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REVISTA O MUNDO DA USINAGEM 77TRANSCRIPT
Publicação da Sandvik coromant do braSil iSSn 1518-6091 rg bn 217-147
ferramenta padrãoUma alternativa para minimizar o tempo improdutivo
rolamentos para aerogeradores
77
Processo de fresamento de dentes otimizado
sistema leanO desafio de manter a cultura depois da implementação
Adri
Rory
para começar...
Ante tudo o que vivemos por anos a fio, tudo do que nos privamos em favor da mecânica, da
eletrônica, da informática, da realidade virtual, das redes sociais em turbilhonamento contínuo, da
gestão técnica e econômica de empresas e indústrias e de tudo aquilo que move países e capitais;
cabe perguntar se em face da porta escancarada dedicada à lógica, seríamos ainda capazes de
abrir uma janela para a alma, tão silente e tão essencial.
O Mundo da Usinagem �
Índice77edição 05 / 2011
03 pARA começAR...
04 ÍNDIce / expeDIeNte
06 mAchINe INvestmeNts: coNheçA As vANtAGeNs De UtILIZAR FeRRAmeNtAs pADRÃo em pRocessos De UsINAGem
12 chÃo De FÁBRIcA: pLANeJe A pRepARAçÃo De mÁQUINAs pARA ReDUZIR o tempo De set Up
22 GestÃo empResARIAL: As empResAs QUe veNceRAm o DesAFIo De mANteR AcessA A chAmA Do sIstemA LeAN
30 pRoDUtIvIDADe: RoBRAsA tRIpLIcA A eFIcIêNcIA No FResAmeNto De RoLAmeNtos De GRANDe poRte
40 De oLho No meRcADo I: ANÁLIse DA QUALIDADe coNtRIBUI pARA o DeseNvoLvImeNto Do setoR AUtomotIvo
42 De oLho No meRcADo II: cUmmINs pRoJetA expANsÃo De NeGÓcIos No meRcADo BRAsILeIRo
44 NossA pARceLA De RespoNsABILIDADe
46 ANUNcIANtes / DIstRIBUIDoRes / FALe com eLes
Publicação da Sandvik Coromant do BrasilISSN 1518-6091 RG. BN 217-147
eXpediente o mUndo da UsinaGem é uma publicação da sandvik coromant do Brasil,
com circulação de doze edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - sto. Amaro - cep 04795-914 - são paulo - sp.
conselho editorial: Aldeci santos, Ancelmo Diniz, Aryoldo machado, edson truszco, edson Bernini, eduardo Debone, Fernando de oliveira, Francisco marcondes, heloisa Giraldes,
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Acompanhe os conteúdos exclusivos da Revista O MundO dA usinAgeM digitAl em:
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O Mundo da Usinagem�
Quanto maior for o volume a
ser produzido de uma mesma
peça e quanto mais frequen-
te for a reincidência desta peça na
produção, mais fácil será justificar
o investimento em um ferramental
mais caro e sofisticado para a sua
execução, e vice-versa.
Para um volume anual de alguns
milhões de peças, não só um fer-
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machine investments
Pequenas empresas podem se tornar muito mais competitivas com a aplicação do conceito de ferramentas padrão
Ferramentas polivalentes aumentam
rentabilidade
ramental mais específico e caro se
justifica, como também a construção
de uma máquina especial para a
produção dedicada desta linha de
produtos pode se tornar viável.
Em um lote de poucas unidades,
o ganho de apenas um segundo no
tempo de usinagem de uma peça
nada significa, em termos práticos.
Por outro lado, o ganho desse mesmo
tempo na produção de dois milhões
de peças representa uma economia
de dois milhões de segundos, ou qui-
nhentos e cinquenta e cinco horas – o
que passa a ser um valor relevante
e importante.
Esse exemplo nos ajuda a com-
preender a importância relativa do tamanho e da frequência do lote
no estabelecimento do processo de
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Ferramentas para corte e canal são versáteis
e podem ser aplicadas em grande variedade de operações de usinagem
Contudo, nos lotes de poucas peças
geralmente a ferramenta utilizada
no desbaste ainda tem o corte sufi-
cientemente vivo para garantir um
acabamento à altura das exigências
do desenho mecânico.
Atualmente o mercado dispõe
de pastilhas de metal duro que po-
dem ser consideradas ferramentas padrão. Ou seja, dentro de certos
limites é possível usinar com elas
uma ampla gama de materiais em
desbaste e acabamento, torneando
longitudinalmente (ou seja, tor-
neando o comprimento da peça),
copiando perfis até certos limites de
inclinação das rampas desejadas na
peça, em aclive e declive, faceando e
abrindo canais de alívio de saída de
retífica, por exemplo.
Uma empresa que trabalhe com
ampla variedade de peças em
lotes de poucas unidades,
com materiais variando
dentro do campo das ligas de aço
carbono (incluindo-se alguns tipos
de aços inoxidáveis e ferros fundidos
nodulares), e que também trabalhe
com sobremetais entre um e três
milímetros e meio de profundidade,
poderia resolver grande parte de
suas necessidades de torneamento
com uma única ferramenta – ou seja,
com uma ferramenta padrão.
Reduzindo as trocas
Pense numa ferramenta da clas-
se de metal duro, por exemplo
uma P 25 com tripla camada de
revestimento (carbonitreto de titânio,
alumina e nitreto de titânio). Ela deve
resistir razoavelmente tanto
aos esforços do desbaste
quanto à abrasão gerada
nas operações de acaba-
mento. Nessa ferra-
menta a geometria de
quebra-cavacos deve
ser ampla o suficiente
usinagem e na escolha das ferramen-
tas para um determinado processo.
Portanto, quanto maior o lote mais
se torna interessante utilizar ferra-
mentas distintas e dedicadas a cada
operação – como, por exemplo, uma
ferramenta para o desbaste e outra
para o acabamento.
Ferramentas polivalentes
Em contrapartida, o racio-
cínio contrário também faz
sentido. Em lotes pequenos
a mesma ferramenta utilizada
no desbaste pode ser também
utilizada no acabamento, eco-
nomizando assim uma troca de
ferramenta.
O que não se pode fazer é usar
uma ferramenta já desgastada duran-
te a operação de desbaste para
dar acabamento, porque isso
comprometeria a rugosidade e o
acabamento superficial da peça.
O tamanho e a frequência do lote são determinantes tanto na elaboração do processo quanto na escolha das ferramentas
uma ferramenta desgastada pode comprometer a rugosidade e o acabamento superficial da peça, mas, muitas vezes, pode ser tolerada no desbaste da mesma
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para cobrir avanços e profundidades
à altura das exigências de projeto
das peças que mencionamos, sem
com isso comprometer a segurança
da operação.
Além disso, provavelmente ela vai
gerar também um bom fluxo de cava-
cos e manterá acabamento, tolerância
e perfis desejados, tanto no desbaste
quanto no acabamento.
A grande vantagem da adoção das
ferramentas padrão é que com elas é
possível eliminar as trocas frequentes
machine investments
muito mais competitivas, mesmo que
essas empresas tenham apenas dois
ou três tornos em funcionamento. Para
isso, basta que elas consigam concen-
trar os serviços de usinagem em uma
ou mais ferramentas padrão.
É importante que não se confun-
da ferramenta padrão com ferramen-
ta standard. Embora a tradução para
o Português da palavra standard seja
“padrão”, ferramenta padrão refere-
se a uma ferramenta padronizada
ao uso, ou seja, adequada ao aten-
dimento de todas as necessidades
de usinagem de uma determinada
máquina.
Já a ferramenta denominada na
prática de standard significa um
item padronizado à venda, ou seja,
um produto estocado e normal que
integra o programa de vendas de
um determinado fornecedor. Em um
departamento comercial, uma ferra-
menta standard é o oposto de uma
ferramenta especial, feita sob medida
e não estocada.
