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ORGANIZAO DA AGU RESUMO POR QUESTES AGU/PGF/PFN

ORGANIZAO DA AGU RESUMO POR QUESTES AGU/PGF/PFNORGANIZAO DA AGU1. ERRADO A disciplina constitucional da Advocacia-Geral da Unio trazida principalmente pelos arts. 131 e 132 da CF/88.

A resoluo da assertiva passa pela anlise do art. 131 da CF/88, verbis: A Advocacia-Geral da Unio a instituio que, diretamente ou atravs de rgo vinculado, representa a Unio, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organizao e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurdico do Poder Executivo.

Veja-se que no h incumbncia de consultoria e assessoramento jurdico dos Poderes Judicirio e Legislativo, mas to somente do Executivo. Este o erro da assertiva.

Comentrio Extra: muito importante que o candidato memorize os arts. 131 e 132 da CF/88.

2. ERRADO A Advocacia-Geral da Unio faz a representao da Unio judicial e extrajudicial (art. 131, caput, da CR).

3. CERTO Assim como o modelo adotado na Itlia (avvocatura dello Stato), a Advocacia-Geral da Unio cumula entre suas funes a de representao da Unio judicial e extrajudicialmente, bem como a de consultoria jurdica de rgos da administrao pblica. Tais atribuies da AGU esto previstas tanto na Constituio da Repblica (art. 131, caput), como em sua Lei Orgnica (art. 1, caput e pargrafo nico da Lei Complementar n. 73/93).

Comentrio Extra: O Supremo Tribunal Federal tambm reconhece essa dupla funo da AGU, o que inferimos de julgado versando sobre a obrigatoriedade de o Advogado-Geral da Unio defender a constitucionalidade de norma ou ato inquinado, em tese, de vcio de inconstitucionalidade (ADI 97-QO/RO, Rel. Min. Moreira Alves, DJ, 1, de 30.3.1990, p. 223 e ADI 1.350-5/RO, Rel. Min. Celso de Mello, DJ, 1, de 7.8.1996). Tal funo no gera nenhuma contradio com a atribuio do AGU em prestar consultoria ao Poder Executivo. Ou seja, no h qualquer contradio pelo exerccio do Advogado-Geral da Unio de empreender defesa, simultnea, da Constituio da Repblica (na consultoria do Poder Executivo) e do ato inconstitucional (nas aes de constitucionalidade).

4. CERTO A assertiva praticamente transcreve o art. 131, 2, da CF.

5. ERRADO De acordo com o art. 21, 4, da LOAGU, a Ordem dos Advogados do Brasil representada na banca examinadora dos concursos de ingresso nas carreiras da Advocacia-Geral da Unio, sem especificar a fase do concurso. O Conselho Superior da AGU (CSAGU), no exerccio da competncia de fixao dos critrios disciplinadores dos concursos das carreiras da AGU, editou a Resoluo n. 1, de 14 de maio de 2002, que em seu art. 34 determina que da banca examinadora participar necessariamente um representante da OAB.

6. CERTO 7. ERRADO Conforme se infere do art. 131, 1, da CR e do art. 3, caput, da Lei Complementar 73/93, o Advogado-Geral da Unio escolhido pelo Presidente da Repblica, por livre-nomeao, preenchvel por cidados maiores de trinta e cinco anos, de notvel saber jurdico e reputao ilibada. V-se, assim, que o tratamento constitucional dado ao Advogado-Geral da Unio indubitavelmente mais rigoroso que aos demais Ministros de Estado (brasileiros maiores de vinte e um anos e no exerccio dos direitos polticos art. 87). importante salientar, tambm, que a Constituio da Repblica no contempla a exigncia de arguio pblica e aprovao do Senado Federal para a nomeao, pelo Presidente da Repblica, do Advogado-Geral da Unio.

8. ERRADO O Advogado-Geral da Unio ser julgado, em caso de crime de responsabilidade, pelo Senado Federal (art. 52, II, da CR). Quanto aos crimes comuns, caber ao STF tal competncia (art. 102, I, c da CR).

Comentrio Extra: Os demais Ministros de Estado somente sero julgados pelo Senado Federal se o crime de responsabilidade cometido for conexo com o Presidente da Repblica ou seu vice (art. 52, I, da CR).

