ordem dos advogados de moÇambique · igualdade e dignidade do ser humano. a vida e obra de nelson...

17
Boletim INFORMATIVO ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE ou facebook.com/ordemdosadvogadosdemocambique www.oam.org.mz CANAIS DE INFORMAÇÃO: 20 DEZEMBRO 2013 Edição Festas Felizes & Um Próspero Ano Novo O NOVO REGIME JURÍDICO DA INSOLVÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE AGENTES ECONÓMICOS PAG 6 CONSTITUIÇÃO DE SEGUNDO PENHOR. UMA POSSIBILIDADE? PAG 4 A FIGURA DO CONTRA-INTERESSADO EM SEDE DE CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO PAG 8 PAG 10

Upload: vuongnhan

Post on 12-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

BoletimINFORMATIVOORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE

ou facebook.com/ordemdosadvogadosdemocambiquewww.oam.org.mzCANAIS DE INFORMAÇÃO:

20DEZEMBRO 2013

Edição

Festas Felizes & Um Próspero Ano Novo

O NOVO REGIME JURÍDICO DA INSOLVÊNCIA E RECUPERAÇÃODE AGENTES ECONÓMICOS

PAG 6

CONSTITUIÇÃO DE SEGUNDO PENHOR. UMA POSSIBILIDADE?PAG 4

A FIGURA DO CONTRA-INTERESSADO EM SEDE DECONTENCIOSO ADMINISTRATIVOPAG 8

PAG 10

Page 2: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

1

EDITORIAL

Está na sua fase final oprocesso eleitoral, faltando apu bl i ca ç ão o f ic i a l d o s

resultados das adiadas eleições emNampula. Eventualmente, haveráimpugn ações judicia is e, aqualquer momento, o ConselhoConstitucional pronunciar-se-ásobre a validade ou não do actoeleitoral. Apesar do boicote e dasameaças da Renamo, os cidadãosmoçambicanos demostraram,m a i s u m a v e z , q u e e mMoçambique não há lugar para aguerra, o ódio e a exclusão. Querema paz e estão determinados a, sejaquais forem as dificuldades do seudia-a-dia, levaram a cabo as suasa c t i v i d a d e s p a r a odesenvolvimento do país, desdelogo participando em actoseleitorais. Este país conta comtodos, e deve contar com cada umde nós para ser um país melhor,m a i s d e s e n vo l v i d o e m a i sd e m o c r á t i c o . O c l i m a d einsegurança que se vive no país,quer resultante dos raptos cada vezmais difíceis de controlar, quer odas divergências políticas entre oGoverno e a Renamo – que sem a n t e v e , i n j u s t i f i c a d a eilegalmente, armada desde 1992 –mostra que o caminho para odesenvolvimento do país ainda élongo. É importante que, semprejuízo de se compreender asrazões que nos levaram a chegar aeste ponto, não perdermos de vistaque responsabilizar é importante enecessário. A aparente impotência

Por uma Ordem forte, credível e coesa

das autoridades para combater ossequestros pode justificar-se pelaimpunidade que os seus autorestêm sentido. Falta aqui umaresponsabilização clara e urgente.Durante o processo eleitoral, foramrepor tadas 7 ( sete) mor tesresultantes da deficiente actuaçãoda Polícia. É responsabilidade daPo l í c i a m a n t e r a o r d e m etranquilidade pública, devendotudo fazer para que a ordem e atranquilidade, sobretudo numm o m e n t o e l e i t o r a l , s e j a mmantidas, seja quais forem asrazões da intranquilidade. Vimosuma Polícia impreparada para lidarcom ajuntamentos de cidadãos,desfiles e, muitas vezes, algumadesordem causada por partidospolíticos que, deve sublinhar-se,deveriam ter tido um outrocompor tamento, evitando aactuação da Polícia. Não podemoster uma Polícia que controlou, deforma eficiente, as manifestaçõescontra os raptos a 31 de Outubro e2 de Novembro – ainda que, devedizer-se, com a colaboração dosorganizadores das mesmas – e nãoconsiga, quando era mais doprevisível, controlar o ímpeto doseleitores nos dias que seguiram aoacto eleitoral do dia 20. A actuaçãodesadequada dos agentes daPolícia deve ser investigada eresponsabilizados os seus autores.Do mesmo modo, os graves errosde emissão dos boletins de voto emNampula impõe uma análise isentad o q u e o c o r r e u ,

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

RESPONSABILIZAREM DEMOCRACIA

responsabilizando-se os autorespelo sucedido. O país despendeenormes recursos para organizareleições e é incompreensível einadmissível que, mesmo com umprocesso de emissão dos boletinsque passa por diversas fases –publicação de listas na CNE,exibição dos especimens dosboletins aos candidatos e/oumandatários e publicação noBoletim da República – não tenhasido possível identificar os graveserros que obrigaram a anulação doacto eleitoral. Esperamos que aProcuradoria-Geral da República,c o m o m u i t a s v e z e s t e macontecido, não se remeta aosilêncio como se tudo isto queacontece não lhe diga respeito. Afalta de resultados nos raptos, asmortes durante as eleições e osgraves erros nos boletins de votoem Nampula, só para citar 3 (três)exemplos merecem que os seusautores sejam responsabilizados.Como se não bastasse o clima que opaís vive com a insegurança, o vooTM 407 das LAM despenhou. Emrespeito à memória dos perecidos,apurar as circunstâncias em que oacidente ocorreu, é, também,a u m e n t a r a c u l t u r a d er e s p o n s a b i l i d a d e , m u i t oimportante em Democracia. Aresponsabilização inspira, aliás,confiança dos cidadãos em que osgoverna. O exemplo de NelsonMandela, um advogado que maisdo que lutar pelo cumprimento dalei – injusta – dedicou a sua vida

Page 3: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

2

l u t a n d o p e l a J u s t i ç a , p e l aigualdade e dignidade do serhumano. A vida e obra de NelsonMandela, mostra que é possíveltermos homens responsáveis,dignos e comprometidos com as

Por uma Ordem forte, credível e coesa

c a u s a s m a i s n o b r e s d ahumanidade. Não podemos olharpara o exemplo de Nelson Mandelacomo um acto isolado, de um heróiou santo. Nelson Mandela, humanocomo nós, deve inspirar-nos a lutar

O Bastonário

Tomás Timbane

facebook.com/ordemdosadvogadosdemocambique

QUER ESTAR A PAR DAS ACTIVIDADES DA ORDEM,QUER PARTILHAR IDEIAS E PENSAMENTOS?

p e l a J u s t i ç a . A f a l t a d eresponsabilização dos autores nostrês exemplos acima referidosmostra que deveremos continuar alutar por Justiça.

