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ORIENTAÇÕES DURANTE AS AULAS DE CIÊNCIAS:CONTRIBUIÇÃO PARA A PREVENÇÃO DE DOENÇAS BUCAIS
NA FASE DA ADOLESCÊNCIA
Noêmia Elisabeth Giacomini Porfírio1
Carlos Eduardo Bittencourt Stange2
Silvana Beatriz Seben Viapiana3
RESUMO
Educação em saúde bucal é um longo processo, tendo seu início já na infância e se prolongando até que, o indivíduo conscientizado, coloque em prática, diariamente, os conhecimentos necessários para preservar a saúde bucal. Para a efetiva conscientização sobre os cuidados que levam as pessoas a apresentar saúde bucal, a educação deve começar na família e ter continuidade na escola com o auxílio dos professores e também de profissionais da saúde, no caso odontólogos. Assim, o objetivo deste trabalho é demonstrar que os conhecimentos adquiridos na escola, através das aulas de ciências, podem contribuir para a melhoria da saúde bucal dos educandos. Para tanto se realizou uma pesquisa, através de entrevistas com dentistas, para identificar as doenças bucais que mais atacam o ser humano na fase da adolescência. Também foi aplicado um questionário para a percepção dos conhecimentos prévios apresentados pelos alunos, sobre o assunto saúde bucal, sendo realizado na forma de pré-teste e, após o desenvolvimento do tema em sala de aula, foi aplicado o pós-teste tendo como objetivo a averiguação dos novos conhecimentos adquiridos. O resultado do estudo demonstra que orientações durante as aulas de ciências podem contribuir de maneira significativa no alcance da saúde bucal.
Palavras-chave: saúde bucal, alimentação saudável, ensino de ciências e saúde bucal.
ABSTRACT
Education in oral health is a long process, taking its start in childhood and is extending until advised the individual, put into practice every day, the knowledge needed to preserve the oral health. For effective awareness about the care that lead people to make oral health, education should begin in the family and have continuity in the school with the help of teachers and health professionals, dentists in the case. The purpose of this study is to demonstrate that the knowledge acquired in school through the class of science, can contribute to improving the oral health of students. To that end, a search was performed through interviews with dentists, to identify oral diseases that attack the most human being at the stage of adolescence. It was also applied a questionnaire to the perception of previous knowledge displayed by students on the subject oral health, being held in the form of pre-test and, after the development of the subject in the classroom, was applied to post-test with the aim of to investigate the new knowledge acquired. The outcome of the study demonstrates that the guidelines for teaching science can contribute in a meaningful way in achieving oral health.
Key words: oral health, healthy food, teaching of science and oral health.
1 Professora de Ciências, Aluna do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) do Estado do Paraná, ingressante 2007. Bituruna-PR, Brasil. E-mail: [email protected] Professor Orientador do Departamento de Biologia da UNICENTRO – Mestre em Educação. Guarapuava-PR, Brasil. E-mail: [email protected] Revisora deste artigo, Professora de Língua Portuguesa e Inglês do Colégio Irmã Clara - EFM, Santo Antonio do Iratim, Bituruna-PR.
1. INTRODUÇÃO
Este artigo tem por objetivo apresentar o desenvolvimento das
atividades realizadas durante o Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE), 1ª turma - ingressantes 2007, sendo que a intervenção didática ocorreu
no município de Bituruna, no Colégio Estadual Irmã Clara, Educação Básica,
Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª séries, com as séries: 5ªB, 5ªC, 6ªC, 7ª B e 8ªA
num total de 180 alunos e 05 professores, com o tema "Contribuições a partir
do Ensino de Ciências para a prevenção de doenças bucais", objetivando
responder a seguinte pergunta central: Aprender ciências pode auxiliar na
saúde bucal? Como?
Portanto, este artigo não pretende aprofundar os conteúdos sobre saúde
bucal envolvidos nesta pesquisa, uma vez que para cada assunto pretende-se,
em futuro breve, escrever artigos específicos.
Após constatação de escasso material de ordem didática relacionado ao
tema saúde bucal, em livros utilizados no colégio, ouve a motivação necessária
para a elaboração de uma cartilha, a qual tem por finalidade oferecer aos
professores e alunos, material instrucional para que doenças bucais não
venham prejudicar o desenvolvimento educacional. Levando em consideração
a importância que a "saúde bucal" tem na saúde geral de nossos educandos,
representando parte do bem estar para a aquisição de um bom nível intelectual
e tendo-se em mente que ações preventivas, educativas e promocionais, no
que tange a saúde bucal, são responsáveis pela melhoria da qualidade de vida
dos alunos, trabalhou-se o tema nas diversas turmas de ensino fundamental do
colégio acima citado.
A promoção de saúde, no sentido mais amplo, é uma ação global que
objetiva a melhoria da qualidade de vida das pessoas, sendo a prevenção uma
parcela deste amplo movimento (NADANOVSKY, 2000, p. 293-310, apud DIAS,
BARBOSA & PRAIS, 2004, p. 1).
As doenças bucais quanto mais cedo detectadas mais facilmente
poderão ser curadas. Conforme Nadanovsky (2000, apud DIAS, BARBOSA &
PRAIS, 2004, p. 3):
As doenças bucais são equacionadas em três níveis de prevenção: prevenção primária, relacionada à iniciação da doença; prevenção secundária onde se evita a progressão e recorrência da doença; e prevenção terciária que impede a perda da função.
