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Órgão informativo da Federação Nacional dos Engenheiros – Ano XVI – Nº 152 – Janeiro/2015 Entrevista Aulas no Isitec começam em fevereiro com proposta inovadora Página 7 Sindical FNE mobiliza-se contra medida da Aneel prejudicial a engenheiros Página 4 Na 7ª Jornada Brasil Inteligente, realizada em São Paulo no dia 12 de dezembro, confederação colocou em pauta discussão sobre conquistas a serem alcançadas até 2022, ano do bicentenário da Independência. Na mesma data aconteceu a quarta edição do prêmio Personalidade Profissional. Página 5 CNTU propõe debate sobre futuro do País

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Órgão informativo da Federação Nacional dos Engenheiros – Ano XVI – Nº 152 – Janeiro/2015

Entrevista

Aulas no Isitec começam em fevereiro com proposta inovadora

Página 7

Sindical

FNE mobiliza-se contra medida da Aneel prejudicial a engenheiros

Página 4

Na 7ª Jornada Brasil Inteligente, realizada em São Paulo no dia 12 de dezembro, confederação colocou em pauta discussão sobre conquistas a serem alcançadas até 2022, ano do bicentenário da Independência. Na mesma data aconteceu a quarta edição do prêmio Personalidade Profissional.

Página 5

CNTU propõe debate sobre futuro do País

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ENGENHEIRO – Publicação mensal da Federação Nacional dos EngenheirosDiretor responsável: Murilo Celso de Campos Pinheiro. Conselho Editorial: Murilo Celso de Campos Pinheiro, Carlos Bastos Abraham, Antonio Florentino de Souza Filho, Luiz Benedito de Lima Neto, Manuel José Menezes Vieira, Disneys Pinto da Silva, Maria de Fátima Ribeiro Có, Thereza Neumann Santos de Freitas, Flávio José A. de Oliveira Brízida, Maria Odinéa Melo Santos Ribeiro, Modesto Ferreira dos Santos Filho, Gerson Tertuliano, Clarice Maria de Aquino Soraggi, José Luiz Bortoli Azambuja, Sebastião Aguiar da Fonseca Dias, Wissler Botelho Barroso, José Ailton Ferreira Pacheco, Augusto César de Freitas Barros, Cláudio Henrique Bezerra Azevedo, José Luiz dos Santos, Edson Kiyoshi Shimabukuro, José Carlos Ferreira Rauen, Lincolin Silva Américo, João Alberto Rodrigues Aragão, Marcos Luciano Camoeiras, Gracindo Marques. Editora: Rita Casaro. Revisora: Soraya Misleh. Diagramadores: Eliel Almeida e Francisco Fábio de Souza. Projeto gráfico: Maringoni. Sede: SDS Edifício Eldorado, salas 106/109 – CEP 70392-901 – Brasília – DF – Telefone: (61) 3225-2288. E-mail: [email protected]. Site: www.fne.org.br. Tiragem: 10.000. Fotolito e impressão: Folha Gráfica. Edição: janeiro de 2015. Artigos assinados são de responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a opinião da FNE.

ao lEitor

Apesar do panorama de dificuldades, é preciso garantir as conquistas já alcançadas nos últimos anos e seguir trabalhando por avanços.

Novos desafios pela frenteA primeira edição de 2015 traz como matéria de capa a 7ª Jornada Brasil Inteligente, realizada em 12 de dezembro, em São Paulo, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). O evento colocou em pauta um amplo debate, buscando formular os avanços necessários ao País. Na ocasião, aconteceu ainda lançamento da publicação do Coletivo de Mulheres e do vídeo sobre os riscos do uso de agrotóxicos, além da quarta edição do prêmio Personalidade Profissional.Outro importante evento, em 8 de dezembro, também em São Paulo, foi o encerramento das atividades do grupo dos trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade, que investigou a perseguição, tortura e morte perpetradas contra sindicalistas. A fundamental iniciativa colabora para uma memória essencial à história do Brasil.Luta que prossegue neste ano é a que combate a resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que autoriza as distribuidoras de energia a atuarem no mercado de engenharia, o que caracteriza monopólio e concorrência desleal. Em entrevista, o diretor-geral do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), Saulo Krichanã Rodrigues, fala sobre a proposta de ensino que pretende formar profissionais aptos a empreender. Em C & T, as discussões travadas na Cúpula de Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em dezembro em Lima, no Peru. E mais o que acontece nos estados.Boa leitura.

Murilo Celso de Campos Pinheiro

O AnO-nOvO, que todos desejamos que seja realmente feliz, traz inúmeros e com-plexos desafios ao País. Em primeiro lugar, há a preocupação em relação ao controle fiscal e inflacionário, colocado desde a eleição presidencial entre as prioridades da nova equipe econômica do Governo Dilma. Juntamente com isso, está a necessidade imperiosa de garantir as condições para que haja expansão do Produto Interno Bruto (PIB) superior aos ínfimos 0,19% aponta-dos pelas previsões do mercado para 2014. Tais tarefas nada têm de simples e cumpri--las exigirá não só competência técnica, mas, sobretudo, coragem e vontade política, além de capacidade extrema de negociação.Contudo, desatar tal nó político e econômi-co será fundamental para que não se per-cam as conquistas fundamentais da última década, que são, basicamente, geração de emprego, aumento real dos salários e dis-tribuição de renda, com a consequente me-lhoria das condições de vida da população.

