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III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva São Paulo, 2014 1 EIXO TEMÁTICO: ( ) Ambiente e Sustentabilidade (x) Crítica, Documentação e Reflexão ( ) Espaço Público e Cidadania ( ) Habitação e Direito à Cidade ( ) Infraestrutura e Mobilidade (x) Novos processos e novas tecnologias ( ) Patrimônio, Cultura e Identidade Estratégias de representação projetual: a utilização do mapa conceitual como ferramenta de apoio ao processo de projeto/representação gráfica em arquitetura Strategies of design representation: the use of concept maps as support to the design/drawing process in architecture Estrategias de representación de diseño: el uso de los mapas conceptuales como soporte a la herramienta de proceso de diseño / gráfica en la arquitectura RABEL, Cezar (1); ALVES, André Augusto de Almeida (2) (1) Mestrando, Universidade Estadual de Maringá, UEM, PPU, Programa de Pós-graduação em Metodologia de Projeto de Arquitetura e Urbanismo, Maringá, PR, Brasil; email: [email protected] (2) Professor Doutor, Universidade Estadual de Maringá, UEM, PPU, Programa de Pós-graduação em Metodologia de Projeto de Arquitetura e Urbanismo, Maringá, PR, Brasil; email: [email protected]

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III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo

arquitetura, cidade e projeto: uma construção coletiva

São Paulo, 2014

1

EIXO TEMÁTICO: ( ) Ambiente e Sustentabilidade (x) Crítica, Documentação e Reflexão ( ) Espaço Público e Cidadania ( ) Habitação e Direito à Cidade ( ) Infraestrutura e Mobilidade (x) Novos processos e novas tecnologias ( ) Patrimônio, Cultura e Identidade

Estratégias de representação projetual: a utilização do mapa conceitual como ferramenta de apoio ao processo de

projeto/representação gráfica em arquitetura

Strategies of design representation: the use of concept maps as support to the design/drawing process in architecture

Estrategias de representación de diseño: el uso de los mapas conceptuales como soporte a la herramienta de proceso de diseño / gráfica en la arquitectura

RABEL, Cezar (1);

ALVES, André Augusto de Almeida (2)

(1) Mestrando, Universidade Estadual de Maringá, UEM, PPU, Programa de Pós-graduação em Metodologia de Projeto de Arquitetura e Urbanismo, Maringá, PR, Brasil; email: [email protected]

(2) Professor Doutor, Universidade Estadual de Maringá, UEM, PPU, Programa de Pós-graduação em Metodologia de

Projeto de Arquitetura e Urbanismo, Maringá, PR, Brasil; email: [email protected]

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Estratégias de representação projetual: a utilização do mapa conceitual como ferramenta de apoio ao processo de

projeto/representação gráfica em arquitetura

Strategies of design representation: the use of concept maps as support to the design/drawing process in architecture

Estrategias de representación de diseño: el uso de los mapas conceptuales como soporte a la herramienta de proceso de diseño / gráfica en la arquitectura

RESUMO Este artigo discute o entendimento do conceito de estratégia com aproximações ao projeto de arquitetura e suas repercussões no processo de projeto e sua representação. Pretende-se com este breve estudo ilustrar o uso de mapas conceituais, como proposta de ensino frente à constante reformulação dos parâmetros de formação de arquitetos, com especial atenção ao caráter holístico e amplo das ferramentas de representação na criação e modelagem da concepção do projeto, que atuam como canal de passagem para a matéria, indispensável à arquitetura, diante a tendência por procura de novos processos e novas tecnologias para auxiliar projeto arquitetônico. Este texto se estrutura em duas partes. A primeira apresenta as idéias de Henry Mintzberg, sobre o termo estratégia, com aproximações a arquitetura através de Bryan Lawson que realiza a reflexão do uso da estratégia da arquitetura. Na segunda, a apresentação da metodologia do mapa conceitual e seu uso em sala de aula, com os alunos do primeiro ano do curso de arquitetura e urbanismo.

PALAVRAS-CHAVE: estratégia, representação de projetos, mapa conceitual, ensino

ABSTRACT This article discusses the understanding of the concept of strategy approaches to architectural design and its impact on the use of the representation in the design process. The purpose of this brief study illustrate the use of concept maps as a teaching proposal forward to the constant reformulation of parameters educating architects, with special attention to the holistic and broad nature of the representation and modeling tools in the creation of project design, that act as channel for the passage of matter essential to architecture, before the trend by looking for new processes and new technologies to assist architectural design. This text is divided into two parts. The first presents the ideas of Henry Mintzberg on the term strategy, approaches to architecture by Bryan Lawson realizes that the reflection of the use of the architecture strategy. In the second, the presentation of the methodology of concept map and its use in the classroom, with students of the first year of architecture and urbanism.

