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    Segurana e sadena construo

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    Cdigo de boas prticas da OIT

    Segurana e sade

    na construo

    Um contributo da OIT para o Programa

    Internacional de Segurana Qumica

    do PNUA, da OIT e da OMS (PISQ)

    Bureau Internacional do Trabalho Genebra

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    Copyright Organizao Internacional do Trabalho 2008Publicado em 2008As publicaes do Bureau Internacional do Trabalho gozam da proteco dos direitos de autor em

    virtude do Protocolo 2 anexo Conveno Universal sobre Direito de Autor. No entanto, brevesextractos dessas publicaes podem ser reproduzidos sem autorizao, desde que mencionada a fonte.Os pedidos para obteno dos direitos de reproduo ou traduo devem ser dirigidos ao Servio dePublicaes da OIT (Rights and Permissions), International Labour Office, CH-1211 Geneva 22,Switzerland, ou por email: [email protected]. Os pedidos de autorizao sero sempre bem vindos.As bibliotecas, instituies e outros utilizadores registados podero reproduzir cpias de acordo comas licenas obtidas para esse efeito. Por favor consulte o stio www.ifrro.org para conhecer a entidadereguladora no seu pas._________________________________________________________________________________

    Segurana e sade na construo: cdigo de boas prticas da OIT

    ISBN: 978-972-704-306-4_________________________________________________________________________________

    Tambm disponvel em Ingls: Safety and health in construction. An ILO code of practice,Geneva, 1992 (ISBN 92-2-107104-9),Francs: Scurit et sant dans la construction. Recueil de directives pratiques du BIT (ISBN 92-2-207104-2) e Espanhol Seguridad y salud en la construccin: repertorio de recomendacionesprcticas de la OIT(ISBN 9223071046), Genve, 1992.Traduo: TraductaEdio: Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Social de PortugalGabinete de Estratgia e Planeamento

    R Castilho, n 24, 5esq. 1250-069 LisboaTiragem: 200 exemplares.Impresso: Etigrafe, Artes Grficas, LdaDepsito Legal: 284167/08As designaes constantes das publicaes da OIT, que esto em conformidade com as normas dasNaes Unidas, bem como a forma sob a qual figuram nas obras, no reflectem necessariamente o ponto de vista da Organizao Internacional do Trabalho, relativamente condio jurdica dequalquer pas, rea ou territrio ou respectivas autoridades, ou ainda relativamente delimitao dasrespectivas fronteiras.As opinies expressas em estudos, artigos e outros documentos so da exclusiva responsabilidade dos

    seus autores, e a publicao dos mesmos no vincula a Organizao Internacional do Trabalho sopinies neles expressas.A referncia a nomes de empresas e produtos comerciais e a processos ou a sua omisso no implicada parte da Organizao Internacional do Trabalho qualquer apreciao favorvel ou desfavorvel.Informao adicional sobre as publicaes do BIT pode ser obtida no Escritrio da OIT em Lisboa,Rua Viriato n 7, 7, 1050-233 LISBOA-PORTUGALTel. +351 213 173 447, fax +351 213 140 149 ou directamente atravs da nossa pgina da Internetwww.ilo.org/lisbonImpresso em Portugal

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    Prefcio

    Em conformidade com a deciso tomada pelo Conselho deAdministrao do Bureau Internacional do Trabalho na sua 244.sesso (Novembro de 1989), realizou-se em Genebra, de 12 a 19 deMaro de 1991, uma reunio de peritos para efeitos de elaborao deum cdigo de boas prticas sobre a segurana e sade na construo.

    Nessa reunio participaram vinte e um peritos (sete de cada grupo)designados pelo Conselho de Administrao, aps consulta ao Grupodos representantes dos Governos, ao Grupo dos Empregadores e ao

    Grupo dos Trabalhadores do Conselho1. A reunio de peritos examinoue adoptou o texto do presente cdigo, o qual se baseou num projecto

    preparado pelo Bureau.Estas directrizes destinam-se a todas as entidades, do sector

    pblico ou privado, responsveis pela segurana e proteco da sadena indstria da construo. O presente cdigo no pretende substituiras leis ou regulamentos nacionais nem as normas em vigor. Foielaborado com o propsito de servir de guia para todas as entidadesque devam estabelecer prescries nessa matria, sejam estasautoridades pblicas, comisses, empresas ou organizaes deempregadores ou de trabalhadores da indstria da construo.

    Importa interpretar as disposies do cdigo luz do contextonacional e local, dos meios tcnicos disponveis e da escala dasoperaes, condies que determinaro o alcance da sua aplicao.

    A publicao do presente cdigo foi autorizada pelo Conselho de

    Administrao do Bureau Internacional do Trabalho na sua 250.sesso (Maio-Junho de 1991).

    1 Participaram na reunio os seguintes peritos:

    Peritos designados aps consulta ao Grupo dos representantes dos Governos

    J.-P. Clment, Ministrio do Trabalho, do Emprego e da Formao Profissional (Frana).D. G. Kibara, Ministrio do Trabalho, Nairobi (Qunia).W. Kukulski, Instituto de Tecnologia da Construo, Varsvia (Polnia).S.S. Msangi, Ministrio do Trabalho e da Juventude, Dar es-Salaam (Repblica Unida da Tanznia).

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    M. H. Negro, Ministrio do Trabalho e da Previdncia Social, So Paulo (Brasil).A. Snchez, Director do Departamento do Trabalho e do Emprego, Manila (Filipinas).

    H. Wong Kok Choy, Ministrio do Trabalho, Singapura (Singapura).

    Peritos designados aps consulta ao Grupo dos Empregadores do Conselho de AdministraoJ. A. DeVries, Associao Canadiana da Construo, Ottawa, Ontrio (Canad).H. Georget, Sindicato Nacional de Pequenas e Mdias Empresas Industriais (SYNAPEMEIN),

    Niamei (Nger).W. M. Nasr, Fana Investment and Trading Inc., Beirute (Lbano).E. J. Ros Mrquez, Associao Uruguaia da Construo, Montevideu (Uruguai).J.Skau-Jacobsen, Associao Norueguesa dos Empreiteiros, Oslo (Noruega), substitudo na

    segunda parte da reunio por G. Berlung, Federao Sueca da Construo, Estocolmo (Sucia).P. M. Walsh, Autoridade Nacional para a Sade e a Segurana, G & T Crampton Ltd., Dublin

    (Irlanda).Wan Hock Leong, Sato Kogyo Co. Ltd., Kuala Lumpur (Malsia).

    Peritos designados aps consulta ao Grupo dos Trabalhadores do Conselho de AdministraoT. Escorial Clemente, Federao Estatal da Madeira, da Construo e das Indstrias Conexas

    (FEMCA-UGT), Madrid (Espanha).B. Laguna, Federao Venezuelana dos Trabalhadores da Construo

    (FETRACONSTRUCCIN), Caracas (Venezuela).J. Martins, Sindicato dos Empregados Tcnicos e Assalariados da Construo Civil, Obras

    Pblicas e Afins (SETACCOP), Lisboa (Portugal).A. Russ, Sindicato Neozelands dos Trabalhadores da Construo, Wellington (Nova

    Zelndia).M. F. Sissoko, Unio Nacional dos Trabalhadores do Mali (UNTM), Bamako (Mali). N. Tobiassen, Secretaria Sindical do Conselho de Segurana Industrial, Copenhaga

    (Dinamarca).

    A. Zverev, Federao dos Trabalhadores da Construo, Confederao Geral de Sindicatos daURSS, Moscovo (URSS).

    Organizaes internacionais governamentais e no governamentais representadasAssociao Internacional da Segurana SocialComisso das Comunidades EuropeiasConfederao Internacional de Organizaes Sindicais LivresConfederao Mundial do TrabalhoFederao Internacional dos Trabalhadores da Construo e da MadeiraFederao Sindical MundialOrganizao Internacional dos EmpregadoresOrganizao Internacional de NormalizaoOrganizao Mundial da Sade

    Unio Internacional dos Sindicatos dos Trabalhadores da Construo, Madeira e Materiais deConstruo

    Representantes da OITK. Kogi, Chefe do Servio da Segurana e da Sade no Trabalho.J. Serbitzer, engenheiro de segurana, Servio de Segurana e Sade no Trabalho.

    Consultores da OITK. C. Gupta, Director-Geral, Direco-Geral do Servio Consultivo da Indstria e dos

    Institutos do Trabalho, Bombaim (ndia).J. Hinksman, Director Regional das operaes no terreno, Administrao da Sade e

    Segurana (Health and Safety Executive), Londres (Reino Unido)

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    ndice

    Prefcio .......................................................................................................... v

    1. Disposies Gerais .......................................................................................... 1

    1.1. Objectivos ........................................................................................... 11.2. mbito de aplicao ........................................................................... 11.3. Definies ........................................................................................... 2

    2. Obrigaes gerais ........................................................................................... 7

    2.1. Obrigaes gerais das autoridades competentes ................................ 72.2. Obrigaes gerais dos empregadores ................................................. 82.3. Obrigaes gerais dos trabalhadores por conta prpria ..................... 11

    2.4. Cooperao e coordenao .................................................................. 112.5. Direitos e obrigaes gerais dos trabalhadores .................................. 122.6. Obrigaes gerais dos projectistas, engenheiros e arquitectos .......... 142.7. Obrigaes gerais dos donos da obra ................................................. 14

    3. Segurana nos locais de trabalho ................................................................. 16

    3.1. Disposies gerais ............................................................................... 163.2. Meios de acesso e de sada ................................................................. 163.3. Ordem e limpeza ................................................................................. 163.4. Precaues a tomar contra a queda de materiais e de pessoas e os

    riscos de desabamento da obra ........................................................... 173.5. Proibio de acesso a pessoas no autorizadas .................................. 173.6. Preveno e combate a incndios ....................................................... 183.7. Iluminao ........................................................................................... 20

    4. Andaimes e escadas de mo .......................................................................... 21

    4.1. Disposies gerais ............................................................................... 214.2. Materiais .............................................................................................. 224.3. Concepo e construo ..................................................................... 234.4. Inspeco e manuteno ..................................................................... 24