O ideal da saúde pública é a prevenção primária. Na impossibilidade
deste primeiro nível de prevenção, faz-se necessário à prevenção secundária e
terciária (CHAVES, 1986 p. 99-145, apud DIAS, BARBOSA & PRAIS, 2004, p. 4).
A escola como detentora de uma grande parcela da responsabilidade,
no que tange à formação integral dos estudantes, tem como um de seus pontos
necessários o de proporcionar informações e transformá-las em conhecimentos
úteis para o dia-a-dia dos indivíduos no que se refere aos cuidados sobre a
saúde geral, incluindo nesse contexto também a saúde bucal. Baldani, Narvai &
Antunes, (2002, p. 7) compartilham deste ponto de vista ao afirmarem que: Além da renda familiar, a inserção social, tem influência direta na prevalência da cárie dentária (FURLANI, 1993; NADANOVSKY, 2000; PERES et al., 2000). Indivíduos com grau de escolaridade maior tendem a escovar seus dentes mais vezes, e crianças começam a ter seus dentes higienizados mais precocemente, com impacto significativo na saúde bucal.
Segundo Chaves, (1986, p. 99-145, apud DIAS, BARBOSA & PRAIS
2004, p.1) programas destinados a elevar o nível de saúde de uma
comunidade, dependem diretamente de recursos humanos adequadamente
preparados.
É de grande valia a união de forças entre professores e profissionais de
saúde para se obter um melhor resultado na transmissão de conhecimentos, os
quais poderão auxiliar na formação de hábitos saudáveis por parte de nossos
educandos. É o que afirmam Abegg & Calíde (1999 p. 25-28 apud DIAS,
BARBOSA & PRAIS, 2004, p. 1) quando enfatizam que “a forma mais eficiente
de desenvolver programas de educação em saúde nas escolas é por meio do
trabalho conjunto dos professores com os profissionais de saúde”.
A educação em saúde é uma responsabilidade primordial da família,
mas como os alunos passam muito tempo na escola, também é de
fundamental importância que a escola dê continuidade à educação familiar,
colaborando para que ações de promoção e prevenção da saúde aconteçam
efetivamente também no âmbito escolar. Neste sentido, Penteado (1996, apud,
DIAS, BARBOSA & PRAIS, 2004, p.8) afirma:
O processo educativo em saúde é responsabilidade primeira da família, como muitas vezes a família não detém informações e condições básicas para tal, cabe a escola assessorá-la, criando condições para que o escolar esteja motivado a se educar.
Os desenvolvimentos de ações relacionadas à Educação em Saúde nas
escolas de ensino fundamental encontram suporte em documentos oficiais tais
como:
• Lei nº. 10172/2001 = Plano Nacional de Educação;
• Parâmetros Curriculares Nacionais, PCN – MEC 1997.
• Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal- Brasília- 2004
O apoio destes documentos à Educação em Saúde nas escolas é
ressaltado ao determinarem a realização de programas especiais de saúde,
incentivando o comprometimento dos profissionais das áreas de educação em
conjunto com os profissionais da saúde, no envolvimento com a educação em
saúde nas escolas. Segundo Hilgert (2001, p. 162, apud DIAS, BARBOSA E
PRAIS, 2004, p. 8-9):O Plano Nacional de Educação – PNE - Lei n° 10172/2001, estabelece as responsabilidades sociais da escola que, na visão do legislador, extrapolam o simples ensinar. Esta responsabilidade cresce, principalmente quando se considera a população escolar carente. O texto da lei é claro e assim se pode ler: “... a escola tem responsabilidades sociais que extrapolam o simples ensinar, especialmente para crianças carentes”. O PNE refere-se também à interdisciplinaridade, que aparece como elemento que abre novas perspectivas no desenvolvimento de novas habilidades, tais como aquelas relacionadas com o auto cuidado com a saúde bucal.
Os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) apresentam a
aprendizagem relacionada ao exercício de atividades práticas, buscando desta
forma, identificar valores, hábitos e atitudes a serem desenvolvidos em âmbito
escolar como elementos importantes para a efetiva educação em saúde.
(HILGERT, 2001, p. 162, apud DIAS, BARBOSA E PRAIS, 2004, p. 9).
As Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal (2004, p.9)
contemplam a colaboração das escolas na promoção da educação em saúde:Os conteúdos de educação em saúde bucal devem ser pedagogicamente trabalhados, preferencialmente de forma integrada com as demais áreas. Poderão ser desenvolvidos na forma de: debates, oficinas de saúde, vídeos, teatros, conversas em grupos, cartazes folhetos e outros meios. Deve-se observar a lei federal nº. 9394/96, que possibilita a estruturação de conteúdos educativos em
saúde no âmbito das escolas, sob uma ótica local, com apoio e participação das equipes das unidades de saúde.
Em todas as séries do Ensino Fundamental e Médio é possível abordar
assuntos relacionados à saúde bucal e assim contribuir para que o sofrimento
devido às doenças bucais seja minimizado; para tanto compete ao professor
fundamentar-se teoricamente e adequar sua linguagem ao nível em que seus
alunos se encontram.
Mesquini (2006, p. 21) enfatiza que muitos são os momentos onde o
tema “saúde bucal” pode ser explorado dentro do conteúdo previsto para a
disciplina de Ciências no Ensino Fundamental (Paraná, 2003, versão
eletrônica, p. 115-125), como se segue:
• Na quinta série, no tópico de “Transformação e Interação de Matéria
e Energia”, ao trabalhar o tema água é possível enfatizar sua
importância desta na higiene bucal, ao abordar os seres vivos pode-
se falar das bactérias causadoras da cárie.
