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FICHA CATALOGRÁFICA PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA Título

Os jovens se politizando a partir de Lutas Revolucionárias

Autor

Clarice Anis Moreira

Escola de Atuação

Colégio Estadual “Miguel Dias”-EFM

Município da Escola

Joaquim Távora

Núcleo Regional de Ensino

Jacarezinho

Orientador

Rodrigo Modesto Nascimento

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual do Norte do Paraná - UENP

Disciplina/Área

História

Produção Didático-pedagógica

Unidade Didática Pedagógica

Público Alvo

Alunos do Ensino Médio

Localização

Colégio Miguel Dias – rua: Dr. Lincoln Graça nº746

Apresentação

O presente material didático foi

construído através de estudos e troca

de experiências e fundamenta-se na

necessidade de viabilizar

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conhecimentos teórico-metodológicos

que despertem o interesse natural, dos

alunos, aos mecanismos que movem

nossos direitos civis, sociais e políticos

e, que estes, favoreçam o debate de

conceitos relacionados às práticas

políticas que nos levem à construção

da democracia por cidadãos

conhecedores de sua história. O objeto

de estudo do presente trabalho é

estudar e fundamentar as lutas

revolucionárias dos jovens em diversos

momentos, onde podemos observar a

prática da cidadania como forma de

libertação e conquista da democracia.

Utilizando-se da investigação histórica

articulada pelas narrativas históricas

dos protagonistas estudados,

entendendo que a História narrada em

diferentes fontes (livros, cinema,

canções, palestras, relatos de

memória, pesquisas informatizadas,

etc.), problematiza o contexto estudado

buscando compreender e interpretar os

sentidos que os sujeitos atribuem às

suas ações.

Palavras-chave Poder; Jovens; Lutas Revolucionárias

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INTRODUÇÃO

O presente projeto de implementação pedagógica, justifica-se na intenção

de trabalhar com alunos do Ensino Médio, onde pretende dialogar a superação da

ideia de História como verdade absoluta, buscando despertar a formação do

pensamento histórico/reflexivo por meio da consciência histórica. Articulando os

conteúdos estruturantes apresentados pelas Diretrizes Curriculares do Paraná,

focalizando as relações de poder.

A produção deste material é fruto dos trabalhos desenvolvidos pela

professora da rede pública de ensino em seu processo de capacitação – PDE – o

qual apresenta como tema “a politização dos jovens a partir de lutas

revolucionárias”, tendo como objeto de análise, saber como se dá a construção da

competência narrativa, uma operação constitutiva da consciência histórica, isto é,

da capacidade que o aluno tem de experimentar e interpretar o passado, para

poder orientar-se em sua própria vida.

Se considerarmos que nos dias de hoje vivemos em uma sociedade

concebida como democrática, onde a participação política, segundo DALLARI,

1984 “se faz necessária à vida comum, às regras de organização dessa vida, aos

objetivos da comunidade e às decisões sobre todos esse pontos”, podemos citar,

Aristóteles filósofo atenienses do século IV a.C., quando coloca em sua obra

denominada ”Política”, que a própria natureza humana exige a vida em sociedade

e isso caracteriza o homem como um ser animal político, ou seja, um ser social

que tudo constrói a partir do convívio entre seus pares.

PRIMEIRO MOMENTO

1- DEBATE

O conceito de cidadania, demonstrando que a

cidadania é a posse de direitos e seu exercício, a partir de

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seu desdobramento em direitos civis, sociais e políticos. O

debate tem como objetivo a reflexão sobre o significado de

cidadania.

Direitos civis; são os fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à

igualdade perante a lei. Eles se desdobram na garantia do ir e vir, de escolher o

trabalho, de manifestar o pensamento, de organizar-se, de ter respeitada a

inviolabilidade do lar e da correspondência, de não ser preso a não ser pela

autoridade competente e de acordo com as leis, de não ser condenado sem

processo legal regular. São eles que garantem as relações civilizadas entre as

pessoas e a própria existência da sociedade civil.

Direitos sociais; garantem a participação da riqueza coletiva, como

direitos à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, à aposentadoria. A

garantia de sua vigência depende da existência de uma eficiente máquina

administrativa do Poder Executivo.

Direitos políticos; participação do cidadão no governo da sociedade,

consistem na capacidade de fazer demonstrações políticas, de organizar partidos,

de votar, de ser votado. Os direitos políticos têm como instituição principal os

partidos e um parlamento livre e representativo.