Agradecemos a todos fãs que ajudarampara atingirmos mais de seguidoresnapágina do facebook, por isso pedimosque compartilhe para que tenhamos mais.

1000

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Page 4: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

Neste dia internacional dos direitos humanos, o Mundo pausa para despedir-se de um ícone dos direitoshumanos, Nelson Mandela. Admirado e idolatrado pelo mundo fora, Mandela foi um Advogado dos DireitosHumanos, que pautou a sua conduta e acção sempre com os direitos humanos no seu âmago.

Hoje especialmente neste dia que o mundo se despede dele, reflictamos sobre a situação dos direitoshumanos no nosso seio, no nosso país tendo Mandela como nossa luz.

Moçambique vive momentos alcantilados, com situações para realçar mas muitas outras para reflexão,mormente no sector da administração da justiça.

Regozija-nos que o processo eleitoral ora findando tenha ocorrido sem violações maciças dos direitos doseleitores e dos contendores pelo poder político. Que o Governo reafirme a necessidade do respeito pelosdireitos dos cidadãos e da funcionalidade das instituições. No entanto,

A tensão político-militar que o país vive, o surgimento de novos fenómenos criminais, o desafio do acesso àjustiça para todos, constituem situações que preocupam os advogados.

Também inquietam aos advogados a questão da inclusão e transparência na gestão dos recursos naturais,que são uma fonte de esperança para o país erguer-se do escombro da pobreza.

Desassossega aos advogados as recorrentes acusações de abuso da força, do poder e violência institucionalpraticada por agentes do Estado contra cidadãos indefesos, a recursividade da morosidade processual, dafalta de meios humanos e de trabalho para os agentes judiciais e do congestionamento dos centros dedetenção e prisão.

Com a mesma veemência que aplaudimos e advogamos para que as forças de defesa e segurança tenham ascondições necessárias para que imponham a lei e ordem, preocupa-nos sobremaneira a violação sistemáticado direito a defesa do cidadão suspeito de prática criminais por estes mesmos agentes do Estado. Vezes semconta, são reportados casos em que o cidadão suspeito, é denegado o direito a defesa, como está aacontecer em Nampula com 31 cidadãos acusados de práticas de banditismo armado.

Apelamos a Procuradoria-Geral da República para que neste dia especial, não deixe com o seu silênciocúmplice que se assalte a dignidade desses concidadãos e se rasgue a Constituição da República compretexto ilegais e inconstitucionais.Os direitos humanos porque intrínsecos ao ser humano e a sua dignidade devem ser celebrados todos osdias e a toda hora.

Pelo que, apraz-nos este ano homenagear o Conselho Constitucional, órgão supremo na administração dajustiça jurídico-constitucional, pela forma escrupulosa através do seu Acórdão nº 04/CC/2013, de 17 deSetembro estabeleceu de forma indelével a jurisprudência na questão da prisão fora de flagrante delito, estaque tem sido uma fonte de violação de direitos humanos em Moçambique.

Sendo que, neste e todos os dias, convidamos a todos agentes e gestores da lei, incluindo os advogados, eórgãos de administração da justiça que no uso das suas competências e da lei, cumpram e façam cumprir alei, sem favor nem agravo, para que com o seu silêncio e inacção se permitam que a violação dos direitoshumanos.

Maputo, 10 de Dezembro de 2013

COMISSÃO DOS DIREITOS HUMANOSDA ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE

Por uma Ordem forte, credível e coesa

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

COMUNICADO

3

Page 5: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

1

4Por uma Ordem forte, credível e coesa

CONSTITUIÇÃO DESEGUNDO PENHOR.

UMA POSSIBILIDADE?

Od e s e n v o l v i m e n t o d eactividades comerciaise st á a d e p e n d e r e m

grande medida do acesso aocrédito no mercado financeiro. Estepor sua vez está interligado àcapacidade de prestar garantias aocredor que garantam a satisfaçãodo crédito.O o r d e n a m e n t o j u r í d i c omoçambicano prevê diversasformas de garantias, que sedividem em: (i) garantias pessoais,quando para além do devedor,uma ou mais pessoas vinculam-seao cumprimento da obrigação,respondendo com os respectivospatrimónios; e (ii) garantias reaisque são as que constituem o credorno direito de fazer-se pagar, compreferência sobre os demaiscredores, pelo valor ou pelorendimento de certos bens móveisou imóveis. São exemplos degarantias reais, o penhor, ahipoteca, privilégios creditórios, aconsignação de rendimentos,entre outros. A fiança e o aval sãoexemplos de garantias pessoais.O presente artigo irá debruçar-ses o b r e o p e n h o r , m a i se s p e c i f i c a m e n t e s o b r e apossibilidade de se constituir umsegundo penhor sobre o mesmobem, à semelhança do queacontece com a hipoteca.O penhor encontra-se regulado no

nosso ordenamento jurídico peloCódigo Civil e por outra legislaçãoavulsa.O Código Civil define o penhorcomo uma garantia real que recaisobre bens móveis, conferindo aocredor o direito à satisfação do seucrédito com preferência sobre osdemais credores, pelo valor decerta coisa móvel.Para que o penhor se torne eficaz, énecessário que se verifique aentrega da coisa empenhada ou dedocumentos que confiram aexclusiva disponibilidade dela, aocredor ou a terceiro, podendo estaentrega consistir na atribuição dacomposse, caso essa atribuiçãoprive o devedor pignoratício dap o s s i b i l i d a d e d e d i s p o rmaterialmente da coisa.Significa isto que sem a privação dap o s s e n o s m o l d e s a c i m amencionados, o penhor nãoproduz qualquer efeito. Estere gi me p od e r á r e s u l t ar d ainexistência de um registo parabens móveis no qual se possainscrever o registo do penhor sobreesses bens móveis e garantir assima publicidade do acto, de modo aque seja oponível a terceiros.Assim, por forma a assegurar aexistência do bem empenhado, aentrega do mesmo é a solução maisviável.A única excepção a esta regra da

