o texto em Libras com apoio do profissional de AEE ou por meio de intrprete. Identificar as

    palavras e expresses em Lngua Portuguesa que foram reconhecidas pelos alunos. Posteriormente,

    identificar as palavras e expresses desconhecidas que sero discutidas em Libras e com auxlio de

    gravuras e mmicas (procurar esclarecer o sentido da palavra na frase).

    Solicitar que busquem o dicionrio e procurem o significado e sinal correspondente para discusso em

    turma. A professora de turma finaliza explicando novamente por meio de desenhos, mmicas e

    dramatizaes com o auxlio dos alunos surdos e ouvintes. Em seguida, realizam atividades de

    formao de frases e da construo de textos.

    Exemplo 2

    Outra sinalizao de que a mediao por meio de Libras possibilita a compreenso e que a aluna

    realize as atividades com autonomia. E nos dias que o AEE no est na escola ou que no haja

    intrprete de Libras, quais as adequaes a serem realizadas?Orientaes do AEE

    Orientar que para explicar e interpretar para os alunos surdos no se pode ter vergonha ou receios,

    tem que gesticular, fazer mmicas, dramatizaes, usar gravuras, fazer desenhos, buscar sinnimos e

    escrev-los. O apoio de alunos mais fluentes em Libras, na escola, tambm, um componente de apoio

    nesses dias.

    Exemplo 3

    O que fazer para ampliar o vocabulrio dos alunos surdos adolescentes?

    Orientao do AEEIndicar livros para leitura dentro da faixa etria do aluno, do gnero (moa ou rapaz) e dos gostos

    desses. Podem ser indicados: 1) Histria em quadrinhos para adolescentes (Turma da Mnica Teen,

    Homem Aranha); 2) Revistas teen informativas e de fcil acesso para fichamento/ comentrio escrito.

    3) Instrues / Informaes sobre sade da mulher e do homem para trabalhar um debate a partir dos

    registros opinativos e de informao coletados.

    Outras aes complementares seriam as seguintes:

    1) Assistir pequenos documentrios legendados (Discovery sobre Gravidez, Documentrio sobre a

    filmagem do Filme Crepsculo e outros temas adolescentes ou das disciplinas). Deixar fluir o filme edepois, numa segunda vez, pausar e pausar nas melhores cenas escolhidas pelos jovens para proceder

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    a leitura (das legendas e em Libras). Discutir as cenas e as temticas a partir da Lngua de Sinais para

    ampliar a possibilidade de compreenso do que est sendo alvo de debate. Essa estratgia amplia a

    produo de textos e as possibilidades de respostas e de reflexes (importantes que o aluno se

    expresse antes por Libras para depois iniciar a produo da escrita).

    2) Uso do dicionrio em casa, na Sala de Recursos e na sala de aula (importante estimular a consulta).

    Exemplo 4

    Que aes tm sido desenvolvidas com a escola, com professores da turma comum para ajudar o aluno

    na compreenso dos textos (textos bastante extensos) das disciplinas? Os professores so orientados a

    utilizarem filmes, gravuras, mapas e outros recursos visuais para ajudar na compreenso?

    Orientao do AEE

    Uma estratgia interessante utilizar filmes (colees de sala de leitura com contedos escolares,histria, cincias, etc.). Outra soluo apontada a utilizao de filmes e de materiais como os

    disponveis no Banco Internacional de Objetos Educacionais7.

    Exemplo 5

    O aluno apresenta dificuldade na organizao das frases.

    Orientao do AEE

    Trabalhar com a estruturao de frases utilizando parmetros e elementos de coeso textual. tendo em

    vista que o aluno j l e escreve ele necessita de uma sistematizao em relao a Lngua Portuguesa.

    Para melhorar a compreenso o aluno precisa ler mais, montar um dicionrio com gravuras, inclusiverelacionadas a verbos. Trabalhar com produo e reviso de textos. Vide fotos de trabalho na

    ilustrao desse texto (Fbula de Esopo sobre o Amigo Urso).