Ainda falta muito para termos o Brasil que almejamos. A questão das cidades e da reforma urbana continua uma pauta não cumprida, com defi ciências graves nas mais diversas áreas, como saneamento, transporte público e mobilidade, habita-ção e segurança. Faltam ainda saúde e educação de qualidade para todos, ser-

viços públicos esses cuja insuficiência é fator de forte injustiça social e causadora de grande sofrimento à população.Há também gargalos importantes na in-fraestrutura essencial à produção, nota-damente na área de transportes de carga, ainda excessivamente concentrados em rodovias e, portanto, caros, perigosos e poluentes. Há ainda problemas no setor

energético, sendo necessários ajustes no modelo atual. E, por fim, temos agora o grave problema do abastecimento de água, já que a escassez é uma realidade, e não mais uma ameaça distante. Todo esse panorama de dificuldades, no entanto, deve ser visto como uma opor-tunidade para avançarmos. Inadmissível é recuar naquilo que foi alcançado. É preciso manter o patamar atual e buscar mais. Se o novo governo tem hercúleas tarefas pela frente, a sociedade não está livre de enfrentá-las conjuntamente. É preciso não só torcer, mas também atuar de forma efetiva e consequente para construirmos o futuro que desejamos.Portanto, nossa agenda para 2015 é manter a luta e a nossa contribuição por um Brasil melhor. A um pessimismo pa-ralisante, é preciso opor a confiança no futuro e a vontade de construir uma na-ção justa, soberana e desenvolvida, que ofereça condições de vida digna a toda a população. Esse é o nosso compromisso.

Murilo Celso de Campos Pinheiro é presidente da FNE e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU)

Agenda para o futuro próximo deve estar voltada ao desenvolvimento

Em 2015, manter a luta pelo Brasil

Em ato sindical unitário em 8 de dezem-bro último, o Grupo de Trabalho nº 13 da Comissão Nacional da Verdade (CNV), “Ditadura e repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical”, apresentou o seu relatório final com 43 recomendações, na sede do Seesp, na Capital paulista. À aber-tura, o presidente da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro, destacou a importância dos trabalhos da comissão: “Esse é um de-bate que deve ser elogiado e estar presente na memória do povo brasileiro.”

Rosa Cardoso, integrante da CNV e coordenadora do GT 13, fez uma breve digressão das investigações da comissão, criada pela Lei 12.528/2011 e instituída em maio de 2012, afirmando que o rela-tório final – entregue à presidente Dilma Rousseff no dia 10 do mesmo mês – res-gata não apenas a verdade sobre diversos fatos ocorridos a partir do golpe civil-mi-litar de 1964, mas expressa a necessidade de se fazer justiça e reparação às vítimas da ditadura. Para ela, deve-se lutar, agora, pela responsabilização civil, administra-tiva e criminal de todos os envolvidos, sejam eles da esfera pública ou privada. “Nós não nos contentamos apenas com a verdade. Queremos justiça”, conclamou, emocionada, a um público formado por sindicalistas e ex-dirigentes perseguidos, demitidos e torturados, como os remanes-centes da executiva do lendário Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), da dé-cada de 1960, Clodismidt Riani, de 95

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Murilo Pinheiro (no púlpito) destaca importância dos trabalhos da comissão para a sociedade brasileira.

Levantamento aponta 114 assassinatos e participação de inúmeras empresas na repressão perpetrada pela ditadura civil-militar implantada no Brasil.

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anos de idade, e Raphael Martinelli, de 90 anos, e do ex-presidente da Federação de Condutores de Veículos Rodoviários do Estado de São Paulo, Alcídio Boano, de 87 anos.

Entre as recomendações do GT 13 estão: reparação coletiva às vítimas; investigar, denunciar e punir os autores de crimes de morte, tortura e desaparecimento forçado, sejam eles militares ou civis; extinguir a Lei de Segurança Nacional (LSN); impulsionar a reforma do Judiciário com a extinção da Justiça Militar; e democratizar o ensino e o conteúdo curricular das escolas públicas e privadas, visando promover os valores democráticos e os direitos humanos. Na oportunidade, foi entregue ao Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel

Messias, requerimento solicitando ao órgão governamental o levantamento rigoroso das intervenções em sindicatos de trabalhadores entre os anos de 1964 e 1988, período cober-to pelas investigações da CNV.

