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LEONARDO GARCIA ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O DESEMPENHO ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO A PARTIR DA PERSPECTIVA INTERNA E EXTERNA BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC) 2017

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LEONARDO GARCIA

ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O DESEMPENHO ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO A PARTIR DA

PERSPECTIVA INTERNA E EXTERNA

BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC) 2017

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UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI

Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - PPGTH

Curso de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria

LEONARDO GARCIA

ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O DESEMPENHO ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO A PARTIR DA

PERSPECTIVA INTERNA E EXTERNA

Dissertação apresentada ao colegiado do PPGTH como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Turismo e Hotelaria – área de concentração: Planejamento e Gestão do Turismo e da Hotelaria – Linha de Pesquisa: Gestão das Empresas de Turismo Orientador: Prof. Dr. Carlos Marcelo Ardigó

BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC) 2017

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UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI

Vice-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - PPGTH

Curso de Mestrado Acadêmico em Turismo e Hotelaria

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

LEONARDO GARCIA

ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O DESEMPENHO ORGANIZACIONAL: UM ESTUDO A PARTIR DA

PERSPECTIVA INTERNA E EXTERNA

Dissertação avaliada e aprovada pela Comissão Examinadora e referendada pelo Colegiado do PPGTH como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Turismo e Hotelaria.

Balneário Camboriú (SC), 20 de fevereiro de 2017.

Membros da Comissão: Presidente: _______________________

Dr. Carlos Marcelo Ardigó Membro Externo: ________________________________

Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo (USP)

Membro Interno: ________________________ Dr. Pablo Flôres Limberger

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Dedico este trabalho à minha tia Zoraide Maria de Jesus Travasso e minha avó Maria Silva de Jesus, que faleceram no período do estudo deste mestrado, mas que durante toda a minha vida me ensinaram a encarar o mundo com humildade, honestidade, alegria e fé.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder saúde e força para prosseguir no

caminho correto e enfrentar os desafios deste mestrado.

Agradeço imensamente a minha família pelo apoio e pela base de toda a minha

trajetória até o presente momento.

A meu orientador Prof. Dr. Carlos Marcelo Ardigó, pelo esforço e paciência e

comprometimento, sempre me estimulando a produzir e extrair o meu melhor.

Agradeço ao Coordenador do curso Prof. Dr. Francisco dos Anjos pelo apoio e

profissionalismo.

Agradeço aos Professores Dra. Sara Gadotti dos Anjos e Dr. Pablo Flôres Limberger

pela participação na banca de qualificação, com sugestões, críticas e dúvidas que

serviram de base para o aperfeiçoamento deste estudo.

Aos demais professores e colaboradores do programa pelo conhecimento

compartilhado, auxílio e disposição, todos foram importantes e contribuíram de

alguma forma para eu chegar até aqui.

Aos participantes da pesquisa pela disposição em responder e conceder dados

importantes para este estudo.

Por fim, agradeço a todos que contribuíram de alguma maneira, direta ou

indiretamente para a conclusão deste trabalho.

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RESUMO

Os conceitos de Marketing assim como suas filosofias vem se modificando e se

moldando ao longo dos anos, acompanhando as mudanças nos cenários político,

econômico e social, e consequentemente no ambiente competitivo. Devido a diversos

fatores, porém com grande parcela de participação para os efeitos da globalização,

os hábitos comportamentos e preferências das pessoas estão em contrastante

mudança em uma velocidade difícil de ser acompanhada pelas organizações.

Portanto percebe-se a necessidade destas em orientar-se a este mercado de modo a

obter vantagem competitiva no meio ao qual estão inseridas. Este estudo propôs

como objetivo principal analisar a relação entre o nível de orientação para o mercado

(Market orientation) e o desempenho dos hotéis compreendidos no destino turístico

Costa Verde e Mar, segundo a perspectiva interna e das avaliações dos clientes no

TripAdvisor. A Pesquisa se caracteriza como exploratória e descritiva transversal, com

abordagem quantitativa, do tipo survey. Aplicou-se questionário com 96 hotéis

pertencentes a região turística Costa Verde e Mar, nos quais foram respondidos 63.

Foi utilizado o Modelo MARKOR de Orientação Para o Mercado, proposto por Kohli,

Jaworski e Kumar (1993). Para mensuração de desempenho foram utilizados

indicadores de natureza subjetiva. Utilizou-se das notas levantadas junto ao sítio

TripAdvisor para mensuração desempenho na perspectiva do cliente. Os resultados

apontaram Orientação Para o mercado em nível moderado nos hotéis compreendidos

pela pesquisa e em todas as três dimensões do construto. Foi encontrado correlação

entre o nível de orientação para o mercado e desempenho organizacional tal como

entre o nível de OPM e a média das notas do sítio TripAdvisor de maneira positiva e

moderada.

Palavras-chave: Orientação Para o Mercado, Desempenho, Hotelaria

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ABSTRACT

Marketing concepts and philosophies have changed and reshaped over the years, following changes in the political, economic and social scenarios, and consequently, in the competitive environment. Due to various factors, particularly the effects of globalization, people's behavior and preferences are in constant change, at a speed that organizations can barely keep pace with. Organizations therefore need to be attuned to this market, in order to gain competitive advantage in this changing environment. The main objective of this study was to analyze the relationship between level of market orientation and the performance of the hotels in the tourism destination of Costa Verde e Mar, Santa Catarina, according to the internal perspectives and evaluations of clients posted on the TripAdvisor website. The research is characterized as exploratory and descriptive transversal, with a quantitative approach of the survey type. A questionnaire was applied to 96 hotels belonging to the Costa Verde e Mar tourism region, of 63 were responded to by the hotels. The MARKOR Market Orientation model proposed by Kohli, Jaworski and Kumar (1993) was used. To measure performance, subjective indicators were used. The comments written on TripAdvisor were used to measure the hotels’ performance from the clients’ perspectives. The results indicate that Market orientation is moderate in the hotels included in the survey, and in all three dimensions of the construct. A correlation was found between market orientation and organizational performance, such as the positive and moderate correlation between the level of Market Orientation and the average rating on TripAdvisor. Keywords: Market Orientation, Performance, Hotel.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIH: Associação Brasileira da indústria de Hotéis

AMFRI: Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu

ANOVA: Analysis of Variance

A&B: Alimentos e Bebidas

CITMAR: Consórcio Intermunicipal Costa Verde e Mar

EFQM: European Foundation for Quality Management

EMBRATUR: Instituto Brasileiro de Turismo

FACISC: Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina

FECAM: Federação Catarinense de Municípios

FECOMERCIO: Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MTUR: Ministério do Turismo

OPM: Orientação Para o Mercado

OTR: Online Travel Review

OMT: Organização Mundial do Turismo

PIB: Produto Interno Bruto

SBCLASS: Sistema Brasileiro de Classificação dos Meios de Hospedagem

SECTUR: Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú

SEER: Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas

UNIVALI: Universidade do Vale do Itajaí

UH: Unidade Habitacional

WTO: World Tourism Organization

WTTC: World Travel & Tourism Council

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organização do Trabalho .................................................................... 26

Figura 2 - Modelo de orientação para o mercado de Narver e Slater .................. 37

Figura 3 - Orientação para o mercado, antecedentes e consequências. ............ 41

Figura 4 - Os elementos da orientação para o mercado ..................................... 43

Figura 5 - Hipóteses da Dissertação ................................................................... 75

Figura 6 - Resultado das hipóteses da dissertação ............................................. 111

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Peculiaridades das organizações de serviços na hospedagem. ....... 29

Quadro 2 - Princípios do Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de -.-.-.-.-.-.-.-

.-.-.-.-.-.-.-.--Hospedagem ..................................................................................... 31

Quadro 3 - Classificação dos meios de hospedagem ......................................... 32

Quadro 4 - Resumo dos principais conceitos de Orientação para o mercado ..... 36

Quadro 5 - Escala de Kohli, Jaworski e Kumar ................................................... 49

Quadro 6 - Fórmula para cálculo do tamanho da amostra .................................. 67

Quadro 7 - Indicadores de desempenho utilizados e autores ............................. 69

Quadro 8 - Níveis de Orientação Para o Mercado - OPM ................................... 80

Quadro 9 - Níveis de correlação em função do valor de r ................................... 105

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição inicial do universo ............................................................ 65

Tabela 2 - Distribuição dos elementos do universo da pesquisa ......................... 66

Tabela 3 - Distribuição de frequência por cidade ................................................. 76

Tabela 4 - Distribuição de frequência por porte do hotel ..................................... 77

Tabela 5 - Distribuição de frequência por tempo de atividade do hotel ............... 78

Tabela 6 - Distribuição de frequência por número de leitos ................................. 78

Tabela 7 - Distribuição de frequência por quantidade de funcionários ................ 79

Tabela 8 - Variáveis da dimensão Geração de Inteligência ................................. 81

Tabela 9 - Alpha de Cronbach da dimensão Geração de Inteligência ................. 82

Tabela 10 - Teste t para a dimensão Geração de Inteligência ............................ 82

Tabela 11 - Variáveis da dimensão Disseminação de Inteligência ...................... 83

Tabela 12 - Alpha de Cronbach da dimensão Disseminação de Inteligência ...... 84

Tabela 13 - Teste t para a dimensão Disseminação de Inteligência .................... 84

Tabela 14 - Variáveis da dimensão Responsividade ........................................... 86

Tabela 15 - Alpha de Cronbach da dimensão Responsividade ........................... 87

Tabela 16 - Teste t para a dimensão Responsividade ......................................... 87

Tabela 17 - Médias da Orientação Para o Mercado ............................................ 88

Tabela 18 - Teste t para Orientação Para o Mercado .......................................... 90

Tabela 19 - Coeficiente Alpha de Cronbach da OPM e suas dimensões ............ 90

Tabela 20 - Resultado da Orientação Para o Mercado segmentado por cidade.. 91

Tabela 21 - Resultado da Orientação Para o Mercado de acordo com o porte do -----

------------- --.hotel .................................................................................................. 92

Tabela 22 - Resultado da Orientação Para o Mercado de acordo com o tempo de

atividade do hotel ................................................................................................. 92

Tabela 23 - Médias individuais de Orientação Para o Mercado ........................... 93

Tabela 24 - Desempenho Organizacional ............................................................ 96

Tabela 25 - Desempenho Organizacional (continuação) ..................................... 97

Tabela 26 - Desempenho Organizacional por cidade .......................................... 98

Tabela 27 - Resultado do Desempenho de acordo com o porte do hotel ............ 98

Tabela 28 - Resultado do Desempenho de acordo com o tempo de atividade do ------

------------ --.hotel ................................................................................................... 99

Tabela 29 - Avaliações TripAdvisor ..................................................................... 100

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Tabela 30 - Avaliações TripAdvisor por cidade .................................................... 101

Tabela 31 - Avaliações do TripAdvisor de acordo com o porte do hotel .............. 101

Tabela 32 - Avaliações do TripAdvisor de acordo com o tempo de atividade do

hotel ..................................................................................................................... 102

Tabela 33 - Orientação Para o Mercado e Desempenho ..................................... 103

Tabela 34 - Orientação Para o Mercado e Desempenho (continuação) .............. 104

Tabela 35 - Regressão Linear OPM vs Desempenho Organizacional ................. 105

Tabela 36 - Regressão Linear OPM vs Avaliações TripAdvisor ........................... 106

Tabela 37 - Matriz de Correlação OPM vs Desempenho ..................................... 108

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Média por variável Orientação Para o Mercado ................................ ..89

Gráfico 2 - OPM vs Desempenho – Dispersão .................................................... 106

Gráfico 3 - OPM vs Avaliações TripAdvisor – Dispersão .................................... 107

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15

1.1 Delimitação do Tema .................................................................................... 18

1.2 Problema ...................................................................................................... 21

1.3 Objetivos ....................................................................................................... 22

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 22

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 23

1.4 Justificativa ................................................................................................... 23

1.5 Organização do trabalho .............................................................................. 25

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 27

2.1 A Organização Denominada Hotel ............................................................... 27

2.1.1 História da Hotelaria ..................................................................................... 28

2.1.2 Características e a Gestão no Setor Hoteleiro ............................................. 29

2.2 Orientação Para o Mercado .......................................................................... 34

2.2.1 Orientação Para o Mercado na ótica de Narver e Slater .............................. 37

2.2.2 Orientação Para o Mercado na ótica de Kohli e Jaworski ............................ 39

2.2.3 Orientação Para o Mercado na ótica de Day ................................................ 42

2.2.4 Orientação Para o Mercado na ótica de Deshpandé, Farley e Webster ....... 44

2.3 Escalas de avaliação da Orientação Para o Mercado .................................. 45

2.3.1 Escala de Narver e Slater (MKTOR) ............................................................. 46

2.3.2 Escala de Kohli, Jaworski e Kumar (MARKOR) ........................................... 48

2.3.3 Escala de Day .............................................................................................. 49

2.3.4 Escala de Deshpandé, Farley e Webster ..................................................... 50

2.3.5 A utilização das escalas de Avaliação da Orientação Para o Mercado na ...... .-----...- Hotelaria ........................................................................................................ 51

2.4 Desempenho Organizacional ....................................................................... 53

2.4.1 Avaliando o desempenho na hotelaria .......................................................... 55

2.4.2 A relação Orientação para o Mercado e o Desempenho na Hotelaria.......... 57

2.4.3 As Online Travel Reviews na avaliação da satisfação na hotelaria .............. 59

3 METODOLOGIA........................................................................................... 63

3.1 Tipologia da Pesquisa .................................................................................. 63

3.2 Universo e Amostra ...................................................................................... 64

3.3 Coleta de dados............................................................................................ 68

3.4 Análise e apresentação dos dados ............................................................... 70

3.4.1 Hipóteses da Dissertação ............................................................................. 71

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................... 76

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4.1 Perfil dos participantes do estudo ................................................................. 76

4.2 Nível de Orientação Para o Mercado ............................................................ 80

4.2.1 Geração de inteligência ................................................................................ 81

4.2.2 Disseminação de Inteligência ....................................................................... 83

4.2.3 Responsividade ............................................................................................ 85

4.2.4 Orientação Para o Mercado Geral ................................................................ 88

4.3 Avaliação de Desempenho Segundo Perspectiva Interna (Desempenho Organizacional)............................................................................................. 95

4.4 Avaliação de Desempenho Segundo Perspectiva Externa (TripAdvisor) ..... 99

4.5 Relação Entre Orientação Para o Mercado e Desempenho ....................... 102

4.6 Resultado das Hipóteses ............................................................................ 109

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 113

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 117

APÊNDICE .............................................................................................................. 130

ANEXOS ................................................................................................................. 144

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1 INTRODUÇÃO

A atividade turística no contexto global assume papel cada vez mais significativo para

o desenvolvimento econômico, social e cultural das destinações, sendo assim,

considerada uma das principais fontes geradoras de emprego e renda. A atividade

sustenta-se primordialmente por meio da entrega de serviços e está diretamente

atrelada ao aumento do poder de consumo da população.

Dados econômicos estabelecem suporte a estas colocações, pois com um montante

de 7,2 trilhões de dólares, o setor representou 9,8% do PIB total mundial acumulado

em 2015, o que gerou mais de 284 milhões de empregos diretos e indiretos, ou seja,

1 a cada 11 empregos no mundo. Em nível de países, o crescimento econômico do

turismo se demonstrou maior do que o crescimento econômico geral em 127 das 184

nações abrangidas pela pesquisa anual de impacto econômico do Conselho Mundial

de Turismo em 2015. Contribui de forma substancial para o PIB Mundial e, apesar das

oscilações econômicas no cenário mundial, em 2015 apresentou um crescimento de

3,1% em relação a 2014. Um crescimento maior do que o crescimento econômico

global geral (2.3%) (WTTC, 2016).

Considerado as proporções, além da situação político-econômica do país, o Brasil

segue a realidade mundial. Dados do Conselho Internacional de Turismo e Viagens

WTTC apontam que o turismo contribuiu com 514,3 bilhões de reais para o PIB total

do país (9,0% do PIB) em 2015. Estes números estão também atrelados à geração

de 7,3 milhões de empregos diretos e indiretos somente neste setor (WTTCb, 2016).

Devido ao aumento do valor da moeda estrangeira em relação ao real, o poder de

compra dos turistas oriundos de outros países aumentou, desta forma acarretando em

um aumento no número de estrangeiros no Brasil em busca de lazer e diversão por

um preço mais acessível. Por consequência o gasto dos turistas estrangeiros no país

cresce. De acordo com a EMBRATUR, nos dois primeiros meses de 2016 as

transações efetuadas por estrangeiros no país tiveram um aumento de 14,8% em

relação ao mesmo período no ano anterior (EMBRATUR, 2016).

Apesar do longo caminho a ser percorrido, o turismo brasileiro se apresenta como

uma atividade com vasto potencial e demonstra um grande campo de investimento e

resultados para a nação, estados e regiões específicas. Devido ao posicionamento

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geográfico privilegiado, possuindo uma costa de grande extensão, o litoral

catarinense, além de ser um destino frequentado por brasileiros de diferentes estados,

se destaca como uma porta de entrada para uma enorme quantidade de turistas

estrangeiros. Principalmente argentinos, paraguaios, uruguaios, dentre outros turistas

da América do Sul, veem o destino como uma ótima oportunidade onde podem gozar

seus momentos de ócio.

Quando se fala de turismo, Santa Catarina possui grande destaque em seus

diferentes destinos. Dentre eles encontram-se os municípios pertencentes à região da

Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI), que inclui as cidades de:

Balneário Piçarras, Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema, Luís Alves,

Navegantes, Penha e Porto Belo. Estes, com diversas características peculiares, que

envolvem praias, turismo ecológico, entretenimento, entre outros atrativos, que

reunidos, formam uma grande potência turística para Santa Catarina (AMFRI;

FECAM, 2016).

Cientes deste potencial, as secretarias municipais de turismo dessas cidades, em

colegiado dos secretários de turismo constituído com o apoio da AMFRI, formaram o

Consórcio Intermunicipal Costa Verde & Mar (CITMAR). A marca e consolidação

integrada do destino foi fruto de um planejamento de marketing promovido em 2007

com o intuito de destacar-se não mais individualmente, mas como região (AMFRI,

CITMAR, 2016).

A integração de forças se deu principalmente vinculada ao município mais destacado

na atividade turística entre os onze que compunham este consórcio. Balneário

Camboriú é conhecida nacional e internacionalmente como destino turístico

consolidado na Região Sul do país, e se encontra entre os 65 destinos turísticos

brasileiros indutores do turismo regional (MTUR, 2016). Atualmente não pertence mais

ao Consórcio Intermunicipal Costa Verde & Mar, tampouco à Associação dos

Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI; CITMAR, 2016). De acordo com o mapa

turístico do Ministério do Turismo, compõe a região turística também denominada

Costa Verde e Mar, juntamente com os dez municípios supracitados, além do

município de Tijucas, formando uma região turística de doze municípios (MTUR,

2016).

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O fluxo turístico da região se destaca principalmente pelo turismo de sol e praia

encontrado nas cidades litorâneas, onde é possível encontrar diversas opções de

praias e pontos turísticos como: molhes e trapiches, ilhas, píer de atracação de navios

transatlânticos entre outros (CITMAR, 2016). Além disso, os demais municípios

contribuem para a região com opções de turismo de compras, religioso, ecoturismo,

turismo cultural e mais. Toda a região oferece diversas opções não só para o verão,

como o cicloturismo, observação de pássaros, cavalgada e parque multitemático.

Desta forma promovendo um turismo sustentável, que possa trazer visitantes e gerar

divisas para os municípios durante todos os períodos do ano (TRADETUR, 2016).

Fato que evidencia o potencial turístico dos municípios da região é o destaque para o

crescimento econômico no setor turístico catarinense em 2015, em relação ao ano

anterior, na ordem de cerca de 3%, apesar do período de crise econômica enfrentado

no atual momento (FACISC, 2016).

Com o propósito de atender a essa demanda, o setor hoteleiro dá o suporte a

receptividade e acomodação dos visitantes que permanecem por mais de um dia na

região e representam parte relevante no turismo de qualquer destinação. Entre

dezembro de 2015 e janeiro de 2016, Santa Catarina recebeu oito milhões de turistas,

dentre brasileiros e estrangeiros, e para suprir esta demanda a ocupação hoteleira na

Costa Verde e Mar foi de 89% em média neste período (ABIH, 2016).

O setor hoteleiro movimenta a economia da região. Em pesquisa divulgada pela

Fecomércio-SC em relação à temporada 2015/2016, o gasto médio com hospedagem

dos turistas no estado foi em média de R$ 1.581,75, enquanto o gasto com

alimentação obteve média de R$ 842,88 e o gasto médio por cliente com compras no

comércio foi de R$ 241,69 (FECOMÉRCIO, 2016). Isto reforça a relevância da

hotelaria para a economia de uma destinação turística, posicionando o setor numa

condição de destaque no trade turístico.

Em relação à capacidade de hospedagem, Balneário Camboriú é o município da

região com o maior parque hoteleiro, incluindo diferentes opções espalhadas por toda

a cidade, de modo a suportar a alta demanda e atender diversos públicos. É composto

por hotéis de grandes redes nacionais e internacionais, que disputam mercado com

os de pequeno e médio porte, muitas vezes de gestão familiar (SECTUR, 2016). Nas

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18

demais cidades da região, observa-se um maior número de pousadas, além de hotéis

de médio e pequeno porte e resorts (ABIH, 2016).

A gestão hoteleira eficiente se faz necessária neste contexto, de característica

diferente a uma empresa que comercializa produtos, pertencente ao setor de serviços,

provocando encontro imediato entre o produtor e o consumidor. O monitoramento de

seu desempenho é geralmente atrelado à percepção da qualidade dos serviços

oferecidos, o que por sua vez é avaliada pelo mercado.

Oferecer uma hospedagem de qualidade depende, portanto, da compreensão da

qualidade na ótica deste. Assim, orientar-se para o mercado é estar disposto a

direcionar os esforços organizacionais de modo a compreender os anseios dos

consumidores, monitorar a concorrência e disseminar essa informação dentro da

própria organização (KOHLI; JAWORSKI, 1990). Deste modo, para oferecer serviços

valorizados pelo mercado, os gestores hoteleiros que competem neste dinâmico setor

na busca por novos clientes e fidelização dos atuais, devem estar atentos a este

propósito, possibilitando o alcance da eficácia em suas atividades.

Considerando a importância do segmento e os desafios do mercado, o setor hoteleiro

e sua gestão são as componentes chaves do turismo a serem investigados nesta

dissertação. Desta maneira, neste capítulo, apresenta-se a delimitação do tema

proposto, posteriormente expõe-se o problema de pesquisa, o objetivo geral e os

objetivos específicos que o compõem, seguido da justificativa para o trabalho, no que

tange a importância do mesmo. Além disso apresenta-se a organização desta

dissertação.

1.1 Delimitação do Tema

As mudanças nos hábitos e preferências dos consumidores, impulsionadas

principalmente pela globalização, elevaram a competitividade que envolve as

organizações a outro patamar. Não somente se faz necessário à gestão eficaz dos

recursos internos da organização, como se tornou imprescindível estar atento aos

anseios do mercado, às estratégias dos competidores e antecipar possíveis ações no

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meio competitivo. Entre outras dimensões, esses comportamentos estão presentes

em organizações orientadas ao mercado.

No início dos anos noventa estudos obtiveram destaque, como os de Kohli e Jaworski

(1990), Narver e Slater (1990), Deshpandé, Farley e Webster (1993), e Day (1994).

Estes traziam conceitos de diferentes teorias a respeito da Orientação Para o Mercado

(OPM), e por meio de seus trabalhos contribuíram para a definição dos determinantes

da orientação para o mercado, bem como para os instrumentos que permitissem

mensurar o nível desta em uma organização.

Estes estudos abriram precedentes para a elaboração de outros trabalhos naquela

década, principalmente no intuito de estabelecer relação entre o nível de orientação

para mercado e o desempenho de organizações, tanto se utilizando de métricas

subjetivas (DENG; DART, 1994; GREENLEY, 1995; PELHAM; WILSON, 1996; PITT

et al, 1996; BALAKRISHNAN, 1996; AVLONITIS; GOUNARIS, 1997; APPIAH-ADU,

1998), como objetivas (RUEKERT, 1992; DIAMANTOPOLUS; HART, 1993; AU; TSE,

1995; TSE, 1998). Grande parte dos estudos citados estavam principalmente

relacionados à indústria e comércio, tendo como principais indicadores de

desempenho itens como retorno sobre investimento, lucratividade, participação de

mercado, entre outros.

Após o período inicial, outros estudos foram publicados abordando o tema OPM

versus desempenho, ampliando-se também para outros segmentos. Mesmo após

mais de duas décadas o assunto ainda é abordado em vários estudos atuais em

diferentes setores como, por exemplo, setor financeiro (CAUZO BOTALLA; COSSÍO

SILVA, 2012; THEODOSIOU et al. 2012; ROSENDO-RÍOS; MARTÍN-DÁVILA, 2015),

empresas familiares (ALTINDAG; ZEHIR, 2012) e indústria alimentícia (REID;

BRADY, 2012; ŠÁLYOVÁ et al., 2015).

Se tratando de meios de hospedagem, tais como os hotéis, alguns estudos

propuseram avaliar o nível da orientação para o mercado neste setor, de modo a

compará-lo com o desempenho obtido o desempenho obtido pelos mesmo. Como o

exemplo dos estudos de Tajeddini (2010), de Wang, Chen e Chen (2012), entre outros

observados no meio acadêmico.

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20

Nessas publicações encontram-se também organizações que se caracterizam

principalmente como prestadoras de serviços, caso dos hotéis. Neste contexto, devido

à intangibilidade dos serviços os mesmos não podem ser estocados ou provados e,

desta forma, a única percepção de qualidade é analisada pelo próprio cliente no

momento da entrega do serviço, que poderá optar por se tornar fiel e também divulgar

suas experiências para novos possíveis consumidores (KOTLER, 2011).

A satisfação do cliente, nestes casos, é o foco nos estudos que abordam qualidade

de serviço. O uso recorrente da escala SERVQUAL de Parasuraman, Zeithaml e Berry

(1988), métrica específica para organizações que prestam serviços, evidencia a

preocupação das empresas em monitorar as percepções dos seus clientes em relação

a qualidade dos serviços prestados pelas mesmas.

Enaltecendo a importância dessa compreensão, no setor da hotelaria nos últimos

cinco anos diversos autores abordaram qualidade de serviços (DEDIC; PAVLOVIC;

MIOCEVIC, 2011; HUMNEKAR; PHADTARE, 2011; BLEŠIŠ et al., 2011;

JUWAHEER, 2011; SOUZA; MEIRA; MASKE, 2012; CARRASCO et al., 2012;

CRISTINA; ROXANA, 2012; LEE; CHO; AHN, 2012; LIMA-FILHO; MARCHIOTTI;

QUEVEDO-SILVA, 2012; MARKOVIĆ; RASPOR; KOMŠI, 2012; SOUCA, 2012;

AYEH; CHEN, 2013; KEITH; SIMMERS, 2013; MARKOVIĆ; RASPO, 2013;

MARKOVIĆ et al., 2013; PRINCE; KHALEQ, 2013; TSENG; KUO, 2013;

KOSMACZEWSKA; PEREIRA, 2014; MADAR, 2014; KÁTAY, 2015). Entre os que

consideraram a avaliação da percepção de qualidade de serviço no setor, as métricas

mais utilizadas são: SERVQUAL de Parasuraman et al. (1988), SERVPERF de Cronin

e Taylor (1992) e LODGSERV de Knutson et al. (1990).

Ao mesmo tempo em que as discussões sobre a orientação para o mercado e a

preocupação com o cliente foram evoluindo, a penetração das mídias sociais também

foram assumindo proporções impressionantes na vida das pessoas. As mídias sociais

atualmente são a evolução do marketing boca a boca, com uma abrangência global,

que podem influenciar tanto de maneira positiva como negativa na imagem de uma

organização (GU; YE, 2014). Atualmente clientes em potencial tomam decisões não

somente baseados em informação disponibilizas pelos fabricantes de produtos ou

prestadores de serviços, mas também em experiências vivenciadas por usuários dos

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produtos ou serviços em questão socializada de maneira espontânea, muitas vezes

pelas mídias sociais. (FORGA; VALIENTE, 2013; ORZAN et al., 2016).