    Exemplo 6

    Com relao a leitura/ escrita e compreenso da Lngua Portuguesa, o professor trabalha com diversos

    tipos de textos.

    Orientao do AEE

    O professor utiliza freqentemente os diferentes textos que circulam socialmente. Necessita que oaluno conhea a estrutura e o formato de apresentao dos textos, o modo como apresentada a

    informao. Quando o aluno conhece a estrutura de uma carta ele j antecipa que ter um contedo

    pessoal, quando compreende a estrutura de um convite ela j sabe que ter que encontrar informaes

    sobre o evento, o horrio a data, etc.). As pistas dadas na estrutura e no formato de apresentao do

    7O Banco Internacional de Objetos Educacionais um portal para assessorar o professor. No banco, esto disponveis recursoseducacionais gratuitos em diversas mdias e idiomas (udio, vdeo, animao/simulao, imagem, hipertexto, softwareseducacionais) que atendem desde a educao bsica at a superior, nas diversas reas do conhecimento (acessado em12/02/2010). Acesso disponvel em:

    http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304:seed-banco-internacional-de-objetos-educacionais&catid=271:seed&Itemid=611

    http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304:seed-banco-internacional-de-objetos-educacionais&catid=271:seed&Itemid=611http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304:seed-banco-internacional-de-objetos-educacionais&catid=271:seed&Itemid=611http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304:seed-banco-internacional-de-objetos-educacionais&catid=271:seed&Itemid=611http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304:seed-banco-internacional-de-objetos-educacionais&catid=271:seed&Itemid=611http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12304:seed-banco-internacional-de-objetos-educacionais&catid=271:seed&Itemid=611
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    texto (envelope e papel de carta, envelope e carto do convite, pginas e manchetes de jornal, interface

    do Orkut, Blog, Twitter ou de e-mail) ajudam a inferir sobre o que est escrito no texto.

    Exemplo 7

    A situao apontada pelo professor o fator da concordncia verbal (alm dos conectivos artigos,

    preposies, que nem sempre so usados pelo aluno surdo). De que modo a Sala de Recursos poderia

    auxiliar neste processo? De que modo o professor de turma comum precisa ser esclarecido sobre este

    processo? E de que forma no baixar as exigncias e as expectativas diante da no compreenso de

    que para o surdo a consituio gramatical, em Libras, no possui tais elementos (flexo verbal, artigos,

    preposies)?

    Orientao AEE

    Constata-se que as pessoas surdas tm um enorme potencial a ser desenvolvido. Elas precisam doapoio e do interesse dos professores e dos familiares em proporcionar-lhes o que precisam. Curso de

    Libras, contato com outros surdos na Sala de Recursos. Para os que optem por leitura labial, poder

    contar com profissionais da sade competentes, como fonoaudilogos.

    A famlia pea chave na de aquisio da Lngua Portuguesa escrita. Os familiares precisam nomear os

    objetos da casa, mostrar o nome de tudo e de todos, por escrito, fazer com que as crianas visualizem

    as palavras, reescrevam (fixem objetos e palavras com ims na geladeira, escrevam informaes em

    bilhetes para os seus familiares) e sejam incentivados a estarem com colegas surdos para que a Libras

    seja o canal de acesso e de compreenso da Lngua Portuguesa.

    Como o professor poderia orientar as famlias de alunos surdos?

    No existe escola de mes. Muito menos escola de mes de surdos...

    importante possibilitarmos as trocas de experincias entre as famlias. Formar grupos de

    pais com motivaes afins, evidenciando que: os problemas existem, mas que as solues podem ser

    pensadas, livres de qualquer preconceito. Estes grupos tero a oportunidade de refletir/conversar

    sobre as angstias, medos e sucessos conquistados por seus filhos.

    No primeiro momento, ouvir as famlias o que vai alavancar o trabalho. Esta escuta d aspistasque se precisa paraplanejar as estratgias de atuao no trabalho com as famlias.