• Na sexta série, no tópico de “Transformação e Interação de Matéria e
Energia”, ao abordamos a temática sobre os seres vivos onde são
classificados os reinos Monera Protista, Fungos, Vegetais, Animais;
adaptações e relações dos seres vivos; microrganismos e vírus.
• Na sétima série, no tópico de “Transformação e Interação de Matéria
e Energia”, no assunto água e pH.
• Na oitava série, no tópico de “Transformação e Interação de Matéria
e Energia”, nos itens sobre necessidades de substâncias químicas
no organismo (minerais e orgânicas), digestão e circulação e no
tópico de “Saúde: melhoria da qualidade de vida”, ao adentrar os
conteúdos de higiene bucal; qualidade do ar respirado e tabagismo.
Já no Ensino Médio, o conteúdo ministrado na disciplina de Biologia vem
proporcionar uma retomada do assunto levando a um aprofundamento do
mesmo, dentro do conteúdo programático previsto:
• Primeira série, ao explicarmos sobre os tipos de células, aspectos
morfológicos dos tecidos, ecossistema e relações biológicas.
• Segunda série, com a exposição sobre os conteúdos de: vírus, reino
Monera, principalmente em relação às bactérias e reino Fungi.
• Terceira série, ao abordarmos o tema sobre nutrição e higiene.
As informações que os educandos obtêm na escola são muito
importantes e necessárias para formação de hábitos saudáveis, mas devem ter
um embasamento científico, é o que Rigodanzo & Unfer reforçam, (2005, p. 8)
ao dizerem que:As informações sobre cuidados em saúde devem ser proporcionadas na escola. As crianças e adolescentes têm oportunidade de conhecer, explorar e fixar conceitos em relação aos cuidados com o corpo, incluindo neste contexto também a saúde bucal. [...] Nesse sentido, cabe à Odontologia subsidiar os autores de livros e as escolas com informações adequadas do ponto de vista de conteúdo científico e trabalhar junto ao professor para melhor utilizá-las junto aos seus alunos.
Segundo Elias (2001, p. 94) a aparência pessoal, o emprego, a
sexualidade e a saúde de um modo geral são os fatores que mais motivam os
adolescentes para cuidar de sua saúde bucal. A autora afirma que: Conhecendo estas motivações, acreditamos ser possível planejar formas de educação em saúde que despertem o interesse, deixando-os mais envolvidos, permitindo assim, que a aprendizagem se relacione com o universo dos adolescentes, deixando-os mais participantes.
Para a mesma autora o conhecimento desses fatores é de fundamental
importância para desenvolver formas de educação eficazes na área de saúde.
(ELIAS, 2001, p. 94).
2. METODOLOGIA
Partindo do conteúdo estruturante "Sistemas Biológicos" e de seus
desdobramentos, nas Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino
Fundamental do Paraná, propõe-se que os conteúdos específicos, no caso
"Saúde Bucal", sejam encaminhados metodologicamente numa abordagem
articulada, seguindo uma perspectiva crítica e histórica e orientem o
encaminhamento metodológico nesta proposta, considerando a articulação
entre os conhecimentos físicos, químicos e biológicos estabelecendo relações
interdisciplinares, levando em conta os contextos: tecnológico, social cultural,
ético e político, envolvidos. (DCEs, 2006, p.37; DCEs, 2008, p. 33)
Tendo em vista que a aprendizagem só acontece a partir do
envolvimento ativo do aluno com o que lhe é proposto, TRIVELLATO, J., et al.
(2006, p. 4) em suas orientações para o professor afirmam que: A proposição de questões desafiadoras, de problemas ou de atividades que fazem sentido para o universo do aluno pode promover uma interação entre o estudante e o objeto de conhecimento, de forma que alcance uma aprendizagem significativa.
A aprendizagem realmente acontece quando o aluno atribui significados
aos conteúdos científicos escolares propostos durante o processo educacional.
Conforme Moreira (1999, apud Diretrizes Curriculares de Ciências para o
Ensino Fundamental do Paraná, 2008, p. 26):A aprendizagem significativa envolve aquisição/construção de significados num processo analógico ao que defende Vygotsky sobre o processo de internalização dos conceitos. Isto quer dizer que, a aprendizagem de conteúdos científicos escolares assume um significado cognitivo, enquanto estrutura do conhecimento, possuidora de instrumentos e signos. Instrumento é algo, como a linguagem, que pode ser usado para dar significado às coisas; signo é algo que representa (significa) uma idéia.
Os novos conhecimentos que se adquirem relacionam-se com o
conhecimento prévio que o aluno possui. Ausubel define este conhecimento
prévio como “conceito subsunçor” ou simplesmente "subsunçor". Os
subsunçores são estruturas de conhecimentos específicos que podem ser mais
ou menos abrangentes de acordo com a freqüência com que ocorre
aprendizagem significativa em conjunto com um dado subsunçor (MOREIRA,
2000).
Moreira e Masini (1982) & Moreira (1999, 2000) citados por Moreira
(2000) afirmam que:A aprendizagem significativa caracteriza-se pela interação entre o novo conhecimento e o conhecimento prévio. Nesse processo, que é não-literal e não arbitrário, o novo conhecimento adquire significados para o aprendiz e o conhecimento prévio fica mais rico, mais diferenciado, mais elaborado em termos de significados, e adquire mais estabilidade.
Portanto, ao desenvolver o tema “saúde bucal”, buscou-se partir dos
conhecimentos prévios dos alunos o embasamento para a realização de um
processo instrucional onde ocorresse a aprendizagem significativa.
