(oficial) respostas de deus para os dias dificeis - walsh, sheila karmitta semeadores

5/25/2018 (Oficial) Respostas de Deus Para Os Dias Dificeis - Walsh, Sheila Karmitta Semeadore...

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Ttulo originalThe shelter of Gods promises

Copyright da obra original 2010 por Sheila WalshEdio original por Thomas Nelson, Inc. Todos os direitos reservados.

Copyright da traduo Vida Melhor Editora S.A., 2011.

CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

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W19d

Walsh, Sheila, 1956Respostas de Deus para os dia difceis/Sheila Walsh; [traduo Aquiles Queirz]. - Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil,

2011.

Traduo de: The shelter of Gods promisesISBN 978-85-7860-556-8

1. Deus Promessas. 2. Crists Vida religiosa. I. Ttulo.

11-2725.

CDD: 248.843CDU: 27-584-055.2

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Este livro dedicado a um de meus amigos mais queridos,Ney Bailey. Serei eternamente grata pela maneira

como sua vida um lembrete radiantedas promessas de Cristo para mim.



SUMRIO

Agradecimentos

Introduo: Em uma fenda da rocha /Uma noite sozinha na tempestade

1.Promessas, promessas /Preciso de alguma coisa na qual me agarrar2.Providncia /No tenho o suficiente3.Paz /Estou com medo e me sinto sozinha4.Confiana /No consigo enxergar o plano de Deus nesta dor5.Amor /No acredito que algum possa me amar de verdade6.Graa /Eu fracassei

7.Esperana /Estou em pedaos8.Fora /Sinto como se as coisas estivessem me soterrando9.Mais /Sei que h algo melhor

10.Lar /Eu tenho um futuro

Guia do leitorSobre a autoraNotas



AGRADECIMENTOS

Sou profundamente agradecida equipe que trabalhou comigo nesta jornada transformadora pelaPalavra de Deus.

Brian Hampton, obrigada por sua liderana e sua viso.Bryan Norman, voc sempre me d muito mais do que peo, mas dessa vez voc deu a volta ao

mundo duas vezes! Obrigada, Bryan.Jeanette Thomason, obrigada por entregar-se de corao a este projeto.Jennifer Stair, sua ateno cuidadosa a cada detalhe uma ddiva maravilhosa.Michael Hyatt e toda a equipe da Thomas Nelson, um privilgio participar de uma

companhia to criativa.Mary Graham e a famlia Women of Faith , obrigada, do fundo do meu corao, pela

plataforma que me permite compartilhar com milhares de mulheres, em todo o pas, o amor e a

graa de Deus.Barry Walsh, sou to grata a voc, por ter colocado seu corao neste livro. Voc me ajudou

ao longo de todo o caminho, e o projeto final est muito melhor, graas a voc. Obrigada!Minha gratido mais profunda vai para voc, Senhor Jesus Cristo. Obrigada por podermos fiar

nossa vida a suas promessas e encontrar abrigo para nossa vida em voc.



I N T R O D U O_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

Em uma fendada rocha



Uma noite sozinha na tempestade

E prosseguiu o Senhor: H aqui um lugar perto de mim, onde voc f icar em cima de uma rocha. Quandoa minha glria passar, eu o colocarei em uma fenda da rocha e o cobrirei com a minha mo at que eutenha acabado de passar.

xodo 33:21-22

o importa se o Copacabana Palace ou um motel de beira de estrada, todos os viajantessabem da importncia de encontrar um abrigo para passar a noite um lugar onde se possa

descansar, refugiar-se da fria dos elementos ou simplesmente do dia, para saudar as promessasda alvorada e o esplendor de uma nova manh.

Com dezoito anos eu j sabia disso.Assim, quando eu e minhas colegas de escola, Linda e Moira, pegamos um trem em nosso lar,

em Ayr, na costa ocidental da Esccia, amealhamos uma quantidade impressionante de sacos de

dormir, mochilas e barracas para nosso acampamento s de meninas. No era coisa debandeirantes ou escoteiras, era algo mais radical. Preocuparamos-nos com o abrigo noite.Primeiramente, trocaramos de trens em Glasgow, com destino a Aviemore, o centro do Parque

Nacional Cairngorms.Os Cairngorms, no lado oriental das Terras Altas da Esccia, consistem em cinco das mais

altas montanhas do pas, cada uma delas mais linda e inatingvel que as outras. Era uma promessade aventuras, e eu estava animada para explorar, na esperana de avistar uma guia dourada ouuma coruja da neve.

Eu amava a ideia de ser uma exploradora. Tendo nascido e sido criada na costa ocidental daEsccia, admirava os homens e as mulheres que se entregavam ao desconhecido, particularmenteaqueles que viviam para contar suas histrias. Ao ver as angulosas e selvagens montanhasCairngorms, ainda encimadas com mantos de neve, pensei: Isso no vai ser fcil, isso de viver

ara contar a histria.Viver tornou-se um pensamento um pouco mais atraente.Linda, Moira e eu desembarcamos do trem para trilharmos um territrio todo novo. Decidimos

ir com calma no primeiro dia, caminhando apenas cinco quilmetros pela serra. O estadoselvagem do lugar dava-nos um alarme silencioso para que armssemos nossas barracas enquantoainda houvesse luz diurna suficiente. J da plataforma do trem tnhamos nos assombrado com osvastos plats de Braeriach e os grandes e impressionantes declives das montanhas Cairngorms.

Naquele momento, enquanto amos subindo a montanha, fomos cercadas por todos os lados porraios solares intermitentes com sinuosas brumas e sombras profundas em picos de rochas que

brilhavam prateados com a neve que restara do inverno. Os interstcios revelavam penhascosbrumosos, declives de granito vermelho e as mandbulas pontiagudas da montanha.

Antes de subirmos, encontramos o que nos pareceu ser um bom lugar para armarmos nossasbarracas naquela noite, e logo acendemos uma pequena fogueira para ferver gua porque, atno meio do mato, ns, os escoceses, precisamos de nosso ch. Antes de irmos para nossas

barracas individuais, quis celebrar a linda noite. Subi at o ponto mais alto no entorno, paraassistir o sol se pondo por detrs das montanhas.

Ento desci e me enfiei em meu saco de dormir, acendi minha lanterna e li um de meus salmospreferidos. Chamado Cntico de ascenso, o Salmo 121 me pareceu muito apropriado:



Levanto os meus olhos para os montes e pergunto:De onde me vem o socorro?O meu socorro vem do Senhor,que fez os cus e a Terra.

Ele no permitir que voc tropece;

o seu protetor se manter alerta,sim, o protetor de Israelno dormir, ele est sempre alerta!

O Senhor o seu protetor;como sombra que o protege, ele est sua direita.De dia o sol no o ferir,

nem a lua, de noite.

O Senhor o proteger de todo o mal,proteger a sua vida.O Senhor proteger a sua sada e a sua chegada,desde agora e para sempre.

Na vida selvagem, sons estranhos surgem por todos os lados, da mais negra escurido quevoc possa imaginar: passarinhos recolhendo-se, o estalar dos ramos das rvores na brisa damontanha e o crepitar da grama com a passagem de criaturas rastejantes que eu temia que tivessema inteno de se alojar em meu saco de dormir naquela noite. Ainda assim, o Salmo 121 mereconfortou, e embarquei em um sono profundo e pacfico, imagem daquele lugar maravilhosoque ficou marcado em minha mente.

Quando acordei, fazia frio e garoava. A garoa o nome que damos a certo tipo de chuva na

Esccia. No substancial o suficiente para ser chamada de chuva, propriamente dita, masconsegue te deixar ensopada. Ento, vesti algo mais quentinho para passar o dia, enquanto Moirarequentava uma lata de feijo cozido e assava salsichas espetadas em gravetos sobre afogueirinha. Fui buscar um pouco de gua em um regato para fazermos ch e comemos enquantodecifrvamos o mapa. Assim que decidimos onde estvamos e aonde queramos chegar antes do

pr do sol, comeamos a juntar nossas coisas e partimos para nosso primeiro dia inteiro deexpedio.

A escalada exigiu bastante de ns naquele dia, e no somente por conta da garoa. O vento

soprava forte em nossos rostos. Algumas vezes no conseguamos ver para onde ir. No entanto, nahora do pr do sol, conseguimos marcar quinze quilmetros e sabamos que tnhamos de encontrarabrigo do vento para armar nossas barracas.

Logo que firmei minha barraca no cho com segurana, tentei acender uma fogueira, assimcomo as outras.

Tentar foi o mximo a que chegamos. O vento soprava e soprava, e, s vezes, soava como



lobos uivando nas montanhas. Sentadas na escurido e no frio, as rajadas nos aoitando, lembrei aDeus de suas promessas de no adormecer e velar por mim.

Ento, vendo que nada restava a fazer, Linda, Moira e eu decidimos que deveramos deixar atempestade em troca de um repouso noturno mais cedo. Vesti dois agasalhos sobre meu pulver eme enfiei no meu saco de dormir. Escutei o vento soprar um pouco mais antes de cair, mais umavez, em sono profundo.

S sei que logo depois fui acordada, noite, em um estado de confuso. No comeo, noconsegui me lembrar de onde estava, e, o que era mais urgente, alguma coisa pesada estavasentada sobre mim. Eu mal podia respirar. Apalpei no escuro procurando minha lanterna e dirigiseu facho para o teto de minha barraca. Algo do lado de fora havia aplainado a barraca, comigodentro, e eu estava aterrorizada. Tentei chamar Moira e Linda para me socorrerem, mas o ventosoprava forte e eu me sentia abafada pelo peso em cima de mim. Fui chutando meu saco de dormirat livrar os joelhos e empurrei a parede da barraca at conseguir escapar da presso. Ento, mearrastei para fora da barraca para ver o que teria causado tudo aquilo.

Quase pulei para fora de minhas botas quando fiquei frente a frente com uma imensa ovelhadas terras altas escocesas! No sei qual de ns duas estava mais surpresa, mas a ovelha acalmou-

se mais rpido do que eu, ela claramente s estava interessada em dormir. Ainda no tenho certezase ela havia se apoiado na barraca para uma soneca ou se havia apenas trombado com ela. Fizuma tentativa malsucedida para remover aquele ser lanoso de minha barraca, e no fazia sentidoacordar Moira ou Linda. No havia espao em suas barracas para outra pessoa.

