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  • Oficina de Cdigos e Linguagens do Ensino Mdio Modalidade presencial e EAD

    Material do MONITOR

    Setor de Educao de Jovens e Adultos 1

    OFICINA SOBRE LITERATURA, HISTRIA E ARTE

    Caro Monitor,

    Recomendamos que esta oficina seja aplicada aps a aula 50 de Lngua Portuguesa!

    Esta oficina tem como objetivo geral criar oportunidades para o aluno ampliar o seu conhecimento sobre o conceito e o papel da literatura e da arte na vida humana e reconhecer o quanto as produes literrias e artsticas refletem o contexto histrico e social de seus autores.

    Recomendamos que, antecipadamente, estude contedos (web aula, textos dos Temas de estudo, exerccios etc.) e estratgias indicados nesse plano de aula para que esteja bem preparado para a realizao da atividade.

    Em caso de dvida, orientamos o contato imediato com as coordenadoras da rea de Cdigos e Linguagens.

    Bom trabalho!

    Plano de aula

    1. Habilidades que se espera que os alunos desenvolvam

    Ensino Mdio

    H8 Reconhecer temas de textos verbais e no verbais em lngua portuguesa e identificar partes principais e secundrias, efeitos de crtica.

    H12 Diferenciar o texto literrio do texto no literrio, reconhecendo a sua funo esttica pelo uso de diferentes recursos da linguagem.

    H13 Reconhecer a funo esttica em linguagens no verbais pelo uso de diferentes recursos grficos.

    H23 Identificar elementos estticos, histricos e sociais em manifestaes literrias e artsticas, para ampliar os meios de apreenso, compreenso e representao do mundo.

    H24 Reconhecer os produtos artsticos e estilos literrios como parte de um momento histrico e cultural, associando uma obra a um contexto e atribuindo-lhe sentido.

    2. Contedos

    Conceito de arte e literatura.

    Algumas caractersticas dos movimentos literrios Barroco, Arcadismo, Romantismo,

    Realismo, Modernismo e da arte e literatura contempornea.

    Web aula Literatura, histria e arte.

    Trecho da carta de Pero Magalhes Gandavo ao rei de Portugal (1575).

    Trecho da obra Iracema (1865), de Jos de Alencar.

    Trecho da obra Macunama (1928), de Mrio de Andrade.

    Pintura Guernica, de Pablo Picasso.

    Caractersticas bsicas do Cubismo.

    Crnica A foto, de Lus Fernando Verssimo.

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    3. Recursos didticos

    Web aula Literatura, histria e arte. (Portal EJ@ www.educacao.org.br/eja na

    Biblioteca Digital).

    Material do Aluno Oficina CL Histria, literatura e arte: apostila com exerccios.

    4. Metodologia/Estratgia

    Providenciar cpias do Material do Aluno para todos os alunos, a fim de que possam acompanhar as atividades e fazer os exerccios.

    Realizar o trabalho em grupos (trios ou quartetos).

    Seguir as pausas estratgicas durante a exibio da web aula.

    Incentivar todos os alunos a participar, resgatar conhecimentos prvios, checar o entendimento, refazer percursos de raciocnio, dar oportunidades aos alunos, sem responder por eles.

    Providenciar/agendar com antecedncia equipamentos e/ou laboratrio de informtica para a adequada exibio da web aula.

    Tempo estimado para a oficina: 2 horas.

    5. Sequncia didtica Atividades

    Exerccio 1: Com os grupos formados, solicitar a discusso sobre os temas abaixo. Na

    sequncia, pedir para os alunos compartilharem as ideias com o restante da turma.

    a) Sabendo que a fico uma obra construda a partir de elementos imaginrios

    baseados no real e/ou de fatos da realidade inseridos em contexto imaginrio, voc

    consegue dar algum exemplo de fico que faa parte de seu dia a dia? Qual(is)?

    b) Para voc, o que literatura? D exemplos de literatura que voc conhece.

    c) O que voc entende por arte? D exemplos de arte que voc conhece.

    Exerccio 2: Exibir a web aula Literatura, histria e arte (www.educacao.org.br/eja >

    Biblioteca digital > Cdigos e Linguagens > Web aulas > Ensino Mdio > Literatura, histria e

    arte), sem pausas.

    a) Ao final da exibio, trocar ideias com os alunos, perguntando se reconheceram algum

    livro, autor, obra de arte ou fato apresentado na aula.