    Sim, professor, planejar estratgias para atingir o objetivo principal: Reconhecimento das

    necessidades e das possibilidades das crianas e dos jovens surdos para que trabalhem em prol da

    unio de foras com a escola, da possibilidade de participao ativa no processo de escolarizao dos

    filhos.

    Para tal, fundamental o entendimento de que este filho precisa de oportunidades para

    aprendizagem da Libras, convivendo com outros surdos fluentes na lngua. Fica claro, portanto, que

    tambm a famlia precisar aprender a Libras. Cabe aos profissionais da educao e aos pares de

    familiares de pessoas surdas conscientizarem sobre esta necessidade.

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    Quando sinaliza-se a necessidade de unir foras pela melhor qualidade de vida de crianas e de

    jovens surdos prioriza-se o enfoque sobre linguagem e comunicao.

    Reflete-se a partir da entrevista com me de criana surda e a importncia de conversar com

    pais de surdos sobre a necessidade de circular a Libras em famlia e de desmistificar algumas questes

    da utilizao da Lngua de sinais. Percebe-se o conflito de pais entre o desejo de que o filho fale e a

    necessidade visvel de comunicao com o filho por meio de sinais, gestos.

    Eu:Vocs conversam?Clia:A gente se entende.Eu: Como?Clia: Por gestos, falando, no sei.Eu: A senhora usa os gestos da Lngua de sinais?Clia: Aquela que os surdos fazem?

    Eu: .Clia: No, eu no seieles no.s vezes ele me ensina um ou outro gesto mas eleno sabe muito; diziam que atrapalhava a fala e a a gente controlou um pouco,n? Mas tambm no d para falar sem gestos, a gente tem uns nossos que dpara ele me contar as coisas dele, que acontece aqui, l na igreja.Eu: E o pai, conhece os gestos?Clia: O pai fica menos com o menino mas d para o bsico.Eu: Esse modo de comunicao de vocs suficiente para vocs?Celia: Ah !Eu: Permite que voc fale com ele de tudo? Assim como voc fala com sua filha?Clia: Ah no!

    (...) (SOUZA, 1998, p. 59).

    Esta entrevista traz falas que fazem parte da vida do individuo surdo. Este material pode e

    deve ser utilizado como instrumento para reflexo, de pais e de professores, para a abordagem das

    questes referentes linguagem do surdo, a dificuldade de comunicao entre ouvintes e surdos e a

    dificuldade do surdo em compartilhar significados, sem utilizar a Libras. Essa utilizao precisa ser

    incentivada e motivada em famlia.

    clara a necessidade da reflexo acerca da educao bilnge para surdos, no s durante a

    formao acadmica dos professores, mas tambm em famlia de pessoas surdas.

    Vejo que para a maioria das famlias muito difcil aceitar a Libras por que h odesejo de que ainda a fala seja possvel, por estar a Libras diretamente ligada asurdez, seu uso sempre adiado no espao familiar quando se tem a esperanade se ter um filho normal, ou seja, o uso da Libras ratificaria o surdo comoalgum que fracassou no desenvolvimento da linguagem oral (SILVA, 2005, p.157).

    Necessrio identificar e reconhecer as angstias sentidas pelas famlias de alunos surdos para

    que se possa transform-las em aes que visam qualidade de vida da prpria famlia e,

    principalmente, das crianas e jovens surdos que esto sob a responsabilidade das escolas municipais.

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    Reconhece-se o desgaste na relao famlia e escola, por circunstncias sociais as mais

    variadas, entende-se a dificuldade de trazer os responsveis para dentro da escola. Porm sugeri-se as

    equipes de professores, lanarem mo de algumas estratgias:

    1)

    momentos em uma reunio em que todos usem apenas gestos para se comunicar;

    2) palestra para toda a escola sobre tema pertinente a coletividade da escola, mas com a presenade intrprete de Libras ou AEE;

    3)observar os alunos surdos e ouvintes, em atividade na escola, seguindo um cronogramamontado junto com os pais e os professores;

    4)convocar ex alunos surdos com seus responsveis ou jovens surdos em Universidades ou empostos de trabalho oferecendo seus depoimentos;

    5)reproduzir filmes que possibilitem a reflexo sobre o tema da surdez;

    6)aproveitar momentos rpidos na entrada ou na sada chamando ateno para cartazesmontados com os resultados ou repasses de encontros e de reunies;

    Enfim, cada grupo tem suas caractersticas, tem uma constituio prpria que, juntamente

    com a equipe da escola, saber identificar e criar estratgias de convencimento, escolher os

    instrumentos que atingiro os grupos de pais.