O que discutimos neste artigo
não representa grande novidade,
Ferramentas padronizadas ao uso permitem a usinagem de uma ampla gama de materiais em desbaste e acabamento. nesta imagem, porta-ferramenta Safelock; acima, ferramentas para torneamento
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de ferramentas. Se os lotes forem
pequenos, muitas peças poderão ser
produzidas sem necessidade de se fa-
zer paradas de máquina. Essa filosofia
de trabalho já costuma ser praticada
em células de manufatura.
No entanto, o que se quer enfati-
zar aqui é que, se for possível ser mais
seletivo na venda dos serviços de usi-
nagem, concentrando o trabalho em
certos tipos de peças e materiais, isso
pode fazer com que pequenas empre-
sas prestadoras de serviço se tornem
O Mundo da Usinagem�
mas é interessante notar que, quan-
do o assunto é buscar competitivi-
dade, muitas vezes faz mais falta
o óbvio do que o novo. Contudo,
sempre que for possível fazer uma
junção criteriosa de ambos – ou seja,
do novo desde que útil e do óbvio
desde que válido – certamente isso
poderá levar qualquer empresa a
obter melhores resultados.
Atenção ao simples
Sabemos que estas orientações
podem parecer muito elementares
para o profissional mais especiali-
zado. Mas é possível que não seja
assim para muitos leitores. Nossa
idéia ao redigir este artigo foi cha-
mar a atenção para a necessidade
de explorar também aquelas pos-
sibilidades alternativas, que nem
sempre são consideradas no dia a
dia das empresas.
Estou convicto de que os detalhes
são capazes de fazer a diferença. É
como a frase que ouvi certa vez de
um amigo chamado José Roberto Pi-
res, mestre em Engenharia Mecânica
pela Unicamp: “Os grandes saltos em
produtividade não são provenientes
de uma só grande melhoria, mas sim
do somatório de pequenas medidas
machine investments
corretivas que ao longo do tempo
levam a empresa a um alto nível de
competitividade”.
Pense nisso, discuta a idéia em
sua empresa, explore o conhecimento
de seus fornecedores de ferramenta.
Duvide, questione e tire suas próprias
conclusões. Só não desista da busca
constante por melhorias que podem
estar ao seu alcance e que às vezes
estão sendo deixadas de lado por pa-
recerem simples demais para receber
alguma atenção.
Nas ferramentas padrão a geometria de
quebra-cavacos deve ser ampla o suficiente para cobrir avanços e
profundidades à altura das exigências de projeto das peças
a serem produzidas. Na foto: torre de torno
com Capto
Francisco MarcondesEditor-chefe da
Revista O Mundo da Usinagem
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Padronização de processos pode levar a uma redução de até 90% no tempo de preparação de máquinas, aumentando a produtividade
por um set up mais
ágil e dinâmico
Nas corridas de Fórmula 1, um
dos momentos decisivos da
prova é o pit stop, quando
os carros param no box para a tro-
ca de pneus e reabastecimento do
tanque de combustível. Para que os
mecânicos da equipe possam realizar
a troca dos componentes desgastados
ou avariados por outros novos no
menor tempo possível, é preciso que
toda a equipe esteja a postos, com os
componentes em ordem e preparados
para este momento decisivo.
Se a equipe mantiver o carro de
também o tempo de máquina parada
– e, portanto, improdutiva.
Primeiros passosPara evitar que isso aconteça,
o momento de preparação de uma
máquina para uma nova etapa de
produção deve ser cuidadosamente
planejado. Fatores que podem pro-
longar o tempo de set up, como in-
definições em relação ao trabalho que
o montador deve executar e outros
imprevistos, devem ser minimizados
sempre que possível. A adoção de
Fórmula 1 parado no box um segundo
a mais do que o tempo necessário
pode complicar o trabalho do piloto,
fazendo-o perder posições ou, até
mesmo, um lugar no pódio.
Este procedimento se assemelha
ao set up de máquina nas indústrias
do setor metalmecânico. A diferença
é que, neste caso, atrasos neste pro-
cesso não causam a perda de uma
corrida, mas podem reduzir conside-
ravelmente os índices de produtivi-
dade de uma fábrica. Quanto maior
for o tempo de set up, maior será
chão de fábrica
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chão de fábrica
algumas medidas simples pode gerar,
a curto prazo, uma redução de até 75% no tempo do set up de uma
máquina, enquanto que, no médio ou
longo prazo, esse índice pode subir para quase 90%.
A primeira etapa de um planeja-
mento eficiente de set up consiste em
separar as atividades externas das atividades internas deste processo.
Como atividades externas entendem-
se todas aquelas que podem ser
feitas enquanto a máquina ainda está
trabalhando em outro produto – ou
seja, tarefas que podem ser realizadas
sem a necessidade de se interromper
a produção. Entre elas está a seleção
das ferramentas, dos dispositivos a
serem fixados e da matéria-prima que
será utilizada na nova produção.
Já as atividades internas são aque-
las que só podem ser executadas com
a máquina parada, como a remoção e
montagem de dispositivos. Para que
os equipamentos só permaneçam pa-
rados durante o set up interno, todas
as atividades externas devem ser exe-
cutadas antecipadamente. Além disso,
sempre que possível deve-se transferir
as atividades internas para a condição
de externas; esta estratégia também
ajuda a otimizar o processo.
De olho no filmeUma das maneiras de identificar
quais tarefas podem ser aprimoradas
no processo de set up é investir na
realização de testes contínuos, já que
sempre há melhorias a fazer. Medir previamente as dimensões das ferramentas e dos materiais que
serão usinados é uma das atividades
que podem ajudar a reduzir o tempo
de set up, pois dessa forma não ha-
verá necessidade de se fazer ajustes
no momento da montagem.
Outra boa estratégia já muito
conhecida entre os preparadores de
máquinas é filmar o processo de set
up. O objetivo dessa prática é per-
mitir que toda a equipe envolvida no
processo possa analisar o filme, iden-
tificando os pontos que podem ser
aprimorados. A partir desta análise, o
preparador pode produzir relatórios
de montagem, listando o tempo que
cada uma das etapas levou para ser
concluída e estabelecendo assim um
procedimento padrão a ser seguido
em cada uma das operações.
Há duas formas de se fazer esta
avaliação. Na primeira delas, a câmera
é posicionada em frente à máquina,
e permanece em uma posição fixa
durante toda a gravação. Outra opção
é seguir filmando o operador do início
ao fim do processo de set up em toda
a fábrica. Esta última pode ser consi-
Três etapas para obter índices positivos De um modo geral, todas as medidas destinadas à otimização do tempo
de set ups podem ser classificadas em três etapas principais. A primeira etapa pode ser implementada imediatamente em qualquer fábrica, e consiste na sim-ples tarefa de separar o tempo externo do tempo interno, gerando um ganho de 40 a 60% de produtividade nas operações.
Na segunda etapa, que pode ser aplicada em um período de curto prazo, este ganho pode subir para até 75%, com a transformação do tempo interno em externo. por último, a terceira etapa consiste na elaboração de um plano de melhoria contínua a médio ou longo prazo, elevando o ganho de produtivi-dade para um patamar entre 75 e 85%.
É fundamental verificar previamente se todas as ferramentas que serão utilizadas no set up estão em boa condição de uso
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O Mundo da Usinagem1�
chão de fábrica
derada a mais eficaz, pois permite
acompanhar todos os deslocamentos
do preparador pelo chão de fábrica,
oferecendo uma visão completa de
todo o processo.