    Monitor,

    Neste momento, no se preocupe em verificar se as respostas esto certas ou erradas.

    O objetivo deste exerccio introduzir o assunto da oficina e descobrir o que os alunos

    j sabem sobre o tema.

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    Setor de Educao de Jovens e Adultos 3

    Exerccio 3: Exibir novamente o trecho inicial da web aula (0001 a 342) Literatura,

    histria e arte e solicitar a resoluo da atividade que retoma os conceitos de arte e

    literatura.

    a) Leia os textos I e II, identifique qual deles se refere ao conceito de arte e de literatura,

    completando as lacunas adequadamente com as palavras ARTE ARTES LITERATURA -

    LITERRIOS.

    Texto I ARTE

    A ARTE uma das mais expressivas produes do homem, pois o acompanha em toda a

    sua histria, fazendo-o rir, pensar, chorar e sonhar. Produzir ARTE satisfaz uma necessidade

    do homem: a necessidade de expresso de si mesmo, do outro e do mundo, por meio de

    materiais variados, desde a pedra at a tinta e o papel, desde o corpo at a voz. Entre as

    formas de ARTE, podemos citar: ARTES visuais, dana, msica, teatro e literatura. (FUNDAO BRADESCO, 2011.)

    Texto II LITERATURA Textos LITERRIOS so aqueles que envolvem arte, imaginao e palavra. So textos que

    no se limitam a ter um valor prtico, funcional, como um anncio de jornal ou uma receita

    culinria. Textos LITERRIOS possuem um valor esttico, ficcional, resultado do trabalho

    meticuloso de um escritor que se preocupa com a forma, alm do contedo, brincando

    com os significados, com o ritmo, criando imagens. LITERATURA a arte com palavras.

    (FUNDAO BRADESCO, 2011.)

    b) Explique como chegou sua concluso.

    Exerccio 4: Estilos de poca, perodos ou movimentos literrios. O aluno ter que ler os

    trs textos e associar o ponto de vista correspondente a cada estilo literrio.

    Na web aula Literatura, histria e arte feito o seguinte comentrio: A literatura mundial rica e diversa, e conta com muitos autores. No estudo da literatura e das artes em geral, optou-se por dividir esses artistas em perodos, a partir dos elementos comuns em suas obras e tambm de acordo com o momento histrico ao qual pertencem. Chamamos essa diviso de perodos ou movimentos literrios.

    (FUNDAO BRADESCO, 2012.)

    a) Leia trs trechos de textos literrios escritos em pocas diferentes, mas que abordam o

    mesmo tema: o indgena brasileiro.

    Texto 1 Esses ndios so de cor baa e cabelo corredio: tm o rosto amassado, e algumas feies deles maneira chinesa. Pela maior parte so bem dispostos, rijos e de boa estatura, gente mui esforada, e que estima pouco morrer, temerria na guerra e de muito pouca considerao: so desagradecidos em grande maneira, e muito desumanos e cruis,

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    inclinados a pelejar, e vingativos por extremo. Vivem todos mui descansados sem terem outros pensamentos seno de comer, beber e matar gente (...).

    (Quinhentismo Literatura de informao Pero de Magalhes Gandavo 1575)

    Vocabulrio: Baa: de pele morena. Corredio: liso e solto. Mui: muito. Pelejar: lutar, brigar. Rijos: robustos, de grande vigor.

    Texto 2 Alm muito alm daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lbios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da grana e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo de jati no era doce como seu sorriso, nem a baunilha recendia no bosque como seu hlito perfumado. Mais rpida que a ema selvagem, a morena virgem corria o serto e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nao Tabajara. O p grcil e nu, mal roando, alisava apenas a verde pelcia que vestia a terra com as primeiras guas.

    (Romantismo Iracema, Jos de Alencar 1865)

    Vocabulrio: Cora: fmea do coro, fmea do veado. Grana: pssaro preto. (guira: pssaro; una ou pixuna: preto) Ipu: localidade do Cear, conhecida por ter um tipo de terra muito frtil. Jati: pequena abelha. Tabajara: senhor das aldeias; nao indgena que dominava o interior do Cear. (Taba: aldeia; jara: senhor).