    Lembre-se professores, que atrelada a funo pedaggica existe a questo social e essas no se

    separam.

    necessrio tambm lembrar que precisamos respeitar a deciso de algumas famlias que

    mesmo esclarecidas sobre a importncia do uso da Libras para a pessoa com surdez, no optam pelo otrabalho da Lngua de Sinais com os seus filhos surdos. Como tambm necessrio compreender as

    famlias que precisam que os filhos estudem em uma determinada localizao onde no h pares

    surdos. Isso no impede que faamos esforos de encontros para atividades regulares que agreguem

    crianas e jovens surdos de variadas localidades.

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    PARA SABER UM POUCO MAIS...

    PARTE 2

    Precisamos nos preocupar com o uso da Lngua, refletir sobre a relao do ensino numa

    perspectiva Bilingue. Com a compreenso e conhecimento do funcionamento discursivo da Libras,

    podemos auxiliar melhor o acesso aos conhecimentos e conceitos elaborados pela pessoa surda.

    Os parmetros da LIBRAS so:

    1) Configurao das mos

    No uso de uma ou mais configuraes de mos, que compe o universo da LIBRAS, podem

    surgir momentos (1) em que s utilizada uma mo configurada; (2) a outra mo servindo de apoio;

    (3) pode ocorrer momentos em que a mo de apoio tambm possua uma configurao prpria; (4) e

    em situaes pode ser necessrio o uso de duas mos de forma espelhada.

    Alguns exemplos foram desenhados a partir da consulta ao Dicionrio Enciclopdico Ilustrado

    Trilnge da Lngua Brasileira de Sinais Brasileira8, volume I: Sinais de A a L e volume II: Sinais de M a

    Z (CAPOVILLA & RAPHAEL, 2001) para ilustrar as possibilidades de configurao das mos; acontribuio de professora e pesquisadora surda nas avaliaes das imagens e de outros parmetros

    que tambm influenciaro nas configuraes sero explicitados a seguir:

    8Os dicionrios foram organizados pelos editores Fernando Csar Capovilla e Walkria Duarte Raphael e ilustrados por Silvana

    Marques. Uma nova edio comeou a ser elaborada em 2006 para englobar os novos sinais que a Libras havia absorvido. A Edio

    se intitula Novo Deit-libras: Dicionrio Enciclopdico Ilustrado Trilngue da Lngua de Sinais Brasileira (Libras) baseado em

    Lingustica e Neurocincias Cognitivas (2 vols. Edusp, 2010). Consideramos que a Lngua tem variaes regionais e pela fluidez sofre

    modificaes ao longo dos anos o que no invalida recorrer aos dicionrios e checar o uso de sinais por meio dos surdos inseridosem suas comunidades e regies do pas. Nos exemplos desse artigo utilizamos a descrio da configurao de mos que consta nos

    dicionrios acima citados. No utilizamos as ilustraes, a refizemos respeitando a preciso de configurao das mos apresentada

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    apagar a luz: mo direita aberta, palma para frente. Mov-la ligeiramente para baixo, unindo as

    pontas dos dedos (p. 207).

    poste de luz: mo direita aberta, palma para frente. Mov-la ligeiramente para baixo, unindo as

    pontas dos dedos (p. 1067).

    apartamento: brao esquerdo vertical, mo vertical aberta, palma para direita; mo direita horizontal

    aberta, palma para baixo, dedos para a esquerda, lado do indicador tocando prximo ao cotovelo

    esquerdo. Elevar a mo direita tocando vrias vezes o antebrao (p. 209).

    nos dicionrios. Utilizamos tambm a consulta ao Dicionrio da Lngua Brasileira de Sinais verso 2.1 de 2008 disponvel no site

    acessobrasil.org.br

    http://acessobrasil.org.br/http://acessobrasil.org.br/
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    prdio:Mos direitas abertas, palma a palma, a cada lado do corpo. Mov-las para cima, at altura

    da cabea (p. 1073).