KEY-WORDS: strategy, representation of designs, conceptual map, teaching

RESUMEN Este artículo aborda la comprensión del concepto de estrategia se acerca al diseño arquitectónico y su impacto en el uso de la representación en el proceso de diseño. El propósito de este breve estudio ilustran el uso de los mapas conceptuales como una propuesta didáctica con interés la reformulación constante de los parámetros de la educación de los arquitectos, con especial atención a la naturaleza holística y amplia de las herramientas de representación y modelado en la creación del diseño del proyecto, que actúan como canal para el paso de la materia esencial a la arquitectura, antes de la tendencia mediante la búsqueda de nuevos procesos y nuevas tecnologías para ayudar diseño arquitectónico. Este texto se divide en dos partes. La primera presenta las ideas de Henry Mintzberg en la estrategia a largo plazo, se aproxima a la arquitectura por Bryan Lawson se da cuenta de que la reflexión de la utilización de la estrategia de arquitectura. En el segundo, la presentación de la metodología de mapas conceptuales y su uso en el aula, con los estudiantes del primer año de la arquitectura y el urbanismo.

PALABRAS-CLAVE: estrategia, la representación del proyecto, mapa conceptual , la enseñanza

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1 INTRODUÇÃO

O presente artigo é parte de uma pesquisa realizada no programa de Pós Graduação em Metodologia de Projeto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Maringá (PPU-UEM), e relata experiência realizada no ano de 2014 no curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade Assis Gurgacz (FAG- Paraná- Brasil). Tem o intuito de discutir o conceito de estratégia com aproximações ao projeto de arquitetura e suas repercussões no processo de representação do projeto. A diversidade e complexidade cada vez maior dos meios de representação de projeto de arquitetura coloca em tela não somente a questão de seu domínio, como também, e isso parece ser mais importante, a questão da capacidade de se eleger ou optar entre estes diferentes instrumentos e técnicas de expressão e representação. Assim, pretende-se com este breve estudo ilustrar o uso de mapas conceituais, como ferramenta de auxilio ao ensino, com especial atenção ao caráter holístico e amplo das ferramentas de representação na criação e modelagem da concepção do projeto, ferramentas estas que atuam como canal de passagem das ideias para a matéria, indispensável à arquitetura. Os mapas conceituais servem para tornar claro, tanto aos professores como aos alunos, um pequeno número de princípios chave que estes devem focar para uma tarefa de aprendizagem específica. Os mesmos podem funcionar também como um mapa rodoviário visual, mostrando alguns dos trajetos que se pode seguir para ligar os conceitos, de forma a que resultem proposições. Depois de terminada uma tarefa de aprendizagem, os mapas conceituais mostram um resumo esquemático do novo conhecimento absorvido (NOVAK, 1984, p. 31). Embora à primeira vista os mapas conceituais possam parecer apenas mais uma representação gráfica de informações, compreender os seus fundamentos e seu uso adequado mostrará ao usuário que, na verdade, eles constituem de uma ferramenta verdadeiramente profunda e poderosa no que se refere a instrumentos gráficos para a organização e representação do conhecimento (NOVAK, 2010, p. 27). Este texto se estrutura em duas partes. A primeira apresenta as ideias de Henry Mintzberg, sobre o termo estratégia, seguidas de aproximações à arquitetura através de Bryan Lawson, que reflete sobre o uso da estratégia do processo de projeto de arquitetura. A segunda apresenta a metodologia do mapa conceitual e seu uso em sala de aula, através de um exercício onde ocorre a utilização do mapa conceitual como instrumental de organização de ideias, pelos alunos do primeiro ano do curso de arquitetura e urbanismo. Obviamente, o ato de projetar é uma atividade complexa demais para ser descrita em um diagrama, pelo seu caráter altamente pessoal e multidimensional; contudo o simples fato de alguns conceitos iniciais sobre processo projetual e representação gráfica – a partir de uma visão estratégica – serem colocados à disposição para o acadêmico que inicia sua caminhada na graduação, pode auxiliá-lo a organizar de maneira clara e objetiva suas ideias iniciais relacionadas ao projeto.