O que fazer? No achei prudente me juntar ovelha naquele sono apoiado barraca, entotirei meu saco de dormir de l de dentro e tentei me arranjar com alguma parte plana do terreno. O

problema de verdade era o vento. Eu sabia que no poderia dormir completamente exposta intemprie. Mas lembrava de ter visto uma caverna ao lado da montanha quando estvamos

reconhecendo o terreno. Usando minha lanterna, consegui encontrar o caminho de volta caverna.Aps me certificar de que no estava me oferecendo a nada que pudesse me considerar umlanchinho da madrugada, me arrastei para dentro.

Tentei me fazer confortvel o mximo que pude, com meu saco de dormir, e ajeitei-me para oresto da noite. Ainda que o vento continuasse a uivar do lado de fora, a caverna me abrigavatotalmente. Era o mais inusitado dos lugares, e mesmo me sentindo mais deslocada e exposta, foimais confortvel que qualquer outro.

Em pouco tempo, tornei a cair no sono.

Na manh seguinte, uma luz brilhante invadiu a caverna na qual eu dormia. Arrastei-me para forado meu saco de dormir para ver o sol nascendo, dourado e brilhante, sobre as silhuetas azuis elilases das montanhas. A calma e luminosa quietude surpreendeu-me aps as agruras datempestade noturna. Senti como se Deus estivesse me dizendo: Bom dia, Sheila. Voc dormiubem? Eu a mantive na fenda da rocha para que ns dois pudssemos desfrutar disso juntos.

Lembro-me de ter me sentido em paz e amada, a salvo, protegida e amparada.E ento escutei minhas amigas procurando por mim, em pnico. Fui subitamente arrancada

daquela ddiva nica, o desabrochar do esplendor da alvorada s para mim. No lugar disso, tivede tentar explicar a Moira e Linda que a amiga e companheira de viagem delas no havia setransformado em Bertha, a ovelha montanhesa.



Por fim, completamos nossa expedio, e aprendemos bastante sobre o valor de um pulver bemgrosso e de generosas xcaras de ch quente. Mais do que isso, Aviemore me fez recordar de quecada um de ns um viajante neste mundo. A cada dia, nos dirigimos a algum lugar, comoacontecia com minhas amigas e comigo naquele trem para as montanhas Cairngorms. Algumasvezes temos o esprito aventureiro para explorar, para ver at onde conseguimos ir, o quo altoconseguimos escalar. Algumas vezes temos de trocar de trens. Algumas vezes o comboio do qualfazemos parte perde seu rumo. H acidentes. A vida acontece. Enfurnamo-nos nisso inconscientes,temerosos. Cansados, esgotados, confusos, algumas vezes nos desgarramos. Perdemo-nos docaminho. O peso da vida nos sobrepuja. Vm as tempestades. Voc no consegue aquele empregocom o qual contava. O homem que voc ama no a ama de volta ou no compartilha a vida demodo to ntimo quanto voc esperava. Seus filhos, por mais que voc os adore, seguem um rumoque voc jamais teria escolhido para eles. Um amigo no est l quando voc mais precisa dele.

As contas continuam chegando, e voc no sabe como vai fazer para pag-las. Sua sade falha.Um ente amado morre. Voc quer grandes conquistas, mas no sabe nem por onde comear. Voctem sonhos grandiosos, mas no consegue transform-los em realidade. Ou talvez as coisas at

paream confortveis mas voc anseia por muito mais: o pico daquela montanha, umaalvorada.

Onde est o seu cntico de ascenso? Onde est o abrigo de Deus anunciado no Salmo 121,seu socorro, seu olho vigilante sobre suas idas e vindas, o que ir mant-lo distante do mal?

Reflito frequentemente sobre este mistrio e sobre a caverna que me deu abrigo da tempestade,

da noite escura e chuvosa na montanha de Aviemore. O que deixou em mim o impacto maisduradouro foi que, na tempestade e sob presso, Deus me levou a um local de repouso, conforto e,

por fim, a um lugar de absoluta beleza. Mesmo em meio ao desconforto, decepo e aodeslocamento, fui mantida a salvo. E, de uma fenda na rocha, um novo dia raiou, um relance deesplendor e glria, e um momento de to linda comunho com Deus que eu sabia que ele meamava profundamente, intimamente, certamente, to certo quanto a rocha sobre a qual eu estava.



1_ _ _ _

Promessas, promessas

Preciso de alguma coisa na qual me agarrar



Q

A PromessaPois quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas tm em Cristo o sim. Por isso, por meio dele, oAmm pronunciado por ns para a glria de Deus.

2 Corntios 1:20

uando voc pensa em promessas, no quer pensar no que foi partido, desfeito, descumprido.

da natureza humana querer uma garantia e algum para nos afirmar certezas, seguranas, eeliminar as dvidas. Mas bem coisa de Deus pensar o impensvel, nos mostrar que o impossvel possvel, e que h um tipo de quebra que mantm tudo junto e no qual as promessas somantidas.

Mas estou me precipitando.Para mim, escolher estudar as promessas de Deus em profundidade comeou com uma carta.

Hoje em dia, recebo pouqussimas cartas realmente postadas para minha caixa de correio. Amaioria dos meus amigos se comunica por e-mail ou mensagem de texto, por isso, um envelope

manuscrito sobre minha mesa de trabalho era uma coisa fora do comum. Eu a recolhi e abri,bastante curiosa. Ento comecei a ler.Nunca conheci a mulher que me havia escrito a carta, mas aparentemente, ela me escutara falar

em um evento e sentiu uma conexo comigo. Escreveu-me a respeito das batalhas que vinhatravando nos anos recentes. No eram pouca coisa: enfermidades, problemas financeiros e o fimde seu casamento. Entre essas dificuldades, uma linha chamou minha ateno, por conta de sua

profunda simplicidade:

Tornei a ler a carta. Por um lado, havia uma enorme dor humana. Por outro, havia as palavrasem um papel, escritas por um Deus que no podemos ver e amparo invisvel do Esprito Santo.Para alguns, o peso pode parecer grande demais, as dificuldades e agruras intangveis da vidadesta mulher haviam deixado seu corpo, seu corao e sua alma esgotados e despidos. Aindaassim sua confiana era estimulante de uma forma linda e pungente. Suas palavras no soavamapenas como uma vontade ingnua, mas como uma proclamao que parecia dizer, banhada emlgrimas: eu sei porque eu sei.

Pensei nos amigos e conhecidos que encontrei ao longo dos trinta anos em que venho falando amulheres em todos os cantos do mundo. Lembrei-me de gente que havia enfrentado circunstnciasdifceis como a dela e lutado para encontrar esperana no meio do caos. Leio isso por meio dasmensagens deixadas em minha pgina no Facebook, nos bilhetes entregues em minhas mos ao fim

de cada palestra. Das grutas sombrias de inmeros coraes, ouo o mesmo grito primal, a mesmapergunta, feita e refeita continuamente.

Deus esqueceu-se de mim?



Minha vida tem alguma importncia?Ser que h algum plano no meio desse caos?Como que eu conseguir resolver?Como vou saber que Deus se importa com minha famlia?O que vai acontecer comigo quando morrer?Ser que vou morrer sozinha?E se meus filhos se forem antes de mim?Por que Deus no cura minha depresso?Por que Deus no salvou meu casamento?Como vou saber que Deus sequer escutou minha orao?

Queremos crer que Deus v tudo, nossas idas e vindas, nosso sono e nossa viglia, como diz oSalmo 121. E precisamos desesperadamente saber e sentir que suas promessas continuam sendoverdadeiras na mais sombria das noites. Acreditamos que Deus nos ama, mas coisas ruinsacontecem do mesmo jeito. H efeitos e consequncias, perigo e mgoas dor que corre to

profundamente que sua presena, uma recordao das tempestades, invade nossas vidas mais emais vezes.

Os fracassos, as decepes e as lamentaes nos deixam fazendo a pergunta: as promessas deDeus esto mantidas quando tudo mais est ruindo? O que exatamente Deus nos prometeu?Podemos confiar nele em suas promessas?

A PR O M E S S A P A R A V A L E R

A necessidade, profunda em nossa alma, de receber um sim para as perguntas anteriores meatingiu em cheio durante a poca em que meu sogro, William, morava conosco. Ainda que nenhumde ns tivesse dito nada, meu marido, Barry, e eu supnhamos que sua me viveria mais tempoque seu pai, j que William era doze anos mais velho que Eleanor.

No foi o que aconteceu. Aos 67 anos, Eleanor recebeu o diagnstico de cncer e s viveu pormais dois anos.

Em minha mente tenho uma lembrana vvida de William no dia do funeral de sua esposa.Barry havia levado nosso filho, Christian, ao carro, e William me pediu alguns minutos a ss nasepultura, aps todo mundo ter ido embora. Sentei-me sob uma rvore coberta de musgo, com seus

galhos folhosos espalhando-se por todas as direes, como um guarda-chuva projetadodivinamente. Eu quis descansar um pouco e saborear no somente a paz daquele local, mastambm a quietude e a beleza, depois das emoes avassaladoras e da insegurana que a mortehavia instaurado nas semanas anteriores. Quando olhei para cima, William l estava, em seu terno

preto, cabelos prateados no lugar, as mos cruzadas frente, como um menino que havia se



perdido e no sabia o que fazer em seguida.Decidimos no mesmo dia: William iria se mudar de sua casa em Charleston, no estado da

Carolina do Sul, para viver conosco em Nashville, no estado do Tennessee.E se vocs se cansarem de mim? perguntou um dia, no caf da manh.Vov, no vamos nunca nos cansar do senhor, eu disse. Seu lugar aqui. ramos uma

famlia de trs pessoas, agora somos uma famlia de quatro pessoas.Quais so as regras da casa?, perguntou.Bem, ns temos uma lista bem comprida, disse com um sorriso. Ser gentil uns com os

outros e, se voc cair, rir bastante, levantar-se e sacudir a poeira.Barry, Christian e eu amvamos ter William em casa. Ele era engraado, doce e um grande

cozinheiro. Sua sopa de quiabo tornou-se uma lenda! Estvamos muito contentes por tomar contadele e simplesmente desfrutar de sua presena. Ento um dia alguma coisa aconteceu, o que o fez

mentalmente, ao menos preparar as malas. Estvamos conversando sobre algum assunto mesa de jantar. No me lembro do que se tratava, mas, seja l o que eu estivesse falando, Williamdiscordava de mim e fazia questo de deixar bem claro seu descontentamento. Fiquei um poucosurpresa com o tom de sua voz, j que no era tpico dele fazer isso, mas supus que talvez

estivesse irritado por conta da dor em seus joelhos, que andava lhe roubando o sono. Ficamostodos em silncio por um momento, ento ele afastou a cadeira da mesa e subiu as escadas para ir

para seu quarto.Depois de uma hora ele ainda no tinha descido, ento decidi ver se ele estava passando bem.