Com este tipo de filmagem, é pos-
sível visualizar claramente o chamado
diagrama espaguete. Este diagrama
é formado pelo caminho percorrido
pelo operador durante todo o pro-
cesso de set up. Ao perceber a falta
de algum componente ou dispositivo,
este profissional deve se deslocar pela
fábrica, passando pelo almoxarifado,
pelo departamento de engenharia
caso haja alguma imprecisão nas
medidas, ou ainda checando informa-
ções com o programador da máquina.
Se observarmos este processo de
cima, traçando uma linha no caminho
percorrido pelo operador, teremos ao
final uma figura que se assemelha a
um espaguete – ou seja, um caminho
desordenado.
Já o operador bem preparado
percorre um trajeto linear, levando de
uma só vez os componentes ao almo-
xarifado e já retornando diretamente
para a máquina com as ferramentas
e dispositivos necessários para a
próxima montagem. O trajeto linear é
considerado um sinônimo de eficiên-
cia. Portanto, o ideal é que o montador
se desloque pouco, aproveitando da
melhor forma seu tempo e resumindo
ao mínimo possível o tempo de má-
quina parada.
Ferramentas preparadasMuitas vezes, na hora de preparar
a máquina para um novo produto, o
operador seleciona uma ferramenta
que não reúne as condições ade-
quadas para aquela aplicação, tendo
depois que interromper seu trabalho
para ir ao almoxarifado buscar uma
nova. Este imprevisto pode ser evitado
se todas as ferramentas que serão utilizadas no processo de set up estiverem em boas condições.
Para compreender melhor a im-
portância deste cuidado, imagine
que a preparação para a operação
de usinagem pode ser comparada à
preparação de um centro médico. Em
um ambiente cirúrgico, os auxiliares
devem deixar todos os instrumentos
separados e devidamente prontos
para que, no momento em que o
médico começar a operação, ninguém
precise interromper o procedimento
para providenciar um bisturi, por
exemplo. Se houver negligência ou prod_nacional 202x133.pdf 1 4/11/2010 10:11:13
chão de fábrica
TX611 C-4_202x133.pdf 1 2/5/2011 15:21:22
descuido durante o trabalho de prepa-
ração, isso seguramente aumentará o
risco de haver perdas na operação.
O mesmo raciocínio deve ser ob-
servado no set up de uma máquina.
Por ser um ponto crítico do processo
de usinagem, o set up deve ser pla-
nejado com cautela para que todos os
componentes e recursos necessários
estejam prontos e em mãos no instan-
te da montagem.
Estratégias para otimização
Para fábricas que trabalham com
centros de usinagem ou tornos – má-
quinas que permitem a armazenagem
de inúmeras ferramentas por vez em
seus magazines – uma boa dica é
deixar programado na memória da
máquina ferramentas reservas. Assim,
se uma determinada peça requer o
uso de 20 ferramentas diferentes para
ficar pronta, a capacidade restante
de suportes do magazine pode ser
equipada com ferramentas reservas.
Se uma das ferramentas em operação
estiver desgastada, pode ser rapida-
mente trocada pela ferramenta reser-
va, sem a necessidade de interromper
a produção por muito tempo.
Outro ponto importante a ser
considerado é a programação da
sequência dos produtos a serem
usinados. Esta deve ser definida por
meio de grupos de afinidades, ou seja,
as peças que possuem características
comuns e que utilizam praticamente
os mesmos dispositivos de máquina
devem ser usinadas em sequência,
deixando as peças que têm caracte-
rísticas diferentes para serem usinadas
depois, já que estas exigirão a troca
de dispositivos.
Eliminando ajustesA necessidade de efetivar ajustes
no equipamento é outro fator que
pode atrasar o processo de set up.
Por este motivo, a fábrica deve eliminar
o maior número de ajustes possível.
Isso se faz reprojetando ferramentas
e dispositivos usados para centralizá-
las, o que permite reduzir o número
de ajustes manuais que costumam
consumir bastante tempo.
Uma solução é utilizar de ferra-
mental fixo, que dispense ajustes
manuais. Outra saída é utilizar um
pino cilíndrico com um de seus furos
diamantado. Este formato permite
que os dois furos sejam encaixados
ao mesmo tempo, ajuste que é difícil
de ser feito quando os dois orifícios
são apenas cilíndricos.
Deve-se pensar no set up tam-
bém ao programar a sequência de
usinagem das peças. Agrupando
peças por famílias de similaridade,
é possível reduzir os ajustes na
máquina de uma peça para outra.
Nestes casos, ao invés de se trocar
o dispositivo de fixação cada vez que
uma nova peça entra em usinagem, é
possível utilizar um dispositivo-base,
onde apenas as ferramentas devem
ser trocadas. Isto facilita o trabalho,
principalmente quando consideramos
que os dispositivos são componentes
pesados que muitas vezes exigem o
uso de pontes rolantes ou sistemas
tipo guindaste para serem trocados e
transportados.
A propósito, quando a remoção
de um dispositivo é necessária, a
utilização de dois carrinhos também
pode otimizar este processo. Neste
caso, um carrinho ou empilhadeira
remove primeiro o dispositivo antigo,
transporta-o até o estoque, e só
então retorna com o novo dispositivo
para a máquina. Uma solução seria
a utilização de um carrinho extra
– enquanto o primeiro retira e trans-
porta o dispositivo que não mais será
utilizado, um segundo carrinho traz
o item novo para ser posicionado,
ganhando tempo de produção.
Estas são algumas medidas sim-
ples mas que, juntas, podem reduzir
drasticamente os tempos de set up e
aumentar os índices de produtividade
de sua fábrica.
chão de fábrica
Troca rápida em nove minutos passo a passo para realizar o set up de sua máquina em no máximo nove minutos: Filme o processo de set up em vídeo Faça relatórios de montagem a partir da análise do filme, padronizando
os procedimentos observe quais atividades do set up interno podem ser executadas no
set up externo Realize todas as atividades externas antes de parar a máquina Faça um diagrama do deslocamento do operador, observando quais
trajetos podem ser eliminados padronize o procedimento de trabalho
Artigo produzido por Iris Bento da Silva
Professor doutor da universidade estadual de campinas (unicamp) e da
universidade Metodista de Piracicaba (unimep)
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Muitas empresas já comprovaram a eficiência do Sistema Lean, mas o maior desafio agora é mantê-lo vivo dentro da companhia
mantendo achama acesa
Gestão empresarial
Os benefícios que podem ser
gerados pelo sistema Lean
hoje já são bastante conhe-
cidos pela indústria e até mesmo em
estabelecimentos comerciais. Segun-
do lírio José busato, gerente de Pro-
jetos do Lean Institute Brasil (LIB),
o instituto tem ajudado a implantar
este sistema inclusive em hospitais,
empresas de seguros de automóveis,
concessionárias, frigoríficos e super-
empresas acreditam que apenas al-
gum tempo de prática deste sistema
já seria suficiente para solucionar
muitos dos processos administrativos
e produtivos, mas ele garante que
sempre há muito a ser aprimorado.
“O Lean não é uma prática que possa
ser concluída, é um esforço diário”,
explica. “A Toyota, por exemplo, se
baseia neste sistema há aproximada-
mente 50 anos e mesmo assim avalia
mercados. Com o Lean, as empresas
podem obter maior lucro por meio da
eliminação dos gastos desnecessários,
redução dos estoques e melhoria na
qualidade dos serviços, entre outras
práticas positivas e úteis.
No entanto, um dos maiores desa-
fios para as empresas que já utilizam
este sistema é garantir sua manuten-
ção, buscando resultados cada vez
melhores. Busato conta que muitas
O Mundo da Usinagem22
Certamente, centros de usinagem Haas da Série Trunnion proporcionam
movimentos simultâneos nos 5 eixos, mas você também pode utilizar a força
dos eixos para posicionar peças em quase qualquer ângulo para usinagem.