    Texto 3

    No fundo do mato-virgem nasceu Macunama, heri de nossa gente. Era preto retinto

    e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silncio foi to grande escutando o

    murmurejo do Uraricoera, que a ndia tapanhumas pariu uma criana feia. Essa criana

    que chamaram de Macunama.

    J na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos no

    falando. Se o incitavam a falar exclamava:

    Ai! que preguia!...

    (Modernismo Macunama, Mrio de Andrade 1928) Vocabulrio: Sarapantar: espantar. Tapanhumas: tribo indgena. Uraricoera: rio mais extenso do estado de Rorama.

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    b) Os textos I, II e III apresentam um ponto de vista diferente sobre o indgena brasileiro.

    Releia os textos, reescreva o movimento literrio a que pertencem, bem como o ano

    de publicao, e relacione-os com a opinio correspondente sobre o ndio:

    Texto

    Movimento literrio

    Ano de publicao

    Ponto de vista

    2 Romantismo 1865

    O ndio idealizado: heri, formoso, hbil. Essa idealizao obedece s necessidades do escritor brasileiro do sculo XIX, uma poca em que se procura uma origem nobre para o povo brasileiro.

    3

    Modernismo

    1928 O ndio retratado sem rodeios ou elogios exagerados, so colocados em evidncia os defeitos do heri: ser feio e preguioso.

    1 Quinhentismo (Literatura de informao)

    1575

    O ndio focalizado como cruel, hostil, desumano e vingativo, alm de mal agradecido e supersticioso. Essa viso do ndio corresponde a uma concepo da poca em que o texto foi escrito sculo XVI. O texto mostra o ndio do ponto de vista do colonizador portugus.

    c) Releia o pargrafo, retirado da web aula Literatura, histria e arte, abaixo transcrito, e

    responda se concorda ou discorda com as ideias expostas:

    Mas, indiretamente, todo texto literrio acaba revelando os sentimentos, os pensamentos e as paixes da alma humana na poca em que foram escritos. Lendo poemas e romances diversos, alm de entrarmos em contato com a forma esttica de lidar com a linguagem, tambm podemos extrair elementos histricos e culturais que nos permitam entender um pouco melhor o mundo e a ns mesmos. Estudar literatura ampliar a nossa experincia e viso do mundo.

    (FUNDAO BRADESCO, 2012.)

    Espera-se que os alunos concluam que a leitura dos trs trechos lidos evidencia o

    fato de que a literatura expressa o modo de pensar da sociedade na qual o autor se

    insere, seja para criticar ou reforar seus valores.

    Monitor,

    A web aula Literatura, histria e arte tratou de alguns movimentos literrios que

    foram expressivos em nossa literatura, mas h outros movimentos literrios

    igualmente importantes no estudo da literatura brasileira e mundial, como os

    relacionados a seguir: Trovadorismo (primeiro movimento literrio em lngua

    portuguesa), Humanismo, Classicismo, Quinhentismo (Literatura de informao),

    Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pr-Modernismo.

    Voc e os alunos podem pesquisar mais sobre eles consultando as tabelas dos Estilos

    de poca (Portugal e Brasil), presentes nas pginas de 298 a 301 do Temas de estudo

    para a Educao de Jovens e Adultos Cdigos e Linguagens Lngua Portuguesa

    Ensino Mdio.

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    Exerccio 5: Roteiro de leitura de imagens. Expor os itens do roteiro e propor a leitura da

    pintura Guernica (1937), de Pablo Picasso.

    Roteiro para leitura de imagens

    Que sentimentos e sensaes a imagem desperta?

    Qual o tema ou o assunto da imagem?

    Como so usadas as linhas, formas e figuras no espao de cada imagem?

    Se a imagem possui figuras humanas, como so as pessoas e os gestos representados?

    H legenda com informaes sobre o ttulo da imagem e a poca em que ela foi criada?

    O que essas informaes tm a ver com o que est retratado?

    Que significados possvel extrair a partir da composio feita pelo artista, a partir das

    construes, objetos e roupas ou das cenas retratadas?