9. CERTO Anteriormente promulgao da Constituio Federal de 1988, a representao judicial da Unio ficava precipuamente a cargo do Ministrio Pblico da Unio, o que ocorreu at que a carreira fosse organizada pela LC 73/93 (exceto com relao s causas de natureza fiscal, que passaram imediatamente PGFN, por fora do art. 29, 5, do ADCT). Com a nova ordem constitucional e a criao da AGU, o ADCT previu no art. 29, 2, a possibilidade de opo retratada na assertiva em comento.

10. CERTO A Lei Complementar n. 73/93 veio regulamentar o art. 131, da Constituio da Repblica. Em linhas gerais, a LC n. 73/93 tem como escopo a estruturao de toda carreira da Advocacia-Geral da Unio, discriminando seus rgos componentes, bem como seus membros. Outras questes no mbito da AGU, alm dessa estruturao, no se destinam mencionada lei complementar, constituindo-se de normas ordinrias, cuja alterao e revogao so de atribuio da prpria legislao ordinria. Este tema foi apreciado internamente, tendo sido aprovado, pelo ento Advogado-Geral da Unio Gilmar Ferreira Mendes, o parecer GM 023, que consolidou o entendimento de que a Lei Complementar n. 73 extravasou matrias reservadas lei ordinria, dentre as quais esto aquelas que tratam da criao de cargos, matria esta atribuda, pela Carta, lei ordinria (cf. art. 48, X).

Comentrio Extra: o STF corroborou este entendimento no julgamento da ADI 2.713 em 18.12.2002.

11. ERRADO Vejamos a estrutura bsica trazida pelo art. 2, da LOAGU:

Art. 2 A Advocacia-Geral da Unio compreende:

I rgos de direo superior:

a) o Advogado-Geral da Unio;

b) a Procuradoria-Geral da Unio e a da Fazenda Nacional;

c) Consultoria-Geral da Unio;

d) o Conselho Superior da Advocacia-Geral da Unio; e

e) a Corregedoria-Geral da Advocacia da Unio;

II rgos de execuo:

a) as Procuradorias Regionais da Unio e as da Fazenda Nacional e as Procuradorias da Unio e as da Fazenda Nacional nos Estados e no Distrito Federal e as Procuradorias Seccionais destas;

b) a Consultoria da Unio, as Consultorias Jurdicas dos Ministrios, da Secretaria-Geral e das demais Secretarias da Presidncia da Repblica e do Estado-Maior das Foras Armadas;

III rgo de assistncia direta e imediata ao Advogado-Geral da Unio: o Gabinete do Advogado-Geral da Unio.

Conforme se observa, a Consultoria-Geral da Unio um rgo de direo superior, e no um rgo de execuo (art. 2, I, c, da LOAGU).

12. ERRADO da competncia do advogado-geral da Unio fixar a interpretao da Constituio e dos demais atos normativos, uniformizando o procedimento dos rgos e entidades da administrao federal (art. 4, X e XI, da Lei Complementar n. 73/93).

13. CERTO A assertiva praticamente transcreve o art. 4, XI, da LOAGU.

14. ERRADO A questo est errada somente na sua parte final. Isso porque, de acordo com o art. 1, caput, da Lei n. 9.469/97, com redao dada pela Lei n. 11.941/2009, a realizao de acordos ou transaes por parte do Advogado-Geral da Unio independe da matria (na assertiva, patrimnio imobilirio da Unio), mas somente h o limite quanto ao valor financeiro (at quinhentos mil reais).

importante salientar que h tambm a possibilidade de celebrao de acordo quando se ultrapasse o limite acima descrito, mas, nesse caso, imprescindvel a expressa autorizao do Ministro de Estado ou do titular da Secretaria da Presidncia da Repblica a cuja rea de competncia estiver afeto o assunto, excludo o caso das empresas pblicas no dependentes que necessitaro apenas de prvia e expressa autorizao de seu dirigente mximo (art. 1, pargrafo nico, da Lei n. 9.469/97, com redao dada pela Lei n. 11.941/2009).

15. CERTO A assertiva estampa deciso do STJ, na qual se entende como (...) justa causa para promover a abertura de processo administrativo disciplinar a existncia de indcios de manifestaes jurdicas de membro da Advocacia-Geral da Unio que se apresentem, de forma sistemtica, contrrias a pareceres normativos da AGU, aprovados pelo Presidente da Repblica. (MS 13.861/DF 2008/0216189-4, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 22.3.2010).