No setor da hotelaria ganham destaque as Online Travel Reviews (OTRs). Estas são

plataformas de avaliação de viagens, onde os usuários qualificam principalmente os

hotéis utilizando-se de notas e descrevem de maneira livre suas experiências. As

plataformas buscam organizar as informações classificando os locais avaliados de

acordo com as notas obtidas pelos usuários criando assim um ranking, com os

melhores avaliados de acordo com a comunidade. Nos últimos anos diversos autores

elaboraram estudos sobre OTRs, utilizando diferentes metodologias de avaliação,

estes publicados em diversos periódicos científicos, conforme aponta Limberger

(2015).

A plataforma TripAdvisor se destaca por ser eleita o maior sítio de viagens do mundo,

com média de mais de 350 milhões de visitantes por mês, possuindo mais de 300

milhões de avaliações (TRIPADVISOR, 2016). Devido à grande abrangência e

relevância, além da relação com a avaliação de desempenho do setor hoteleiro, este

sítio foi escolhido como fonte de pesquisa para este estudo. Além disto, sua escolha

também se deve ao fato de que esta foi a plataforma mais utilizada nos artigos

relacionados a avaliação online de viagens (LIMBERGER et al., 2014; JIANG et al.,

2014; LINNES et al., 2014; NIZAMUDDIN, 2015).

A partir das informações apresentadas até este ponto, definiu-se como tema de estudo

desta dissertação a orientação para o mercado (OPM), correlacionando-a com a

avaliação de desempenho nas organizações, especificamente neste caso, as do setor

hoteleiro, além do relacionamento com a métrica de avaliação de satisfação de

serviços das Online Travel Reviews (OTRs).

1.2 Problema

A indústria hoteleira é parte essencial de uma experiência em qualquer destinação

turística. O fornecedor conhece a qualidade do produto ou serviço que oferece

enquanto o consumidor só terá esta informação após o consumo do mesmo (NÚÑEZ-

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SERRANO; TURRIÓN; VELÁZQUEZ, 2014). As empresas do ramo hoteleiro, sendo

intrinsecamente movidas pela qualidade de seus serviços, necessitam estar alinhadas

às constantes mudanças do mercado, principalmente ao considerarem seu

desempenho na perspectiva do cliente.

Deste modo, faz-se necessário uma ação mais ativa no sentido de “enxergar” o

mercado de novas perspectivas tendo este como ponto de partida para as decisões

estratégicas que propiciem vantagem competitiva.

As Online Travel Reviews (OTRs) são plataformas onde é possível monitorar o

mercado, tomando as avaliações dos usuários como feedback dos serviços prestados,

além de se tornarem uma ferramenta de promoção de vendas. Todos estes pontos,

atrelado ao baixo custo, fazem do sítio TripAdvisor destaque pela sua relevância e

abrangência.

Diante do exposto e apoiado na lacuna da revisão de literatura, definiu-se como

questão principal para esta pesquisa a seguinte indagação: Qual a relação entre o

nível de orientação para o mercado (Market orientation) e o desempenho dos hotéis

compreendidos no destino turístico Costa Verde e Mar, segundo a perspectiva interna

e das avaliações dos clientes no TripAdvisor?

1.3 Objetivos

Considerando-se o tema e a problematização apresentados anteriormente inerentes

à pesquisa, a seguir apresenta-se o objetivo geral e objetivos específicos que

estabelecem o direcionamento deste estudo.

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a relação entre o nível de orientação para o mercado (Market orientation) e o

desempenho dos hotéis compreendidos no destino turístico Costa Verde e Mar,

segundo a perspectiva interna e das avaliações dos clientes no TripAdvisor.

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1.3.2 Objetivos Específicos

a) Avaliar o nível de orientação para o mercado dos hotéis definidos pelo recorte desta

pesquisa através da escala MARKOR de Kohli Jaworski e Kumar (1993);

b) Mensurar o desempenho organizacional dos hotéis na perspectiva interna,

considerando os indicadores taxa de ocupação, participação de mercado (market

share), vendas, satisfação do hóspede, retorno sobre o investimento;

c) Levantar o desempenho dos hotéis pesquisados, segundo a perspectiva do cliente,

indicada no sítio TripAdvisor.

1.4 Justificativa

Com o constante desenvolvimento da tecnologia e a através da globalização as

empresas estão cada vez mais semelhantes umas às outras. Seja na entrega de

produtos ou serviços, as organizações que operam no mesmo ramo acabam

disponibilizando ofertas muito similares. Se estas competem entre si, devem estar

dispostas a entregar algum diferencial que a possa destacar em relação as demais.

Assim, torna-se competitiva a organização que oferecer aos seus consumidores um

produto ou serviço com valor superior ao entregue pela concorrência (PORTER,

1999).

Ao pretender oferecer um produto ou serviço com valor superior é necessário entender

quais os valores mais relevantes para o público alvo. Neste caso, entender os anseios

e necessidades do cliente é papel fundamental do marketing. A importância do

Marketing se estende a melhoria constante de produtos e serviços, gerando empregos

e renda para as empresas e sociedade como um todo (KOTLER, KELLER; 2014).

A partir da concepção de que os hotéis atuam em um ambiente altamente competitivo

(BENI, 1999; MOTA; VIANNA; ANJOS, 2013), este estudo encontra justificativa na

contribuição para o setor hoteleiro, de modo a avaliar se há relações que podem

implicar diretamente no desempenho dos hotéis, quando esses são guiados por uma

filosofia de gestão mais voltada para o mercado.

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Consequentemente, estes dados podem servir como subsidio na tomada de decisão

a respeito da adoção de uma filosofia de marketing que possa proporcionar o aumento

do nível de serviço oferecido, satisfação, retenção de clientes e lucro obtido

(SAMPAIO, 2000; PERIN, 2002; PERIN; SAMPAIO, 2004; RÉVILLION, 2005;

SAMPAIO; PERIN; FERREIRA, 2008; GIACOMELLO, 2009; PAIM; LARA;

CHRISTINO, 2011; ABBADE; ZANINI; SOUZA, 2012, CHEN; MYAGMARSUREN,

2013; LEE; CHEN; LEE, 2015).

Quanto ao tema central a ser explorado nesta pesquisa, a orientação para o mercado,

apesar de ser amplamente pesquisado no mundo inteiro, ainda são poucos os

trabalhos acadêmicos que discutem a respeito do nível de OPM e desempenho

organizacional na hotelaria. Entre os trabalhos identificados encontram-se os de

Tajeddini e Trueman (2012), Wang, Chen e Chen (2012), Erdem, Gül e Gül (2013),

Grisseman, Plank e Brunner-Sperdin (2013), McManus (2013), Roxana, Anamaria e

Gavrea Corina (2013), Chin, Lo e Ramayah (2013), Campo, Díaz e Yagüe (2014),

Ruizalba et al (2014), Tang (2014) e Vega-Vázquez et al (2016). Estes estudos são

oriundos de países como Espanha, Turquia, China entre outros, os quais utilizaram-

se de diferentes escalas de medição de OPM e indicadores de desempenho, contudo

em sua maioria a partir de métricas subjetivas.

Quando observado esta discussão em nível Brasil, este número se reduz para apenas

dois. São os casos dos trabalhos de Ardigó, Zucco e Cardoso (2013) e Schwarzbach,

Deretti e Ferreira (2014). Nestes dois estudos a OPM e desempenho foi

correlacionada com a utilização de medidas subjetivas de performance. Enquanto no

primeiro aplicou a escala de Hooley, Sanders e Piercy (2005) e abrangeu empresas

de alimentação e alojamento, o último utilizou-se da escala MARKOR (KOHLI;

JAWORSKI; KUMAR, 1993) e teve como amostra apenas meios de hospedagem.

Além disso, cabe salientar, que não foi encontrado nenhum estudo que aborde a

relação entre OPM e desempenho, levando em consideração a avaliação

disponibilizada por uma Online Travel Review, como será o caso do presente estudo,

que pretende utilizar, além dos indicadores tradicionais do setor, como a taxa de

ocupação, participação de mercado, lucro, lealdade do hóspede, satisfação do

hóspede, retorno sobre o investimento, as avaliações dos hóspedes como métrica de

desempenho na ótica do consumidor.

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Deste modo, esta pesquisa pretende ampliar o acervo da academia relacionado ao

tema em questão, contribuindo teoricamente para o aumento do conhecimento sobre

o tema e ampliação na quantidade de pesquisas desta temática. Um número maior de

estudos acarreta em um aumento da base bibliográfica, o que pode implicar na

melhoria da qualidade dos estudos posteriores.

De forma prática o estudo também se apoia na potencial contribuição para a

sociedade, já que representa uma oportunidade de melhoria no nível de prestação de

serviços oferecidos, pois há possibilidade de aprimorar a qualidade, satisfazer as

necessidades do usuário, transformando o destino em uma localidade mais

competitiva, influenciando ainda a melhoria para a comunidade local e regional

(CROUCH; RITCHIE, 1999; BAHAR; KOZAK, 2007; GOMEZELJ; MIHALIC, 2008;

MOTA; VIANNA; ANJOS, 2013).

1.5 Organização do trabalho

O presente estudo está organizado em cinco capítulos, além dos elementos pré

e pós textuais. No capítulo introdutório, definiu-se o tema, o problema de pesquisa, os

objetivos e justificativa da mesma. Nos capítulos subsequentes, serão apresentados

o referencial teórico, a metodologia, os resultados e a conclusão do estudo. Os temas

abordados em cada capítulo são organizados na figura 1.

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Figura 1 - Organização do Trabalho

1. INTRODUÇÃO

1.1 Delimitação do Tema

1.2 Problema

1.3 Objetivos

1.4 Justificativa

1.5 Organização do trabalho

2. REFERENCIAL TEÓRICO

3. METODOLOGIA3.2 Universo e amostra

3.3 Coleta de dados

3.4 Análise e apresentação

dos de dados

REFERÊCIAS APÊNDICE ANEXOS

2.2 ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO

2.2.1 OPM na visão de Narver e Slater

2.2.2 OPM na visão de Kohli e Jaworski

2.2.3 OPM na ótica de Day

2.2.4 OPM na ótica de Deshpandé, Farley e Webster

2.3 ESCALAS DE AVALIAÇÃO DA OPM

2.3.1 Escala de Narver e Slater (MKTOR)

2.3.2 Escala de Kohli e Jaworski (MARKOR)

2.3.3 Escala de Day

2.3.4 Escala de Deshpandé, Farley e Webster

2.3.5 A Utilização da Escalas de OPM na Hotelaria

2.4 DESEMPENHO ORGANIZACIONAL

2.4.1 Avaliando o desempenho na hotelaria

2.4.2 Relação entre OPM e desempenho na hotelaria

2.4.3 As OTRs como instrumento de avaliação de

satisfação na hotelaria

2.1 A ORGANIZAÇÃO DENOMINADA HOTEL

2.1.1 História da Hotelaria

2.1.2 Características e a Gestão no Setor Hoteleiro

3.1 Tipologia da Pesquisa

4. ANÁLISE DOS

RESULTADOS

5. CONSIDERAÇÕES

FINAIS

4.1 Perfil dos Hotéis

4.2 Nível de Orientação Para o Mercado

4.3 Avaliação de Desempenho Segundo a

Perspectiva Interna (Desempenho Organizacional)

4.4 Avaliação de Desempenho Segundo a

Perspectiva Externa (TripAdvisor)

4.5 Relação entre OPM e Desempenho

4.2.2 Disseminação de inteligência

4.2.1 Geração de inteligência

4.2.3 Responsividade

4.2.4 Orientação Para o Mercado Geral

3.5 Hipóteses da Dissertação

4.6 Resultado das Hipóteses

Fonte: Elaborado pelo autor

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, será abordado um breve resgate da gestão hoteleira e sua importância

para a consolidação do turismo, seguido pela categorização e classificação dos meios

de hospedagem, segundo as definições estabelecidas pelo Ministério do Turismo do

Brasil. Em seguida serão apresentadas discussões teóricas a respeito da orientação

para o mercado (OPM) que serviram de suporte a esta pesquisa. Apresenta-se

também comparações entre estes modelos, tal como suas implicações em estudos

apresentados no decorrer dos últimos anos, relacionando o tema com desempenho

em organizações, o que permitiu definir o modelo utilizado para este estudo como

sendo o de Kohli, Jaworski e Kumar (1993), neste caso, aplicado ao setor hoteleiro.

Além disto, são discutidos diferentes métodos de avaliação de desempenho, dando

ênfase aos mais aplicados à hotelaria. Por fim, será abordado o tema qualidade de

serviços e seus meios de avaliação, assim como o papel das Online Travel Reviews

(OTRs), como plataforma de avaliação da percepção dos clientes sobre os meios de

hospedagem.

2.1 A Organização Denominada Hotel

O turismo vem desenvolvendo um importante papel para a economia, seja em âmbito

mundial, nacional, regional ou local, o que proporciona a geração de divisas,

empregos e desenvolvimento nas destinações onde está presente (WTTC, 2016).

Grande parte desses esforços são responsabilidade do setor hoteleiro, que por meio

da entrega de seus serviços de acomodação, alimentação entre outros, fazem a

“conexão” entre o visitante e a destinação turística. O setor é compreendido por todos

os estabelecimentos que, mediante pagamento, proporcionam serviços de

alojamento, de maneira formal e habitual, com ou sem serviços adicionais (MESTRES

SOLER, 1999).

Nesta seção apresenta-se um breve histórico da atividade, suas características e

considerações sobre a gestão no setor, servindo como base para as seções

seguintes.

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2.1.1 História da Hotelaria

Sendo uma das principais bases do serviço turístico, a hotelaria teve seu início por

meio de uma necessidade de um determinado grupo de pessoas. De acordo com

Castelli (2003), a primeira alusão a esta atividade aponta para a Grécia Antiga, onde

se realizavam os jogos olímpicos. Como sede do evento, o local recebia muitos

viajantes, o que consequentemente gerou a necessidade de haver acomodações para

a pernoite dos visitantes.

Para Campos e Gonçalves (1998) foi por influência dos romanos que a iniciou-se a

propagação e o desenvolvimento da hotelaria através dos países europeus os quais

dominavam. Ainda de segundo os autores, construía-se abrigos ao longo das

estradas, que ligavam longas distâncias para acomodar os viajantes.

Candido e Vieira (2003) discorrem que a Idade Média, teve grande importância para

o desenvolvimento da hotelaria, pois foi o período onde iniciou-se a oferta de serviços

de alimentação junto às hospedarias e pousadas, vistos como uma forma de suprir as

necessidades autoridades religiosas da época. Ainda segundo os autores, passado a

Idade Média, após a evolução dos meios de comunicação, como também de

mudanças nos serviços e na arquitetura dos hotéis, foi onde surgiu a indústria hoteleira

com caráter comercial, próxima dos moldes atuais.

Com o surgimento de grandes vias de acesso e o surgimento dos meios de

transportes, as viagens tornaram-se mais frequentes, facilitando o surgimento de

hotéis e pousadas para suprir a necessidade de descanso dos viajantes. Porém, vale

considerar alguns ciclos, como a construção de ferrovias, que proporcionou muito

mais rapidez nas viagens em relação ao transporte puxado por animais e sem

necessidade de pausas para descanso, alguns meios de hospedagem acabaram por

terem que encerrar suas atividades (WALKER, 2002).

Se tratando do Brasil, Pires (2001) acredita que o inicio da hotelaria, próxima dos

moldes atuais (com restaurantes e espaços para eventos) ocorreu no Rio de Janeiro

no século XIX, onde se instalaram hotéis franceses e italianos. Porém a grande

expansão do setor no país se deu na década de 60, com a criação da EMBRATUR,

momento onde o governo proporcionou diversos incentivos fiscais, linhas de crédito e

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financiamentos para a facilitação da criação de empreendimentos nacionais e entrada

de redes internacionais no setor hoteleiro brasileiro (CANDIDO; VIEIRA, 2003).

Com a chegada das redes internacionais no mercado brasileiro, o setor se tornou mais

competitivo, o que elevou o nível de serviços oferecidos a um novo patamar, o que se

reflete até os dias atuais.

2.1.2 Características e a Gestão no Setor Hoteleiro

Com características peculiares de uma organização de serviços, o setor hoteleiro se

diferencia das organizações que produzem ou comercializam produtos. Sob a ótica

do marketing, empresas de serviços possuem basicamente quatro peculiaridades que

as distinguem de organizações de produtos (Quadro 1) e estas também podem ser

observadas na hotelaria.

Quadro 1 - Peculiaridades das organizações de serviços na hospedagem.

Peculiaridade Característica

Intangibilidade Os serviços de hospedagem não podem ser provados ou sentidos

em sua totalidade a não ser que sejam consumidos.

Inseparabilidade A produção e o consumo dos serviços de hospedagem ocorrem em

simultâneo, não podendo ser separadas como no caso dos produtos.

Variabilidade ou Heterogeneidade

Os serviços de hospedagem são únicos para cada consumidor, pelo fato de serem prestados por pessoas e para pessoas diferentes, em situações, momentos e contextos diferentes.

Perecibilidade Serviços de hospedagem não podem ser armazenados para posterior utilização, o que sugere uma dependência maior da

demanda.

Fonte: (HOFFMAN et al, 2010; KOTLER, 2011).

Deste modo, com os desafios que cercam o setor, faz-se necessário uma gestão

eficiente e também eficaz dos serviços, que possa garantir vantagem competitiva e

consequentemente lucro, como também a sustentabilidade do negócio. Através dos

anos o setor vem se reinventando e se adaptando as mudanças de comportamento

do mercado e do ambiente onde se encontram, principalmente em decorrência do uso

de novas tecnologias (ABIH, 2016)

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Uma outra característica do setor hoteleiro, é que as empresas que operam nele se

distinguem umas das outras em tipos de meio de hospedagem e diferentes categorias

de nível de serviço. No entanto não há um padrão de classificação que seja adotado

mundialmente por todos os meios de hospedagem.

De acordo com a Organização Mundial do Turismo (WTO, 2013) a maioria dos países

possui seu próprio sistema de classificação de meios de hospedagem, sejam estes

propostos por órgãos governamentais ou instituições privadas. Em grande parte dos

países a classificação é requisito necessário para o funcionamento formal da

organização, sendo essa necessária para a atividade formal.

Ainda de acordo com o órgão os diferentes critérios de classificação, se dão

principalmente por conta da adequação a diferentes contextos culturais e econômicos

encontrados. Os próprios serviços prestados pelos meios de hospedagem se

comportam de modo diferentes, sendo necessário deste modo a adoção de critérios

diferentes de avaliação e classificação dos mesmos.

No Brasil desde 2011 a classificação dos meios de hospedagem se dá por meio do

da criação do SBClass (Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de

Hospedagem) através da Portaria nº 100, de 16 de junho de 2011, que estabelece os

critérios de classificação destes. Sua criação se apresenta como estratégia para

promover e assegurar a competitividade do setor hoteleiro no cenário competitivo

mundial.

O sistema estabelece sete tipos de meios de hospedagem de acordo com os

diferentes tipos de oferta de serviços prestados no país. Estas são: Hotel, Resort,

Hotel Fazenda, Cama e Café, Hotel Histórico, Pousada e Flat/Apart Hotel, e para a

diferenciação das categorias de nível de serviço utiliza a classificação por estrelas,

utilizada em larga escala no mundo inteiro.

Segundo o MTUR (2011) O SBClass é um instrumento oficial reconhecido

oficialmente, com o intuito de divulgar informações claras e precisas a respeito dos

meios de hospedagem, o que o torna um mecanismo de comunicação com o mercado,

no auxílio às escolhas dos consumidores.

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O sistema encontra-se fundamentado em oito princípios, conforme pode ser

observado no quadro 2.

Quadro 2 - Princípios do Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem

Princípio Característica

Legalidade Dispositivos legais e regulamentares a serem

satisfatoriamente cumpridos.

Consistência Firmeza, coerência e adequação de ações e

procedimentos.

Transparência Informações precisas, inequívocas e públicas.

Simplicidade Linguagem simples, inteligível e acessível a

todos.

Agregação de valor Ganhos progressivos de qualidade e

competividade.

Imparcialidade Decisões fundamentadas em avaliações

objetivas e equânimes.

Melhoria Contínua Identificação e solução de problemas de forma

permanente.

Flexibilidade Critérios baseados na diversidade e

peculiaridade do setor.

Fonte: MTUR (2011).

A partir destes princípios o Sistema busca identificar as peculiaridades de cada

estabelecimento de acordo com suas características. Foram estabelecidas categorias

de estrelas especificas para cada tipo de meio de hospedagem, tendo em vista as

diferentes práticas e estratégias adotadas por estes e as diferentes expectativas dos

turistas de acordo com o tipo de alojamento. No quadro 3 é apresentado os tipos de

meio de hospedagem que compreendem o SBClass, suas características e

respectivas categorias.

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Quadro 3 - Classificação dos meios de hospedagem

Meio de Hospedagem Característica Categoria

HOTEL

Estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem alimentação, ofertados em unidades individuais e de uso exclusivo dos hóspedes, mediante cobrança de diária.

1 a 5 estrelas

RESORT

Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação e convívio com a natureza no próprio empreendimento.

4 e 5 estrelas

HOTEL FAZENDA Localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo.

1 a 5 estrelas

CAMA E CAFÉ

Hospedagem em residência com no máximo três unidades habitacionais para uso turístico, com serviços de café da manhã e limpeza, na qual o possuidor do estabelecimento resida.

1 a 4 estrelas

HOTEL HISTÓRICO Instalado em edificação preservada em sua forma original ou restaurada, ou ainda que tenha sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecida.

3 a 5 estrelas

POUSADA

Empreendimento de característica horizontal, composto de no máximo 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo ser em prédio único com até três pavimentos, ou contar com chalés ou bangalôs.

1 a 5 estrelas

FLAT/APART-HOTEL

Constituído por unidades habitacionais que disponham de dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, em edifício com administração e comercialização integradas, que possua serviço de recepção, limpeza e arrumação.

3 a 5 estrelas

Fonte: MTUR (2011)

Quanto à classificação por estrelas, a categorização é feita a partir de uma matriz de

requisitos que compreendem os seguintes aspectos: 118 itens de infraestrutura

(instalações e equipamentos), 63 itens de serviços (oferta de serviços prestados pelo

estabelecimento), e 14 itens de sustentabilidade (uso dos recursos de maneira

ambientalmente responsável, socialmente justa e economicamente viável, de forma

que o atendimento das necessidades atuais não comprometa a possibilidade de uso

pelas futuras gerações). Os requisitos divididos em mandatórios (cumprimento

obrigatório para determinada categoria) ou eletivo (de livre escolha).

Devido à grande quantidade de requisitos a serem cumpridos, além de cadastro pré-

estabelecido e pagamento de tarifas para o serviço de classificação, são poucos os

estabelecimentos classificados sob este novo sistema (MTUR, 2016). Cabe salientar

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33

que a adesão é voluntária por parte do estabelecimento e a não classificação não

incide em sanções ou medidas restritivas para o meio de hospedagem.

Atualmente são apenas 35 meios de hospedagem classificados no SBClass, dentre

estes apenas um faz parte do universo de pesquisa do presente estudo. Deste modo

este trabalho não irá levar em consideração a classificação por estrelas dos

estabelecimentos, tendo em vista não haver uma classificação formal dentre os meios

de hospedagem pesquisados possa ser tomada como base para tal fim.

Além disso, partindo do princípio que meios de hospedagem se tratam de empresas

que prestam serviços e comercializam produtos, com a finalidade de obter lucro, a

gestão hoteleira deve identificar a melhor maneira de utilizar os recursos disponíveis

para o alcance de seus objetivos.

De acordo com Castelli (2003) os gestores de meios de hospedagem têm como

particularidade o constante esforço de propiciar uma hospitalidade que esteja de

acordo com as exigências dos hóspedes. Ele descreve como o fenômeno da

hospitalidade o ato de promover a sintonia entre a estrutura o atendimento

desempenhado pelos funcionários e a estrutura física oferecida pelo estabelecimento

de modo a suprir as necessidades, desejos e expectativas dos hóspedes.

Segundo Duarte (1996) os meios de hospedagem se classificam, quanto ao tipo de

administração da seguinte forma:

Hotéis de cadeia ou rede: em sua maioria de grande porte, se caracterizam pela

administração de mais de um equipamento hoteleiro, com alto nível de padronização

de serviços, eficiência e controle de processos;

Franquias: estabelecimentos que recebem o direito do uso da marca de outra

empresa, prezando pela padronização das tarefas e manutenção do nível de serviço

estipulado pela detentora da marca;

Empresas especializadas: empreendimentos de grande porte, administrados por

empresas especializadas, com vasto conhecimento no segmento, os quais gerenciam

diversos serviços;

Administração familiar: empresa e organização centralizada, geralmente

administrada pelo próprio proprietário, o qual tende a assumir todas as funções

administrativas.

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Ainda de acordo com o autor, mesmos os estabelecimentos de médio porte e alguns

até de grande porte no Brasil, acabam por serem administrados sob a ótica dos

conceitos de administração familiar, o que pode resultar em menor controle e não

padronização dos serviços prestados.

No que tange a departamentalização, os estabelecimentos hoteleiros possuem

diferentes setores, de acordo com o porte e característica de cada negócio. De acordo

com Candido e Vieira (2003), os três departamentos mais comuns e encontrados

normalmente em hotéis de médio porte são: hospedagem, alimentos e bebidas (A&B)

e administrativo. Enquanto departamento de hospedagem se encarrega da gestão das

unidades habitacionais (UHs), recepção, reservas, áreas sociais, o A&B gere os

setores referentes a alimentação como restaurante e bar. Já o departamento

administrativo é responsável pela gestão de pessoal, finanças, compras, estoque,

manutenção, marketing e segurança.

Tendo em vista a complexidade e as características inerentes dos meios de

hospedagem já apresentadas, pode-se observar necessidade de alinhamento entre

os setores que operam estes meios, de modo a proporcionar a entrega de valor

superior ao consumidor. Para isto faz-se necessário ter o mercado como foco dos

esforços de gestão destas empresas, por meio da coleta de informações do setor,

compartilhamento das informações e alta velocidade de resposta ao mercado, em

busca de satisfazer as necessidades dos consumidores, e obter vantagem

competitiva. Neste caso, orientar-se para o mercado (GREELEY, 1995).

2.2 Orientação Para o Mercado

A evolução dos conceitos a respeito do marketing e as mudanças nas filosofias

adotadas pelas organizações trouxeram novas perspectivas a respeito do tema. Estas

mudanças evidenciaram, tanto para os gestores e demais participantes das empresas,

como para o meio acadêmico, a importância das organizações em direcionar seus

esforços de modo a compreender e atender o mercado e a sociedade (ARDIGÓ,

2013).

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A orientação para o mercado foi um dos temas mais debatidos no marketing na

década de 90 (GONÇALVES, 2006), porém este tema teve suas discussões iniciadas

anos antes em um artigo publicado por Levitt (1960). Neste estudo, o autor sugere

que as empresas determinem como objetivo principal a conquista de clientes,

direcionando seus esforços e atividades de modo a atender os anseios e

necessidades do consumidor.

Não tão popular quanto o estudo de Levitt, o trabalho de Mckitterick (1957) já

destacava uma filosofia organizacional com foco em conhecer e entender as

necessidades dos consumidores anos antes (BUENO et al. 2016). Já para Gheysari

et al. (2012), a orientação para o mercado teve início na literatura acadêmica muito

antes, quando na década de 1920 com o artigo de Strong Jr. (1925) intitulado Teorias

de Vendas, indícios da temática já eram tratados.

Porém foi nos anos 90 que o tema ganhou foco com os estudos de Kohli e Jaworski

(1990), Narver e Slater (1990) e Day (1994). Poucos anos após a publicação de

Shapiro (1988) no qual justamente era questionado, em tradução livre, “que diabos é

ser orientado ao mercado? ”. Como forma de resposta, alguns autores propuseram a

formulação de conceitos sobre orientação para o mercado, além da criação de

modelos metodológicos a serem aplicados em posteriores pesquisas (NARVER;

SLATER 1990; KOHLI; JAWORSKI; KUMAR, 1993). Esse esforço culminou na

publicação de uma gama de estudos acerca do assunto, grande parte deles

evidenciando a relação positiva entre orientação para o mercado e desempenho

organizacional (LIAO et al., 2011).

O quadro 4 apresenta de forma resumida os principais conceitos de orientação para

o mercado discutidos na década de 90. Além disto, descreve as principais

características encontradas nos diferentes modelos apresentados pelos principais

autores que discorreram sobe o assunto na época.