privação da posse resulta dopenhor bancário, isto é, o penhorconstituído a favor de umainstituição bancária autorizada.Essa excepção foi introduzida peloDecreto-lei 29.833, de 17 de Agostode 1939 que foi estendido aMoçambique através da Portarian.º 9.811. Este Decreto-lei prevê aeficácia do penhor constituído emg a r a n t i a d e c r é d i t o s d eestabelecimentos bancár iosautorizados, sem necessidade deentrega da coisa empenhada aocredor.Esta excepção foi uma forma dedinamizar as relações comerciais. Oregime civil significava para odevedor, que de modo a financiar asua actividade tinha de prestargarantia e se tratando de coisamóvel, o penhor, tendo portantoque ser desapossado do bem dadoem penhor, que, muitas vezes, é ob e m n e c e s s á r i o a odesenvolvimento da actividade,s i g n i f i c a n d o i s t o u m aimpossibilidade na viabilização daactividade económica. Com esteinstrumento legal, o devedorcontinua na posse do bem dadoem penhor e, portanto, podec o n t i n u a r a e x e r ce r a s u aactividade comercial, beneficiandodo crédito necessário para tal.Entretanto, o devedor pignoratícioé tido nesta relação como um

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Page 6: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

5Por uma Ordem forte, credível e coesa

possuidor em nome alheio, sendoque se encontra sujeito às penas defurto em caso de alienar, modificar,destruir ou desencaminhar oobjecto sem autorização escrita docredor e ainda no caso de voltar aempenhar o bem sem que o novocontrato de penhor mencioneexpressamente a existência depenhores anteriores.

Or a , te n do e m con ta adinâmica do mercado financeiro eo v o l u m e d e n e g ó c i o s , ocomerciante/empresário vê-sediversas vezes na necessidade deobter financiamento em váriasinstituições bancárias e privadas e,por vezes, os bens existentes nãosão suficientes para garantir taiscréditos, vendo-se os mesmos nacontingência de prestar garantiasobre os mesmos bens dados empenhor a outra instituição.Esta situação de onerar o mesmobem diversas vezes é pacífica setratando de hipoteca, sendo que opróprio Código Civil já prevê aposs ib i l id ade d e co ns t i tu i rhipotecas de primeiro grau e desegundo grau. Entretanto o mesmonão se verifica no instituto dopenhor. O Código Civil não prevêesta situação, de constituição desegundo penhor, excepto nasituação do penhor de créditos,conforme previsto no número 3 doartigo 685 do Código Civil. Asrazões para a não regulação destap o s s i b i l i d a d e p a r e c e m - n o sbastantes plausíveis e prendem-secom a eficácia do próprio penhor.Ora, conforme aludido acima, aeficácia do penhor depende daentrega da coisa dada em penhor afavor do credor pignoratício, sendoportanto o devedor pignoratíciodesapossado da mesma e, comotal, privado da livre disposição domesmo.N e s s e s m o l d e s , r e v e l a - s eimpossível conferir um segundopenhor sobre o mesmo bem, se omesmo já foi entregue ao primeirocredor como condicionalismo do

penhor. Este segundo penhor nãoseria eficaz e por tanto nãoproduziria efeitos, o que significaque em caso de impossibilidade dereembolso do crédito, o supostocredor pignoratício não poderiafazer-se pagar com os resultadosda venda do bem dado em penhor.Outro argumento em desfavor daexistência de um segundo penhoré o facto de o próprio Código Civil,na parte referente ao penhor,remeter para as disposições doinstituto de hipoteca, claro quecom os devidos ajustes. Ora, essaremissão não abrange os artigosreferentes à constituição desegunda hipoteca. Denota-se aquique nunca foi a intenção dolegislador a possibilidade deconstituição de um segundopenhor.A única excepção à possibilidadede constituição de um segundopenhor resulta apenas no penhorbancário, onde a sua eficácia nãoestá dependente da entrega dacoisa empenhada. Sendo que oprimeiro argumento apresentadoacima não se aplica a este tipo depenhor. Assim, nos casos dep e n h o r b a n c á r i o , p o d e - s econstituir um segundo penhor afavor de um segundo credor, sejaeste uma instituição bancáriaautorizada ou não. Sendo que, se osegundo penhor for constituído afavor de uma entidade que não sejabancária, ter-se-á que verificar odesapossamento, pois trata-se deum penhor civil, cuja eficácia estádependente da entrega da coisaempenhada ao credor.O próprio Decreto-lei 29.833 prevêessa possibilidade no seu artigo 1,§1.º ao dispor que as penas de furtoserão aplicadas ao devedorpignoratício que volte a empenharo bem dado em penhor sem que onovo contrato de hipote camencione, de modo expresso, aexistência de penhores anteriores.Assim, o único condicionalismolegal que se impõe à constituição

de um segundo penhor, nos casosdos penhores bancários, é amenção expressa da existência depenhor anterior. Entretanto,p o d e m v e r i f i c a r - s econdicionalismos contratuais,sendo necessário verificar asdisposições específicas no contratode financiamento bancário, quemuitas vezes contém uma cláusulade autorização prévia pelo credorem caso de disposição ou oneraçãodos bens dado em penhor.É necessário ter-se em atenção quea excepção acima prevista apenasse poderá verificar nos casos emque o primeiro penhor sejabancário, pois o bem continua naposse do devedor pignoratício. Nasituação contrária, isto é, em que oprimeiro penhor é civil, o segundopenhor, ainda que seja a favor deu m a i n s t i t u i ç ã o b a n c á r i aautorizada, não é possível, pois odevedor pignoratício já não poderáonerar o bem dado em penhor,visto não possuir a posse domesmo.Nesses moldes, podemos concluirque o penhor civil é único esingular, não podendo o bem dadoem penhor ser empenhado umasegunda vez, à excepção dop e n h o r b a n c á r i o , c o m o sc o n d i c i o n a l i s m o s a c i m amencionados.A discussão aqui levantada realçauma vez mais a necessidade deexistência de um registo de bensmóveis para que o instituto dopenhor se possa coadunar com aconjuntura económica e socialactual e dinamizar o acesso aocrédito pelo reforço da segurançapermitida pelo registo devido àpublicidade que a mesma confere ea oponibilidade a terceiros, aomesmo tempo que permite aodevedor a possibi l idade demanutenção na sua esfera dasfer ramentas n ece ssár ias aodesenvolvimento do seu negócio.

