organização e gestão escolar - municipalização

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Organização e Gestão Escolar Municipalização do Ensino” Prof. António Neto Mendes

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Organização e Gestão Escolar

“Municipalização do Ensino” 

Prof. António Neto Mendes

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Questão para desenvolvimento do trabalho 

O que terá motivado o contínuo processo de descentralização dopoder em relação à educação e a possível

“municipalização ”?

Conhecer o papel/competências do município dos municípios na

actualidade e perspectivas futuras.

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Após o 25 de Abril

Pela construção de edifícios,

Manutenção dos equipamentos do ensino primário e pré-escolar, Transportes escolares,

Ocupação dos tempos livres,

Acções de cariz social;

Equipamentos para educação de base de adultos

O Decreto-lei n.º 77/84,será considerado o primeiro actolegislativo a delegar funções nos municípios,

Decreto-Lei n.º 299/84 - transportes escolares;Decreto-Lei n.º 399-A/84, de 28 de Dezembro, referente à acção social

escolar. 

Contudo,

1ª Fase - Não tem qualquerparticipação ao nível da“definição ou gestão dosprojectos educativos” 

(Fernandes, 2004).

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Descentralizar,

desconcentrar e diversificaras estruturas e acçõeseducativas.

Proporcionar uma correctaadaptação às realidades;

Um elevado sentido de participaçãodas populações;Uma adequada inserção no meiocomunitário e,Níveis de decisão eficientes.

Foi considerada o “motor” da legislação que atribui aos municípios

responsabilidades no âmbito da educação (Prata, 2004).

2ª Fase - papel de executordas tarefas delegadas pelo

estado central (Fernandes,

2004).

Com a Lei de Bases do Sistema

Educativo 

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 Mudança?

Finais da década de noventa - terá tido inicio uma nova fase

(Fernandes, 2004; Pinhal, 2004 e Prata, 2004),

O DL nº115-A/98, que pretende “favorecer decisivamente a dimensão local daspolíticas educativas e a partilha de responsabilidades” 

Atribui aos municípios uma série de competências, relacionadas com a gestão dosistema educativo local.

3ª Fase  –  reforçar o

papel do município comoparceiro educativo local

(Fernandes, 2004).

Intervenção na constituição de agrupamentos de escolas;

Participação na gestão do sistema educativo local;

A criação dos Conselhos Locais de Educação.

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  Elaboração da carta escolar;

Criação dos Conselhos Locais de Educação

È através desta lei que a intenção anterior se concretiza:

Lei nº 159/99, no artigo 19 no ponto 2

Passam a ter um papel mas participativo na

gestão dos projectos educativos

Mudança?

Mas, apenas em 2003 se concretizou, através Decreto-lei nº 7/2003.Procedeu à regulamentação da Carta Educativa e do Conselho Municipal deEducação

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O Decreto-Lei nº 7/2003 – “organização de actividades de complementocurricular” - Despacho nº 12 591/2006 - AEC’s 

Ano lectivo2006/2007

Actividade físicae desportiva

ExpressãoplásticaMúsicaInglês

AEC’s 

Promovidas por:

autarquias locais

associações de pais e encarregados deeducaçãoIPSS (Instituições Particulares deSolidariedade Social)agrupamentos de escolas

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Competências (adaptado de Prata, 2004) 

Domínio Competências municipais Níveis de Ensino

Edifícios Construção, apetrechamento e

manutenção dos estabelecimentos.

Pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico

Ação social escolar Assegurar os transportes escolares 1º,2º e 3º ciclos do ensino básico

Garantir alojamento aos alunos 1º ciclo do ensino básico

Apoio às crianças no diz respeito à ação

social escolar

Préescolar e 1º ciclo

Assegurar a gestão dos refeitórios Préescolar e 1º ciclo

Actividade sócioeducativa Apoiar o desenvolvimento de actividades

complementares de ação educativa

Préescolar e 1º ciclo

Educação extraescolar Participar no apoio à educação

extraescolar

Educação extraescolar

Recursos humanos Gestão do pessoal não docente Préescolar e 1º ciclo

Autonomia, administração e gestão Participar no processo de constituição dosagrupamentos

Préescolar, ensinos básicos e secundário

Participar nos órgãos de direcção dos

estabelecimentos de ensino

Préescolar, ensinos básicos e secundário

Intervenção nos contratos de autonomia de

escola

Préescolar, ensinos básicos e secundário

Administração local do sistema

educativo

Carta educativa e Conselhos Municipais

de Educação

Todos os níveis e os restantes parceiros

da comunidade

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Intervenções para além das competências

Existem muitos municípios que não cumprem apenas o que a lei manda. Podem

intervir em outras áreas, como:

A atribuição de bolsas de estudo a estudantes do ensino secundário,

profissional e superior ou mesmo apoio á docência das áreas de expressões do 1º

ciclo do ensino básico;

Projectos sócio educativos que oferecem às escolas e aos estudantes;

Promotores e dinamizadores de escolas profissionais.