Para desenvolver o projeto: "Contribuições a partir do Ensino de
Ciências para a prevenção de doenças bucais" tendo com pergunta
norteadora: Aprender ciências pode auxiliar na saúde bucal? Como? , no
Colégio Irmã Clara EFM; foram desenvolvidas várias etapas: entrevistas com
odontólogos para constatação das principais doenças bucais e suas
conseqüências bem como a possível profilaxia indicada; construção de uma
cartilha com temas instrutivos sobre saúde bucal para servir de apoio nas aulas
e que foi enviada à Secretaria Estadual de Educação do Paraná, como material
didático; aplicação de questionários aos alunos para averiguar conhecimentos
prévios dos mesmos, e após estudo do tema “saúde bucal” o novo
conhecimento adquirido.
Visando o desenvolvimento do projeto pedagógico integrado, escola -
profissionais da saúde, foi realizada a entrevista com oito cirurgiões-dentistas;
os quais citaram os principais problemas bucais encontrados em adolescentes,
entre 10 a 14 anos, que são atendidos em seus consultórios.
Os profissionais falaram sobre problemas ou deformações, que essas
doenças bucais podem causar aos adolescentes, os quais poderão ter
conseqüências para a vida toda. Expuseram suas opiniões em relação às
doenças bucais e rendimento escolar; se pode haver menor rendimento escolar
em alunos afetados por problemas nos seus dentes ou deformação em sua
arcada dentária e finalmente recomendaram uma profilaxia para que problemas
bucais não venham a interferir negativamente no aprendizado de nossos
adolescentes.
Os principais problemas detectados pelos oito dentistas entrevistados,
em adolescentes na faixa de 10 a 14 anos foram:
• Cárie dentária (lesão careosa)
• Traumas dentários
• Gengivite ou problemas periodentais
• Abundância de placa bacteriana
• Mau hálito
• Perdas dentárias
• Má-oclusão dentária (dentes tortos)
Relacionados a estes problemas foram citados vários transtornos. Os
quatro primeiros problemas citados podem levar à perda de dentes,
prejudicando assim a arcada dentária, a fonética, a estética, a postura e
causando problemas psicológicos ao adolescente.
A opinião de um dentista é que podem surgir problemas de fonação e
respiração (influência negativa na respiração, fala e deglutição), problemas
estomacais, desnutrição, anemia e também afetar o paladar.
Ainda foram citados os seguintes problemas:
• Dor, perda de dentes permanentes, tratamento de canal precoce.
• Sangramento gengival, perda dos 1os molares permanentes.
• Deformação das arcadas por má-oclusão, extrações e dores de
cabeça.
• Podem causar problemas na ATM (articulação têmporo-mandibular).
• Levam ao bruxismo e apnéia do sono.
• Causam abscessos.
• As bactérias presentes na cárie, gengivite e periodontite, caso caiam
na corrente sangüínea podem gerar: septicemia que pode levar ao
óbito, doenças reumáticas e endocardite bacteriana que também leva
ao óbito.
Entrevistados sobre conseqüências na aprendizagem dos educandos,
relacionadas aos problemas bucais, os dentistas deram as seguintes opiniões:
• Problemas nos dentes podem ter como conseqüências faltas e até
desistências às aulas.
• A dor causa desatenção, afetando a aprendizagem.
• Por problema estético, adolescentes faltam às aulas ou apresentam
vergonha de conversar, sorrir; o que leva a surgir problemas de
relacionamento e psicológicos.
• A partir do momento que o adolescente se sente inferiorizado, ele
passa a ser mais retraído ou agressivo, afetando seu bom
desempenho na escola.
• O aluno com problemas bucais muitas vezes acaba se ausentando
da sala de aula e deixa de aprender ou mesmo estando na sala,
perde a concentração necessária para aprender.
Para que problemas bucais não venham a causar prejuízos à
aprendizagem, a profilaxia indicada pelos dentistas entrevistados, está
sintetizada a seguir:
• Prevenção a partir da gestação e em todas as fases de
desenvolvimento da criança e do adolescente.
• Orientações sobre saúde bucal e um amplo acesso aos serviços
odontológicos.
• Instruções, no mínimo de três em três meses, sobre a correta higiene
oral, fazendo como norma da escola a escovação e uso do fio dental
após o lanche.
• Procurar sempre o dentista para evitar todos os problemas bucais.
• Maior empenho dos educadores e dos odontólogos no sentido de
orientar os alunos para a correta higienização bucal.
• Aplicação do flúor para prevenção da cárie.
Um dentista fez o seguinte comentário: “Sabemos que a saúde bucal é
uma questão de Educação e Cultura e que deveria vir de casa, através de
exemplos”.
A partir da análise das entrevistas, iniciou-se a confecção da cartilha, a
qual enfatiza a prevenção de doenças bucais para conseguir uma melhor
qualidade de vida.
Durante as aulas de ciências, que serviram para a implementação da
proposta pedagógica realizada no curso PDE, no Colégio Irmã Clara, Ensino
Fundamental e Médio, no Município de Bituruna, foram utilizados vários
recursos, tais como: aulas expositivas; trabalhos em grupo; exposição oral do
entendimento pelos alunos; atividades escritas; esquematização; síntese;
leituras de textos diversos encontrados em livros didáticos, para-didáticos,
jornais, web, revistas entre outros, com discussão sobre o conteúdo dos
mesmos. Palestras e filmes educativos também fizeram parte dos recursos
metodológicos utilizados nestas aulas de ciências.