Advogado CP n° 915

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Page 7: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

6Por uma Ordem forte, credível e coesa

Em termos gerais, a insolvência é aincapacidade do devedor emcumprir com as suas obrigaçõesperante os credores. Portanto, uminsolvente não consegue cumprircom as suas obrigações.Os termos falência e insolvênciasão muitas vezes confundidos eusados de maneira similar, quandona verdade trata-se de termos comsignificados jurídicos distintos.No regime actual, o comercianteimpossibilitado de cumprir com assuas obrigações considera-se emestado de falência. O devedor nãocomerciante pode ser declaradoem estado de insolvência quando oactivo do seu património sejainferior ao passivo. A distinção estána qualidade do devedor.O novo regime elimina a distinçãod a q u a l i d a d e d o d e v e d o r,considerando comerciantes e nãocomerciantes incapacitados dec u m p r i r c o m o s s e u scompromissos perante os seuscredores como insolventes. Oprincipal objectivo do abandonodo termo falência foi de obviar àconotação negativa que o mesmotinha. O termo usado no novoregime é somente “insolvência”.

Q u a n d o u m a e m p r e s a o uindividuo requer a insolvência, otribunal nomeia um Administradord e I n s o l v ê n c i a , q u e s e r ár e s p o n s á ve l g e r i r a m a s s ainsolvente e, quando aplicável,tentar recuperar a empresa numdeterminado período de tempo.

O regime jurídico da insolvênciat e m c o n s e q u ê n c i a ssocioeconómicas e legais para umpaís.A celeridade, flexibilidade e aeficácia do regime de insolvênciatem um impacto sobre o sistemafinanceiro e judicial. Actualmente,um processo de insolvência levacerca de 5 anos para ser concluído,com enormes gastos financeirospara os credores e próprio devedor,sem falar do desgaste psicológicoem ter que esperar 5 anos paraliquidar a massa insolvente esatisfazer as dívidas. Durante este

O r e g i m e J u r í d i c o d aI n s o l v ê n c i a e d aR e c u p e r a ç ã o d e

Empresários Comerciais, aprovadopelo Decreto-Lei n.º 1/2013 de 4 deJulho (DL 1/2013), que entrou emvigor em 4 de Outubro de 2013,vem revogar o regime de falênciase insolvências previsto no Códigode Processo Civil (CPC) e em outralegislação avulsa, o qual semostrava antiquado, moroso e nãose coadunava com a realidadeeconómica do país. Moçambique éum dos 29 países a efectuarreformas significativas ao seuregime de insolvência nos últimos4 anos, o que é sinónimo dai m p o r t â n c i a g l o b a l d e s t einstrumento legal relativamentep o u c o c o n h e c i d o e mMoçambique. Pela primeira veztemos um instrumento dedicado àinsolvência e recuperação judicial,sendo importante um melhorconhecimento dos conceitos deinsolvência e recuperação judicial.O presente artigo, que será apenasintrodutório, é o primeiro de umasérie de artigos dedicados àinsolvência, suas implicações eimpacto na nossa economia esistema jurídico.

O NOVO REGIMEJURÍDICO DA INSOLVÊNCIA

E RECUPERAÇÃO DEAGENTES ECONÓMICOS

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

INTRODUÇÃO O QUE ÉINSOLVÊNCIA?

QUAL É AIMPORTÂNCIADO REGIMEJURÍDICO DAINSOLVÊNCIA?

Page 8: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

7Por uma Ordem forte, credível e coesa

período, o património pode serdiminuído, com a agravante de emM o ç a m b i q u e a t a x a d erecuperação da divida ser muitobaixa para os credores. Para evitareste processo oneroso e incerto,muitos credores, com ou semgarantias, tendem a optar pelacobrança dos seus créditos o maisrápido possível antes da declaraçãoda insolvência, resultando issonormalmente em confusão nagestão do património, injustiçapara alguns credores e vendasabaixo do valor comercial de certosbens.Por causa da morosidade ei n c e r t e z a n o p r o c e s s o d erecuperação de créditos em casosd e i n s o l vê n c i a , o s b a n c o scomerciais, que são os pilares dosistema financeiro, tendem a elevaros critérios de avaliação de risco decrédito e, consequentemente,tornam acesso ao financiamentomais difícil. Isto é, os bancoscomerciais exigem seguro ed o c u m e n t o s q u e p r o v e me s t a b i l i d a d e f i n a n ce i r a d omutuário, mesmo que este tenhabens que podem ser usados comogarantia em caso de cumprimento.Em sistemas financeiros comregimes de insolvência maisestáveis e certos, o foco naavaliação de crédito é a existênciaou n ão d e garan t ia e n ãonecessariamente a estabilidadefinanceira da empresa, porque osb a n c o s c o m e r c i a i s e s t ã oassegurados que, em caso deinsolvência, o processo é célere,transparente e os seus direitosestão relativamente protegidos narecuperação do crédito.A gestão de insolvências podet o r n a r - s e n u m a p r o f i s s ã oindependente e interessante paraadvogados e outros profissionaisespecializados na área, que

d e s e m p e n h e m o p a p e l d eadministradores de insolvências.Contudo, a criação desta área deespecialização não pode tersucesso perante o actual quadrolegal. Assim sendo, a criação deuma profissão independente emvol ta d a a d m i n is t r a ç ã o d einsolvência depende de umsistema legal e judicial que garantarapidez e eficácia na marcha dosprocessos de insolvência. O DL 1/2013 pode ser a soluçãoque esperávamos, desde que secriem os mecanismos para aimplementação adequada dom e s m o , o q u a l s u r g e d anecessidade de adequar o institutoda insolvência à dinâmica dodesenvolvimento económico, àpremência do melhoramento denegócios no país, bem como aoimperativo de segurança jurídica eceleridade processual.