Bati na porta de seu quarto, e William me convidou a entrar. Sentado na ponta de sua cama, comas mos dobradas sobre o colo, ele tinha o olhar daquele mesmo garoto perdido plantado beirada sepultura, sem saber exatamente o que fazer em seguida. Sentei-me a seu lado.

Bem, e agora?, perguntou.

Como assim?Ento. para eu partir agora?Fiquei chocada. claro que no. Por que est perguntando isso?Bem, eu sei que voc disse que eu poderia ficar para sempre. Fez uma pausa. Mas e

descumpri as regras.Rememorei seu comentrio mesa e entendi que, para ele, deixar a mesa representava uma

falta de gentileza comigo. Vendo-o indefeso, meu corao condoeu-se por ele, e tive de ajud-lo acompreender. Vov, as regras podem nos dar alguma ordem, mas o amor e a graa que fazem a

vida valer a pena. Seu lugar aqui, agora. Voc pode fazer sua baguna, da mesma forma quequalquer um de ns. Voc faz parte da famlia, e no vamos a lugar algum sem voc. Jogamos foraos recibos quando o trouxemos para essa casa. O senhor veio para ficar.

A PR O M E S S A M A I SA N T I G A Q U EM O I S S

anter o que ansiamos e o que Deus nos promete. Esperamos, torcemos, oramos por promessas

nas quais podemos confiar, faa chuva ou faa sol, para abrigar nossos coraes e nossos seres,nossos sonhos e nossos atos. Queremos que essas promessas sejam mantidas, ainda que tenhamosnos enrolado (se assim achamos) ou que outro algum tenha se enrolado.

um anseio to antigo quanto as eras ancestrais, mais velho que Moiss, esse anseio porpromessas feitas e promessas mantidas. De fato, Moiss que imagino quando penso empromessas: Moiss, que foi chamado para liderar o povo de Deus no caminho da escravido



Terra Prometida. Moiss, que foi chamado de amigo de Deus. Moiss, que falava com Deus comoum homem fala com seu amigo (xodo 33:11). Mas tambm h o Moiss que duvida (xodo 3:10-4:13) e o assassino (xodo 2:11-14), o to humano Moiss que sentiu raiva e medo, decepo edesnimo. Penso em Moiss que sentiu assim como William se deu conta em nosso lar, e comodescobri naquelas noites tempestuosas nas montanhas Cairngorms que Deus faz e mantm suas

promessas a ns, no importando se nos mantemos fiis a ele.A parte da histria de Moiss que para mim se destaca quando ele orou a Deus para que ele

lembrasse de suas promessas (xodo 33:12-17). Moiss havia recebido de Deus os DezMandamentos e os havia trazido do alto do Monte Sinai somente para descobrir que seu povo noestava preparado para receb-los.

Cansados de esperar no deserto por Deus e por Moiss, o povo havia feito um bezerro de ourode suas prprias joias anis e brincos. Estavam adorando sua prpria criao, procurando por

promessas que eles mesmos poderiam controlar ou cancelar vontade, em vez de confiar naspromessas de Deus, a promessa que os havia levado Terra Prometida.

Moiss entrou em cena e, enraivecido ao ver o bezerro de ouro, jogou as tbuas de pedra ondeestavam escritos os Dez Mandamentos no cho. Como que o povo no pde esperar Deus?

Como eles no puderam ver que Deus est fazendo acontecer tudo o que ele havia prometido?Pedregulhos e poeira, lascas e cacos espalharam-se como promessas partidas ante os ps deMoiss. Tendo acabado de chegar da gloriosa presena de Deus, ele ficou decepcionado edevastado.

Deus tambm estava devastado. Tanto que disse a Moiss que talvez fosse melhor abandonarseu povo.

Oh, no.Moiss implorou. Se o Senhor no for comigo, conosco, como poderei lider-los?onde irei? Deixe-me conhecer seus caminhos. Deixe-me ver sua glria para que eu possa

conhec-lo. Ento Moiss lhe declarou: Se no fores conosco, no nos envies. Como se saberque teu povo e eu podemos contar com o teu favor se no nos acompanhares? Que mais poderdistinguir a mim e a teu povo de todos os demais povos da face da Terra? (xodo 33:15-16).

Deus, movido por Moiss e incapaz de abandonar aqueles que ama ou resistir a seus apelos, jhavia planejado uma forma de manter a promessa e permanecer com eles. Na poeira e nos cacosde suas tbuas quebradas, sua Palavra manteve-se verdadeira, suas promessas foram mantidas.Deus olhou para Moiss quando este implorou no s para manter-se na presena de Deus, comotambm para enxergar toda a sua glria. Deus, cujo corao estava despedaado como as tbuas

de pedra, comeou a recolher as peas.Imagine Deus, aps ter testemunhado a rejeio do povo que ele acabara de resgatar, dizendoa Moiss: Terei misericrdia terei compaixo (xodo 33:19). como se Deus, tendoobservado o povo profanando e arrasando o abrigo de sua cobertura, estivesse disposto a ofereceraquelas peas de si mesmo, reunindo-as, reposicionando-as. Ento, em um ato de grandemisericrdia, disse a Moiss para recolher novas pedras para as tbuas nas quais sua Palavraseria escrita para o povo. Mesmo quando eles demonstraram ser completamente infiis, ele

permaneceu disposto a comear tudo de novo.O abrigo que Deus fez para Moiss foi a fenda de Horebe, uma fenda destinada no somente a

proteg-lo das tempestades, mas uma oportunidade de ver sua glria. O que aprendemos comMoiss, no entanto, estende-se alm da cena dos Dez Mandamentos. Havia um tema maior das

promessas e provises de Deus acontecendo naquele momento. O comentarista bblico MatthewHenry explica desta forma:



Uma descoberta completa da glria de Deus iria avassalar at o prprio Moiss. O homem mesquinho e indigno dela; fraco eincapaz de suport-la; culpado, s poderia ter medo dela. A demonstrao misericordiosa que foi feita em Cristo Jesus somentepode estar acima de ns. O Senhor concedeu o que seria abundantemente satisfatrio. A bondade de Deus est em sua glria: eele far com que o conheamos pela glria de sua majestade. Sobre a rocha havia um lugar adequado para que Moiss visse abondade e a glria de Deus. A rocha de Horebe era equivalente a Cristo, a Rocha; o refgio, a salvao e a fora. Felizes soaqueles que se erguem sobre essa Rocha. A fenda um emblema de Cristo aoitado, crucificado, ferido e assassinado.1

A fenda em Horebe um smbolo que aponta para Cristo, que a fenda definitiva, a Rocha dasEras, a fenda para ns. Como explica Henry, para Moiss, a fenda no estava ali somente para

proteg-lo. Era tambm o local santificado onde Deus poderia deix-lo ver um relance de suaglria, sua majestade. E, da mesma forma, Cristo aquele sobre o qual Deus derramou toda suaglria e majestade para que pudssemos ver de relance o Todo-Poderoso e ficar em segurana

pela abundncia de suas provises.

C R I S T O A F E N D A , O G U A R D I O

Este o abrigo de todas as promessas de Deus: Deus no somente mantm sua promessa, comotambm anseia para que nos mantenhamos nelas. Como acontecia nos castelos de pocas passadas,feitos de pedras e rochas, a torre mais central era chamada de guardi e fornecia abrigo, umlugar para habitao, uma estao de operaes onde a defesa, sob cerco, se concentrava.Geralmente um poo era construdo no centro da guardi para que os que l se abrigassemtivessem no s meios para suportar, mas pudessem tambm prosperar.

No Reino de Deus, h um guardio tambm, e este Cristo. Como belo que Deus tenhaprojetado uma maneira de nos fornecer a fora pela pessoa que despedaamos por meio de nossospecados. to adequado que a rebelio dos israelitas, que teve como consequncia a quebra dastbuas de Deus, seja um reflexo do estado em que deixaramos seu filho. Anos-luz alm dessesfracassos, porm, nosso Pai amoroso e mantenedor de promessas encontraria uma maneira paranos manter, para nos dizer sim quando pedimos por perdo, proteo e um relance de sua glria.Esse eterno Sim, esse Abrigo da promessa Cristo.