    4.5. Instalao de aparelhos de elevao nos andaimes ............................ 254.6. Andaimes pr-fabricados .................................................................... 264.7. Utilizao de andaimes ....................................................................... 264.8. Andaimes suspensos ............................................................................ 26

    5. Aparelhos e acessrios de elevao .............................................................. 28

    5.1. Disposies gerais ............................................................................... 285.2. Monta-cargas ....................................................................................... 335.3. Derricks ............................................................................................... 36

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    5.4. Cbreas ................................................................................................ 37

    5.5. Gruas-torre .......................................................................................... 38

    5.6. Cabos de elevao ............................................................................... 40

    6. Veculos e mquinas de terraplanagem e de movimentao de materiais 41

    6.1. Disposies gerais ............................................................................... 41

    6.2. Escavadoras mecnicas ....................................................................... 44

    6.3. Bulldozers ............................................................................................ 46

    6.4. Scrapers ............................................................................................... 47

    6.5. Espalhadoras-acabadoras mveis ........................................................ 47

    6.6. Pavimentadoras mveis ...................................................................... 48

    6.7. Mquinas para compactao ............................................................... 48

    7. Instalaes, mquinas, equipamentos e ferramentas manuais ................. 507.1. Disposies gerais ............................................................................... 50

    7.2. Ferramentas manuais .......................................................................... 51

    7.3. Ferramentas pneumticas .................................................................... 52

    7.4. Aparelhos de fixao por carga explosiva .......................................... 53

    7.5. Ferramentas elctricas ......................................................................... 54

    7.6. Mquinas para trabalhar madeira ....................................................... 55

    7.7. Motores ............................................................................................... 56

    7.8. Silos ..................................................................................................... 56

    7.9. Betoneiras e equipamentos de betonagem .......................................... 587.10. Equipamentos sob presso ................................................................ 59

    7.11. Transportadores ................................................................................. 61

    7.12. Instalaes de britagem ..................................................................... 62

    7.13. Grupos electrogneos ........................................................................ 63

    8. Trabalhos em altura, incluindo em coberturas e telhados ........................ 64

    8.1. Disposies gerais ............................................................................... 64

    8.2. Trabalhos em telhados ........................................................................ 64

    8.3. Trabalhos em chamins de grande altura ........................................... 66

    9. Escavaes, terraplenos e obras subterrneas (poos e tneis) ................ 69

    9.1. Disposies gerais ............................................................................... 69

    9.2. Escavaes .......................................................................................... 70

    9.3. Obras subterrneas .............................................................................. 72

    9.3.1. Disposies gerais ............................................................................ 72

    9.3.2. Abertura de poos ............................................................................ 73

    9.3.3. Ventilao ......................................................................................... 75

    9.3.4. Proteco contra incndios .............................................................. 76

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    9.3.5. Electricidade ..................................................................................... 77

    9.3.6. Iluminao ........................................................................................ 77

    9.4. Perfurao de rocha ............................................................................ 78

    9.5. Transporte, armazenamento e manuseamento de explosivos ............. 78

    9.6. Desmonte a fogo ................................................................................. 78

    9.7. Transporte em obras subterrneas ...................................................... 79

    9.8. Controlo de poeiras ............................................................................. 79

    9.9. Condutas subterrneas de grande dimetro ........................................ 80

    10. Ensecadeiras, caixes e trabalhos em caixa de ar comprimido .............. 81

    10.1. Disposies gerais ............................................................................. 81

    10.2. Trabalhos em ensecadeiras e caixes ............................................... 84

    10.3. Trabalhos em galerias ou tneis de ar comprimido ......................... 8711. Estruturas, vigamentos, cofragens e trabalhos de betonagem ................ 89

    11.1. Disposies gerais ............................................................................. 89

    11.2. Montagem e desmontagem de estruturas ou vigamentos metlicos

    e de elementos pr-fabricados .......................................................... 89

    11.3. Betonagem in situ de elementos estruturais .................................. 94

    11.4. Pavimentos provisrios ..................................................................... 95

    11.5. Cofragens .......................................................................................... 95

    12. Cravao de estacas e estacas-pranchas .................................................... 98

    12.1. Disposies gerais ............................................................................. 9812.2. Inspeco e manuteno do equipamento bate-estacas .................... 99

    12.3. Utilizao do bate-estacas ................................................................. 99

    12.4. Bate-estacas flutuantes ...................................................................... 100

    12.5. Cravao de estacas-pranchas ........................................................... 101

    13. Trabalhos executados sobre gua ............................................................... 102

    13.1. Disposies gerais ............................................................................. 102

    13.2. Embarcaes ..................................................................................... 104

    13.3. Procedimentos de emergncia e salvamento .................................... 105

    14. Trabalhos de demolio ............................................................................... 106

    14.1. Disposies gerais ............................................................................. 106

    14.2. Demolio de paredes ....................................................................... 110

    14.3. Demolio de pavimentos ................................................................. 110

    14.4. Demolio de vigamentos metlicos ou de beto armado ................ 110

    14.5. Demolio de chamins de grande altura ......................................... 111

    14.6. Utilizao e eliminao do amianto e dos materiais e produtos que

    contm amianto ................................................................................. 111

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    15. Electricidade ................................................................................................. 112

    15.1. Disposies gerais ............................................................................. 11215.2. Inspeco e manuteno ................................................................... 11415.3. Ensaio das instalaes elctricas ...................................................... 115

    16. Explosivos ..................................................................................................... 116

    16.1. Disposies gerais ............................................................................. 11616.2. Transporte, armazenamento e manuseamento de explosivos ........... 11716.3. Destruio de explosivos .................................................................. 120

    17. Riscos para a sade, primeiros socorros e servios de sade no trabalho 121

    17.1. Disposies gerais ............................................................................. 12117.2. Servios de sade no trabalho .......................................................... 122

    17.3. Primeiros socorros ............................................................................ 12317.4. Substncias perigosas ........................................................................ 12417.5. Atmosferas perigosas ........................................................................ 12617.6. Riscos devidos a radiaes ............................................................... 12717.7. Stress trmico, frio e humidade ........................................................ 12817.8. Rudo e vibraes ............................................................................. 12817.9. Agentes biolgicos ............................................................................ 13017.10. Outras disposies .......................................................................... 130

    18. Vesturio e equipamento de proteco individual .................................... 131

    18.1. Disposies gerais ............................................................................. 13118.2. Tipos de vesturio e equipamento de proteco individual ............. 132

    19. Bem-estar ...................................................................................................... 134

    19.1. Disposies gerais ............................................................................. 13419.2. gua potvel ..................................................................................... 13419.3. Instalaes sanitrias ......................................................................... 13519.4. Lavatrios e cabinas de duche .......................................................... 13519.5. Vestirios ........................................................................................... 13619.6. Refeitrios ......................................................................................... 13619.7. Abrigos .............................................................................................. 13619.8. Alojamentos ....................................................................................... 136

    20. Formao e informao sobre segurana e sade .................................... 137

    21. Declarao dos acidentes e das doenas relacionadas com o trabalho .. 140

    Anexo: Bibliografia ............................................................................................ 141

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    Segurana e sade na construo

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    1. Disposies gerais

    1.1. Objectivos1.1.1. O presente cdigo de boas prticas pretende dar conselhos

    prticos sobre os aspectos jurdicos, administrativos, tcnicos e deformao da segurana e da sade na indstria da construo, nosentido de:a) Prevenir os acidentes de trabalho e as doenas profissionais dos

    trabalhadores da construo; b) Garantir o estudo adequado e a boa execuo dos projectos de

    construo;c) Propor critrios para anlise do ponto de vista da segurana, da

    sade e das condies de trabalho dos processos, dasactividades, tcnicas e operaes da construo, bem como

    permitir a tomada de medidas apropriadas de planeamento,controlo e aplicao das disposies pertinentes.

    1.1.2. O presente cdigo de boas prticas contm ainda conselhos

    prticos para a aplicao das disposies da Conveno n. 167, de1988, sobre a segurana e sade na construo, e da Recomendao n.175, de 1988, sobre a segurana e sade na construo.

    1.2. mbito de aplicao

    1.2.1. O presente cdigo de boas prticas abrange:a) As seguintes actividades de construo:

    i) a edificao, nomeadamente as escavaes, a construo, amodificao de estruturas, a renovao, reparao,manuteno (incluindo os trabalhos de limpeza e de pintura)e demolio de todo o tipo de edifcios ou obras;

    ii) a engenharia civil, incluindo as escavaes e a construo,a modificao de estruturas, a reparao, manuteno e ademolio de obras, tais como aeroportos, docas, instalaes

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    porturias, canais, barragens, obras de proteco contraguas fluviais e martimas ou contra avalanches, estradas e

    auto-estradas, caminhos-de-ferro, pontes, tneis, viadutos eas obras de utilidade pblica relativas s comunicaes,drenagens, recolha de guas residuais e aos fornecimentosde gua e de energia;

    iii) A montagem e desmontagem de edifcios e de estruturas pr-fabricadas, bem como o fabrico de elementos pr-fabricados no estaleiro da obra;

    b) A construo e a montagem de torres de perfurao e deinstalaes petrolferas off-shore durante a sua construo emterra.

    1.2.2. As disposies do presente cdigo devem ser consideradascomo requisitos essenciais para a segurana e a proteco da sade dostrabalhadores.

    1.2.3. Em conformidade com o disposto nas legislaes nacionais,as disposies do presente cdigo devem abranger os trabalhadores por

    conta prpria.