A recuperação judicial tem porobjectivo viabilizar a superação dasituação de impossibilidade decumprimento das obrigações.Basicamente os devedores quesatisfizerem os requisitos exigidospor lei poderão adoptar um dosm e i o s d e r e c u p e r a ç ã oestabelecidos no DL 1/2013 etentar recuperar a empresa esatisfazer os créditos reajustadosao plano de recuperação. Uma vezaprovado o plano de recuperaçãopelo tribunal, os credores nãopoderão exigir os seus créditos deforma contrária ao plano de

recuperação. A recuperaçãojudicial aumenta as probabilidadesde num futuro mais ou menospróximo os credores recuperaremos créditos devidos na totalidade,ao invés de imediatamente veremsatisfeita apenas uma fracção doseu crédito, desde que a empresamostre potencial de recuperação,uma vez adoptados os meios derecuperação.Este é o aspecto mais avançado einovador do DL 1/2013, talvez atéavançado demais para os nossosconceitos tradicionais de sucessoempresarial. Diferente de, porexemplo, os Norte Americanos,que dão segundas oportunidadesa negócios falhados se a falha nãofor por negligência ou fraude, emMoçambique a insolvência é umtabu e há um estigma associado àf a l h a de cu mp r i me n to da sobrigações financeiras. A primeirareacção é de colocar a sociedadeem lista negra e recuperar o que sepode o mais rápido possível, aoinvés de se investigarem as razõespor detrás do incumprimento esobre a viabilidade do negócio, demodo a permitir a continuidadedeste e a salvaguarda do empregodos colaboradores da mesma. Só ofuturo dirá.Uma vez introduzido o tópico, aspróximas edições irão focalizar-seem aspectos mais técnicos do DL1/2013 e as consequências,algumas inesperadas, de algumasdas suas disposições.

Advogado CP n° 917

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

O QUE ÉRECUPERAÇÃOJUDICIAL?

Page 9: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

8Por uma Ordem forte, credível e coesa

legítimo interesse na manutençãodo acto impugnado e que possamser identificados em função darelação material em causa.Temos assim, como essencial, paraque a lei atribua a alguém aqualidade de contra-interessadoque exista na esfera jurídica dessapessoa um interesse directo epessoal, que, por regra, conflituecom o interesse do autor em obtervencimento na acção.E da situação descrita podemosapontar como exemplos; i) umaacção de anulação da decisãosobre o vencedor de um concursopúblico para fornecimento de bensa um organismo do Estado,interposta por aquele que ficou emsegundo lugar e que se achouinjustiçado com a decisão, e nessecaso, tem obrigatoriamente quedemandar todos aqueles queparticiparam no concurso, uma vezque a decisão que vier a ser tomadae irá alterar aclassificação atribuída nesseconcurso; igual situação recainaqueles “preciosos e trágicos”casos, ii) em que o ConselhoMunicipal dentro das prerrogativasque lhe estão atribuídas por lei,d e s i g n a d a m e n t e a q u e l a smencionadas no Decreto n.º60/2006 de 26 de Dezembro(Regulamento do Solo Urbano)

se for procedente

revoga um DUAT atribuído a umparticular, concedendo-o a umoutro par ticular, neste casointerposto o competente recursode contencioso de anulação (cfr.arts. 26 e 27 da Lei n.º 9/2001 de 7de Julho) por quem foi notificadodo despacho de revogação, teránecessariamente de requerer aintervenção daquele a quem foiatribuído o DUAT sobre a mesmaparcela.A lei apenas torna obrigatória ademanda dos contra-interessadosque se saibam existirem peloconhecimento que o Recorrentet e n h a o u d e v e s s e t e r d adenominada “relação material” - ouseja de quem nela é parte, eigualmente de quem, nos factosalegados na sua petição, serecon he ç a como t i tu lar deposições jurídicas beneficiadaspelo acto impugnado (cfr. M.Esteves de Oliveira e R. Esteves deOliveira, Código do Processo nosTribunais Administrativos, VolumeI, pág. 376 em anotação ao art. 57º).E quando o Recorrente nãoconhece quem é o contra-interessado como deverá proceder,

, para não sofrer com apena, pesada e angustiante, darejeição liminar a que a alínea g) doart. 51 da Lei n.º 9/2001 de 7 deJulho se refere?

à cautela

Àprimeira vista poder-se-ápensar que a figura que nospropomos retratar neste

artigo é de somenos importância,em face da mecânica processual docontencioso administrativo, o que,salvo melhor e douta opinião, não éo caso, bem pelo contrário, am e s m a a p a r e c e r o b u s t a edeterminante na sorte do processo.O art. 44 da Lei n.º 9/2001 de 7 deJulho refere que, “ ( . . . )

(...)”-sublinhado nosso.D o m e s m o m o d o, e co m oformalidade exigida, o art. 47 n.º 1al. b) da Lei n.º 9/2001 de 7 de Julhoestabelece que, “(...)

(...)

(...)”.O termo “ significa asituação de precariedade que ointeressado possa eventualmentevir a sofrer em resultado daprocedência do recurso e daanulação do acto administrativo.À luz do quadro legal mencionado,por contra-interessados, entende-se todos aqueles que tenham

t e mlegitimidade para inter vir noprocesso, como contra-interessados,todos aqueles a quem o provimentodo

Na petição derecurso, que reveste a formaarticulada deve o recorrente indicar

os contra-interessados a quem oprovimento do recurso possadirectamente prejudicar, requerendoa sua citação

afectar”

recurso possa afectar

A FIGURA DO CONTRA-INTERESSADO EM SEDE

DE CONTENCIOSOADMINISTRATIVO

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Page 10: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

9Por uma Ordem forte, credível e coesa

Nestes casos críticos, o Recorrentedeverá indagar junto do órgãoemissor do acto administrativodessa situação. Essa indagaçãoprocede-se de forma diferente,consoante estejamos perante umasuspensão de eficácia do actoadministrativo ou de um recursocontencioso de anulação do acto.Assim, em sede da suspensão deeficácia (procedimento urgente),deve proceder-se nos termos doart. 113 da Lei n.º 9/2001 de 7 deJulho, solicitando-se pela emissãode certidão sobre a identificaçãodos contra-interessados e caso amesma não seja emitida por quemtinha competência e obrigaçãopara tal, as consequências dessaomissão por parte do órgão,poderão, determinar que oi n f r a c t o r i n c o r r a , “ ( . . . )