16. ERRADO 17. CERTO 18. CERTO 19. CERTO Nos termos do art. 131, 3, da CR, as atividades de execuo da dvida ativa de natureza tributria da Unio cabem Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. De acordo, ainda, com o art. 13 da LOAGU, a PGFN tambm desempenha as atividades de consultoria e assessoramento jurdicos no mbito do Ministrio da Fazenda e seus rgos autnomos e entes tutelados.

Nos termos do art. 12, caput, da Lei Complementar n. 73/93, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional integra a AGU, mas se subordina administrativamente ao Ministro de Estado da Fazenda. Conforme disposto no art. 12, V, da Lei Complementar n. 73/93, compete Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional representar a Unio em causas de natureza fiscal, as quais nem sempre geram crditos tributrios.

20. CERTO Preceitua o art. 12, II, da Lei Complementar n. 73/93, que compete Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional representar privativamente a Unio, na execuo de sua dvida ativa de carter tributrio. Portanto, se tal competncia privativa, certo que cabe delegao (se no coubesse delegao, seria exclusiva). Exemplo disso a possibilidade de delegao conferida Procuradoria-Geral Federal para atuar perante a Justia do Trabalho na execuo das contribuies previdencirias, de imposto de renda retido na fonte e de multas impostas aos empregadores pelos rgos de fiscalizao das relaes do trabalho (art. 16, 3, II da Lei n. 11.457/2007).

21. ERRADO Conforme discutido nos comentrios s assertivas 24 a 31, a PGFN desempenha as atividades de consultoria e assessoramento jurdicos no mbito do Ministrio da Fazenda e seus rgos autnomos e entes tutelados (art. 13, caput, da LOAGU).

22. CERTO A assertiva baseou-se no disposto no art. 13, III, do Decreto-lei n. 147, de 3 de fevereiro de 1967 (Lei Orgnica da PGFN). Esse diploma permanece em vigor, naquilo que no for incompatvel com a LOAGU.

23. CERTO Art. 10, IV, c, do Decreto-lei n. 147/67.

24. CERTO A Escola Superior da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional foi instituda pela Portaria n. 345, de 30 de maio de 2003, como rgo do Gabinete do Procurador-Geral da Fazenda Nacional. O art. 1, 2, do Regimento Interno aprovado pela referida Portaria, determina que os cargos de direo da Escola Superior da PGFN so privativos de membros da carreira de Procurador da Fazenda Nacional, devendo a escolha recair, preferencialmente, entre Procuradores com comprovada experincia no ensino superior.

25. ERRADO Esta assertiva inicialmente foi considerada incorreta pelo gabarito preliminar. De fato, anteriormente criao da Procuradoria-Geral Federal, a representao e a assessoria jurdica das entidades da administrao federal indireta em regra eram exercidas pelos chamados procuradores autrquicos. Consubstanciavam-se em advogados concursados ou no (credenciados), que exerciam a representao jurdica das entidades da administrao federal indireta de forma difusa. Atualmente, a Procuradoria-Geral Federal considerada como rgo vinculado da Advocacia-Geral da Unio (arts. 17 e 18, da LOAGU, e art. 9, da Lei n. 10.480/2002). Entretanto, o item foi corretamente anulado pelo CESPE, sob a seguinte justificativa: anulado por conter afirmao genrica que no se enquadra verdade dos fatos. Anteriormente criao da Procuradoria-Geral Federal coexistiam duas formas de defesa das entidades da administrao indireta, uma delas realizada por seus advogados prprios, procuradores vinculados diretamente autarquia, a qual perdurou por muitos anos; em outro momento (a partir de 2002), a lei permitiu que o Advogado Geral da Unio nomeasse advogados da Unio para atuar na defesa das entidades autrquicas, mantida, ainda, a presena dos procuradores das autarquias e fundaes.

26. ERRADO Depois de adquirida a estabilidade, os membros da Advocacia-Geral da Unio no gozaro das mesmas garantias dos membros estveis do Ministrio Pblico da Unio (vide art. 128, 5, I, da CR). No que tange vitaliciedade, por exemplo, tal prerrogativa no se destina aos membros da AGU, diferentemente do que ocorre aos membros do Ministrio Pblico. A vitaliciedade um vnculo mais forte que a mera estabilidade, pois, naquele caso, a perda do cargo somente se d aps sentena judicial transitada em julgado. Por outro lado, a perda do cargo de servidor estvel, limita-se a garantir regular processo administrativo.