2 CONCEITOS DE ESTRATÉGIA

A estratégia é um termo comum na área de administração, onde se busca um padrão ou plano que integre as principais metas, políticas ou sequências de ações de uma organização. Assim, frente às complexidades atuais do processo criativo, o termo desperta interesse para entender sua utilização enquanto meio de coordenação do uso das técnicas de representação gráfica. A ideia é de que o arquiteto, ao adentrar o processo de projeto em busca da solução para uma proposta, tenha a possibilidade de visualizar um ferramental que o auxilie a eleger a melhor técnica de representação de acordo com a necessidade.

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Assim, apresentando uma breve reflexão sobre o termo estratégia, e suas aproximações com projeto de arquitetura, inicia-se a abordagem com o autor Henry Mintzberg1, que define estratégia a partir da noção de planejamento, em que se elege planos e ações, com o intuito de controlar eventos que ocorram durante uma atividade, de modo que se tenha um guia ou direcionamento de ação para o futuro.

DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIA VERSUS PLANEJAMENTO

MINTZBERG inicia suas preleções acerca de “estratégia” a partir de considerações sobre o termo “planejamento”. Para o autor, as origens de tal conceito remontam a cerca de 2400 anos, na obra de Sun Tzu, em A arte da guerra. Ao utilizar as palavras do cientista político Aaron Wildavsky, conhecido por suas críticas ao planejamento, MINTZBERG enfatiza que o “planejamento” pode ser tão ilusório ao ponto de seus agentes estarem mais preocupados em promover ideais vagos do que em conseguir posições viáveis, desviando sua atenção do que o planejamento poderia ser, e como poderia ser de fato aplicado (2004, p.22). Isso se confirma em outra obra do mesmo autor, quando cita a obra de WILDAVSKY:

O planejamento se projeta em tantas direções que o planejador não consegue mais discernir sua forma. Ele pode ser economista, cientista político, sociólogo, arquiteto ou cientista. Mesmo assim, a essência de sua vocação – planejamento – lhe escapa. Ele a encontra em toda parte e em nenhum lugar especifico. Por que o planejamento é tão ilusório? (WILDAVSKY apud MINTZBERG 2004, p.22).

A opinião de MINTZBERG é de que o planejamento construiu um núcleo viável para si por meio de seus próprios sucessos e fracassos - a sua implementação concreta -, de modo que o define com cinco frases:

“-planejamento é pensar no futuro;

-planejamento é controlar o futuro;

-planejamento é tomada de decisão;

-planejamento é tomada de decisão integrada;

-planejamento é um procedimento formal para produzir um resultado articulado, na forma de um sistema integrado de decisões“ (MINTZBERG, 2004, p. 22-26).

Essa visão de planejamento conduz à esfera da elaboração de estratégia, pois tal visão direciona-se às inter-relações decisórias importantes dentro de uma organização ou trabalho. QUINN (2001, p.21) define estratégia como sendo um padrão ou plano que integra as principais metas, políticas ou sequência de ações de uma organização em um todo coeso. Ainda segundo este autor, uma estratégia bem formulada ajuda a ordenar e alocar os recursos de uma organização para uma atitude singular e viável, com base em suas habilidades e carências internas relativas, mudanças no ambiente antecipadas e ações contingentes realizadas por oponentes inteligentes.

1 Henry Mintzberg é Bronfman professor of Management na McGill University e recebeu duas vezes o prestigiado Prêmio McKinsey pelo melhor artigo na Havard Business Review. Membro da Royal Society of Canada – o primeiro membro eleito de uma faculdade de administração – é autor de vários livros clássicos, incluinido Safári de Estratégia (Boojman, 2000).

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Já a decisão estratégica é aquela que determina o direcionamento geral de um trabalho, em vários níveis de qualquer organização ou processo, incorporando uma análise da viabilidade à luz do previsível e do imprevisível, assim como as mudanças desconhecidas que possam ocorrer em seus momentos mais importantes, de maneira que a estratégia define uma base continua para ordenar essas adaptações no sentido de propósitos concebidos mais amplos (MINTZBERG, 2001, p.21) (fig. 01).

Figura 1: Formas de estratégia

.

Fonte: Mintzberg 2001.