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Quadro 4 - Resumo dos principais conceitos de Orientação para o mercado

Autores Conceito Principais características

Narver e Slater (1990)

Cultura e clima organizacionais que de maneira mais eficiente e eficaz, geram comportamentos necessários para a criação de valor superior aos clientes e assim um desempenho superior continuo para o negócio.

Orientação para o cliente e para a concorrência.

Coordenação multifuncional

Decisões com foco no longo prazo e na lucratividade

Kohli e Jaworski (1990)

Geração e disseminação de inteligência de mercado envolvendo todos integrantes da organização de modo a entregar a resposta apropriada a atender as necessidades e preferencias atuais e futuras do consumidor.

Geração de Inteligência

Disseminação da inteligência

Responsividade da organização

Day (1994) Desenvolvimento de habilidades superiores em compreender e satisfazer os consumidores.

Identificação e criação de capacidades especiais

Ligação com os consumidores

Percepção do mercado

Deshpandé e Farley (1998)

Conjunto de processos e atividades interfuncionais direcionados para a geração de satisfação dos consumidores através da verificação contínua de suas necessidades

Orientação para o mercado como sinônimo de orientação para o cliente

Fonte: elaborado pelo autor

Ao buscar-se orientar-se para o mercado a organização necessita traçar estratégias,

nas quais envolvem a integração de toda a empresa de modo a compreender e

atender as necessidades dos seus consumidores atuais e/ou potenciais, de maneira

mais eficiente que a concorrência, por um período longo e de forma contínua (KOHLI;

JAWORSKI, 1990; NARVER; SLARTER, 1990).

Em um estudo recente, Najafi-Tavani et al. (2016), corroboram com conceito ao

confirmarem que a orientação para o mercado não apenas afeta positivamente no

desempenho como também facilitam o desenvolvimento de capacidades que tornam

as organizações mais diferenciadas e consequentemente mais competitivas. Em um

outro estudo, Vega-Vázquez et al. (2016) compartilham do mesmo em entendimento

ao afirmarem que um maior nível de orientação para o mercado, permite a

organização entregar um serviço de maior valor para os consumidores, possibilitando

a diferenciação e consequentemente melhores resultados. Isto através de uma

orientação empreendedora.

A seguir, serão apresentados os principais conceitos de orientação para o mercado

estudados na academia até os dias atuais.

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2.2.1 Orientação Para o Mercado na ótica de Narver e Slater

Na ótica de Narver e Slater (1990), orientar-se ao mercado é abordado como um

aspecto cultural da organização, o que envolve a geração de comportamentos visando

um desempenho contínuo do negócio, que se torna possível através da criação de

valor superior para o cliente. Ainda segundo os autores, ao se mencionar mercado,

leva-se em conta o consumidor e também a concorrência. Neste caso as ações

tomadas pelas organizações devem ter como foco compreender os aspectos e

comportamento dos clientes e observar o ambiente competitivo.

A Figura 2 apresenta o modelo de orientação para o mercado proposto pelos autores.

Nesta são apresentados três elementos comportamentais: a orientação para o

consumidor, a orientação para a concorrência e a coordenação multifuncional. Fazem

parte da orientação para o mercado, ainda segundo os autores, dois critérios de

decisão: o foco no longo prazo e lucratividade.

Figura 2 - Modelo de orientação para o mercado de Narver e Slater

Orientação para o

consumidor

Orientação para a

concorrencia

Coordenação

Interfuncional

Foco no lucro

a longo prazo

Fonte: Narver e Slater (1990, p. 23).

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A orientação para o consumidor diz respeito a compreensão das necessidades e

anseios de um determinado público alvo, de maneira a permitir que a organização

tenha condições de criar valor superior a este público de forma contínua. A orientação

para a concorrência abrange a capacidade de enxergar os pontos fortes e fracos dos

concorrentes a curto prazo, além de suas capacidades e estratégias a longo prazo,

sejam atuais ou potencias. Isto permite que a organização obtenha informações

pertinentes para adquirir um diferencial, de modo a alcançar a satisfação atual e futura

dos seus consumidores. A coordenação interfuncional compreende atuação de forma

coordenada e contínua dos diferentes departamentos da organização (não somente a

área do marketing) na busca da criação de valor superior ao consumidor.

O foco no longo prazo baseia-se na perspectiva de sobrevivência de uma organização

em um ambiente competitivo. A empresa deve evitar que a longo prazo os

concorrentes passem a entregar um valor superior ao praticado por esta, o que exige

uma série de táticas estratégias apropriadas.

A lucratividade é abordada como objetivo final da organização, o que se dá como

resultado de uma melhor performance. De acordo com os autores, a orientação para

o mercado está diretamente relacionada a melhoria da lucratividade de uma

organização.

Em resumo, os autores interpretam a orientação para o mercado como uma vantagem

competitiva, sendo parte integrante da cultura organizacional da empresa, com o

propósito de criar valor superior aos consumidores de maneira eficiente e contínua.

Isto se dá por meio dos valores implícitos à cultura organizacional que leva a busca

pela compreensão das necessidades do público alvo, do monitoramento ameaças

atuais e potencias da concorrência e da ação coordenada dos setores da organização.

O foco está na lucratividade e nas ações tomadas visando resultados e melhoria de

performance a longo prazo.

Ao longo dos anos outros estudos foram apresentados pelos autores. Narver, Slater

e Tietje (1998) propuseram a criação de uma cultura de orientação para o mercado

nas organizações, onde seria possível aprender a orientar-se ao mercado, criando um

ambiente onde os funcionários estivessem engajados e dispostos a gerar maior valor

aos consumidores. Para tal seria necessária adoção de duas estratégias: a

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abordagem programática e a abordagem de retorno de mercado. Enquanto a primeira

baseava-se no ensinamento de princípios objetivando o atingimento de um alto grau

de conhecimento, a segunda tinha como base a experimentação e aprendizagem

contínua, permitindo a adaptação. Ainda segundo os autores, a orientação para o

mercado seria a parte cultural da aprendizagem organizacional, juntamente com o

empreendedorismo e os fatores climáticos.

Anos depois, Narver, Slater e MacLachlan (2004) defendem os conceitos de

orientação para o marketing responsiva e proativa, tratando-os como estatisticamente

relacionados, porém construtos diferentes. Enquanto a orientação responsiva

pretende responder as mudanças do mercado para criar valor superior aos

consumidores, a orientação proativa busca satisfazer as potenciais necessidades e

descobrir oportunidades de gerar e atender desejos que o consumidor nem sabe que

possui. Ainda segundo os autores a orientação proativa pode ser considerada uma

evolução da orientação responsiva, que ocorre por meio da inovação e da constante

geração de inteligência de mercado.

Ao ampliar o conceito de orientação para o mercado dividindo-o em duas vertentes os

autores permitiram identificar dentre as organizações orientadas ao mercado

diferentes estratégias e abordagens, porém com o mesmo foco: o consumidor, e a

mesma finalidade: entregar a este um valor superior ao entregue por seus

competidores.

2.2.2 Orientação Para o Mercado na ótica de Kohli e Jaworski

Atribuindo uma abordagem comportamental, em contraste a abordagem cultural

defendida por Narver e Slater (1990) (GHEYSARI, 2012), Kohli e Jaworski (1990)

propõem em relação à orientação para o mercado, que está tem como base três

elementos: geração de inteligência, disseminação de inteligência e capacidade de

resposta (responsividade).

A geração de inteligência é definida pela análise das informações do ambiente como

um todo, o que inclui tendências e perspectivas dos consumidores, práticas da

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concorrência, leis e ações dos órgãos governamentais, entre outras informações. Não

se trata exclusivamente de uma responsabilidade do departamento de marketing, e

sim da organização como um todo, no qual todos os setores devem se envolver. A

disseminação de inteligência trata-se justamente do compartilhamento destas

informações dentre todos os departamentos da organização, de forma a garantir que

todos estejam munidos de conhecimento necessário para atender o mercado da

melhor maneira possível. A responsividade consiste na capacidade da organização

em transformar este conhecimento em ações para atender o mercado, seja para a

criação, modificação ou extinção de um produto ou serviço, mudança de mercados

alvo, ou qualquer outra estratégia para adaptar a empresa ao ambiente em que a

mesma se encontra (KOHLI; JAWORSKI, 1990).

Ainda de acordo com os autores, ao orientar-se para o mercado a organização deve

manter sua estrutura de forma que os setores trabalhem de forma coordenada e

integrada, para responder aos desafios do ambiente onde atua. Na ótica de Oliveira

(2010) isto pode ampliar a visão dos gestores na criação de proposições para o

desenvolvimento de novas estratégias a serem adotas e estudadas pela organização,

podendo aumentar o grau de confiança e fidelização por parte dos clientes.

Kohli e Jaworski (1990) enfatizam que algumas condições devem ser atendidas

anteriormente para que que a orientação para o mercado seja estabelecida em uma

organização. Estes fatores existentes podem estimular ou dificultar a implementação

da OPM e são denominados antecedentes da orientação. Estes são: fatores da

administração sênior - sua importância se dá no papel dos gerentes em influenciar

diretamente no comportamento da organização, sua predisposição a assumir riscos e

lidar com erros; dinâmica interdepartamental – que são as formas de interação entre

os departamentos, no que envolve conflitos de interesses, ideias e a sinergia entre os

setores; e o sistema organizacional - que se refere a organização como um todo, sua

estrutura, flexibilidade e maneiras de recompensar o desempenho.

Além dos fatores que antecedem a orientação para o mercado, a Figura 2 apresenta

também os fatores que moderam essa orientação, assim como suas consequências.

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Figura 3 - Orientação para o mercado, antecedentes e consequências.

Fatores da

Administração Senior

Dinâmica

Interdepartamental

Sistema

Organizacional

Respostas dos

clientes

Performance do

negócio

Respostas dos

empregados

Orientação Para o

Mercado

Moderadores do lado

da demanda

Moderadores do lado

dos fornecedores

ANTECEDENTESORIENTAÇÃO

PARA O MERCADOMODERADORES CONSEQUÊNCIAS

Fonte: Kohli e Jaworski (1990, p.7).

Os fatores moderadores, que influenciam na relação entre orientação para o mercado

e o desempenho da organização, podem decorrer de dois lados: dos fornecedores

(novas tecnologias, mudanças na economia, legislação, etc.); e do lado da demanda

(mudança nos comportamentos e preferencias dos consumidores entre outros). Para

os autores, os resultados da orientação do mercado podem ser percebidos na

resposta dos funcionários, na performance da organização e na resposta dos

consumidores.

Em síntese, Kohli e Jaworski (1990) definem a OPM como a geração e

compartilhamento de inteligência de mercado de maneira integrada, de modo a que a

empresa como um todo possa reagir ao ambiente na qual está inserida.

Em 1993, Kohli, Jaworski e Kumar, desenvolveram um estudo que pudesse mensurar

as consequências de orientar-se para o mercado com a criação de um modelo

estatisticamente confiável para estudo. Neste estudo os autores puderam confirmar a

relação positiva entre orientação para o mercado e desempenho.

Posteriormente, em 2000, Jaworski, Kohli e Sahay, fazem distinção de conceitos na

abordagem da orientação para o mercado. Os autores apresentam o conceito de

organizações orientadas ao mercado e organizações que direcionam o mercado.

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Enquanto as primeiras aceitam a estrutura do mercado, possuem foco no consumidor,

mas não provocam nenhuma alteração nos papéis dos stakeholders, as empresas

direcionadoras de mercado proativamente mudam estes papéis, podendo alterar,

excluir ou absorver fornecedores, competidores, entre outros players, deste modo

podendo conduzir o mercado de acordo com suas estratégias, mudando o

comportamento do mesmo.

Nesta nova abordagem os autores discorrem também a respeito de uma subdivisão

do conceito de OPM. Primeiro, que tradicionalmente as organizações devem ser

orientadas para o mercado e, posteriormente, apresentando uma nova categoria, na

qual as empresas é que conduziriam o ambiente completivo.

O direcionamento do mercado não poderia ser considerado como uma evolução da

OPM, tendo em vista que, segundo Porter (1985), o poder de condução de um player

no mercado depende diretamente da força que este exerce e também sofre no

ambiente competitivo.

2.2.3 Orientação Para o Mercado na ótica de Day

Com base nos estudos dos autores que o antecederam, Day (1994) defende que para

alcançar o lucro, é necessário atrair e manter os clientes. Deste modo o ponto de vista

do autor se destaca pela presença do elemento fidelização do consumidor, o qual não

está explícito, nos estudos anteriores dos autores supracitados.

Em seu livro, Day (2001), afirma que uma empresa orientada para o mercado possui

maior capacidade de entender, atrair e fidelizar consumidores. Segundo o autor, esta

fidelização se dá através de três elementos: aptidão, cultura e estrutura, descritas

como:

Aptidão: capacidade de compreender os desafios e tendências do mercado para

traçar estratégias e desenvolver ferramentas de modo relacionar-se com este da

melhor maneira possível, provendo, deste modo, relacionamentos estáveis com os

consumidores;

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Cultura: orientada para fora da organização, com foco no ambiente e não nos

recursos. Os valores, comportamentos e crenças da organização devem convergir

para a geração de valor superior para o consumidor e na obtenção de vantagem

competitiva de forma eficiente e contínua;

Estrutura: coordenação dos setores, por meio da implantação de uma filosofia de

marketing com foco no cliente e flexibilidade suficientes para criar capacidades de se

adaptar as condições do ambiente.

Ainda segundo o autor estes três elementos devem ser suportados por uma base

compartilhada de conhecimentos, proveniente do monitoramento do ambiente, e

compartilhamento das informações estratégicas da organização entre os

departamentos, no intuito de criar um forte relacionamento com os consumidores e

estimular o comprometimento dos colaboradores. A figura 3 ilustra o modelo defendido

pelo autor.

Figura 4 - Os elementos da orientação para o mercado

Clientes Concorrentes

Canais Colaboradores

Capacidade

superior para

compreender,

atrair e reter

clientes valiosos

BASE COMPARTILHADA

DE CONHECIMENTO

APTIDÕES

Sentir o mercado

Relacionar-se com o mercado

Visão estratégica

ESTRUTURA

Foco em valor superior

para o cliente

Coerência de estrutura e

sistemas

Adaptabilidade

CULTURA

Orientada para fora da empresa

Fonte: Adaptado de Day (2001, p. 20).

Conclui-se que na ótica de Day (1994; 2001) organizações orientadas para o mercado

tomam postura proativa, antecipando-se as mudanças do mercado, de modo a prever

as necessidades de adaptação ao ambiente e colocá-las em prática, deste modo

obtendo vantagem competitiva e um melhor relacionamento com os consumidores,

que por sua vez, ocasiona a fidelização destes.

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Em estudo mais recente, Day (2011, p. 187) também aponta uma dualidade. O autor

diferencia as organizações orientadas de dentro para fora e de fora para dentro. Ainda

segundo autor as organizações que se orientam de fora para dentro, buscam

responder questionamentos como: “por que, os clientes mudam? ”; “Quais suas novas

necessidades? ”; “O que fazer para resolver seus problemas e ajudá-los a obter mais

recursos? ”; “Que novos concorrentes estamos prestes a encontrar e o que fazer para

enfrentá-los? ”; enquanto as organizações orientadas de dentro para fora possuem

foco no produto ou serviço.

Com este novo estudo, o autor procurou deixar bem explicito que o conceito de

orientação para o mercado não abrange apenas o olhar ao consumidor, mas também

ao ambiente competitivo como um todo, em que as organizações orientadas para fora

(mercado) além de buscarem enxergar as necessidades atuais e futuras dos clientes

também procuram conhecer e se antecipar às estratégias dos competidores atuais e

potenciais.

2.2.4 Orientação Para o Mercado na ótica de Deshpandé, Farley e Webster

Ao analisarem os estudos de Narver e Slater (1990), Deshpandé, Farley e Webster

(1993) tecem críticas aos argumentos apresentados pelos mesmos, afirmando ainda

inconsistência na interpretação dos estudos de Kohli e Jaworski (1990). Segundo os

mesmos, a orientação para o mercado e a orientação para o cliente tratam-se da

mesma coisa, tendo em vista que o termo – mercado – se utiliza para definir o conjunto

de atuais e potenciais consumidores de uma empresa. Já a orientação para a

concorrência, na ótica dos autores, pode ser tratada praticamente como o oposto da

orientação para o cliente, pois transfere o foco para as capacidades e forças dos

competidores em detrimento de uma atenção voltada para a busca das necessidades

dos clientes. Neste caso o conjunto destas não poderia fazer parte do mesmo

construto.

Ainda segundo os autores a orientação para o mercado ou para o cliente é parte de

uma abordagem muito maior e muito mais relevante para a cultura da organização.

Um simples foco nas necessidades dos clientes se demonstra inadequado ao deixar

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de considerar a incorporação de valores e crenças que reforcem aos colaboradores

necessidade deste direcionamento.

Em um estudo feito no Brasil, Deshpandé e Farley (2007), reforçam o mesmo conceito

de 1993 a respeito da orientação para o mercado, porém apontam que para

efetivamente um melhor desempenho em uma organização, outros fatores são

importantes como a cultura competitiva e empreendedora, a inovação e um clima

organizacional participativo que gere lealdade e um ambiente amigável.

Os autores apesar de considerarem a importância de orientar-se para o mercado,

afirmam que para a realidade atual, algumas outras características, devem ser

desenvolvidas, em conjunto nas organizações. Os conceitos de empreendedorismo,

inovação e clima organizacional participativo, não invalidam o papel da OPM para as

organizações, na realidade, se complementam podendo trazer como consequência

uma melhor performance (DESHPANDÉ; FARLEY, 2007).

2.3 Escalas de avaliação da Orientação Para o Mercado

Os estudos desenvolvidos ao longo dos anos e principalmente na década de 90,

possibilitaram não somente a identificação da OPM por parte das empresas, mas

também deram a oportunidade de se mensurar o nível em que esta orientação está

estabelecida na cultura e ou no comportamento organizacional, refletindo-se nas

atividades executadas pelas mesmas.

Ainda na década de 90, onde houve maior repercussão do tema orientação para o

mercado e suas discussões, já se elaborava estudos no intuito de correlacionar a OPM

com o desempenho organizacional, com muitos destes estudos inclusive confirmando

de forma positiva esta relação (LIAO et al., 2011).

No Brasil estes estudos ganharam evidencia após os anos 2000, com a réplica dos

modelos já validados, com algumas adaptações para a realidade do meio empresarial

brasileiro. Entre avaliações de desempenho de natureza objetiva e/ou subjetiva,

diversos estudos buscaram estabelecer o conceito de maior desempenho para

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empresas orientadas ao mercado, na maioria das vezes utilizando o modelo de Kohli,

Jaworski e Kumar (1993) como ferramenta de análise (ARDIGÓ, 2013).

Ao estabelecer a orientação para o mercado como uma variável mensurável, isto é,

criando escalas, os pesquisadores permitiram a utilização destas informações

correlacionadas a outras variáveis, tais como lucratividade, fidelização de clientes,

ente outras, de modo a permitir validar cientificamente a eficiência da adoção desta

filosofia de marketing nas organizações. A seguir serão apresentadas as escalas de

avaliação de orientação para o mercado de Narver e Slater (1990), de Kohli, Jaworski

e Kumar (1990; 1993), a escala de Day (1994, 2000) e a escala de Deshpandé, Farley

e Webster (1993). Existem estudos que apresentam outras escalas, porém estas são

as mais recorrentes. Em alguns casos, as variações são ainda adaptações a partir

destes modelos originais, ou seja, considerando as diferentes realidades pesquisadas.

A seguir apresentam-se as principais escalas de orientação para o mercado

encontradas na literatura, suas modelos, características e formas e aplicação.

2.3.1 Escala de Narver e Slater (MKTOR)

Os pioneiros na mensuração da orientação para o mercado foram Narver e Slater

(1990). Baseados nas proposições afirmadas neste mesmo artigo, os autores

consideram os três componentes comportamentais (orientação para o cliente,

orientação para a concorrência e coordenação interfuncional) e os dois critérios de

decisão (foco no longo prazo e lucratividade) como componentes que inicialmente

poderiam ser mensurados de forma confiável em uma escala. A escala de medida de

nome MKTOR até a atualidade é amplamente utilizada em estudos sobre a OPM

(LIAO et al., 2011).

Cada um destes cinco elementos foi composto por uma quantidade de subitens que

os definiam. Estes subitens eram definidos por práticas adequadas e inadequadas às

organizações. A princípio as respostas eram avaliadas em uma escala do tipo Likert

de sete pontos, onde o número 1 indicava falta de envolvimento com a prática,

enquanto 7 representava o alto grau de engajamento com a prática em questão.

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Inicialmente possuindo vinte e uma variáreis que compunham todos os cinco

elementos da OPM, os critérios de decisão de foco no longo prazo e lucratividade

foram eliminados por não se demonstrarem estatisticamente confiáveis. Por fim o

instrumento foi validado com os primeiros três componentes e com quinze itens, sendo

que seis variáveis definem a orientação para o cliente, quatro itens definem a

orientação para o concorrente e outros seis caracterizam a coordenação

interfuncional.

Após os testes e ajustes necessários para validação da escala, definiu-se como

medida de orientação para o mercado a pontuação obtida da média aritmética dos

pontos atribuídos aos três elementos comportamentais da orientação para o mercado

sob o conceito dos autores. O primeiro elemento, a orientação para o cliente,

compreende as práticas e comportamentos em relação ao cliente, isto é, se a

organização se demonstra comprometida com o cliente, cria valor para o mesmo,

entende suas necessidades, busca a satisfação do cliente e a mede periodicamente

e se possui um relacionamento após a venda de um produto ou execução de um

serviço.

O segundo item, orientação a concorrência, é definido pelas práticas adotadas pelo

departamento de vendas e as gerências em buscar discutir e compartilhar

informações a respeito da concorrência, a resposta rápida as ações dos competidores

e a busca por vantagem competitiva. Por fim, a coordenação multifuncional, avalia a

ação coordenada e integrada dos diferentes departamentos da organização pela

busca na criação de valor superior para o cliente.

Apesar de ser uma das escalas mais utilizadas na mensuração da OPM até os dias

de hoje, a mesma possui limitações, as quais algumas foram apontadas pelos próprios

Narver e Slater (1990) e outras por Kohli e Jaworski e Kumar (1993) e também por

Deshpandé, Farley e Webster (1993). São apontadas como deficiências limitação na

generalização dos resultados, devido à alta validade interna entre os componentes, a

ausência de fatores que causam impacto nos consumidores e concorrência, o fato de

não considerar a velocidade da disseminação da inteligência de mercado, entre outras

observações. (NARVER; SLATER, 1990; KOHLI; JAWORSKI; KUMAR, 1993;

DESHPANDÉ; FARLEY; WEBSTER, 1993).

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2.3.2 Escala de Kohli, Jaworski e Kumar (MARKOR)

Com a criação da escala de Narver e Slater (1990) e baseados no modelo de

Orientação para o Mercado estabelecido por Kohli e Jaworski (1990), os autores Kohli,

Jaworski e Kumar (1993) desenvolveram a escala denominada MARKOR (Market

Orientation), com o propósito de oferecer um novo instrumento de mensuração de

orientação para o mercado nas organizações.

Com uma ótica diferente de Narver e Slater (1990) a respeito da orientação para o

mercado e suas determinantes, Kohli, Jaworski e Kumar (1993) desenvolveram o

referido instrumento em três etapas distintas. Estas três etapas de pré-testes

permitiram mudanças e exclusões de variáreis, validações de medidas e correlações,

o que transformou a escala que incialmente foi proposta com 32 itens, em uma versão

aprimorada, resumindo-se em apenas vinte variáreis. Destas variáveis, seis

correspondem a geração de inteligência de mercado, cinco compõem a disseminação

de inteligência e outras nove são relacionadas à capacidade de resposta da

organização.

As variáveis que inicialmente, eram comparadas, e seus valores distribuídos entre

duas organizações passaram a obedecer uma escala individual de cinco pontos com

as seguintes indicações: “discordo plenamente”, “discordo”, “indiferente”, “concordo”

e “concordo plenamente”. Isto permitiu que as informações pudessem ser utilizadas

de maneira independente, possibilitando comparações com inúmeras outras

organizações, tal como comparações com outros tipos de variáveis de modo a

estabelecer possíveis correlações.

Neste modelo proposto pelos autores, o resultado da orientação para o mercado se

dá por meio da média aritmética obtida entre os valores encontrados em todas as

variáveis, neste caso, valor entre 1 e 5, podendo também ser agrupada por dimensão,

(média de geração de inteligência, disseminação de inteligência e responsividade). O

quadro 5 apresenta as variáveis que compreendem a escala dos autores e suas

respectivas dimensões.

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Quadro 5 - Escala de Kohli, Jaworski e Kumar

Geração de Inteligência

1. Há encontros com os clientes pelo menos uma vez ao ano para descobrir quais produtos ou

serviços estes precisarão no futuro

2. Pratica-se muita pesquisa de mercado na empresa

3. Há agilidade em detectar mudanças de preferencias e hábitos de consumos dos clientes atuais e

potenciais

4. Aplica-se pesquisa de qualidade/satisfação com os clientes ao menos uma vez ao ano

5. Há agilidade em detectar mudanças fundamentais no setor

6. Monitora-se os efeitos das mudanças do mercado nos consumidores

Disseminação de Inteligência

7. Faz-se reuniões interdepartamentais no mínimo a cada três meses para tendências e evolução

do mercado

8. A Área de marketing discute com outros departamentos necessidades futuras dos clientes

9. Quando algo relevante ocorre com um grande cliente todos da empresa ficam sabendo em pouco

tempo

10. Todos os setores ficam a par do nível de satisfação dos clientes regularmente

11. Há agilidade em alertar outros departamentos sobre algo importante sobre a concorrência

Responsividade

12. Somos rápidos em decidir como responder às mudanças de preço da concorrência

13. De maneira alguma ignora-se mudança nas necessidades de produto ou serviços dos clientes

14. Os serviços são revisados e aprimorados constantemente de acordo com as necessidades e

desejos dos clientes.

15. Os departamentos se encontram para discutir reações às mudanças do ambiente

16. Se um grande concorrente lança uma campanha direcionada aos nossos clientes. A reação é

imediata.

17. As ações entre os diversos setores da empresa são coordenadas

18. As reclamações dos clientes são escutadas pela empresa

19. Se é apresentado um grande plano de marketing, ele é implementado no tempo adequado

20. Se for percebido que os clientes querem que um produto ou serviço seja modificado, os

departamentos envolvidos combinarão esforços para mudá-lo

Fonte: Kohli, Jaworski e Kumar (1993, p. 476).

De modo geral, por meio destas variáveis, está escala permite avaliar o quanto a

organização gera e compartilha inteligência de mercado e utiliza para dar resposta ao

ambiente, para gerar valor ao consumidor e consequentemente vantagem

competitiva, objetivando lucro de forma sustentável.

2.3.3 Escala de Day

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Baseado nos seus estudos de 1994, Day desenvolve seu modelo de avaliação da

orientação para o mercado. A escala de Day (2001), como é conhecida, foi elaborada

em formato de formulário, no qual se divide em cinco partes distintas que compõem o

construto da OPM. Estas cinco partes são:

I. Orientação geral: valores, crenças e comportamento (11 itens);

II. Capacidade de sentir o mercado (15 itens);

III. Capacidade de relacionar-se com o mercado (10 itens);

IV. Visão estratégica (10 itens);

V. Alinhamento organizacional (10 itens).

Cada uma dessas partes é composta por suas respectivas variáveis, que por sua vez

são apresentadas através de uma pergunta, e em sequência, duas possíveis

respostas antagônicas. A primeira resposta sempre descreve uma pratica contrária

aos conceitos de OPM, enquanto a segunda apresenta ações características de uma

organização orientada ao mercado. Em uma escala de quatro pontos, o respondente

deve indicar qual das duas opções mais se alinha com a organização a ser

pesquisada, obrigando-se a escolher um lado. Esta escala deve ser aplicada em

apenas uma empresa, não sendo possível a comparação entre diferentes elementos

de uma população.

2.3.4 Escala de Deshpandé, Farley e Webster

No estudo de Deshpandé, Farley e Webster (1993), foram abordados elementos

distintos, cada um com suas variáveis e métricas específicas. Os autores, dividiram o

estudo em quatro avaliações diferentes, nas quais foram abordados os seguintes

construtos: orientação para o consumidor, cultura, inovação e performance.

Para avaliar o nível de orientação para o mercado de uma organização. Os autores

apresentaram nove variáveis a serem avaliadas em uma escala de concordância de

cinco pontos, onde o número um corresponde a “discordo plenamente” enquanto o

número cinco significa “concordo plenamente”.