Enfrentando algumas decepes e desnimos, o apstolo Paulo fez os Corntios lembrarem-sedisto:

Pois quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas tm em Cristo o sim. Por isso, por meio dele, o Amm pronunciado por ns para a glria de Deus.Ora, Deus que faz que ns e vocs permaneamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e ps o



seu Esprito em nossos coraes como garantia do que est por vir.2 Corntios 1:2022

Repouse por um momento na beleza que vem dessa frase: Ele nos selou como sua

propriedade. Deus nos reclamou para si por meio de Cristo assumiu um compromisso paratoda a eternidade, e que no pode descumprir. Mas ele no somente nos selou e nos colocou delado como um frasco quase vazio l em um canto qualquer do armrio. No, Deus fez muitas

promessas a seu povo, e todas elas voltaram com Cristo. Eis como outro comentarista bblicoexplica a questo:

Estas promessas esto todas em Cristo, com quem e em quem poderiam elas estar se no com ele, j que ele s existiu quandoelas foram feitas, o que foi para sempre? Com quem e em quem poderiam ser de direito, se nele, com quem a aliana que

contm essas promessas foi feita, e quem se responsabilizou por ela? Onde mais poderiam estar a salvo e em segurana senonele, em cujas mos esto as pessoas, a graa e a glria de seu povo? No em Ado, nem nos anjos, nem em si mesmos,somente nele cujo sangue, a aliana e todas as suas promessas esto ratificadas e confirmadas, e em quem, que a verdadedelas, todas esto cumpridas.2

Entretanto, por que Deus faria isso? Por que, logo quando ns descumprimos tantas promessaspara ele? Construmos nossos prprios bezerros dourados e faltamos com nossa palavra nossosvotos, nossas promessas para Deus. Dizemos que acreditamos nele e em suas promessas quando

precisamos delas ou queremos alguma coisa. Mas quando as coisas no do certo do jeito quedeveriam ou alguma coisa ruim acontece, uma tempestade se aproxima ou somos abandonados espera de respostas como um israelita no deserto, no podemos ser infiis. Algumas vezes, nanossa dor e em nosso pnico, esquecemos de Deus, esquecemos de suas promessas.

Por que Deus gostaria de nos manter e manter suas promessas a ns quando fazemos tantaconfuso?

A Bblia nos recorda de uma verdade que muitas vezes esquecemos, uma verdade que brilhaclara como o dia: porque Deus no pode evitar. A fora de sua justia e misericrdia, que so

eternas e formaram sua aliana conosco, so as fundaes irremovveis sobre as quais suaspromessas so feitas. Deus no muda, tampouco mudam as glrias de sua pessoa e a salvao queele engendrou para ns. As promessas de Deus so to confiveis quanto ele. Porque elas soele.

A S P R O M E S S A S D ED E U S N O S OC O M O A S N O S S A S



H uma histria no Antigo Testamento sobre um profeta chamado Balao, cuja jumenta falou a ele(Nmeros 22:2235). Balao poderia ser um profeta, mas era um profeta pago, e no se

preocupava com os interesses de Deus nem contava com as suas promessas ou as recebia. Sestava atrs de seus prprios objetivos e fins. At a jumenta de Balao pde ver que ele estava em

perigo. Assim, quando Balao partiu na estrada em busca de seus interesses, a jumenta empacou,fez uma curva em direo a um campo, comprimiu o p de Balao contra um muro em uma

passagem estreita, e chegou a se deitar, recusando-se a seguir.Balao, enfurecido, espancou sua jumenta, que retrucou:No v que voc me montou a vida

toda e eu nunca fiz nada disso antes? Por que no para, olha e se d conta do que est seassando?

Que palavras sbias: pare para dar uma olhada e se dar conta do que est se passando.O que Balao descobrir, e, no fim, contar a seu povo, o que est realmente se passando:

Deus no homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa (Nmeros23:19). Essa no exatamente uma declarao de f de Balao porque ele, at o fim, leva mais fnas promessas dos homens e de suas riquezas do que nas promessas de Deus. Mas Balao notinha como no reconhecer essa verdade: Deus no pode mentir. E isso vindo de um homem que,

como nos foi dito, no tinha amor por Deus nem nenhuma vontade de mudar seus modosegocntricos. Amo o fato de que quem nos deu essas palavras no foi um seguidor devoto denosso Pai, mas um marginal que reconheceu a verdade de quem Deus e que faz o que ele diz quefar, sem excees.

Quando estudava a palavra promessa,no Antigo Testamento, me deparei com um fato muitointeressante. As duas palavras hebraicas que traduzimos para nossa lngua como promessa soas palavras dabar,significando dizer e omer,significando falar. Em outras palavras, quandoDeus diz alguma coisa, quando Deus fala, o melhor que h. Ele quer dizer o que diz e ele s diz

o que quer dizer. Ns, a humanidade, tivemos de inventar a palavra promessa porque no dpara confiar em tudo o que dissemos ou falamos, por isso tivemos de criar uma nova palavra. Masquando Deus fala, ele no pode mentir.

Esta a pedra fundamental deste livro. Quando Deus nos faz uma promessa, ele no podefaltar. Se um profeta pago pode compreender isso, quanto mais podemos fazer ns que fomosrestaurados por Deus?

A L U T A P A R A C O N T A R C O M E L E

Quando estava visitando a Esccia, no vero de 2009, para comemorar o octogsimo aniversriode minha me, pude ver mais uma vez que h uma esperana inerente a nossos coraes de que

podemos contar com as promessas que nos foram feitas, no importando se temos cinco anos deidade ou oitenta. Minha me uma dona de casa muito cuidadosa ou canny,como dizemos na



Esccia. Ela tem vivido com uma renda modesta e invarivel, e sabe como manejar bem umoramento, mas tem sido levada por uma srie de esquemas e golpes de marketing, simplesmente

porque eles prometem generosos retornos em compras feitas por meio dos catlogos. Dessa forma,seu banheiro est ocupado por cremes para os ps da Holanda e sua cozinha por macarronsdaBlgica. Tentei argumentar com ela que havia assistido na televiso denncias sobre essesesquemas fraudulentos. Mas esse tipo de suspeita estava fora da integridade pessoal da minhame, e ela no podia acreditar. Como que algum poderia fazer promessas to ousadas se notivessem a inteno de cumprir tudo o que disseram?

Como que eles poderiam imprimir assim, preto no branco, se no fosse verdade?Esta a luta primria que devemos travar aqui na Terra antes de podermos prosseguir e

receber as promessas de Deus. Temos de separar as promessas que talvez no sejam cumpridasdas promessas de Deus, que nunca faltar para conosco. Passamos a vida toda sofrendo enganos,corrupo e malcia em um prato da balana, e uma simples e profunda promessa est no outro

prato: Deus no pode mentir. Nossa experincia humana no se sincroniza com uma verdadecelestial.

Pergunto-me se temos tanta dificuldade em acreditar nisso, repousando nas promessas de Deus,

porque j mentimos tantas vezes ou porque tantas promessas feitas na Terra foram descumpridas.Pense por um momento no clima cultural em que crescemos. Vivemos em uma poca em queaqueles que querem nos vender algo tm fcil acesso a ns por meio da televiso, do rdio, dainternet, e at de nossos telefones celulares. Eles nos dizem: se voc seguir essa dieta, perderdez quilos em dois dias. Se voc usar esse creme facial, vai parecer vinte anos mais jovem emduas semanas. Se voc usar esse xampu, seu cabelo ter volume e brilhar ao flutuar na brisa.

A parte sensata entre ns sabe que tais promessas no fazem sentido, mas no h outra parte dens que anseia por acreditar que milagres podem de fato acontecer? E no pensamos, de algummodo: certamente esse tipo de promessa no poderia ter sido feito se no fosse verdade?

Nossa cultura nos leva a pensar nas promessas como uma realizao pessoal, quando, naverdade, as promessas de Deus no tratam de ns, mas tratam dele e de sermos salvos por ele. As

promessas de Deus so uma expresso de sua santidade.Lembro-me de estar assistindo televiso em uma noite com meu filho, Christian, que tinha

quase cinco anos na ocasio. Estava chegando a poca do Natal, e estvamos enfrentando aavalanche costumeira dos brinquedos que voc tem de ter. Um comercial interrompeu o filme Ogrinch que roubou o Natal para vender uma nova vara de pescar para crianas que garantiapescar um peixe em cinco minutos ou seu dinheiro de volta.

Christian perguntou se poderamos comprar uma dessas.Disse a ele que seu pai e eu ficaramos felizes em comprar para ele uma vara de pescar, mas

que pescaria uma habilidade que se aprende, e que ningum pode prometer que voc ir pescarum peixe em cinco minutos.

Nunca vou me esquecer do modo como Christian olhou para mim com seus grandes olhos



castanhos e disse:Mas eles acabaram de dizer isso na televiso. Eles no iriam mentir, mame.Meu corao condoeu-se quando me dei conta de que ele estava comeando a experimentar

como viver em uma cultura que fortalecida ao contar mentiras, sem desculpas; que existediferena entre as promessas feitas pelos vendedores nas propagandas, entre ns, e mesmo entreas promessas que fazemos a ns mesmos, e as promessas de Deus.

Sentada naquele sof, acompanhando as estrepolias do personagem do Dr. Seuss, pensei emmeu amor por Christian. Pensei no quanto Barry e eu queramos mant-lo a salvo e com sade,vivendo com propsito e paixo; no quanto amamos olhar em seus olhos e ver um pouco de nsmesmos, mas alguma coisa mais, alguma coisa nica, linda e surpreendente. O quanto queremosdesfrutar dele para sempre uma nova capacidade em nossos coraes que Deus nos deu pormeio da paternidade e maternidade, um reflexo de seu amor por ns. Ainda que desapontemosDeus vez por outra, ele nos ama e diz: Vocs podem me estilhaar, como fizeram com minhasPalavras nas tbuas de pedra. Vocs podem me deixar em pedaos, e eu ainda irei am-los.Vou ficar com vocs. Vou criar um lugar, uma fenda na rocha para vocs, para mant-los e naqual vocs podero erguer-se e firmar-se.

Deus nos guarda no s para nos dar um futuro, mas tambm para refletir sua glria. Ele nos

mantm suas promessas porque no pode evitar. Ele no pode mentir, e tem muito amor por suacriao.

D A F E N D A , D E V O L T A A O J A R D I M

Desde o comeo Deus fez uma promessa e tinha um plano. Voc pode rastrear sua promessa devolta at o Jardim do den. Quando Eva desobedeceu a Deus, quando ela comeu o fruto da rvoredo conhecimento do bem e do mal e a compartilhou com seu marido, Ado, perdemos nosso lugar

no Paraso. O pecado tornou-se nossa marca de nascena. Mas Deus, em sua graa e misericrdia,nos prometeu redeno antes de banir Ado, Eva e ns daquele lugar perfeito, sem dor, sem

preocupaes, sem tempestades. Gnesis 3:14-15 captura o momento:

Ento o Senhor Deus declarou serpente:

J que voc fez isso,

maldita voc entre todos osrebanhos domsticose entre todos os animais selvagens!Sobre o seu ventre voc rastejar,e p comer todos os dias da sua vida.