A metodologia utilizada permitiu aos alunos estabelecer relações entre o
mundo natural (conteúdo de ciências), o mundo construído pelo homem
(tecnologia) e seu cotidiano (sociedade). Além disso, pode potencializar a
função social da disciplina, pois ao orientar uma tomada de consciência por
parte dos alunos e, conseqüentemente influiu na tomada de decisões desses
sujeitos como agentes transformadores contribuindo com o processo educativo
com vistas à formação do educando como sujeito transformador da sociedade,
já que estes conhecimentos foram também estendidos aos familiares dos
alunos através de comentários que faziam em casa.
3. DISCUSSÃO E RESULTADOS
3.1. IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA NA ESCOLA
A implementação da proposta pedagógica sobre o tema “Saúde bucal”
foi realizada interdisciplinarmente no Colégio Irmã Clara e também em muitos
colégios do Paraná onde trabalham professores que participaram do Grupo de
Trabalho em Rede (GRT), curso on-line elaborado pelos professores cursistas
do PDE e ofertado pela Secretaria de Estado da Educação (SEED) a todos os
professores efetivos da Rede Estadual de Educação do estado do Paraná. Um
professor participante do GTR comentou que trabalhou o tema com um grupo
de jovens e adultos obtendo ótimos resultados.
O propósito da cartilha era inicialmente de ser trabalhada no ensino
fundamental e médio, mas como só tenho alunos de ensino fundamental,
realizou-se a intervenção didática somente no ensino fundamental.
Para que o projeto fosse colocado em prática, foi apresentado um plano
de intervenção à direção e equipe pedagógica da escola. Tendo parecer
favorável ao desenvolvimento do mesmo, iniciou-se sua aplicação aos alunos
de 5ª a 8ª séries.
As atividades desenvolvidas no Colégio Irmã Clara-EFM, estão descritas
a seguir:
• Aplicação de um questionário servindo de pré-teste para avaliar os
conhecimentos prévios dos alunos sobre conhecimentos
relacionados à saúde bucal.
• Apresentação dos conteúdos da cartilha, “ORIENTAÇÕES SOBRE
SAÚDE BUCAL” elaborada como material didático durante o curso
PDE, aos alunos.
• Leitura e estudo, em pequenos grupos, dos conteúdos da cartilha e,
posterior apresentação aos alunos do grande grupo. (sala toda).
Complementação de estudos através de pesquisas na WEB.
• Investigação, realizada pelos alunos, quanto às dificuldades ao falar
e ao se alimentar, apresentadas por pessoas conhecidas deles, as
quais apresentam falhas em sua dentição.
• Realização da experiência para comprovação da descalcificação
óssea através da ação dos ácidos, reforçando aos alunos, a
importância de esperar um tempo para a escovação dental após a
ingestão de alimentos ou sucos ácidos.
• Participação em palestra sobre saúde bucal, ministrada pelo dentista
Dr. Antônio Carvalho, o qual enfatizou muito a importância de se ter
dentes saudáveis, tanto para uma boa mastigação como também na
fonação e estética.
• Elaboração e apresentação de teatros, paródias e poesias
relacionados ao tema “saúde bucal”.
• Elaboração de mural explicativo contendo gravuras, frases,
quadrinhas, poesias e ditados escritos, durante as aulas, nas quais
foi trabalhado o tema saúde bucal.
• Com base nas atividades realizadas anteriormente os alunos
escreveram um relatório (texto) sobre os conhecimentos adquiridos
relacionados à saúde bucal.
• Aplicação do questionário pós-teste para avaliar os conhecimentos
adquiridos através da implementação do plano de ação na escola.
3.2. RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO DIAGNÓSTICO-PERCEPTIVO
SOBRE A OPINIÃO DE ALUNOS SOBRE A SAÚDE BUCAL E SUA
POSSÍVEL INTERFERÊNCIA NA ESCOLA EM ALUNOS DO ENSINO
FUNDAMENTAL, EM BITURUNA – PARANÁ.
Como está citado acima, para avaliar os conhecimentos sobre o tema
"saúde bucal", foi realizado um questionário a um grupo de 45 alunos, num
universo de 430 alunos do Colégio Estadual Irmã Clara - Ensino Fundamental e
Médio, no Município de Bituruna; sendo aplicado um pré-teste, em outubro de
2007, para identificar os conhecimentos prévios dos mesmos e um pós-teste
em junho de 2008, possibilitando a análise de várias categorias, como: higiene
diária, alimentação, ensino e visita ao dentista.
Na categoria higiene diária, analisou-se os seguintes critérios:
escovação, uso do fio dental e creme dental.
Para a categoria Higiene diária, critério escovação (gráfico 01 referente
ao pré-teste e gráfico 02 referente ao pós-teste) foram propostas as seguintes
questões:
QUESTÃO 01: Você escova seus dentes ao levantar?
QUESTÃO 02: Você escova os dentes logo após cada refeição?
QUESTÃO 03: A língua deve ser escovada?
QUESTÃO 04: Você escova seus dentes antes de se deitar?
QUESTÃO 05: Você troca sua escova dental com freqüência?
Questão
1
Questão
2
Questão
3
Questão
4
Questão
5
não conheço o assunto
sem opinião
nunca
quase nuncaàs vezes sim, às vezes não
na maioria das vezessempre
57 64
86
55
45
7 1712
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12
2 7 100 7
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19
00 5 100
00
00
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00
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40
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quan
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post
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Resultados do diagnóstico-perceptivo referente à escovação - Ano: 2007
Gráfico 01. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao tema escovação, Bituruna, 2007.