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A construção da escala se dá da seguinte forma: as duas primeiras variáveis são

relacionadas ao produto ou serviço disponibilizado e no quanto este é influenciado

pelas informações que se tem a respeito do cliente. As variáveis 3, 4 e 5 buscam

avaliar o quanto a organização busca se informar em relação aos seus clientes e

concorrentes, além de determinar para qual destes dois esta direciona a maioria dos

seus esforços. As variáveis 6 e 7 são relacionadas ao foco em diferenciação e nos

anseios dos clientes acima dos próprios interesses. A oitava variável busca evidenciar

a percepção do gestor a respeito do potencial de seu produto ou serviço perante a

concorrência a enquanto a última se encarrega em avaliar se se a principal razão de

existir da organização está em atender seus clientes. A escala pode ser visualizada

no anexo A desta pesquisa.

2.3.5 A utilização das escalas de Avaliação da Orientação Para o Mercado na Hotelaria

No setor hoteleiro, em se tratando de escalas de Orientação Para o Mercado, não há

um padrão estabelecido, sendo assim, são encontrados estudos com diferentes

escalas utilizadas, sendo estas adaptadas de acordo com as peculiaridades de cada

estudo, levando em conta o perfil pesquisado, local de aplicação, foco do estudo, entre

outros parâmetros.

Ao efetuar pesquisa bibliográfica, na qual pode ser observada no Apêndice C,

verificou-se a presença das diversas escalas de avaliação da OPM na hotelaria dentre

os trabalhos observados.

A escala MKTOR, de Narver e Slater (1990), foi uma das mais utilizadas pelo setor

nos últimos anos (ERDEM; GÜL; GÜL, 2013) (MCMANUS, 2013) (CHIN; LO;

RAMAYA, 2013) (TANG, 2014) (CAMPO, DIAZ. YANGÜE, 2014). Estes trabalhos

foram aplicados em diferentes países em diferentes realidades do mundo, sendo

estes: Turquia, Austrália, Malásia, Taiwan e Espanha, respectivamente. Dentre estes

cinco estudos encontrados, três destes aplicaram o modelo original proposto pelos

autores, enquanto outros dois estudos adaptaram a escala de acordo com seus

objetivos estabelecidos.

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A utilização da escala MARKOR (KOHLI; JAWORSKI; KUMAR, 1993), se tornou

recorrente em diversos estudos no mundo inteiro, no Brasil foi utilizada na maior parte

dos estudos (ARDIGÓ, 2013), porém no setor da hotelaria, nos últimos cinco anos

foram encontrados apenas três estudos que propuseram a utilização desta escala de

modo a relacionar orientação para o mercado e desempenho (WANG; CHEN; CHEN,

2013), (SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA, 2014), (RUIZALBA et al, 2014).

O número pouco expressivo traduz a necessidade de inferir novos estudos

relacionados ao setor, pois são poucos os trabalhos que abordam o tema na hotelaria.

Ao avaliar os três trabalhos identificados verificou, que todos encontram relação

positiva entre orientação para o mercado e desempenho. Além disto todos eles

utilizaram de indicadores de desempenho de natureza subjetiva.

Wang Chen e Chen (2012) apresentaram um grandioso estudo, envolvendo 588

hotéis na China, avaliando diferentes estratégias de orientação no marketing em

conjunto como, a Orientação Para o Mercado, Orientação para a Inovação,

Empreendedorismo, dentre outros aspectos, atribuindo estes a uma escala só, nos

quais as variáveis de OPM foram ajustadas e adaptadas para apenas nove ao invés

de vinte como no modelo original.

O estudo feito por Schwarzbach, Derreti e Ferreira (2014) teve como amostra 11 meios

de hospedagem na cidade de Morretes (PR) enquanto o segundo estudo, feito por

Ruizalba et al, (2014) foi aplicado na Espanha e em um escopo maior, teve como

amostra 201 hotéis.

O trabalho aplicado no Brasil utilizou os seguintes indicadores de desempenho: taxa

de ocupação; market share; lucro; lealdade do hóspede; satisfação do hóspede;

satisfação dos funcionários e retorno sobre o investimento. Já o trabalho espanhol

utilizou indicadores relacionados aos colaboradores como parâmetro sinalizador de

desempenho. Estes foram: compromisso dos funcionários; satisfação no trabalho e

retenção dos funcionários.

A escala de Deshpandé, Farley e Webster (1993) foi encontrada no estudo de

Tajeddini e Trueman (2012). Os autores utilizaram a escala original de acordo com

modelo proposto na teoria em um estudo envolvendo 96 hotéis na suíça. O trabalho

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53

teve por objetivo avaliar a relação entre o desempenho e a OPM nos meios de

hospedagem pesquisados, no qual foi encontrado relação positiva entre as variáveis

mencionadas.

Outras escalas foram encontradas entres os estudos na hotelaria, como a de Hooley,

Sanders e Piercy, (2005), na qual se trata de uma remodelagem da escala MKTOR

de Narver e Slater (1990). Os estudos de Ardigó, Zucco e Cardoso (2013) e Veja-

Velazquez et al (2016) adotaram este modelo, sendo o primeiro aplicado no Brasil e o

segundo na Espanha. Os trabalhos encontraram relação positiva entre a OPM e

desempenho, porém no estudo brasileiro esta relação não foi significativa.

A elaboração de estudos recentes a respeito do tema, mesmo que este já venha sendo

abordado há mais de uma década, demonstra a necessidade do setor hoteleiro em

utilizar de modelos e ferramentas já validadas anteriormente e comumente praticadas

em outras áreas de modo a confirmar ou refutar as alegações por elas defendidas.

2.4 Desempenho Organizacional

O desempenho organizacional ou performance, sempre foi um fator de grande

relevância tanto para as organizações quanto no meio acadêmico. Neste último, a

necessidade de validar um conceito e estabelecer seu benefício e eficácia para uma

organização faz com que os pesquisadores efetuem diversos tipos de avaliações.

As empresas têm como principal objetivo, na sua maioria, o lucro (KOTLER, 2011).

As avaliações de desempenho, assumem diferentes características, que variam de

acordo com o acesso aos dados da organização, e o meio onde estas são inseridas

(VENKATRAMAN; RAMANUJAM, 1986).

Para tanto, as teorias e modelos apresentados pelos pesquisadores, devem ter como

finalidade este propósito, de forma direta ou indireta. Deste modo pesquisadores,

buscam correlacionar seus conceitos à um melhor desempenho nas organizações que

os aplicam.

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Os estudos de desempenho respondem se estas práticas trazem resultados positivos

para a organização, consequentemente, podendo gerar maior lucro como por exemplo

os estudos de Grisseman, Plank e Brunner-Sperdin (2013), de Campo, Díaz e Yagüe

(2014) e de Schwarzbach, Derreti e Ferreira (2014). Em outras situações, estudiosos

apresentam suas teorias, enquanto outros autores, posteriormente, buscam validar

estes conceitos através das avaliações desempenho. Neste caso, o desempenho

pode ser avaliado também para estabelecer a necessidade de se modificar conceitos

e atualizar teorias. Tendo em vista que o que era aplicado anteriormente, pode não

ser mais eficaz na realidade de outro período, traduzindo-se em um desempenho

aquém do esperado, assim como no estudo de Núñez-Serrano, Turríon e Velázquez

(2014) que buscou validar a classificação de estrelas para os hotéis na Espanha como

indicador de qualidade nos meios de hospedagem.

Mas, Venkatraman e Ramajun (1986) apontam a dificuldade de se obter informações

relacionadas a desempenho, principalmente de cunho financeiro, além da dificuldade

em se determinar qual o melhor indicador a se utilizar para representar a situação

atual da empresa.

As medidas ou indicadores de desempenho, podem ser objetivas, ou subjetivas, nas

quais ambas têm validade empírica e se assemelham estatisticamente (PERIN;

SAMPAIO, 1999). Enquanto as medidas objetivas correspondem a dados

secundários, obtidos através de relatórios e documentos, os indicadores subjetivos,

tratam a respeito da percepção da organização em relação a sua situação. Ambas

possuem suas vantagens e limitações. Ainda segundo Perin e Sampaio (1999) as

pesquisas subjetivas, são uma alternativa confiável às avaliações objetivas, tendo em

vista a confidencialidade dos dados e disponibilização dos mesmos por parte da

organização.

Diferentes estudos propuseram a correlação entre desempenho superior e orientação

para o mercado. De acordo com Jyoti e Sharma (2012) um desempenho superior se

dá por conta do desenvolvimento e sustentação da vantagem competitiva obtida

através da orientação para o mercado.

Ardigó (2013), por meio de uma revisão de literatura, pesquisou estudos nos quais

possuíam relação entre orientação para o mercado e desempenho, obtendo

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informações de diferentes setores, além de diferentes indicadores de performance

como: lucratividade, participação de mercado, satisfação, qualidade de serviços,

inovação, qualidade de vida no trabalho, entre outros. Se tratando de indicadores de

desempenho, entre os trabalhos pesquisados pelo autor, 36 se propuseram em avaliar

o desempenho das organizações pesquisadas, nos quais, 23 utilizaram de métricas

subjetivas para avaliação deste. Cabe salientar, que nesta pesquisa do autor, maior

parte, (78%) dos estudos em que houve análise de correlação entre desempenho e

orientação para o mercado apresentaram relação positiva entre estes dois construtos,

corroborando com o que se aponta na literatura ao longo dos anos.

Como cada setor possui suas formas de mensuração e medidas de desempenho, o

presente estudo busca se ater principalmente às que são relacionadas a hotelaria.

Deste modo, faz-se necessário estabelecer os indicadores de performance mais

comuns no setor.

2.4.1 Avaliando o desempenho na hotelaria

No ambiente da hotelaria, muitas das vezes o desempenho é atrelado a qualidade dos

serviços prestados, e esta qualidade por sua vez, medida pela satisfação dos

usuários. O setor, que é intrinsecamente movido pela prestação de serviços, tende a

valorizar a qualidade superior como vantagem competitiva, no qual o desempenho é

avaliado a partir de modelos de qualidade e excelência (PARASSUARAMAN;

ZEITHAML; BERRY, 1988; CRONIN; TAYLOR, 1992; EUROPEAN FOUNDATION

FOR QUALITY MANAGEMENT, 1992).

Apesar da relevância, Carvalho (2011) destacava em seu manuscrito a escassez de

trabalhos que avaliam desempenho na indústria da hospitalidade. Neste estudo, o

autor apresenta uma compilação bibliográfica apontando os indicadores utilizados e

os diferenciando de acordo com sua natureza objetiva e subjetiva. A seguir apresenta-

se os estudos encontrados pelo autor.

No estudo de Jogaratnan, Tse e Olsen (1999), foram utilizados dados de natureza

objetiva e também subjetiva. Enquanto se avaliou os indicadores participação de

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mercado, fluxo de caixa e lucratividade líquida de forma subjetiva, os respondentes

tiveram a opção de apresentar de forma subjetiva ou objetiva as informações a

respeito das vendas totais, crescimento de vendas e retorno sobre vendas.

O trabalho de Brown e Dev (2000) teve foco na produtividade, utilizando o indicador

de valor adicionado de natureza objetiva, com valores absolutos, o que segundo os

autores trouxe dificuldades em obter respostas por parte dos entrevistados.

Ismall, Dalbor e Mills (2002) utilizaram o indicador de vendas por quarto disponível,

também de natureza objetiva, porém com dados secundários obtidos por meio de

publicações de órgãos pertinentes.

O´Neill e Mattila (2004) também aderem ao uso de indicadores objetivos e subjetivos

no mesmo estudo, onde se avaliou a relação entre a satisfação do hóspede, com

dados objetivos com relação a taxa de ocupação e diária média. Os dados na sua

maioria foram obtidos de fontes secundária, através de pesquisas e relatórios anuais

da mídia especializada.

Esta mescla de medidas objetivas e subjetivas foi repetida no ano seguinte no estudo

de Haber e Reichel (2005). As medidas de desempenho subjetivas foram taxa de

ocupação (resultado x objetivo) satisfação dos clientes, lucratividade, sucesso na

criação de novos produtos. Já as medidas objetivas adotadas foram número de

colaboradores, receita e crescimento da receita.

Utilizando-se de indicadores de caráter subjetivo somente, Dev et al. (2009), adotaram

as medidas de taxa de ocupação, lucro operacional bruto e participação de mercado

para avaliar o desempenho das redes hoteleiras pesquisadas.

Carvalho (2011) discorre a respeito dos estudos encontrados, onde observou o uso

de indicadores de desempenho financeiros e não financeiros, estes por sua vez, de

natureza objetiva e subjetiva. Quanto aos indicadores objetivos, o autor destaca que

alguns foram obtidos através de dados secundários (relatórios, documentos oficiais),

enquanto outros disponibilizados por meio de entrevistas com informantes de postos

chaves dos hotéis. Esta informação corrobora com que é apontado por Venkatraman

e Ramanujam (1986) no que tange a dificuldade de se obter dados financeiros

objetivos de pesquisas.

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Dentre os trabalhos apontados por Carvalho (2011), encontram-se na sua maioria os

que utilizam indicadores de natureza subjetiva. Ao observar o quadro do autor, dentre

os trabalhos analisados, os indicadores que mais se repetem são: taxa de ocupação,

vendas totais, crescimento em vendas, participação de mercado, e satisfação do

cliente/hóspede.

2.4.2 A relação Orientação para o Mercado e o Desempenho na Hotelaria

Após observar, um número reduzido de estudos que abordam a avaliação de

desempenho organizacional no setor hoteleiro, buscou-se encontrar estudos mais

específicos, nos quais correlacionam desempenho e OPM no setor. A partir de uma

pesquisa bibliográfica nas bases de dados mencionadas na metodologia, que

abrangeu trabalhos dos últimos cinco anos, com o uso das palavras-chave “Market

Orientation”, “Performance/Desempenho” e “Hotel” em conjunto, foram encontrados

14 estudos no total, sendo que destes, apenas dois brasileiros.

O trabalho de Tajeddini e Trueman (2012) buscou analisar os efeitos da inovação e

orientação para o consumidor no desempenho na indústria hoteleira na Suíça. Com

uma amostra de 96 meios de hospedagem e utilizando a escala de Deshpandé, Farley

e Webster (1993), os autores, puderam identificar relação positiva entre orientação

para o consumidor e desempenho, por meio de medida de desempenho de natureza

subjetiva, na qual se utilizou a própria percepção dos respondentes em relação aos

competidores, sob os seguintes indicadores: retorno sobre investimento, metas de

venda, metas de lucro, fidelização de clientes, qualidade, segmentos de consumidores

e satisfação do consumidor.

Os estudos de Erdem, Gül e Gül (2013), McManus (2013), Roxana, Anamaria e

Gavrea Corina (2013), Tang (2014), Schwarzbach, Deretti e Ferreira (2014), também

utilizaram do mesmo método subjetivo de mensuração de desempenho, ao solicitar

que os respondentes comparassem seu desempenho ao apresentado pelos principais

concorrentes.

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Cabe observar que dentre os estudos encontrados, somente um utilizou de medidas

objetivas para avaliação de desempenho. O estudo de Vega-Vázquez et al (2016),

feito com 79 hotéis independentes de três e quatro estrelas na Espanha. Os autores

utilizaram indicadores de receita, resultado operacional, rentabilidade econômica e

rentabilidade financeira para mensurar o desempenho, obtendo relação positiva entre

OPM e desempenho, por meio da escala adaptada de Hooley, Saunders e Piercy

(2005).

Quanto à relação OPM e desempenho de modo geral, a grande maioria dos estudos

encontrados indicaram a presença de relação positiva entre os construtos. Apenas o

estudo de Chin, Lo e Ramayah (2013) não identificou nenhum tipo de relação. O

trabalho de Erdem, Gül e Gül (2013) encontrou uma relação fraca, enquanto o estudo

de Ardigó, Zucco e Cardoso (2013) obtiveram relação positiva, porém não

significativa.

Se tratando de indicadores de desempenho de modo geral, os mais utilizados foram:

satisfação do consumidor, market share, retorno sobre o investimento, taxa de

ocupação e vendas.

Quanto ao uso de escala de mensuração da OPM a mais recorrente foi a MKTOR de

Narver e Slater (1990) com cinco estudos. Em seguida, está a escala MARKOR, de

Kohli Jaworski e Kumar (1993), com três estudos encontrados. A escala de Hooley,

Sanders e Piercy (2005) foi observada em dois estudos, e apenas um estudo utilizou

a escala de Deshpandé, Farley e Webster (1993). Nos demais estudos não foi possível

identificar a escala utilizada.

Quanto ao local de execução dos estudos, a maior parte do continente europeu (sete),

seguido por trabalhos oriundos de países asiáticos (três). Um estudo foi realizado na

Austrália (MACMANUS, 2013). Como já mencionado, apenas dois estudos brasileiros

(ARDIGÓ; ZUCO; CARDOSO, 2013, SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA,

2014). Dentre os estudos oriundos do Brasil, o primeiro abrange as empresas de

alimentação e alojamento, enquanto o segundo trata apenas de pousadas.

No Apêndice C pode se observar na totalidade os estudos encontrados a partir da

pesquisa bibliográfica e suas respectivas informações a respeito de local, amostra,

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natureza das medidas utilizadas, indicadores de desempenho utilizados, modelo de

OPM adotado e relação OPM versus desempenho.

Observa-se que não foi encontrado estudo que aborde a relação entre OPM e

performance que leve em consideração a análise a partir da avaliação disponibilizada

em uma Online Travel Review (OTR), como mecanismo de avaliação de desempenho

de um meio de hospedagem.

Na próxima seção a OTR será o tema em discussão, com foco na plataforma como

ferramenta de consolidação e apresentação de indicadores de performance, segundo

a ótica do cliente.

2.4.3 As Online Travel Reviews na avaliação da satisfação na hotelaria

A evolução dos meios de comunicação e o dinamismo da internet permite atualmente

que as empresas criem mecanismos nos quais os próprios consumidores geram

conteúdo para consumo próprio ou da comunidade (XIANG; GRETZEL, 2010). Esta

nova ideia de “comunidade virtual”, onde a informação é o principal produto a ser

compartilhado e disseminado entre os grupos de interesse em comum torna por

oferecer oportunidades e ao mesmo tempo desafios para as organizações que

operam no meio digital na atualidade.

De acordo com Hays, Page e Buhalis (2012), a criação e o fácil acesso à internet,

mudou a maneira como os viajantes acessam informações atualmente. Os autores

veem como uma grande evolução na internet, o grande aumento de plataformas de

mídia sociais nas quais permitem criação e colaboração de conteúdo como em fotos,

vídeos, resenhas, entre outros.

As pessoas não estão se baseando apenas nas informações disponibilizadas pelos

fabricantes ou prestadores de serviços, a atenção e confiança nas opiniões e

experiências de outros consumidores, tendem a ultrapassar as informações da

empresa para decisão de consumo (SIGALA, 2011; BRONNER; HOOG, 2013).

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No turismo, as mídias sociais servem como centro de informações relevantes que

podem auxiliar no processo de escolha e planejamento de uma destinação,

acomodações, restaurantes, passeios e atrações. Pelo fato de experiência de turismo

não poderem ser avaliadas antes do consumo, por serem intangíveis, as

recomendações e demais informações disponibilizadas se tornam ainda mais

influentes (HAYS; PAGE; BUHALIS, 2012).

Contribui-se ainda a isso o fato de estas plataformas de compartilhamento de

conteúdo terem por objetivo, em muitas das vezes, avaliar e mensurar a qualidade

das experiências vivenciadas pelos usuários seja por meio notas, conceitos, ranking,

entre outros (TRIPADVISOR,2016).

A qualidade da experiência de um serviço está relacionada a aspectos psicológicos

referentes a utilização do mesmo, tais como sensações, expectativas e percepções

vivenciadas por quem consome tal serviço (CHEN; CHEN, 2010). No turismo a

qualidade desta experiência pode ser vista como uma medida multidimensional, que

avalia as reações e sentimentos em resposta a um serviço turístico oferecido (OTTO;

RITCHIE, 1996).

As reações emocionais têm grande relevância no turismo, pois estas vão nortear e

influenciar o turista, sua avaliação e consequentemente, sua satisfação em relação a

um serviço prestado (OTTO; RITCHIE, 1996; CHEN; CHEN, 2010). Ainda segundo

Chen e Chen (2010), neste caso, uma melhor compreensão das percepções das

experiências vivenciadas pelos turistas pode melhorar o desempenho do setor

turístico.

No setor de turismo, as Online Travel Reviews vêm se destacando como plataformas

de compartilhamento de experiências em hotéis, destinos turísticos e gastronomia.

Por meio de avaliações de qualidade de serviços, e espaço onde pode-se narrar

livremente as experiências vivenciadas. Com possibilidade anexar conteúdos como

fotos dos locais fornecidas pela própria comunidade e, vinculação entre contas de

outras mídias sociais mais difundidas, as informações passam a ter mais peso para

quem visita estes endereços eletrônicos com o objetivo de definir um destino para

viagem ou um local para acomodação, lazer ou refeição.

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Limberger (2013) em seu estudo aponta o sítio TripAdvisor como o mecanismo mais

utilizado em estudos que avaliam a satisfação dos hóspedes por meio de OTRs, no

mundo inteiro. Em pesquisa bibliográfica efetuada pelo autor, envolvendo avaliações

de hotéis foram encontrados 23 estudos abrangendo oito OTRs diferentes: Booking,

Expedia, hotel.com, Orbitz, Priceline, Travelocity, Travelpost, TripAdvisor, Yahoo

Travel e Yelp. O sitio Tripadvisor.com foi objeto de estudo em 15 destes, representado

65% dos trabalhos, demonstrando a relevância da plataforma para as investigações

relacionadas ao tema em questão.

Nesta mesma linha, dentre os sítios de Online Travel Review, o sítio que serviu como

fonte de dados neste estudo foi TripAdvisor. Como já apontado anteriormente, nos

estudos atuais observa-se o grande número de trabalhos na hotelaria que visam

analisar a satisfação do hóspede como parte fundamental do desempenho dos meios

de hospedagem, abordado também neste trabalho.

A plataforma é acessada por meio de endereço eletrônico, ou aplicativo para

dispositivos móveis, e possui milhões de usuários cadastrados. Teve seu início no ano

de 2000, após um de seus fundadores observar uma lacuna no setor de viagens, onde

os guias de viagens ofereciam sempre as mesmas informações, com as mesmas

imagens e descrições. Com o símbolo de uma coruja que representa sabedoria, o

site se posiciona como uma espécie de conselheiro de viagens, e seu conteúdo é

alimentado pela comunidade que compartilha experiências (TRIPADVISOR, 2016).

O sítio ainda conta com ferramentas de reservas online de meios de hospedagem com

parceria de estabelecimentos e empresas conveniadas, espaço de aluguéis de

temporada, área destinada a compras de passagens aéreas nacionais e

internacionais de companhias parceiras, fórum de discussão separado por região,

além de seção especial com os melhores destinos escolhidos pelos usuários da

plataforma (TRIPADVISOR, 2016).

Atualmente a plataforma também engloba um espaço para os gestores dos

estabelecimentos, os quais tem a oportunidade de monitorar as avaliações, se

pronunciar em nome da empresa e obter comparações com os concorrentes

(TRIPADVISOR, 2016). Esta ferramenta se torna útil, no que tange a oportunidade de

monitorar o desempenho do estabelecimento no ambiente competitivo.

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62

Além disso, o uso desta ferramenta corrobora com a dimensão de geração de

inteligência do modelo de orientação para o mercado proposto por Kohli e Jaworski e

Kohli, Jaworski e Kumar (1993), no qual abrange a busca por informações relevantes

do mercado como comportamentos e tendências.

Deste modo, busca-se correlacionar as avaliações dos hotéis na plataforma

TripAdvisor, com o nível de orientação para o mercado dos mesmos e sua influência

no desempenho. Para isto, a presente estudo será desenvolvido de acordo com a

metodologia a ser apresentada no próximo capítulo.

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63

3 METODOLOGIA

Neste capitulo será apresentada a metodologia utilizada para a execução do estudo,

descrevendo a tipologia da pesquisa, sua caracterização quanto a objetivos e

estratégias, o modelo e a escala que foram adotados para avaliar a orientação para o

mercado e suas variáveis. O universo e a amostra também serão definidos, o

instrumento de pesquisa, a forma e o período da coleta de dados e a forma de

tratamento dos dados obtidos.

3.1 Tipologia da Pesquisa

Esta pesquisa caracteriza-se como sendo exploratória e descritiva transversal.

Exploratória pois busca correlacionar orientação para o mercado, desempenho no

contexto da hotelaria, incluindo-se a métrica de avaliação das Online Travel Reviews

(OTRs), relação ainda não abordada nos estudos da temática. Este tipo de pesquisa

apresenta-se pertinente quando é preciso definir o problema com maior precisão,

identificar alternativas, desenvolver perguntas ou hipóteses da pesquisa e isolar ou

classificar variáveis chaves como dependentes ou interdependentes (MALHOTRA,

2011).

Também se caracteriza em parte descritiva, pois procura descrever as características

de uma amostra do setor hoteleiro da região turística Costa Verde e Mar quanto a sua

orientação para o marketing, e determinar o grau de associação das variáveis de

orientação para o mercado e desempenho. Conforme Malhotra (2011), este tipo de

pesquisa implica no estabelecimento de relações entre variáveis, porém sem o

objetivo de explicar os fenômenos que descreve.

Em relação à abordagem, este estudo caracteriza-se como pesquisa quantitativa, pois

utiliza-se de instrumentos pré-determinados que geram dados estatísticos

(CRESWELL, 2010), neste caso a partir da escala MARKOR.

Quanto aos procedimentos, este estudo utilizou-se de pesquisa bibliográfica, survey

e documental. No primeiro caso, as fontes foram artigos científicos, teses e

dissertações por meio das plataformas: EBSCO, Science Direct, Google acadêmico,

pesquisa ao acervo UNIVALI e sistema SEER UNIVALI, o que possibilitou o

desenvolvimento da fundamentação teórica que estabelece suporte para este

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64

trabalho. Os termos de pesquisa utilizados foram: Market Orientation/ Orientação para

o Mercado, Performance/ Desempenho, Hotel e Online Travel Reviews (OTRs).

A pesquisa survey, foi aplicada com os gestores dos hotéis. Este tipo de pesquisa se

caracteriza pela abordagem quantitativa, podendo investigar todos os membros de um

grupo ou uma amostra, e tem como objetivo apresentar as percepções, opiniões,

atitudes, ou comportamentos dos indivíduos por meio de questionários ou entrevistas

(BABBIE, 1999; MALHOTRA, 2011; APPOLINÁRIO 2007).

A pesquisa documental, refere-se ao levantamento de dados estatísticos por meio de

fonte secundária, especificamente do sítio Trip Advisor. De acordo com Gil (2010) este

tipo de pesquisa assemelha-se muito a pesquisa bibliográfica, porém se difere na

natureza da fonte, pois estas ainda não receberam um tratamento analítico ou, ainda

as informações podem ser redimensionadas de acordo com os objetivos da pesquisa.

Ainda segundo o autor, em alguns casos, os dados já foram processados, mas podem

receber outras intepretações, como no caso de relatórios e tabelas.

3.2 Universo e Amostra

Em uma definição dos procedimentos de amostragem de um estudo, a primeira etapa

é o reconhecimento do total de elementos a serem investigados. O universo, ou

população é o conjunto destes elementos, baseados em critérios estabelecidos pelo

pesquisador, nos quais determinam suas características (GIL, 2010).

No presente estudo, a população objeto para avaliação da relação Orientação para o

Mercado e Desempenho, corresponde aos hotéis que mantêm atividades na região

turística Costa Verde e Mar (MTUR, 2016), composta pelos municípios de Balneário

Camboriú, Balneário Piçarras, Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema, Luis

Alves, Navegantes, Penha, Porto Belo e Tijucas – e que possuam no mínimo

cinquenta avaliações no sítio Trip Advisor.

O primeiro critério foi estabelecido pela acessibilidade, permitindo ao pesquisador

contato direto e pessoal com os elementos da população. A definição do segundo

critério, identificando apenas aqueles elementos que possuem cinquenta avaliações,

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ocorreu com base nos estudos de Hair Jr. et. al (2009). Segundo os autores citados,

o tamanho absoluto de uma amostra deve ter no mínimo 50 observações para permitir

uma análise fatorial e correlações.