    Outra atividade importante explorar bastante o contedo, os contextos e no somente a

    forma da palavra ou a configurao de mos para a palavra PRDIO ou CASA. preciso explorar

    com os alunos surdos a possibilidade de formao de conceitos e a ampliao de conhecimentos

    utilizando-se dos variados recursos. Observem a cena de alunos trabalhando os tipos de casas que

    conhecem.

    2) Ponto de Articulao

    Os pontos de articulao so os locais do corpo onde os sinais sero produzidos. Podem ser

    produzidos na parte superior que quando a(s) mo(s) se situam na cabea ou no pescoo; ou na

    parte do tronco ou espao neutro; ou na parte inferior que quando a(s) mo(s) localiza(m)-se da

    cintura ao meio da coxa. Essas articulaes das mos, que podem ser comparadas aos fonemas e s

    vezes aos morfemas, so chamadas de parmetros.

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    Os sinais para APRENDER, LARANJA e ADORAR, tm a mesma configurao de mo. Mo com

    a palma para o lado, fechando e abrindo, movimentando duas vezes.

    O primeiro sinal (aprender) realizado na testa, o segundo (laranja-fruta, ou chupar-laranja)

    diante da boca e o terceiro (adorar), no trax, altura do corao.

    3) Movimentos

    Os sinais podem ter ou no movimento.

    4) Orientao / Direo

    Onde os movimentos podem ser feitos em vrias direes: para cima ou para baixo

    (posies horizontais); ou para dentro, para fora e tambm para direita ou para esquerda, para frente

    ou para trs (posies verticais). As direes e a inverso dos sinais podem indicar a ideia de oposio,de contrrio ou de negao.

    Cabea

    Espao Neutro

    Mo

    Trax

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    Exemplo:CASAR e SEPARAR

    Consulte nos vdeos a configurao de mos de CASAR e SEPARAR no Dicionrio da Lngua Brasileira

    de Sinais verso 2.1 de 2008 disponvel emhttp://www.acessobrasil.org.br/libras/

    5) Expresso facial e/ou corporal traos no-manuais.

    O uso das expresses faciais e/ou corporais o que determina, na significao do contexto, a

    produo de entonao visual, expresses de sentimentos, de emoes, a ideia de intensidade. Alm de

    diferenciar os sinais iguais.

    saudade:mo direita emA (ver Anexo I)horizontal, palma para dentro, tocando o lado esquerdo do

    peito. Mover a mo em pequeno crculo vertical para a esquerda, duas vezes, com expresso de

    tristeza.

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    possvel observar as nuances e variaes nas expresses faciais nos seguintes verbos

    ADORAR 1 (Gostar muitssimo; ter grande predileo), ADORAR 2 (Sentir adorao; idolatrar), AMOR

    (Grande afeio; forte amizade).

    Consulte em vdeo as expresses faciais de ADORAR 1 e 2 e AMOR no Dicionrio da Lngua Brasileira

    de Sinais verso 2.1 de 2008 disponvel emhttp://www.acessobrasil.org.br/libras/

    na combinao dos parmetros gramaticais que se obtm o sinal. Portanto, produzir sinais

    combinar esses parmetros para a formao das frases e textos num determinado contexto.

    Observe a importncia do contexto nas possibilidades de utilizao do adjetivo CHEIO. Pode

    referir-se: Aquele que est saturado; enfastiado (CHEIO 1); Recipiente com a capacidade esgotada,

    depois de receber algum lquido (CHEIO 2); Satifeito; bem alimentado; empanzinado; empanturrado(CHEIO 3); Sem capacidade para receber novos passageiros (CHEIO 4); Repleto de pessoas, geralmente

    sentadas (CHEIO 5); Repleto, lotado, sem espao disponvel (CHEIO 6).