2- ATIVIDADES:

1- Leia os textos a seguir com atenção. Após a leitura você

deverá apresentar exemplos do cotidiano de seu

conhecimento salientando o cumprimento ou a quebra de

algum destes direitos.

2- Construa um pequeno texto sobre cidadania que apresente o

que você entendeu sobre o assunto utilizando, também, os

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exemplos de cumprimento ou quebra dos direitos civis,

sociais e políticos discutidos anteriormente.

SEGUNDO MOMENTO

1- DEBATE

Os direitos e deveres, no regime democrático e a ausência

destes em um regime ditatorial.

Ditadura, vocês já ouviram este termo? Qual o significado? Já

ocorreu no Brasil?

OS MILITARES ASSUMEM O PODER

Os textos a seguir contêm, resumidamente, os conteúdos dos Atos

Institucionais decretados pelo governo militar. Analise as limitações impostas às

liberdades individuais dos cidadãos que se opunham ao Regime.

O GOLPE DE 64

No Brasil, segundo Boris Fausto 2001, p.246/266, os militares

supostamente defendiam uma forma de livrar o país da corrupção e do

comunismo para restaurar a democracia, mas o novo regime mudou as

instituições do país através de decretos, chamados Atos Institucionais, os quais

eram validados sem a aprovação do órgão legislativo.

A edição destes Atos foi aos poucos desencadeando um aumento

substantivo da repressão contra os grupos de oposição ao regime.

O AI-1 baixado pelo Comando Supremo da Revolução e posteriormente

assumido pelo então indicado presidente, o general Castelo Branco, foi um

instrumento que permitia a cassação de mandatos parlamentares e suspensões

dos direitos políticos. Apesar das mudanças este ato não mudou as eleições dos

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estados, oportunizando a vitória da oposição na Guanabara, em Minas, Santa

Catarina, Rio Grande do Sul e a eleição do primeiro prefeito de Brasília.

O grupo de linha dura exigiu mais controle, e sob pressão, Castelo baixou o

AI-2, onde as eleições seriam realizadas pela maioria do Congresso em sessão

pública e votação nominal, visando assim maior controle das eleições. Outra

importante medida de domínio do AI-2 foi a extinção dos partidos políticos,

passando para legalidade o bipartidarismo, ou seja, apenas duas facções

partidárias; a Arena (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento

Democrático Brasileiro), que reunia a oposição.

O AI-3 estabelece as eleições indiretas para os governadores, diminuindo

ainda mais as vias de representação da vontade política popular.

O AI-4 convocou o Congresso Nacional em sessão extraordinária para

votar, discutir e promulgar a nova Constituição, a qual sem tempo hábil para

analisar com o devido respeito que a população esperava, se mostrando apenas

mais um mecanismo de legalizar o amplo poder do Executivo, camuflado nos

interesses da segurança nacional, nas finanças e na administração do país. A

indignação cresce no meio religioso e entre a classe média, porém, dois fatores

foram determinantes para o início dos levantes dos estudantes e, posteriormente

da luta armada. Em Contagem, Minas Gerais, os operários em greve pedem

melhores salários, e, em Osasco os trabalhadores contam com o apoio dos

estudantes e ocupam a Cobrasma (Companhia Brasileira de Materiais

Ferroviários).

Esses acontecimentos vêm trazer ao grupo de esquerda, expectativas de

derrubar o Regime Militar com armas na mão. Assim começam a surgir

organizações mais radicais, dispostos a tudo pela Democracia, grupos como:

Aliança Libertadora Nacional (ALN); Movimento Revolucionário 8 de Outubro

(MR-8) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Suas principais ações

eram as “expropriações”, ou seja, assaltos a bancos para financiar o movimento

armado.

De todos os atos subversivos da oposição, o que levou o regime “linha

dura” a tomar medidas mais radicais, como AI-5, foi quando perceberam o

posicionamento do Congresso Nacional, mediante o requerimento dos militares

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para a aprovação do processo criminal contra o deputado Marcio Moreira Alves,

por haver instigado a população tomar atitudes de repúdio contra os militares.