Atendendo ao primeiro critério, para determinação do universo, foi feito um

levantamento na data de 18 de julho de 2016 no sítio TripAdvisor

(www.tripadvisor.com.br) onde incialmente identificou-se um total de 248

estabelecimentos caracterizados como hotéis de acordo com a classificação do

próprio site, que atuavam nos municípios citados. A listagem com as cidades, as

distribuições das quantidades de hotéis e o número respectivo de avaliações

constantes no Trip Advisor, pode ser visualizada na Tabela 1.

Tabela 1 - Distribuição inicial do universo

Cidade Hotéis Avaliações

N (%) N (%)

Balneário Camboriú 90 36,29 13.326 63,82

Balneário Piçarras 5 2,02 269 1,29

Bombinhas 71 28,63 2.399 11,49

Camboriú 2 0,81 4 0,02

Ilhota 1 0,40 6 0,03

Itajaí 20 8,06 1.878 8,99

Itapema 15 6,05 940 4,50

Luis Alves 0 0,00 0 0,00

Navegantes 7 2,82 182 0,87

Penha 30 12,10 1.593 7,63

Porto Belo 7 2,82 284 1,36

Tijucas 0 0,00 0 0,00

Total 248 100,00 20.881 100,00

Fonte: dados da pesquisa

Aplicado o primeiro critério, os 248 estabelecimentos foram identificados em apenas

dez municípios, descartando inicialmente as cidades de Luis Alves e Tijucas. Entre os

municípios em que foram encontrados hotéis, havia um montante de 20.881

avaliações.

Após a filtragem dos dados e estabelecido a aplicação do segundo critério, foram

eliminados os hotéis com menos de cinquenta avaliações, gerando um universo

formado por um total de 96 elementos, que correspondem conjuntamente a um

montante de 18.908 avaliações (Tabela 2).

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Tabela 2 - Distribuição dos elementos do universo da pesquisa

Cidade Hotéis Avaliações

N (%) N (%)

Balneário Camboriú 56 58,33 12.810 67,75

Balneário Piçarras 3 3,13 248 1,31

Bombinhas 13 13,54 1.786 9,45

Itajaí 6 6,25 1.707 9,03

Itapema 4 4,17 777 4,11

Navegantes 2 2,08 127 0,67

Penha 10 10,42 1.224 6,47

Porto Belo 2 2,08 229 1,21

Total 96 100,00 18.908 100,00

Fonte: dados da pesquisa

A partir dos resultados, dentre os municípios previamente definidos, Camboriú, Ilhota,

Luís Alves e Tijucas foram excluídos, tendo em vista não possuírem hotéis que se

enquadrem nos critérios estabelecidos pelo recorte do presente estudo. Considerando

os demais municípios e o enquadramento dos hotéis ao critério de avaliações, a

população redefinida passou a englobar um total de 96 hotéis, os quais estão listados

por ordem alfabética no Apêndice B.

A amostra aplicada neste estudo foi do tipo probabilística simples. De acordo com

Barbetta (1999), deve-se calcular o tamanho da amostra após a definição do seu tipo,

através da aplicação das fórmulas descritas no Quadro 7, onde N corresponde ao

número de elementos da população, n é o tamanho da amostra, nₒ representa uma

primeira aproximação para o tamanho da amostra e Eₒ corresponde ao erro amostral

tolerável (BARBETTA, 2002, p. 60).

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N = Tamanho (número de elementos) da população

n = Tamanho (número de elementos) da amostra

n0 = Uma primeira aproximação para o tamanho da amostra

E0 = Erro amostral tolerável

Cálculo inicial para uma primeira aproximação da amostra:

𝑛0 =1

𝐸02

Cálculo final, corrigido em função do tamanho de N:

𝑛 =𝑁. 𝑛0

𝑁 + 𝑛0

Fonte: Barbetta (2000, p.60)

Aplicado os dados da população e do erro amostral tolerável de 5 por cento a fórmula

anterior, tem-se a seguinte situação:

𝑛𝑜 = 1

𝐸02 𝑛𝑜 =

1

0,052 𝑛𝑜 = 1

0,0025 𝑛𝑜 = 𝟒𝟎𝟎

𝑛 =𝑁.𝑛0

𝑁+𝑛0 𝑛 =

96.400

96+400𝑛 =

38400

496 𝑛 = 77,41 (77)

De acordo com as fórmulas aplicadas (BARBETTA, 2000), a amostra com nível de

confiança de 95% e erro amostral de 5 p.p., o valor ideal encontrado foi de 77

participantes para o universo pesquisado.

O atendimento desta amostra mínima seguiu os seguintes procedimentos: foi feito

contato in loco em todos os hotéis abrangidos pelo estudo, de modo a todos os

participantes poderem ter a mesma chance de participar da pesquisa e também obter

o maior número de respostas possíveis. Nos casos de não resposta de imediato, foi

encaminhado e-mail para os não respondentes para preenchimento de questionário

online. Após o período de uma semana sem obter resposta dos faltantes, foi feito novo

contato telefônico para comunicar o envio de e-mail ou agendamento de nova visita.

Os procedimentos de visita, envio de e-mails e contato telefônico foram repetidos em

exaustão, porém sem que a amostra inicialmente pretendida fosse obtida. O esforço

Quadro 6 - Fórmula para cálculo do tamanho da amostra

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resultou em uma amostra de 63 casos, dos quais um foi descartado por não responder

ao instrumento de pesquisa de forma completa.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados se deu por meio da aplicação de questionário destinado a um

respondente de cada estabelecimento, com função em nível de gerência, ou

supervisão, podendo este ser proprietário, gerente de hospedagem, chefe recepção,

gerente comercial entre outros. Não se fez necessário que a resposta fosse

impreterivelmente por parte de gerente geral, gerente de marketing ou administrador,

tendo em vista a teoria adotada neste estudo abordar justamente a disseminação da

inteligência de mercado entre todos os setores e níveis hierárquicos do

estabelecimento.

O período de coleta dos de dados se estendeu entre os dias 10 de outubro de 2016 e

01 de dezembro de 2016.

O questionário aplicado na presente pesquisa (Apêndice A) foi dividido em três partes.

A primeira parte considerou as variáveis da orientação para o mercado; a segunda é

constituída por variáveis que permitiram o levantamento subjetivo do desempenho

organizacional; e a terceira parte correspondente a caracterização do perfil dos hotéis

componentes da amostra.

Nas variáveis que compuseram o construto da orientação para o mercado, o modelo

definido é o proposto por Kohli Jaworski e Kumar (1993), conhecido por MARKOR. O

questionário de vinte variáveis, utilizando-se da escala Likert de cinco pontos, que

analisa a geração de inteligência, disseminação e capacidade de resposta da

organização. As variáveis que compõem o construto, já apresentadas na

fundamentação teórica no quadro 5 (p. 48), foram adaptadas para a realidade dos

hotéis, substituindo algumas palavras e incluindo a presença das OTRs. Estas podem

ser observadas na sua forma final no Apêndice A. O resultado da média de cada

variável gerou uma pontuação (score) que indica o nível de orientação para o mercado

de cada integrante da amostra.

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O modelo de OPM foi escolhido por considerar o mercado como um conjunto que

envolve consumidores atuais e potenciais, e o ambiente competitivo, e considerar a

inteligência de mercado como fator determinante para a organização. Além disso, a

escala MARKOR é um instrumento já validado em diversas pesquisas, inclusive no

Brasil, assim como por possibilitar ter seus dados correlacionados com outras

variáveis facilmente (PERIN; SAMPAIO, 2004; LIAO et. al, 2011; ARDIGÓ, 2013).

Para avaliação de desempenho, foi utilizado questionário com avaliação subjetiva de

indicadores, em escala do tipo Likert, também de cinco pontos. Neste instrumento, os

próprios respondentes consideraram subjetivamente o desempenho de seus

estabelecimentos, levando em conta sua situação atual em relação aos três últimos

anos, comparados em relação aos seus principais concorrentes. Nesta escala, a

notação 1 corresponde a desempenho “muito pior do que a concorrência”, enquanto

5 corresponde a um desempenho “muito melhor do que o da concorrência”. Os

indicadores de performance utilizados podem ser visualizados no quadro 7.

Quadro 7 - Indicadores de desempenho utilizados e autores

Indicadores Autores

Ocupação de Leitos Campo, Diaz e Yangüe (2014) Roxana, Anamaria e gavrea Corina (2013) Schwarzbach, Deretti e Ferreira (2014)

Participação de Mercado

Wang, Chen e Chen (2012) Erdem, Gül e Gül (2013) Grisseman, plank e Brunner-Sperdin (2013) McManus (2013) Campo, Diaz e Yangüe (2014) Schwarzbach, Deretti e Ferreira (2014)

Vendas

Tajeddini e Trueman (2012) Wang, Chen e Chen (2012) Erdem, Gül e Gül (2013) Grisseman, plank e Brunner-Sperdin (2013) Roxana, Anamaria e gavrea Corina (2013) Campo, Diaz e Yangüe (2014)

Satisfação do Hóspede

Tajeddini e Trueman (2012) Wang, Chen e Chen (2012) Erdem, Gül e Gül (2013) McManus (2013) Tang (2014) Campo, Diaz e Yangüe (2014) Schwarzbach, Deretti e Ferreira (2014)

Retorno sobre o Investimento

Tajeddini e Trueman (2012) Wang, Chen e Chen (2012) McManus (2013) Campo, Diaz e Yangüe (2014) Schwarzbach, Deretti e Ferreira (2014)

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Por fim, foram introduzidas cinco questões para caracterizar o perfil do respondente,

que correspondem aos seguintes dados: porte da empresa, tempo de atividade do

estabelecimento, número de leitos, número de funcionários e o cargo ocupado pelo

respondente.

Para a coleta de dados no sitio TripAdvisor, foram pesquisadas todas as avaliações

de usuários, no endereço www.tripadvisor.com.br nos hotéis da região turística Costa

Verde e Mar, abrangendo a categoria: hotéis. Os dados coletados na data de 5 de

dezembro de 2016 foram a quantidade de avaliações gerais (notas de 1 a 5) para cada

estabelecimento, gerando a média geral que foi estabelecida a partir da média

ponderada da quantidade de avaliações de cada nota e seus respectivos pesos. Esse

cálculo é definido no próprio sitio TripAdvisor.

3.4 Análise e apresentação dos dados

Os dados obtidos por meio da coleta de dados já exposta anteriormente foram

analisados da seguinte maneira:

Os dados extraídos receberam tratamento estatístico através do software IBM

SPSS Statistics 22;

Para a avaliação do nível de orientação para o mercado dos hotéis pesquisados,

inicialmente é apresentada uma análise descritiva das médias entre todos os

respondentes, para cada variável, como também agrupadas em cada uma das três

dimensões do construto além da média geral. Foram também calculadas a mediana e

desvio padrão dos valores para efeito de análise descritiva. A análise de confiabilidade

foi obtida através do cálculo do Alfa de Cronbach, além da aplicação do teste t para

comparar a média geral com as obtidas para cada variável;

Para mensurar o desempenho organizacional dos hotéis pesquisados, o

procedimento foi semelhante ao anterior, obtendo o valor da média entre os

respondentes para cada um dos cinco indicadores de desempenho já mencionados,

como também a média geral entre todos os indicadores, além de cálculo de mediana

e desvio padrão. Serão utilizados os mesmos procedimentos de verificação de

confiabilidade do item anterior;

Para a terceira etapa, que consiste em levantar o desempenho dos hotéis

pesquisados, segundo a perspectiva do cliente, indicada no sítio TripAdvisor, foram

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extraídos a média geral das avaliações (nota), que consiste na média ponderada da

quantidade de cada nota obtida nas avaliações dos hóspedes. Foi feita análise

descritiva do conjunto dos respondentes, da mesma maneira apontada nos itens

anteriores;

Para efeito de caracterização da amostra, foi aplicado análise descritiva dos dados

obtidos através das informações do perfil do participante;

Após obtido os níveis de OPM e desempenho de cada hotel, para o atendimento

do objetivo geral deste estudo de analisar a relação entre o nível de orientação para

o mercado e o desempenho dos hotéis compreendidos no destino turístico Costa

Verde e Mar, segundo a perspectiva interna e das avaliações dos clientes no

TripAdvisor, primeiramente foi verificado a relação entre as variáveis de OPM e os

indicadores de desempenho, tal como a relação entre as variáveis de OPM e as

avaliações do Trip Advisor de maneira individual e geral por meio da Regressão

Linear e da Correlação de Pearson.

Para efeito de confiabilidade foi aplicado teste de significância, além do teste t e

Alfa de Cronbach.

Os extratos de nível de orientação para o mercado que seguiram o padrão

apontado por Oliveira (2010) com as seguintes indicações: 5 = Orientação para o

mercado muito forte; 4 = Orientação para o mercado forte; 3 = Orientação para o

mercado moderada; 2 = Orientação para o mercado fraca; 1 = Orientação para o

mercado muito fraca.

3.5 Hipóteses da Dissertação

De modo a estabelecer a relação entre as dimensões da Orientação para o Mercado

e os determinantes de desempenho, tanto na perspectiva interna como externa,

optou-se por formular hipóteses de pesquisa. As hipóteses que direcionaram os

resultados deste estudo foram as seguintes:

H1 – A geração de inteligência possui associação positiva com a orientação

para o mercado (KOHLI; JAWORSKI; 1990);

H2 – A disseminação de inteligência possui associação positiva com a

orientação para o mercado (KOHLI; JAWORSKI; 1990);

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H3 – A responsividade possui associação positiva com a orientação para o

mercado (KOHLI; JAWORSKI; 1990);

H4 – Quanto maior a OPM, maior é a percepção de desempenho

organizacional na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990), (NARVER;

SLATER, 1990), (DAY, 1994), (DESHPANDÉ; FARLEY, 1998);

H5 – Quanto maior a OPM, maior é o desempenho na perspectiva do cliente

expressa no sítio TripAdvisor (KOHLI; JAWORSKI; 1990), (NARVER; SLATER,

1990), (DAY, 1994), (DESHPANDÉ; FARLEY, 1998);

H6 – Quanto maior a OPM, maior é a taxa de ocupação de leitos na perspectiva

interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990), (CAMPO; DIAZ; YANGÜE, 2014), (ROXANA;

ANAMARIA; GAVREA CORINA, 2013), (SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA,

2014);

H7 – Quanto maior a OPM, maior é a participação de mercado na perspectiva

interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990) (WANG; CHEN; CHEN, 2012), (ERDEM; GÜL;

GÜL, 2013), (GRISSEMAN; PLANK; BRUNNER-SPERDIN, 2013), (MCMANUS,

2013), (CAMPO; DIAZ; YANGÜE, 2014), (SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA,

2014);

H8 – Quanto maior a OPM, maior é a receita obtida em vendas na perspectiva

interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990), (TAJEDDINI; TRUEMAN, 2012), (WANG; CHEN;

CHEN, 2012), (ERDEM; GÜL; GÜL, 2013), (GRISSEMAN; PLANK; BRUNNER-

SPERDIN, 2013), (ROXANA; ANAMARIA; GAVREA CORINA, 2013), (CAMPO; DIAZ;

YANGÜE, 2014);

H9 – Quanto maior a OPM, maior é a satisfação do hóspede na perspectiva

interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990), (TAJEDDINI; TRUEMAN, 2012), (WANG; CHEN;

CHEN, 2012), (ERDEM; GÜL; GÜL, 2013), (MCMANUS, 2013), (TANG, 2014),

(CAMPO; DIAZ; YANGÜE, 2014), (SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA, 2014);

H10 – Quanto maior a OPM, maior é o retorno sobre o investimento na

perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990), (TAJEDDINI; TRUEMAN, 2012),

(WANG; CHEN; CHEN, 2012), (MCMANUS, 2013), (TANG, 2014), (CAMPO; DIAZ;

YANGÜE, 2014), (SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA, 2014);

H11 – A geração de inteligência possui associação positiva com o

desempenho organizacional na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990);

H12 – A disseminação de inteligência possui associação positiva com o

desempenho organizacional na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990);

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73

H13 – A responsividade possui associação positiva com o desempenho

organizacional na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990);

H14 – A geração de inteligência possui associação positiva com o

desempenho sob a perspectiva do cliente expressa no sítio TripAdvisor (KOHLI;

JAWORSKI; 1990);

H15 – A disseminação de inteligência possui associação positiva com o

desempenho sob a perspectiva do cliente expressa no sítio TripAdvisor (KOHLI;

JAWORSKI; 1990);

H16 – A responsividade possui associação positiva com o desempenho sob

a perspectiva do cliente expressa no sítio TripAdvisor (KOHLI; JAWORSKI; 1990);

H17 – O desempenho organizacional na perspectiva interna possui

associação positiva com o desempenho organizacional sob a perspectiva do

cliente expressa no sítio TripAdvisor (KOHLI; JAWORSKI; 1990);

H18 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é a taxa de

ocupação de leitos na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990), (CAMPO;

DIAZ; YANGÜE, 2014), (ROXANA; ANAMARIA; GAVREA CORINA, 2013),

(SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA, 2014);

H19 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é a

participação de mercado na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990)

(WANG; CHEN; CHEN, 2012), (ERDEM; GÜL; GÜL, 2013), (GRISSEMAN; PLANK;

BRUNNER-SPERDIN, 2013), (MCMANUS, 2013), (CAMPO; DIAZ; YANGÜE, 2014),

(SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA, 2014);

H20 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é a receita

obtida em vendas na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990), (TAJEDDINI;

TRUEMAN, 2012), (WANG; CHEN; CHEN, 2012), (ERDEM; GÜL; GÜL, 2013),

(GRISSEMAN; PLANK; BRUNNER-SPERDIN, 2013), (ROXANA; ANAMARIA;

GAVREA CORINA, 2013), (CAMPO; DIAZ; YANGÜE, 2014);

H21 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é a

satisfação do hóspede na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990),

(TAJEDDINI; TRUEMAN, 2012), (WANG; CHEN; CHEN, 2012), (ERDEM; GÜL; GÜL,

2013), (MCMANUS, 2013), (TANG, 2014), (CAMPO; DIAZ; YANGÜE, 2014),

(SCHWARZBACH; DERETTI; FERREIRA, 2014);

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74

H22 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é o retorno

sobre o investimento na perspectiva interna (KOHLI; JAWORSKI; 1990),

(TAJEDDINI; TRUEMAN, 2012), (WANG; CHEN; CHEN, 2012), (MCMANUS, 2013),

(TANG, 2014), (CAMPO; DIAZ; YANGÜE, 2014), (SCHWARZBACH; DERETTI;

FERREIRA, 2014);

A figura 5 ilustra as hipóteses elaboradas para o desenvolvimento do presente estudo.

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75

GERAÇÃO DE INTELIGÊNCIA

DISSEMINAÇÃO DE INTELIGÊNCIA

RESPONSIVIDADE

ORIENTAÇÃO PARA O

MERCADO

DESEMPENHOORGANIZACIONAL

PERSPECTIVA INTERNA

DESEMPENHO NA PERSPECTIVA DOS

CLIENTES TRIPADVISOR

OCCUPAÇÃO DE LEITOS

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO

VENDAS

RETORNO SOBRE INVESTIMENTO

SATISFAÇÃO DO HÓSPEDE

H1

H3

H8

H10

H9

H5

H4

H11

H14

H15

H16

H2

H7

H6

H12

H13

H18

H19

H20

H21

H22

H17

Figura 5 - Hipóteses da Dissertação Fonte: elaborado pelo autor.

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76

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo, de acordo com o objetivo geral e objetivos específicos deste estudo,

são apresentados os dados referentes ao nível orientação para o mercado e

desempenho organizacional na perspectiva interna obtidos por meio da coleta de

dados junto à amostra da população abrangida pelo presente estudo. Apresenta-se

também o desempenho dos participantes segundo a perspectiva externa, através dos

dados obtidos no sitio TripAdvisor. Além disto, tem-se os resultados obtidos após

tratamento estatístico, por meio de médias, coeficiente Alpha de Cronbach, regressão

linear, ANOVA, teste t e correlação de Pearson. Porém, antes de apresentar os

resultados principais alcançados pelo estudo, o perfil da amostra é descrito.

4.1 Perfil dos participantes do estudo

Dentre os 96 hotéis que fazem parte do universo da pesquisa, 3 deles não estavam

em funcionamento durante o período da coleta de dados, portanto, 3,12%. Outros 30

não responderam o questionário até a conclusão do estudo, ou seja 31,25%. A taxa

de resposta dos questionários foi de 65,62% da população de interesse.

Ao todo foram 63 respondentes, na sua maioria, pertencentes a cidade de Balneário

Camboriú (33), ou seja, 52,4% da amostra, 10 hotéis localizados na cidade de Penha,

ou seja 15,9%, seguido de 9 hotéis de Bombinhas, (14,3%). As demais frequências

podem ser observadas na tabela 3. Este fato se deve a cidade de Balneário Camboriú,

ter a maior estrutura turística e consequentemente o maior parque hoteleiro dentre

aos municípios da região turística Costa Verde e Mar, como já apontado antes.

Tabela 3 - Distribuição de frequência por cidade

Cidade Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem acumulativa

Válido Baln. Camboriú 33 52,4 52,4 52,4

Penha 10 15,9 15,9 68,3

Bombinhas 9 14,3 14,3 82,5

Itajaí 5 7,9 7,9 90,5

Itapema 3 4,8 4,8 95,2

Baln. Piçarras 2 3,2 3,2 98,4

Navegantes 1 1,6 1,6 100,0

Total 63 100,0 100,0

Fonte: Coleta de dados

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77

Apesar de não ter se obtido o número de participantes desejados, a distribuição por

número ficou simétrica ao encontrado na população. Desta moda aplicou-se

novamente o cálculo para amostra de Barbetta (2000, p.60) desta vez com uma

margem de erro amostral tolerável de 7,5%. Obtendo resultado de 62 participantes.

𝑛𝑜 = 1

𝐸02 𝑛𝑜 =

1

0,0752 𝑛𝑜 = 1

0,005625 𝑛𝑜 = 𝟏𝟕𝟕

𝑛 =𝑁.𝑛0

𝑁+𝑛0 𝑛 =

96.177

96+177𝑛 =

16992

273 𝑛 = 62

Quanto ao porte dos hotéis pesquisados, assemelha-se a frequência de estruturas de

pequeno e médio porte, obtendo o resultado de 50,8% e 46% dos respondentes

respectivamente. Apenas 2 hotéis (3,2%) dentre os pesquisados são de grande porte,

segundo as informações dos respondentes. Na tabela 4 observa-se as frequências e

porcentagens relativas a estes dados. Segundo a ABIH SC (2015) os hotéis de

pequeno e médio porte representavam na época cerca de 72% do total no Brasil.

Tabela 4 - Distribuição de frequência por porte do hotel

Porte do Hotel Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem acumulativa

Válido Médio 32 50,8 50,8 50,8 Pequeno 29 46,0 46,0 96,8 Grande 2 3,2 3,2 100,0

Total 63 100,0 100,0

Fonte: Coleta de dados

Em relação ao tempo de atividade do estabelecimento, conforme pode-se observar

na tabela 5, destacam-se os hotéis com mais de 11 anos, somando aproximadamente

65% dos respondentes com uma frequência de 41 elementos. Estabelecimentos entre

6 e 10 anos de atividade correspondem a 22% da amostra, enquanto os hotéis com

até 5 anos de atividade não alcançam os 15%. Estes dados demonstram a quão antiga

e estruturada é atividade hoteleira na região.

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Tabela 5 - Distribuição de frequência por tempo de atividade do hotel

Tempo de Atividade do Hotel Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem acumulativa

Válido Acima de 20 anos 22 34,9 34,9 34,9

11 a 20 anos 19 30,2 30,2 65,1

6 a 10 anos 14 22,2 22,2 87,3

4 a 5 anos 4 6,3 6,3 93,7

2 a 3 anos 3 4,8 4,8 98,4

Menos de 2 anos 1 1,6 1,6 100,0

Total 63 100,0 100,0

Fonte: Coleta de dados

Aproximadamente metade, ou seja, 47,6% dos hotéis abrangidos pela pesquisa

possuem mais de 200 leitos em suas estruturas, seguidos pelos hotéis entre 101 e

200 leitos e estabelecimentos entre 51 e 100 leitos com 20,6% e 17,5%

respectivamente. Outros 9% estão entre os hotéis que possuem até 50 leitos. Este

número elevado de hotéis com mais de 200 leitos se dá também pelo fato de a

pesquisa abranger apenas hotéis com mais de 50 avaliações no sitio TripAdvisor,

portanto evidenciando hotéis com maior capacidade e consequentemente mais

avaliações. A tabela 6 apresenta a distribuição das frequências e porcentagens dos

hotéis da pesquisa quanto ao número de leitos.

Tabela 6 - Distribuição de frequência por número de leitos

Número de leitos Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem acumulativa

Válido Acima de 200 30 47,6 47,6 47,6

101 a 200 13 20,6 20,6 68,3

51 a 100 11 17,5 17,5 85,7

41 a 50 4 6,3 6,3 92,1

21 a 30 3 4,8 4,8 96,8

1 a 10 2 3,2 3,2 100,0

Total 63 100,0 100,0

Fonte: dados da coleta.

Ainda relacionado à estrutura, apurou-se o número de funcionários que fazem parte

dos respectivos hotéis. Neste quesito, a maior frequência observada foi a de

estabelecimentos que possuem entre 21 e 30 funcionários com vínculo empregatício

direto, com 36,5%. Cerca de 25% dos respondentes informam possuir entre 11 e 20

funcionários ativos no hotel, outros 10 hotéis, ou seja, 15,9% têm à disposição entre

31 e 40 funcionários. Apenas 4 estabelecimentos, portanto, 6,4% possuem 10

funcionários ou menos no seu quadro de colaboradores. A tabela 7 apresenta a

distribuição de frequência por quantidade de funcionários.

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Tabela 7 - Distribuição de frequência por quantidade de funcionários

Quantidade de Funcionários

Frequência Porcentagem Porcentagem

válida Porcentagem acumulativa

Válido 21 a 30 23 36,5 36,5 36,5

11 a 20 16 25,4 25,4 61,9

31 a 40 10 15,9 15,9 77,8

41 a 50 6 9,5 9,5 87,3

51 a 100 4 6,3 6,3 93,7

6 a 10 3 4,8 4,8 98,4

2 a 5 1 1,6 1,6 100,0

Total 63 100,0 100,0

Fonte: dados da coleta.

De acordo com o SEBRAE (2016) as empresas se classificam pelo porte segundo o

número de empregados da seguinte forma no setor de comércio e serviços.

Estabelecimentos de até nove empregados são considerados microempresas, entre

10 e 49 empregados são consideradas empresas de pequeno porte, empresas com a

partir de 50 funcionários até 99 são consideradas de médio porte, enquanto as

grandes empresas possuem 100 ou mais empregados.

Em relação ao cargo ocupado no hotel pelos respondentes da pesquisa, a frequência

se configura da seguinte maneira: 76% dos instrumentos foram respondidos por

funcionário em nível de gerência, enquanto 11% dos questionários foram respondidos

por um funcionário em nível de supervisão, e também outros 11% respondidos pelo

proprietário do estabelecimento. 3 questionários foram respondidos pelos diretores da

empresa, portanto 5%.

Cabe salientar novamente que não se fez necessário a resposta dos questionários

somente por profissional do setor de marketing ou proprietário do estabelecimento,

tendo em vista o modelo de orientação adotado para este estudo (KOHLI; JAWORSKI,

1990) no qual prevê a disseminação das informações do estabelecimento entre todos

os departamentos.

De acordo com as informações obtidas por meio do instrumento de coleta de dados

pôde-se identificar um perfil médio da amostra estudada. Dentre os participantes, o

perfil se caracteriza da seguinte forma: hotéis em sua maioria de pequeno e médio

porte, com mais de onze anos de atividade e mais de duzentos leitos disponíveis,

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possuindo entre 21 e 30 funcionários, aos quais os questionários foram respondidos

principalmente por empregados em nível de gerência.

Após a descrição do perfil da amostra, se apresenta os resultados relacionados ao

nível de orientação para o mercado identificado junto aos participantes.

4.2 Nível de Orientação Para o Mercado

De modo a obter o nível de orientação para o mercado de cada participante da

pesquisa utilizou-se de escala do tipo Likert de cinco pontos atribuída ao instrumento

de coleta de dados. O nível de OPM é obtido pela média da pontuação obtida com

cada variável e será avaliado da seguinte maneira:

Quadro 8 - Níveis de Orientação Para o Mercado - OPM

Média Nível

5 Orientação Para o Mercado muito forte

4 Orientação Para o Mercado forte

3 Orientação Para o Mercado moderada

2 Orientação Para o Mercado fraca

1 Orientação Para o Mercado muito fraca

Fonte: Adaptado de Oliveira (2010, p.60)

O conjunto de variáveis que compõem a avaliação do nível de orientação para o

mercado neste estudo é composto por 6 variáveis relativas a dimensão geração de

inteligência, 5 variáveis relacionadas a disseminação de inteligência, e outras 9

relativas a capacidade de resposta, ou responsividade. Estes formam um total de 20

variáveis.