    1.3. Definies

    No presente cdigo de boas prticas, entende-se por: acessrio de elevao: qualquer dispositivo atravs do qual se

    possa fixar uma carga a um aparelho de elevao, mas que noconstitui uma parte integrante do aparelho ou da carga;

    os termos adequado, apropriado ou conveniente servem paradescrever qualitativa ou quantitativamente os meios ou mtodosutilizados para proteger o trabalhador;

    andaime: qualquer estrutura temporria, fixa, suspensa ou mvel,bem como as componentes que a apoiam, que sirva de suporte aostrabalhadores e aos materiais ou que permita o acesso a essamesma estrutura, com excluso dos aparelhos de elevao;

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    andaimes: conjunto ou sistema de andaimes; aparelho de elevao: qualquer aparelho fixo ou mvel utilizado

    para erguer ou descer pessoas ou cargas; aparelho de fixao de carga explosiva (cartucho): verpistola defixao.

    autoridade competente: ministro, entidade governamental ououtra autoridade pblica com competncia para promulgarregulamentos, portarias e outras disposies com fora de lei;

    cabrestante: guincho de um aparelho de elevao; cdigo de boas prticas: documento que contm informaes

    prticas sobre as polticas e as normas em matria de seguranae sade no trabalho, e que se destina aos governos,empregadores, trabalhadores e a qualquer pessoa que participe no

    processo de construo, tendo em vista a promoo da seguranae da sade dos trabalhadores ao nvel nacional e ao nvel daempresa;

    construo slida ou de boa qualidade: qualquer construo que

    satisfaa as normas estabelecidas por uma entidade nacional denormalizao ou qualquer organismo reconhecido pelaautoridade competente, em cumprimento dos requisitos tcnicosgeralmente aceites a nvel internacional ou outras normastcnicas;

    contraventamento: conjunto de elementos rgidos do andaimedestinado a evitar qualquer deformao ou deslocao domesmo; elemento rgido da estrutura que mantm um ponto

    numa posio fixa em relao a outro ponto; corrimo: verguarda-corpo ou guarda de segurana; diagonal de contraventamento ou cruzeta: tubo ou poste

    inclinado que suporta uma carga; dono da obra ou cliente: a pessoa singular ou colectiva por conta

    da qual a obra executada; empregador:

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    Disposies gerais

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    i) qualquer pessoa singular ou colectiva que empregue um ouvrios trabalhadores num estaleiro de obra;

    ii) o empreiteiro principal, o empreiteiro ou o subempreiteiro,consoante o contexto; estaleiro da obra: um estaleiro onde seja efectuado qualquer dos

    trabalhos ou operaes enumeradas no n. 1.2.1; guarda-corpo ou guarda de segurana: corrimo fixado com

    solidez, instalado ao longo da parte exposta de um andaime,escada, etc., para impedir a queda de pessoas;

    a expresso legislao nacional equivalente expresso leise regulamentos nacionais;

    a expresso leis e regulamentos nacionais equivalente expresso legislao nacional;

    local de trabalho: qualquer local onde os trabalhadores se devamencontrar ou para onde se devam dirigir por virtude do seutrabalho e que esteja sujeito ao controlo de um empregador;

    longarina ou travessa: elemento horizontal do andaime,

    colocado paralelo parte da frente da estrutura; perpendicularaos travesses e serve de apoio a estes ltimos; assegura afixao dos prumos e faz parte do contraventamento do andaime,

    pelo que pode igualmente ser designada por contraventamento; manual ou mo: operao executada sem recurso a uma

    ferramenta mecnica ou mquina; material slido ou de boa qualidade: qualquer material que

    satisfaa as normas estabelecidas por uma entidade nacional de

    normalizao ou qualquer organismo reconhecido pelaautoridade competente, requisitos tcnicos geralmente aceites anvel internacional ou outras normas tcnicas;

    meios de acesso ou de sada: passadios, corredores, plataformas, escadas e outros meios normalmente utilizados pelas pessoas para entrar ou sair do local de trabalho ou paraevacuao em caso de perigo;

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    Segurana e sade na construo

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    monta-cargas: aparelho de elevao que transporta materiais ou pessoas numa plataforma que se desloca ao longo de guias;

    muito baixa tenso de segurana: tenso nominal no superior a42 V entre condutores ou, no caso de circuitos trifsicos, nosuperior a 24 V entre o condutor de fase e o neutro, no devendoa tenso em vazio do circuito ser superior a 50 V e 29 V,respectivamente;

    perigo: ameaa de acidente ou risco para a sade; pessoa competente: pessoa com as qualificaes necessrias, tais

    como a formao adequada e os conhecimentos, a experincia ea aptido suficientes para executar tarefas especficas emcondies de segurana . As autoridades competentes podemdeterminar os critrios adequados para a designao dessas

    pessoas e definir os deveres que lhes incumbem; pistola de fixao: ferramenta que permite cravar um projctil

    (prego ou rebite) num material por meio de carga explosiva.Existem trs tipos de pistola:

    i) de aco directa, quando os gases libertados pela detonaodisparam directamente o projctil;ii) com pisto de baixa velocidade, quando os gases libertados

    pela carga explosiva accionam um pisto que, por sua vez,dispara o projctil;

    iii) com pisto de baixa velocidade, accionado por um martelo,quando o pisto accionado simultaneamente por ummartelo e pelos gases libertados pela detonao;

    prumo ou montante: elemento vertical ou quase vertical quesuporta o peso do andaime e da sua carga;

    risco: perigo efectivo ou presumido; rodap: barreira baixa fixada ao rebordo de uma plataforma,

    passadio, etc., que impede as pessoas de escorregar ou a quedade materiais;

    tirante: elemento tubular fixo entre duas longarinas ou travessas

    Disposies gerais

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    que serve de apoio plataforma de trabalho ou que fixa osprumos exteriores aos interiores;

    trabalhador: qualquer pessoa que trabalha no sector daconstruo; travessa, travesso ou apoio: elementos do andaime sobre os

    quais assenta a plataforma. Nos andaimes com apenas uma filade prumos, a extremidade exterior de cada travesso fixada auma longarina ou travessa e a extremidade interior amarrada

    parede. Nos andaimes independentes sem amarrao parede,constitudos por duas filas de prumos, as duas extremidades dos

    travesses so suportadas por travessas ou prumos.

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    Segurana e sade na construo

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    2. Obrigaes gerais

    2.1. Obrigaes gerais das autoridades competentes2.1.1. As autoridades competentes comprometem-se, com base

    numa avaliao dos riscos existentes para a segurana e sade e apsconsulta s organizaes mais representativas de empregadores e detrabalhadores, a adoptar e manter em vigor leis ou regulamentosnacionais que garantam a segurana e a sade dos trabalhadores daconstruo e que protejam as pessoas, que se encontrem num estaleirode obra ou nas suas imediaes, contra todos os riscos inerentes obra.

    2.1.2. As leis e regulamentos nacionais adoptados emconformidade com o disposto no n. 2.1.1. devem prever que a suaaplicao prtica se efectue por via de normas ou cdigos de boas

    prticas ou atravs de outros meios adequados em conformidade comas condies e a prtica nacionais.

    2.1.3. Ao dar cumprimento aos n.os 2.1.1 e 2.1.2., as autoridadescompetentes devem ter adequadamente em conta as normas adoptadas

    pelas organizaes internacionais reconhecidas no domnio danormalizao.2.1.4. As autoridades competentes devem criar servios de

    fiscalizao apropriados, para controlar o cumprimento e a aplicao prtica das disposies da legislao nacional, e dotar os referidosservios dos meios necessrios, para que possam desempenhar as suasfunes ou certificar-se da realizao adequada das fiscalizaes.

    2.1.5. Segundo as modalidades a definir pela legislao nacional

    ou pelas autoridades competentes, devem ser adoptadas medidas, queassegurem uma colaborao sistemtica entre empregadores etrabalhadores, para promover a segurana e sade nos estaleiros deobras. Essas medidas devem incluir:a) a constituio de comisses de segurana e sade representativas

    dos empregadores e dos trabalhadores, com os poderes e osdeveres que lhes sejam atribudos;

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    a) prevenir, logo que possvel, os perigos susceptveis de ocorreremno local de trabalho;

    b) evitar, no decorrer do trabalho, posturas e movimentos queprovoquem um cansao excessivo ou desnecessrio;c) organizar o trabalho tendo em conta a segurana e a sade dos

    trabalhadores;d) utilizar materiais ou produtos apropriados do ponto de vista da

    segurana e da sade;e) utilizar mtodos de trabalho que protejam os trabalhadores contra

    os efeitos nocivos de agentes qumicos, fsicos e biolgicos.

    2.2.3. Os empregadores devem criar comisses onde estejamrepresentados os trabalhadores e a direco da obra ou adoptarmedidas adequadas, conformes com a legislao nacional, para que ostrabalhadores participem no estabelecimento de condies seguras detrabalho.

    2.2.4. Os empregadores devem tomar as precaues necessrias para proteger as pessoas, que se encontram no estaleiro ou nas suas

    imediaes, contra os riscos associados obra.2.2.5. Os empregadores devem tomar as medidas necessrias paraque pessoas competentes efectuem periodicamente inspeces desegurana a todos os edifcios, instalaes, equipamentos, ferramentas,mquinas, locais de trabalho, sistemas e mtodos de trabalho da suaresponsabilidade, em conformidade com a legislao nacional, asnormas tcnicas ou os cdigos de boas prticas. A pessoa competentedeve verificar o nvel de segurana das mquinas, dos equipamentos e

    dos materiais utilizados na construo, por tipo ou individualmente,conforme o caso.

    2.2.6. Ao adquirir instalaes, equipamentos ou mquinas, osempregadores devem certificar-se de que a sua concepo est emconformidade com os princpios da ergonomia e de que satisfazem osrequisitos da legislao nacional, das normas tcnicas ou dos cdigosde boas prticas aplicveis e, na falta desses requisitos, de que so

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    concebidos ou protegidos de modo a poderem ser utilizados de formasegura, sem riscos para a sade.

    2.2.7. Os empregadores devem assegurar a vigilncia necessriapara que os trabalhadores desempenhem as suas funes nas melhorescondies de segurana e sade.

    2.2.8. Os empregadores devem atribuir aos trabalhadores apenastarefas adequadas sua idade, aptido fsica, estado de sade equalificaes.

    2.2.9. Os empregadores devem certificar-se de que todos ostrabalhadores esto convenientemente informados sobre os riscosinerentes ao seu trabalho e ao ambiente de trabalho, e de que recebemformao sobre as precaues a tomar para evitar acidentes oudoenas.

    2.2.10. Os empregadores devem certificar-se de que ostrabalhadores tm conhecimento da legislao nacional, das normastcnicas, dos cdigos de boas prticas, das instrues e recomendaesem matria de preveno de acidentes e de riscos para a sade.