Com o AI-5, o governo militar tomou poderes para fechar o Congresso

Nacional, intervir nos Estados e Municípios, cassar mandatos, suspender direitos

políticos, demitir servidores públicos, suspender garantias de habeas corpus,

censurar os meios de comunicação e a tortura passou a ocupar o principal meio

de investigação. Todas estas medidas levam a esquerda radical à criminalidade, a

ponto de várias atitudes extremas, como colocar bomba no consulado americano

em São Paulo; realizar assalto ao trem pagador da Santos-Jundiaí, e talvez a

mais audaciosa de todas, a de sequestrar o embaixador dos EUA. Os grupos ALN

e MR-8 conseguiram com esta ação a libertação de quinze presos políticos, que

mais tarde, foram banidos do território nacional, e com o AI-13 foram expulsos do

país todos aqueles que representavam perigo a segurança nacional.

2- PROPOSTA DE ATIVIDADES

1- Pesquise na Constituição brasileira vigente:

TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos ( art.

5ª);

Capítulo II Dos Direitos Sociais ( arts. 6ª a 11);

Capítulo IV Dos Direitos Políticos ( arts. 14 a 16);

Capítulo V Dos Partidos Políticos ( art. 17);

No texto sugerido o Ato Institucional nº 5 (AI5).

2. Na sua opinião, qual dos atos institucionais é considerado o mais

arbitrário do regime militar? Por quê?

3. Em grupo: estabelecer semelhanças e diferenças entre a

Constituição atual (citar o título ou capítulo para ser comparado) e o Ato

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Institucional nº5 (AI-5). (se quiser você pode colocar os critérios do

trabalho em grupo como “formar x grupos com x participantes”)

3- INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS:

Leia os textos 1 e 2.

Texto 1

...o período militar do Brasil, as manifestações estudantis tinham força de

decisão, numa época em que o abuso do poder e a imposição do sistema ditavam as

regras. A censura e os serviços secretos buscavam manter a “ordem” e o silêncio” de

uma juventude que queria mudanças, e para isso buscavam alternativas, na músicas,

na literatura e na arte instrumentos de reação e resistência.

O movimento jovem da década de 60 inicia-se com o objetivo de conquistas

na educação, quando buscam oportunidades para todos e consequentemente mais

investimentos na educação, porém acabam aliando a outros setores da sociedade e

se conscientizando que as conquistas dependem das disposições ideológicas do

governo, isto acaba levando-os a se envolver com causas políticas mais amplas.

Moreira,Silvia Maria Pires. Trecho do Folhas 2005.

4- ATIVIDADES: Analisando o texto.

No texto 1 entendemos que as manifestações dos estudantes no

período militar tinham força de decisão. Comente sobre estas mobilizações.

Ao perceber os jovens da década de 60 engajados em movimentos

contra a repressão policial e política do regime militar, como podemos identificar a luta

dos jovens em defesa de seus direitos nos dias de hoje?

Texto 2

Abertura do site “Memórias Reveladas”.

"O Centro constitui um marco na democratização do acesso à informação e se

insere no contexto das comemorações dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos

Humanos. Um pedaço de nossa história estava nos porões. O "Memórias Reveladas"

coloca à disposição de todos os brasileiros os arquivos sobre o período entre as décadas

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de 1960 e 1980 e das lutas de resistência à ditadura militar, quando imperaram no País

censura, violação dos direitos políticos, prisões, torturas e mortes. Trata-se de fazer valer

o direito à verdade e à memória.(...)

(...)Estamos abrindo as cortinas do passado, criando as condições para

aprimorarmos a democratização do Estado e da sociedade. Possibilitando o acesso às

informações sobre os fatos políticos do País reencontramos nossa história, formamos

nossa identidade e damos mais um passo para construir a nação que sonhamos:

democrática, plural, mais justa e livre." (Trecho de abertura do Portal Memórias Reveladas

- assinado pela Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff )

5- ATIVIDADES: Refletindo o texto.

Um pedaço de nossa história estava nos porões. Qual o

significado desta afirmação na declaração da então Ministra da Casa Civil

Dilma Rousseff, com relação à Ditadura Militar, período de tamanha

violência.

Como podemos entender que “abrir as cortinas do passado”

se faz necessário para fortalecer a democracia que vivemos hoje?

TERCEIRO MOMENTO

Atualmente podemos perceber que as imagens e sons estão cada vez mais

inseridas em nosso cotidiano, isto nos leva a utilizá-las como um valioso

instrumento metodológico para o conhecimento histórico, considerando que são

apenas um entre os vários olhares possíveis sobre uma realidade.