Define-se estratégia como um “plano”, de modo que se tenha um guia ou direcionamento de ação para o futuro. Um “padrão”, que confere consistência a um comportamento ao longo do tempo. Assim, a figura acima demonstra que há um plano e um padrão evidentes na estratégia pretendida e na deliberada, prevendo as tomadas de providências, uma a uma, visando convergir com o tempo para uma postura, e consequentemente, resultados consistentes. Porém, a estratégia realizada, emerge do choque entre a estratégia deliberada e a estratégia emergente – aquelas que são elaboradas e implementadas frente a situações imprevistas. A estratégia pretendida e deliberada sugere organização e controle, e a estratégia emergente o oposto. Contudo, é importante mesclá-las de alguma forma, pois as estratégias eficazes misturam essas características de maneira que reflitam as condições existentes, especialmente a capacidade para prever e também a necessidade de reagir a eventos inesperados (MINTZBERG, 2004, p.35-36).

Cabe uma consideração acerca da estratégia emergente. A estratégia em si não tem a necessidade de emanar de um centro, ou seja, não necessariamente o chefe de uma equipe deve indicar o momento utilização da estratégia emergente, e sim todo e qualquer componente da equipe pode faze-lo, ainda que “nas metáforas populares, a cabeça pensa e o corpo age, ou o arquiteto projeta para os construtores possam construir com tijolos e argamassa.” (WILDAVSKY apud MINTZBERG 2004, p.22).

APROXIMAÇÕES DA ESTRATÉGIA COM O PROCESSO DE PROJETO DE ARQUITETURA: EXEMPLOS DE PADRÕES DE ESTRATÉGIA PROJETUAL

Nas preleções de MAHFUZ (1987), projetar em arquitetura é muito mais do que uma resposta original a problemas programáticos e estruturais, pois o projeto é realizado através da transformação e adaptação do conhecimento existente. MAHFUZ relaciona o projeto com processos analíticos, com a necessidade do projetista abstrair a essência de obras já

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existentes, para produzir adequadamente propostas projetuais. Enfatiza ainda que o processo de projeto inicia-se quando a coleta e organização de dados obtidos na fase preliminar são interpretados e ordenados de acordo com as prioridades do programa (análise).

Para exemplificar melhor o conceito de tomadas de decisões dentro do processo projeto, constituído por atividades de análise, síntese e avaliação, MAHFUZ indica que o primeiro momento da síntese, e em muitos sentidos o mais importante, é a definição do partido. O partido divide e reúne ao mesmo tempo uma série de tomadas de decisões, fixando a definição básica de um projeto, a sua essência, em termos de organização funcional, formal, estrutural e relação com o contexto, sendo assim uma aproximação, uma síntese dos aspectos mais importantes de um problema arquitetônico (MAHFUZ, 1987, p.04).

Para operacionalizar isso, revela-se útil o conceito estratégia. A estratégia em projeto de arquitetura pode ser definida pela caracterização do uso de mecanismos, procedimentos, paradigmas e artefatos formais, separadamente ou em conjunto, de modo que se possa representar o que se planeja mentalmente (MONEO, 2008, p. 09). Em termos de estratégia de projeto, este autor, ao citar mecanismos formais, enfatiza o desdobramento de formas efetuadas por Frank Gehry, conferindo-lhes caráter escultórico, porém com domínio do rigor construtivo que cada material pode fornecer, apreciando a potencialidade da manipulação da matéria prima (2008, p. 09- 239). O mesmo autor enfatiza que Gehry interpreta as estruturas metálicas, os compensados de madeira, as novas tintas, as pedras, de maneira que os mesmos estejam presentes no processo de projeto e utilizados em sua plenitude. Seus projetos seguem do computador diretamente para o laboratório de robótica, em uma estratégia que possibilita que o instrumento de projeto influencie diretamente o processo de construção (2008, p 239).

Uma terceira visão sobre o conceito de estratégia no processo projetual pode ser encontrado em LAWSON. Segundo este autor, a tendência por procurar características comuns no processo de projeto marcou os primeiros anos do movimento da metodologia de projeto (2011, p.171). As investigações desse autor demonstram que a maioria dos projetistas adotam estratégias de natureza heurística, abordagem que busca ao mesmo tempo, ser educacional e buscar uma solução, de modo que não se baseiam muito nos princípios teóricos, mas sim na experiência e em macetes (LAWSON, 2011, p.174). Para ilustrar o princípio, LAWSON cita como exemplo duas metodologias para realizar o cálculo de uma viga de madeira: no primeiro, teórico, são realizados cálculos utilizando a elasticidade e a tensão de compressão e de flexão de madeira, que se baseiam em teorias comprovadas de mecânica estrutural; na segunda, este trabalho exaustivo e exato é substituído pela utilização da estratégia heurística, através da qual se se aplicam regras, como “para cada meio metro de vão de vigas de madeira com largura de 50 mm, e espaçamento de 400 mm, a altura da viga corresponde a 25 mm” (LAWSON, 2011, p.175). O resultado se adequa aos objetivos de pré-dimensionamento, e apesar de não ser preciso, vai diretamente à solução, com sentido educacional de identificar com clareza a relação entre altura, espessura e extensão da viga. Assim, tem-se um modelo de estratégia heurística utilizada pelos projetistas, de modo que uma idéia geral é rapidamente desenvolvida para os elementos mais importantes da solução, que podem em um segundo momento, caso necessário, ser conferidos através de métodos mais precisos e ajustados (LAWSON, 2011, p.175).