(…)”- cfr. n.º 5do art. 113 da Lei n.º 9/2001 de 7 deJulho.Quanto ao recurso contencioso deanulação (prazo - noventa dias / umano; nulidade: prazo – todo otempo – cfr. art. 30 n.ºs. 1 e 2 da Lein.º 9/2001 de 7 de Julho) se omesmo não for precedido dasuspensão de eficácia, então nessec a s o , p r e v i a m e n t e à s u ainstauração o interessado deverános termos do art. 64 do Decreto n.º30/2001 de 15 de Outubro solicitara emissão de uma certidão sobre ai d e n t i f i ca ç ã o d o( s ) co n tr a -interessado(s) e caso a mesma não

n aresponsabilidade civil e disciplinar aque haja lugar e constitui o tribunalna faculdade de aplicar, com asnecessárias adaptações, a medidacompulsória prevista para obter aexecução de decisões jurisdicionais

seja emitida lançar mão da acçãoespecial de int imação parapassagem de certidão a que o art.93.º e segs. da Lei n.º 9/2001 de 7 deJulho faz referência, requerendo aapensação dessa acção àquelaprincipal de anulação do actoadministrativo.E porquê proceder da formadescrita no parágrafo precedente?O art. 64 n.º 2 da Lei n.º 9/2001 de 7de Julho dá-nos a resposta, “(…)

(…)”.A obrigatoriedade da identificaçãodo contra-interessado configurauma situação de

, nos termos doart. 28.º nº 2 C.P.C. aplicável ex vi doart. 3 da Lei n.º 9/2001 de 7 de Julho,pelo que a falta dessa identificação,conduz à chamada rejeição liminardo recurso (cfr. art. 51 al. g) da Lei n.º9/2001 de 7 de Julho) e no caso dasuspensão de eficácia, “(…)

(…)”, nos termos do art. 114 n.º 2 daLei n.º 9/2001 de 7 de Julho. Destemodo, o contra-interessado emprocesso administrativo defendeum interesse que coincide com ointeresse do réu mas tem umaa c t u a ç ã o a u t ó n o m a eindependente do ponto de vistaprocessual.

Consideram-se sanados, no caso denão terem fundamentado a rejeiçãoliminar, o erro na identificação doautor do acto recorrido ou a falta dei d e n t i f i c a ç ã o d o s c o n t r a -interessados, quando o verdadeiroautor do acto tenha apresentadoresposta ou tenha remetido oprocesso administrativo instrutor, ouos contra-interessados tenham,e n t r e t a n t o, r e q u e r i d o a s u aintervenção no recurso

opedido é imediatamente rejeitado

litisconsórcionecessário passivo

E o q u e s u c e d e r i a s e ,e v e n t u a l m e n t e ,

, o recursoc o n t e n c i o s o d e a n u l a ç ã oprosseguisse sem que os contra-interessados, , nãotivessem sido identificados echamados a inter vir? Nessasituação, o acórdão não faria casojulgado contra aqueles e poderiamsempre lançar mão do recurso derevisão nos termos do art. 771º al. f )C.P.C. aplicável do art. 3º da Lein.º 9/2001 de 7 de Julho.Um dos fundamentos subjectivosda necessidade de intervenção deterceiros (contra-interessados)prende-se com o acesso a umatutela jurisdicional efectiva e quedeve garantir o acesso à justiçapara defesa dos di rei tos einteresses legalmente protegidosdos cidadãos evitando-se decisõessurpresa.S e n d o q u e o f u n d a m e n t oobjectivo relaciona-se com o efeitoútil do acórdão na medida em quese pretende alargar o âmbitosubjectivo do caso julgado poisnão poderá ser atingido por quemno processo não interveio.Por tudo quanto aqui se alinhounesta prosa, longa, podemos, semc o m e t e r m o s o p e c a d o d eerrarmos, que o interesse pessoal edirecto do contra-interessado érazão suficiente para o legisladorter consagrado estas regraso b r i g a t ó r i a s , e m s e d e d ocontencioso administrativo.

h i p ó t e s emeramente académica

havendo-os

ex vi

Advogado CP n° 241

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Page 11: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

Festas Felizes

A Ordem dos Advogados de Moçambique deseja aos Ilustres Advogadose Advogados Estagiários Boas Festas e almeja que o ano de 2014, o anoem que a Ordem completa o seu 20º aniversário, seja de fortalecimento ecoesão da classe, em prol de uma advocacia mais forte e garante daconsolidação do Estado de Direito Democrático e dos direitos eliberdades fundamentais.

Page 12: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

OAM NO ISSUU

www.issuu.com/ordemdosadvogadosdemocambique

Agora é fácil visualizar o Boletim Informativo de forma dinâmica e interactiva, aceda o endereço abaixo:

Page 13: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

Diploma Ministerial nº 168/2013 de 30 de Setembro de 2013

Resolução nº 70/2013 de 10 de Outubro de 2013

Resolução nº 71/2013 de 10 de Outubro de 2013

Convocatória de 20 de Setembro de 2013

Diploma Ministerial nº 150/2013 de 27 de Setembro de 2013

Diploma Ministerial nº 151/2013 de 27 de Setembro de 2013

Diploma Ministerial nº 152/2013 de 27 de Setembro de 2013

Diploma Ministerial nº 153/2013 de 27 de Setembro de 2013

Diploma Ministerial nº 154/2013 de 27 de Setembro de 2013

Diploma Ministerial nº 155/2013 de 27 de Setembro de 2013

Diploma Ministerial nº 156/2013 de 27 de Setembro de 2013

Diploma Ministerial nº 157/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 158/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 159/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 160/2013 de 2 de Outubro de 2013

Define os procedimentos para operacionalização do Decreto n.º 31/2013, de 12 de Julho,concernente à absorção dos agentes do Estado em situação regular e irregular