    Pablo Picasso. Guernica (1937)

    Dimenses: 3,50 m x 7,82 m Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, Madri

    Monitor,

    Explique o contexto em que a pintura foi realizada. Informe que uma das obras mais

    famosas do pintor Pablo Picasso, pintada em 1937. O tema abordado o bombardeio areo

    da cidade espanhola de Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola (1936), travada entre os

    republicanos e as foras extremistas de direita lideradas pelo general Franco, que era

    apoiado pelo nazismo alemo e pelo fascismo italiano, no perodo que antecedeu a 2

    Guerra Mundial. No conflito, muitos civis foram mortos.

    Monitor,

    Para obter um pouco mais de informao sobre o Cubismo, inserimos um texto na seo

    Leitura complementar. Caso sinta necessidade, conduza a leitura do texto com os alunos.

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    No se pretende esgotar as possibilidades de anlise da obra. Alguns itens que podem ser explorados so:

    Analisando a obra Guernica, de Pablo Picasso

    Que sentimentos e sensaes a imagem desperta?

    Resposta aberta. Estar atento ao aluno que diz que no entendeu nada. Fazer o exerccio de desconstruir as imagens com ele, pouco a pouco, partindo dos elementos mais evidentes para que ele se sinta mais seguro para prosseguir.

    Qual o tema ou o assunto da imagem?

    Bombardeio areo cidade espanhola chamada Guernica, em 1936.

    Como so usadas as cores, linhas, formas e figuras no espao de cada imagem?

    Cores utilizadas: o preto, o branco e alguns tons de cinza, ou seja, cores que se relacionam, geralmente, com a morte e a destruio.

    Cubismo: Guernica um exemplo de obra cubista, ou seja, manifestao da vanguarda artstica do incio do sculo XX em que a pintura concebida por meio das formas geomtricas e da substituio da perspectiva nica, predominante na arte clssica, pela representao fraturada da realidade. A imagem do quadro retratada em espao plano, frontal e simultneo, no qual tudo ocorre ao mesmo tempo.

    Se a imagem possui figuras humanas, como so as pessoas e os gestos representados?

    Personagens: pessoas mortas no cho; uma mulher segura uma criana e olha para cima, como que procurando identificar de onde vm as bombas; uma pessoa parece gritar em desespero; um cavalo, com o corpo contorcido, parece relinchar.

    H legenda com informaes sobre o ttulo da imagem e a poca em que ela foi criada?

    O que essas informaes tm a ver com o que est retratado?

    A contextualizao inicial da obra, neste caso, ajuda o aluno a entender melhor o tema retratado.

    Que significados possvel extrair a partir da composio feita pelo artista, a partir das

    construes, objetos e roupas ou das cenas retratadas?

    Cenrio de guerra: o claro do centro para o lado direito da tela remete exploso de bombas, h fumaa e chamas, resultantes das exploses; membros corporais decepados.

    Smbolos: o touro (no alto, esquerda) pode ser uma metfora para a violncia do exrcito; o cavalo (no centro) pode representar a fora e fidelidade do povo espanhol; a flor (embaixo no centro, acima da mo com espada) pode retratar a esperana de que a vida pode renascer, apesar da destruio.

    Exerccio 6: Leitura do texto A foto, de Lus Fernando Verssimo

    Monitor,

    No revele, por enquanto, que se trata de uma crnica, pois a primeira pergunta

    investigar se o aluno consegue reconhecer o texto A foto como literrio.