Questã
o 1
Questã
o 2
Questã
o 3
Questã
o 4
Questã
o 5
não conheço o assunto
sem opinião
nunca
quase nunca
às vezes sim, às vezes não
na maioria das vezes
sempre
62
24
87
67
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16
49
11 2029
13 22
013
137
22
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2
00
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00
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100
quan
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ação
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cent
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as
resp
osta
sResultados do diagnóstico-perceptivo referente à
escovação - Ano: 2008
Gráfico 02. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao tema escovação, Bituruna, 2008.
Conclui-se, após a análise dos gráficos acima, que os conhecimentos
quanto à escovação tiveram uma significativa melhora depois de realizado o
estudo do tema “saúde bucal” com os alunos, principalmente quanto à
escovação dos dentes ao levantar e ao se deitar, incluindo escovação da
língua e também no que tange à freqüência de troca da escova dental.
Na categoria Higiene diária, critério uso do fio dental (gráfico 03
referente ao pré-teste e gráfico 04 referente ao pós-teste) foram propostas as
seguintes questões:
QUESTÃO 01: Você tem o hábito de usar fio dental antes da
escovação?
QUESTÃO 02: Para cada região entre os dentes deve ser usado um
pedaço novo do fio dental?
Questã
o 1
Questã
o 2não conheço o assunto
sem opinião
nunca
quase nunca
às vezes sim, às vezes não
na maioria das vezes
sempre
29 50
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12
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antif
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ost
asResultados do diagnóstico-perceptivo referente
ao uso de fio dental - Ano: 2007
Gráfico 03. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao tema fio dental, Bituruna, 2007.
A opinião de alguns dentistas entrevistados é que o fio dental deve ser
usado antes da escovação, porém outros afirmam que o melhor é fazer o uso
do fio dental logo após a escovação.
Analisando os gráficos pode-se concluir que a maioria dos alunos usa de
alguma forma o fio dental e sabem que para cada região entre os dentes deve
ser usado um novo pedaço de fio dental.
Questã
o 1
Questã
o 2não conheço o assunto
sem opinião
nunca
quase nunca
às vezes sim, às vezes não
na maioria das vezes
sempre
20
58
18
16
22
79
7
29
92
40
0
0
20
40
60
80
100
qu
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icaç
ão p
erce
ntu
al d
as
resp
ost
asResultados do diagnóstico-perceptivo referente
ao uso de fio dental - Ano: 2008
Gráfico 04. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao tema fio dental, Bituruna, 2008.
A maneira correta do uso do fio dental foi bem explicada aos alunos
através de vídeos, utilizando a tecnologia da TV pen-drive.
Na categoria Higiene diária, para o critério creme dental (gráfico 05
referente ao pré-teste e gráfico 06, referente ao pós-teste) foram propostas as
seguintes questões:
QUESTÃO 01: O creme dental auxilia a escovação dos dentes?
QUESTÃO 02: Você utiliza creme dental para fazer a escovação dos
dentes?
Questã
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Questã
o 2
não conheço o assunto
sem opinião
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às vezes sim, às vezes não
na maioria das vezes
sempre
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asResultados do diagnóstico-perceptivo referente
ao uso de creme dental - Ano: 2007
Gráfico 05. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao tema creme dental, Bituruna, 2007.
Ao analisar os dois gráficos percebe-se uma significativa valorização ao
uso do creme dental durante a escovação, comprovando com ele se faz
importante numa boa higienização bucal.
Uma grande porcentagem de alunos afirma que o creme dental auxilia
na escovação dos dentes, sendo que a maioria utiliza o mesmo em sua
higienização bucal.
Questã
o 1
Questã
o 2
não conheço o assunto
sem opinião
nunca
quase nunca
às vezes sim, às vezes não
na maioria das vezes
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al d
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asResultados do diagnóstico-perceptivo referente
ao uso de creme dental - Ano: 2008
Gráfico 06. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao tema creme dental, Bituruna, 2008.
Na categoria ALIMENTAÇÃO, analisou-se: o hábito alimentar e horários
de alimentação.
Para o critério Hábito Alimentar, (gráfico 07 referente ao pré-teste e
gráfico 08 referente ao pós-teste) foram propostas as seguintes questões:
QUESTÃO 01: Sua alimentação é rica em açúcares?
QUESTÃO 02: Ao se alimentar, dá preferência a pães e outros alimentos
derivados de cereais, que contêm amido?
QUESTÃO 03: Sua alimentação é rica em gorduras?
QUESTÃO 04: Como lanche ou sobremesa costuma comer frutas
frescas?
QUESTÃO 05: Você costuma consumir alimentos naturais da horta ou
da feira?
Questã
o 1
Questã
o 2
Questã
o 3
Questã
o 4
Questã
o 5
não conheço o assunto
sem opinião
nunca
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stas
Resultados do diagnóstico-perceptivo referente ao hábito alimentar - Ano: 2007
Gráfico 07. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao hábito alimentar. Bituruna, 2007.
Quanto ao hábito alimentar não houve muita alteração confrontando os
resultados do pré-teste com os do pós-teste; porém percebe-se o aumento da
porcentagem de alunos que, no pós-teste, optam por alimentos mais saudáveis
e não cariogênicos.
Este fato comprova a eficácia das orientações durante as aulas de
ciências e da palestra do dentista quando reforçou o que já tinha sido
trabalhado em aulas sobre a importância da alimentação saudável.