Ratifica o Acordo de Crédito celebrado entre o Governo da República de Moçambique e oExim Bank da China, assinado no dia 13 de Setembro de 2013, no montante de USD 71851 152,00, dólares americanos destinado ao financiamento da Construção do Edifíciopara Escritórios da Presidência da República

Ratifica o Acordo de Crédito celebrado entre o Governo da República de Moçambique e aRepública Italiana, relativo ao apoio ao Orçamento do Estado, no montante de 15 000000,00, euros assinado em Maputo, aos 23 de Abril de 2013

Convoca a VIII Sessão Ordinária da Assembleia da República, para o dia 16 de Outubro do ano em curso, com início às9H00, na Sala do Plenário

Aprova o Regulamento Interno da Direcção Nacional de Assessoria Jurídica e Legislação do Ministério da Justiça

Aprova o Regulamento Interno da Direcção de Tecnologia de Informação e Comunicação

Aprova o Regulamento Interno do Departamento de Cooperação

Aprova o Regulamento Interno do Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica

Aprova o Regulamento Interno da Direcção Nacional dos Registos e Notariado

Aprova o Regulamento Interno do Departamento de Documentação e Informação

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueirade Maputo

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira de Gaza

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueirade Inhambane

Aprova o Estatuto Tipo da Delegação Provincial e Distrital do Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira de Sofala

InfoLEGALSelecção de Diplomas publicados na I Série doBoletim República de Moçambique no último mês

2013-11

Para mais detalhessubscreva

www.atneia.com

[email protected]

CONTACTE

Um produto gentilmente cedido à OAM - Ordem dos Advogados de Moçambique pela

Av. Emília Daússe | N° 872 | 1° Andar | Maputo - Moçambique | www.panbox.co.mzTelefones: +258 21 213080/1 | Fax: +258 21 21308041 | Cel.: : +258 82 3146330 | : +258 84 8997399

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Page 14: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

InfoLEGALSelecção de Diplomas publicados na I Série doBoletim República de Moçambique no último mês

2013-11

Um produto gentilmente cedido à OAM - Ordem dos Advogados de Moçambique pela

Av. Emília Daússe | N° 872 | 1° Andar | Maputo - Moçambique | www.panbox.co.mzTelefones: +258 21 213080/1 | Fax: +258 21 21308041 | Cel.: : +258 82 3146330 | : +258 84 8997399

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Diploma Ministerial nº 161/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 162/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 163/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 164/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 165/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 166/2013 de 2 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 170/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 171/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 172/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 173/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 174/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 175/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 176/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 177/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 178/2013 de 9 de Outubro de 2013

Diploma Ministerial nº 179/2013 de 9 de Outubro de 2013

Rectificação

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueirade Manica

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueirade Tete

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueirade Zambézia

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueirade Nampula

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueira do Niassa

Aprova o Quadro de Pessoal da Delegação Provincial do Instituto Nacional de Investigação Pesqueirade Cabo Delgado

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação de Cabo Delgado

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação do Niassa

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação de Nampula

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação da Zambézia

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação de Tete

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação de Manica

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação de Gaza

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação de Inhambane

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação de Sofala

Aprova o Quadro de Pessoal da Administração Nacional das Pescas - Delegação de Maputo

Por ter saído errado, na carreira de Inspector Administrativo no Anexo V, aprovado pela Resolução n.º 9/2013, de 20de Setembro, publicado no Boletim da República n.º 76, 1.ª Série, de 20 de Setembro, pag.682, publica-se na íntegrao referido Anexo, devidamente rectificado

Page 15: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

InfoLEGALSelecção de Diplomas publicados na I Série doBoletim República de Moçambique no último mês

2013-11

Um produto gentilmente cedido à OAM - Ordem dos Advogados de Moçambique pela

Av. Emília Daússe | N° 872 | 1° Andar | Maputo - Moçambique | www.panbox.co.mzTelefones: +258 21 213080/1 | Fax: +258 21 21308041 | Cel.: : +258 82 3146330 | : +258 84 8997399

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Lei nº 21/2013 de 30 de Outubro de 2013

Lei nº 22/2013 de 1 de Novembro de 2013

Lei nº 23/2013 de 1 de Novembro de 2013

Lei nº 24/2013 de 1 de Novembro de 2013

Lei nº 25/2013 de 1 de Novembro de 2013

Decreto nº 56/2013 de 27 de Novembro de 2013

Decreto nº 57/2013 de 27 de Novembro de 2013

Altera os artigos 2, 3, 4, 5, 12, e 13 da Lei n.º 1/2013, de 7 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado para o ano 2013

Aprova a Lei das Pescas e revoga a Lei n.º 3/90, de 26 de Setembro

Regula a organização, composição e funcionamento do Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa erevoga a Lei n.º 9/2009, de 11 de Março

Concernente ao melhoramento do controlo da legalidade dos actos administrativos, bem como a fiscalização dalegalidade das receitas e despesas públicas e revoga a Lei n.º 25/2009, de 28 de Setembro

Aprova o Estatuto do Médico na Administração Pública

Altera os artigos 4, 11, 20, 21, 28, 29, 30, 31, 44 e 45 do Regulamento do Código do Imposto sobre o Rendimento dasPessoas Singulares, aprovado pelo Decreto n.º 8/2008, de 16 de Abril

Extingue as sociedades ECMEP-Sul, SA; ECMEP-Centro, SA; e ECMEP-Norte, SA; EAE-Sul, SA; EAE-Centro, SA; e EAE-Norte,SA; e anula a reserva de 20 por cento do capital social para os Gestores, Técnicos e Trabalhadores(GTT´s) das sociedadesreferidas

Para mais detalhessubscreva

www.atneia.com

[email protected]