O conceito de estratégia permite que a busca por soluções avance rapidamente, quando inicialmente se concentra a atenção em uma seleção limitada de restrições, que em essência LAWSON, chama de geradores primários. Nesse raciocínio, uma idéia primária conduz o

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restante do processo de projeto, através de uma alternativa muito simples que é utilizada para reduzir a variedade de soluções possíveis, de modo que o projetista consegue com agilidade construir e analisar um esquema, sendo que em algumas vezes esses princípios organizadores se estendem por todo o processo de projeto e é perceptível na solução (LAWSON, 2011, p.52- 53). Assim a estratégia de relacionar essas âncoras iniciais pode ser reconfortante, ao ponto de que no momento em que o arquiteto consegue superar as dificuldades, e acaso as idéias originais sejam boas, é bem provável que neste instante se encontre uma proposta projetual envolta em criatividade (LAWSON, 2011, p.54).

3 MAPA CONCEITUAL

O objetivo dos mapas conceituais é representar relações significativas entre conceitos, na forma de proposições. Uma proposição forma uma unidade semântica, que consiste em dois ou mais termos conceituais ligados por palavras. Por exemplo, na sua forma mais simples, um mapa de conceitos consta apenas de dois conceitos unidos por uma palavra de ligação de modo a formar uma proposição: “o céu é azul” representa um mapa conceitual simples formado por uma proposição válida referente aos conceitos “céu” e “azul” (NOVAK, 1984, p. 31).

Assim, os mapas conceituais servem para tornar claro, tanto aos professores como aos alunos, um pequeno número de princípios chave que estes devem focar para uma tarefa de aprendizagem específica. Pode funcionar também como um mapa rodoviário visual, mostrando alguns dos trajetos que se podem seguir para ligar os conceitos, de forma a que resultem proposições. Depois de terminada uma tarefa de aprendizagem, os mapas conceituais mostram um resumo esquemático do novo conhecimento absorvido (NOVAK, 1984, p. 31).

Logo, pode-se afirmar que mapas conceituais são ferramentas gráficas para a organização e representação do conhecimento. Eles incluem conceitos, geralmente dentro de círculos ou quadros de alguma espécie, ligados por linhas. As palavras sobre essas linhas, que são palavras ou frases de ligação, especificam os relacionamentos entre dois conceitos. A Figura 2 mostra um exemplo de mapa conceitual que descreve a estrutura dos mesmos e ilustra as características acima. Essa figura mostra também a característica hierárquica dos mapas conceituais, nos quais os conceitos são representados de maneira que aqueles mais inclusivos e gerais figurem no topo, seguidos daqueles mais específicos e menos gerais (NOVAK, 2010, p. 10).

Desse modo, ao se utilizar o mapa conceitual como ferramenta de auxilio ao ensino, é importante que os alunos compreendam que todos os conceitos são de algum modo relacionados uns aos outros. Portanto, é preciso ater-se à identificação de ligações cruzadas, sendo necessária a maior precisão possível ao se estabelecer palavras de ligação que relacionem os conceitos. Além disso, deve-se evitar “frases nas caixas”, ou seja, frases completas usadas como conceitos, uma vez que isso geralmente indica que toda uma subseção do mapa poderia ser resolvida a partir da frase na caixa (NOVAK, 2010, p. 17).

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Figura 2: Exemplo de Mapa Conceitual

Fonte: Novak, 2010.

4 OBJETO

O objeto de pesquisa trata do processo de ensino aprendizagem de representação gráfica integrada à atividade projetual.

5 OBJETIVOS

Frente ao objeto, o objetivo é procurar sistematizar e utilizar métodos – estratégias heurísticas no processo de projeto – e instrumentos – mapas conceituais – para apoiar o processo de projeto/ representação gráfica em arquitetura.