Porei inimizade entre voc e a mulher,entre a sua descendncia e o descendente dela;este lhe ferir a cabea,e voc lhe ferir o calcanhar.

A promessa era que a semente de Ado e Eva iria esmagar a cabea de Satans e destru-lo

para a eternidade. Satans iria ferir o calcanhar de Cristo, quer dizer, haveria dor e sofrimento nocaminho do Messias. A semente so de Jesus Cristo. As promessas de Deus para voc e para mimhoje so de que h um limite para o tempo no qual o inimigo poder ter livre reino sobre essaTerra, e que, mesmo durante esse tempo e espao limitado, o prprio Cristo caminhar entre ns.

Sempre que me deparo com uma passagem difcil de minha vida ou de algum amigo, melembro mais uma vez que somos viajantes neste mundo, em direo a nosso verdadeiro lar comDeus. Mas nos deparamos com desvios em nosso caminho. Cada desvio nos leva do jardim cruzna colina, onde o prprio Cristo pagou o sacrifcio definitivo para que nos tornemos livres.Mesmo quando Cristo foi deposto em uma sepultura cavada em uma fenda na rocha, ele foi para lcomo o cumprimento de uma promessa de Deus para voc e para mim, para que a morte fosseengolida em sua vitria, porque sepultura alguma poderia det-lo.

No posso me esquecer daquela noite em que estava nas Cairngorms, de como encontrei mecaminho at aquela fenda na rocha e encontrei um lugar para me abrigar. Somos todos convidados,em meio s piores tempestades de nossas vidas, a encontrar nosso abrigo seguro em Deus. Deusforneceu abrigo para Moiss no no momento de triunfo brilhante, mas quando seu corao estava

partido pela falta de f daqueles ao seu redor. Quando o povo falhou, a glria de Deus fez comque o rosto de Moiss brilhasse enquanto Deus reiterava suas promessas mais uma vez. Nossa

infidelidade nada pode fazer para diminuir a f de Deus. Podemos confiar nossas vidas em tudo oque Deus disser, e Cristo veio para nos mostrar quem nosso Pai . Em Cristo, todas as promessasde Deus esto cumpridas, porque, no importando quantas promessas Deus tenha feito, elas serotodas sim nele (2 Corntios 1:20).

Isso no lindo? No to misteriosamente complicado e ainda assim simples? No bemcoisa de Deus isso de reduzir as coisas a seu modo mais elementar? Em sua criao, h trevas eh luz. H o princpio e o fim, os cus e a Terra, a gua e a rocha, o corpo e o sangue, seu corao

partido e o dele.

Normalmente, duvidamos se uma pessoa que faz uma promessa ser a pessoa que manter apromessa quando tudo estiver terminado. Mas um testemunho da compensao substituta de Cristo que a mais difcil das promessas de Deus foi mantida. O Pai verdadeiramente o nicoPrometedor a ser um bem-disposto Mantenedor de promessas. Uma promessa feita por Deus uma

promessa mantida.



Existem suas promessas e seu compromisso inquebrantvel de mant-las.Existe Cristo. Existe o sim.



C

2_ _ _ _

Providncia

No tenho o suficiente

A PromessaO meu Deus suprir todas as necessidades de vocs, de acordo com as suas gloriosas riquezas em CristoJesus.

Filipenses 4:19

hristian estava prestes a completar quatro anos, e seu pai e eu estvamos preparando a festa.Como mencionei, William, meu sogro, estava morando conosco desde que sua esposa havia

morrido, no ano anterior, ento ele tambm estava totalmente imerso no esforo da festa.Queramos celebrar Christian para que ele soubesse o quanto ns o amvamos. Como que voc

pode demonstrar uma vida inteira de amor em um momento, um dia? Era o que ns nosperguntvamos sentados mesa do caf, cada um com seu exemplar da revista local para os paisaberta na pgina de anncios.

E que tal um palhao?, sugeriu William.

Pode ser legal, eu disse, ainda que, algumas vezes, os palhaos paream assustadores paraas crianas mais novinhas.

Acho que gostaria de um castelo inflvel pula-pula, disse Barry. verdade, esses so divertidos, concordei. Tambm ouvi falar muito bem de um cara que

vem do zoolgico com alguns animais pequenos e ensina sobre eles para as crianas.Pequenos como?, perguntou Barry.Bem como guaxinins e lagartos e cobrinhas, disse.Cobras!, William tremeu. Puxa, eu odeio cobras!

E que tal isso?, Barry mostrou a pgina da revista com a foto de duas lhamas.Para que servem?, perguntou Barry. como passear nos pneis. S que no so pneis, so lhamas.Gosto disso, disse.Por fim, reduzimos as opes para seis possibilidades. Barry disse que iria ligar para

verificar a disponibilidade para as datas que desejvamos e saber os custos. Eu enviei osconvites, encomendei o bolo e orei para que tivssemos um domingo ensolarado. Quando a datado aniversrio j estava prxima, perguntei qual opo de entretenimento ele havia escolhido.

Ah, ele disse. Isso ser surpresa.A frase Oh, glatas insensatos! me veio mente enquanto me questionava se deveria fazer

mais perguntas a Barry e tentava imaginar qual, entre tantas opes, ele iria escolher. Mas ignorei.Ento chegou o dia do quarto aniversrio de Christian, e o sol da manh parecia dizer que tudo

seria perfeito. A festa estava prevista para comear s duas da tarde e terminar s cinco. Umaperua parou na entrada de nossa casa. No anncio lateral estava escrito: Inflveis para festas.



tima escolha, Barry, disse. Christian vai amar!Barry parecia um pouco confuso. Eu pensei na ameaa do estampido de crianas de quatro

anos prestes a arrasar nosso gramado. Christian foi tomado de excitao medida que via ogigantesco castelo inflvel tomando forma. William ps-se entrada de casa para dar boas-vindasaos convidados medida que chegavam, e eu conduzia as mes e crianas at o quintal.

Sheila!Ouvi o grito de William me chamando, com uma ponta de preocupao, e corri para a porta da

frente. Ele apontava para a entrada onde duas garotas estavam segurando as rdeas de trs pneis.Outra garota estava nossa porta.

Ol!, disse. Esses pneis so para a festa dos Walsh?Ela me garantiu que eram, e eu as conduzi, dando a volta pela casa, at o quintal. Christian e

seus amigos estavam animados e formaram uma fila para cavalgar nos animais.Ok, ento Barry contratou o castelo e os pneis,pensei.Isso divertido, porque no se faz

quatro anos todos os dias.Sheila!Voltei porta da frente a tempo de ver Crackles, a palhaa, vestindo sua peruca vermelha da

cor do carro de bombeiros. Um narigo vermelho e uma buzina espalhafatosa anunciavam suachegada com trs apitos curtos.

Voc est aqui para a festa dos Walsh?, perguntei, atnita.Ela respondeu com uma apitada ensurdecedora.Decidi que era o momento oportuno para perguntar a Barry porque metade das atraes de

festas infantis da cidade estava estacionada em frente nossa casa, mas nem cheguei to longe.Sheila!J fui atender a chamada com medo. William estava na entrada com a cara de quem tinha sido

atropelado por um caminho, vendo Jim das Selvas comeando a descarregar seu minizoolgicode pequenos animais. Ainda que eu tivesse a chance de fazer a fatdica pergunta, Penlope, a

pintora de rostos, chegava.Agora tnhamos oficialmente um circo completo armado em nossa casa.Eu adoraria dizer a vocs que aquela loucura acabou naquele momento, mas ainda restava uma

surpresa. As crianas j tinham dado suas voltas montadas nos pneis, e tinham os rostos pintadoscom todas as cores do arco-ris. Tinham se fartado de pular no castelo e de gargalhar das piadassem graa da palhaa, e agora estavam sentadas em semicrculo para assistir Jim das Selvas.

Nesse momento, William j estava deitado, murmurando coisas para si mesmo. Escutei o toqueda campainha, e pensei, seriamente: melhor eu nunca mais atender essa porta.Muito nervosa,girei a maaneta e espiei pela fresta. Fui saudada por um homem apressado que se desculpava porestar atrasado. Atrs dele estavam duas imensas lhamas.

Quando as crianas enfim se foram, todas elas disseram que aquela tinha sido a melhor festade todas.

As mes no pareciam to animadas. O que que teremos que fazer agora em nossas festas?,uma delas perguntou. Contratar um nibus espacial?.

Murmurei alguma coisa sobre ter deixado tudo por conta de Barry, o livro dos Glatas, e sobrenunca mais dar uma festa. No fundo do corao eu conhecia seus receios de que suas festasdecepcionassem suas crianas ou no parecessem legais o suficiente. Se elas soubessem queestvamos oficialmente falidos!

Depois que todos os seres rastejantes foram recolhidos, incluindo uma cobra albina de doismetros que, a propsito, havia se enrolado em torno de meu pescoo como um cachecol



assassino e que cada buzina havia silenciado, encontrei Barry sentado na copa com as mos nacabea.

O que foi aquilo?, perguntei. Acabamos de ter dezesseis animas rastejantes em nossa casa,e eu nem estou incluindo a palhaa!

No era minha inteno, disse.Como assim? Eles todos se ofereceram como voluntrios?, perguntei. Bem, Barry falou,

parecendo chocado. Pedi a todos que segurassem a data at que eu decidisse qual deles iriaquerer, e esqueci de ligar para os outros quando tomei minha deciso.

Ento, qual desses voc escolheu?, perguntei.As lhamas, ele respondeu. Somente as lhamas.Olhamos um para o outro e camos na gargalhada.Bem, nenhuma das mes vai voltar a falar comigo, disse. Mas Christian com certeza teve

uma festa maravilhosa.

A P R O M E S S A D E P R O V E R

No quarto aniversrio de Christian, nossa pequena famlia tinha muito a oferecer, mas houveocasies em que tememos no ter o bastante dinheiro, tempo, energia, ateno, demonstraessuficientes de amor e, misericrdia e cuidado.