CONTACTE

Page 16: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

1. Requisitos mínimos:

2. Limitação de Responsabilidade e Ética:

a) Podem redigir e publicar artigos os advogados,advogados estagiários e sociedades de direito moçambicanas que prestam serviços jurídicos.b) O autor deve identificar-se indicando o seu nome e número da carteiraprofissional. Pode, igualmente, indicar o grau académico. No acto de envio deve ainda juntar uma fotografiatipo passe com fundo branco. Quando o artigo for da autoria de uma sociedade, esta deve indicar o seunome, o endereço físico/electrónico e, caso possua, o .c) Os artigos devem respeitar o seguinte:i. possuir um título;ii. conter um mínimo de 400 e um máximo de 1000 palavras;iii. deixar o espaçamento entre linhas de 1,5, letra

iv. formatação do texto em ;v. apresentados em língua portuguesa;vi. os nomes das entidades públicas estrangeiras, quando citados, são traduzidos, mas devem seracompanhados pela sua designação na língua original, em itálico e dentro de parênteses e, no caso dedesignação de pessoas colectivas ou pessoas singulares, não devem ser traduzidos.vii. a citação de obras ou legislação deve conter as referências padrão para a sua fácil localização pelosleitores, se assim desejarem;viii. no desenvolvimento do artigo deve estar claro o tema abordado, a citação das fontes usadas, se for ocaso, e a informação, crítica ou reflexão que se pretende desenvolver em volta do tema em questão.d) : O artigo deve ser entregue em ficheiro através do envio para o [email protected] até ao dia 10 do mês anterior ao da publicação do Boletim da OAM (

).e) Erros ortográficos e outros: Para economia de tempo, solicita-se ao autor a revisão prévia do seuartigo, evitando atrasos na publicação do mesmo devido a erros ortográficos, problemas de formatação eoutros erros que possam afectar a boa apresentação e qualidade exigida para os artigos a serem publicados.f ) A equipa técnica da OAM responsável por coordenar a publicaçãodos artigos fará a verificação do cumprimento dos requisitos acima indicados, para além dos referidos nonúmero seguinte, reservando-se no direito de não publicar o artigo enviado em caso de não cumprimentodas regras em referência. A avaliação da equipa técnica poderá determinar a rejeição da publicação ou, anecessidade de melhorias e correcções para a sua publicação uma vez sanadas as irregularidadesdetectadas, a serem feitas pelo autor do artigo;g) Não há qualquer remuneração pela publicação dos artigos.

a) Os artigos são da inteira responsabilidade do seu autor e não reflectem a posição da OAM, e nem estaé responsável, individual ou solidariamente, pelo conteúdo dos artigos.b) É exigido dos autores dos artigos o respeito pela ética e deontologia profissional, bem como ocuidado com a linguagem usada e informação disseminada.c) Os artigos não devem ser usados como veículos para publicitações partidárias, religiosas ou dequalquer outra espécie, nem para incentivar actos de descriminação, revolta ou desestabilização da ordempública e social ou, ainda, como veículo para críticas personalizadas e infundadas.d) Os artigos que reflectem meras opiniões dos respectivos autores devem ter o cuidado de frisar estefacto, de forma que as informações transmitidas não sejam entendidas como posicionamentos formais ouconsensuais das autoridades públicas competentes ou outras instituições eventualmente abarcadas pelomesmo, de modo a não confundir o respectivo público-alvo.

Pessoas elegíveis a publicar no Boletim da OAM:

Identificação do autor:

websitePadrão mínimo de redacção:

Times NewRoman, espaçamento entre parágrafos deuma linha ;

justify

Prazo para entrega Wordactualmente o Boletim da

OAM tem uma publicação mensal

Aceitação da publicação pela OAM:

Remuneração:

NORMAS E ESTRUTURA DO CONTEÚDO DOS ARTIGOSPARA PUBLICAÇÃO NO BOLETIM INFORMATIVO DA OAM

15Por uma Ordem forte, credível e coesa

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013

Page 17: ORDEM DOS ADVOGADOS DE MOÇAMBIQUE · igualdade e dignidade do ser humano. A vida e obra de Nelson Mandela, mostra que é possível termos homens responsáveis, ... A falta de responsabilização

1. Para consulta de acórdãos:

2. Para consulta de Projectos de Lei (Assembleia da República)

3. Para consulta de parte da legislação laboral (Ministério do Trabalho)

4. Para consulta de parte legislação fiscal (Ministério das Finanças e Autoridade Tributária deMoçambique)

5. Para consulta da legislação ambiental, ordenamento territorial, terras e florestas (Ministériopara Coordenação do Ambiente)

6. Para consulta da legislação atinente aos recursos minerais (Ministério dos Recursos Minerais)

7. Para consulta da legislação atinente ao Ministério Público (Procuradoria-Geral da República)

8. Para consulta da publicação de estatutos, despachos e atribuição de licenças, etc (Portal doGoverno)

9. Para consulta de legislação orçamental, patrimonial, seguro, jogos, mercado mobiliário,participação de Estado (Ministério das Finanças)

10. Para consulta de legislação financeira (Banco de Moçambique)

11. Dicionário Priberam da Língua Portuguesa(online),

a) Conselho Constitucional: www.cconstitucional.org.mz/Jurisprudenciab) Tribunal Supremo: www.ts.gov.mz/Jurisprudencia

www.parlamento.org.mz/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=1&Itemid=233

www.mitrab.gov.mz/IndexLegislacao.html

www.mf.gov.mz/web/guest/legislacao1www.at.gov.mz

www.legisambiente.gov.mz/

www.mirem.gov.mz/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=10&Itemid=54

www.pgr.gov.mz/index.php/legislacao

www.portaldogoverno.gov.mz/Legisla/boletinRep

www.mf.gov.mz/web/guest/legislacao1

www.bancomoc.mz/LFinanceira.aspx?id=L&ling=pt

que permite a consulta de palavras eobtenção do significado, utilizando ou não o Novo Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa.

www.priberam.pt

15Por uma Ordem forte, credível e coesa

SITES NACIONAIS RELEVANTES

FICHA TÉCNICA OAM

Tomás Timbane Nelson Osman Jeque

Vânia Xavier e Tânia WatyRamalho Nhacubangane

Edição:Director:Director Adjunto:Coordenação:Maquetização:

PARA MAIS INFORMAÇÕES CONTACTE:: Vladimir Lenine, nr 1935 R/C

: +258 21 4147743 +258 21 4147744: +258 82 3038218: www.oam.org.mz

Av.Tel.Fax:Cel

Website

Quer enviar artigos, receitas, anedotas, poemaspara o Boletim Informativo?

Envie para:[email protected]?

OAM | EDIÇÃO 20 | DEZEMBRO 2013