Obs: Importante se faz ressaltar que o cinema, dentro do contexto

histórico, é uma possibilidade de estudo permeado pela intencionalidade e jamais

cópia fiel da realidade mesmo quando baseado em fatos reais.

1- CONHECENDO O FILME

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Ao assistir recortes do filme Batismo de Sangue e termos contato com o

contexto histórico da época, buscaremos visualizar formas repressivas do Regime

Militar com aqueles que ousaram a questionar a ideologia do governo.

Percebendo que o apoio da igreja ao golpe de 64, deu a sua grande reviravolta

quando a violência do regime matou e torturou quem lhe contestasse, desde

então, a igreja católica no Brasil pendeu quase toda contra a ditadura militar.

2- O Batismo de Sangue

FICHA TÉCNICA

Titulo Original: Batismo de Sangue

Lançamento: 2007 (Brasil, França)

Direção: Helvécio Ratton

Atores: Caio Blat, Daniel de Oliveira, Cássio Gabus Mendes, Ângelo

Antonio.

Duração:110 min.

Gênero: Drama

Estúdio: Quimera filmes

Musica: Marco Antonio Guimarães

Roteiro: Dani Patarra e Helvécio Ratton, baseado no livro “Batismo de

Sangue” de Frei Betto, que conta a ação dos dominicanos junto a Aliança

Libertadora Nacional (ALN), movimento guerrilheiro comandado por Carlos

Marighella.

3- Sinopse

São Paulo, fim dos anos 60. O convento dos frades dominicanos

torna-se uma trincheira de resistência à ditadura militar que governa o

Brasil. Movidos por ideais cristãos eles decidem apoiar a luta armada e são

presos e torturados.

Um deles Frei Tito, é mandado para o exílio na França, onde,

atormentado pelas imagens de seus carrascos comete suicídio.

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4- Roteiro

1- Para discutir antes da exibição: posicionamento dos padres

dominicanos frente ao regime de tortura dos militares.

2- Reprodução do filme Batismo de Sangue

3- Durante a exibição do filme algumas paradas serão

necessárias para enriquecer a discussão.

5- Apreciação pessoal:

Quais as idéias que você tem sobre a Ditadura Militar?

Você conseguiu identificá-las no filme?

Você acha que o filme trata alguma ideia diferente ou

equivocada sobre o período?

Quais são os personagens principais do filme?

Onde se passa a História do filme?

Que estúdio protagoniza o filme e quais ideais o move?

Como você classificaria o filme: ação, aventura, romance,

drama? Por quê?

Você acha que esse filme é importante para aprender

História? Por quê?

QUARTO MOMENTO

Apesar de vários grupos optarem pela luta armada, grande parte dos

jovens mais politizados e sabedores da importância do direito da liberdade,

utilizou outros meios de contestação ao regime reacionário dos militares. A

música e o teatro foram mecanismos de grande importância para informar a

população brasileira o que estava acontecendo nos cárceres protegidos pelos

Atos Institucionais dos repressores do regime.

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1- Repensando a História

Em meados dos anos 60, lutava-se contra o stalinismo nas ruas de

Praga, na Tchecoslováquia. Nos Estados Unidos, contra o racismo e a

Guerra do Vietnã. Após o assassinato de Che Guevara, focos guerrilheiros

promoviam a Revolução na América Latina.

No Brasil, lutava-se contra a ditadura militar. O golpe de 64, apoiado

pelos EUA, teve Castelo Branco como o primeiro de uma série de

presidentes ditatoriais. Seu substituto, Costa e Silva, governou o país com

mais poder ainda.

Enquanto Roberto Carlos e a Jovem Guarda tocavam ingênuas

canções nas tardes de domingo, parte dos artistas fazia parte da

resistência ao regime de uma maneira autônoma, fragmentada.

O lema “É proibido proibir” que, para os jovens franceses era um

princípio de rebeldia nos protestos contra o conservadorismo e a favor da

liberdade, espalhou-se pelo mundo e motivou os jovens no Brasil.

Composta por Caetano Veloso,“é proibido proibir” ficará como um

marco de coragem, apesar de todo o ritual de proibições. A frase ganhou

mais força na letra do cantor baiano e foi apresentada no Festival

Internacional da Canção, para que apresentasse a sua canção sem uivos.