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O que terá motivado o contínuo processo de descentralização do poder em

relação à educação e a possível “municipalização ”? 

Esta intervenção não foi “uma consequência directa e linear da

evolução da legislação sobre a administração do sistema educativo eformativo” (Neto-Mendes, 2007).

Escassez de recurso nas escolas ou instituições educativas - optimização de recursoscriados ou já existentes na comunidade;

Alargamento dos horizontes dos próprios autarcas;

Os cidadãos, passaram a assumir um papel preponderante e motivador - ofortalecimento e desenvolvimento das autarquias e da sua função;

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• A descentralização efectiva e autonomia do sistema educativo;

• A política educativa local possa intervir em assuntos cuja influência educativa éreconhecida (por exemplo, equipamentos colectivos e programas culturais);

• Uma organização flexível de serviços e projectos;

• A criação de um fórum de participação local.

O futuro da “municipalização” (Fernandes, 2004)

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Futuro da “Municipalização” 

No entender do professor Neto -Mendes (2007), isto é desejável. Mas considera quedevem existir limites para que ocorra.

1º- multiplicação das propostas de intervenção e animação socioeducativa

(…), resistindo ao facilitismo que algumas soluções de mercadoaparentemente representam;

2º - privilegie a orientação “educativa” e formativa da intervenção

municipal, em detrimento da tentação de “escolarizar”; 

3º - “a intervenção municipal não signifique negação ou atropelo daautonomia dos estabelecimentos públicos de educação e ensino (…); 

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“Não se pode falar numa verdadeira

municipalização, porque como vimos, isto

implicaria uma descentralização mais efetivados poderes, conferindo maior autonomia aos

municípios, nomeadamente em matériacurricular”. (Pereira, 2010) 

Gestão municipal da educação

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“Municipalização”? 

“Em primeiro lugar, o aumento da taxa de escolarização dos

 jovens e o reforço das qualificações dos Portugueses, com oapoio da requalificação do parque escolar e das condições detrabalho nas escolas”(Programa eleitoral do Partido Socialista - PORTUGAL 2015: SETE DESAFIOS ESTRATÉGICOS).

“Uma nova agenda para a descentralização deve contemplar atransferência de novas competências para os municípios em váriosdomínios (ambiente, cultura, ordenamento do território), mas, de formavincada e prioritária nas áreas seguintes:

Educação: a transferência para os Municípios das competências emmatéria de construção e manutenção das escolas e de instalação eacompanhamento da gestão dos estabelecimentos do ensino básico”

(PROGRAMA ELEITORAL DO PARTIDO SOCIAL DEMOCRATAELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2011).

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Reflexões finais•

Verificamos que ao longo do tempo muitas têm sido as alterações feitasao nível do ensino.

• Envolvimento dos municípios na educação varia, enquanto que algunsapenas exercem as funções a que a lei os obriga, outros vão para alémdessas obrigações actuando também em áreas para as quais não são

solicitados por lei.• Não se pode falar em “municipalização” como algo efectivo, uma vez que

ainda não existe.

• No entanto prevê-se que possa vir a ser uma realidade futura, com a taxade alunos a aumentar bem como a extensão da escolaridade obrigatória

até ao 12º ano, será necessária uma descentralização efectiva do poder.

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Reflexões finais

• Quanto á questão colocada, podemos concluir que,

 – poderá ter sido o aumento de alunos nos estabelecimentos de ensino;

 – O aumento do interesse e participação dos pais e encarregados de educaçãona vida escolar dos seus educandos que levou o Estado a proporcionar ásautarquias algum poder no ramo educativo local;

 – Por razões politicas (interesse dos próprios autarcas na reeleição).

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Bibliografia

• Fernandes, A. S. (2004). Município, Cidade e Territorialização Educativa Politicas

e gestão local da educação (pp. 35-43). Aveiro.

• Pinhal, J. (2004). Os Municípios e a provisão pública de educação Politicas e gestão

local da educação (pp. 45-60). Aveiro.

• Prata, M. (2004). Autarquias e educação: das competências legais às competências

morais - uma intervenção emergente Politicas e Gestão local da educação

(Universidade de Aveiro ed., pp. 173-190). Aveiro.

• Neto-Mendes, A. (2007, 11 a 14 de Novembro). A participação dos Municípiosportugueses na Educação e a reforma do Estado – elementos para uma reflexão. V

Congresso Luso Brasileiro de Politica e Administração da Educação.