Segundo Rosa Cardoso, o levantamento de documentos e os muitos depoimentos confirmam que o golpe civil-militar teve como alvo primordial a classe trabalhadora, interrompendo os avanços democráticos conquistados por essa durante o Governo João Goulart. “Desvendamos os interesses das elites militares e civis.” E explica: “As primeiras queriam obter hegemonia mili-tar na região, seguindo as determinações norte-americanas, criando e se engajando em guerras, e construindo uma indústria bélica poderosa no País. Já os empresários queriam estabelecer um modelo mais concentrador de capital, para atrair as multinacionais.” O GT 13 contabilizou que 114 trabalhadores urbanos foram assassinados – 53 operários, 16 bancários, 11 jornalistas e mais 34 entre auxiliares de escritório, comerciários, mecâ-nicos, técnicos e vendedores

Laboratório de repressãoO GT levantou o nome de pelo menos

25 empresas da região paulista do Vale do Paraíba que, por meio de suas chefias de segurança, em colaboração com militares do Exército e da Aeronáutica e com as po-

lícias civil, militar e federal, monitoraram ferozmente os operários, culminando com demissões, prisões e até desaparecimentos. Rosa Cardoso relacionou, entre essas, a Avi-bras, Caterpillar, Confab, Embraer, Engesa, Rhodia, Ford, General Motors, Ericsson, Petrobras, Johnson, Kodak, Philips, Villa-res, Telesp, Volkswagen e Vibrasa. Ainda nos trabalhos da CNV, levantou-se que a Petrobras e outras estatais, à época, viraram um “laboratório de repressão”, fazendo indicações de procedimentos repressivos a outras indústrias. “Portanto, tivemos, também, uma ditadura fabril”, observou.

Até o momento, explicou, a respon-sabilização que existe se dá pela Lei da Anistia, que é apenas para os agentes do Estado. “Agora estamos falando da interpelação civil das empresas.”

Ao final de sua exposição, Cardoso rendeu homenagem ao consultor sindi-cal do Seesp e da FNE, João Guilherme Vargas Netto, dizendo que ele ajudou-a não apenas a entender o papel da classe trabalhadora na história do mundo e do Brasil, mas a amá-la dentro das suas virtudes, grandezas e equívocos. “Quem me ensinou isso foi ele.”

Compuseram a mesa do ato unitário diri-gentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Intersindical, Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), Nova Central e o presidente da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva, o deputado estadual Adriano Diogo (PT).

Grupo dos trabalhadores da CNV indica reparação coletiva às vítimas do golpe de 1964

Um clamor por verdade e justiçaRosângela Ribeiro Gil

Ato reuniu antigos sindicalistas e militantes perseguidos pela ditadura iniciada em 1964.

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Objetivo é impedir que distribuidoras de energia monopolizem trabalhos de engenharia

Mobilização contra resolução da AneelSoraya Misleh

Até 17 de dezembro, puderam ser enviadas contribuições para alteração do texto da Resolução 581/2013, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A norma, entre outros temas, trata da prestação de atividades acessórias pelas distribuidoras de energia – o que significa autorizá-las a executarem trabalhos de engenharia. O entendimento é que, se aprovada, a medida criará monopólio des-ses serviços, o que afetará sensivelmente o mercado de trabalho da categoria. Por essa razão, tem merecido a oposição de diversos setores e organizações, inclusive da FNE. Agora, a busca é por adesões a um abaixo-assinado disponível no site www.simpodemos.com.br, em que se solicita uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para tratar do assunto.

À frente da Mobilização da Engenha-ria Nacional contra a Resolução 581, a diretora da federação e presidente do Senge-CE, Thereza Neumann Santos de Freitas, afirma que se trata de uma mobi-lização cidadã nacional contra a norma. “O abaixo-assinado vai ser enviado para todos os profissionais do Sistema Confea/Creas (Conselhos Federal e Estaduais de Engenharia e Agronomia) para que divulguem em suas redes sociais, para seus amigos. Não estamos brigando em favor só dos engenheiros, das empresas, mas da sociedade, contra o monopólio.” Ela ressalta que outro abaixo-assinado –

presencial, com o mesmo objetivo – já reúne cerca de 5 mil subscrições.

Neumann tem articulado ações nesse sentido e representado a FNE em audiên-cias públicas em que o tema vem sendo debatido. A última delas, como explica, “com o intuito de regular os serviços acessórios restantes”, ocorreu em 4 de dezembro, na sede da Aneel em Brasília. “Conseguimos fazer uma mobilização dos representantes de engenheiros, con-sumidores, empresários e concessionárias de todos os estados do Brasil.” Terminada essa fase e das consultas públicas, as propostas serão analisadas e o processo encaminhado para deliberação na Direto-ria da agência e sua posterior publicação, em data ainda indefinida.

Se aprovada, a norma privilegiará as 103 distribuidoras de energia que atuam no Brasil, permitindo que ofereçam reforma elétrica de imóveis, bem como elaboração de projetos de construção com uso eficien-te da energia. Além disso, poderão incluir cobranças na conta de luz relacionadas à venda de outros produtos, como seguros, planos de saúde, assinatura de jornais e revistas e até doações.

Neumann conta que na audiência pú-blica do dia 4, “foram dados inúmeros depoimentos de práticas de concorrên-cia desleal já vistas. Ao mesmo tempo, representantes de consumidores se posi-cionaram contra a resolução, e as próprias concessionárias presentes estavam em busca de prazos maiores para poder pres-tar o serviço público”. Segundo ressalta a diretora da FNE, essas atividades aces-sórias são de mercado. “São executadas por profissionais, por empresas, micro e pequenas de todo o Brasil, que não

detêm informações privilegiadas como as concessionárias, que hoje atendem 90 milhões de consumidores no Brasil todo.” Essas últimas, como esclarece Neumann, contam com “todos os dados técnicos, econômicos, cadastrais, sobre a conta de energia, a carga existente, os equipamentos instalados, se é media ou baixa tensão, se e monofásico, trifásico, quer dizer, conhecem tudo. Além disso, vão poder faturar e fazer publicidade desses serviços acessórios na conta de energia”. Estabelecendo monopólio, poderão cobrar o preço que desejarem.