Caetano chegou a ser vaiado, não conseguiu levar a música até o

fim. Então trocou os versos pelo discurso: “Mas é isso que é a juventude

que quer tomar o poder? Nós tivemos coragem de entrar em todas as

estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês forem como são em estética,

estamos feitos. E, quanto ao júri, é muito simpático, mas é incompetente”.

Comentário: Autores: Arielly Kizzy, Natalia Sirna, Patrícia Raymond e Renato

Moura

Fonte:http://www.facasper.com.br/cultura/site/ensaio.php?tabela=&id=124

acessado em 25/07/2011 às hrs:19:25.

2- REFLETINDO O TEXTO:

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1- Após a leitura e discussão do texto pedir aos alunos o seguinte

tema:

2- De acordo com o texto os levantes de protestos ocorriam no

Brasil e em outros países que não aceitavam distorções sociais, políticas e

econômicas impostas pelos donos do poder. Comente as ideologias

defendidas pelos “rebeldes”.

3- ATIVIDADES:

Após a reprodução do vídeo da música “É proibido proibir” com Caetano

Veloso vamos fazer a leitura da letra impressa com o relato do momento de sua

composição observando os seguintes aspectos:

Autoria, data de produção e quem canta.

Identifique as referências que a música faz ao cotidiano da

década de 60.

Como o autor vivia numa época de ditadura o que ele quis

Dizer com a frase “è proibido proibir”?

Será que todos gostaram da música? E quem não gostou por

que não?

Onde era tocada?

Discuta as questões apresentadas e compare com o seu

cotidiano. Registre.

Esta canção foi composta a partir do slogan do movimento estudantil

francês, em luta pelo direito à liberdade.

É proibido proibir

A mãe da virgem diz que não

E o anúncio da televisão

E estava escrito no portão

E o maestro ergueu o dedo

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E além da porta

Há o porteiro, sim…

E eu digo não

E eu digo não ao não

Eu digo: É!

Proibido proibir

É proibido proibir

É proibido proibir

É proibido proibir…

Caetano Veloso (1968) - III Festival Internacional da Canção

QUINTO MOMENTO

Complementado os estudos na busca de subsídios, na luta revolucionária

dos jovens em políticas inerentes das ideologias autoritárias, propõem-se

trabalhar o protesto dos jovens chineses na “Praça da Paz Celestial” e o levante

dos jovens egípcios, conhecido como ”Primavera Árabe”, através da pesquisa

como um olhar indagador perante a realidade

1- ATIVIDADES:

1º Passo:

- Após a leitura de recortes de revistas ou jornais, em painel aberto,

levantar questões relevantes ao entendimento dos alunos.

-Reprodução, na TV Pen-drive, de documentário em vídeo e reportagem

televisiva recente.

2º- Passo: Pesquisa.

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- Dividir a turma em quatro equipes e propor o momento antes e depois do

movimento da ”Praça da Paz Celestial” e o momento antes e depois da

“Primavera Árabe”, no Egito;

- Levantar os objetivos de cada um dos temas coletivamente.

3º Passo: questões a serem observadas nas leituras:

a) Analise as formas de governo dos países pesquisados;

b) Procure indícios que mostrem a situação sócio-econômica da

população em geral;

c) Qual o posicionamento político dos jovens;

d) Reflita os levantes frente a cada uma das ditaduras;

e) Procure justificativas que identifiquem as conseqüências de

uma nação que não respeita os direitos de seus cidadãos;

Sugestão de sites para a realização da pesquisa:

http://2.uol.com.br/históriaviva - Deng Xiaoping

http://cafehistoria.ning.com/protestonapraçadapaz

http://g1.globo.com/globo.news/

-As conseqüências dos conflitos no mundo árabe para a

comunidade internacional; (vídeo 05/02/2011) programa Globo News

Painel.

-Especialistas discutem a queda de Mubarak no Egito; (vídeo

12/02/2011) programa Globo News Painel.

http://g1.globo.com/globo.news/

Rebeliões populares tomam conta de países árabes; (vídeo

03/02/2011) programa Sem Fronteira.

SEXTO MOMENTO

Iniciação à política

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De acordo com pesquisadores contemporâneos, os jovens não se sentem

mais motivados a aderir às formas tradicionais de participação política. Eles não

estariam mais compromissados com as soluções para os problemas vividos pela

sociedade.

Acredita-se que se buscarmos de forma politizada a motivação da

consciência de luta de seus direitos, através do grêmio estudantil, podemos

despertar o interesse pelo comprometimento em seu meio.