    Consulte em vdeo as diferentes acepes do adjetivo cheio (CHEIO 1, 2, 3, 4, 5 e 6) no Dicionrio da

    Lngua Brasileira de Sinais verso 2.1 de 2008 disponvel emhttp://www.acessobrasil.org.br/libras/

    Atividades contextualizadas e histrias em quadrinhos:

    sugestes para usar os quadrinhos na sala de aula.

    Precisamos centrar o ensino de Lngua Portuguesa no texto e na dialogia de atividades

    contextualizadas. A sala de aula e a sala de recursos precisam ser espaos de circulao e de uso da

    Libras e de Lngua Portuguesa, o lugar de prticas das duas Lnguas.

    Todas as atividades precisam ser mediadas pela Libras e os textos produzidos podero ser

    apresentados em Lngua Portuguesa escrita e/ou em Lngua de Sinais.

    A seguir mais sugestes do uso dos quadrinhos.

    Tirinhas projetadas na parede Fazer uma cpia da histria em acetato e utilizando o retro-

    projetor projetar as imagens na parede. O professor aponta com o dedo o trecho que est lendo e

    ajuda os alunos a compreenderem o enredo e a decifrarem as expresses dos personagens.

    Aproveitar para mostrar aos alunos os vrios tipos de enunciados nos bales: o dilogo, a ideia de

    pensamento, o sinal/a representao de sono, de grito/xingamento.

    Histria em quadres Ampliar a histria com a ajuda de uma copiadora. Recorta-se os

    quadrinhos um a um e apresenta-se a histria. O professor precisar conhecer bem a histria para

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    no precisar ler os balezinhos durante a apresentao. Ao final, os alunos podero reapresentar a

    histria por meio de Libras. Pedir para que cada aluno/grupo apresente a sua narrativa em Libras

    sobre as cenas da histria.

    Balezinhos apagadosApagar as falas dos personagens e pedir aos alunos que interpretem a

    sequncia de desenhos criando a prpria histria. Pedir para que cada aluno/grupo apresente a

    sua narrativa em Libras sobre as cenas da histria.

    Quebra Cabeas - Aps contar uma historinha, a professora separa os quadrinhos um a um.

    Depois de embaralhados eles podem ser organizados pelas crianas na sequncia inicial ou

    formando uma nova sequncia. Esta atividade pode ser realizada em pequenos grupos ou

    individualmente.

    Palavras corrigidasA professora entrega aos alunos cpias de uma das histrias do Chico Bento

    e pede a eles que, em duplas, marquem as palavras escritas de forma diferente (da roa, do

    campo). Ao final da atividade, as palavras marcadas pelas duplas so reproduzidas no quadro e, ao

    seu lado, sero grafadas do modo que escrevemos na cidade.

    Voc decide Os alunos devero decidir o final de uma histria contada pela professora. Eles

    desenharo e prepararo o texto para o desfecho da histria, da qual apenas se conhece o incio.

    Saco surpresa Amplia-se uma histria em quadrinhos, recorta-se um a um os quadrinhos e

    coloca-se em um saco. Cada criana retira um quadrinho. O aluno que retirar o quadrinho com o

    ttulo inicia a histria seguido pelos demais. necessrio que os alunos j conheam a histria para

    facilitar a sequncia da apresentao, em Libras, pelos alunos surdos e oral e gestual pelos colegas

    ouvintes. Porm pode-se montar uma histria maluca e depois comparar com a original.

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    Referncias do Texto

    FERNADES, S. Prticas de letramentos na educao bilnge para surdos. Prticas de letramento na

    educao bilnge para surdos. Curitiba: SEED, 2006.

    PERLIN, G. Identidades surdas in SKLIAR, C (org). A surdez: um olhar sobre as diferenas. Porto

    Alegre: Mediao, 1998.