PrecedenteA diretora da FNE se mostra otimista

com a mobilização, inclusive porque já houve vitória contra iniciativa afim no Ceará. “Venho nessa luta desde 2008. No estado, em 2010, derrotamos um programa idêntico, o Coelce Plus (da Companhia Energética do Ceará), que então foi ex-tinto. A Coelce trouxe essa experiência para a Aneel através da entidade nacional das concessionárias e foi feita essa reso-lução para atendê-las, formulada de outra forma. Mas a barreira que surgiu foi nossa oposição. Estamos mobilizados. O próprio José Tadeu da Silva, presidente do Confea, assinou o abaixo-assinado presencial na Soeaa (Semana Oficial da Engenharia, da Arquitetura e da Agronomia, realizada em Teresina, Piauí, entre 12 e 15 de agosto úl-timo), o que carreou milhares de adesões.”

Neumann destaca que enquanto aguardam a audiência com a Presidente da República, já conseguiram agenda com assessores no Palácio do Planalto. “Vamos seguir todos os passos. Em último caso, se houver realmente aprovação dessa resolução, vamos entrar com ações na justiça. A federação já se dis-pôs a fazer isso e o Confea também.” Para Carlos Augusto Ramos Kirchner, diretor do Seesp, esse é um caminho. “Entendemos que se trata de infração contra a ordem econômi-ca, como comprovam documentos elabora-dos pela FNE, muito bem fundamentados.”

Em audiência pública no dia 4 de dezembro, Thereza Neumann ressaltou risco de monopólio, caso resolução seja aprovada.

Manifestação em Brasília contra norma apresentada pela Aneel aponta ameaças com resolução.

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Dirigente da FNE aponta risco de concorrência desleal, o que prejudicaria não os profissionais, mas também os consumidores, que ficariam à mercê das concessionárias.

Atividade teve lançamento da publicação “A CNTU e a luta das mulheres” e do vídeo “Alimentação saudável – contra o uso abusivo de agrotóxicos”.

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À abertura, Murilo Pinheiro (no púlpito) apresentou breve retrospecto das ações da confederação em 2014 e anunciou a criação de 15 novos departamentos da entidade.

Como preparação a que o ano em que se celebrará o bicentenário da Indepen-dência nacional – 2022 – marque o início de uma nova etapa na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, a Con-federação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) tem debatido um projeto para o País com esse horizonte. Esse foi o tema central da 7ª Jornada Brasil Inteligente, realizada em 12 de dezembro, no audi-tório do Seesp, em São Paulo. O evento reuniu 300 participantes, entre os quais dirigentes da FNE, dos Senges a ela filia-dos e das demais entidades das categorias que compõem a confederação – além dos engenheiros, odontologistas, médicos, nu-tricionistas, economistas e farmacêuticos.

A atividade incluiu lançamento da revista “A CNTU e a luta das mulheres” e do vídeo “Alimentação saudável – contra o uso abu-sivo de agrotóxicos”, posse de novos mem-bros do Conselho Consultivo da entidade e plenária desse fórum, apresentação do Coro Martin Luther King e entrega do prêmio Personalidade Profissional aos destaques do ano em cada uma dessas categorias e em Excelência na gestão pública.

À abertura, o presidente da confedera-ção, Murilo Celso de Campos Pinheiro – que também está à frente da FNE –, fez uma breve retrospectiva das ações da entidade em 2014, destacando o de-bate sobre valorização do Ministério do Trabalho e Emprego e ações em defesa dos profissionais liberais representados pela CNTU. Além disso, anunciou a criação de 15 novos departamentos da entidade: alimentação saudável; bioética e direitos humanos; Brasil 2022; cidades e mobilidade; ciência, tecnologia e ino-

vação (C,T & I); conjuntura econômica; cooperativismo; educação continuada; formação sindical; jovem profissional; meio ambiente e Amazônia; mulheres; qualidade na saúde pública; relações internacionais; e valorização profissional.

Na sequência, a vice-presidente da confederação, Gilda Almeida, fez o lan-çamento da publicação “A CNTU e a luta das mulheres”, que apresenta diretrizes para uma política de gênero no sindicalismo de profissionais universitários. Ela lembrou que o trabalho, que culminou com a revista, teve início na comemoração do 8 de março de 2013 – Dia Internacional da Mulher –, quando foi constituído o Coletivo de Mu-lheres da CNTU, da qual é coordenadora. “Consolidamos o compromisso da nossa entidade com a luta pela igualdade de gêne-ro”, observou. Já o vídeo sobre alimentação saudável foi lançado por Ernane Silveira Rosas, presidente da Federação Interes-tadual dos Nutricionistas dos Estados de Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco e São Paulo (Febran). O docu-mentário, explicou ele, tem o propósito de contribuir à reflexão sobre o tema.

O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS/SP) parabenizou, na ocasião, a tra-jetória da CNTU e conclamou os profis-sionais liberais que constituem a entidade

a ajudarem a pensar os grandes desafios do País em 2015. Assim, apresentou como sugestão que a confederação se engaje numa campanha contra o desperdício no consumo de água, energia e alimentos.