1- ROTEIRO:

* PALESTRA: Diretoria do Grêmio atual.

* PAINEL ABERTO: da turma com os membros do Grêmio.

* LEITURA: Estatuto do Grêmio Estudantil

2- ATIVIDADES

1- Analise o Estatuto do Grêmio Estudantil de nossa escola.

3- Apontar através de levantamento escrito, interesses que representem

melhor a rica experiência que é a busca coletiva dos anseios, desejos e

aspirações pertinentes à comunidade escolar. Devendo ter dimensão

social, cultural e política.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao discutir o tema “os jovens e a politização a partir de Lutas

Revolucionárias”, com a proposta de implementação pedagógica, no presente

material didático, espera-se diminuir a visão política entendida pelos jovens de

que política é prerrogativa dos políticos e nada diz respeito às suas vidas. Nesta

concepção, ao trabalhar o conteúdo “o Estado e as relações de poder” salienta-se

a participação dos jovens em diversos momentos, onde lutaram para derrubar

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regimes ditatoriais e, conscientes de seus direitos de cidadão, mudaram o curso

da história política de seus países.

Para tanto, propõe-se metodologias diversas que possibilitem a leitura de

levantes no Brasil, na China e no Egito, integrados com o objeto deste material,

superando a ideia de que os jovens de hoje crescem de forma alienada

politicamente porque os desafios de suas vidas são superficiais, descartáveis que

os levam a valorizar o ter, não o ser.

BIBLIOGRAFIA:

BRASIL. Constituição Federativa 1988. Ministério da Educação, Esplanada dos

Ministérios. Bloco L – 70047 – Brasília – DF – 1989.

CARVALHO, J.M. Cidadania no Brasil. RJ: Civilização Brasileira, 2002.

CORDEIRO, Janaina Martins. Anos de chumbo ou anos de ouro? A memória sobre o governo Médici. Estudos Históricos, RJ. Vol.22, nº43 p.85-104, 2009. FAUSTO, Boris História do Brasil – 12 ed., dois. Reimpr São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001. HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos- O breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras,1995.p.13. Kauffer, Rémi. Instituto de Estudos Sociais Políticos de Paris, membro do Comitê editorial da Revista História. Ed. 58, agosto 2008. PARANÁ, Estado: Diretrizes Curriculares SEED, 2008. REIS, Daniel Aarão. II. RIDENTI, Marcelo. III. MOTTA, Rodrigo Patto Sá. – O golpe e a ditadura militar: quarenta anos depois, Bauru, SP: Edusc, 2004. 334 p:Il.; 23cm. SCHMIDT, M.A. Moreira dos S.; GARCIA, T.M.F.B. A formação da consciência histórica de alunos e professores e o cotidiano em aulas de história. SCHMIDT, Maria Auxiliadora, CAINELLI, Marlene – Pensamento e Ação no Magistério – Ensinar História, São Paulo Scipione, 2004.

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SEED, Superintendência da Educação Coordenação de Acompanhamento de Avaliação do Discente - CAADI – Grêmio Estudantil na rede Estadual de Ensino - Pr.

SITES CONSULTADOS:

Fonte:http://www.facasper.com.br/cultura/site/ensaio.php?tabela=&id=124

acessado em 25/07/2011 às hrs:19:25.

LEAL, Bruno UFRJ. Disponível em: (http://cafehistoria.ning.com/protesto-na-praça-da-

paz) acessado 27/03/2011 às 19:00hs.

http://2.uol.com.br/históriaviva - Deng Xiaoping ( Protesto na Praça da Paz)

http://cafehistoria.ning.com/protestonapraçadapaz

http://g1.globo.com/globo.news/ -As conseqüências dos conflitos no mundo

árabe para a comunidade internacional; (vídeo 05/02/2011) programa Globo News

Painel. -Especialistas discutem a queda de Mubarak no Egito; (vídeo 12/02/2011)

programa Globo News Painel.

http://g1.globo.com/globo.news/ Rebeliões populares tomam conta de

países árabes; (vídeo 03/02/2011) programa Sem Fronteira.

http://letras.terra.com.br>c>caetanoveloso

http://www.vagalume.com.br>mpb>c>caetanoveloso

http://www.memoriasreveladas.gov.br

http://www.memoriasreveladas.arquivonacional.gov.br/

http://cinema.cineclick.uol.com.br/.../batismo-de-sangue/