6 METODOLOGIA

Frente ao processo de projeto, do ponto de vista prático e profissional, o arquiteto necessita conhecer os instrumentos e procedimentos a que recorrer, sempre que necessário. Para KARLEN, (ver figura 3) é necessário uma metodologia de projeto bem definida para manipular as pressões típicas da profissão, de modo que a etapa de análise seja formulada de maneira adequada e sucinta, pois assim a síntese, onde são representadas as soluções de planejamento espacial, funcional, formal e estrutural, será executada em menor tempo (2011, p 16).

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Figura 3: Relações entre análise e síntese.

Fonte: KARLEN, 2010.

Assim, com intuito de instigar o aluno que está por entrar na disciplina de projeto a compreender as etapas que compõem o projeto e visualizar as técnicas de representação através de um olhar estratégico, foi proposto a quatro turmas do 1º ano do curso de arquitetura da Faculdade Assis Gurgacz, (Cascavel, Paraná, Brasil) – duas com 70 alunos, uma com 40 e a última com 13 alunos – um exercício de projeto e representação gráfica do projeto, em nível de concepção inicial, com a utilização de meios de expressão gráfica manuais baseados em projeções ortogonais e cônicas, divididas em etapas de tempo controlado, tendo como tema uma residência.

A metodologia aplicada pressupunha uma primeira apresentação de aproximadamente 30 minutos, baseada em orientações – estratégias heurísticas – contendo: 1) programa de necessidades, composto por sala de estar, cozinha, suíte, garagem e lavanderia 2) terreno de 22 metros de testada por 11 metros de profundidade, com face norte (ver figura 4); 3) parâmetros dimensionais; 4) processo de projeto; 5) ferramental de representação (ver figura 5).

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Figura 4: Terreno, com a área destinada a edificação dividida em eixos.

Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 5: Quadro branco com estratégias de representação gráfica.

Fonte: Arquivo pessoal.

Como esta atividade foi aplicada a alunos que nunca haviam desenvolvido um projeto na graduação, foi passado o terreno escala 1/100, lançando o recuo lateral e frontal, e por fim, os eixos de 4,75x 3,25, que auxiliaram os acadêmicos a discernir o espaço em escala e proporção.

O início da atividade se deu através de um breve e sintético mapa conceitual (figura 6), que relaciona dentro do processo de projeto, as estratégias possíveis de concepção do espaço e sua representação. No mapa, que parte do conceito central de “projeto de arquitetura” o aluno visualiza o caminho a ser percorrido para a sua resolução, de maneira simples, porém com o intuito de identificar relações significativas entre conceitos, na forma de preposições.

O direcionamento geral do mapa partiu do conceito de projeto de arquitetura, focalizando aspectos de estrutura, forma e funcionalidade. Chega-se a estre tripé através do processo de projeto que se baseia em: 1) análise, 2) síntese e 3) avaliação. A análise é o momento da coleta de dados e informações relacionadas ao projeto, desde o programa de necessidades, sítio, dimensionamento e sua leitura e interpretação. Já a síntese é o momento da definição de partido arquitetônico e da passagem das ideias para a matéria através da seleção e utilização de instrumentos fornecidos pelo ferramental de representação, na elaboração de propostas que visam a solução para o projeto arquitetônico. A avaliação é o momento que o arquiteto afere o resultado obtido na síntese, e julga junto aos proponentes – clientes – se a solução que foi produzida está em harmonia com o problema colocado. Estas três fases não ocorrem de maneira cíclica e linear, mas sim avançam e retrocedem conforme a estratégia de projeto. Assim ao avaliar a síntese, o arquiteto pode entender que há necessidade de retroceder à

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análise e coletar uma quantidade maior de dados, levando em consideração suas próprias experiências anteriores e macetes – estratégias heurísticas – acerca do processo de projeto.

Figura 6: mapa conceitual

Fonte: Arquivo pessoal mapa conceitual.

A aplicação desta etapa utilizou como correlato a técnica do Professor Daniel K. Mullin (ver figura 7), do Departamento de Arquitetura da University of Idaho – Moscow- EUA, presente na obra de YEE, técnica esta segundo a qual, conforme se aumente o tempo disponível de representação, o projeto seja aprimorado (2011, p 675).

Figura 7: Técnica do Professor Daniel K. Mullin, realizada pelo acadêmico Shaw Mitchell.

Fonte: YEE, 2011, p. 675.