Questã
o 1
Questã
o 2
Questã
o 3
Questã
o 4
Questã
o 5
não conheço o assunto
sem opinião
nunca
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às vezes sim, às vezes não
na maioria das vezes
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asResultados do diagnóstico-perceptivo referente
ao hábito alimentar - Ano: 2008
Gráfico 08. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao hábito alimentar.Bituruna, 2008.
Na categoria ALIMENTAÇÃO, para o critério Horário das refeições (gráfico 09 referente ao pré-teste e gráfico 10 referente ao pós-teste) foram
propostas as seguintes questões:
QUESTÃO 01: Você tem horário certo para suas refeições?
QUESTÃO 02: Você tem o hábito de chupar balas, mascar chicletes ou
de comer outras guloseimas durante o dia?
QUESTÃO 03: Você fica comendo o dia inteiro sem horário definido?
Questã
o 1
Questã
o 2
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o 3
não conheço o assunto
sem opinião
nunca
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às vezes sim, às vezes não
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Resultados do diagnóstico-perceptivo referente ao horário das refeições - Ano: 2007
Gráfico 09. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao horário das refeições, Bituruna, 2007.
As orientações quanto à saúde bucal dos alunos, já apresentam
resultados positivos, é o que se percebe em relação ao horário certo para as
refeições, a porcentagem está bem maior no pós-teste, demonstrando que os
alunos estão se disciplinando para alcançar boa saúde bucal.
Podemos notar também que os alunos diminuíram a ingestão de balas e
chicletes ou outras guloseimas, fatores que ajudarão na prevenção das
doenças bucais.
Questã
o 1
Questã
o 2
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o 3
não conheço o assunto
sem opinião
nunca
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Resultados do diagnóstico-perceptivo referente ao horário das refeições - Ano: 2008
Gráfico 10. Percentual do conhecimento dos alunos quanto ao horário das refeições, Bituruna, 2008.
Na categoria ENSINO; foram avaliados os seguintes critérios: atenção e
aprendizagem.
No critério atenção (gráfico 11 referente ao pré-teste e gráfico 12
referente ao pós-teste) foram propostas as seguintes questões:
QUESTÃO 01: Dor de dente pode provocar falta de atenção nas aulas?
QUESTÃO 02: Caso, de algum modo, seus colegas, em algum momento
tenham “caçoado” de sua estética bucal, isto chegou a tirar sua atenção?
Questã
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Questã
o 2não conheço o assunto
sem opinião
nunca
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às vezes sim, às vezes não
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asResultados do diagnóstico-perceptivo referente à
atenção nas aulas - Ano: 2007
Gráfico 11. Percentual do conhecimento dos alunos referente à atenção nas aulas, Bituruna, 2007.
A maioria dos entrevistados alegou ser a dor de dentes, um fator que
provoca desatenção em aulas, a má estética bucal também é um fator que
parece atrapalhar o desempenho nas aulas, em torno de 20% dos alunos
declarou ter sido caçoado por parte dos colegas, o que prejudicou de certa
forma sua atenção às aulas.
Quest
ão 1
Questã
o 2não conheço o assunto
sem opinião
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asResultados do diagnóstico-perceptivo referente à
atenção nas aulas - Ano: 2008
Gráfico 12. Percentual do conhecimento dos alunos referente à atenção nas aulas, Bituruna, 2008.
No critério aprendizagem (gráfico 13 referente ao pré-teste e gráfico 14,
referente ao pós-teste) foram propostas as seguintes questões:
QUESTÃO 01: Você já teve menor rendimento em notas na escola por
causa de doenças bucais (gengivite, dor de dente...)?
QUESTÃO 02: Já se sentiu inferiorizado por apresentar falha nos dentes
a ponto de ter seu desempenho em aula afetado?
QUESTÃO 03: Você, alguma vez, sentiu-se envergonhado por ter a
arcada dentária desalinhada e dentes cariados, a ponto de não querer mais
participar das aulas?
Questã
o 1
Questã
o 2
Questã
o 3 não conheço o assunto
sem opinião
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quase nunca
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Resultados do diagnóstico-perceptivo referente à aprendizagem - Ano: 2007
Gráfico 13. Percentual do conhecimento dos alunos referente à aprendizagem, Bituruna, 2007.
Percebe-se ao analisar os resultados dos gráficos, que doenças bucais
quase não afetam a aprendizagem, sendo que apenas uma pequena
porcentagem dos entrevistados demonstrou prejuízos na aprendizagem.
Questã
o 1
Questã
o 2
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o 3 não conheço o assunto
sem opinião
nunca
quase nunca
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Resultados do diagnóstico-perceptivo referente à aprendizagem - Ano: 2008
Gráfico 14. Percentual do conhecimento dos alunos referente à aprendizagem, Bituruna, 2008.
Na categoria VISITA ao DENTISTA, analisou-se o critério freqüência
(gráfico 14 referente ao pré-teste e gráfico 15, referente ao pós-teste) com as
seguintes questões:
QUESTÃO 01: Você consulta anualmente ou a cada seis meses seu
dentista?
QUESTÃO 02: Você procura um dentista só quando tem dor nos dentes?
Questã
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Questã
o 2 não conheço o assunto
sem opinião
nunca
quase nunca
às vezes sim, às vezes não
na maioria das vezes
sempre
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ação
per
cent
ual d
as
resp
osta
sResultados do diagnóstico-perceptivo referente à
freqüência ao dentista - Ano: 2007
Gráfico 15. Percentual do conhecimento dos alunos referente freqüência de visita ao dentista, Bituruna, 2008.