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Gestão empresarial
que ainda há muitos pontos a serem
aperfeiçoados”, exemplifica.
Para obter sucesso nesta estraté-
gia, é fundamental que o conceito de
melhoria contínua da qualidade
esteja presente no trabalho diário dos
funcionários, e não somente no chão
de fábrica, mas também nas áreas
administrativas da empresa, pois só
assim os objetivos e metas traçados
poderão ser alcançados.
Neste contexto, o líder Lean
desempenha uma função essencial
de agente modificador na empresa,
responsável por estimular constante-
mente o desenvolvimento do Sistema
Lean no ambiente em que trabalha,
mantendo-o vivo.
Para manter a chama acesa
É função do líder manter seus
profissionais motivados com novos
desafios e metas a serem superadas.
“O líder Lean deve ser o exemplo
para sua equipe”, opina Busato. “Além
disso, deve visitar rotineiramente o
gemba – local onde acontecem as
principais atividades de um depar-
tamento”, aconselha. No caso das
indústrias, estas visitas periódicas
ao chão de fábrica são essenciais
para que o profissional saiba quais
desafios estão sendo enfrentados
diariamente e para que possa propor
as soluções mais adequadas para
cada um deles.
Também faz parte de uma boa
liderança o treinamento de uma boa
equipe e de possíveis sucessores,
garantindo assim a manutenção do
sistema. Essa atividade também é
uma forma de manter a equipe de
colaboradores motivada em suas
atividades. O desenvolvimento de
futuros líderes torna-se então uma
forma de valorizar a atual mão de obra
da empresa, dando boas perspectivas
de evolução profissional a seus
colaboradores.
“Para ser um líder
Lean é preciso sa-
ber formar pessoas,
garantindo assim o
sistema de melhoria
contínua dentro da
empresa”, defende o
gerente de Projetos. “É
preciso que este profissional tenha
a capacidade de ensinar as outras
pessoas que trabalham com ele,
passando seu conhecimento a
elas”, completa.
Como liderarAs características de um líder Lean
são muito particulares e diferem es-
sencialmente dos demais modelos de
liderança ainda praticados em muitas
empresas, que podem ser classifica-
dos como convencionais.
No sistema convencional de pro-
dução, chamado de sistema top-down
– em português, de cima para baixo –,
a liberdade da equipe ao executar um
serviço é restrita ao atendimento
das ordens do líder. Desta
forma, o colaborador
torna-se apenas uma
peça facilmente subs-
tituível na empresa,
já que é apenas um
executor de tarefas.
Nestes casos, o auto-
ritarismo dos líderes acaba
inibindo a criatividade dos colabo-
radores, de modo que dificilmente
haverá espaço para que surjam su-
gestões de melhorias em processos
ou atividades, rotineiras ou não.
Líder Lean é um incentivador da
criatividade, pois valoriza o desenvolvimento de
novos talentos
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desde 2003, colaboradores da 3m participam de reuniões diárias para detectar possíveis falhas no sistema de produção
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anu_mitsubishi_hi_01_04.ai 02.05.11 14:56:51
Gestão empresarial
Já no caso da liderança Lean, o
profissional tem como tarefa incenti-
var constantemente a criatividade de
sua equipe. Este modelo valoriza o
desenvolvimento de novos talentos e
oferece a oportunidade de aperfeiço-
ar os processos. Para que isso seja
possível, é fundamental que os cola-
boradores se sintam à vontade para
dar sugestões de como se pode tornar
os processos mais rápidos, eficientes
e financeiramente mais econômicos
para a empresa.
Esse sistema é chamado de bot-
tom-up, pois aqui o sentido das idéias
é contrário: nasce dos colaboradores
que lidam diariamente com as tare-
fas, chegando à aprovação de seus
superiores. “O líder deve então estar
sempre disposto a aprender com as
sugestões de seus colaboradores”,
reforça Busato.
Resultados positivosDesde que implantou o sistema
Lean em 2007, a Fiat Powertrain – empresa do grupo Fiat SpA espe-
cializada no desenvolvimento e pro-
dução de motores e transmissões –,
preocupou-se com a capacitação dos
multiplicadores (colaboradores com
a capacidade de difundir a filosofia
Lean a todos os setores da empre-
sa), seguindo o modelo de liderança
bottom-up.
A iniciativa tinha como objetivo
reduzir custos e desenvolver outros
ângulos de visão para vislumbrar
novas oportunidades de processos
e métodos mais eficientes e, por
isso, a participação ativa de todos os
funcionários foi decisiva para garantir
o sucesso deste sistema. “Todos os
nossos colaboradores devem enten-
der que eles também são agentes de
mudança da empresa”, ressalta João bosco, gerente de Supply Chain da
Fiat Powertrain Mercosul.
Neste mesmo sentido, a Festo
– empresa de tecnologia de auto-
mação –, que implantou o Lean em
2002, também investiu na capacitação
de seus colaboradores. A empresa
implementou o sistema de células de
manufatura autogerenciadas e pro-
moveu cursos de capacitação sobre
o Sistema Lean.
“Destacamos questões como a im-
portância de se ter uma comunicação
clara e aberta; a necessidade de um
amplo conhecimento dos processos; a
Colaboradores devem se sentir à vontade para dar sugestões de como
tornar os processos mais rápidos, eficientes e
econômicos
shut
ters
tock
Gestão empresarial
necessidade de se manter a confiança
e o respeito entre os colaboradores;
e a busca pela redução de custos,
entre muitos outros aspectos”, explica
carlos Valentim, coordenador indus-
trial da Festo. Com a implantação do
sistema Lean, a Festo conseguiu au-
mentar consideravelmente os índices
de produtividade de suas equipes.
Sucesso contínuoOutro exemplo de empresa que
alcançou resultados surpreendentes
é a 3M – fabricante que oferece
desde soluções para cuidados com
a saúde e segurança no tráfego até
produtos para escritório, abrasivos e
adesivos –, que implantou o sistema
em 2003 após ser aconselhada pelo
CEO da companhia a dobrar seus
giros de estoque.
“Esse desafio não poderia ter
sido atingido com um sistema de
produção convencional, por isso op-
tamos por implantar o Sistema Lean
integrado com o Six Sigma, que já
possuíamos”, explica Francisco bar-beiro, diretor de Order Fulfillment,
Lean Manufacturing e Exportação da
3M. O sistema Six Sigma foi
criado pela Motorola no
final dos anos 1980
e tem como foco
principal reduzir
a produção de
mercadorias com
defeitos.
Para garantir a
manutenção deste
novo sistema e promo-
ver a otimização dos proces-
sos, a 3M adotou algumas medidas
simples que ajudam a manter vivo o
espírito Lean em todos os projetos
da empresa. Uma delas é o proces-
so de gerenciamento A3, que esti-
pula um tamanho máximo de uma
folha de papel A3 para todos os
relatórios da empresa, promovendo
a concisão destes documentos e a
objetividade dos projetos.
Nestes documentos, os pro-
jetos são divididos em algumas
diretrizes básicas, como situação
atual, objetivos e metas e
soluções propostas.
Outra ação que visa
a manter a chama
Lean acesa nos
colaboradores da
3M é a realização
de reuniões diá-
rias, com o objetivo
de captar possíveis
falhas no sistema de
produção. Essas reuniões
ocorrem em todos os setores da
empresa e contam com a partici-
pação de todos os colaboradores,
independentemente do cargo.
A 3M também promove sema-
nalmente o Momento Lean – espaço
de tempo reservado para que os
colaboradores troquem experiências
sobre essa filosofia –, e trimestral-
mente o Lean Council – Conselho
Lean, em português –, evento em que
são debatidos temas estratégicos da
filosofia Lean por meio da realização
de palestras especializadas.