27. CERTO A questo reproduz fielmente o texto da Orientao Normativa AGU n. 27, de 9 de abril de 2009. Vale lembrar que existe vedao expressa ao exerccio da advocacia privada aos membros da AGU, dada pelo art. 28, I, da Lei Complementar n. 73/2003. No entanto, com o fim de proteger o interesse social (advocacia pro bono), bem como o interesse privado/individual do membro da AGU (desde que no seja contra a Administrao Federal Direta ou Indireta), a regra admite tais excees.

Comentrio Extra: A advocacia pro bono est regulamentada pela Portaria AGU n. 758, de 9 de junho de 2009, que, em linhas gerais, assim determina:

Art. 1 O exerccio da advocacia pro bono por ocupantes de cargos efetivos de Advogado da Unio, Procurador da Fazenda Nacional, Procurador Federal, Procurador do Banco Central ou integrante dos quadros suplementares de que trata o art. 46 da Medida Provisria n. 2.229-43, de 2001, dar-se- nos termos desta Portaria.

Art. 2 Considera-se pro bono, para os fins desta Portaria, o exerccio da advocacia de forma voluntria, eventual e sem qualquer remunerao ou vantagem.

28. CERTO 29. ERRADO Nos termos do art. 4, IV, da Lei Complementar n. 73/93, atribuio do Advogado-Geral da Unio defender, nas aes diretas de inconstitucionalidade, a norma legal ou ato normativo, objeto de impugnao. A tarefa do Advogado-Geral da Unio, ao atuar em Aes Diretas de Inconstitucionalidade, exclusivamente defensiva, velando pela preservao da constitucionalidade dos atos normativos, atuando como verdadeiro curador da presuno de constitucionalidade da lei. No STF, consolidou-se ao longo dos anos entendimento de que o Advogado-Geral da Unio no pode posicionar-se em desfavor da lei cuja inconstitucionalidade foi postulada pelo autor da ADI, pois o munus que a Constituio lhe reservou impede-o de admitir a invalidade da norma impugnada (STF, Pleno, AgRg em ADI 1.245-1/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de 19.9.1997). No entanto, o prprio Pretrio Excelso admitiu a existncia de uma exceo, quando firmou entendimento de que o Advogado-Geral da Unio no est obrigado a defender tese jurdica se sobre ela o STF j fixou entendimento pela sua inconstitucionalidade (ADI 1.616). No tocante questo 28, o enunciado indica que no houve um posicionamento prvio sobre a prpria norma impugnada, mas sim sobre outras semelhantes em ADI diversas (por isso, a utilizao da expresso tese jurdica). Aparentemente, a banca examinadora adotou entendimento de que o AGU deve a priori defender o ato ou norma impugnados, mas no est obrigado a defender tese contrria se j pacificada pelo STF. Nesse ponto, est o detalhe da questo: a expresso caso anlogo (no singular) contida na assertiva a tornou correta. No julgamento da ADI 1.616, transpareceu no voto do relator, Ministro Maurcio Corra, que a aludida dispensa de atuao do AGU deve se basear em reiterada jurisprudncia e entendimento consolidado no STF, no em um nico caso concreto similar. Observe-se que, apesar de no ter sido mencionado na questo, a inconstitucionalidade desse ato isolado pode ter sido declarada via controle difuso, no qual o AGU no intimado a se manifestar. Permaneceria, assim, a necessidade de defesa do ato normativo ou norma legal.

A questo 29 foi inicialmente considerada correta no gabarito preliminar e, aps os recursos, alterada para incorreta no gabarito definitivo. A banca examinadora provavelmente se valeu do julgamento da Questo de Ordem suscitada na ADI 3.916, em que a maioria dos Ministros presentes ao julgamento entende que a AGU teria autonomia para agir e se manifestar pela convenincia da constitucionalidade e no da lei, de modo que a Advocacia-Geral deveria ter a oportunidade de escolher como se manifestar, defendendo, inclusive, a prpria inconstitucionalidade da norma[1]. Todavia, pesquisa jurisprudncia do STF revela que o tema ainda muito nebuloso, inclusive com existncia de julgado recente que parece contradizer o que foi decidido na ADI 3.916. No julgamento da ADI 3.413, o Min. Marco Aurlio defendeu que (...) incumbe ao advogado-geral da Unio a defesa do ato ou texto impugnado na ao direta de inconstitucionalidade, no lhe cabendo emisso de simples parecer, a ponto de vir a concluir pela pecha de inconstitucionalidade (ADI 3.413, Rel. Min. Marco Aurlio, j. em 1.6.2011, Plenrio, DJE de 1.8.2011). imprescindvel que o candidato fique atento evoluo das discusses sobre o tema no STF.