A atividade previa a organização dos alunos em duplas, cada uma apenas com três pranchas A4, e escalímetro.

Na atividade citada foram elaboradas três peças gráficas em tempos variados, a planta baixa com duração de 3 minutos, fachada com 3 minutos e 30 segundos e o perspectiva com 4

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minutos, de modo que tempo total da aula, desde a apresentação da atividade, desenvolvimento da proposta e apresentação dos resultados, perfez um período de 50 minutos.

7 RESULTADOS E CONTRIBUIÇÕES

A acumulação de conhecimentos ao longo da vida, ou seja, a aprendizagem é muito mais significativa à medida que o novo conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento do aluno, e adquire significado para ele a partir de seu conhecimento prévio (PELIZZARI, et al, 2002, p.38). Assim considerado que, de acordo com LAWSON “estratégia heurística”, se traduz como “experiências anteriores e macetes”, ao realizar a atividade, os alunos eram instigados a observar a sala de aula que ocupavam no momento da atividade e compará-la com as dimensões dos ambientes das residências que habitam. Deste modo, a “experiência anterior” era consequência da reflexão se a cozinha de sua casa tinha a mesma dimensão, metade ou ¼ da relação dimensional da sala de aula. Já o macete, foi dividir a planta em eixos proporcionais no terreno, de modo que tal divisão auxiliava o acadêmico a distribuir seus espaços, de acordo com as dimensões pré-estabelecidas (ver figura 4). Ao iniciar a representação da planta baixa, no tempo cronometrado de 3 minutos, ficou evidente a convergência da estratégia heurística no processo de projeto, de modo que tal estratégia auxiliou a turma como um todo a entender a distribuição funcional da planta, conforme pode ser aferido na figura 8. Alguns alunos evidentemente não conseguiram finalizar a planta como um todo, justamente por conta do tempo.

Já na representação da fachada, entrou em cena novamente a estratégia heurística. Questionava-se a dimensão do pé direito da sala de aula, aberturas, materiais, cobertura e qual a relação destes itens presentes ali no ambiente de ensino com a realidade da residência de cada aluno. Para que houvesse realmente uma aprendizagem significativa, o conteúdo a ser compreendido – estratégia de projeto de arquitetura – tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógico e psicologicamente significativo. PELIZZARI (et al, 2002, p.38) afirma que o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e que o significado psicológico é uma experiência que cada individuo tem. Ou seja, quando se iniciou a ação de representação da fachada com tempo de 03:30 minutos, o ponto de convergência foi de que muitos procuraram expressar uma edificação que lhes era referência, sua moradia ou não. Os alunos que na oportunidade anterior não haviam finalizado a planta, nesta fase obtiveram resultados mais satisfatórios, pois absorveram a consciência de necessidade de postura ativa, pois o tempo era curto (ver figura 9).

Na terceira etapa, foi solicitada a perspectiva do que se havia criado até então, utilizando croqui de 02 pontos de fuga. Os discentes já a conheciam como técnica exata de representação, mas a maioria não a dominava como croqui. Diante desta realidade, a construção das aprendizagens significativas implica na conexão ou vinculação do que o aluno sabe com os conhecimentos novos, ou seja, o antigo com o novo (PELIZZARI et al, 2002, p.40). Assim, na “estratégia heurística” para a representação da perspectiva de dois pontos de fuga, foi apresentado o “macete” de realizar uma linha na horizontal, marcar no centro o pé direito em escala, e conectar seus extremos aos dois pontos da linha do horizonte. A partir daí montava-se cubos em proporção de acordo com a planta de cada aluno. Nesta etapa de 04 minutos, o fato dos alunos já terem o conhecimento prévio da perspectiva exata, facilitou o entendimento da técnica à mão livre (ver figura 10).

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De modo geral, o exercício ao reduzir um conhecimento complexo – projeto de arquitetura – em elementos mais simples, com explanações visuais realizadas a partir do mapa conceitual, estimulou a participação ativa dos alunos, de modo que o conhecimento foi auto-estruturado a partir de elementos já vivenciados, o que auxiliou os alunos na aquisição do novo conhecimento, pois não se realizaram cópias e sim concepções originais a partir de parâmetros pré-estabelecidos na etapa de “análise”.

Figura 8: Estágio 01: planta baixa representada em 03 minutos após realizada a análise

Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 9: Estágio 02: fachada em 03:30 minutos.

Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 10: Estágio 03: Perspectiva de dois pontos em 04 minutos.