Os exemplos da 3M, Festo e Fiat
Powertrain são apenas alguns dos
muitos cases de sucesso existentes
no mercado. “Temos nos surpreen-
dido com os resultados apresenta-
dos pelas empresas. Se implantado
de maneira correta, o Lean sempre
traz benefícios”, conclui Lírio José
Busato, gerente de Projetos do
Institute Lean Brasil.
Gustavo F. Quattrone
Thaís Tüchumantel
JornalistasPara consolidar o Sistema Lean, Festo investe continuamente em capacitação. na foto: chão de fábrica da empresa
Divu
lgaç
ão F
esto
O Mundo da Usinagem2�
DCG Ⅲ: Driven at the Center of Gravity Ⅲ
das cidades do Recife e do Rio de
Janeiro juntas.
Diante da quantidade expressiva
de projetos eólicos em fase de implan-
tação no País, as empresas que forne-
cem equipamentos para a montagem
dessas usinas já se preparam para
acompanhar esta nova demanda.
Especializada na fabricação de
A fim de fortalecer a matriz
energética nacional por meio
da geração de energia elé-
trica a partir de fontes renováveis, o
Governo Federal realizou em 2009
o primeiro leilão de energia voltado
exclusivamente para empresas de
geração eólica, no qual foram con-
tratadas 71 usinas – que juntas terão
capacidade de 1.805 mil megawatts.
Em agosto de 2010 foi realizado
outro leilão para fontes alternativas,
que resultou na contratação de mais
70 projetos eólicos com potência
total de 2.047 mil MW – com essa
potência é possível abastecer uma
região com cerca de 8 milhões de
habitantes, equivalente à população
Robe
rto
silva
Robrasa reduz tempo de usinagem em rolamentos de grande porte e amplia sua competitividade no mercado de aerogeradores
prodUtividade
vida da Ferramenta
triplicada
O Mundo da Usinagem�0
rolamentos especiais de grande
porte, a Robrasa é a principal for-
necedora destes componentes para
os sistemas de geração eólica de
energia elétrica na América Latina.
A empresa começou a atender
este mercado em 2006, quando a
demanda existente vinha principal-
mente da exportação, já que naquele
momento os projetos eólicos no
Brasil ainda eram escassos.
A crise econômica internacional
que teve início em 2008 também
afetou o mercado mundial de gera-
ção eólica de energia. Fabio Jordão,
controller da Robrasa, aponta que os
leilões de energia eólica realizados
em 2009 e 2010 indicam um gran-
de desenvolvimento na demanda de
rolamentos para aerogeradores no
mercado nacional.
Atualmente a Robrasa produz ro-
lamentos para os mais diversos ramos
da Indústria, incluindo o mercado de
geração eólica de energia. “Devido
ao cenário promissor, as perspectivas
para atender este mercado são de
crescimento já nos próximos meses”,
analisa o controller.
Sistema de giroA geração eólica de energia
ocorre por meio dos aerogeradores.
Este sistema é composto por uma
torre metálica com cerca de 100
metros de altura, que sustenta um
equipamento denominado nacele
– local em que estão instalados
todos os elementos que compõem
a turbina eólica. Acopladas na ex-
tremidade da nacele, três pás são
movidas pela força dos ventos; em
seguida, esse movimento de rotação
é transmitindo para a turbina eólica,
que por sua vez converte esta força
em energia elétrica.
Assim como qualquer sistema
que requer movimento giratório, os
aerogeradores são equipados com
um conjunto de rolamentos, com-
posto por cinco anéis de giro – três
instalados em cada uma das pás do
aerogerador, outro aplicado no rotor
e o último na base da nacele.
Para evitar que ocorra qualquer
tipo de falha durante o funcionamen-
to destes componentes, a usinagem
dos anéis de giro exige alto nível de
precisão. Segundo Francis Rocha,
engenheiro de processos da Robra-
sa, o nível de acerto na usinagem
dos rolamentos deve beirar a per-
feição, pois qualquer irregularidade
poderia representar prejuízos signi-
ficativos para o fabricante.
“Se porventura um destes ro-
lamentos apresentasse alguma
shut
ters
tock
robrasa é uma das principais fornecedoras de rolamentos para os sistemas de geração eólica de energia elétrica na américa latina
O Mundo da Usinagem �1
prodUtividade
falha durante o funcionamento do
aerogerador, uma eventual opera-
ção de desmonte e reparo poderia
de tornar bastante custosa”, avalia
Rocha. “Além do prejuízo financeiro,
um rolamento defeituoso também
poderia comprometer seriamente a
imagem de seu fornecedor em um
mercado competitivo e em cresci-
mento, como o da geração eólica
de energia”, explica.
Operação críticaDe acordo com Francis Rocha,
uma das etapas mais críticas da
usinagem dos rolamentos é o pro-
cesso de fresamento dos dentes
das engrenagens. Esta operação
requer da máquina alta potência
e robustez, pois demanda grande
esforço de corte.
Em consequência de esta ope-
ração de fresamento exigir elevada
precisão, Francis explica que as fer-
ramentas e pastilhas anteriormente
utilizadas nesta tarefa precisavam
ser trocadas regularmente, o que
aumentava o custo de fabricação
das peças.
Outro desafio no processo de
fresamento dos dentes das engre-
nagens está relacionado à fixação
dos rolamentos na máquina. Para
otimizar a produção, a Robrasa
realiza o fresamento de duas
engrenagens simultaneamente,
posicionando-as uma sobre a outra
durante a operação.
A fim de facilitar a posterior
operação de acabamento dos den-
tes dos rolamentos, é fundamental
que o sobremetal seja uniforme e o
menor possível já na etapa de des-
lúcio bosio e Eduardo debone, especialistas da Sandvik coromant, e Francis rocha, engenheiro de processos da robrasa
Foto
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ober
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ilva
robrasa fornece rolamentos especiais para usinas eólicas no País. na foto: operadores raimundo Filho (à esquerda) e Wesley dias (à direita)
O Mundo da Usinagem�2
prodUtividade
baste, pois quanto mais próxima da
medida final estiver a peça, melhor
será a performance da ferramenta de
acabamento e, consequentemente,
todo o processo será otimizado.
Diminuindo gargalosA fim de conhecer mais detalhes
sobre as operações de usinagem da
Robrasa, especialistas em usinagem
da empresa Sandvik Coromant re-
alizaram uma visita à empresa em
outubro de 2010. Francis Rocha
os recebeu e lhes apresentou as
principais características dos pro-
cessos envolvidos na produção de
rolamentos de grande porte, bem
como os gargalos encontrados em
suas operações.
Com base nas informações co-
letadas, os especialistas eduardo debone e Francisco cavichiolli, juntamente com o vendedor técnico
lúcio bosio propuseram à Robrasa
testar a nova fresa para dentes de
engrenagem coromill 170, lança-
da na segunda edição do CoroPak
2010 – tradicional evento de apre-
sentação das inovações da Sandvik
Coromant ao mercado.
De acordo com Debone, esta
ferramenta apresenta maior eficiên-
cia justamente nos pontos mais
críticos da operação de fresamento
dos dentes dos rolamentos. Entre
as características da Coromill 170
podem ser destacadas a resis-
tência superior aos desgastes, o
menor esforço de corte, a maior
estabilidade durante as operações
e o sobremetal mais uniforme que
permite ao acabamento.
Debone também destacou que a
Coromill 170 utiliza menor quantidade
de pastilhas, o que auxilia na redução
de custo. Francis Rocha identificou
que aquela poderia ser uma boa opor-
tunidade para otimizar a produção da
Robrasa e autorizou os testes com
a ferramenta, realizados com duas
classes distintas de pastilhas de metal
duro – 1030 e 4240.