De modo a validar estatisticamente o presente estudo, aplicou-se teste de

confiabilidade. Este tipo de teste define a capacidade de produzir dados consistentes

de uma determinada escala (MALHOTRA, 2011). Neste caso, mediu-se a

confiabilidade da escala MARKOR (KOHLI; JAWORSKI; KUMAR, 1993) de acordo

com as respostas obtidas neste presente estudo, mesmo considerando que já é uma

escala largamente utilizada, porém sem tantos estudos no setor hoteleiro.

Para análise de confiabilidade das medidas deste construto e suas três dimensões,

aplicou-se o coeficiente de Alpha de Cronbach. Para Malhotra (2011), valores acima

de 0,6 são considerados aceitáveis. Verifica-se na tabela 8 que os resultados

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81

alcançados foram superiores a 0,7, portanto, suas medidas são estatisticamente

confiáveis também segundo Hair Jr. et al (2009).

4.2.1 Geração de inteligência

Na tabela 8 são apresentados os dados relativos a dimensão geração de inteligência,

onde se obteve média de 4,25 numa escala de 1 a 5, apontando orientação para o

mercado forte no que diz respeito a análise das informações geradas pelo ambiente

(consumidores, concorrência, legislação, economia...) em um esforço em conjunto

entre todos setores dos hotéis (KOHLI; JAWORSKI, 1990). O média do desvio padrão

foi de 0,80, evidenciando semelhança entre as respostas.

Tabela 8 - Variáveis da dimensão Geração de Inteligência

Variáveis Média Mediana Desvio Padrão

1. Neste hotel, há um levantamento junto aos hóspedes de pelo menos uma vez ao ano para descobrir os serviços que eles poderão precisar no futuro.

4,08 4,00 0,96

2. Neste hotel fazemos pesquisas de mercado. 4,25 4,00 0,78

3. Somos ágeis em detectar mudanças nas preferências e hábitos de consumo dos hóspedes atuais e potenciais.

4,17 4,00 0,73

4. Pesquisamos os hóspedes pelo menos uma vez por ano para avaliar a qualidade do serviço que prestamos.

4,40 5,00 0,96

5. Somos ágeis para detectar mudanças importantes no setor (ex.: concorrência, legislação, atividades turísticas).

4,38 4,00 0,68

6. monitoramos os prováveis efeitos das mudanças em nosso ambiente de negócios (ex.: legislação) sobre nossos clientes.

4,19 4,00 0,72

Média geral 4,25 4,00 0,80

Fonte: coleta de dados

Dentre os trabalhos observados utilizando a escala MARKOR (KOHLI; JAWORSKI;

KUMAR, 1993) na hotelaria, no estudo elaborado por Schwarzbach, Deretti e Ferreira

(2014) a média obtida nesta dimensão foi de 4,38, sendo também a segunda

dimensão com a maior média. Já o estudo de Ruizalba et al (2014) não apresentou

os valores das médias obtidas assim como o estudo de Wang, Chen e Chen (2012).

Aplicou-se o teste de confiabilidade para a dimensão geração de inteligência, na qual

observou-se o coeficiente de Alpha de Cronbach igual a 0,7026 conforme pode-se

verificar na tabela 9. Este resultado indica consistência nos dados, ou seja, são

estatisticamente confiáveis.

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Tabela 9 - Alpha de Cronbach da dimensão Geração de Inteligência

Variáveis

Média de escala se o

item for excluído

Variância de escala se o item

for excluído

Correlação de item total corrigida

Alfa de Cronbach se o

item for excluído

Q1_GERA 21,3968 6,1142 0,5326 0,6279

Q2_GERA 21,2222 7,0466 0,4540 0,6568

Q3_GERA 21,3016 6,6979 0,6116 0,6113

Q4_GERA 21,0794 6,6549 0,3976 0,6799

Q5_GERA 21,0952 7,9908 0,2820 0,7040

Q6_GERA 21,2857 7,6267 0,3558 0,6855

Alpha de Cronbach = 0,7026 Fonte: coleta de dados

Aplicou-se também o teste t para avaliar a relação entre as médias obtidas. O

proposito deste teste é de averiguar se há diferenças significativas entre as médias

na dimensão e cada variável. A significância considerada foi de 0,05.

A tabela 10 apresenta o resultado para o teste t da dimensão geração de inteligência,

comparando a média 4,25 obtida nesta com as suas seis variáveis. O teste apontou

significância aceitável para todas as variáveis o que aponta que as diferenças entre

as respostas não são estatisticamente significativas.

Tabela 10 - Teste t para a dimensão Geração de Inteligência

Variáveis

Valor de Teste = 4.25

T df Sig. (2

extremidades) Diferença

média

95% Intervalo de Confiança da Diferença

Inferior Superior

Q1_GERA -1,417 62 ,161 -,17063 -,4113 ,0700

Q2_GERA ,040 62 ,968 ,00397 -,1930 ,2010

Q3_GERA -,819 62 ,416 -,07540 -,2594 ,1086

Q4_GERA 1,215 62 ,229 ,14683 -,0948 ,3885

Q5_GERA 1,524 62 ,133 ,13095 -,0409 ,3028

Q6_GERA -,661 62 ,511 -,05952 -,2396 ,1206

Fonte: coleta de dados

Após o teste t para a dimensão geração de inteligência iniciou-se a análise da segunda

dimensão do construto, no que diz respeito a disseminação de inteligência nos hotéis

abrangidos pelo presente estudo.

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4.2.2 Disseminação de Inteligência

Como se observa na tabela 11 a dimensão disseminação de inteligência obteve média

de 3,98 com um desvio padrão médio de 0,94, o que permite afirmar que no que diz

respeito ao compartilhamento das informações obtidas pelo hotel entre todos os

departamentos e funcionários do estabelecimento a orientação para o mercado se dá

de forma moderada.

Cabe salientar que apesar da média se estabelecer no patamar considerado

moderado, a variável 7 (Pelo menos uma vez em cada trimestre discutimos as

tendências e desenvolvimento do mercado) e a variável 10 (dados sobre a satisfação

dos hóspedes são compartilhados regularmente com todos os funcionários do

estabelecimento) demonstram forte nível de OPM.

Tabela 11 - Variáveis da dimensão Disseminação de Inteligência

Variáveis Média Mediana Desvio Padrão

7. Pelo menos uma vez em cada trimestre discutimos as tendências e desenvolvimento do mercado 4,05 4,00 0,89

8. A área de marketing discute com outros departamentos necessidades futuras dos clientes 3,98 4,00 0,91

9. Quando algo relevante acontece a um grande cliente, todos os funcionários sabem sobre o ocorrido em um curto intervalo de tempo. 3,71 4,00 1,20

10. Dados sobre a satisfação dos hóspedes são compartilhados regularmente com todos os funcionários do estabelecimento. 4,21 4,00 0,85

11. Quando um setor/funcionário descobre algo importante sobre os concorrentes, ele é ágil para alertar a administração. 3,95 4,00 0,85

Média geral 3,98 4,00 0,94

Fonte: coleta de dados

Evidencia-se, portanto, uma menor média atribuída a variável de número 9, que

corresponde ao compartilhamento de informações a todos do hotel a respeito de algo

relevante que ocorra a um grande cliente, que obteve média de 3,71. O desvio padrão

de maneira geral obteve valor abaixo de 1 o que demonstra valores semelhantes entre

as respostas.

Ao compará-lo com outros estudos no setor, o estudo de Schwarzbach, Deretti e

Ferreira (2014) que utilizou de mesma escala, apresentou a média de 4,30 entre os

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84

respondentes, sendo esta a mais baixa entre os as três dimensões, tal como

encontrado no presente trabalho. Os demais estudos que aplicaram a mesma escala

na hotelaria, seja esta e sua forma completa ou adaptada não apresentaram as

médias obtidas junto aos respondentes.

Na tabela 12 apresenta-se o Alpha de Cronbach obtido para a dimensão de

Disseminação de Inteligência, igual a 0,7034, o que indica consistência entre os

dados, portanto considerados confiáveis.

Tabela 12 - Alpha de Cronbach da dimensão Disseminação de Inteligência

Variáveis

Média de escala se o

item for excluído

Variância de escala se o

item for excluído

Correlação de item total

corrigida

Alfa de Cronbach se

o item for excluído

Q7_DISS 15,8571 7,350 ,438 ,663

Q8_DISS 15,9206 6,623 ,601 ,597

Q9_DISS 16,1905 5,899 ,502 ,644

Q10_DISS 15,6984 7,440 ,454 ,658

Q11_DISS 15,9524 7,917 ,336 ,700

Alpha de Cronbach = 0,7034

Fonte: coleta de dados

A tabela 13 apresenta os resultados do teste t para a Disseminação de Inteligência. A

variável 10 (dados sobre a satisfação dos hóspedes são compartilhados regularmente

com todos os funcionários do estabelecimento) apresenta significância de 0,038, o

que aponta diferença significativa em relação à média geral, porém ao se comparar

esta mesma variável em relação à média do construto como um todo esta diferença

não se torna significativa.

Tabela 13 - Teste t para a dimensão Disseminação de Inteligência

Variáveis

Valor de Teste = 3.98

T df Sig. (2

extremidades) Diferença

média

95% Intervalo de Confiança da Diferença

Inferior Superior

Q7_DISS ,605 62 ,548 ,06762 -,1559 ,2912

Q8_DISS ,036 62 ,971 ,00413 -,2243 ,2325

Q9_DISS -1,762 62 ,083 -,26571 -,5672 ,0358

Q10_DISS 2,125 62 ,038 ,22635 ,0134 ,4393

Q11_DISS -,258 62 ,797 -,02762 -,2418 ,1866

Fonte: coleta de dados

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85

Após aplicado teste t na dimensão disseminação de inteligência, então fez-se a

análise da terceira e última dimensão do construto de Orientação para o Mercado, que

trata da responsividade.

4.2.3 Responsividade

De acordo com Kohli, Jaworski e Kumar (1993) a responsividade se dá como

consequência das primeiras duas dimensões. Segundo os autores, a resposta ao

ambiente adequada, só será possível por meio do uso de informações obtidas e

compartilhadas entre os integrantes da organização.

A responsividade é a dimensão da Orientação para o mercado que possui o maior

número de variáveis, na qual, em que se obteve média de 4,26, e um desvio padrão

de 0,73 apresentando um nível de Orientação Para o Mercado forte. Estes resultados

indicam que os hotéis abrangidos pela pesquisa possuem forte capacidade de se

adequar e responder ao mercado de acordo com as informações geradas e

disseminadas junto aos integrantes da organização (KOHLI; JAWORSKI, 1990). Isto

demonstra que nos hotéis que fazem parte deste estudo, de maneira geral,

desempenham esforços para se adaptarem as necessidades e aos anseios do

mercado no qual estão envolvidos.

De acordo com a literatura e os conceitos de Orientação para o Marketing de Kohli e

Jaworski (1990), a responsividade seria como o último estágio da OPM, sendo essa a

consequência da inteligência gerada e disseminada. Tendo isto por base, as

informações obtidas nesta última dimensão não correspondem ao apontado na

literatura, pois obtiveram maior média de OPM em responsividade do que nas outras

dimensões, evidenciando que não seria necessária uma maior inteligência gerada e

disseminada para consequentemente obter uma maior responsividade.

Tomando como base os estudos envolvendo a OPM e desempenho na hotelaria e que

utilizaram esta mesma escala, o estudo de Schwarzbach, Deretti e Ferreira (2014)

obteve média de 4,57 na dimensão responsividade, sendo esta também a que obteve

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86

maior média atribuída assim como no presente estudo. Ressalta-se novamente que

os demais trabalhos utilizando a escala MARKOR (KOHLI; JAWORSKI; KUMAR,

1993) na hotelaria, não apresentaram na análise dos resultados as médias referentes

a OPM e suas dimensões.

Na tabela 14 pode se observar as variáveis desta dimensão, suas respectivas médias

e demais dados.

Tabela 14 - Variáveis da dimensão Responsividade

Variáveis Média Mediana Desvio Padrão

12. Somos rápidos em decidir como responder às mudanças de preço da concorrência.

4,21 4,00 0,63

13. De maneira alguma ignora-se as mudanças nas necessidades de produto ou serviços dos clientes.

4,46 5,00 0,78

14. Os serviços são revisados e aprimorados constantemente de acordo com as necessidades e desejos dos clientes.

4,29 4,00 0,73

15. Há reuniões periódicas para planejar uma resposta às mudanças que estão ocorrendo em nosso ambiente de negócios.

4,06 4,00 0,86

16. Se um grande concorrente lançar uma campanha intensiva direcionada para nossos clientes, nossa reação é imediata.

4,16 4,00 0,65

17. As atividades dos funcionários são bem coordenadas. 4,30 4,00 0,61

18. As reclamações dos clientes são monitoradas e atendidas pelo hotel.

4,44 5,00 0,78

19. Se desenvolvêssemos um ótimo plano de marketing, poderíamos implementá-lo em um tempo adequado.

4,30 4,00 0,66

20. Se for percebido que os clientes querem que um produto ou serviço seja modificado, há flexibilidade da administração para providenciar tal mudança.

4,14 4,00 0,86

Média geral 4,26 4,00 0,73

Fonte: coleta de dados

Todas as nove variáveis obtiveram média acima de 4 com destaque para a variável

13 (de maneira alguma ignora-se as mudanças nas necessidades de produto ou

serviços dos clientes) que obteve maior pontuação. Cabe salientar os valores baixos

obtidos com o desvio padrão, qua aponta semelhança entre as respostas encontradas

nesta dimensão. Desntre as três dimensões da OPM, esta foi a que obteve o menos

indice de desvio padrão médio.

Também se aplicou o teste de confiabilidade de escala para a dimensão

Responsividade, na qual obteve coeficiente de Alpha de Cronbach igual a 0,7509,

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87

apontando consistência entre os dados e sendo, portanto, estatisticamente confiável.

Os resultados podem ser observados na tabela 15.

Tabela 15 - Alpha de Cronbach da dimensão Responsividade

Variáveis

Média de escala se o

item for excluído

Variância de escala se o

item for excluído

Correlação de item total corrigida

Alfa de Cronbach se

o item for excluído

Q12_RESP 34,1587 12,491 ,386 ,735

Q13_RESP 33,9048 12,055 ,356 ,740

Q14_RESP 34,0794 10,719 ,701 ,682

Q15_RESP 34,3016 12,085 ,296 ,754

Q16_RESP 34,2063 12,005 ,477 ,722

Q17_RESP 34,0635 12,673 ,353 ,739

Q18_RESP 33,9206 11,042 ,569 ,703

Q19_RESP 34,0635 11,609 ,562 ,709

Q20_RESP 34,2222 12,305 ,257 ,761

Alpha de Cronbach = 0,7509

Fonte: coleta de dados

A tabela 16 apresenta os resultados referentes ao teste t para a Responsividade, onde

a variável 13 (de maneira alguma ignora-se as mudanças nas necessidades de

produto ou serviços dos clientes) apresenta diferença estatisticamente significativa da

média.

Tabela 16 - Teste t para a dimensão Responsividade

Variáveis

Valor de Teste = 4.26

t df Sig. (2

extremidades) Diferença

média

95% Intervalo de Confiança da

Diferença

Inferior Superior

Q12_RESP -,680 62 ,499 -,05365 -,2114 ,1041

Q13_RESP 2,040 62 ,046 ,20032 ,0041 ,3966

Q14_RESP ,280 62 ,780 ,02571 -,1576 ,2091

Q15_RESP -1,816 62 ,074 -,19651 -,4128 ,0198

Q16_RESP -1,232 62 ,223 -,10127 -,2656 ,0631

Q17_RESP ,539 62 ,592 ,04159 -,1127 ,1959

Q18_RESP 1,881 62 ,065 ,18444 -,0116 ,3805

Q19_RESP ,498 62 ,620 ,04159 -,1254 ,2086

Q20_RESP -1,083 62 ,283 -,11714 -,3334 ,0991

Fonte: coleta de dados

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88

Após a análise das três dimensões do construto em separado, partiu-se para a

avaliação da Orientação para o Mercado como um todo.

4.2.4 Orientação Para o Mercado Geral

O conjunto das vinte variáveis que compõe o modelo e suas três dimensões, tornam

por gerar o índice de orientação para o mercado, no qual foi obtido para este estudo.

A junção dos níveis de geração de inteligência, disseminação de inteligência e

responsividade passam a gerar uma nota global para o construto e os resultados

apresentam-se a seguir.

A tabela 17 apresenta os dados referentes ao nível de orientação Para o Mercado

como um todo, como também suas três dimensões. No total a Orientação Para o

Mercado obteve média de 4,16, com destaque para a média mais alta, de 4,26 obtida

pela dimensão Responsividade, seguida pela média 4,25 da dimensão Geração de

Inteligência. Por fim, a menor média observada na dimensão Disseminação de

inteligência (3,98). De forma geral a Orientação Para o Mercado encontrada junto aos

hotéis deste estudo é considerada de intensidade forte.

Segundo Wang (2014) um nível de alto de orientação para o mercado representa para

a hotelaria a oportunidade de desenvolver estratégias de gestão diárias de negócios,

permitindo aos hotéis investir recursos que busquem eliminar a lacuna entre as

necessidades dos clientes e as ofertas de produtos e serviços do mercado.

Tabela 17 - Médias da Orientação Para o Mercado

Variáveis Média Mediana Desvio Padrão

1 até 6 - Geração de Inteligência 4,25 4,00 0,80

7 até11 - Disseminação de Inteligência 3,98 4,00 0,94

12 até 20 – Responsividade 4,26 4,00 0,73

Média Orientação Para o Mercado 4,16 4,00 0,82

Fonte: coleta de dados

O gráfico 5 apresenta todas as vinte variáveis do Orientação Para o Mercado juntas,

o que permite uma comparação de maneira geral. Observa-se no gráfico que todas

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as variáveis obtiveram médias acima de 3, portanto, pode-se afirmar a presença de

Orientação para o mercado no mínimo moderada em todas as variáveis do construto

desta escala.

Gráfico 1 - Média por variável Orientação Para o Mercado Fonte: coleta de dados

Assim como para as três dimensões que compõem o construto, aplicou-se o teste t-

na escala como um todo para verificação da diferença entre as médias obtidas em

relação à média geral. Como pode ser observado na tabela 18, o teste t aplicado para

as vinte variáveis apontou diferença significativa nas seguintes variáveis:

Variável 5 - Somos ágeis para detectar mudanças importantes no setor (ex.:

concorrência, legislação, atividades turísticas).

Variável 9 - Quando algo relevante acontece a um grande cliente, todos os

funcionários sabem sobre o ocorrido em um curto intervalo de tempo.

Variável 13 - De maneira alguma ignora-se as mudanças nas necessidades de

produto ou serviços dos clientes.

Variável 18 - As reclamações dos clientes são monitoradas e atendidas pelo hotel.

4,084,25 4,17

4,40 4,384,19

4,05 3,98

3,71

4,21

3,95

4,21

4,464,29

4,064,16

4,304,44

4,304,14

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Méd

ias

Variáveis

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Tabela 18 - Teste t para Orientação Para o Mercado

Variáveis

Valor de Teste = 4.16

t df Sig. (2

extremidades) Diferença

média

95% Intervalo de Confiança da Diferença

Inferior Superior

Q1_GERA -,670 62 ,505 -,08063 -,3213 ,1600

Q2_GERA ,953 62 ,344 ,09397 -,1030 ,2910

Q3_GERA ,159 62 ,874 ,01460 -,1694 ,1986

Q4_GERA 1,959 62 ,055 ,23683 -,0048 ,4785

Q5_GERA 2,571 62 ,013 ,22095 ,0491 ,3928

Q6_GERA ,338 62 ,736 ,03048 -,1496 ,2106

Q7_DISS -1,005 62 ,319 -,11238 -,3359 ,1112

Q8_DISS -1,539 62 ,129 -,17587 -,4043 ,0525

Q9_DISS -2,955 62 ,004 -,44571 -,7472 -,1442

Q10_DISS ,435 62 ,665 ,04635 -,1666 ,2593

Q11_DISS -1,937 62 ,057 -,20762 -,4218 ,0066

Q12_RESP ,587 62 ,559 ,04635 -,1114 ,2041

Q13_RESP 3,059 62 ,003 ,30032 ,1041 ,4966

Q14_RESP 1,371 62 ,175 ,12571 -,0576 ,3091

Q15_RESP -,892 62 ,376 -,09651 -,3128 ,1198

Q16_RESP -,015 62 ,988 -,00127 -,1656 ,1631

Q17_RESP 1,834 62 ,071 ,14159 -,0127 ,2959

Q18_RESP 2,901 62 ,005 ,28444 ,0884 ,4805

Q19_RESP 1,695 62 ,095 ,14159 -,0254 ,3086

Q20_RESP -,158 62 ,875 -,01714 -,2334 ,1991

Fonte: coleta de dados

O teste de confiabilidade de escala também foi aplicado, no qual pode ser observado

na tabela 19. O coeficiente de Alpha de Cronbach obtido para as vinte variáveis como

um todo foi de 0,8417, o que caracteriza consistência entre os dados, que podem ser

considerados confiáveis.

Tabela 19 - Coeficiente Alpha de Cronbach da OPM e suas dimensões

Dimensões/Construto Nº de variáveis Alpha de Cronbach

Geração de Inteligência 7 0,7026

Disseminação de Inteligência 5 0,7034

Responsividade 9 0,7509

Orientação para o Mercado 20 0,8417

Fonte: coleta de dados.

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Após os níveis de Orientação Para o Mercado (OPM) e suas dimensões, buscou-se

então verificar as diferenças das médias de acordo com o perfil dos respondentes,

estas foram baseadas nos dados obtidos por meio do instrumento de coleta de dados.

A tabela 20 apresenta o resultado da OPM e suas dimensões de acordo com a

localizado do hotel pesquisado. Observa-se neste quesito que as Cidades que

obtiveram os maiores níveis de Orientação Para o Mercado foram: Penha e

Bombinhas, com médias 4,29, 4,27 respectivamente enquanto as menores médias se

concentraram em Balneário Camboriú (4,09) e Itapema (4,03). Entre as dimensões da

OPM o destaque foi para a cidade de Navegantes tanto para os maiores níveis para

Geração de Inteligência e Responsividade (ambas com 4,67) como também para o

nível, observado na dimensão Disseminação de Inteligência (3,40). Salienta-se que

na cidade de Navegantes houve apenas um respondente, portanto, os valores

correspondem a apenas um indivíduo da amostra.

Tabela 20 - Resultado da Orientação Para o Mercado segmentado por cidade

Cidade GERA_ DISS_ RESP_ OPM

Balneário Camboriú 4,22 3,88 4,17 4,09

Balneário Piçarras 3,92 4,1 4,38 4,13

Bombinhas 4,28 4,13 4,41 4,27

Itajaí 4,33 4,08 4,26 4,22

Itapema 3,94 4,07 4,11 4,04

Navegantes 4,67 3,40 4,67 4,25

Penha 4,38 4,12 4,38 4,29

Média Geral 4,25 3,98 4,26 4,16

Fonte: coleta de dados.

Em relação ao porte do hotel, as maiores médias se concentram nos hotéis de grande

porte, enquanto as menores são encontradas nos hotéis de pequeno porte. Apesar da

diferença não ser tão expressiva, ou seja, menor que um ponto, evidencia-se a

vantagem dos estabelecimentos com uma maior estrutura, para a obtenção de

informações e disseminação destas, para uma melhor resposta ao consumidor. Cabe

salientar que a maior média encontrada dentre as dimensões é justamente a Geração

de Inteligência dos hotéis de grande porte (4,58). Estes estabelecimentos em sua

maioria possuem um departamento de marketing estruturado, e quando orientados

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92

para o mercado, com atividades coordenadas com outros setores como treinamento

e recrutamento, controle qualidade entre outros, ajudam a promover a satisfação do

consumidor e incrementando a performance do negócio (WANG; CHEN; CHEN,

2012). A Tabela 21 apresenta os dados relativos as médias de orientação e suas

dimensões de acordo com o porte dos hotéis pesquisados.

Tabela 21 - Resultado da Orientação Para o Mercado de acordo com o porte do hotel

Porte GERA_ DISS_ RESP_ OPM

Pequeno 4,21 3,91 4,31 4,14

Médio 4,26 4,03 4,21 4,17

Grande 4,58 4,20 4,50 4,43

Média Geral 4,25 3,98 4,26 4,16

Fonte: coleta de dados.

Quanto ao tempo de atividade do hotel, as menores médias estão justamente

concentradas entre os estabelecimentos maios novos e os mais antigos. Enquanto os

meios de hospedagem mais novos estão com o desafio de descobrir o seu mercado,

ainda na busca por informações, os hotéis mais antigos muitas das vezes acabam por

não inovar, buscando sempre as mesmas estratégias, sem a observância do

dinamismo das tecnologias e das necessidades dos consumidores autuais e

potenciais. De acordo com Ozkaya et al. (2015) a inovação baseada no mercado é

mediadora das relações positivas entre o conhecimento sobre os clientes a

concorrência e o desempenho global da empresa. Na tabela 22 são apresentadas as

médias encontradas para a OPM e suas dimensões de acordo com o tempo de

atividade dos hotéis.

Tabela 22 - Resultado da Orientação Para o Mercado de acordo com o tempo de atividade do hotel

Tempo de Atividade GERA_ DISS_ RESP_ OPM

Menos de 2 anos 4,17 4,00 3,67 3,95

2 a 3 anos 3,78 3,67 3,96 3,80

4 a 5 anos 4,46 4,80 4,67 4,64

6 a 10 anos 4,42 4,20 4,38 4,33

11 a 20 anos 4,32 4,15 4,27 4,25

Acima de 20 anos 4,11 3,62 4,18 3,97

Média Geral 4,25 3,98 4,26 4,16

Fonte: coleta de dados

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93

Ao analisar todos os respondentes em separado, percebe-se a diferença entre as

notas atribuídas. Na tabela 23, são explicitadas as médias obtidas para cada

dimensão da OPM tal como a média geral, de forma individual. Percebe-se que

apenas dois hotéis se encontram com orientação Para o Mercado em nível muito forte,

ou seja, foi atribuído nota máxima em todas as variáveis que compõem o construto,

indicando que estes consideram que executam de forma plena as vinte práticas de

geração disseminação e resposta a inteligência de marketing que compõe o modelo

adotado para o presente estudo.

Tabela 23 – Médias individuais de Orientação Para o Mercado

HOTEL GERA_ DISS_ RESP_ OPM HOTEL GERA_ DISS_ RESP_ OPM

H1 4,17 3,60 4,11 3,96 H32 3,67 3,80 4,33 3,93

H2 4,50 4,80 4,78 4,69 H33 3,67 4,40 4,22 4,10

H3 4,33 4,20 4,11 4,21 H34 4,00 4,00 4,22 4,07

H4 4,83 4,80 4,67 4,77 H35 4,17 4,60 4,33 4,37

H5 4,17 4,00 4,00 4,06 H36 3,67 2,60 4,44 3,57

H6 4,67 4,60 4,67 4,64 H37 4,50 3,20 4,67 4,12

H7 4,67 5,00 5,00 4,89 H38 4,00 4,20 4,67 4,29

H8 4,67 3,40 4,67 4,24 H39 3,33 3,80 4,33 3,82

H9 3,67 3,40 3,89 3,65 H40 4,83 3,80 3,78 4,14

H10 4,83 3,40 4,22 4,15 H41 4,17 4,00 3,67 3,94

H11 4,17 4,80 4,44 4,47 H42 3,67 4,40 4,22 4,10

H12 5,00 4,40 4,44 4,61 H43 4,00 3,40 3,67 3,69

H13 4,50 3,20 4,44 4,05 H44 4,00 2,00 4,67 3,56

H14 5,00 4,40 4,44 4,61 H45 4,67 4,20 4,56 4,47

H15 3,67 3,40 3,33 3,47 H46 4,50 4,40 4,44 4,45

H16 4,83 4,60 4,22 4,55 H47 4,50 4,60 4,00 4,37

H17 4,67 4,00 4,22 4,30 H48 4,50 3,80 4,33 4,21

H18 4,83 3,40 4,44 4,23 H49 4,33 4,40 4,44 4,39

H19 3,83 4,00 4,33 4,06 H50 3,67 2,80 4,44 3,64

H20 3,83 4,00 4,56 4,13 H51 3,50 3,80 4,22 3,84

H21 4,67 3,40 3,89 3,99 H52 5,00 5,00 5,00 5,00

H22 4,00 3,40 3,78 3,73 H53 4,00 3,80 4,44 4,08

H23 3,33 3,20 3,11 3,21 H54 4,17 4,60 4,56 4,44

H24 4,00 3,80 3,89 3,90 H55 4,83 4,60 4,44 4,63

H25 3,83 4,00 4,33 4,06 H56 5,00 5,00 5,00 5,00

H26 4,17 3,60 4,11 3,96 H57 4,00 3,80 3,78 3,86

H27 4,50 3,60 4,11 4,07 H58 4,33 4,40 4,67 4,47

H28 4,00 4,00 4,00 4,00 H59 4,33 3,40 4,78 4,17

H29 4,00 3,20 3,78 3,66 H60 5,00 4,80 4,44 4,75

H30 2,67 3,20 2,78 2,88 H61 5,00 4,80 4,44 4,75

H31 3,50 4,20 4,00 3,90 H62 5,00 5,00 4,67 4,89

Fonte: coleta de dados.