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    A foto

    Foi numa festa de famlia, dessas de fim de ano. J que o bisav estava morre no morre, decidiram tirar uma fotografia de toda a famlia reunida, talvez pela ltima vez. A bisa e o bisa sentados, filhos, filhas, noras, genros e netos em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo cho. Castelo, o dono da cmara, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a cmara a quem ia tirar a fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia? Tira voc mesmo, u. Ah, ? E eu no saio na foto? O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os velhos. Tinha que estar na fotografia. Tiro eu disse o marido da Bitinha. Voc fica aqui comandou a Bitinha. Havia certa resistncia ao marido da Bitinha na famlia. A Bitinha, orgulhosa, insistia para que o marido reagisse. "No deixa eles te humilharem, Mrio Cesar", dizia sempre. O Mrio Cesar ficou firme onde estava, do lado da mulher. A prpria Bitinha fez a sugesto maldosa: Acho que quem deve tirar o Dudu... O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o Luiz Olavo. Havia a suspeita, nunca claramente anunciada, de que no fosse filho do Luiz Olavo. O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas a Andradina segurou o filho. S faltava essa, o Dudu no sair. E agora? P, Castelo. Voc disse que essa cmara s faltava falar. E no tem nem timer! O Castelo impvido. Tinham cimes dele. Porque ele tinha um Santana do ano. Porque comprara a cmara num duty-free da Europa. Alis, o apelido dele entre os outros era "Dutifri", mas ele no sabia. Revezamento sugeriu algum. Cada genro bate uma foto em que ele no aparece, e... A ideia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda a famlia reunida em volta do bisa. Foi quando o prprio bisa se ergueu, caminhou decididamente at o Castelo e arrancou a cmara da sua mo. D aqui. Mas seu Domcio... Vai pra l e fica quieto. Papai, o senhor tem que sair na foto. Seno no tem sentido! Eu fico implcito disse o velho, j com o olho no visor. E antes que houvesse mais protestos, acionou a cmara, tirou a foto e foi dormir.

    Comdias para se ler na escola. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001. Disponvel em:

    . Acesso em: 03 dez. 2012. 13h26min.

    Vocabulrio: Duty-free: loja comercial localizada em aeroporto, navio ou outro lugar de trnsito internacional, onde se vendem mercadorias livres de taxao. a) Pelo que voc assistiu na web aula, o texto A foto pode ser considerado literrio, pois

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    ( ) aborda um assunto retirado do dia a dia de maneira objetiva, em linguagem impessoal e na norma padro da lngua.

    ( X ) cria personagens fictcios, imaginrios, mas cujas caractersticas psicolgicas podem ser encontradas em pessoas reais.

    ( X ) emprega um assunto do cotidiano para retratar as relaes familiares de maneira subjetiva (pessoal).

    ( X ) se organiza em trs partes bsicas: introduo do assunto e das personagens principais, desenvolvimento da histria, com insero de um conflito, e desfecho.

    ( ) tem a finalidade de informar o leitor sobre fatos reais, extrados da mdia impressa ou digital.

    b) O tema da crnica

    ( ) aes em prol do idoso. ( ) compra em duty-free. ( ) dicas de fotografia. ( ) infidelidade conjugal. ( X ) relaes familiares.

    c) O conflito da histria se estabelece a partir da

    ( X ) escolha de quem fica de fora da foto familiar. ( ) indiferena no trato com os idosos da famlia. ( ) observao injusta de uma das mulheres da famlia. ( ) revelao de uma traio conjugal entre os membros da famlia. ( ) suspeita de enriquecimento ilcito de um dos familiares.

    d) O personagem Castelo considerava injusto no aparecer na foto da famlia porque

    ( ) era dominado por Andradina. ( ) invejava os outros familiares. ( ) possua um carro novo. ( ) sentia cimes de Luiz Olavo. ( X ) sustentava os bisavs.

    e) Os familiares, por sua vez, pensavam que Castelo deveria ser o fotgrafo, motivados pelo (pela)

    ( ) amor. ( ) arrependimento. ( X ) cime. ( ) gratido. ( ) solidariedade.

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    f) O conflito foi resolvido quando o prprio bisav tirou a foto. Por que ele tomou esta

    deciso?

    Provavelmente, o bisav acabou tirando a foto porque estando bastante velho, doente e precisando dormir, no aguentou esperar pelo consenso familiar que parecia interminvel sobre a pessoa indicada para tirar a foto.

    g) Qual a viso do autor da crnica sobre as relaes familiares? Explique.

    O cronista tem uma viso crtica, mas bem humorada, sobre as relaes familiares, pois as pessoas agem motivadas por cime, sentimento de inferioridade, suspeitas veladas, ou seja, condutas negativas, porm presentes nos seres humanos. Os familiares insistem em posar para a foto, representando cada um o seu papel em uma famlia unida e solidria, ainda que apenas na aparncia.

    6. Leitura complementar

    O Cubismo

    Demoiselles dAvignon, 1907. Pablo Picasso.