Durabilidade estendida para ampliar a durabilidade das pastilhas de metal duro e da própria fresa,
eduardo Debone, especialista em usinagem da sandvik coromant, explica que foi desenvolvido um sistema para reforçar as pastilhas principais da fresa.
Localizada na parte superior de cada dente do disco de fresamento, a pastilha de raiz recebe cerca de 80% do esforço de corte durante as operações de desbaste e, por isso, deve apresentar elevada robustez. “pensando nisso, aplicamos um calço de metal duro entre a pastilha de raiz e o disco de fresamento, de forma que o componente não se apóia diretamente no corpo da ferramenta”, descreve Debone. com este meca-nismo, foi possível potencializar a resistência e a durabilidade da coromill 170 de maneira significativa.
Engenheiro de processos da robrasa e especialistas da Sandvik coromant acompanham operação de fresamento ao lado do operador raimundo Filho
Robe
rto
silva
O Mundo da Usinagem��
prodUtividade
Resultados surpreendentes
A máquina escolhida para o
procedimento foi a fresadora Lieh-
berr, um equipamento dedicado à
usinagem pesada. Primeiramente,
a Robrasa experimentou a fresa
Coromill 170 utilizando as pasti-
lhas de metal duro de classe 1030.
Na comparação com a ferramenta
antiga, o número de peças pro-duzidas por aresta dobrou e a
velocidade de avanço foi 20% superior, possibilitando a redução
do tempo empregado no processo
crítico de usinagem dos dentes da
engrenagem.
Apesar dos resultados satisfa-
tórios, os engenheiros promoveram
novos testes com a pastilha de classe
4240. De acordo com Rocha, os
resultados alcançados foram ainda
mais surpreendentes. O número de peças produzidas foi três vezes maior que o da ferramenta anterior-
mente utilizada, mantendo a veloci-
dade de avanço 20% superior.
tempo de produção nas operações
de desbaste”, comemora o enge-
nheiro de processos da Robrasa.
Rocha destaca que, além de eco-
nomizar tempo, a Robrasa também
deve reduzir custos com ferramen-
tal. “A quantidade de pastilhas de
metal duro utilizadas na Coromill
170 é menor que a quantidade
consumida nos discos de fresamen-
to antigos”, informa. “Desta forma,
também otimizaremos este processo
de usinagem sob o ponto de vista
econômico”, completa.
Segundo o engenheiro de proces-
sos da Robrasa, o desempenho apre-
sentado pela Coromill 170 equipada
com as pastilhas de metal duro da
classe 4240 superou significativa-
mente suas expectativas. “Quando
realizamos um teste na Robrasa te-
Especialistas da Sandvik coromant (à esquerda), com Francis rocha e Fábio Jordão, da robrasa, estão satisfeitos com os bons resultados obtidos com a parceria
Robe
rto
silva
Conheça a Robrasa Fundada em 1976, a Robrasa Rolamentos especiais foi incorpo-
rada ao grupo alemão Rothe erde em 1978 – uma das divisões da multinacional alemã thyssenKrupp –, e desde então vem fabricando peças de grande por te para a América Latina. A empresa possui a cer tificação Iso 9001:2000 e oferece serviços de fabricação e re-condicionamento de rolamentos, montagem e manutenção de campo e usinagem pesada.
entre os segmentos da indústria atendidos pela fabricante de rola-mentos, localizada em Diadema (sp), destacam-se o siderúrgico e o de mineração. A Robrasa também produz rolamentos para parques de diver-sões e, mais recentemente, passou a oferecer soluções para fabricantes de aerogeradores. Alguns de seus principais clientes são a General elec-tric, a mineradora vale e Ambev.
“A ferramenta Coromill 170 nos
permitiu trabalhar com dados de
corte mais elevados e, dessa forma,
conseguimos reduzir em 16% o
O Mundo da Usinagem��
prodUtividade
Veja mais informações em:www.omundodausinagem.com.br
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mos o objetivo de atingir três metas:
redução no tempo, diminuição dos
custos e aumento da produtividade”,
conta Rocha. “Qualquer um destes
ganhos torna o teste bem sucedido,
mas neste caso conseguimos atingir
estes três objetivos simultaneamen-
te”, avalia.
Potencializando a produção
Em função dos excelentes resul-
tados apresentados, a Robrasa já
encomendou mais duas fresas para
usinagem de dentes de engrenagem
Coromill 170, equipadas com as pas-
tilhas de metal duro de classe 4240.
As novas ferramentas deverão ser
aplicadas nas fresadoras Liebherr ET
3000 CNC e Stankoimport Renânia.
Lúcio Bosio ressalta que, ape-
sar do desempenho extremamente
satisfatório, a Coromill 170 ainda
não está sendo utilizada em seu
potencial máximo. “Devido ao tipo
de fixação necessária para garantir
a estabilidade dos rolamentos nas
máquinas de fresamento, a veloci-
dade de avanço que aplicamos nas
operações da Robrasa foi menor
do que a ferramenta supor ta”,
explica. De acordo com o especia-
lista, testes realizados na Suécia
comprovaram que a ferramenta
é capaz de realizar as operações
com maior avanço.
Para otimizar o avanço empre-
gado e maximizar ainda mais os
resultados obtidos nas operações
de fresamento, Francis Rocha revela
que a Robrasa seguirá trabalhando
com a Sandvik Coromant no sentido
de ampliar o aproveitamento do
potencial da ferramenta.
Rodrigo Hora
Jornalista
Em 15 anos de existência, o Instituto da Qualidade Automotiva já certificou mais de 1.200 empresas e 15.000 produtos
– um dos produtos com certificação
compulsória definida pelo Inmetro –,
por exemplo, avalia-se características
como dimensões, capacidade de
carga e data de fabricação.
Hoje, o IQA mantém 140 colabo-
radores, incluindo a diretoria compos-
ta por profissionais voluntários. Até
o momento, o instituto já certificou
aproximadamente 1.200 empresas
nacionais e internacionais, somando
um total de 15.000 produtos certi-
ficados – pneus, rodas, cilindros de
gás natural veicular (GNV), pastilhas
de freio e vidros de segurança são
alguns destes componentes.
Entre os principais serviços ofe-
recidos pela instituição destaca-se
a concessão de certificações como
Na década de 1990, com a
abertura do mercado brasilei-
ro aos produtos importados,
a indústria automobilística passou
por uma transformação significativa.
O consumidor passou a ter acesso
a modelos mais modernos e com
novas tecnologias. Mas esta iniciativa
também permitiu a entrada de carros
e autopeças sem qualquer garantia
de qualidade – o que ocasionou uma
competição desleal de preços entre
empresas brasileiras e fabricantes
internacionais pouco confiáveis.
Para proteger o mercado nacional
deste tipo de importação, as indústrias
do setor criaram em 1995 o instituto da Qualidade Automotiva (IQA)
– organização privada e sem fins
lucrativos que completou 15 anos de
operação no final de 2010. O insti-
tuto tem como objetivo avaliar se os
componentes automotivos comercia-
lizados no Brasil atendem aos requi-
sitos mínimos de segurança, além de
verificar o impacto que estes produtos
causam no meio ambiente.
Durante os processos de avalia-
ção, são realizados dois procedimen-
tos básicos. Inicialmente, técnicos
do IQA realizam uma auditoria para
verificar a qualidade da gestão, da
linha de produção, da infraestrutura
e também dos atendimentos de
venda e pós-venda. Em um segundo
momento, são analisados os produtos
de acordo com as especificações
necessárias. No caso de pneus
de olho no mercado i
Qualidade Faz toda a diferença
Divu
lgaç
ão m
erce
des-
Benz
O Mundo da Usinagem�0
ISO 9001 (gestão da qualidade),
ISO/TS 16949 (produção automoti-
va) e ISO 14001 (meio ambiente).