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94

Ainda se percebe que mais dois terços (67,7%) dos meios de hospedagem

participantes da pesquisa obtiveram média acima de 4, traduzindo uma forte

orientação para o mercado para a maioria da amostra. Dentre estes, ainda se

destacam dois hotéis que obtiveram média igual a 5, traduzindo uma orientação para

o mercado muito forte.

Outros 30,6% dos respondentes se encontram na faixa de média entre 3 e 3,99 para

o nível de OPM o que aponta uma orientação para o mercado em nível moderado para

estes estabelecimentos.

A menor média atribuída para um hotel foi a de 2,88, apontando fraca orientação para

o mercado. Este valor se destoa dos demais por ser o único a se enquadrar neste

extrato. Ainda cabe ressaltar que não houve casos de hotéis que obtiveram média de

Orientação Para o Mercado em nível abaixo de 2, ou seja, orientação para o mercado

em nível muito fraco, tampouco em quaisquer das dimensões que compõe este

construto.

Em relação a outros estudos que utilizaram a escala MARKOR (KOHLI; JAWORSKI;

KUMAR, 1993) na hotelaria, o estudo de Schwarzbach, Deretti e Ferreira (2014) com

apenas onze respondentes, um único meio de hospedagem apresentou média de

OPM entre 3 e 3,99 enquanto todos os outros dez estabelecimentos, obtiveram

médias acima de 4, porém nenhum destes alcançou o valor máximo, no caso, 5. Os

demais estudos que buscaram relacionar OPM e desempenho na hotelaria utilizando

esta mesma escala, não apresentaram os dados obtidos com as médias do construto

de OPM.

Após a avaliação do nível de Orientação Para o Mercado dos hotéis participantes do

presente estudo são apresentados os dados inerentes ao desempenho organizacional

na perspectiva interna, e seus respectivos indicadores de desempenho já

apresentados. Estes resultados foram obtidos por meio da coleta de dados junto aos

respondentes do presente estudo.

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95

4.3 Avaliação de Desempenho Segundo Perspectiva Interna (Desempenho Organizacional)

De acordo com Wang, Chen e Chen (2012), as práticas da OPM claramente criam

uma variedade de recursos e uma maneira flexível de prever e retardar a influência

de fatores ambientais externos, de modo a absorver sua complexidade, assim

aumentando o desempenho dos hotéis.

Para Ruizalba et al (2012), a presença da OPM tem como resultado dois benefícios,

melhoria no desempenho e maior procura de excelência no serviço por parte dos

colaboradores, resultando em uma maior satisfação no trabalho.

A partir do instrumento de coleta de dados se obteve o desempenho organizacional

de forma subjetiva dos hotéis participantes do presente estudo. Com valor atribuído

entre 1 e 5 para indicadores (taxa de ocupação, participação de mercado, vendas,

satisfação do hóspede e retorno sobre investimento), questionou-se ao participante,

qual a situação do hotel nos últimos três anos em relação aos principais concorrentes

onde cada nota correspondia ao seguinte desempenho:

1) Muito pior do que a concorrência.

2) Pior do que a concorrência

3) Igual a concorrência

4) Melhor do que a concorrência

5) Muito melhor do que a concorrência

A tabela 24 apresenta as avaliações atribuídas por cada respondente, além da média

individual e geral. O desempenho médio dentre os hotéis foi de 3,84 de modo geral,

indicando que os estabelecimentos se encontram em uma situação semelhante aos

concorrentes de acordo com os indicadores estabelecidos pelo instrumento, porém

muito próximo da média 4.

Apenas um dos hotéis apresenta desempenho médio muito melhor que a concorrência

em todos os indicadores, obtendo desta forma a média 5, enquanto a menor média

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96

registrada dentre os respondentes foi de 2,8. Esta foi encontrada em dois

estabelecimentos, traduzindo um desempenho muito pior do que a concorrência, os

demais meios de hospedagem se enquadram em um patamar igual ou melhor do que

o da concorrência de acordo com as respostas obtidas. Com valores bem próximos,

os indicadores de participação de mercado e vendas obtiveram o pior (3,71) e o melhor

(3,95) desempenho respectivamente.

Tabela 24 - Desempenho Organizacional

Hotel Taxa de

Ocupação Participação de Mercado

Vendas Satisfação

do Hóspede

Retorno Sobre

Investimento Média

Desvio Padrão

H1 3 3 3 3 3 3,00 0,00

H2 3 4 3 4 3 3,40 0,55

H3 5 4 5 4 3 4,20 0,84

H4 4 4 4 4 4 4,00 0,00

H5 3 3 3 3 3 3,00 0,00

H6 5 5 4 3 4 4,20 0,84

H7 4 3 4 5 4 4,00 0,71

H8 3 3 3 2 3 2,80 0,45

H9 3 3 3 3 3 3,00 0,00

H10 4 3 4 3 4 3,60 0,55

H11 4 4 4 5 4 4,20 0,45

H12 3 3 4 3 5 3,60 0,89

H13 3 3 3 4 4 3,40 0,55

H14 4 5 5 4 5 4,60 0,55

H15 4 3 3 4 3 3,40 0,55

H16 5 4 5 5 5 4,80 0,45

H17 4 4 4 5 5 4,40 0,55

H18 4 5 4 5 5 4,60 0,55

H19 3 4 4 5 4 4,00 0,71

H20 4 4 5 4 4 4,20 0,45

H21 4 3 4 4 4 3,80 0,45

H22 4 4 4 5 4 4,20 0,45

H23 3 4 5 3 3 3,60 0,89

H24 4 3 3 4 2 3,20 0,84

H25 4 4 4 5 5 4,40 0,55

H26 3 3 4 3 3 3,20 0,45

H27 3 3 4 3 3 3,20 0,45

H28 3 3 3 3 3 3,00 0,00

H29 3 4 4 4 3 3,60 0,55

H30 3 5 5 3 2 3,60 1,34

H31 4 4 4 5 4 4,20 0,45

Média 3,79 3,71 3,95 3,94 3,81 3,84 0,53

Fonte: coleta de dados

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97

Tabela 24 - Desempenho Organizacional (continuação)

Hotel Taxa de

Ocupação Participação de Mercado

Vendas Satisfação

do Hóspede Retorno Sobre Investimento

Média Desvio Padrão

H32 5 3 4 5 4 4,20 0,84

H33 4 5 4 3 4 4,00 0,71

H34 5 5 5 5 5 5,00 0,00

H35 4 5 3 4 4 4,00 0,71

H36 2 3 3 3 3 2,80 0,45

H37 5 4 5 5 5 4,80 0,45

H38 4 4 4 3 3 3,60 0,55

H39 3 4 4 4 3 3,60 0,55

H40 5 4 5 5 5 4,80 0,45

H41 4 4 4 3 3 3,60 0,55

H42 4 3 4 4 3 3,60 0,55

H43 4 3 3 3 3 3,20 0,45

H44 4 4 5 3 4 4,00 0,71

H45 3 3 3 4 3 3,20 0,45

H46 3 4 4 4 4 3,80 0,45

H47 4 3 5 4 3 3,80 0,84

H48 4 3 3 4 4 3,60 0,55

H49 4 4 4 3 4 3,80 0,45

H50 2 3 3 3 3 2,80 0,45

H51 4 3 4 4 3 3,60 0,55

H52 5 5 5 5 5 5,00 0,00

H53 3 3 3 3 3 3,00 0,00

H54 5 4 5 5 4 4,60 0,55

H55 5 4 5 4 5 4,60 0,55

H56 5 4 5 4 5 4,60 0,55

H57 3 3 3 4 3 3,20 0,45

H58 4 4 5 5 5 4,60 0,55

H59 4 3 3 5 5 4,00 1,00

H60 3 3 3 5 5 3,80 1,10

H61 4 4 4 5 5 4,40 0,55

H62 4 5 4 3 4 4,00 0,71

Média 3,79 3,71 3,95 3,94 3,81 3,84 0,53

Fonte: Coleta de dados

Além de apresentar as notas individualmente de acordo com os indicadores e o

desempenho geral, buscou-se estabelecer a relação entre as médias obtidas e o perfil

dos participantes.

Quanto à localidade na qual se encontra o estabelecimento, destaca-se a cidade de

Itapema que obteve a melhor média geral de desempenho (4,26), ou seja, melhor do

que a concorrência, enquanto Navegantes, com apenas um respondente, apresentou

desempenho de 2,8, portanto, pior do que a concorrência. Em relação aos indicadores

de desempenho, o destaque positivo é a variável vendas na cidade de Itapema

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98

obtendo média 5, ou seja, muito melhor que a concorrência, já a menor nota atribuída

entre os indicadores foi para a variável satisfação do hóspede, com o valor de 2,0 para

o participante da cidade de Navegantes, isto é, pior do que a concorrência. A tabela

26 apresenta os dados inerentes ao desempenho organizacional na perspectiva

interna e suas médias por cidade.

Tabela 25 - Desempenho Organizacional por cidade

Cidade Tx. Ocupação Part. Mercado Vendas Satisf. Hóspede ROI Desempenho

Baln. Camboriú 3,69 3,63 3,87 3,84 3,72 3,75

Baln. Piçarras 3,00 4,00 4,00 4,00 3,50 3,70

Bombinhas 4,00 3,89 3,89 4,33 3,89 4,00

Itajaí 4,00 3,25 3,75 3,50 3,75 3,65

Itapema 4,00 4,00 5,00 4,33 4,00 4,26

Navegantes 3,00 3,00 3,00 2,00 3,00 2,80

Penha 4,00 3,90 4,10 4,10 4,10 4,04

Média Geral 3,79 3,71 3,95 3,94 3,81 3,84

Fonte: coleta de dados.

Quanto ao porte do hotel, obtiveram melhor desempenho de acordo com as respostas

do instrumento, os hotéis de grande porte (3,90), seguidos pelos estabelecimentos de

médio porte (3,88) e por fim os de pequeno porte (3,84). Apesar de não possuir

significância estatística, esta informação corrobora com os dados referentes a OPM

nos quais os melhores resultados foram alcançados também pelos grandes hotéis

enquanto, os níveis mais baixos estavam estre os meios de hospedagem de pequeno

porte. O indicador com melhor índice de desempenho encontrado foi a taxa de

ocupação entre os hotéis de grande porte (4,5), enquanto a menor média também se

encontra entre os grandes hotéis (3,50), com os indicadores de vendas e satisfação

do hóspede. A tabela 27 apresenta os dados relacionados ao desempenho

organizacional dos hotéis compreendidos pela pesquisa e seus indicadores.

Tabela 26 - Resultado do Desempenho de acordo com o porte do hotel

Porte Tx. Ocupação Part. Mercado Vendas Satisf. Hóspede ROI Desempenho

Pequeno 3,75 3,61 3,9 3,93 3,75 3,78

Médio 3,78 3,78 4,03 3,97 3,84 3,88

Grande 4,5 4,00 3,50 3,50 4,00 3,90

Média Geral 3,79 3,71 3,95 3,94 3,81 3,84

Fonte: coleta de dados.

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99

No que diz respeito ao tempo de atividade do estabelecimento, obtiveram maior

desempenho os hotéis com 4 a 6 anos de funcionamento (4,2), enquanto os piores

índices se encontraram entre os meios de hospedagem com até três anos em

atividade. O indicador com maiores médias encontrado foi a satisfação do hóspede

entre os hotéis de 4 a 5 anos de atividade (4,75) enquanto a menor média atribui-se

ao retorno sobre o investimento, dos hotéis entre 2 e 3 anos (2,66). Na tabela 28

mostra-se o resultado do desempenho obtido junto aos estabelecimentos segmentado

de acordo com o tempo de atividade dos estabelecimentos.

Tabela 27 - Resultado do Desempenho de acordo com o tempo de atividade do hotel

Tempo de Atividade

Tx. Ocupação

Part. Mercado Vendas Satisf.

Hóspede ROI Desempenho

Menos de 2 anos 4,00 4,00 4,00 3,00 3,00 3,60

2 a 3 anos 3,66 3,33 3,33 3,66 2,66 3,33

4 a 5 anos 4,25 3,75 4,25 4,75 4,00 4,20

6 a 10 anos 3,92 3,84 4,00 4,00 4,15 3,98

11 a 20 anos 3,89 3,79 4,10 3,95 4,00 3,95

Acima de 20 anos 3,54 3,59 3,81 3,81 3,59 3,67

Média Geral 3,79 3,71 3,95 3,94 3,81 3,84

Fonte: coleta de dados.

Após avaliar o desempenho dos meios de hospedagem abrangidos pela pesquisa na

perspectiva interna, buscou-se também avaliar este desempenho novamente, porém

de acordo com a perspectiva externa, esta obtida através das notas das avaliações

do sítio TripAdvisor.

4.4 Avaliação de Desempenho Segundo Perspectiva Externa (TripAdvisor)

A partir de dados secundários obtidos junto ao sitio tripadvisor.com se obteve as notas

relativas as avaliações dos usuários para os estabelecimentos abrangidos pelo

presente estudo. As informações foram extraídas dos sitio na data de 5 de dezembro

de 2016 e as notas correspondem a média dos valores das avaliações gerais

atribuídas por cada usuário. No sitio é possível avaliar o estabelecimento com nota de

1 a 5 onde o valor 1 corresponde total insatisfação do usuário quanto ao serviço

Page 101: ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O …siaibib01.univali.br/pdf/Leonardo Garcia.pdf · SECTUR: Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú SEER: ... Figura 2 - Modelo de

100

oferecido pelo hotel enquanto a nota 5 corresponde a total satisfação. A tabela 29

apresenta as notas obtidas por cada hotel e a média geral.

Tabela 28 - Avaliações TripAdvisor

Hotel Média das Avaliações

Hotel Média das Avaliações

Hotel Média das Avaliações

H1 2,99 H22 3,51 H43 3,80

H2 4,17 H23 3,29 H44 3,74

H3 3,07 H24 4,21 H45 3,53

H4 4,16 H25 4,13 H46 3,85

H5 3,54 H26 3,83 H47 3,26

H6 4,00 H27 3,71 H48 3,94

H7 4,69 H28 3,33 H49 4,50

H8 2,66 H29 3,75 H50 3,54

H9 3,89 H30 3,49 H51 3,67

H10 3,61 H31 4,23 H52 4,81

H11 4,76 H32 3,88 H53 3,77

H12 4,00 H33 4,11 H54 4,63

H13 3,64 H34 4,46 H55 3,44

H14 4,02 H35 4,25 H56 3,90

H15 3,46 H36 3,88 H57 3,92

H16 4,24 H37 4,15 H58 4,05

H17 3,94 H38 3,81 H59 4,67

H18 3,92 H39 3,57 H60 3,95

H19 4,06 H40 3,98 H61 3,99

H20 4,00 H41 3,28 H62 4,18

H21 3,89 H42 3,79

Média geral: 3,88

Fonte: Elaborado pelo autor.

Ao analisar os dados referentes as médias obtidas pelos hotéis junto ao sítio

TripAdvisor, percebe-se a semelhança com as médias obtidas para a avaliação do

nível de OPM dos estabelecimentos. Mesmo obtendo valores diferentes, geralmente

abaixo dos apontados pela avaliação da OPM, as médias aparentam seguir uma certa

linearidade, na qual foram analisadas e serão explicitadas posteriormente. Dentre as

notas obtidas o menor valor encontrado foi o de 2,66 enquanto a maior média foi da

de 4,81.

Para melhor elucidar as informações referentes as médias obtidas, buscou-se

apresentar os dados de acordo com o perfil dos estabelecimentos pertencentes ao

estudo.

Page 102: ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O …siaibib01.univali.br/pdf/Leonardo Garcia.pdf · SECTUR: Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú SEER: ... Figura 2 - Modelo de

101

Ao verificar as médias de avaliações junto ao TripAdvisor agrupadas por cidade

(tabela 30), percebe-se que as maiores notas estão concentradas nas cidades de

Bombinhas (4,12) e Penha (4,01) assim como observado na OPM. A menor nota

obtida (2,66) está atribuída ao único estabelecimento participante de Navegantes.

Tabela 29 - Avaliações TripAdvisor por cidade

Cidade Nota TripAdvisor

Balneário Camboriú 3,80

Balneário Piçarras 3,71

Bombinhas 4,12

Itajaí 3,97

Itapema 3,99

Navegantes 2,66

Penha 4,01

Média Geral 3,88

Fonte: Elaborado pelo autor.

Já em relação ao porte do hotel, as médias se assemelham entre si, não havendo

diferença estatística significante entre as mesmas, se levar em consideração o

tamanho do hotel pesquisado, o que pode ser observado na tabela 31.

Tabela 30 - Avaliações do TripAdvisor de acordo com o porte do hotel

Porte Nota TripAdvisor

Pequeno 3,90

Médio 3,86

Grande 3,90

Média Geral 3,88

Fonte: elaborado pelo autor.

Por fim, buscou-se relacionar as médias obtidas no sítio TripAdvisor ao tempo de

atividade dos meios de hospedagem pesquisados. Neste quesito, assim como no

desempenho organizacional na perspectiva interna, tal como nas médias obtidas pela

OPM, os valores mais baixos se encontram nos estabelecimentos com menor (3,28)

e maior (3,75) tempo de atividade. Os dados podem ser observados na tabela 32.

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102

Tabela 31 - Avaliações do TripAdvisor de acordo com o tempo de atividade do hotel

Tempo de Atividade Nota TripAdvisor

Menos de 2 anos 3,28

2 a 3 anos 3,86

4 a 5 anos 4,56

6 a 10 anos 3,98

11 a 20 anos 3,86

Acima de 20 anos 3,75

Média Geral 3,88

Fonte: Elaborado pelo autor.

Após avaliar as variáveis da OPM, além das variáveis de desempenho, na perspectiva

tanto interna como externa, buscou-se avaliar a relação entre estas. Deste modo

toma-se como desempenho geral dos hotéis pesquisados, segundo a perspectiva

externa dos clientes, o valor de 3,88 na mesma escala do desempenho organizacional

e seus indicadores, tal como das variáveis de orientação para o Mercado e suas

dimensões.

4.5 Relação Entre Orientação Para o Mercado e Desempenho

De modo a alcançar o objetivo geral do presente estudo, buscou-se verificar a relação

entre o nível de orientação para o mercado dos hotéis pesquisados e seus respectivos

desempenhos na perspectiva interna e externa.

A tabela 33 apresenta as médias obtidas nas três dimensões da Orientação Para o

Mercado (Geração de Inteligência, Disseminação de Inteligência e Responsividade),

como também a média da OPM como um todo, além do desempenho organizacional

de modo geral e a avaliação dos usuários no sitio TripAdvisor. Os dados estão

separados individualmente por hotel e todos os valores estão na mesma escala de 1

a 5.

Nota-se que a diferença entre as variáveis não ultrapassa 0,5 pontos, o que indica

grande semelhança entre as médias. Ainda se observa que as avaliações do

desempenho na perspectiva interna e externa possuem valores próximos,

Page 104: ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O …siaibib01.univali.br/pdf/Leonardo Garcia.pdf · SECTUR: Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú SEER: ... Figura 2 - Modelo de

103

corroborando com que se apresenta na literatura, no qual se afirma que os

indicadores, mesmo de natureza subjetiva possuem validade estatística (PERIN;

SAMPAIO, 1999).

Tabela 32 - Orientação Para o Mercado e Desempenho

Hotel Geração de Inteligência

Disseminação de

Inteligência Responsividade OPM

Desempenho Organizacional

Avaliação TripAdvisor

H1 4,17 3,60 4,11 3,96 3,00 2,99

H2 4,50 4,80 4,78 4,69 3,40 4,17

H3 4,33 4,20 4,11 4,21 4,20 3,07

H4 4,83 4,80 4,67 4,77 4,00 4,16

H5 4,17 4,00 4,00 4,06 3,00 3,54

H6 4,67 4,60 4,67 4,64 4,20 4,00

H7 4,67 5,00 5,00 4,89 4,00 4,69

H8 4,67 3,40 4,67 4,24 2,80 2,66

H9 3,67 3,40 3,89 3,65 3,00 3,89

H10 4,83 3,40 4,22 4,15 3,60 3,61

H11 4,17 4,80 4,44 4,47 4,20 4,76

H12 5,00 4,40 4,44 4,61 3,60 4,00

H13 4,50 3,20 4,44 4,05 3,40 3,64

H14 5,00 4,40 4,44 4,61 4,60 4,02

H15 3,67 3,40 3,33 3,47 3,40 3,46

H16 4,83 4,60 4,22 4,55 4,80 4,24

H17 4,67 4,00 4,22 4,30 4,40 3,94

H18 4,83 3,40 4,44 4,23 4,60 3,92

H19 3,83 4,00 4,33 4,06 4,00 4,06

H20 3,83 4,00 4,56 4,13 4,20 4,00

H21 4,67 3,40 3,89 3,99 3,80 3,89

H22 4,00 3,40 3,78 3,73 4,20 3,51

H23 3,33 3,20 3,11 3,21 3,60 3,29

H24 4,00 3,80 3,89 3,90 3,20 4,21

H25 3,83 4,00 4,33 4,06 4,40 4,13

H26 4,17 3,60 4,11 3,96 3,20 3,83

H27 4,50 3,60 4,11 4,07 3,20 3,71

H28 4,00 4,00 4,00 4,00 3,00 3,33

H29 4,00 3,20 3,78 3,66 3,60 3,75

H30 2,67 3,20 2,78 2,88 3,60 3,49

H31 3,50 4,20 4,00 3,90 4,20 4,23

Média 4,25 3,98 4,26 4,16 3,84 3,88

Fonte: elaborado pelo autor

Page 105: ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O …siaibib01.univali.br/pdf/Leonardo Garcia.pdf · SECTUR: Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú SEER: ... Figura 2 - Modelo de

104

Tabela 33 - Orientação Para o Mercado e Desempenho (continuação)

Hotel Geração de Inteligência

Disseminação de

Inteligência Responsividade OPM

Desempenho Organizacional

Avaliação TripAdvisor

H32 4,00 4,40 3,89 4,10 4,20 3,88

H33 3,67 4,40 4,22 4,10 4,00 4,11

H34 4,00 4,00 4,22 4,07 5,00 4,46

H35 4,17 4,60 4,33 4,37 4,00 4,25

H36 3,67 2,60 4,44 3,57 2,80 3,88

H37 4,50 3,20 4,67 4,12 4,80 4,15

H38 4,00 4,20 4,67 4,29 3,60 3,81

H39 3,33 3,80 4,33 3,82 3,60 3,57

H40 4,83 3,80 3,78 4,14 4,80 3,98

H41 4,17 4,00 3,67 3,94 3,60 3,28

H42 3,67 4,40 4,22 4,10 3,60 3,79

H43 4,00 3,40 3,67 3,69 3,20 3,80

H44 4,00 2,00 4,67 3,56 4,00 3,74

H45 4,67 4,20 4,56 4,47 3,20 3,53

H46 4,50 4,40 4,44 4,45 3,80 3,85

H47 4,50 4,60 4,00 4,37 3,80 3,26

H48 4,50 3,80 4,33 4,21 3,60 3,94

H49 4,33 4,40 4,44 4,39 3,80 4,50

H50 3,67 2,80 4,44 3,64 2,80 3,54

H51 3,50 3,80 4,22 3,84 3,60 3,67

H52 5,00 5,00 5,00 5,00 5,00 4,81

H53 4,00 3,80 4,44 4,08 3,00 3,77

H54 4,17 4,60 4,56 4,44 4,60 4,63

H55 4,83 4,60 4,44 4,63 4,60 3,44

H56 5,00 5,00 5,00 5,00 4,60 3,90

H57 4,00 3,80 3,78 3,86 3,20 3,92

H58 4,33 4,40 4,67 4,47 4,60 4,05

H59 4,33 3,40 4,78 4,17 4,00 4,67

H60 5,00 4,80 4,44 4,75 3,80 3,95

H61 5,00 4,80 4,44 4,75 4,40 3,99

H62 5,00 5,00 4,67 4,89 4,00 4,18

Média 4,25 3,98 4,26 4,16 3,84 3,88

Fonte: elaborado pelo autor

Aplicou-se teste de confiabilidade para a os dados apresentados, na tabela 33 onde

foi obtido o coeficiente de Alpha de Cronbach de valor igual a 0,8101, indicando

consistência entre os dados, portanto são considerados confiáveis.

O teste t foi aplicado para as médias de desempenho organizacional e para as médias

das notas no sitio TripAdvisor, no qual obtiveram significância de 0,986 e 0,995

respectivamente. Pode-se afirmar, portanto, que não há diferença significativa entre

as médias obtidas junto a cada hotel em relação à média geral.

Page 106: ORIENTAÇÃO PARA O MERCADO NA HOTELARIA E O …siaibib01.univali.br/pdf/Leonardo Garcia.pdf · SECTUR: Secretaria de Turismo de Balneário Camboriú SEER: ... Figura 2 - Modelo de

105

Na pretensão de correlacionar o nível de orientação para o mercado e o desempenho

dos hotéis da pesquisa, realizou-se análise de regressão linear para as médias

obtidas. Este tipo de análise apresenta como resultado um coeficiente de correlação

(R) no qual varia entre (-1) e (1). Onde (-1) traduz correlação forte e negativa, zero

indica que não há correlação e (1) aponta forte correlação positiva entre as médias

(McDANIEL; GATES, 2004).

O quadro 9 apresenta os diferentes níveis de correlação adotados para o presente

estudo.

Quadro 9 - Níveis de correlação em função do valor de r

Valor de r Correlação

Igual a 0 Sem correlação

Menor do que 0,20 Negligenciável

Igual ou acima de 0,20 e menor que 0,40 Fraca

Igual ou acima de 0,40 e menor que 0,60 Moderada

Igual ou maior que 0,60 e menor que 0,80 Forte

Igual a 0,80 ou maior Muito forte Fonte: Franzblau (1958)

Primeiramente se buscou verificar a correlação entre a orientação para o mercado

como um todo e o desempenho organizacional na perspectiva interna.

Tabela 33 - Regressão Linear OPM vs Desempenho Organizacional

Parâmetro Valor

Observações 62

Casos válidos 62

R 0,438

R² 0,191

R² ajustado 0,178

Erro padrão da estimativa 0,372

Fonte: elaborado pelo autor

Conforme pode-se observar na tabela 35 o resultado obtido com a regressão linear foi

de R= 0,438 o que traduz uma correlação positiva, em nível moderado.

O gráfico 6 ilustra de maneira linear a dispersão das médias obtidas através da coleta

de dados da pesquisa.

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Gráfico 2 - OPM vs Desempenho – Dispersão Fonte: elaborado pelo autor

Em seguida buscou-se analisar a correlação entre a OPM como um todo e o

desempenho na perspectiva externa, de acordo com as médias das notas obtidas no

sítio TripAdvisor.

O coeficiente de correlação de Pearson apresentou medida r= 0,434, o que indica

nível de correlação moderado entre as duas variáveis (tabela 36).

Tabela 34 - Regressão Linear OPM vs Avaliações TripAdvisor

Parâmetro Valor

Observações 62

Casos válidos 62

R 0,437

R² 0,191

R² ajustado 0,177

Erro padrão da estimativa 0,372

Fonte: elaborado pelo autor

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107

O gráfico 7 aponta a dispersão das médias obtidas com as duas variáveis e sua

linearidade.