    2.2.11. Os edifcios, instalaes, equipamentos, ferramentas,mquinas ou locais de trabalho nos quais foram identificadasdeficincias perigosas no devero ser utilizados enquanto a situaono for corrigida.

    2.2.12. Existindo um perigo iminente para a segurana dostrabalhadores, o empregador deve adoptar imediatamente medidas parainterromper o trabalho e, se necessrio, proceder evacuao dostrabalhadores.

    2.2.13. Quando as obras so executadas em vrios estaleiros e pequenos grupos de trabalhadores trabalham em stios isolados, oempregador deve implementar um sistema de controlo que lhe permitaverificar que todos os elementos da equipa de trabalho, incluindo osoperadores de equipamento mvel, regressaram base de operaes nofim do trabalho.

    2.2.14. Os empregadores devem proporcionar aos trabalhadores

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    primeiros socorros, formao e boas condies de trabalho; sempreque no seja possvel tomar medidas de preveno colectivas ou

    quando estas so insuficientes, os empregadores devem fornecer aostrabalhadores equipamento e vesturio de proteco individual. Osempregadores devem ainda garantir o acesso dos trabalhadores aservios de sade no trabalho.

    2.3. Obrigaes gerais dos trabalhadores por conta prpria

    2.3.1. A legislao nacional deve estipular que os trabalhadores

    por conta prpria so obrigados a cumprir as medidas prescritas emmatria de segurana e sade no local de trabalho.

    2.4. Cooperao e coordenao

    2.4.1. Sempre que dois ou mais empregadores realizemsimultaneamente actividades no mesmo estaleiro devem cooperar entresi, bem como com o dono da obra (cliente) ou o seu representante e

    com qualquer outra pessoa interveniente na obra, na aplicao dasmedidas prescritas em matria de segurana e sade.2.4.2. Sempre que dois ou mais empregadores realizem

    simultaneamente actividades no mesmo estaleiro, incumbir aoempreiteiro geral, ou pessoa ou organismo que tenha o controloefectivo ou a responsabilidade principal pelo conjunto das actividadesdo estaleiro, a coordenao das medidas prescritas em matria desegurana e sade e, se compatvel com a legislao nacional, a

    responsabilidade de assegurar a efectiva observncia de tais medidas.2.4.3. Se o empreiteiro principal, ou a pessoa ou organismo que

    tenha o controlo efectivo ou a responsabilidade principal pelo conjuntodas actividades do estaleiro, no estiver presente no local, deve, se talfor compatvel com a legislao nacional, nomear uma pessoa ou umorganismo competente que esteja presente no local e que tenha aautoridade e os meios necessrios para assegurar em seu nome a

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    coordenao e a aplicao das medidas prescritas em matria desegurana e sade.

    2.4.4. Cada empregador ser responsvel, em relao aostrabalhadores sob a sua autoridade, pela aplicao das medidas

    prescritas em matria de segurana e sade.2.4.5. Os empregadores e os trabalhadores por conta prpria que

    realizem simultaneamente actividades no mesmo estaleiro devemcooperar na aplicao das medidas prescritas em matria de seguranae sade.

    2.4.6. Os empregadores e os projectistas devem comunicar ecolaborar de forma eficaz, tomando em considerao os factores queafectam a segurana e a sade.

    2.5. Direitos e obrigaes gerais dos trabalhadores

    2.5.1. Os trabalhadores, em qualquer local de trabalho e namedida em que exeram um controlo sobre o equipamento e osmtodos de trabalho, tm o direito e o dever de participar nodesenvolvimento e melhoria de condies seguras no trabalho e deexpressar a sua opinio sobre os mtodos de trabalho adoptados que

    possam afectar a segurana e a sade.2.5.2. Os trabalhadores tm o direito de receber, por parte do

    empregador, informaes apropriadas sobre os riscos em matria desegurana e sade relacionados com os mtodos de trabalho e sobre asmedidas de segurana e de proteco da sade correspondentes. Estas

    informaes devero ser transmitidas de forma clara e numalinguagem acessvel.

    2.5.3. Os trabalhadores tm o direito de se afastar de uma situaode perigo, se tiverem motivos razoveis para acreditar que essasituao comporta um risco iminente e grave para a sua segurana esade, bem como o dever de comunicar tal facto, imediatamente, aosseus superiores hierrquicos.

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    2.5.4. A legislao nacional deve prever que os trabalhadores tma obrigao de:

    a) cooperar o mais estreitamente possvel com os seus empregadoresna aplicao das medidas prescritas em matria de segurana esade;

    b) zelar, em termos razoveis, pela sua prpria segurana e sade e pela segurana e sade de outras pessoas que possam serafectadas pelos seus actos ou omisses no trabalho;

    c) utilizar e manter em boas condies de utilizao o equipamentoe o vesturio de proteco individual e os meios postos sua

    disposio, e no usar de forma indevida nenhum material quelhes tenha sido fornecido para a sua prpria proteco ou para a

    proteco de outras pessoas;d) informar imediatamente o seu superior hierrquico directo e o

    representante dos trabalhadores para a segurana higiene e sade,,caso este exista, sobre qualquer situao que, em sua opinio, sejasusceptvel de envolva uma situao de risco e qual no possam

    fazer face por si mesmos devidamente;e) cumprir as medidas estabelecidas em matria de segurana esade;

    f) participar em reunies peridicas sobre segurana e sade notrabalho.

    2.5.5. Salvo em caso de emergncia ou quando devidamenteautorizados, os trabalhadores no devero tirar, modificar ou deslocaros dispositivos de segurana ou outros dispositivos destinados a

    garantir a sua proteco ou a de outras pessoas, nem dificultar aaplicao dos mtodos ou procedimentos adoptados para preveniracidentes e danos sade.

    2.5.6. Os trabalhadores no devem tocar nas instalaes e nosequipamentos quando no tenham sido autorizados para os utilizar,reparar ou assegurar a sua manuteno.

    2.5.7. Os trabalhadores no devem dormir ou descansar em locais

    Obrigaes gerais

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    perigosos, como por exemplo sobre andaimes, carris de caminho-de-ferro ou numa garagem, nem nas imediaes de fogos, substncias

    perigosas ou txicas, mquinas ou veculos pesados em movimento.

    2.6. Obrigaes gerais dos projectistas, engenheiros earquitectos

    2.6.1. Os responsveis pela concepo e planificao de umprojecto de construo devem receber informao sobre a segurana esade dos trabalhadores da construo e integrar as medidas de

    preveno na concepo e planificao dos projectos, emconformidade com a legislao e a prtica nacionais.2.6.2. Os autores do projecto engenheiros, arquitectos e outros

    profissionais devem excluir do projecto tudo o que possa exigir autilizao de mtodos ou de materiais com risco para a segurana esade dos trabalhadores, desde que este risco possa ser evitado poruma modificao dos mtodos ou pela utilizao de materiais desubstituio.

    2.6.3. Os responsveis pela concepo de projectos de edifcios,estruturas ou outras construes devem tomar em considerao os

    problemas de segurana relacionados com a manuteno posterior dosmesmos, caso esta apresente determinados riscos.

    2.6.4. O projecto de construo deve, por conseguinte, prever osmeios necessrios para garantir que os trabalhos de manuteno serealizem com o menor risco possvel.

    2.7. Obrigaes gerais dos donos de obra

    2.7.1. Os donos de obra devem:a) coordenar todas as actividades relacionadas com a segurana e a

    sade durante a execuo dos seus projectos de construo oudesignar uma pessoa competente para o efeito;

    b) informar todos os empreiteiros sobre os riscos particulares que

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    possam surgir em matria de segurana e sade, de que tm oudeveriam ter conhecimento na sua qualidade de donos de obra;

    c) Solicitar aos empreiteiros a incluso nas suas propostas do custodas medidas de segurana e sade a implementar durante aexecuo da obra.2.7.2. Os donos de obra devem, ao estabelecerem o calendrio de

    execuo das obras (concluso das fases intermdias e o tempo totalde realizao do projecto), ter em conta os requisitos a cumprir emmatria de segurana e sade durante o processo de construo.

    Obrigaes gerais

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    3. Segurana nos locais de trabalho

    3.1. Disposies gerais3.1.1. Devem ser tomadas todas as precaues adequadas para:

    a) garantir que todos os locais de trabalho so seguros e isentos deriscos para a segurana e sade dos trabalhadores;

    b) proteger as pessoas que se encontrem num estaleiro da obra ounas suas imediaes de todos os riscos que esse estaleiro sejasusceptvel de comportar.

    3.1.2. As aberturas e os restantes locais susceptveis de apresentarum risco para os trabalhadores devem ser claramente assinalados.

    3.2. Meios de acesso e de sada

    3.2.1. Devem ser providenciados, mantidos em bom estado e, senecessrio, sinalizados meios seguros de acesso e de sada dos locaisde trabalho, em conformidade com os requisitos de segurana.

    3.3. Ordem e limpeza

    3.3.1. Um programa adequado de ordem e limpeza deve serelaborado e aplicado ao longo da execuo da obra. Este programadeve incluir disposies sobre:a) o armazenamento adequado dos materiais e equipamentos;

    b) a evacuao, com a periodicidade que for julgada conveniente, deresduos e escombros.

    3.3.2. No devem ser depositados no estaleiro da obra materiaisinutilizados susceptveis de obstrurem os meios de acesso e de sadados locais de trabalho ou as vias de passagem.

    3.3.3. Quando os locais de trabalho e as vias de passagem setornam escorregadios devido presena de gelo, neve, leo, etc., osmesmos devem ser limpos ou polvilhados com areia, serradura, cinzasou outros produtos similares.

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    3.4. Precaues a tomar contra a queda de materiais e depessoas e os riscos de desabamento da obra

    3.4.1. Precaues apropriadas, tais como, a instalao devedaes ou barreiras, ou a designao de um trabalhador para vigiaras operaes, devem ser tomadas para proteger as pessoas contra aqueda de materiais, ferramentas ou mquinas durante as operaes deelevao e movimentao.

    3.4.2. Se a segurana assim o exigir, devero ser utilizadosescoramentos, cabos tensores, elementos de contraventamento ou

    suportes, ou tomadas outras precaues eficazes para prevenir os riscosde desabamento das obras no decorrer da execuo de trabalhos deconstruo, manuteno, reparao, desmontagem ou demolio.

    3.4.3. Todas as aberturas susceptveis de apresentar um risco dequeda para os trabalhadores devem ser devidamente vedadas eassinaladas.

    3.4.4. Se as circunstncias o permitirem, devem ser instaladosguarda-corpos e rodaps, conformes com o disposto na legislao

    nacional, para impedir a queda dos trabalhadores de postos de trabalhosituados a uma altura perigosa. Caso no seja possvel instalar essesdispositivos de segurana:

    a) devem ser instaladas redes e telas de proteco adequadasou

    b) devem ser fornecidos cintos, coletes ou arneses desegurana apropriados.

    3.5. Proibio de acesso a pessoas no autorizadas

    3.5.1. Os estaleiros situados em zonas habitacionais ou ao longode estradas com trnsito de veculos e pees devem ser vedados, paraimpedir o acesso a pessoas no autorizadas.

    3.5.2. A entrada no estaleiro de visitantes ou pessoas alheias obra no deve ser permitida, a no ser que tenham sido autorizados ou

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    sejam acompanhados por uma pessoa competente e disponham de umequipamento de proteco adequado.

    3.6. Preveno e combate a incndios

    3.6.1. O empregador deve adoptar todas as medidas adequadaspara:a) evitar o risco de incndio;

    b) extinguir rpida e eficazmente qualquer comeo de incndio;c) assegurar a evacuao rpida e segura das pessoas.

    3.6.2. Devem ser previstos meios suficientes e adequados para oarmazenamento de lquidos, slidos e gases inflamveis.

    3.6.3. O acesso a zonas de armazenamento de lquidos, slidos egases inflamveis gs de petrleo liquefeito, garrafas de gs, tintas e

    produtos similares s deve ser permitido a pessoas autorizadas.3.6.4. Deve ser proibido fumar em todos os locais onde se

    encontram armazenados materiais inflamveis ou de rpidacombusto. Dever ser afixada em locais visveis sinalizao de

    proibio de fumar.3.6.5. Nos espaos confinados ou fechados onde gases, vapores

    ou poeiras inflamveis possam apresentar perigo:a) as instalaes e os aparelhos elctricos, incluindo os focos de

    iluminao portteis, devem estar devidamente protegidos;b) no deve haver chama nua ou outra fonte de inflamao similar;c) deve ser afixada sinalizao de proibio de fumar;

    d) os panos, resduos e roupas impregnados de leo ou outrassubstncias susceptveis de combusto espontnea devem serimediatamente colocados em local seguro;

    e) deve ser assegurada uma ventilao adequada.

    3.6.6. Nos locais de trabalho, no deve ser permitida aacumulao de matrias combustveis, tais como embalagens,serradura, resduos impregnados de leo ou gordura, aparas de madeira

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    ou resduos de plstico. Estas matrias devem ser colocadas em locaisseguros dentro de recipientes metlicos fechados.

    3.6.7. Inspeces peridicas devem ser realizadas a locais comrisco de incndio, nomeadamente, a zonas situadas nas imediaes dosaparelhos de aquecimento, das instalaes e canalizaes elctricas, adepsitos de matrias combustveis ou inflamveis e a zonas onde soexecutados trabalhos de soldadura ou de corte trmico.

    3.6.8. As operaes de soldadura autognea e de oxicorte, bemcomo os restantes trabalhos a quente, devem ser realizados sob asuperviso de um encarregado e depois de tomadas as precaues

    necessrias para reduzir os riscos de incndio.3.6.9. Para reduzir os riscos de incndio, os locais de trabalho

    devem dispor, na medida do possvel:a) de meios adequados e suficientes de combate a incndios,

    colocados em locais visveis e de fcil acesso; b) de um fornecimento de gua com caudal e presso suficientes.

    3.6.10. O equipamento de combate a incndios deve ser mantido

    em bom estado de funcionamento e ser verificado periodicamente poruma pessoa competente. O acesso aos meios de combate a incndios,tais como as bocas-de-incndio, os extintores portteis e as ligaes

    para mangueiras, deve permanecer livre de obstculos.3.6.11. Todos os encarregados e um nmero suficiente de

    trabalhadores devem receber formao sobre a utilizao doequipamento de combate a incndios, de modo a que em todos osturnos de trabalho haja uma ou mais pessoas com formao adequada,

    prontas para intervir em caso de necessidade.3.6.12. Sempre que a segurana o exija, os trabalhadores devem

    receber formao adequada sobre as medidas a tomar em caso deincndio, incluindo sobre a utilizao de meios de evacuao.

    3.6.13. Caso seja necessrio, deve ser colocada uma sinalizaovisual apropriada que indique claramente as sadas de emergncia emcaso de incndio.

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    3.6.14. Os meios de evacuao devem permanecer desobstrudose ser controlados periodicamente, nomeadamente nos locais de

    trabalho em altura e nos de acesso restrito, tais como os tneis egalerias.3.6.15. Sempre que a segurana o exija, devem ser instalados

    meios suficientes e apropriados para que seja dado o alarme em casode incndio. Este alarme deve ser perfeitamente audvel a partir detodos os locais do estaleiro onde possam estar pessoas a trabalhar.Deve ser estabelecido um plano de evacuao eficaz que permitaevacuar e resgatar as pessoas rapidamente e sem pnico, bem como um

    plano para a paragem das instalaes e dos trabalhos.3.6.16. Devem ser afixados, em locais bem visveis, avisos que

    indiquem:a) o dispositivo de alarme mais prximo;

    b) o nmero de telefone e o endereo dos servios de intervenomais prximos.

    3.7. Iluminao3.7.1. Quando a iluminao natural no suficiente para garantir

    a segurana, deve ser assegurada em todos os locais de trabalho, bemcomo em qualquer outro local do estaleiro da obra onde umtrabalhador tenha de passar, uma iluminao suficiente e adequada,incluindo, se necessrio, focos de iluminao portteis.

    3.7.2. Na medida do possvel, a iluminao artificial no deverprovocar encandeamento nem sombras incomodativas.

    3.7.3. Sempre que a segurana o exija, as lmpadas deverodispor de proteco adequada.

    3.7.4. Os cabos de alimentao do material de iluminaoelctrico porttil devem ter um dimetro e caractersticas apropriados

    para a potncia exigida e apresentar resistncia mecnica suficientepara suportar as condies de utilizao em estaleiro.

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    4. Andaimes e escadas de mo

    4.1. Disposies gerais4.1.1. Se o trabalho no puder ser executado com plena segurana

    ao nvel do solo ou a partir do solo ou de uma parte de um edifcio oude outra estrutura permanente, deve ser instalado e mantido umandaime adequado e seguro ou providenciar-se um outro meioigualmente seguro e adequado.

    4.1.2. Os andaimes devem dispor de meios seguros de acesso, taiscomo escadas ou rampas. As escadas de mo devero estarconvenientemente apoiadas de modo a impedir qualquer movimentoinvoluntrio.

    4.1.3. Os andaimes e escadas de mo devem ser construdos eutilizados em conformidade com a legislao nacional.

    4.1.4. Os andaimes devem ser correctamente concebidos,construdos e conservados de modo a evitar que se desmoronem ou sedesloquem acidentalmente durante a sua utilizao normal.

    4.1.5. Os andaimes e os seus elementos devem:a) ser concebidos de modo a no apresentar qualquer perigo para ostrabalhadores durante as operaes de montagem e desmontagem;

    b) ser concebidos de modo a facilitar a montagem das plataformas,travesses, tirantes, travessas, escadas, rampas, guarda-corpos ede outros dispositivos de proteco;

    c) ser construdos com materiais apropriados e de boa qualidade, teras dimenses e a resistncia necessrias e adequadas para o fim a

    que se destinam e ser mantidos em perfeitas condies deutilizao.

    4.1.6. A autoridade competente deve criar e fazer cumprir leis,regulamentos ou normas que contenham disposies tcnicasdetalhadas sobre a concepo, construo, montagem, utilizao,manuteno, desmontagem e inspeco dos vrios tipos de andaimes eescadas de mo utilizados na construo.

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    4.2. Materiais

    4.2.1. Para a construo dos andaimes devem ser utilizados

    materiais slidos e de boa qualidade.4.2.2. A madeira utilizada na construo de andaimes deve ser de

    fio recto, rgida e no apresentar grandes ns. No deve estar podre oucarcomida, nem apresentar outros defeitos susceptveis de afectar a suaresistncia.

    4.2.3. Na construo dos andaimes no devem ser utilizadoscabos ou cordas deteriorados por terem estado em contacto com cidos

    ou outras substncias corrosivas ou que apresentem outro tipo dedeficincia.4.2.4. Devem ser tomadas as medidas necessrias para evitar que

    as pranchas e as tbuas de madeira utilizadas nos andaimes rachem.4.2.5. Para que os defeitos fiquem vista, as escadas, pranchas e

    tbuas utilizadas nos andaimes no devem ser pintadas.4.2.6. Os materiais empregues na construo dos andaimes devem

    ser armazenados em condies apropriadas e ficar separados dos

    materiais considerados imprprios para o efeito.4.2.7. Os cabos e grampos de fixao dos andaimes de madeira

    devem estar em conformidade com a legislao nacional ou seraprovados pela autoridade competente.

    4.2.8. Os tubos, acopladores, unies e acessrios de montagemutilizados nos andaimes de tubos metlicos devem estar emconformidade com as normas aprovadas pela autoridade competente.Os acopladores e os acessrios de montagem devem estar isentos de

    deficincias ou deformaes e sempre lubrificados.4.2.9. Os acopladores no devem provocar qualquer deformao

    nos tubos. Devem ser fabricados com ao estampado ou com materialequivalente.

    4.2.10. Os tubos devem estar isentos de fissuras e no apresentaruma corroso excessiva. Devem ser rectilneos e as suas extremidadesdevem ser perpendiculares ao eixo.

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    Segurana e sade na construo

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    4.2.11. Nos mesmos andaimes no devem ser utilizados tubos deliga juntamente com tubos de ao.

    4.3. Concepo e construo

    4.3.1. Os andaimes devem ser concebidos e calculados para acarga mxima prevista e com um factor de segurana mnimoequivalente a quatro ou estarem conformes com as prescries daautoridade competente.

    4.3.2. Os andaimes devem ser providos de contraventamento para

    estabilizao da estrutura.4.3.3. Os andaimes sem estruturas independentes devem serancorados ao edifcio a intervalos regulares nos sentidos vertical ehorizontal.

    4.3.4. Os andaimes no devem em caso algum ultrapassar o pontode ancoragem mais elevado, a uma altura susceptvel de comprometera sua estabilidade ou resistncia.

    4.3.5. Travesses e tirantes em nmero suficiente devem

    continuar fixos s travessas ou aos prumos, conforme o caso, paragarantir a estabilidade do andaime at que este seja definitivamentedesmontado.

    4.3.6. Os andaimes e os elementos de suporte das plataformas detrabalho devem ser de construo slida e travados por meio de talase diagonais de contraventamento.

    4.3.7. Para a construo ou fixao de qualquer parte dosandaimes, no devem ser utilizados tijolos soltos, condutas de

    drenagem, remates de chamins ou outros materiais imprprios para oefeito.

    4.3.8. Para prevenir os acidentes susceptveis de serem causadospor quedas de objectos, as plataformas de trabalho, os passadios e asescadas dos andaimes devem ser revestidos com telas de proteco outelheiros com dimenso e resistncia adequadas.

    4.3.9. Os pregos devem ficar completamente cravados, sem

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    dobrar, para evitar que sejam arrancados ou desalojados comfacilidade.

    4.3.10. Os elementos de andaime no devem ser lanados a partirdos andaimes ou de qualquer altura. Podero ser lanados outrosmateriais a partir dos andaimes ou de qualquer altura, desde que a zonade impacto tenha sido devidamente identificada, protegida e sinalizada,e a operao se efectue sob a superviso de uma pessoa que se encontreao nvel do solo.

    4.3.11. Os andaimes de tubos metlicos no devem ser montadosa uma distncia inferior a 5 metros ou qualquer outra distncia desegurana estabelecida pela autoridade competente de linhas areasou instalaes elctricas, a no ser que estas ltimas tenham sido

    previamente desligadas.4.3.12. Na medida do possvel, todas as partes de plataformas de

    trabalho, passadios ou escadas de um andaime com risco de queda auma altura de 2 metros ou a qualquer altura prescrita pela legislaonacional devem ser providas de guarda-corpos e rodaps conformes

    com as normas tcnicas nacionais.4.3.13. As plataformas dos andaimes devem ter dimenses

    suficientes, nomeadamente em termos de largura, para o tipo detrabalho a executar.

    4.4. Inspeco e manuteno

    4.4.1. Os andaimes devem ser inspeccionados em conformidade

    com a legislao em vigor, e os resultados sero registados por umapessoa competente:a) antes da sua colocao em servio;

    b) e periodicamente, de acordo com o estabelecido para os vriostipos de andaimes;

    c) depois de qualquer modificao, perodo de no utilizao,exposio a intempries ou a abalos ssmicos, ou de qualquer

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    outra circunstncia susceptvel de afectar a sua resistncia ouestabilidade.

    4.4.2. A referida pessoa competente deve inspeccionar osandaimes para se certificar de que:a) os andaimes so adequados ao fim a que se destinam;

    b) os materiais utilizados para a sua construo so de boa qualidadee possuem resistncia suficiente;

    c) os andaimes so de construo robusta e estvel;d) foram instalados os dispositivos de segurana necessrios.

    4.4.3. Os andaimes s podem ser construdos, alteradossubstancialmente ou desmontados sob a superviso de uma pessoacompetente.

    4.4.4. Os andaimes devem ser mantidos em bom estado deutilizao. Os seus elementos devem estar bem fixos ou travados paraevitar que se desloquem acidentalmente durante a sua normalutilizao.

    4.4.5. Nenhum andaime deve ser parcialmente desmontado econtinuar a ser utilizado, a no ser que a parte mantida possa serutilizada com total segurana.

    4.5. Instalao de aparelhos de elevao nos andaimes

    4.5.1. Sempre que seja necessrio instalar um aparelho deelevao num andaime:a) os elementos do andaime devem ser cuidadosamente

    inspeccionados por uma pessoa competente, para determinar se necessrio reforar as medidas de segurana existentes ou tomaroutras medidas de segurana;

    b) deve ser evitada toda e qualquer deslocao dos travesses;c) se possvel, os prumos ou montantes, na parte onde ser instalado

    o aparelho de elevao, devem ser firmemente amarrados a umaparte robusta e resistente do edifcio.

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    4.6. Andaimes pr-fabricados

    4.6.1. As instrues fornecidas pelos fabricantes ou fornecedores para

    a montagem de andaimes pr-fabricados devem ser rigorosamenterespeitadas. Os andaimes pr-fabricados devem ser providos dedispositivos apropriados para fixao dos elementos de contraventamento.

    4.6.2. No devem ser utilizados elementos de vrios tipos nummesmo andaime.

    4.7. Utilizao de andaimes

    4.7.1. O empregador deve certificar-se, por intermdio de pessoalcompetente, de que os andaimes so utilizados de forma adequada eapenas para o fim a que se destinam. O transporte ou a colocao decargas pesadas sobre um andaime deve fazer-se com precauo, demodo a evitar choques bruscos.

    4.7.2. Se for caso disso, as cargas iadas para colocao emandaime devem ser guiadas com uma corda ou um cabo, por exemplo,

    para que no embatam contra o andaime.

    4.7.3. A distribuio das cargas pelos andaimes deve ser a maisuniforme possvel. As cargas no devem em caso algum comprometera estabilidade dos andaimes.

    4.7.4. Os andaimes no devem ser sujeitos a uma sobrecargaexcessiva ou ser utilizados de forma inapropriada.

    4.7.5. S podem ser depositados ou armazenados nos andaimes osmateriais destinados a serem imediatamente utilizados.

    4.7.6. Os trabalhadores no devem permanecer em andaimesexpostos a intempries ou a condies meteorolgicas susceptveis depr em risco a sua segurana.

    4.8. Andaimes suspensos

    4.8.1. Alm de terem de cumprir os requisitos de segurana dosandaimes em geral em matria de resistncia, estabilidade e proteco

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    contra os riscos de queda, os andaimes suspensos devem ainda cumpriros seguintes requisitos:

    a) as dimenses das plataformas, nomeadamente o seucomprimento, no devem comprometer a estabilidade doconjunto;

    b) o nmero de pontos de ancoragem deve ser compatvel com asdimenses da plataforma;

    c) a segurana dos trabalhadores deve ser garantida por meio de umcabo adicional fixo a um ponto que no seja um ponto deancoragem e de suspenso dos andaimes;

    d) os pontos de ancoragem e os restantes elementos de suporte dosandaimes devem ser concebidos de modo a garantir umaresistncia suficiente;

    e) os cabos, cordas, guinchos, polias e roldanas devem serconcebidos, montados, utilizados e mantidos em bom estado, emconformidade com os requisitos da legislao em vigor aplicveisaos acessrios de elevao para pessoas;

    f) Antes de qualquer utilizao, o andaime suspenso deve serverificado por uma pessoa competente.

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    5. Aparelhos e acessrios de elevao

    5.1. Disposies gerais5.1.1. Os empregadores devem implementar um programa de

    segurana eficaz para garantir que todos os aparelhos e acessrios deelevao sejam seleccionados, instalados, sujeitos a ensaios, mantidos,utilizados e desmontados:a) de modo a prevenir todo e qualquer acidente;

    b) em conformidade com a as leis, regulamentos e normas tcnicas

    nacionais aplicveis.5.1.2. Os aparelhos de elevao, incluindo os elementos que os

    constituem, fixaes, ancoragens e apoios, devem ser bem concebidose construdos com materiais de boa qualidade e possuir a resistnciasuficiente para o uso a que se destinam.

    5.1.3. Os aparelhos e acessrios de elevao devem seracompanhados, aquando da sua compra, de instrues de utilizao e

    de um certificado de ensaio emitido por uma pessoa competente, ou deum certificado que comprove a sua conformidade com a legislaonacional no que se refere:a) carga mxima admissvel;

    b) carga mxima admissvel nos vrios alcances, caso o aparelhode elevao funcione em vrias posies;

    c) s condies em que a carga mxima admissvel pode ser iada

    ou arriada.5.1.4. Os aparelhos e acessrios de elevao com apenas uma

    carga mxima admissvel devem ostentar a indicao, em local bemvisvel, do valor dessa carga, em conformidade com as especificaesda legislao nacional.

    5.1.5. Os aparelhos e acessrios de elevao com carga mximaadmissvel varivel devem ser providos de um indicador de carga ou

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    deve ser efectuada sem a autorizao e superviso de uma pessoacompetente.

    Verificaes e ensaios

    5.1.11. Em conformidade com a legislao nacional em vigor, osaparelhos e acessrios de elevao devem ser verificados e sujeitos aensaios por uma pessoa competente:a) antes da sua colocao em servio;

    b) aps a sua montagem no estaleiro;

    c) periodicamente, em conformidade com o que a legislaonacional determinar;d) aps toda e qualquer alterao ou reparao significativa.

    5.1.12. O mtodo de verificao e ensaio utilizado pela pessoacompetente, bem como os ensaios de carga a que devem sersubmetidos os vrios tipos de aparelhos e acessrios de elevao,devem estar em conformidade com a legislao nacional.

    5.1.13. Os resultados das verificaes e ensaios efectuados aaparelhos e acessrios de elevao devem ser registados na forma

    prescrita e, em conformidade com a legislao nacional, colocados disposio da autoridade competente, dos empregadores e dostrabalhadores ou dos seus representantes.

    Dispositivos de comando e cabinas

    5.1.14. Os comandos dos aparelhos de elevao devem:

    a) ser concebidos e construdos, em toda a medida do possvel, deacordo com princpios ergonmicos;

    b) ser colocados de forma que o operador disponha de espaosuficiente de manobra e tenha uma visibilidade perfeita;

    c) ser providos, se necessrio, de um dispositivo de bloqueioadequado para impedir qualquer movimento ou deslocaoacidental;

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    d) ser colocados de modo a no sofrerem interferncias devidas movimentao da carga;

    e) ostentar indicaes claras sobre as funes e o modo de operao.5.1.15. Os aparelhos de elevao devem ser providos de

    dispositivos que impeam a queda ou o deslizamento da carga em casode corte de energia.

    5.1.16. Os operadores de aparelhos de elevao expostos aintempries, salvo no caso de aparelhos utilizados por perodos muitocurtos, devem:

    a) dispor de uma cabina resistente, concebida e construda de acordocom princpios ergonmicos, que os proteja totalmente dasintempries e das condies climticas adversas;

    b) ter uma visibilidade perfeita da zona de operaes;c) dispor de meios que lhes permitam aceder cabina e sair da

    mesma com total segurana, nomeadamente em caso deindisposio.

    Utilizao

    5.1.17. Qualquer trabalhador que opere um aparelho de elevaodeve:a) ter a idade mnima de 18 anos;

    b) gozar de perfeita sade;c) ter recebido formao adequada, em conformidade com a

    legislao nacional, ou possuir um nvel de qualificaosuficiente.

    5.1.18. Nenhum aparelho ou acessrio de elevao deve sersubmetido a um peso superior sua carga mxima admissvel, exceptoaquando de ensaios realizados de acordo com as instrues e sob asuperviso de uma pessoa competente.

    5.1.19. Sempre que a segurana o exija, os aparelhos de elevao

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    devem ser tomadas as medidas adequadas para interromper ou desviara circulao durante o tempo necessrio.

    5.2. Monta-cargas

    5.2.1. As torres dos monta-cargas devem ser concebidas emconformidade com o disposto na legislao nacional.

    5.2.2. Os poos (ou caixas) dos monta-cargas devem ser providosde meios de proteco adequados (taipais rgidos, vedaes, portas ououtros dispositivos similares):

    a) ao nvel do solo, em todos os lados;b) em todos os patamares que do acesso ao poo;c) em todas as partes onde as pessoas correm o risco de serem

    atingidas por uma parte em movimento do monta-cargas.

    5.2.3. A proteco do poo ou caixa do monta-cargas, excepto nospontos de acesso, deve ter uma altura mnima de 2 metros a partir dosolo, da plataforma ou de qualquer outro local que d acesso ao poo,

    a no ser que uma altura inferior seja suficiente para impedir a quedade pessoas no poo do monta-cargas e qualquer contacto entre pessoase partes em movimento do monta-cargas. Contudo, os taipais nodevero ter uma altura inferior a 1 metro.

    5.2.4. Os pontos de acesso ao monta-cargas devem ser providosde portas slidas ou de outros dispositivos de proteco de eficciaequivalente:

    a) com rede metlica para manter a visibilidade;b) se possvel, com uma altura mnima de 2 metros;c) que impeam, depois de fechados, o acesso s plataformas do

    monta-cargas e a qualquer outra parte em movimento do monta-cargas.

    5.2.5. As guias da plataforma ou estrado do monta-cargas devemser suficientemente rgidas para no flectirem e oferecer resistncia

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    bastante ao varejamento em caso de paragem brusca do estrado por umdispositivo de segurana.

    5.2.6. Sempre que a segurana o exija, deve ser instalada umacobertura de proteco na parte superior dos recintos para impedir aqueda de materiais.

    5.2.7. As torres dos monta-cargas exteriores (ao ar livre) devemser instaladas sobre uma base slida e estvel e convenientementetravadas ou atirantadas com elementos de contraventamento e cabos.

    5.2.8. Na falta de escadas de fcil acesso, as torres dos monta-cargas exteriores devem ser providas de uma escada, da base at aotopo.

    5.2.9. Os guinchos dos monta-cargas devem oferecer resistnciasuficiente para movimentar a carga mxima autorizada.

    5.2.10. Os monta-cargas devem ser providos de um dispositivoque bloqueie automaticamente o guincho logo que o estrado ou a

    plataforma atinja o ponto superior de paragem.5.2.11. Os guinchos devem ser concebidos de modo a que o freio

    seja automaticamente accionado quando a alavanca de comando deixade estar em posio de marcha.5.2.12. A marcha dos monta-cargas ,que no se destinam a

    transportar pessoas no deve poder ser comandada do estrado ou daplataforma.

    5.2.13. Os guinchos no devem possuir rodas de roquete cujalingueta tenha de ser removida para permitir a descida do estrado.

    5.2.14. Os estrados ou plataformas dos monta-cargas devem ter

    resistncia suficiente para suportar a carga mxima autorizada, com ocoeficiente de segurana estabelecido pela legislao nacional emvigor.

    5.2.15. As plataformas devem ser providas de um dispositivo desegurana capaz de suportar a carga mxima autorizada ,em caso deruptura do cabo de suspenso.

    5.2.16. Caso os trabalhadores devam entrar na cabina do monta-

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    cargas, ou subir para a plataforma a partir dos patamares de trabalho,a instalao deve ser provida de um dispositivo de bloqueio que

    impea qualquer movimento do monta-cargas, enquanto houver umtrabalhador na caixa ou na plataforma.5.2.17. Os lados da plataforma no utilizados para as operaes

    de carga e descarga devem dispor de rodaps e vedaes em malhametlica, ou outro material de eficcia equivalente, para impedir aqueda de materiais.

    5.2.18. Em caso de risco de queda de objectos na plataforma, estadeve ser provida de uma cobertura de proteco.

    5.2.19. Se os contrapesos forem constitudos por vrias peas,estas tero de ser especialmente construdas para esse fim e ligadas soutras de modo seguro.

    5.2.20. Os contrapesos devem mover-se entre guias.5.2.21. Devem ser instaladas tbuas ou plataformas apropriadas

    em todos os nveis utilizados pelos trabalhadores.5.2.22. Devem ser afixadas, de forma bem visvel e em caracteres

    facilmente legveis, as seguintes indicaes:a) em todos os monta-cargas:i) no estrado: a carga mxima expressa em quilogramas ou

    noutra unidade de peso;ii) no guincho: a capacidade de elevao expressa em

    quilogramas ou noutra unidade de peso; b) nos monta-cargas com certificado ou autorizao para o

    transporte de pessoas:

    no estrado ou na cabina: o nmero mximo de pessoas quepodem ser transportadas de cada vez;

    c) nos monta-cargas destinados exclusivamente ao transporte demateriais:

    em todos os pontos de acesso ao monta-cargas: o aviso deque proibido o transporte de pessoas.

    5.2.23. Os monta-cargas para o transporte de pessoas devem

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    dispor de uma cabina construda de modo a impedir, quando a porta dacabina se encontra fechada, que qualquer pessoa caia ou fique presa

    entre a cabina e um elemento fixo da estrutura ou seja atingida pelocontrapeso ou por objectos ou materiais que caiam no poo do monta-cargas.

    5.2.24. Cada porta de acesso cabina deve ser provida de umdispositivo de bloqueio que impea a sua abertura fora dos patamares

    previstos e o movimento da cabina enquanto a porta estiver aberta.5.2.25. As portas de patamar que do acesso cabina devem ser

    providas de um dispositivo de bloqueio que impea a sua abertura forados nveis de trabalho, bem como qualquer movimento da cabinaenquanto a porta estiver aberta.

    5.3. Derricks

    Derricks de ps fixos

    5.3.1. Os derricks com brao retrctil ou mvel, montados sobreps fixos, devem ser colocados e fixados sobre uma base firme capazde suportar o peso de toda a estrutura e da carga mxima autorizada.

    5.3.2. O mastro deve ser travado por meios de dispositivosapropriados.

    5.3.3. Os derricks com motor elctrico devem ser ligados terraa partir da sua base ou estrutura.

    5.3.4. Os contrapesos devem ser colocados de modo a no sujeitaros cabos de fixao, travessas e pivs a esforos excessivos.

    5.3.5. No caso dos derricks montados sobre rodas:a) uma pea rgida deve manter a distncia exacta entre as rodas;

    b) o derrickdeve ser equipado de dispositivos de apoio que impeamo seu derrubamento em caso de rotura de uma roda oudescarrilamento.

    5.3.6. O comprimento do brao (lana) de um derrickno deveser alterado sem consulta ao fabricante.

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    5.3.7. Em derricks de tipo escocs, o brao no deve ser instaladoentre os tirantes.

    Derricks espiados

    5.3.8. As espias de fixao deste tipo de derricks devem serfirmemente ancoradas em elementos de beto.

    5.3.9. O mastro dos derricks espiados deve ser fixado por seisespias colocadas a intervalos regulares.

    5.3.10. O ngulo formado pelos cabos de um derrickespiado com

    o mastro no deve ser superior a 45 graus.5.3.11. As espias devem ser providas de tensores ou de outros

    dispositivos que permitam regular a sua tenso.5.3.12. Os eixos das articulaes e das roldanas, bem como as

    chumaceiras, devem ser regularmente lubrificados.5.3.13. Sempre que o derrick no esteja a ser utilizado, o seu

    brao ou lana deve ser travado para no oscilar.

    5.4. Cbreas

    5.4.1. As cbreas devem:a) ser direitas;

    b) ser construdas em ao ou outro metal equivalente, ou em madeirade fio recto e sem ns;

    c) estar convenientemente travadas com espias e cabos de fixao;

    d) ser verticais ou estar ligeiramente inclinadas para a carga;e) possuir resistncia suficiente para suportar as cargas que tiveremde movimentar.

    5.4.2. As cbreas no devem ter unies, mas no caso de seremconstitudas por vrios elementos, as unies devero ser realizadas emconformidade com os princpios de resistncia dos materiais.

    5.4.3. As cbreas devem ficar bem fixadas base para impedir

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    qualquer deslocao durante as operaes de elevao e descida decargas.

    5.4.4. As cbreas deslocadas de um local para outro s podem sernovamente utilizadas depois de verificados os mastros, as espias, oscabos, as roldanas e as restantes peas e de o conjunto ser sujeito aensaio de carga.

    5.4.5. Quando as cargas so iadas ou arriadas sobre uma plataforma ou dentro de um balde, devem ser tomadas as medidasnecessrias para impedir a rotao da plataforma ou do balde e garantirde forma adequada o seu depsito sobre o solo.

    5.5. Gruas-torre

    5.5.1. As gruas-torre com cabina a uma altura elevada s devemser manobradas por trabalhadores que tenham recebido formaoadequada e estejam aptos para trabalhar em altura.

    5.5.2. Antes de escolher um determinado tipo de grua, ascaractersticas dos vrios modelos disponveis devem ser avaliadas em

    funo das exigncias das operaes a realizar e do local onde a gruaser utilizada.

    5.5.3. As cargas exercidas pelo vento, com a grua em servio oufora de servio, bem como o efeito sobre a fora do vento dasconstrues ou estruturas de grande altura existentes nas imediaes dagrua, tambm devem ser avaliados.

    5.5.4. O solo sobre o qual deve assentar a grua-torre deve oferecerresistncia suficiente. As variaes sazonais das caractersticas dos

    solos devem ser tomados em considerao.5.5.5. As bases das gruas-torre e as vias de rolamento das gruas

    montadas sobre carris devem ser slidas e planas. As gruas-torre nodevem ser utilizadas em superfcies com declives superiores aoslimites fixados pelo fabricante. Devem ser montadas a uma distnciasegura das escavaes e valas.

    5.5.6. As gruas-torre devem ser instaladas em locais com espao

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    suficiente para a sua montagem, operao e desmontagem. Na medidado possvel, devem ser instaladas de modo a evitar que as cargas sejam

    movimentadas por cima de instalaes ocupadas, vias pblicas, outrosestaleiros de obras ou vias frreas ou ainda nas imediaes de linhaselctricas.

    5.5.7. Caso duas ou mais gruas-torre sejam instaladas de modoque a lana de uma delas possa embater contra qualquer parte de outragrua, as mesmas devero dispor de meios que permitam aos operadorescomunicarem directamente uns com os outros, bem como de umsistema de alarme eficaz comandado a partir da cabina, que permita daro alerta em caso de perigo iminente.

    5.5.8. As gruas-torre devem ser montadas e desmontadas deacordo com as instrues fornecidas pelo fabricante. Antes da suacolocao em servio, devem ser sujeitas a ensaio, em conformidadecom a legislao nacional em vigor.

    5.5.9. A subida dos operadores at ao topo das gruas-torre deveefectuar-se em conformidade com as instrues do fabricante e a

    legislao nacional. A altura mxima da grua-torre, depois de montada,no deve ultrapassar o limite fixado pelo fabricante.5.5.10. Antes de o operador abandonar o seu posto de comando,

    as cargas devem ser retiradas do gancho, o gancho recolhido, acorrente desligada e a lana colocada na posio horizontal. Em casode paragem prolongada ou de mau tempo, devem ser respeitados os

    procedimentos de fim de servio. A lana principal deve ficar orientadana direco do vento e girar livremente. A prpria grua deve estar

    imobilizada.5.5.11. Um dispositivo para medir a velocidade do vento deve ser

    instalado num ponto alto da grua-torre e o respectivo mostrador nacabina do operador.

    5.5.12. A grua deve ser provida de dispositivos que impeam ascargas de serem deslocadas pelo vento e de comprometer a estabilidadeda grua. Cartazes, painis e outros objectos susceptveis de oferecer

    Aparelhos e acessrios de elevao

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    resistncia ao vento s podem ser colocados na grua em conformidadecom as instrues do fabricante.

    5.5.13. As gruas torre no devem ser utilizadas com aparelhoselevatrios providos de electromanes ou de bolas de demolio(aretes), para cravar estacas ou para operaes susceptveis decomprometer a resistncia da sua estrutura.

    5.6. Cabos de elevao

    5.6.1. Os cabos utilizados para efeitos de elevao devem oferecerresistncia suficiente para suportar a carga mxima autorizada.

    5.6.2. Os cabos de elevao devem ser instalados, mantidos embom estado e inspeccionados em conformidade com as instrues dofabricante e o disposto na legislao nacional em vigor.

    5.6.3. Os cabos de ao que tenham sido alvo de reparao nodevem ser utilizados nos monta-cargas.

    5.6.4. Quando, para efeitos de estabilidade, so utilizados vrioscabos independentes para elevar uma plataforma de trabalho, cada um

    dos cabos deve ser suficientemente resistente, para suportar a carga nasua totalidade.

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    6. Veculos e mquinas de terraplanagem e de

    movimentao de materiais

    6.1. Disposies gerais

    6.1.1. Todos os veculos e mquinas de terraplanagem e demovimentao de materiais devem ser:a) bem concebidos e construdos, respeitando, na medida do

    possvel, os princpios da ergonomia, nomeadamente no que serefere aos assentos;

    b) mantidos em bom estado de funcionamento;c) correctamente utilizados, em conformidade com os requisitos desegurana e sade estabelecidos;

    d) manobrados por trabalhadores que tenham recebido formaoadequada, em conformidade com a legislao nacional.

    6.1.2. Os condutores e operadores de veculos e mquinas deterraplanagem e de movimentao de materiais devem ter a idademnima prescrita, gozar de boa sade e ter concludo comaproveitamento uma formao adequada, em conformidade com alegislao nacional.

    6.1.3. Em todos os estaleiros de obras em que se utilizem veculose mquinas de terraplanagem ou de movimentao de materiais:a) devem ser providenciadas vias de acesso seguras e adequadas

    para estes;b) deve ser organizado e controlado o trfego de modo a garantir a

    sua utilizao em condies de segurana.6.1.4. Dispositivos de sinalizao ou de controlo apropriados

    devem ser previstos para prevenir os riscos inerentes circulao deveculos e mquinas de terraplanagem e de movimentao demateriais. Devem ser adoptadas precaues especiais quando osveculos e as mquinas efectuam manobras em marcha-atrs.

    6.1.5. Deve recorrer-se aos servios de um sinaleiro com

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    formao adequada, caso o condutor ou operador no tenha boavisibilidade. Todas as pessoas envolvidas devem conhecer o cdigo de

    sinalizao.6.1.6. Sempre que os veculos ou as mquinas de terraplanagemou de movimentao de materiais devam ser utilizados a uma distncia

    perigosa de condutores elctricos sob tenso, devem ser tomadas precaues adequadas como, por exemplo, cortar o fornecimentoelctrico ou instalar uma barreira de proteco com altura suficiente

    para garantir a segurana.6.1.7. Devem ser tomadas medidas preventivas para evitar a

    queda de veculos ou mquinas de terraplanagem e de movimentaode materiais nas escavaes ou na gua.

    6.1.8. Os veculos e mquinas de terraplanagem e demovimentao de materiais s podem passar por pontes, viadutos,aterros, etc., depois de confirmada a ausncia de perigo.

    6.1.9. Sempre que tal se justifique, as mquinas de terraplanageme de movimentao de materiais devem ser equipadas com estruturas

    concebidas para proteger o operador, contra o esmagamento em casode capotamento e contra a queda de objectos.6.1.10. Todos os veculos e mquinas de terraplanagem e de

    movimentao de materiais devem possuir uma placa de caractersticas(ou outro tipo de placa) em que se indique:a) o peso total em carga;

    b) a carga mxima admissvel sobre cada eixo ou, para as mquinasde lagartas, a presso mxima sobre o solo;

    c) a tara.6.1.11. Os veculos e as mquinas de terraplanagem e de

    movimentao de materiais devem se providos de:a) um dispositivo elctrico de sinalizao sonora;

    b) luzes para a marcha frente e atrs;c) traves assistidos e de mo;d) luzes traseiras;

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    Segurana e sade na construo

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    e) silenciadores;f) aviso sonoro de marcha-atrs.

    6.1.12. Os operadores de veculos e mquinas de terraplanagem ede movimentao de materiais devem estar convenientemente

    protegidos contra as intempries e os acidentes devidos aos choques,ao esmagamento ou ao contacto com uma carga em movimento. Parao efeito, devem dispor de uma cabina:a) concebida e construda de acordo com os princpios da

    ergonomia, e prova de intempries;b) completamente fechada, caso o trabalho, ou as condies em que

    este se realize, provoque um levantamento de poeiras;c) concebida de modo a que o condutor tenha boa visibilidade de

    toda a zona em que opera;d) dotada em ambos os lados de um indicador de direco e de um

    retrovisor.

    6.1.13. A cabina dos veculos de transporte e as mquinas deterraplenagem e de movimentao de materiais devero estar sempre a

    uma distncia mnima de 1 metro do permetro de qualquer escavao.6.1.14. Durante a deslocao de gruas ou ps mecnicas sem ser

    em servio, os braos devero estar colocados no sentido da marcha,os alcatruzes ou baldes dentados sem carga e erguidos, salvo se amarcha for em pendente descendente.

    6.1.15. Devero ser inspeccionados diariamente o motor, ostraves, a direco, o chassis, as ps, os porta-ps, as lagartas, oscabos, as roldanas, o sistema hidrulico, as transmisses, os pernos eos restantes rgos e elementos das mquinas de terraplenagem e demovimentao de materiais em que o bom funcionamento depende asegurana.

    6.1.16. Numa pendente, os veculos e as mquinas deterraplenagem e de movimentao de materiais no devero serdeixados com o motor ligado sem vigilncia.

    6.1.17. Os passadios e estribos de veculos e mquinas devero

    Veculos e mquinas de terraplanagem e de movimentao de materiais

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    estar isentos de leo, gordura, lama ou qualquer outra substnciaescorregadia.

    6.1.18. As escavadoras de alcatruzes no devero ser utilizadasperto de taludes, quando o bordo superior do terrapleno se encontrar amais de um metro do alcance da escavadora.

    6.1.19. No devero ser utilizadas escavadoras de alcatruzes nocimo nem ao p de taludes com inclinao superior a 60 graus.

    6.2. Escavadoras mecnicas

    6.2.1. Sempre que for necessrio, para prevenir qualquer perigodurante uma inspeco ou reparao, o brao das escavadorasmecnicas dever ser equipado com uma escada dotada de guarda-corpo e rodap.

    6.2.2. Os pedais dos traves utilizados para todos os movimentosdas escavadoras mecnicas devero possuir dois dispositivos de

    bloqueio independentes.6.2.3. As escavadoras mecnicas devero estar equipadas com um

    dispositivo de paragem de emergn