Questã
o 1
Questã
o 2 não conheço o assunto
sem opinião
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quase nunca
às vezes sim, às vezes não
na maioria das vezes
sempre
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as
resp
osta
sResultados do diagnóstico-perceptivo referente à
freqüência ao dentista - Ano: 2008
Gráfico 16. Percentual do conhecimento dos alunos referente à freqüência de visita ao
dentista, Bituruna, 2008.
Percebe-se que os alunos procuram mais o dentista, após terem
estudado o assunto "saúde bucal", isto ficando comprovado através do
resultado do questionário. Há também uma grande quantidade de atestados de
atendimento odontológico, apresentados ao colégio, pelos alunos, com a
finalidade de serem justificadas faltas às aulas. Isto indica que um trabalho de
orientação nas escolas pode apresentar resultados positivos.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ambiente escolar é um lugar propício para do desenvolvimento de
projetos voltados à saúde geral e no caso especificamente, saúde bucal, que
com certeza colaborará na construção dos hábitos saudáveis que nossos
educandos levarão por toda sua vida futura.
Ao realizarem um trabalho em equipe, professores e odontólogos, muito
podem colaborar para a formação de cidadãos conscientes e capazes de
exercer o auto cuidado no que tange à saúde bucal.
O desenvolvimento de projetos voltados à preservação da saúde bucal
em âmbito escolar poderá abranger todas as séries do Ensino Fundamental e
Médio. É grande a listagem de conteúdos nos quais pode ser inserido o
assunto “saúde bucal”, sempre reforçando a importância dos cuidados que
poderão proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Levando-se em conta que o adolescente se preocupa com sua
aparência pessoal, o professor deve planejar formas de ensino que despertem
o interesse de sua clientela.
Tendo como referencial a pesquisa realizada, conclui-se que as aulas de
Ciências podem contribuir para a saúde e melhoria da qualidade de vida dos
educandos. Os professores têm influência direta na construção de hábitos
saudáveis por estarem todos os dias em contato com os educandos,
principalmente quando há um bom relacionamento e comprometimento com os
problemas da comunidade escolar através da troca de experiência no processo
de educação em saúde. Mas, para que isto ocorra de fato, é muito importante a
existência do diálogo e da confiança que o educando deposita em seu mestre.
Para a comunidade científica o presente artigo pode representar um
estímulo para realização de novos estudos sobre a problemática de como
desenvolver o tema “saúde bucal” nas escolas, visto que se encontram poucos
estudos sobre este tema, realizados por profissionais da educação, a maioria
dos artigos científicos que enfocavam o tema foram escritos por profissionais
da odontologia.
Acredito que através do curso PDE com o apoio das universidades, mais
professores possam, num futuro breve, estar desenvolvendo outros estudos
relacionados ao tema e assim possamos ampliar nossos conhecimentos em
relação a novas metodologias de ensino e aprendizagem, produzindo assim
melhores resultados para a saúde dos nossos educandos.
REFERÊNCIAS
BALDANI, M. H.; NARVAI, P. C.; ANTUNES, J.L.F. Cárie dentária e condições sócio-econômicas no Estado do Paraná, Brasil, 1996 Cad. Saúde Pública vol.18 n°.3 Rio de Janeiro mai./jun. 2002.
DIAS, A. F.; BARBOSA, G. B.; PRAIS, M.L.C.F. Papel social da escola na construção de hábitos saudáveis por meio do programa de promoção da saúde bucal. Brasília, março, 2004. 36 p. Disponível em: <http://www.unb.br/fs/sbc/htms/mon1/anguimar.pdf>Acesso em: 06/07/2007
ELIAS, M.S.; CANO, M.A.T.; MESTRINER Jr. W.; FERRIANI, M.das G.C. A importância da saúde bucal para adolescentes de diferentes estratos sociais do município de Ribeirão Preto. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 9, n. 1, p. 88-95, janeiro 2001.
MESQUINI, M.A.; MOLINARI, S. L.; PRADO, I.M. M. Educação em saúde bucal: uma proposta para abordagem no Ensino Fundamental e MédioArq Mudi. 2006;10(3):16-22. Disponível em:<http://www.pec.uem.br/pec_uem/revistas/arqmudi/volume_10/numero_03/3-MESQUINI-etal.pdf > Acesso em 23/08/2008.
MINISTÉRIO DA SAÚDE Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal. Brasília, 2004, p.1-16
MOREIRA, M.A. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA1 Porto Alegre, RS, Brasil, 2000.Disponível em: < http://www.if.ufrgs.br/~moreira/apsigcritport.pdf >Acesso em 20/10/2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a escola pública do Paraná. 3ªed. (versão eletrônica) Curitiba, SEED; 2003. p.103-125.Disponível em: <http://200.189.113.123/portals/portal/institucional/def/pdf/curriculo_basico_escola_pub_pr.pdf>Acesso em: 24/09/2008
PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde: Ensino de primeira à quarta série. V.9 Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997(b).
RIGODANZO, L. & UNFER, B. Análise dos livros didáticos do ensino fundamental e médio quanto aos conteúdos de saúde bucal.Disponível em <http://coralx.ufsm.br/revce/2005/01/a13.htm> Acesso em: 14-08-2007
SEED. Diretrizes Curriculares de Ciências para a Educação Básica. Curitiba, 2006. 56p.
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TRIVELLATO, J., TRIVELLATO, S., MOTOKANE, M., LISBOA, J.F., KANTOR, C. Ciências, Natureza & Cotidiano. Manual do Professor. Coleção Natureza & Cotidiano. 1ª ed. São Paulo: FTD, 2006, p. 4.