    O Cubismo surge com o pintor francs Paul Czanne que introduziu em suas obras a

    distoro nas formas e os formatos bidimensionais. Mas em 1907, que o Cubismo

    retratado com maior nfase nas pinturas do principal representante deste movimento:

    Pablo Picasso, ao lado de Georges Braque.

    O quadro de Picasso intitulado pelo autor de Demoiselles dAvignon retrata e prenuncia as

    caractersticas cubistas: formatos geomtricos, sensao de pintura escultural e a

    superposio de partes de um objeto sob um mesmo plano.

    A pintura cubista destaca as formas geomtricas como meio de expresso: cones, cilindros,

    esferas, pirmide, prismas. Os formatos embasados na matemtica geomtrica possibilitam

    ao espectador a visualizao espacial da imagem, ou seja, o objeto pode ser visto por

    ngulos diferentes.

    A viso cubista tem a funo de ilustrar na arte a decomposio, fragmentao e

    recomposio da realidade atravs das estruturas geomtricas.

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    Os artistas cubistas trazem uma ruptura com a perspectiva de visualizar o mundo sob um s

    ngulo, uma s perspectiva. Ento, o usufruto de colagens, montagens, a superposio de

    figuras, a simultaneidade so caractersticas marcantes dos cubistas.

    (...) VILARINHO, Sabrina. Cubismo. In: Vanguardas europeias. Disponvel em: <

    http://www.mundoeducacao.com.br/literatura/cubismo.htm>. Acesso em: 04 dez. 2012. 09h09min.

    7. Indicaes de leitura

    Literatura, histria e arte. In: Temas de estudo da Educao de Jovens e Adultos.

    Cdigos e Linguagens. Lngua Portuguesa. Ensino Fundamental. Fundao Bradesco:

    2011. p. 387-407.

    Arte com palavras. Temas de estudo da Educao de Jovens e Adultos. Cdigos e

    Linguagens. Lngua Portuguesa. Ensino Mdio. Fundao Bradesco: 2008. p. 211-212.

    Literatura, histria e contexto. Temas de estudo da Educao de Jovens e Adultos.

    Cdigos e Linguagens. Lngua Portuguesa. Ensino Mdio. Fundao Bradesco: 2008. p.

    294-303.

    Cubismo Arte sob nova perspectiva. Uol Educao. Disponvel em:

    . Acesso em: 04 dez. 2012. 08h32min.

    8. Avaliao

    Relatar por e-mail, resumidamente, como a atividade foi desenvolvida:

    como foi a participao dos alunos;

    se as habilidades indicadas foram desenvolvidas pelos alunos;

    se o nvel de dificuldade e a quantidade de exerccios foram suficientes;

    quais habilidades e contedos precisam ser reforados por meio de outras atividades;

    pontos positivos e pontos a melhorar no plano de aula.

    autoanlise de sua mediao enquanto monitor.

    9. Referncias bibliogrficas

    ANDRADE, Mrio de. Macunama: o heri sem nenhum carter. Belo Horizonte/Rio de

    Janeiro: Livraria Garnier, 2002.

    BRADESCO, Fundao. Literatura, Histria e Arte. In: Temas de estudo para a Educao de Jovens e Adultos. Cdigos e Linguagens. Lngua Portuguesa. Ensino Fundamental. So Paulo: 2011. p. 387-389.

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    Setor de Educao de Jovens e Adultos 12

    BRADESCO, Fundao. Literatura, Histria e Contexto. In: Temas de estudo para a Educao de Jovens e Adultos. Cdigos e Linguagens. Lngua Portuguesa. Ensino Mdio. So Paulo: 2008. p. 294-303.

    BRADESCO, Fundao. Web aula Literatura, Histria e Arte. Ensino Mdio. So Paulo: 2012. Disponvel em: . Acesso em: 04 dez. 2012. 10h23min. CEREJA, William Roberto. Portugus: linguagens. Volume 3. Ensino Mdio. 6 ed. So Paulo:

    Atual, 2008.

    HOUAISS, Antnio. Dicionrio eletrnico Houaiss da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2009. PROENA, Graa. Descobrindo a histria da arte. So Paulo: tica, 2005. p. 184-186.