Fonte: Arquivo pessoal.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora possam ser atestados alguns procedimentos comuns entre alguns projetistas, em arquitetura, o processo de criação não possui métodos rígidos ou universais entre profissionais. Desenvolvidas de maneira independente, dentro da grade curricular dos curso de arquitetura há disciplinas como desenho arquitetônico, historia da arquitetura, técnicas construtivas, entre outras, cada uma com um dialeto específico, sendo necessário integrá-las na concepção do projeto.

Tais características fazem com que sejam grandes as dificuldades em se enquadrar o processo projetual em metodologias e procedimentos de projeto. Contudo é válido o uso de metodologias de ensino que possibilitem ao aluno a transposição da aprendizagem mecânica para a efetiva, com o auxilio de mapas conceituais que materializam a possibilidade de se visualizar e entender o processo de projeto e de representação gráfica do espaço, dentro de uma visão estratégica.

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Na atividade proposta, a explanação do mapa conceitual, do programa de necessidades, dimensões mínimas, terreno, recuos, e por fim a malha de eixos marcou uma etapa de levantamento e análise de dados para o projeto, que atuou como conectores/ geradores primários. A realização desta etapa analítica possibilitou que, ao iniciar o tempo estabelecido de cada etapa, o aluno já sabia por onde iniciar seu projeto – síntese – sem desperdício de tempo e consequentemente com maior eficiência, conforme KARLEN (2010). Quanto à velocidade das etapas, sugeridas por YEE, há fases criativas do processo de projeto que envolvem períodos alternados de atividade intensa em que se pode falar de uma “ fúria de rapidez para que a pressão da criatividade se mantenha e a dúvida fique acuada” e outros de maior relaxamento (MOULTON apud LAWSON, 2011, p.146). Este discurso vai de encontro às estratégias heurísticas, onde a ideia geral é rapidamente desenvolvida para os elementos mais importantes da solução, que podem em um segundo momento, caso necessário, ser conferidos através de métodos mais precisos e ajustados, conforme assinalado por LAWSON (2011).

Por outro lado, no que tange aos instrumentos, NOVAK enfatiza que o conteúdo a ser aprendido deve ser conceitualmente claro e apresentado com linguagem e exemplos relacionáveis com o conhecimento anterior do aprendiz, ou seja, o aluno refletia sobre qual a dimensão do banheiro de sua própria casa. Assim, no que diz respeito à contribuição à novos processos e tecnologias, adota-se o discurso de NOVAK, que afirma que os mapas conceituais podem ajudar a cumprir a exigência de domínio e organização do conhecimento, tanto por identificar conceitos amplos e gerais a partir dos quais se chega a conceitos mais específicos, quanto por ajudar no desenrolar de atividades de aprendizagem através de conhecimentos progressivamente mais claros, que podem se basear em quadros de desenvolvimento conceitual (2010, p. 11).

AGRADECIMENTOS

Os mais sinceros agradecimentos ao Prof. Arq. Dr. André Augusto de Almeida Alves, por não medir esforços na busca pela excelência.

REFERÊNCIAS

KARLEN, M. Planejamento de espaços internos: com exercícios. Porto Alegre, Bookman, 2011.

LAWSON, B. Como arquitetos e designers pensam. Tradutor: Maria Beatriz Medina. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

MAHFUZ, E. da C. Tradição e invenção (uma dialética fundamental). Rev. AU- Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: PINI, ano III, n.12, p. 70-74, jun./jul,1987.

MINTZBERG,H QUINN, J.B. O processo da estratégia. Porto Alegre: Bookman, 2001.

MINTZBERG,H. Ascensão e queda do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004.

MONEO, R. Inquietação teórica e estratégia projetual na obra de oito arquitetos contemporâneos. São Paulo, Cosac Naify, 2008.

NOVAK, J. D. Aprender a aprender.Lisboa: Plátano, 1984.

NOVAK, J. D. Cañas A. J. A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los e usá-los. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.5, n.1, p. 9-29 , jan.-jun. 2010.

PELIZZARI, A. KRIEGL, M.L. BARON, M. P. FINCK, N.T.L. DOROCINSKI. S.I. Teoria da aprendizagem significativa segundo Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p. 37-42, jul. 2001- jul. 2002.

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WILDAVSKY, A. The political essay of efficiency: Environmental benefit analysis, systems analysis, and program budgeting. Toronto: Little Brown & CO., 1979.

YEE, R. Desenho arquitetônico: um compêndio visual de tipos e métodos. Rio de Janeiro: LTC, 2009.