30. ERRADO 31. ERRADO O Advogado-Geral da Unio s se manifestar no trmite de Ao Direta de Inconstitucionalidade, nos termos do art. 8, da Lei n. 9.868/99. Assim, no h previso legal para que o AGU seja citado em todas as aes de inconstitucionalidade.

Comentrio Extra: A tarefa do Advogado-Geral da Unio, ao atuar em Aes Diretas de Inconstitucionalidade, exclusivamente defensiva, velando pela preservao da constitucionalidade dos atos normativos (ADI 97-QO/RO, Rel. Min. Moreira Alves, DJ, 1, de 30.3.1990). Dado seu carter de atuao defensiva, no h sentido em se manifestar em todas as aes de inconstitucionalidade, dado o princpio de presuno de constitucionalidade das normas.

32. CERTO 33. ERRADA O tema das questes em comento foi objeto do MS 24631/DF, de relatoria do Min. Joaquim Barbosa, julgado em 9.8.2007. Por sua importncia, transcrevemos na ntegra o acrdo: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONTROLE EXTERNO. AUDITORIA PELO TCU. RESPONSABILIDADE DE PROCURADOR DE AUTARQUIA POR EMISSO DE PARECER TCNICO-JURDICO DE NATUREZA OPINATIVA. SEGURANA DEFERIDA. I. Repercusses da natureza jurdico-administrativa do parecer jurdico: (i) quando a consulta facultativa, a autoridade no se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder de deciso no se altera pela manifestao do rgo consultivo; (ii) quando a consulta obrigatria, a autoridade administrativa se vincula a emitir o ato tal como submetido consultoria, com parecer favorvel ou contrrio, e se pretender praticar ato de forma diversa da apresentada consultoria, dever submet-lo a novo parecer; (iii) quando a lei estabelece a obrigao de decidir luz de parecer vinculante, essa manifestao de teor jurdico deixa de ser meramente opinativa e o administrador no poder decidir seno nos termos da concluso do parecer ou, ento, no decidir. II. No caso de que cuidam os autos, o parecer emitido pelo impetrante no tinha carter vinculante. Sua aprovao pelo superior hierrquico no desvirtua sua natureza opinativa, nem o torna parte de ato administrativo posterior do qual possa eventualmente decorrer dano ao errio, mas apenas incorpora sua fundamentao ao ato. III. Controle externo: lcito concluir que abusiva a responsabilizao do parecerista luz de uma alargada relao de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do qual tenha resultado dano ao errio. Salvo demonstrao de culpa ou erro grosseiro, submetida s instncias administrativo-disciplinares ou jurisdicionais prprias, no cabe a responsabilizao do advogado pblico pelo contedo de seu parecer de natureza meramente opinativa. Mandado de segurana deferido.

34. CERTO A LOAGU estabelece em seu art. 11, III, que s Consultorias Jurdicas compete fixar a interpretao da Constituio, das leis, dos tratados e dos demais atos normativos a ser uniformemente seguida em suas reas de atuao e coordenao quando no houver orientao normativa do Advogado-Geral da Unio.

35. CERTO A banca examinadora adotou a doutrina de Hely Lopes Meirelles, que conceitua parecer como manifestaes de rgos tcnicos sobre assuntos submetidos sua apreciao, o qual tem carter meramente opinativo, no vinculando a Administrao ou os particulares sua motivao, salvo se aprovado por ato subsequente. Assim, arremata o autor aduzindo que o que subsiste como ato administrativo no o parecer, mas, sim, o ato de sua aprovao, o que poder revestir a modalidade normativa, ordinatria, negocial ou punitiva[2].