Por meio de uma parceria com a
organização TÜV Süd, o IQA também
concede as certificações VDA 6.1
(norma alemã que avalia o sistema
de gestão da qualidade) e OHSAS
18000 (saúde e segurança ocupa-
cional). O instituto também oferece
suporte às empresas durante a
vigência do certificado.
“Caso uma empresa esteja envol-
vida em polêmicas em consequência
do mau funcionamento de algum
componente do veículo certificado
pelo IQA, o instituto pode avaliar o
componente para descobrir se real-
mente há algum defeito de fabricação
ou se as falhas estão ocorrendo por
mau uso do usuário”, exemplifica
sérgio Kina, gerente técnico do IQA.
Nesse caso, o instituto pode evitar que
a empresa tenha prejuízos causados
por um recall desnecessário.
Atuação abrangenteCom o passar dos anos, o IQA
cresceu e passou a ampliar sua
atuação, oferecendo outros serviços
também destinados à promoção da
qualidade dos produtos da cadeia
automotiva. Entre eles estão o treina-
mento de profissionais qualificados,
a publicação de literaturas técnicas,
a homologação de componentes vei-
culares e a certificação de oficinas de
reparação automotiva. “Atendemos
todos os envolvidos no setor, desde
empresas de usinagem até oficinas
mecânicas”, explica Alexandre Xa-vier, gerente de Negócios e Marke-
ting do instituto.
O IQA é um órgão certificador
brasileiro que atende especificamen-
te o setor automotivo e também é a
única organização não-montadora a
ser membro permanente da Comis-
são da Qualidade da Anfavea (As-
sociação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores). Assim, o
instituto tem acesso em primeira mão
às principais exigências e discussões
das montadoras de automóveis. Da mesma forma, o IQA também
é o único participante não-fornecedor
de produtos em grupos similares pro-
movidos pelo Sindicato Nacional da
Indústria de Componentes para Veícu-
los Automotores (Sindipeças), e pelo
Sindicato da Indústria de Reparação
de Veículos e Acessórios do Estado de
São Paulo (Sindirepa), além de outras
importantes entidades representativas
do setor automotivo.
Por que certificar?A certificação de um produto ou
serviço representa, para os consumi-
dores, a qualidade do item adquirido.
No setor automotivo, este fator torna-
se ainda mais importante, pois um
item que não apresenta boa qualidade
pode colocar em risco a vida dos pas-
sageiros que utilizam o veículo.
Para empresas como fabricantes
de autopeças, por exemplo, as certi-
ficações também apresentam muitas
vantagens. “A certificação pode ser
vista como uma ferramenta de ges-
tão, pois assegura que o nível de qua-
lidade será mantido nos fabricantes,
já que com ela serviços e produtos
oferecidos serão avaliados constan-
temente”, justifica Xavier. “Com as
auditorias feitas para a concessão
do certificado, a empresa tem uma
avaliação concreta da qualidade de
seus sistemas de produção e pode
perceber como aprimorar suas ope-
rações”, completa.
Outra vantagem é o diferencial
que as certificações podem represen-
tar perante os outros fabricantes ou
prestadores de serviço do mercado.
Esta garantia indica aos consumido-
res que uma oficina certificada, por
exemplo, utiliza os equipamentos
corretos, mantém todas as ferramen-
tas devidamente calibradas e empre-
ga apenas profissionais capacitados
para executar seus serviços.
Por fim, Xavier acrescenta que a
certificação também pode funcionar
como uma ferramenta de padroni-
zação. “Desenvolvemos a pedido da
Fiat um projeto de padronização de
485 concessionárias da marca distri-
buídas pelo Brasil, garantindo assim
que todas operassem com a mesma
qualidade”, exemplifica.
Gustavo F. Quattrone e
Thaís Tüchumantel
Jornalistas
Mais informações Acompanhe os treinamentos e cursos oferecidos pelo Instituto da Qualidade Automotiva no site www.iqa.org.br
IQA oferece treinamento a profissionais,
publica literaturas técnicas e homologa
componentes veiculares
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O Mundo da Usinagem �1
Oportunidades de expansão nos mercados de transporte e geração de energia levam a Cummins a responder com recordes
de produção e novos investimentos no País
mais precisamente em Guarulhos
(SP), os resultados atingiram novo
recorde de produção, com 96 mil
unidades fabricadas. Este número
representa uma evolução de 57% em
relação ao resultado do ano anterior.
“Com isso, assumimos a liderança no
fornecimento de motores para cami-
nhões, com 37% de participação no
mercado nacional”, revela Pasquotto.
Outro destaque foram os resulta-
dos alcançados pela Cummins Power
Generation, responsável por atender
o setor de energia, que também ob-
teve sucesso expressivo no balanço
do ano passado, representando 22%
do faturamento total do grupo. Na
América Latina o faturamento chegou
a US$ 227,2 milhões, sendo US$
130,2 milhões no Brasil, com 35% do
market share. Neste setor, a empresa
Depois da queda de seu fatura-
mento em 2009, ano afetado
pela crise econômica global,
a cummins – fabricante de motores
e tecnologias relacionadas – mostrou
que está conseguindo superar defi-
nitivamente a desaceleração sentida
em todo o setor industrial. Em 2010,
a empresa registrou faturamento
de US$ 13,2 bilhões, suas ações
valorizaram-se 143% no mercado
financeiro e pelo sexto ano consecu-
tivo a companhia foi relacionada entre
as líderes mundiais pelo índice Dow
Jones de Sustentabilidade.
A partir de 2010, a América Latina
e o México passaram a ter maior repre-
sentatividade nos negócios da empre-
sa, reduzindo a participação do mer-
cado norte-americano. “Essas regiões
representaram 12% do faturamento
da empresa, totalizando US$ 1,3
bilhão, e o Brasil respondeu sozinho
por 80% desse total”, afirmou luis Afonso Pasquotto, vice-presidente
da Cummins para a América Latina.
Além de representarem uma ótima re-
cuperação em relação ao ano anterior,
estes resultados também se tornaram
novos recordes para a empresa – que
ao todo possui 80 fábricas, três dessas
instaladas no Brasil.
Para a divisão de motores – uma
das quatro que compõem as opera-
ções da Cummins global, ao lado das
atividades de geração de energia,
distribuição e componentes –, 2010
foi um ano particularmente relevante.
Foram 887 mil unidades produzidas,
alcançando 49% do faturamento
anual global da empresa. Na fábrica
brasileira, especificamente, que fica
de olho no mercado ii
Motores do
Crescimento
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ação
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O Mundo da Usinagem�2
registrou ainda um aumento de 166%
no volume de grupos geradores
exportados.
Criando oportunidadesPara o futuro, as expectativas
também são promissoras. Devido às
obras do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), e às demandas
geradas pela Copa do Mundo FIFA
2014 e pelos Jogos Olímpicos 2016,
um aumento considerável no consu-
mo de energia deverá ocorrer nos
próximos anos no País. Para atender
a este crescimento, a divisão de ge-
ração de energia da Cummins prevê
uma ampliação significativa em suas
operações brasileiras.
Atualmente, a empresa tem atendi-
do principalmente demandas temporá-
rias, oferecendo aluguel de geradores
para obras – principal fonte de renda
da empresa neste setor. As operações
estão concentradas principalmente na
cidade de Manaus (Amazonas), sendo
que a Cummins responde por cerca
de 40% da locação de geradores
no País.
Já na área de motores, a expecta-
tiva também é a de aquecimento dos
negócios com a possível aprovação
do Programa Nacional de Renovação
da Frota de Caminhões. Elaborado
pela CNT – Confederação Nacional
do Transporte, o programa hoje se
encontra em análise no Congresso. Se
aceita, esta iniciativa irá estabelecer a
obrigatoriedade da troca de todos os
caminhões com mais de 30 anos de
uso existentes no território nacional.