Voc j no passou por isso, por esse momento de preocupao, ansiedade ou medo quando asprovises necessrias no esto disponveis e no estaro? Ou talvez voc j tenha passado pelomomento em que h um circo sua volta, com todo o tipo de coisas atravessando seu caminho,menos as coisas de que realmente precisa. Voc se perde em uma pilha de contas, sentindo-seavassalada com tudo o que tem de ser resolvido e sem recursos suficientes para atender s suas

necessidades. As demandas da vida podem ser sobrepujantes quando voc olha para o que tem ecompara com o que precisa. Isso pode lev-lo a se perguntar: Ser que Deus est ouvindo? Eleest vendo? Ser que ele consertar as coisas?

Onde est a esperana daquela promessa em Filipenses 4:19: O meu Deus suprir todas asnecessidades de vocs? E como se vive na segurana dessa promessa?

Parece to fcil, afinal, quando algum diz: basta acreditar nas promessas de Deus.Paulo est escrevendo essa promessa a partir de sua priso domiciliar em Roma, para uma de

suas igrejas preferidas. A igreja em Filipos havia enviado um querido irmo, Epafrodito, para dar

nimo a Paulo em sua priso. Agora Paulo os agradece a gentileza e o apoio financeiro nessemomento de necessidade. Seu esprito fora alado, e ele responde com uma orao sincera porsuas bnos. Esta uma orao de um corao cheio de amor para que eles recebam o que eletoma por mais querido.

Paulo disse em Filipenses 4:18 que ele est amplamente suprido, querendo dizer estocadoou abastecido at demais. para que eles tenham isso que ele est orando quando diz: O meDeus suprir todas as necessidades de vocs. No haver falta daquilo de que eles realmente

precisam. Observe que Paulo no faz meno alguma aos desejos deles. No fim dessa declarao,

ele diz: de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus (v. 19). Algumas pessoasinterpretam isso como querendo dizer serem recompensados no cu, mas mais provvel quesignifique a mxima satisfao das necessidades espirituais, apropriada ao poder que fora dado aJesus. Riquezas faz referncia abundncia da proviso de Cristo. Glria refere-se completude de seu poder. Ele est dizendo que Deus fiel e que no decepcionar. Suas

provises estaro em manter a riqueza de sua misericrdia demonstrada em Jesus Cristo. Ele



cuida dos seus.O medo que temos o de esgotar ou de no ter o suficiente quando os momentos ruins

chegarem. O medo surge de uma crena profunda de que os momentos sero certamenteinsuportveis e que teremos grandes necessidades que no podero ser atendidas.

A promessa que Deus conhece nossas necessidades e que prover abundantemente alm doque podemos justamente esperar. Nosso sinal de confiana a graa abundante de Cristo ao nosdar sua vida. Como podemos no confiar em tal proviso?

Proviso quer dizer que Deus ir prover por nossas necessidades muito mais do que podemosimaginar.

No sei em que situao voc se encontra nesse momento, quais so suas necessidadesespecficas sejam elas financeiras, amorosas ou espirituais ou se voc anseia por uma cura.Talvez voc tenha necessidades em cada uma dessas reas. A necessidade de cuidarmos de nsmesmos profunda em cada um de ns. E quando no podemos, ou quando alguma grandenecessidade sobrepuja nossa capacidade de lidar com ela, o medo e o desespero que nos invadem

podem ser brutais. A fora de tal necessidade e o medo podem cair sobre voc como uma bestafaminta ameaando com-lo vivo.

um sentimento com o qual Jesus est familiarizado.

J E S U S C O N H E C E S U A S N E C E S S I D A D E S

o comeo do terceiro ano do ministrio de Jesus, e os discpulos tm atravessado com elealgumas situaes difceis. Escutaram seus ensinamentos com autoridade, viram seu amor pelas

pessoas mais improvveis e testemunharam tantos milagres como ele proveu o melhor vinhoem um casamento e sade para a sogra de Pedro. Observaram cada passo seu e agora esto sendo

enviados cada um para seu lado:

Chamando os Doze para junto de si, enviou-os de dois em dois e deu-lhes autoridade sobre os espritos imundos.Estas foram as suas instrues: No levem nada pelo caminho, a no ser um bordo. No levem po, nem saco de viagem,

nem dinheiro em seus cintos; calcem sandlias, mas no levem tnica extra; sempre que entrarem em uma casa, fiquem ali atpartirem; e, se algum povoado no os receber nem os ouvir, sacudam a poeira dos seus ps quando sarem de l, comotestemunho contra eles.

Eles saram e pregaram ao povo que se arrependesse. Expulsavam muitos demnios, ungiam muitos doentes com leo e oscuravam.

Marcos 6:713

Os discpulos se maravilharam com as instrues de Jesus. Talvez no com a primeira

instruo a de seguir em duplas. Eles sabiam que a lei judaica (Deuteronmio 17:6) exigia pelomenos duas testemunhas para corroborar uma histria; eles provavelmente sentiam-se confortveis

uns com os outros em terem um parceiro para a estrada e em no ficarem sozinhos. Mas e as outrasinstrues? Essas causavam mais preocupaes: levar muitas coisas, nada de dinheiro ou comida,somente um bordo (uma vara), provavelmente para enfrentar animais selvagens (eles deveriamter ido festa de Christian!), aceitar o primeiro lugar que lhes fosse oferecido para repousar e

permanecer l at ter concludo a tarefa na cidade, nada de tentar melhorar de acomodaes. O



que Jesus esperava deles? Que mendigassem seu caminho pelos vilarejos?O mais desconcertante era que os discpulos estavam sendo enviados por Cristo para

expulsarem demnios e curar os enfermos. A palavra grega utilizada aqui para enviado apostellein, o que indica uma representao oficial. Os discpulos esto sendo enviados em nomede Jesus, com sua autoridade e poder, embaixadores santos para representar sua mensagem eoperar milagres. Isso que responsabilidade! Se uma cidade os receber, Jesus disse, estarrecebendo a ele. Se no, a cidade enfrentar o julgamento de Deus por ter rejeitado a Cristo.Quando vocs encontrarem rejeio, ele acrescentou, sacudam a poeira das sandlias quando

partirem uma prtica comum dos judeus quando deixam uma rea de no judeus, masimprocedente quanto a deixar a casa de irmos judeus. Sacudir a poeira das sandlias na partidaseria chocante para qualquer judeu que observasse isso, era como se estivessem dizendo que elesagiam como pagos.

Assim, as prprias instrues eram um pouco intimidantes, mas a misso era avassaladora!Para os discpulos, uma coisa observar Jesus conduzindo milagres notveis, outra ser enviado

para fazer o mesmo.

Como que voc se sentiria? Imagine ver Jesus transformando gua em vinho em uma

cerimnia de casamento, curar o coxo e o cego, e restaurar um homem que tinha lepra e outro quetinha uma das mos inutilizada. Ento ele envia voc, em seu nome, para realizar as mesmascoisas. S posso imaginar o que passava no corao e na mente dos discpulos. Eu teria dito ameu parceiro: Vai voc primeiro. No, srio, vai em frente. Voc bom nisso. Voc fica com asdoenas graves, eu fico com a tosse!

A experincia deve ter sido espantosa para os discpulos; verem Deus usar suas vidas parafazer as coisas que eles haviam observado Jesus fazer: curar os enfermos, espantar os demnios,chamar as pessoas para o arrependimento. Que diferena das suas ocupaes originais: tirar

peixes do mar, recolher impostos, guardar as ovelhas. E que momento excitante quando todos seuntaram a Jesus: Os apstolos reuniram-se a Jesus e lhe relataram tudo o que tinham feito e

ensinado. Havia muita gente indo e vindo, a ponto de eles no terem tempo para comer. Jesus lhesdisse: Venham comigo para um lugar deserto e descansem um pouco (Marcos 6:31).

Tenho curiosidade em saber como essa conversa se deu em particular, o grupo animado paracontar tudo o que acontecera. Quase posso ouvi-los interrompendo um ao outro com excitao

para contar o que eles tinham vivido. Fale para eles, Pedro, sobre a mensagem que vocroferiu naquela cidade! Voc sabe quando toda a famlia se arrependeu e o pai estava doente

e foi curado. Puxa, foi incrvel! Oh, mas espera para ouvir o que aconteceu no lugar mais

improvvel de todos!Jesus deve ter ficado muito emocionado e animado com seus amigos, mas sabemos que ele

estava lutando com um pesar tambm. Seu corao fora partido quando soube das notcias sobre adecapitao de Joo Batista, porque nos foi dito que no somente havia seus amigos trazendo-lhe

boas novas de milagres e arrependimento, mas havia os discpulos de Joo que contaram sobre



esse assassinato grotesco: Os discpulos de Joo vieram, levaram o seu corpo e o sepultaram.Depois foram contar isso a Jesus (Mateus 14:12).

Herodes Antipa, o senhor dos Judeus, tinha ouvido falar sobre as coisas que os discpulosestavam fazendo em nome de Jesus e estava horrorizado. Em particular, ele respeitara Joo echegou mesmo a ouvi-lo pregar. Sua mulher, Herodias, por outro lado, odiava Joo Batista. No de se admirar. Joo havia criticado publicamente seu casamento com Herodes, que havia sedivorciado da primeira mulher para espos-la a mulher de seu meio-irmo. Para agradarHerodias, Herodes mandou prender Joo, mas o protegia, sabendo que ele era um homem justo esanto (Marcos 6:20). No entanto, Herodias enganou seu marido na festa de seu aniversrio. Fezcom que sua filha danasse de tal maneira que todos os homens no banquete ficaram loucos. Emum ato de bom humor inebriado, Herodes ofereceu menina a metade de seu reino. Quando elarejeitou o reino e, no lugar disso, pediu pela cabea de Joo Batista em uma bandeja, Herodes vique havia sido emboscado. Ele havia dado sua palavra na festa e, portanto, sob os olhos damultido, mandou um verdugo cela de Joo com a instruo de matar o Batista e de trazer suacabea em uma bandeja para a multido bbada.