Quase 800 cabeçasÀ posse e plenária do Conselho Consul-

tivo, Allen Habert, diretor de Articulação Nacional da CNTU, enfatizou o objetivo da confederação em formar uma rede de lideranças altamente qualificadas para atuarem de forma voluntária no debate e na formulação de proposições que atendam aos interesses dos profissionais universitá-rios regulamentados e à sociedade brasilei-ra, conhecido como “Conselho das 1.000 cabeças”. “Hoje completamos quase 800 conselheiros, entre lideranças sindicais, associativas, empresariais, parlamentares, pesquisadores. Em 2015, vamos trabalhar para chegar às mil cabeças”, disse.

Habert convidou alguns desses conse-lheiros a realizarem o que chamou de “uma jornada laboratorial” para “projetar um Brasil 2022 aqui nesta sala”. Entre os temas abordados, desenvolvimento sustentável, gestão ambiental e Amazônia, bioética e direitos humanos, segurança alimentar, industrialização, mobilidade urbana, uso racional dos medicamentos, universaliza-

ção da banda larga, educação continuada, valorização permanente do salário mínimo, fortalecimento da rede pública de saúde, participação social, entre outros.

ReconhecimentoEncerrando a jornada, foi entregue o

prêmio Personalidade Profissional a Gil-son de Lima Garófalo (na área de Eco-nomia), Marcus Alexandre Aguiar (En-genharia, na ocasião representado por sua esposa, a engenheira civil Gicélia Viana da Silva Melo Aguiar),Waltovanio Cordeiro de Vasconcelos (Farmácia), Eleuses Pai-va (Medicina), Albaneide Peixinho (Nu-trição), José Tadeu de Siqueira (Odon-tologia) e João Guilherme Vargas Netto (Excelência na gestão pública).

Na área de Engenharia, Gicélia Aguiar destacou: “Em menos de 15 anos, Marcus Alexandre Aguiar deixou de ser um ado-lescente carente da periferia de Ribeirão Preto e se tornou prefeito de Rio Branco. Isso nos mostra o quão importante é a formação universitária.” No ensejo, ela leu mensagem do agraciado, que salientou a parceria com o Senge-AC e a FNE – que o indicaram como Personalidade Profissio-nal 2014 na área – na busca do desenvol-vimento sustentável do Acre e do Brasil.

Aplaudido de pé, o analista político e sindical Vargas Netto emocionou a todos ao contar sua rica história de vida na luta por um País justo e democrático. Mineiro nascido no município de Tombos, ao vi-venciar, com apenas 18 anos, um acidente de trem por falta de conservação, percebeu, segundo suas palavras, “que havia injusti-ça”. A partir daí, iniciou sua militância por transformações sociais. Perseguido pela ditadura civil-militar, foi expulso da facul-dade e exilado. Anistiado em 1979, voltou ao Brasil e decidiu ajudar o movimento sindical brasileiro dos trabalhadores.

Confira cobertura completa em www.cntu.org.br

Colaboraram Rosângela Ribeiro Gil e Deborah Moreira

Realizada pela CNTU, sétima edição reuniu 300 participantes que debateram propostas ao País

Jornada por um Brasil inteligenteSoraya Misleh

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Desrespeito ao piso é investigadoA direção do Senge Santa Catarina está atuando firmemente em resposta às denúncias

que tem recebido contra empresas e órgãos públicos que desrespeitam o salário mínimo profissional (SMP) dos engenheiros. Entre os relatos enviados ao sindicato por e-mail, constam queixas contra empresas, como a Reivax, e órgãos do município de Brusque, in-cluindo a administração direta, o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) e o Instituto Brusquense de Planejamento (IBPlan). Esses abriram concurso para contratação de engenheiros com remuneração abaixo do piso da categoria. Também a Prefeitura de São Francisco do Sul ofereceu salário inferior no concurso em 2014. Caso não se chegue a uma solução negociada, o sindicato tomará providências legais para corrigir a situação.

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Eleito Dacal à Presidência do Crea, com apoio do sindicato

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Ribeirão João Leite em pauta no Dia do Engenheiro

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Festa comemora Dia do Engenheiro

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Prioridade à valorização salarial

O Senge-GO manifestou seu repúdio às possibilidades de flexibilizar o Plano de Manejo da Área de Preservação Ambiental (APA) do Ribeirão João Leite, com a ocu-pação do solo no entorno do reservatório de água que é uma importante fonte de abastecimento à população goiana. Para o presidente do sindicato, Gerson Tertuliano, “as autoridades responsáveis precisam se posicionar sobre o tema, pois não é uma questão puramente técnica, mas política”. Por isso, ele apela ao Governo do Estado e ao Ministério Público “para não deixarem que se perpetue esse desatino contra o povo goiano”. Frente a tal fato, no Dia do Engenheiro, 11 de dezembro, o sindicato e a Associação Brasileira de Engenharia Sani-tária e Ambiental (Abes-GO) promoveram a mesa-redonda “Preservação, desenvol-vimento econômico e o impacto social na Bacia Hidrográfica do Ribeirão João Lei-te”, no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia em Goiás (Crea-GO). Além de dirigentes das entidades promotoras, participaram representantes da Universi-dade de São Paulo, do Ministério Público

de Goiás, da empresa Saneamento de Goiás (Saneago), da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos e do Consórcio Intermunicipal das Cidades envolvidas na flexibilização do uso do solo. “O tema é de extrema importância, já que, por ser um bem essencial, a água passa por uma crise em várias regiões do Brasil, e Goiânia tem na bacia a so-lução para o abastecimento público de quase metade da sua população”, atesta Tertuliano. O mediador do encontro foi o diretor do Senge e da Abes nacional, Edson Melo Filizzola.

Preservação, desenvolvimento econômico e impacto social na Bacia do Ribeirão em pauta durante mesa-redonda.

Comemoração é justa homenagem aos profissionais que constroem este país, destacou Berilo Macedo.

Diretoria do Senge-AL comemora sua vitória, pautada na defesa dos interesses da classe e da sociedade.

Presidente do Senge-PI, Antonio Florentino, entregará documento para o governador Wellington Dias em janeiro.

A confraternização em homenagem ao Dia do Engenheiro, 11 de dezembro, foi realizada pelo Senge-MA no Círculo Militar, no dia 13 do mesmo mês. Estiveram presentes José Raimundo Ribeiro, secretário de Estado de In-fraestrutura do Maranhão (Sinfra); Sebastião Djalma, diretor-geral do Departamento Esta-dual de Infraestrutura e Transporte (Deint); os presidentes Edilson Baldez, da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), e Antonio Emanoel Miguez, do Clube de Enge-nharia. Ainda, Cleudson Campos, eleito para comandar o Conselho Regional de Engenha-ria e Agronomia do Maranhão (Crea-MA), entre outros. Durante a festa, o presidente do sindicato, Berilo Macedo, fez um tributo à categoria e sorteou sete cestas natalinas, três tablets e um notebook. Na sua opinião, “é uma justa homenagem aos profissionais que

constroem este país, que dedicam sua vida” a tanto. Para Djalma, do Deint, é preciso “deixar viva a comemoração dessa data que tanto nos orgulha”. Ribeiro, do Sinfra, acrescentou: “A cada dia, os engenheiros encontram novas técnicas para melhorar a vida em sociedade, tudo respira engenharia.”

“O dia 19 de novembro último é um marco para a história da mudança em favor dos pro-fissionais da engenharia e agronomia, uma vez que culminou com a derrota de mandatários que estavam no poder há décadas, usando de

subterfúgios peculiares da hereditária e decré-pita República do Conselho Regional de En-genharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL)”, assegura o presidente do Senge-AL, Disneys Pinto da Silva. Na sua avaliação, o período de campanha do candidato eleito Fernando Dacal foi “limpo, voltado a apresentar propostas em benefício dos profissionais”. Ainda segundo ele, os compromissos assumidos serão coloca-dos em prática a partir de 1º de janeiro de 2015, quando Dacal tomará posse no conselho. “Para nós, profissionais do Sistema Confea/Creas, sua vitória está pautada na esperança de uma gestão honrada e transparente, fazendo valer o que preceitua o Regimento do Conselho, de-fender os interesses dos profissionais da classe e a sociedade alagoana”, comemora Disneys.

Esse será o pedido do Senge-PI ao novo governador do Piauí, Wellington Dias (PT). O sindicato prepara um relatório com pautas prioritárias sobre valorização dos engenheiros e profissionalização e fortalecimento das empresas públicas estaduais. O objetivo é diminuir a ingerência política e alcançar uma gestão técnica maior em instituições como a Águas e Esgotos do Piauí (Agespisa), Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do

Piauí (Emater), Agência de Desenvolvimento Habitacional (ADH) e Instituto de Terras do Piauí (Interpi). Na primeira, a entidade acredita que a redução de diretorias e o uso da meritocracia na ocupação dos cargos são necessários para a próxima gestão. O documento será entregue pelo presidente do sindicato, Antonio Florentino de Souza Filho, no primeiro mês do mandato de Dias. Será reivindicado ainda ajuste no Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) dos engenheiros da administração pública, visto que atualmente esse profissional ingressa por concurso com a remuneração em torno de R$ 2,1 mil. Também será pleiteado reajuste aos profissionais do Departamento de Estrada de Rodagem (DER), que há oito anos estão sem valorização. Na Emater, o governo deverá respeitar o PCCS, conforme a Lei 4.640/93, e instituir um novo plano de carreira, garantindo os direitos adquiridos por essa lei, cumprindo com o piso da categoria.

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EntrEvista

Prestes a iniciar curso de graduação, instituição apoiada pela FNE reinventa ensino de engenharia

Isitec: a ordem é inovar e empreenderRita Casaro e Fábio Pereira

O Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), criado em 2011 e credenciado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2013, recebe a primeira turma de Engenharia de Inovação em 23 de feve­reiro próximo. A instituição, que tem como entidade mantenedora o Seesp e conta com o apoio da FNE, surgiu a partir da necessidade de se formar profissionais aptos a empreender e buscar soluções para

a indústria nacional, que precisa ganhar competitividade. Com esse norte, foi criada uma grade curricular para cinco anos em período integral, que somarão 4.620 horas. E em vez de “despejar” conteú­dos sobre os alunos, a proposta é fazer com que esses “aprendam a aprender”, afirma o seu diretor-geral, Saulo Krichanã Rodrigues. Em entrevista, ele falou sobre o projeto, “desde o início, vencedor”.

Quais são os diferenciais do curso de Engenharia de Inovação que o Isitec oferece a partir deste ano?Estamos tendo uma oportunidade muito rica para qualquer profissional, que é im­plantar um projeto, desde o início, vencedor e muito ousado do Seesp, presidido pelo en­genheiro Murilo Celso de Campos Pinheiro (também à frente da FNE). Seguindo uma necessidade dos mercados de engenharia e tecnologia, o sindicato teve a audácia (no bom sentido) de, junto com a comunidade de engenheiros, apresentar uma proposta de curso de Engenharia de Inovação que foi aprovada por unanimidade e com louvor no MEC no final de 2013. Ele é inédito também na sua matriz curricular. São 4.620 horas, em período integral. Além disso, o aluno terá bolsa integral, não restituível, e ainda recebe auxílio para despesas.

O que haverá de inovador no ensino?Os nossos professores já estão sendo treina­dos na nova forma de ensinar engenharia; com a preocupação de estimular a inovação e empreendedorismo, desde 1º de agosto. O sonho de todo e qualquer docente é poder dizer “as matérias são todas integradas”. E será assim na concepção do Isitec. Os professores estão de fato matriciando os programas para ver como as matérias vão se inter­relacionar. Em algumas aulas, haverá mais de um professor com a turma, devido a essa interação. É uma nova forma de ensinar, e não só o currículo é inovador. Em primeiro lugar, a ideia é superar o pro­cesso antigo em que o professor “ensina”, mas não se sabe se há “aprendizagem”. Não é mais aquela postura do professor

no púlpito, despejando conteúdo, enquanto os alunos fazem de conta que aprendem.

Como é a proposta do Isitec de formar um “multiespecialista”?O aluno entra como engenheiro de inova­ção e vai primeiro apreender os conceitos e as experimentações para depois saber em que ramo da engenharia ele vai querer se aprofundar. Como dizer que alguém é especialista, se a todo momento algo está sendo inventado? É preciso fazer o sujeito aprender sempre. Por isso os pro­fessores estão imersos nesse processo. No primeiro dia de aula, os alunos vão para uma bancada fazer experimentos. Depois, aprenderão teoricamente. Nos anos 1980, ficou famoso “o engenheiro que virou suco”. Havia um desemprego fantástico, e esse profissional abriu uma lanchonete na Avenida Paulista. Crise sempre vai haver,

mas os nossos engenheiros vão estar aptos a enfrentar as dificuldades. Saberão fazer bem mais do que suco, a qualquer tempo... É uma mudança estrutural profunda, que envolve todo o Isitec, inclusive o corpo administrativo da instituição.

E como está o processo seletivo?Em 1º de outubro começou o processo para seleção dos 60 alunos que vão constituir a primeira turma de Engenharia de Inovação e inclusive aí houve uma inovação. Sob a coordenação da Cia. de Talentos, os ins­critos farão um exercício de aptidão lógica online (que iria até 5 de janeiro). Em 22 de janeiro, acontece uma prova presencial, de expressão. E também temos a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Esses três vetores vão selecionar os primei­ros alunos do curso, que tem início no dia 23 de fevereiro de 2015.

O que é a Casa da Inovação?É uma Oscip, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, que foi criada para ser o mecanismo do que se chama “fundo de endowment”, que vai amealhar os recursos necessários para bancar o desenvolvimento do curso de graduação dentro desse contexto de ter uma bolsa integral, não restituível. Ali, receberemos doações de empresas e entidades que queiram contribuir com a proposta da nossa faculdade. A renda desse fundo, como acontece nas universidades americanas ou europeias, é que vai permitir o custeio das atividades da graduação. É preciso prover recursos sempre para manter a qualidade.

Nós somos uma instituição de ensino superior privada sem fins lucrativos, mas não podemos receber doações porque não somos uma instituição de utilidade pública. A Oscip terá estrutura toda apartada da mantenedora e do Isitec. Os recursos que entrarem lá só poderão ser aplicados para o que foi determinado no orçamento, o que dá segurança para quem investe e pereniza o investimento na graduação. Quem investe participa através de um conselho desse fundo, onde acompanhará o desempenho do curso, dos professores e dos alunos.

Como está a área de educação continuada do Isitec?Isso é muito importante. Nós temos maté­rias muito específicas que serão dadas na graduação, que podem ser transformadas num curso de educação continuada e até mesmo a distancia (EAD). Já fizemos o quarto curso sobre iluminação pública; está em andamento a pós­graduação lato sensu em gestão ambiental. Foi dado um curso sobre concessões e parcerias público­­privadas, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em março, começa um curso, em parceria com a Câmara de Comércio Brasil­Ale­manha, sobre gestão energética, também pós­graduação lato sensu. Teremos ainda um MBA de gestão de resíduos sólidos. E estamos desenvolvendo uma plataforma para ensino a distância, que levará o Isitec aonde houver demanda.

Saiba mais sobre o Isitec e o curso de Engenharia de Inovação em www.isitec.edu.br

Saulo Krichanã Rodrigues: “ensino será totalmente integrado.”

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Encontro paralelo à Conferência do Clima da ONU reuniu organizações da sociedade civil

CNTU na Cúpula dos PovosDeborah Moreira

Colocando em pauta as discussões de interesse das populações do mundo que não foram privilegiadas pela COP-20, a Cúpula de Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU), como o papel da agricultura familiar na preservação ambiental e a manutenção e criação de trabalho decente durante o período de redução da produção, a Cúpula dos Povos, promovida paralelamente pela sociedade civil, aconteceu em Lima, no Peru, no período de 8 a 11 de dezembro. Entre os participantes, os representantes da Confe-deração Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), à qual é filiada a FNE.

A atividade ocorreu nos mesmos moldes que a realizada no Brasil em 2012, paralela-mente à Rio+20. Estima-se que pelo menos 10 mil pessoas tenham participado da Mar-cha Mundial em Defesa da Mãe Terra, que ocorreu no dia 10. Nos outros dias, debates, seminários, oficinas, exibição de filmes e exposições rechearam a programação. Ao fi-nal, também foi produzida uma carta que foi entregue ao ministro do Ambiente do Peru e presidente da COP-20, Manuel Pulgar Vidal.

Participando da delegação da confedera-ção que foi ao evento, a farmacêutica Maria Maruza Carlesso defendeu a militância pela sustentabilidade por parte da entidade. “Há uma preocupação muito grande sobre as consequências do aquecimento do planeta, e não tempos mais tempo a perder. Olha só quanto tempo precisou para que China e Estados Unidos reconhecessem que são os maiores poluidores atualmente. Estamos

tomando decisões atrasadas. Infelizmente, não temos mais esse tempo.”

O economista Claudio Manso, do Sin-dicato dos Economistas de São Paulo, também integrou a comitiva e acompanhou discussões sobre mobilidade urbana e sus-tentabilidade. Ele enfatizou: “Já existem muitos programas em curso de cidades sustentáveis. Há muitas experiências que vão contribuir para a redução dos gases. No Brasil, vamos cobrar no Conselho das Ci-dades, do qual faço parte como observador, uma política efetiva de cidade sustentável.”

Para o engenheiro e diretor da FNE, Sebastião Fonseca, a CNTU e a engenharia têm muito a contribuir com a discussão, especialmente no que diz respeito à re-dução das emissões. “Quero estudar mais sobre os fenômenos e essa questão para compreender melhor os impactos. Mas é

fundamental pensar coletivamente. Vamos levar esse debate para a confederação e sensibilizar a todos”, afirmou. Também integraram a comitiva os médicos Maria Rita Assis Brasil e José Menezes.

Avanços tímidosSe a Cúpula dos Povos serviu para ampliar

a articulação em defesa do meio ambiente, o encontro oficial entre chefes de Estado, que se prolongou de 1º a 12 de dezembro, atingiu alguns resultados. A COP-20 foi uma tentativa de pré-acordo, entre 195 países, para evitar que a temperatura do planeta suba mais que 2ºC até o final deste século. Ao término de 2015, ocorrerá outra cúpula das nações, cujo objetivo será produzir um novo acordo global para substituir o Protocolo de Kyoto, de 1997. Esse, que tinha por objetivo maior reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera, responsável pelo aquecimento da Terra, fra-cassou. Estudos divulgados nos últimos anos apontam que as emissões cresceram 50% em relação à década de 1990.

Um sucesso do encontro de Lima foi o inédito acordo firmado por todos os países, incluindo Estados Unidos e China, tradicio-nalmente avessos a tais compromissos, obri-gando-se a apresentar ações para combater o aquecimento global. Pelo “Chamamento de Lima à ação climática”, tais metas deverão ser “quantificáveis” e propostas de forma “clara,

transparente e compreensível por todos”. Ainda de acordo com o texto, esses com-promissos devem ser “ambiciosos” e “justos de acordo com as circunstâncias nacionais”, indicando tarefas maiores para os países ricos, o que foi alvo de resistência por parte desses.

Por outro lado, o documento não contém definições e utiliza palavras diplomáticas como “intenção” e “encoraja” no lugar de “decide” ou “define”. Assim faltaram reso-luções relativas a desmatamento, inovações industriais e investimentos em energias renováveis, medidas efetivas para conter o aquecimento. A metodologia que será utili-zada pelos países para formular suas metas de redução de emissões, as Contribuições Internacionais Determinadas (INDCs, na sigla em inglês), deverá ser acordada entre

as nações até outubro de 2015. Também fra-cassou a tentativa de estimular os países ricos a anunciarem medidas para conter a emissão de poluentes até 2020, ano em que deverá passar a valer o próximo acordo global.

“O mais complicado e, por outro lado, importante é que os acordos da ONU não são votados. É preciso que haja consenso. Isso exige uma costura mais trabalhosa e meticu-losa entre a diplomacia”, pondera Fonseca.

Acesse o documento final da Cúpula dos Povos em http://twixar.me/fjl e da COP-20 em http://twixar.me/QXl .

No COP-20, avanços foram modestos, sem resoluções relativas a desmatamento, inovações industriais e investimentos em energias renováveis, entre outras medidas para conter aquecimento global.

Integrando comitiva da CNTU, Maria Maruza Carlesso e Claudio Manso.

Sebastião Fonseca: engenharia tem muito a contribuir.

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