Gráfico 3 - OPM vs Avaliações TripAdvisor – Dispersão Fonte: elaborado pelo autor

Após a análise de regressão linear aplicou-se a correlação de Pearson entre as

dimensões da Orientação para o mercado e as médias de desempenho na perspectiva

interna e externa.

Observa-se na tabela 37 que a maior correlação com desempenho dentre as

dimensões da OPM se encontra na geração de inteligência para o desempenho

organizacional e na dimensão responsividade para o desempenho segundo as notas

do TripAdvisor. Porém as cargas de coeficiente de correlação são menores enquanto

dimensões separadas se comparadas ao construto como um todo. Cabe salientar que

nenhuma das dimensões, nem a orientação para o mercado geral, obtiveram níveis

de correlação com as variáveis de desempenho superiores a 0,6.

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108

A dimensão geração de inteligência correlacionou-se com o desempenho na

perspectiva dos clientes (sítio TripAdvisor) em nível negligenciável, enquanto a

dimensão responsividade apresentou correlação em nível fraco com a variável

desempenho organizacional (perspectiva interna).

Igual ou acima de 0,20 e menor que 0,40 Fraca

Igual ou acima de 0,40 e menor que 0,60 Moderada

Igual ou maior que 0,60 e menor que 0,80 Forte

Igual a 0,80 ou maior Muito forte

Tabela 35 - Matriz de Correlação OPM vs Desempenho

Correlação entre Vetores de Valores

Geração de Inteligência

Disseminação de

Inteligência Responsividade

Orientação Para o

Mercado

Disseminação de Inteligência

Correlação ,466

Sig. (p) ,000

Responsividade Correlação ,563 ,396

Sig. (p) ,000 ,001

Orientação Para o Mercado

Correlação ,824 ,755 ,837

Sig. (p) ,000 ,000 ,000

Taxa de ocupação

Correlação ,337 ,415 ,180 ,375

Sig. (p) ,004 ,000 ,081 ,001

Participação de mercado

Correlação ,064 ,297 ,116 ,196

Sig. (p) ,310 ,009 ,184 ,064

Receita de Vendas

Correlação ,110 ,200 ,034 ,136

Sig. (p) ,198 ,059 ,396 ,146

Satisfação do Hóspede

Correlação ,208 ,340 ,188 ,301

Sig. (p) ,052 ,003 ,072 ,009

Retorno sobre Investimento

Correlação ,605 ,347 ,483 ,591

Sig. (p) ,000 ,003 ,000 ,000

Desempenho Organizacional

Correlação ,367 ,429 ,278 ,438

Sig. (p) ,002 ,000 ,014 ,000

Avaliação TripAdvisor

Correlação ,196 ,412 ,428 ,437

Sig. (p) ,064 ,000 ,000 ,000

Fonte: Elaborado pelo autor.

Tomando como base a revisão de literatura que afirma que as organizações

orientadas para o mercado possuem maior desempenho (KOHLI; JAWORSKI, 1990),

o resultado encontrado neste estudo corrobora com tal informação, porém, a relação

que se encontrou entre orientação para o mercado e desempenho se deu em nível

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moderado próximo ao fraco tanto na perspectiva interna como também na avaliação

externa (FRANZBLAU, 1958).

De forma a complementar as informações já obtidas por meio da análise dos dados

buscou-se, por fim, refutar ou confirmar cada uma das dezesseis hipóteses

apresentadas para o presente estudo.

4.6 Resultado das Hipóteses

A partir das dezesseis hipóteses No primeiro momento foram recusadas as seguintes hipóteses pelo fato de

apresentarem valor sig. (p) > 0,05:

H7 – Quanto maior a OPM, maior é a participação de mercado na perspectiva

interna;

H8 – Quanto maior a OPM, maior é a receita obtida em vendas na perspectiva

interna;

H14 – A geração de inteligência possui associação positiva com o desempenho sob

a perspectiva do cliente expressa no sítio TripAdvisor;

Após a rejeição de três hipóteses, restaram as demais dezenove, as quais obtiveram

valor de sig. (p) <0,05 e coeficiente de correlação em nível fraco, moderado, forte e

muito forte (FRANZBLAU, 1958). Deste modo as seguintes hipóteses foram

confirmadas pela pesquisa:

H1 – A geração de inteligência possui associação positiva com a orientação para o

mercado;

H2 – A disseminação de inteligência possui associação positiva com a orientação

para o mercado;

H3 – A responsividade possui associação positiva com a orientação para o

mercado.

Nestes três casos anteriores, isso era esperado, já que as três são determinantes da

Orientação Para o Mercado.

H4 – Quanto maior a OPM, maior é a percepção de desempenho organizacional na

perspectiva interna;

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110

H5 – Quanto maior a OPM, maior é o desempenho na perspectiva do cliente

expressa no sítio TripAdvisor;

H6 – Quanto maior a OPM, maior é a taxa de ocupação de leitos na perspectiva

interna;

H9 – Quanto maior a OPM, maior é a satisfação do hóspede na perspectiva interna;

H10 – Quanto maior a OPM, maior é o retorno sobre o investimento na perspectiva

interna;

H11 – A geração de inteligência possui associação positiva com o desempenho

organizacional na perspectiva interna;

H12 – A disseminação de inteligência possui associação positiva com o

desempenho organizacional na perspectiva interna;

H13 – A responsividade possui associação positiva com o desempenho

organizacional na perspectiva interna;

H15 – A disseminação de inteligência possui associação positiva com o

desempenho sob a perspectiva do cliente expressa no sítio TripAdvisor;

H16 – A responsividade possui associação positiva com o desempenho sob a

perspectiva do cliente expressa no sítio TripAdvisor;

H17 – O desempenho organizacional na perspectiva interna possui associação

positiva com o desempenho organizacional sob a perspectiva do cliente expressa no

sítio TripAdvisor

H18 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é a taxa de

ocupação de leitos na perspectiva interna;

H19 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é a participação

de mercado na perspectiva interna;

H20 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é a receita obtida

em vendas na perspectiva interna;

H21 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é a satisfação do

hóspede na perspectiva interna;

H22 – Quanto maior o desempenho na perspectiva interna, maior é o retorno sobre

o investimento na perspectiva interna;

Estes cinco últimos casos também já eram esperados já que estes indicadores foram

os determinantes do desempenho na perspectiva interna neste estudo

A figura 6 ilustra a relação entre as variáveis, e a carga de correlação de cada uma

das hipóteses estabelecidas para este estudo. Percebe-se que a OPM se relaciona

de forma moderada com o desempenho organizacional na perspectiva interna (0,438),

porém ao analisar os indicadores de desempenho em separado apenas o indicador

Retorno sobre o investimento se relaciona de forma moderada com a OPM (0,591).

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111

GERAÇÃO DE INTELIGÊNCIA

DISSEMINAÇÃO DE INTELIGÊNCIA

RESPONSIVIDADE

ORIENTAÇÃO PARA O

MERCADO

DESEMPENHOORGANIZACIONAL

PERSPECTIVA INTERNA

DESEMPENHO NA PERSPECTIVA DOS

CLIENTES TRIPADVISOR

OCCUPAÇÃO DE LEITOS

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO

VENDAS

RETORNO SOBRE INVESTIMENTO

SATISFAÇÃO DO HÓSPEDE

H1 (0,824)

H3 (0,837)

H8 (0,136)

H10 (0,591)

H9 (0,301)

H5 (0,437)

H4 (0,438)

H11 (0,367)

H14 (0,196)

H15 (0,412)

H16 (0,428)

H2 (0,755)

H7 (0,196)

H6 (0,375)

H12 (0,429)

H13 (0,278)

H18 (0,807)

H19 (0,666)

H20 (0,751)

H21 (0,717)

H22 (0,801)

H17 (0,514)

Figura 6 - Resultado das hipóteses da dissertação Fonte: elaborado pelo autor

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112

Apresentados os resultados obtidos, conforme os objetivos específicos estabelecidos

por este estudo, tal como a análise e discussão destes, no próximo capitulo

apresenta-se a conclusão e recomendações inerentes a esta dissertação.

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113

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na indústria do turismo, o setor hoteleiro vem se demonstrando cada vez mais como

um componente chave no desenvolvimento turístico de uma localidade ou região,

contribuindo para a geração de empregos e divisas para os destinos. A hospitalidade,

juntamente com as atrações turísticas e as opções de alimentação, são os principais

aspectos observados ao se levar em consideração uma experiência turística. Porém

as expectativas e os modos de consumo de produtos e serviços estão constantemente

em mudança, o que obrigam aos equipamentos turísticos, principalmente, os meios

de hospedagem a estarem sempre atentos as preferencias e ao feedback dos

consumidores, sejam este atuais ou potenciais. Para tanto os meios de hospedagem,

principalmente, devem utilizar de ferramentas e modelos já validados para obtenção

de informações inerentes ao ambiente no qual são inseridos.

A importância da utilização de modelos e ferramentas de marketing junto as

organizações, tornou-se mais presente ao longo da evolução dos estudos na área.

Estes estudos evidenciam a necessidade de as organizações se adaptarem aos

diferentes contextos estabelecidos pelo ambiente no qual estão inseridas.

A evolução do papel do marketing junto as empresas se traduz alteração no modo

como estas se organizam, nas prioridades estabelecidas e nas filosofias de gestão

adotadas por cada instituição. Uma destas é a Orientação Para o Mercado, tema

adotado para o presente estudo, no qual vem sido amplamente discutido nas últimas

décadas em diferentes mercados no mundo inteiro.

Esta dissertação, se inclui como mais um estudo que abordou o tema orientação para

o mercado buscando encontrar relação com o desempenho das organizações

abrangidas pelo recorte da pesquisa, contudo apresentando como complemento a

correlação com a perspectiva do cliente através da avaliação de uma OTR

(TripAdvisor).

Através da metodologia que se aplicou, pôde-se alcançar todos os objetivos

específicos propostos pelo presente estudo, desde a avaliação do nível de orientação

para o mercado através da aplicação do modelo MARKOR Proposto por Kohli,

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114

Jaworski e Kumar (1993) junto aos hotéis compreendidos pelo recorte de pesquisa.

Os resultados apontaram Orientação para o Mercado em nível forte em suas três

dimensões e também de modo geral, sendo que das vinte variáveis que compõe o

modelo apenas três apresentaram média de OPM em nível considerado moderado.

O segundo objetivo também foi alcançado no que tange a mensuração do

desempenho organizacional dos mesmos na perspectiva interna, com a utilização de

instrumento de coleta de dados se obteve resultado médio de 3,84 em uma escala de

1 a 5. O destaque se deu para os indicadores de vendas e satisfação do hóspede, os

quais obtiveram as maiores média, sendo 3,95 e 3,94 respectivamente.

O terceiro e último objetivo específico também foi alcançado levantamento do

desempenho na perspectiva externa. Este se deu por meio de coleta de dados

secundários do sítio TripAdvisor, meio da média das notas obtidas por cada

estabelecimento. Os dados já apresentados no capítulo referente aos resultados

evidenciaram uma média de geral de desempenho de 3,88 em uma escala de 1 a 5.

O alcance destes objetivos consequentemente possibilitou o atingimento do objetivo

geral da pesquisa em analisar a relação entre o nível de orientação para o mercado

(Market orientation) e o desempenho dos hotéis compreendidos no destino turístico

Costa Verde e Mar, segundo a perspectiva interna e das avaliações dos clientes no

TripAdvisor.

Deste modo se respondeu ao problema desta pesquisa da seguinte maneira:

A relação entre o nível de orientação para o mercado (Market orientation) e o

desempenho dos hotéis compreendidos no destino turístico Costa Verde e Mar,

segundo a perspectiva interna e das avaliações dos clientes no TripAdvisor se dá de

maneira positiva, porém em nível moderado.

Conclui-se, portanto, que há correlação positiva entre o nível de orientação para o

mercado obtido junto a coleta de dados e o desempenho dos hotéis participantes da

pesquisa, em nível moderado.

Dentre as vinte e duas hipóteses apresentadas para a conclusão deste estudo, foram

refutadas apenas três, nos quais os resultados foram apresentados anteriormente e

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115

que demonstram, a validade do modelo e dos conceitos adotados para o presente

estudo.

Este estudo pôde demonstrar a importância de orientar-se ao mercado na busca pela

garantia da entrega de um melhor produto ou serviço para o consumidor. Evidencia-

se, portanto, a necessidade de não somente adquirir conhecimento a respeito de

hábitos, atitudes e percepções dos consumidores, mas também, disseminar esta

informação dentre os funcionários e setores dos meios de hospedagem de modo a

todos estarem munidos das informações necessárias para prover o melhor

atendimento possível aos hóspedes alocados em seus estabelecimentos.

Os resultados alcançados puderam determinar que somente a busca por informações

não é o suficiente para garantir um melhor desempenho para o meio de hospedagem.

Portanto o maior influenciador no desempenho da orientação para o mercado segundo

o modelo proposto e apontado neste estudo são a resposta rápida ao ambiente, que

somente é possível se o estabelecimento estiver munido das informações pertinentes

e essas disseminadas entre todos os envolvidos na execução do serviço, seja direta

ou indiretamente.

O desafio para os gestores está em criar sinergia entre os setores e funcionários,

fazendo-os trabalhar de forma uniforme e integrada, se comunicando em uma

linguagem que seja compreendida por todos e compartilhando o máximo de

informações possíveis.

Cabe salientar que a correlação se diferencia da causalidade, onde não se pode

afirmar por meio dos resultados do presente estudo que um hotel que obtiver maior

nível de orientação para o mercado, segundo o modelo apresentado,

consequentemente terá maior desempenho organizacional ou obterá melhor

desempenho segundo a perspectiva dos usuários da Online Travel Review

TripAdvisor. Estes resultados apenas demonstram que de maneira linear positiva e

moderada os hotéis que obtiveram melhor nota no sítio TripAdvisor tal como os que

obtiveram melhores índices de desempenho organizacional na perspectiva interna

foram os que possuíam os maiores níveis de orientação para o mercado segundo o

modelo proposto.

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116

O percentual de retorno dos questionários foi satisfatório, porém esperava-se um

número maior. Dentre os 96 hotéis pertencentes ao universo da amostra, 62 deles

foram retornados respondidos de maneira completa, sendo destes mais de 90%

respondidos fisicamente in loco e depois tabulados manualmente. Ainda se percebe

a grande resistência à resposta de questionários online, onde, muita das vezes não

se encontrava um funcionário com perfil de respondente no local e se encaminhava

os questionários via e-mail, sem obtenção de resposta.

O presente estudo apresenta como uma das limitações a dificuldade de retorno dos

questionários por meio eletrônico, o que fez necessário muitas das vezes mais de uma

visita in loco nos hotéis pesquisados, que se espalham por toda a região Costa Verde

e Mar compreendendo vários municípios dificultando a obtenção de respostas. Outra

limitação do estudo foi a mensuração de desempenho dos hotéis que comumente não

divulgam informações objetivas econômico financeiras, portanto fazendo-se

necessário utilizar-se de dados subjetivos, apesar disto, já foi explicitado que medidas

de desempenho objetivas e subjetivas são semelhantes entre si e estatisticamente

confiáveis (PERIN; SAMPAIO, 1999).

Apesar de as informações obtidas por meio da coleta de dados questionários serem

dispostas por informantes chave nos hotéis, e segundo Kohli, Jaworski e Kumar

(1993) serem tão confiáveis quanto as prestadas por informantes múltiplos, a

percepção de uma única pessoa pode não condizer com a realidade encontrada nos

estabelecimentos pesquisados.

Como sugestão para os próximos estudos, poderiam ser aplicados estudos

semelhantes na mesma população de modo a obter evolução dos níveis de orientação

e desempenho obtidos junto aos hotéis ao longo de períodos distintos, permitindo

deste modo uma análise longitudinal.

Apesar da pesquisa abranger uma região com vários municípios do estado, se

estabelece como recomendação, a execução de novas pesquisas nos mesmos

moldes em outras regiões e localidades, de modo a confirmar ou refutar as

informações neste trabalho obtidas e ampliar os estudos no setor.

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117

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129

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WORLD TRAVEL AND TOURISM COUNCIL (WTTC). Travel & Tourism Economic Impact 2016. Brazil. Disponível em: <http://www.wttc.org/-/media/files/reports/economic%20impact%20research/countries%202016/brazil2016.pdf.> Acesso em: 28 mar. 2016(a).

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APÊNDICE

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Apêndice A: Instrumento de coleta de dados

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APENDICE B: Lista de hotéis participantes da pesquisa

Cidade Hotel Avaliações

Baln. Camboriú Atobá Praia Hotel 270

Baln. Camboriú Barra Sul Hotel 297

Bombinhas Bombinhas Blue Suites 58

Bombinhas Bombinhas Hotel 77

Bombinhas Bombinhas Praia Apart Hotel 106

Bombinhas Bombinhas Summer Beach Hotel & Spa 485

Bombinhas Bombinhas Tourist Hotel e Pousada. 246

Navegantes Br Sul Suites 77

Baln. Camboriú Camboriú Praia Hotel 176

Baln. Piçarras Candeias Piçarras 60

Baln. Camboriú Centromar Hotel 263

Baln. Camboriú Costa Sul Beach Hotel 54

Baln. Camboriú D'Sintra Hotel 557

Baln. Camboriú Felissimo Exclusive Hotel 208

Navegantes Flat Hotel Aeroporto 50

Baln. Camboriú Hamburgo Palace Hotel 300

Baln. Camboriú HM Plaza Hotel 154

Bombinhas Hospedaria Refúgio Das Galés 105

Itajai Hotel 10 Itajaí 362

Baln. Camboriú Hotel Açores 97

Penha Hotel Açoriano 170

Bombinhas Hotel Atlântico 134

Itapema Hotel Beira Mar 90

Baln. Camboriú Hotel Bella Camboriú 547

Baln. Camboriú Hotel Bhally 232

Baln. Camboriú Hotel Blumenau 126

Penha Hotel Brasil 146

Baln. Camboriú Hotel Candeias II 62

Baln. Camboriú Hotel Club Praiamar 65

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Penha Hotel Conexão 209

Bombinhas Hotel Cores do Mar 52

Baln. Camboriú Hotel Das Americas 235

Itapema Hotel Enseada 65

Itajai Hotel Estação 101 263

Penha Hotel Estrela Do Mar 55

Baln. Camboriú Hotel Gênova 56

Baln. Camboriú Hotel Geranium 128

Baln. Camboriú Hotel Gracher Praia 125

Baln. Camboriú Hotel Gumz 111

Baln. Camboriú Hotel ibis Styles Balneário Camboriú 340

Baln. Camboriú Hotel Ilha da Madeira 124

Baln. Camboriú Hotel Itália 160

Penha Hotel Itapocorói 82

Itajai Hotel Marambáia Cabeçudas 170

Baln. Camboriú Hotel Marimar The Place 297

Bombinhas Hotel Marin Chateau 113

Baln. Camboriú Hotel Melo 294

Baln. Camboriú Hotel Mercure Camboriú 1420

Baln. Camboriú Hotel Miramar 117

Penha Hotel Natal 62

Baln. Camboriú Hotel Negrini 72

Baln. Camboriú Hotel Palmas Executivo 196

Penha Hotel Panorâmico 87

Baln. Piçarras Hotel Piçarras 55

Baln. Camboriú Hotel Pires 415

Baln. Camboriú Hotel Plaza Camboriú 440

Penha Hotel Praia Grande 82

Baln. Camboriú Hotel Rieger 481

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Baln. Camboriú Hotel Rosenbrock 95

Baln. Camboriú Hotel Ryan 178

Baln. Camboriú Hotel San Remo 71

Baln. Camboriú Hotel Sibara Flat & Convenções 323

Baln. Camboriú Hotel Torresol 98

Itajai Hotel Valerim Itajai 111

Baln. Camboriú Hotel Vieiras 202

Baln. Camboriú Hotel Vila Taquaras 72

Baln. Camboriú Hotel Villa do Mar 131

Itajai Ibis Navegantes Itajaí 672

Baln. Piçarras Imperador Turismo Hotel 133

Baln. Camboriú Infinity Blue Resort & Spa 755

Baln. Camboriú Mar Hotel 117

Baln. Camboriú Marambaia Cassino Hotel 584

Penha Maricá Apart Hotel 89

Bombinhas Marlin Hotel 125

Baln. Camboriú Master Hotel 58

Bombinhas Morada do Guaruçá 92

Bombinhas Morada do Mar Hotel 131

Porto Belo Morro do Sol 86

Baln. Camboriú Parador Estaleiro Hotel 78

Baln. Camboriú Parnaso Hotel 159

Itapema Plaza Itapema Resort & Spa 526

Baln. Camboriú Praia do Estaleiro Guest House 68

Porto Belo Refúgio do Estaleiro 143

Baln. Camboriú Reserva Praia Hotel 171

Baln. Camboriú San Marino Cassino Hotel 208

Baln. Camboriú Sandri City Hotel 113

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Itajai Sandri Palace Hotel 129

Baln. Camboriú Sanfelice Hotel 126

Baln. Camboriú Slaviero Conceptual Brut 236

Baln. Camboriú Slaviero Slim Balneário Camboriú 301

Itapema Solis Praia Hotel 96

Bombinhas Toca Da Moréia-Albergue Hostel. 62

Baln. Camboriú Tropikalya Gold Hotel 117

Baln. Camboriú Tropikalya Prime Hotel 62

Penha Vila Olaria Hotel 242

Baln. Camboriú Villa Germânia 68

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APENDICE C: Estudos que abordam OPM x Desempenho na Hotelaria

Estudo Local Amostra Medida de

performance Indicadores Modelo

Relação OPM X Desempenho

Tajeddini e Trueman (2012)

Suíça 96 meios de hospedagem

Subjetiva (em relação aos competidores)

Retorno sobre investimento;

Metas de vendas;

Metas de lucro;

Fidelização de Clientes;

Qualidade;

Segmentos de consumidores;

Satisfação do consumidor.

Deshpandé, Farley e Webster

Positiva

Wang, Chen e Chen (2012)

China 588 hotéis Subjetiva

Lealdade do hóspede;

Satisfação do Consumidor;

Valor agregado ao produto/serviço;

Retenção de clientes;

Market Share;

Vendas;

Redução de gastos;

Retorno sobre o investimento.

Adaptação MARKOR (9 itens)

Positiva

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Estudo Local Amostra Medida de

performance Indicadores Modelo

Relação OPM X Desempenho

Erdem, Gül e Gül (2013)

Turquia 40 hotéis 4 e 5

estrelas

Subjetiva (em relação aos competidores)

Relacionamento com fornecedores;

Vendas;

Eficiência do negócio; Market Share;

Rotatividade de empregados;

Satisfação no trabalho;

Rentabilidade;

Reputação e imagem;

Taxa de Ocupação Média;

Novos Produtos;

Sucesso no desenvolvimento de novos serviços;

Satisfação do cliente.

MKTOR Fraca

Grisseman, Plank e Brunner-Sperdin

(2013)

Áustria Alemanha

Itália Suíça

Liechtenstein

205 hotéis nos alpes

Subjetiva

Rentabilidade;

Lucro;

Vendas;

Market Share.

Não informado

Insignificante para hotéis 1 a 3

estrelas Positiva para hotéis 4 e 5

estrelas

McManus (2013) Austrália 165 hotéis Subjetiva

(em relação aos competidores)

Crescimento de vendas;

Rentabilidade;

Retorno sobre o investimento;

Market Share;

Desenvolvimento de novos serviços;

Satisfação do consumidor;

Desempenho global.

MKTOR Positiva

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Estudo Local Amostra Medida de

performance Indicadores Modelo

Relação OPM X Desempenho

Roxana, Anamaria e

Gavrea Corina (2013)

Romênia 35 hotéis Subjetiva

(em relação aos competidores)

Alcance dos objetivos de lucro;

Alcance dos objetivos de vendas;

Taxa de ocupação.

Não Informado Positiva

Chin, Lo e Ramayah (2013)

Malásia 57 hotéis 3

estrelas ou acima Não especificado Não especificado MKTOR Não identificado

Ruizalba et al (2014)

Espanha 201 hotéis de 3, 4

e 5 estrelas Subjetiva

Compromisso dos funcionários;

Satisfação no trabalho;

Retenção dos funcionários.

Adaptação MARKOR com ênfase para o

mercado interno (funcionários)

Positiva

Tang (2014) Taiwan 126 hotéis Subjetiva

(em relação aos competidores)

Qualidade do serviço;

Satisfação do consumidor;

Vantagem competitiva.

MKTOR adaptada (apenas 6 variáveis)

Média, relacionada a

inovação e capacidade de

melhoria

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Estudo Local Amostra Medida de

performance Indicadores Modelo

Relação OPM X Desempenho

Campo, Díaz e Yagüe (2014)

Espanha 151 hotéis 4

estrelas

Subjetiva (em relação as

expectativas dos anos anteriores)

Satisfação do consumidor;

Lealdade do hóspede;

Valor agregado aos consumidores;

Qualidade do serviço;

Imagem do hotel;

Vendas;

Market Share;

Taxa de ocupação;

Percentual de ganhos com reservas online;

Percentual de ganho com clientes estrangeiros;

Lucro;

Retorno sobre investimento;

Retorno sobre o capital.

Adaptação MKTOR Positiva

Vega-Vázquez et al (2016)

Espanha 79 hotéis

independentes de 3 e 4 estrelas

Objetiva

Receita;

Resultado operacional;

Rentabilidade econômica;

Rentabilidade financeira.

Adaptado de Hooley, Sanders e

Piercy (2005) Positiva

Ardigó, Zucco e Cardoso (2013)

Bombinhas/ Balneário Camboriú,

SC

108 Empresas de alimentação e

alojamento

Subjetivo (em relação a anos

anteriores) Resultados financeiros

Hooley, Sanders e Piercy (2005)

Não significativa

Schwarzbach, Deretti e Ferreira

(2014) Morretes, PR

11 meios de hospedagem

Subjetiva (em relação aos competidores)

Taxa de ocupação;

Market Share;

Lucro;

Lealdade do Hóspede;

Satisfação do hóspede;

Satisfação dos funcionários;

Retorno sobre o investimento.

MARKOR Positiva

Fonte: elaborado pelo autor

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ANEXOS

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Anexo A: Escala de Deshpandé, Farley e Webster (1993, p.33)

Orientação para o Consumidor

As demonstrações abaixo descrevem práticas adotadas em empresas. Por favor, indique o seu

grau de concordância sobre o quão bem as declarações descrevem as práticas reais em seu

negócio.

1 2 3 4 5

Discordo

Fortemente Discordo

Não concordo

Nem discordo Concordo

Concordo

Fortemente

Instruções: Responda de acordo com o contexto de mercado do seu produto ou serviço.

1. Nós temos rotinas ou medidas regulares de serviço ao cliente.

2. Nosso desenvolvimento de produto e serviço é baseado em boas informações sobre o

mercado e clientes.

3. Nós conhecemos bem nossos concorrentes.

4. Nós temos uma boa ideia de como nossos clientes valorizam nossos produtos e serviços.

5. Nós somos mais focados para os clientes do que nossos concorrentes.

6. Nós competimos primeiramente baseados em diferenciação de produto ou serviço.

7. O interesse do cliente deve vir sempre em primeiro lugar, à frente dos nossos.

8. Nossos produtos/serviços são os melhores nesse negócio.

9. Eu acredito que esse negócio existe primeiramente para servir aos clientes.

Anexo B: Escala de Narver e Slater (MKTOR)

Orientação para o consumidor

Compromisso com o cliente

Criar valor para o consumidor

Entender as necessidades do consumidor

Almejar a satisfação dos clientes

Medir a satisfação do consumidor

Serviços de pós-venda

Orientação para o competidor

Vendedores compartilham informação

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146

Reage rapidamente as ações da concorrência

Alta gerencia discute estratégias dos competidores

Foca em oportunidades de obter vantagem competitiva

Coordenação Interfuncional

Contatos de diferentes departamentos com os consumidores

Informações compartilhadas entre departamentos

Integração funcional como estratégia

Todas atividades contribuem para a criação de valor ao consumidor

Compartilha recursos com outras unidades de negócio

Foco no longo prazo

Lucros trimestrais são objetivo principal

Exigência de retorno rápido

Margem positiva no longo prazo

Ênfase no lucro

Desempenho de lucro é medido frequentemente

Alta gerência prioriza o desempenho no mercado

Todos os produtos devem ser lucrativos