Além disso, especialistas já estimam
que o setor deverá se manter em alta
em 2011, com vendas que devem
alcançar 105 mil motores neste ano.
Acompanhando a globalização
Para responder a esta forte pers-
pectiva de crescimento e oportunida-
des, a Cummins decidiu investir em
pesquisas com o objetivo de ampliar
seu domínio tecnológico nas áreas
de engenharia de motores e filtração.
Dois novos laboratórios foram cons-
truídos na unidade da empresa em
Guarulhos, somando investimentos
de R$ 4,5 milhões.
O laboratório Engine Business
Unit (EBU) é um dos mais completos
entre todos os centros tecnológicos da
companhia. “Reunimos aqui diversos
equipamentos de última geração, e
acreditamos que esta unidade deverá
contribuir para o desenvolvimento de
soluções avançadas também para
nossas operações em outros países”,
adianta Pasquotto. O principal objetivo
da construção dos laboratórios é re-
duzir os custos e o tempo aplicados
aos testes de motores, mas o novo
espaço também servirá para capacitar
engenheiros permanentemente, resul-
tando em programas nacionais mais
rápidos e econômicos. Já o Laborató-
rio de Desenvolvimento da Cummins
Filtration demandou investimento
de R$ 3 milhões e deverá promover
pesquisas e soluções voltadas ao
mercado local.
Também para o próximo ano, a
Cummins deverá disponibilizar novos
motores alinhados com a Norma
Euro 5, que a partir de 2012 estabe-
lece novos limites para o nível de po-
luentes que os veículos diesel podem
liberar. Com o objetivo de atender esta
demanda do setor de transportes, a
Cummins planeja iniciar em outubro a
produção dos novos motores para que
em janeiro de 2012 estes produtos já
estejam à disposição do mercado.
O programa de investimentos da
Cummins prosseguirá em 2011, com
o desenvolvimento de novos produ-
tos e tecnologias, aprimoramento de
infraestrutura e pós-venda em nível
global. “A perspectiva é que sejam
aplicados US$ 40 milhões durante o
ano, em investimentos para o cresci-
mento dos negócios e melhorias no
grupo”, prevê Pasquotto.
Vanessa Yazbek
Jornalista
cummins planeja investir uS$ 40 milhões em novos negócios e na melhoria de suas unidades. acima, fábrica de motores de guarulhos (SP)
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O Mundo da Usinagem ��
O processo de globalização
trouxe consigo inúmeras
oportunidades e igualmente
muitos desafios, como a questão
da diversidade cultural, que abran-
ge distintas esferas da sociedade
– política, econômica, civil, ambien-
tal. Tentar dar uma diretriz comum
ao enfrentamento dos problemas
decorrentes tem sido um dos obje-
tivos de órgãos internacionais como
a Organização das Nações Unidas
(ONU), no sentido de construir um
mundo mais próspero e mais justo.
Um bom caminho para as empre-
sas minimizarem entraves culturais
é promover a diversidade, o que re-
presenta a possibilidade de aprovei-
tamento de potenciais ainda pouco
explorados pelas organizações – os
quais contribuem para a criatividade,
melhor capacidade de gestão e pro-
dutividade de suas equipes.
Segundo Jack Welch, ex-presi-
dente mundial da General Electric
e responsável pela implantação da
política da diversidade na organiza-
ção, ampliar a competitividade em
mercados globais significa romper
barreiras culturais que impedem a
contratação e o desenvolvimento
profissional, além de garantir a ma-
nutenção das diversidades.
Para o grupo Sandvik, a res-
ponsabilidade social se traduz
por meio de um comportamento
ético na condução dos negócios da
organização, com base no compro-
misso contínuo com a qualidade de
vida atual e das gerações futuras.
Patrocinar iniciativas que ajudem a
promover a diversidade em todas
as suas dimensões é fundamental
para a sustentabilidade e equilíbrio
da empresa e para o bem-estar dos
colaboradores.
Convicta disso, a empresa sueca
estabeleceu como uma de suas
prioridades promover a equidade
de gêneros na organização. Entre as
metas definidas pela matriz e subsi-
diárias está a maior inclusão do sexo
feminino nas novas contratações,
incluindo cargos de gestão.
Segundo a Secretaria Geral da
ONU existem cerca de 1,2 bilhão de
pessoas no planeta vivendo abaixo
da linha de extrema pobreza. Desse
total, 70% são mulheres, fenômeno
identificado como a “feminização da
pobreza”. Quebrar esse quadro é
uma das condições para diminuir a
pobreza no mundo; e um dos meios
de atingir esse objetivo é fortalecer
o papel da mulher, ampliando seu
espaço no mercado de trabalho e
garantindo a igualdade de oportuni-
dades para ambos os sexos.
Construir a autonomia feminina
e promover o balanço entre homens
e mulheres foi, aliás, um dos con-
sensos estabelecidos na Cúpula do
Milênio em 2000 – considerado o
maior encontro de dirigentes mun-
diais já realizado. Dessa reunião
resultou a criação da Declaração
do Milênio, que estabelece um
consenso sobre os principais e
atuais problemas do planeta e o
compromisso de enfrentá-los: o
desequilíbrio ambiental, a extrema
pobreza, as doenças endêmicas,
a violação dos direitos humanos e
as profundas desigualdades sociais
e de gênero, além de intoleráveis,
configuram-se como limites reais
para o desenvolvimento a médio e
longo prazo.
Para as lideranças mundiais, tratar
disso é tentar corrigir a distribuição
desigual tanto dos benefícios quanto
do ônus da globalização, e construir
as bases para um mundo mais justo,
mais equilibrado e mais pacífico.
“Se você é gestor, pense nisso em
sua próxima contratação e busque
o balanço entre os gêneros na sua
empresa. Você verá os resultados.”
Sandra Pascuti controller da sandvik
coromant do brasil
Fern
ando
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to
nossa parcela de responsabilidade
promover a diversidade nos tornará
mais fortes e competitivos
O Mundo da Usinagem��
ANUNcIANtes NestA eDIçÃoo mundo da Usinagem 77
agie-charmilles . . . . . . . . . . . . . . . . .45
blaser . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10
bucci . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26
cosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
deb´maq . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3ª capa
dormer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .11
dynamach . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
ergomat . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15
febramec . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17
Grob . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .37
haas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23
heller . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .33
hexagon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19
intertech . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27
Kone . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16/18
machsystem . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20
mitsui motion . . . . . . . . . . . . . . . . . . .25
mitutoyo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
mori seiki . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29
okuma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .35
romi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
rudloff . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38
sandvik . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4ª capa
selltis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2ª capa
tupy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5
ARWI Tel: 54 3026-8888Caxias do Sul - RS
ATALANTA TOOLS Tel: 11 3837-9106São Paulo - SP
COFAST Tel: 11 4997-1255Santo André - SP
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COMED Tel: 11 2442-7780Guarulhos - SP
CONSULTEC Tel: 51 3343-6666Porto Alegre - RS
COROFERGS Tel: 51 3337-1515Porto Alegre - RS
CUTTING TOOLS Tel: 19 3243-0422Campinas – SP
DIRETHA Tel: 11 2063-0004São Paulo - SP
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FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400Fortaleza - CE
GALE Tel: 41 3339-2831Curitiba - PR
GC Tel: 49 3522-0955Joaçaba - SC
HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047Vila Velha - ES
KAYMÃ Tel: 67 3321-3593Campo Grande - MS
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MAXVALE Tel: 12 3941-2902São José dos Campos - SP
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NEOPAQ Tel: 51 3527-1111Novo Hamburgo - RS
PRODUS Tel: 15 3225-3496Sorocaba - SP
PS Tel: 14 3312-3312Bauru - SP
PS Tel: 44 3265-1600Maringá - PR
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