    QUADROS, R. M. & SCHMIEDT, M. L. P. Ideias para ensinar portugus para alunos surdos. Braslia:

    MEC/ SEESP, 2006.

    SALLES, H. M.M.L. et al. Ensino de lngua portuguesa para surdos: caminhos para a prtica pedaggica.

    Braslia: MEC/SEESP, 2004.

    SILVA, I. R. As representaes do Surdo na escola e na famlia: entre a (in) visibilizao da diferena e

    da deficincia. Instituto de Estudos da Linguagem- Campinas, SP: UNICAMP, 2005.SOUZA, R M. Que palavra que te falta?Lingstica, educao e surdez. So Paulo: Martins Fontes, 1998.

    STRBEL, K.L. A viso histrica da in(ex)cluso dos surdos nas escolas. ETD Educao Temtica

    Digital, Campinas, v. 7, n.2, p. 245-254, jun. 2006.

    SKLIAR, C. (org.). A surdez: um olhar sobre as diferenas. Porto Alegre: Mediao, 1998.

    Referncias sugeridas

    GES, M. C. R de.; LAPLANE, A. L. F. (orgs). Polticas e Prticas de Educao Inclusiva. Campinas:Autores Associados, 2007.

    LACERDA, C. B. F. de; GES, M. C. R. de. (orgs). Surdez, processos educativos e subjetividade. So Paulo:

    Editora Lovise, 2000.

    LACERDA, C. B .F. de O intrprete educacional de lngua de sinais no ensino fundamental: refletindo

    sobre limites e possibilidades In: LODI, A. C. B. et al. (org.) Letramento e Minorias. 1. Ed. Porto Alegre,

    Editora Mediao, 2002.

    QUADROS, R. M. O bi do bilingusmo na educao de surdos. Em Surdez e bilingusmo. Eullia

    Fernandes (org.). Editora Mediao: Porto Alegre, 2005.

    VYGOTSKY, L.S. Pensamento e Linguagem. So Paulo: Martins Fontes, 1993.

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    Anexo I

    ALFABETO DACTILOLGICO

    O alfabeto manual produzido por diferentes formatos das mos que representam as letras do

    alfabeto escrito, assim tambm acontece para representar os nmeros.Tm uma funo especfica para apresentao pessoal, "escrever no ar o nome de pessoas e lugaresque ainda no tm sinal.

    NMEROS PARA SE REFERIR QUANTIDADE

    Exemplo: quantidade de canetas na mesa, quantidade de pessoas presentes, quantidade de nibus etc.

    NMEROS REPRESENTATIVOS DE CDIGO

    http://2.bp.blogspot.com/_8oVO--M-41E/SZ765ZQgyAI/AAAAAAAAAKI/-KlkHujmGRc/s1600-h/numeros+para+quandidade.jpghttp://2.bp.blogspot.com/_8oVO--M-41E/SZ765ZQgyAI/AAAAAAAAAKI/-KlkHujmGRc/s1600-h/numeros+para+quandidade.jpghttp://4.bp.blogspot.com/_8oVO--M-41E/SZ7rMHPHEpI/AAAAAAAAAJ4/P4tXHxu287M/s1600-h/alfabeto+manual2.jpghttp://4.bp.blogspot.com/_8oVO--M-41E/SZ7rMHPHEpI/AAAAAAAAAJ4/P4tXHxu287M/s1600-h/alfabeto+manual2.jpg
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    Exemplo: nmero do telefone, nmero da caixa postal, nmero da casa, nmero da conta no banco etc.

    http://2.bp.blogspot.com/_8oVO--M-41E/SZ7sJQBQv8I/AAAAAAAAAKA/dXAVZDFmLNI/s1600-h/n%C3%BAmeros.jpghttp://2.bp.blogspot.com/_8oVO--M-41E/SZ7sJQBQv8I/AAAAAAAAAKA/dXAVZDFmLNI/s1600-h/n%C3%BAmeros.jpg