Nas horas que se seguiram cena macabra, Herodes ficou ainda mais contrariado. Os

discpulos vieram e imploraram pelo corpo de Joo, para que pudessem enterr-lo, e, com eles,veio a notcia das coisas notveis que estavam fazendo em nome de Jesus. Herodes ficoconvencido de que o homem que ele havia executado contra sua vontade tinha retornado paraassombr-lo: Herodes, o tetrarca, ouviu falar de tudo o que estava acontecendo e ficou perplexo,

porque algumas pessoas estavam dizendo que Joo tinha ressuscitado dos mortos (Lucas 9:7).Os discpulos tambm devem ter ficado contrariados. Joo havia dado sua vida para preparar

o caminho para Jesus e sua vida terminou de modo brbaro para uma multido de bbados.Onde estava Deus? E o que dizer de sua promessa de prover proteo e cuidado?

A P R O V I S O N O P E R F E I O

Jesus ensina uma valiosa lio sobre as promessas de Deus de nos prover, mas no em um sermocom palavras. Em vez disso, ele nos mostra essa lio com sua vida, seu amor e seu pesar. Jesusest pesaroso, tanto que quer se afastar das multides e do ministrio, das notcias e dasconversas.

Quando ouve falar da morte de Joo, o corao de Jesus fica pesado. Vemos ele afundar em

esprito. Ele v os discpulos, exaustos pelos primeiros ministrios, contrariados por enterrar ocorpo sem cabea de Joo, e Jesus sabe que o momento de se retirar. As promessas de Deusparecem desbotadas e distantes. A situao parece sombria. Todos precisam se afastar paraganhar perspectiva. Marcos 6:32 nos diz, simplesmente: assim, eles se afastaram em um barco

para um lugar deserto.Voc consegue ver como Jesus nos encontra em nossas necessidades? Como ele encontrou os

discpulos? H ocasies em que as palavras de nada serviro, quando os amigos no conseguemalcanar nosso pesar. Nossa mais profunda necessidade de nos afastarmos com Cristo, como

escreveu Thomas Hardy, para longe da multido enlouquecedora.Ele compreende o medo e a fadiga, a decepo e o desnimo. No importa o que voc estejaenfrentando, Jesus compreende. Ele sabe que os coraes partidos por conta da preocupao, doestresse sobre as provises, a proteo e o cuidado no dia a dia podem corroer uma pessoa. Elecompreende a dor quando parece que Deus no est mantendo seu lado no acordo. Elecompreende que a dor pode ser drstica, quando perdemos um amigo, ou mais diariamente quando



a despensa est vazia e ainda faltam duas semanas para o dia do pagamento. Ou quando umainesperada visita ao mdico deixa-nos com uma conta mais polpuda que seis meses de salrio. Oquando os convidados batem porta, precisando de um lugar para passar a noite, e voc no temcamas suficientes. Ou pode ser to frustrante quando seu filho diz, no caf da manh, que era paraele levar duas dzias de biscoitos caseiros para a escola naquela manh.

Cada um de ns pode chegar ao ponto de ficar exaurido, sem saber como Deus ir nos prover.Mas quando chegamos ao fim de ns mesmos, Jesus, nossa fenda na rocha, nos chama. Venhacomigo para longe,ele diz.Encontre um lugar pacfico comigo. Repouse aqui comigo.

Voc consegue imaginar uma chamada mais gentil do caos e das demandas da vida, para fugirde tudo com Jesus, com Deus? Pergunto-me se essa seria a razo de todos os Evangelhos mesmo o de Joo, que no conta a histria da decapitao de Joo Batista mencionarem aretirada de Jesus. Da mesma forma que ele procurou um tempo para si quando contrariado comseu Pai, podemos procurar abrigo das demandas em nossos corpos, mentes e espritos com ele.

At mesmo as testemunhas, no entorno de Jesus e dos discpulos, na hora de grandenecessidade, veem isso. E eles o seguem.

V E J A O Q U E E L E I R F A Z E R

Enquanto Jesus e os discpulos velejaram para um local remoto prximo cidade de Betsaida, asmultides seguiram a p pela costa. Observavam Jesus e, quando viram a direo em que se

barco seguia, correram mais rapidamente, frente dele. Ainda que Jesus se dirigisse a um localdesolado, a multido que o buscava lotava a costa na hora em que seu barco chegou.

Marcos 6:34 nos conta que, quando Jesus viu as pessoas no litoral, ele teve compaixo por

elas. Ele no viu uma multido ululante, carente e esgotada, mas sim ovelhas sem um pastor.Ovelhas famintas. Ovelhas que, em algumas horas, vo estar se remoendo no jantar. Ento, porenquanto, o Cordeiro de Deus fica com as pessoas. Ele est arrasado, mas mesmo assim cheio deamor; exaurido, mas; pronto para deixar transbordar seu corao ferido, seu prprio ser, como o

po espiritual de que as pessoas tanto precisam. Ele comea a ensinar e alimenta as almasfamintas das pessoas.

Os discpulos esto atnitos. Sabem que Jesus est esgotado e triste por conta das notcias damorte de Joo. A ferida da morte de Joo Batista ainda est aberta para eles tambm. medida

que o Sol comeava a se pr, clamaram a Jesus para encerrar seus ensinamentos e dispensar amultido. Os discpulos tinham fome e estavam cansados tambm.Todos os escritores dos Evangelhos nos contam do milagre de Jesus em alimentar uma

multido de cinco mil pessoas em uma colina com dois peixes e dois pes de cevada. Afinal decontas, esse milagre o nico, tirando a ressurreio, contado em cada um dos quatro Evangelhos.Esse fato em si me faz prestar mais ateno e me pergunto o que haveria aqui de to importante



para que todos os escritores dos Evangelhos o inclusse, enquanto deixavam de fora outrosmilagres dos relatos. E por que cada autor enfatiza detalhes diferentes, particulares?

Mateus, por exemplo, nos d uma verso curta e condensada dos eventos (14:13-21). Lucas o nico que observa que o evento aconteceu na regio de Betsaida (9:12-17), os outrosevangelistas no identificam o lugar. Marcos quem nota que, quando Jesus sentiu compaixo

pela multido na colina, era como o de um pastor para suas ovelhas (6:33-44). Joo trabalhasobre o sermo que Jesus deu aps os eventos na colina, para explicar como ele o po da vida(6:1-14).

Tomados juntos, esses relatos parecem dizer:Isso mais que o registro de um milagre. Essa uma mensagem inegvel sobre quem Cristo e o que ele pode fazer. Tambm h pistas sobre oque Jesus espera de ns e um desafio a respeito do que fizemos ou deixamos de fazer para trazer

bnos e levar nossas necessidades a ele. Todas essas coisas residem em o quo humano Jesusse tornou e em quanto ele compreende nossas necessidades.

Voc pode imaginar como os discpulos devem ter se sentido, se j tiver enfrentado umasituao na qual estaria a ponto de surtar, caso seus filhos, a quem voc ama profundamente,

pedissem s mais uma coisinha. Ou se voc alguma vez j quis jogar o relgio despertador contra

a parede porque no podia suportar tudo o que voc sabe que vem pela frente naquele dia. Ou sevoc j se sentou no consultrio de um mdico pensando: Se eu receber mais uma m notcia,desisto.Ou se voc foi convocado a fazer alguma coisa que sabe, sem sombra de dvidas, quesimplesmente no tem como fazer.

Essa a situao que Filipe deve ter enfrentado, pois quando Jesus pediu a ele Ondecompraremos po para esse povo comer? (Joo 6:5), Filipe deu uma resposta exasperada. Notemos o suficiente!Ele diz a Jesus.No tem jeito de ter o suficiente. Nem mesmo com oito mesesde salrio de um homem conseguiramos comprar po suficiente para que cada pessoa possa

comer um pedacinho que seja. Voc consegue ouvir o pensamento de Filipe? No entende,Senhor? Voc est entendendo de que estamos precisando aqui?

Pobre Filipe. Pobre de ns. Tantas vezes, quando nos deparamos com a necessidade, ns novemos, como diz Joo 6:6, que Jesus j sabe o que far. Deus j tem um plano para manter sua

promessa e prover.

A P R O M E S S A D O Q U E P O S S V E L

Isso faz parte de um teste, as Escrituras nos dizem. Jesus nos enviou para permanecermos com aspromessas de Deus e recuarmos nele quando estivermos desanimados para ento voltarmospara fora. Ser que acreditaremos no que ele promete fazer, na sade e na doena, quando temos oque jantar e quando no temos? Ser que compreendemos que, quando se trata de proviso, dequalquer maneira, no h nada que podemos fazer? Que somente em nome de Jesus, e repousandonele, nosso Abrigo, temos algo sobre o qual nos apoiarmos, e que, deste lugar, tudo possvel?



No somente Filipe, mas tambm todos os discpulos e uma multido completa esto paradescobrir isso. A propsito, o tamanho da multido notvel. Os Evangelhos nos contam que hcinco mil homens e, se voc acrescentar o nmero de mulheres e crianas, vivas e solteiras,estamos olhando para uma multido de umas dez mil pessoas, pelo menos. Como que osdiscpulos que no tinham comida com eles, nem mesmo um pacote de chiclete, por assim dizer

poderiam prover para toda essa gente? O fato que eles no podem, e essa toda a questo.

Deus est prestes a fazer o que s Deus pode fazer.Os discpulos olham para Jesus sem acreditar, quando ele pergunta: Quantos pes vocstm? Eles devem ter se sentido um tanto cticos quando ele acrescenta: Verifiquem (Marcos6:38).

J passei por esses momentos. Muitas vezes fico admirada pelas coisas que no tenho, em vezde me admirar pelas coisas que Cristo me deu. Vejo isso em minha prpria vida, mas vejo issoexemplificado de forma poderosa em muitos domingos, em minha igreja, na palavra de nossoministro associado, Neal Jeffrey.

Neal, um ex-zagueiro da liga norte-americana de futebol, que jogou pelo time do San DiegoChargers, gago desde criana. Quando escreveu seu primeiro livro,If I Can, YY-YouCan![Seeu consigo, vo-vo-voc consegue!], recebi um exemplar do manuscrito para ler. Fiquei

profundamente comovida pela honestidade e vulnerabilidade de Neal. Ele sabia que Deus o haviaconvocado para pregar, mas isso parecia impossvel para algum com gagueira. Ele escreve sobrea deciso que mudou tudo:

Por fim, um dia me dei conta de que no poderia mais dizer no ao que Deus estava me convocando para fazer. Ento decidi:

Vou me colocar de p e comear a falar, mesmo que todo mundo comece a rir de mim. Tenho algo a dizer, e vou comear adiz-lo!

Sabe o que aconteceu quando tomei minha deciso? Minha vida mudou por completo. No foi porque eu tenha parado degaguejar porque no parei. Minha vida mudou quando minha atitude diante da gagueira mudou.

por eu ter atendido o chamado de Deus para que eu desse tudo o que podia que ele me tornou tudo o que eu poderia ser.3

Que tremenda lio uma lio que nem mesmo os discpulos podem aprender at que elestambm respondam chamada. Eles tambm tm de cumprir a tarefa um tanto embaraosa de

tentar descobrir, naquela imensa multido, se algum tinha comida escondida, e Jesus nada fazia. Joo quem d os detalhes que os outros trs escritores deixaram de fora, contando como outrodos discpulos, Andr, irmo de Simo Pedro, toma a palavra: Aqui est um rapaz com cinco

pes de cevada e dois peixinhos, mas o que isto para tanta gente? (Joo 6:8).Tenho certeza de que faria a mesma pergunta que Andr. Tudo o que ele tinha para mostrar a



Jesus no meio daquela vasta multido era o almoo que o rapaz embrulhara. O que Andr e osdiscpulos aprenderam, e que estou aprendendo tambm, que a questo no at onde vo as

provises. A questo em que mos elas estaro.Jesus est aprontando-se para sacudir a todos com a resposta de Deus. Jesus alcana o po

ordinrio e os peixinhos, a comida do pobre. Marcos 6:41 nos conta: Tomando os cinco pes eos dois peixes e, olhando para o cu, deu graas e partiu os pes. Em seguida, entregou-os aosseus discpulos para que os servissem ao povo. E tambm dividiu os dois peixes entre todoseles.

A palavra grega utilizada aqui para bno eulogeo, da qual descende nossa palavraelogio, significando falar bem sobre. Quando os judeus oravam antes da refeio, eles viamuma oportunidade para louvar ou elogiar Deus, no somente pela comida diante de si, mas tambm

por quem ele . Assim, eles no oravam pelo que estamos prestes a receber, que Deus nos faaagradecidos. A orao tradicional era: Abenoado sois vs, Senhor nosso Deus, Rei do mundo,que fez com que esse po viesse da terra.

A orao para uma proviso recebida diz muito sobre ns, de acordo com o Dr. Ralph F.Wilson. Em outro artigo, intitulado No pea pela bno, oferea uma, ele observa:

Como foi ento que ns, cristos, passamos a abenoar a comida, no lugar de abenoarmos Deus? Tradio? Hbito? Um poucoda confuso pode ter advindo da traduo da passagem que acabo de citar. Na verso da Bblia do Rei Jaime, l-se em Mateus26:26: Enquanto comiam, Jesus tomou o po e, abenoando-o, o partiu e o deu aos discpulos, dizendo: tomai, comei; isto omeu corpo. [Almeida Revisada]. Observem o pequenino pronome o acrescentado aps a palavra abenoando. A palavrao no faz parte do texto grego, e por isso que est grifada na edio da Bblia do Rei Jaime. Mas abenoe-o significa algobem diferente de abenoe a Deus. Esse acrscimo de uma palavrinha pode ter corrompido a forma como oramos antes dasrefeies para um modo que no era de modo algum a inteno de Jesus.4

Eu no sabia disso! Mas no que faz muito sentido? Por que pediramos a Deus paraabenoar a comida, quando ela j foi abenoada por sua proviso? ao prprio Deus queabenoamos!

Assim, Jesus abenoa Deus, parte a comida, e d a cada discpulo para que a distribuam pelamultido. E, depois que todos j tinham comido tanto o quanto desejavam, os discpulosrecolheram tudo o que sobrou em doze cestas. A palavra grega empregada para cestas kophinos e significa uma grande cesta para ser carregada. a mesma palavra usada para ascestas que os soldados romanos usavam para carregar seus equipamentos.

Em outras palavras, no havia sobras.

D E U S S E M P R E D M A I S

Pergunto-me quantas vezes os discpulos tiveram de retornar a Jesus para buscar mais, medidaque distribuam a comida a uma grande multido. Pense nisso. Havia apenas doze discpulos, etalvez houvesse dez mil pessoas. Ento eles voltam mais e mais vezes para voltar a encher suas

cestas, e, a cada vez, visualizo a mensagem indo mais e mais a fundo:

Jesus pode prover mais do que voc jamais precisar.Jesus pode prover mais do que voc jamais precisar.



Jesus pode prover mais do que voc jamais precisar.

Com cada um desses lembretes, penso nos detalhes desta histria: Jesus no apenas fez osuficiente para todo mundo, mas fez bem mais do que o bastante. Ele no escolheu um grandecozinheiro ou um grande fornecedor de alimentos naquele dia, mas sim um pobre rapaz e sealmoo modesto. Quando algumas pessoas no so reconhecidas ou so mesmo negligenciadas e

ignoradas, como as mulheres e crianas da colina, naquela dia (considerando o fato de que s oshomens foram contados), Jesus os usa para seus milagres e provm a eles de qualquer forma.Afinal de contas, Deus fez com que Jesus no olhasse somente para nossas necessidadesimediatas, mas tambm para nossas necessidades fundamentais: nosso conhecimento de que emCristo temos nosso lugar, nosso propsito e nosso valor.

Cristo ento demonstra como podemos lembrar disso. Aps a multido ter sido alimentada, eas necessidades imediatas atendidas, ele torna a recuar. Mostra-nos que at o Filho precisa de seuPai para repouso, restaurao, para a providncia, a glria e o abrigo de Deus.

E assim Jesus, exausto, vai para as montanhas para ficar a ss com Deus.Os discpulos, nesse meio tempo, voltam ao barco e se dirigem a Cafarnaum. Esto cansados

por tudo o que passaram: maravilhas e provaes na estrada do ministrio, decepo e medo emrelao ao assassinato de seu amigo Joo Batista, estresse por serem perseguidos pelas multides,deslumbramento por mais um milagre de Jesus, exausto fsica por conta da distribuio decomida e controle da multido de cinco a dez mil pessoas. claro que, neste estado, durante anoite, uma tempestade ir surgir e que as ondas se encresparo mas no assim que acontecena vida? Voc est espremido e apertado pelas demandas, h preocupaes e ansiedades sobrecomo que tudo vai se resolver e, ento, quando vem certo alvio, outra tempestade chega.

Assim, o vento est soprando, as ondas arrebentam contra o barco, e os discpulos estotentando se manter juntos. Esto remando e remando, dando o mximo para se manterem tona.Exausto. Fadiga.

E ento avistam uma figura se aproximando um homem andando sobre a gua.Esto aterrorizados. Seus coraes, assim como seu pequeno barco, esto sacolejando e

afundando em confuso.Ento Jesus se identifica: Sou eu! No tenham medo! (Joo 6:20).Com disposio, seus discpulos o puxam para dentro do barco, e Joo 6:21 nos conta que

imediatamente eles esto na terra para onde se dirigiam. Jesus no somente tinha os feitoatravessar a tempestade, como tinha os levado a seu destino.

Pela manh, a multido, atnita pelo relato do que correu pela regio, do banquete divino quefoi provido, procura por Jesus porque sabem que s havia um barco, e que Jesus no tinhaembarcado nele. Quando no conseguem encontr-lo, entram em seus barcos e velejam paraCafarnaum. Quando encontram Jesus, querem saber como ele chegou l. Mais do que isso: queremsaber o que devem fazer, agora que viram esse impressionante ato de Deus. Seu assombro tem raizna descrena, e eles pedem por mais um sinal. difcil acreditar que, depois de tudo o que viram,

ainda queiram mais um sinal (Ser que somos diferentes?). Dizem que tm direito a um sinal,porque no foi assim com Moiss, que forneceu man a seus ancestrais no deserto?Jesus lhes diz: Digo-lhes a verdade: no foi Moiss quem lhes deu po do cu, mas meu Pai

quem lhes d o verdadeiro po do cu. Pois o po de Deus aquele que desceu do cu e d vidaao mundo (Joo 6:32,33). Na alimentao dos cinco mil, o po miraculoso mais abundante doque qualquer um poderia comer um smbolo do prprio Jesus, a sustentao divina que vem



do nada e preenche cada necessidade e mais ainda! A resposta de Cristo multido naquele dia sua resposta para ns: Eu sou o po da vida. Aquele que vem a mim nunca ter fome; aqueleque cr em mim nunca ter sede (Joo 6:35).

Jesus lhes diz, e diz a ns:

Sou tudo de que vocs precisam.

Sou tudo de que vocs precisam.Sou tudo de que vocs precisam.

Jesus no somente o fornecimento de nosso po de cada dia. Ele nosso po de cada dia.

U M A P R O M E S S A P A R A T O D O S O ST E M P O S

No h necessidade nossa que Deus no possa ou no esteja disposto a atender. Deus no precisade nosso dinheiro ou de nosso tempo ou recursos, mas ele nos convida divina aventura de serseu parceiro para ver o que somente ele pode fazer. Em sua graa, ele ama obrar por meio de ns.Podemos passar o resto de nossas vidas olhando para o que no temos, ou podemos trazer tudo oque temos e somos para ele, e assistir os milagres acontecerem.

O meu Deus suprir todas as necessidades de vocs, de acordo com as suas gloriosasriquezas em Cristo Jesus (Filipenses 4:19). Podemos ver nesse versculo de promessa quetrabalhamos de mos dadas com o cu: vemos uma necessidade e a atendemos, e o cu v todas asnossas necessidades e atende a estas. o que Paulo estava dizendo quando escreveu essa

promessa Igreja de Filipos. Estava louvando-os pela forma com que dispuseram de seusrecursos para socorr-lo e expressando sua confiana de que Deus, que conhece suasnecessidades, ir mais que atend-las. