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1 O FUTURO DO SETOR FUERÁRIO Sub-setor Planos Assistenciais (*) Sérgio Craveiro Barros [email protected] Para pessoas simples o futuro sempre parece um arquétipo, um sonho alienante e sutil dos imaturos. A título de exemplo, imagine-se o ambiente em que convivia Santos Dumont quando ainda garoto, projetando em sua mente máquinas capazes de vencer a inércia e alçar vôos pelo céu, como se  p u de s se m l i be rt a r e t er a i n de pe nd ê nc i a d e na us ma t im a s. De ve ri a el e sentir-se totalmente oprimido e solitário por não conseguir posicionar suas idéias de forma que seus amigos de infância pudessem entender. Estamos falando da natureza própria dos sonhadores, algo c omo estar no hoje e vivenciar o amanhã, um futuro ainda não criado. Pois é isto que queremos discutir neste artigo, um estudo que possa ajudar àqueles que se aventurarem a ler o mesmo até o fim a pensar que existe, sim, uma receita  bem o bj e t i va p a r a os so n ha d or es, como t a mb ém p a r a os cé t i cos. Os pr i me i r os constroem pontes etéreas de uma forma não convencional, e terminam por fazer com que a humanidade caminhe por sobre elas. Já estes últimos tentam de toda forma provar que sem pilares profundos e bem fincados no solo, nenhuma ponte se sustenta ou se sustentará. Desta forma, podemos perceber que o f uturo é uma condução destes dois  p a r a di gm a s . Se n do a ssi m , co n c o mi t a n t e me nt e, t ese e a n t í t ese, ca u sas e conseqüências se complementam a cada ação gerada e desdobrada no  p r e s ente, f or ma nd o um p l a no a t e mp or a l . Pro j etos pa r a so nh a d o re s se tornarão, a qualquer instante, objetivos e metas para os céticos. Através desta equação, é possível criar macro-diretrizes a fim de estabelecer cenários  p r oj e t i v os para o me r c a do f u ne r ár i o do Br asi l e co n se q üe nt e me nt e p ar a os seus agentes de negócios.  No Pr i me i r o Co n gr es so In t e r n a ci o n al d e C r e ma t ó rios e Ce mi t é ri o s, realizado em Bueno Aires-AR, nos propomos a um desafio prontamente acolhido pelo atual presidente do CTAF, Lorival Penhozzi. O desafio estava na elaboração de um estudo que pudesse criar um elemento integrativo, um suplemento filosófico a fim de provocar e assim iniciar a discussão em torno de uma leitura do futuro, levando em consideração objetiva os cenarios em forma projetiva, originados das diversas inquietudes levantadas no decorrer do evento nas terras portenhas. Questionamos se seria imperioso vislumbrar como será o ambiente setorial funerário em um futuro sem controle e nem  p o si ci o na me nt o e st r a t é gi co do s et or, qu e st i o na mo s a i nd a , c o mo s e u s a g e n t es, os principais atores, estarão posicionados neste futuro, principalmente no que concerne ao nosso ainda inexistente marco regulatório dos planos assistenciais “funerários”.  Como será e se comportará este ambiente em um limite estipulado de dez anos. Projetamos assim para o desafio um limite temporal, convenhamos um exercício nada fácil, contudo um desafio muito interessante e de extrema responsabilidade: projetar um cenário que se traduza através da falta de postura estratégica de um setor, que nem mesmo sabe ainda qual é a sua importância no PIB do nosso país, tomando como

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O FUTURO DO SETOR FUERÁRIO

Sub-setor Planos Assistenciais

(*) Sérgio Craveiro Barros

[email protected] 

Para pessoas simples o futuro sempre parece um arquétipo, um sonhoalienante e sutil dos imaturos. A título de exemplo, imagine-se o ambienteem que convivia Santos Dumont quando ainda garoto, projetando em suamente máquinas capazes de vencer a inércia e alçar vôos pelo céu, como se  pudessem libertar e ter a independência de naus marítimas. Deveria elesentir-se totalmente oprimido e solitário por não conseguir posicionar suas

idéias de forma que seus amigos de infância pudessem entender.Estamos falando da natureza própria dos sonhadores, algo como estar no

hoje e vivenciar o amanhã, um futuro ainda não criado. Pois é isto quequeremos discutir neste artigo, um estudo que possa ajudar àqueles que seaventurarem a ler o mesmo até o fim a pensar que existe, sim, uma receita bem objetiva para os sonhadores, como também para os céticos. Os primeirosconstroem pontes etéreas de uma forma não convencional, e terminam por fazer com que a humanidade caminhe por sobre elas. Já estes últimos tentamde toda forma provar que sem pilares profundos e bem fincados no solo,nenhuma ponte se sustenta ou se sustentará.

Desta forma, podemos perceber que o futuro é uma condução destes dois

  paradigmas. Sendo assim, concomitantemente, tese e antítese, causas econseqüências se complementam a cada ação gerada e desdobrada no  presente, formando um plano atemporal. Projetos para sonhadores setornarão, a qualquer instante, objeti vos e metas para os céticos. Através destaequação, é possível criar macro-diretrizes a fim de estabelecer cenários  projetivos para o mercado funerário do Brasil e conseqüentemente para osseus agentes de negócios.

  No Primeiro Congresso Internacional de Crematórios e Cemitérios,realizado em Bueno Aires-AR, nos propomos a um desafio prontamenteacolhido pelo atual presidente do CTAF, Lorival Penhozzi. O desafio estavana elaboração de um estudo que pudesse criar um elemento integrativo, um

suplemento filosófico a fim de provocar e assim iniciar a discussão em tornode uma leitura do futuro, levando em consideração objetiva os cenarios emforma projetiva, originados das diversas inquietudes levantadas no decorrer do evento nas terras portenhas. Questionamos se seria imperioso vislumbrar como será o ambiente setorial funerário em um futuro sem controle e nem posicionamento estratégico do setor, questionamos ainda, como seus agentes,os principais atores, estarão posicionados neste futuro, principalmente noque concerne ao nosso ainda inexistente marco regulatório dos planosassistenciais “funerários”. Como será e se comportará este ambiente em umlimite estipulado de dez anos. Projetamos assim para o desafio um limitetemporal, convenhamos um exercício nada fácil, contudo um desafio muitointeressante e de extrema responsabilidade: projetar um cenário que setraduza através da falta de postura estratégica de um setor, que nem mesmosabe ainda qual é a sua importância no PIB do nosso país, tomando como

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  perspecitva toda a cadeia produtiva em que interage. Não é fácil, porémfascinante. Melhor ainda se pensarmos que este estudo poderá se tornar o primeiro de uma série de debates.

Em virtude da assim chamada globalização, grandes mudanças estãoocorrendo e ocorrerão no nosso setor até o limite da prospecção que será o

ano de 2021. Isto já vem ocasionando uma mudança forte de postura dosoperadores deste mercado, que estarão competindo em um ambiente de altatecnologia, profunda regulamentação e apropriação de canais derelacionamento ainda não compreendidos.

Segundo Elaine Marciel (2002), em ambientes truculentos e repletos derupturas de tendência, que impedem a utilização dos modelos clássicos de  previsão e projeção, se revela um campo proprício para diversas críticas.Todavia, temos que tentar, mesmo que errando, projetar e prospectar ofuturo, não com o intuito de demonstrar que estas previsões serãoconcretizadas, mas como um meio de sobrevivência diante da leitura dasoportunidas e ameaças que o futuro nos impõe.

Iremos utilizar como ferramenta para suporte a matriz PEST\M, com ointuito de facilitar o desenvolvimento do nosso artigo, os ambienteanalisados estarão de forma integrada e não serão apartados, contudo secomplementarão ao longo do texto e do fechamento de nossa idéia.

CEÁRIOS:

  Cenário I – Ambiente Político Legal;

  Cenário II – Ambiente Economico;

  Cenário III – Ambiente Social-Demográfico;

  Cenário IV – Ambiente Tecnológico  Cenário V - Matriz Produto x Mercado

  No cenário político, devem ocorrer muitas mudanças nos próximos anos,algo que perceptivamente compreende o lapso temporal ora estudado, onde paraque ocorra uma conclusão em torno dos atuais debates, teremos que buscar umconjunto focal de maior precisão, levando-nos a bem usar os ensinamentos projetivos,conforme Nocera (1998): vislumbramos projetar a configuração dos planos funerários nestefuturo imaginado. Diante do exercício proposto, poderemos até mesmo tentar identificar quaisserão os designs e o grau de necessidades de bancarização para suporte às garantias de reservastécnicas que se farão obrigatórias, reservas estas que hoje encontram práticas em poucas ou

quase nenhuma operadora dos assim chamados “Planos Assistenciais”.A fim de uma conversão focal, teremos que levar em consideração a baixa cultura de

  bancarização do setor funerário em contrapartida ao grande desenvolvimento que o setor securitário se encontra, pois além de estarem totalmente bancarizados, ainda congregam naformação de seus produtos, os princípios científicos necessários.

Quanto ao design ou ao projeto do produto, teremos que mergulhar superficialmente,uma vez que este tema necessitaria de um estudo apartado a fim de uma melhor compreensãodesse processo. De qualquer forma, não podemos deixar de visualizar o universo do debate, que

é a hipótese dos SEGUROS X PLAOS: devemos então fazer uma análise mais abrangente, ade que estes produtos têm a mesma natureza intrínseca e, se desenvolveram através da “teoriadas probabilidades”. De certa forma, os planos assistenciais ou funerários, vêm ao longo dos

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anos negando ao mercado bases científicas na formação de seus portfólios. Contudo, este cicloterminou, não poderemos mais se distanciar desta realidade, terá o setor que tomar a decisãoacertada e se proteger preventivamente dos impactos que as mudanças legais estão acarretando.

  Nos próximos 05 anos, 2011 – 2016, um grande impulso ao processo atual seráimediatamente notado pelos clientes, passando os “planos” que obterão sucesso neste futuro prospectado a evoluirem com bases cientifica, obrigando-se a estudos sobre a esperança de vidae a matemática aplicada, a assim chamada ciência atuarial. Tal verdade é inexorável e não poderá mais ser negada pelo setor ao mercado.

As tendências atuais de produtos para consumo das classes sociais menos abastadas C,De E, continuarão a produzir pressões para resoluções legais mais claras e definitivas, poisinteragem diretamente dentro do ambiente social e econômico. Como produto, os planosfunerários são substitutos perfeitos a vários produtos securitários, comercializados atualmenteou mesmo ainda em processo de desenvolvimentos no ramo vida. O alto grau de risco embutidono lapso temporal acima citado (futuro estudado) significa dizer que os “Planos Assistências”que se distanciam muito do contexto de gestão no modelo das sociedades seguradoras

(bechmarketing) não estarão neste futuro. Não vai aqui o conceito piegas de que um setor é poderoso e outro não. É a partir da análise do mix-marketing no primeiro (p) que é o (p) de  produto e levando-se em consideração que os Planos Assistenciais conseguem se expor deforma frágil, pela falta de conteúdo cientifico na formação de seus produtos ao comparativolegal determinante que são os produtos securitários. Percebam ainda que seguros com mesmacobertura têm, na grande maioria das vezes, um ticket menor. Isto a médio e longo prazo édeterminante no ambiente da competição – C.K. Prahalad (2004). De certa forma, isto expõe um ponto nevrálgico e de grande ameaça à sobrevivência do nosso sistema que é uma cultura degestão sem aparelhamento de técnicas modernas para o composto de serviços financeiros, comoo que comercializamos. Precisaremos mudar o perfil dos gestores dos planos assistenciais, a fimde que estes tenham uma consciência na formação dos cálculos de seus produtos e definam prêmios competitivos avaliando sempre o risco que significa o envelhecimento de suas carteiras

dentro do conceito mutualístico. Em certos momentos, nos parece até que é quase impossívelconduzir nossos planos dentro das boas práticas de gestão para a busca do equilíbrio atuarial denossas carteiras.

Os Planos Assistenciais, por guardarem grandes semelhanças com seguros na operação,e serem distintos na gestão, é que verte como uma grande ameaça no ambiente politico legal, pois as suas diferenças são subliminares, variando nas extensões de serviços, cujo portfólio podeser maior ou menor dependendo do contexto social da área demográfica onde atua o plano. Já osseguros têm um conceito mais padronizado, tanto no que trata o produto quanto na sua logísticaoperacional.

Para melhoria da analogia que agora tento construir neste artigo, temosque mergulhar um pouco na cadeia produtivia do setor funerário, que para nossoconjunto de visão perpassa por 03 (três) setores distintos e integrados:

•  Setor Indústrial (1 );•  Setor Securitário (2 );•  Setor Imobiliario (3 ) .

Deixarei o (3 ) terceiro setor, denominado de imobiliario (cemitérios, parque everticais) fora do nosso estudo, pois sua mecânica é bem semelhante ao uso,

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  parcelamento e comercialização do solo. Como exemplo podemos citar osloteamentos urbanos ou rurais, bem como venda de frações ideais emcondomínios prediais, isto para o caso dos cemitérios verticais. Trataremos entãoa partir do primeiro setor, que forma o conjuto indústrial, (1 ) a manufatura  propriamente dita: neste composto podemos citar os equipamentos detransformação com base na indústria moveleira e metalúrgica, como urnas, paramentos etc., congrega ainda o setor  (1) a logística de distrubuição alinhada aocomposto varejista, canal de escoamento primário, que são as tradicionais lojasfunerárias. O segundo (2 ) se define pelo núcleo do nosso estudo, que é a atuaçãosecuritária dentro do contexto dos serviços funerários, notadamente reflexo daoportunização para quebra do canal primário de comercialização (casasfunerárias). Portanto, de forma inteligente, o setor se apoderou de um sistemamixto, um pouco consórcio, um pouco seguro e encontrou uma nova forma decomercialização do assim chamado “Seguro de Pessoas”, definido a partir dasdiretr izes enco ntra das no Art 789 e dema is no CCB, Lei nº 10.406, de 10.01.2002, queapesar das características próprias e culturalmente já arraigadas em muitas sociedades, anatureza do produto se encontra em um sistema que busca a venda efetiva de serviços

em um futuro certo mas não temporal, concluimos que a boa prática dessamodalidade é definida pelo “mutualimo1”, uma vez que este design em sua rotinaarrecada e acumula mensalmente contribuiçoes (prêmios) e repassa através dosseus serviços as devidas coberturas pactuadas entre a operadora de serviços e o proponente. As coberturas, neste caso, são as somas dos elementos indutriais (1)+ a mecânica de serviços que massivamente tem o diferencial tecnológicoencontrado apenas no varejo funerário e, que dão suporte operacional elucratividade ao sistema. Contudo, tal mecânica encontra seu suporte financeirono processo mutualístico, o que vem sendo repetidamente negado pelo setor funerário que opera com os Planos Assistenciais.

O Contrato de Seguro é um acordo pelo qual uma das partes se obriga, mediante a

cobrança de um preço, a indenizar a outra de um perigo ou de um prejuízo eventual. Dessaforma, não há como deixar de se apropriar dos elementos atuariais, acima jácitados e ensejados em cumprimento ao risco comprado no mercado pelosoperadores dos “Planos Assistenciais”. Todo este bojo adquire uma conotaçao profunda, politicamente perigosa e oportunizada, uma vez que a massa de adesõese a capilaridade de exploração do conceito “Plano Assistencial” é crescente, emcontrapartida a quase nenhum barreira a novos entrantes, ou seja, qualquer um  pode operar neste setor, sem riscos de intervenção e monitoramento fiscal.Acreditamos que seja pela ausência de um marco regulatório, que deixa assimuma brecha perigosa e que se esvaí a partir da falta de fiscalização das carteirasatualmente ativas no mercado.

ASPECTOS GERAIS

Muito tem se discutido sobre os modelos de negócios Africanos eIndianos, que ao nosso entender não são bons modelos, uma vez que tantos osSulafricanos, quanto a Índia têm grande influência do Direito Anglo-saxonicoque tem por base o sistema da “common law”. Nesse sistema, não existe exatamente umconjunto de leis escritas (existe a constituição, uma ou outra lei civil, penal e tributária).

Contudo, o que “se torna” lei são as decisões dos magistrados. No caso da Índia, não podemosconfundir o direito hindu com o direito indiano, que é o direito territorial da Índia, enquantoestado moderno; o direito indiano é constituído, sobretudo, por leis da República Indiana,

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teoricamente aplicado a todos os habitantes do território; mas, de fato, em muitos domínios, osdireitos das comunidades religiosas subsistem, quer se trate do direito hindu quer se trate dodireito dos Muçulmanos, quer se trate dos Cristãos, etc. Há de salientar que além da influênciaAnglo-Saxônica tem ainda componentes diretamente ligados à influência do direito muçulmano,este intrinsecamente ligado à religião e aos aspectos desta, “sem existência independente”.Constitui-se na chamada char'ia, "o caminho a seguir", os preceitos sobre o que se deve ou nãofazer, emanados do Islã. Para nós no Brasil, qualquer forma ou design de produto terá suaslimitações no contexto da lei, principalmente a LEI º 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990,nosso Código de Proteção e Defesa do Consumidor , cujos fundamentos são diretamenteinfluenciados pelo Direito Romano-Germânico onde todo sistema jurídico é embasado no civillaw, ou seja, em leis - sendo estas as únicas fontes com o condão de criar, modificar ouextinguir obrigações e direitos após aplicadas pelo magistrado, e sem qualquer vinculação comdecisões anteriores (com exceção das súmulas vinculantes instituídas após a EmendaConstitucional nº 45 (que não tem a mesma força que a Lei e pode ser revogada por novaEmenda). Por Lei se entende, no caso do Brasil, o ato normativo elaborado pelos representanteseleitos pelo povo, através de processo legislativo que ainda não encontram redutos noDireito comparado. Como estamos em momento de grata produção de projetos de

lei, tanto no que trata o microsserguro PL 3.266/2008 do Deputado Federal Adilsonde Soares, cuja tratativa em seu Art.5 º define:

"Os contratos que prevejam assistência funeral de qualquer natureza, inclusive

auxílio funeral  , na modalidade de pré-pagamento parcelado ou não, somente

 poderão ser garantidos por sociedades seguradoras devidamente autorizadas aoperar seguros no País, inclusive aquelas de que tratam os incisos I e II do art.2º desta Lei.

E da agora novissíma PL 7788/2010 de 10.11.2010, oxalá “marco regulatório” donosso sistema, originado a partir do Deputado Federal por São Paulo AntônioCarlos Mendes Thame, segundo linhas gerais do projeto de lei 7788/2010 , se e

somente se, não houver alterações ao longo de suas jornadas nas comissõeslegislativas, os Planos Assistenciais ou Funerários não deverão ser sujeitos àstratativas dos sistemas de regulamentação e fiscalização securitária, e, por osmose, dos componentes hieraquizados ao CNSP, subsidiariamente não sofrerãoem suas operações as enérgicas cargas das normas monetárias sob a égide doBanco Central. Por sua vez e nos moldes do PL  7788/2010, a produção de novos  produtos e a comercializaçao dos mesmos podem continuar a ser realizadas pelaempresa proprietária do plano ou por terceiro por ela credenciado, o queconfigura uma importante vantagem competitiva neste cenário, em detrimento dassociedades seguradoras que são autorizadas a produzirem, mas não acomercializarem seus produtos diretamente, e sim através de corretoresdevidamente autorizados e sindicalizados.

Os Conflitos vindouros no ambiente politico-legal e as inexistentes  barreiras a novos entrantes com possibilidades de substitutos perfeitos aosnossos produtos, são os principais pontos fracos que ponderamos nesteartigo. Devemos sim, fazer uma profunda reflexão no que concerne àimportância do conhecimento e domínio da legislação securitária. Negar anatureza mutualística e a necessidade de técnicas atuariais comocomponentes essenciais à gestão dos Planos Assistênciais, é verdadeiramentedar um tiro no pé do setor ou no mínimo virar as costas para uma grandetempestade que se aproxima.

EXPOSIÇÃO TEMPORAL DOS CEÁRIOS 

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2011\2014 – pressão no ambiente politico-legal, busca de marcoregulatório, precisão de bases jurídicas e identificação dos componentes paraas boas práticas mutualísticas.

2014\2018 – Modernização nas bases de gestão, mudanças de gruposempreendedores nos Planos Assistenciais, entrada de grupos estrangeiros nas

operações e comercializaçoes de Planos Assistenciais, maior conscientizaçãodos consumidores quanto aos direitos e obrigaçoes de seus planos, fator   preço (prêmio) como imperativo de comparatividade entre os segurostradicionais (indenizatórios) e os pla nos assistenciais, pressões com a entradade novos “players” no mercado.

2018-2021 – Gestão ampla e moderna do setor, domínio completo dacadeia produtiva com modernas técnicas de gestão embasadas pelas políticasdas boas práticas, indicadores de produtividade e comparatividade instruidaatravés das instituições representativas do setor, programas para formação degestores com alto nível e preparo, desenvolvimento de sistemas voltados afiscalização e auditorias independentes, certificações institucionais de

empresas que praticam e se tornaram modelos ideais dentro dos sistemas deoperaçoes de planos assistenciais, modelos cooperativados (cooperativas decrédito criadas pelo setor a fim de aguentar as cargas financeiras necessárias  para garantir as carteiras comercializadas, algo como um resseguro para os planos assistênciais.

1 mutualismo sm (mutual+ismo) 1 Sistema especial deinstituições de previdência. 2 Biol Forma de simbiose deque ambos os simbiontes, ou associados, tiram vantagem;comensalismo. 

Referências Bibliográficas

GRUMBACH Raul – Cenários Prospectivos, de 2002 - Rios de Janeiro: Ed. FGV.

BUROW, T.: The Aryan Invasion of Indian. In: Cotterell, Arthur (editor): The PenguinEncycopledia of Ancients Civilizations. Rein Undo: Penguin Books, /c. 1980/.

THAPAR, Romulo e SPEAR, Percival: A History of India. 2 volumes. Reino Unido:Pinguim Books, sem data.

PRAHALAD C.K – O Futuro da Competição - 1ª ed, São Paulo: Ed. Campus Elsevier,2004.

DAVID, René: Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo. 2ª. ed. Tradução deHermínio A. Carvalho. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1993.

SIMÕES, Vânia Brasil: Apostila de Introdução à Atuária e Precificação do Seguro,Funeseg – Escola Nacional de Seguros, 2 ed. Rio de Janeiro 2008.

PERES. Marcos Antônio Santos – Apostila de Seguros de Pessoas - Funeseg – Escola Nacional de Seguros. 3 ed - Rio de Janeiro 2008.

VARANDA. José Antônio Meneses – Apostila da Teoria Geral do Seguro – Funeseg,Escola Nacional de Seguros, 7 ed. Rio de Janeiro 2008.

SANTOS, Ricardo Bechara – Direito do Seguro no Cotidiano, 4ª ed. São Paulo, ed.Forense. 2009.

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SILVA, Justino Adriano Farias – Tratado de Direito Funerário – Tomo I, São Paulo: ed.Método.

(*) É Empresário da Construção Cívil, Advogado e pós-graduado em Mercado de Capitaiscom ênfase em Mercado de Futuros pela Faculdade Cândido Mendes – Rio, MBA emMarketing com ênfase em Marketing de Serviços pela Fundação Getúlio Vargas, ex-titular dascadeiras de Direito Constitucional e Direito Internacional da Fadima – Faculdade de Direito deMaceió, ex-gerente analista da Título, DTVM - RJ, membro e fundador da SociedadePernambucana de Direito Médico e da Saúde, Sócio do Grupo Parque das Flores - Maceió,Sócio e Fundador do Plano Assistencial Prevparq-Previda, Ex-Sócio e Fundador da DiretoMarketing Consultores Associados, Consultor de empresas com ênfase em PlanejamentoEstratégico e Planos Estratégicos e Táticos de Marketing, desenvolve no momento projeto de  produtos e processos para linhas de serviços e de gestão estratégica com ênfase em BSC-BALACEDSCORECARD.