36. E O STF apreciou o tema no julgamento do MS 24.073-3-DF, julgado 6.12.2002: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS. TOMADA DE CONTAS: ADVOGADO. PROCURADOR: PARECER. C.F., art. 70, parg. nico, art. 71, II, art. 133. Lei n. 8.906, de 1994, art. 2, 3, art. 7, art. 32, art. 34, IX. I. Advogado de empresa estatal que, chamado a opinar, oferece parecer sugerindo contratao direta, sem licitao, mediante interpretao da lei das licitaes. Pretenso do Tribunal de Contas da Unio em responsabilizar o advogado solidariamente com o administrador que decidiu pela contratao direta: impossibilidade, dado que o parecer no ato administrativo, sendo, quando muito, ato de administrao consultiva, que visa a informar, elucidar, sugerir providncias administrativas a serem estabelecidas nos atos de administrao ativa. Celso Antnio Bandeira de Mello, Curso de Direito Administrativo, Malheiros Ed., 13 ed., p. 377. II. O advogado somente ser civilmente responsvel pelos danos causados a seus clientes ou a terceiros, se decorrentes de erro grave, inescusvel, ou de ato ou omisso praticado com culpa, em sentido largo: Cd. Civil, art. 159; Lei n. 8.906/94, art. 32. III. Mandado de Segurana deferido.

37. CERTO Conforme j trazido anteriormente, em geral o parecer meramente opinativo. Todavia, por se tratar de um ponto de vista tcnico, no pode o administrador simplesmente ignorar o entendimento exposto no parecer. Entendemos aplicvel, neste caso, o disposto no art. 50, VII, que exige motivao: os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatrios oficiais.

38. ERRADO A situao descrita na assertiva refere-se a ato administrativo que impe sano, portanto, deve ser necessariamente motivado (art. 50, II, da Lei n. 9.784/99). Todavia, a mera aposio da expresso de acordo, baseada em parecer devidamente motivado, no imprime nulidade ao ato administrativo, uma vez que este expediente autorizado pelo art. 50, 1, da Lei n. 9.784/99: A motivao deve ser explcita, clara e congruente, podendo consistir em declarao de concordncia com fundamentos de anteriores pareceres, informaes, decises ou propostas, que, neste caso, sero parte integrante do ato.

Comentrio Extra: Este tema j foi apreciado pelo STF no AI-AgR 237639/SP, de relatoria do Min. Seplveda Pertence (DJ 19.11.1999), cuja ementa segue transcrita: Servidor pblico: demisso: motivao do ato administrativo. Nada impede a autoridade competente para a prtica de um ato de motiv-lo mediante remisso aos fundamentos do parecer ou relatrio conclusivo elaborado, como na espcie, por autoridade de menor hierarquia.

39. CERTO De acordo com o art. 40, da LOAGU, os pareceres do Advogado-Geral da Unio so submetidos aprovao do Presidente da Repblica. A assertiva em comento retrata o disposto no 1 desse dispositivo.

Comentrio Extra: O parecer aprovado, mas no publicado, obriga apenas as reparties interessadas, a partir do momento em que dele tenham cincia (art. 40, 2, da LOAGU).

40. CERTO A assertiva praticamente transcreve o disposto no art. 18, 4, do Decreto-lei n. 147/67.

41. B A) Conforme j visto, a AGU presta servios de consultoria e assessoramento apenas ao Poder Executivo.

B) Reproduo do art. 131, 3, da CF/88.

C) Na prova aplicada no concurso de 2007, a ESAF inseriu idntica alternativa. Conforme visto anteriormente, no se exige a aprovao do Senado Federal para a nomeao do Advogado-Geral da Unio (art. 131, 1, da CF/88).

D) O art. 131, 2, da CF/88 no faz qualquer ressalva exigncia de concurso pblico de provas e ttulos para ingresso nos quadros da carreira. Quando da criao da Procuradoria-Geral Federal, houve a unificao das diversas carreiras de Procurador Autrquico, Advogado Procurador e de Assistentes Jurdicos antes existentes e vinculados s respectivas entidades da administrao descentralizada, com exceo da carreira de Procurador do Banco Central do Brasil. Entretanto, o aproveitamento destes servidores pressups sua aprovao em concurso pblico, sob pena de burla ao comando constitucional em anlise.

E) A representao da Unio perante o Supremo de competncia exclusiva do Advogado-Geral da Unio, conforme se extrai dos arts. 4, III, e 35, I, da LOAGU.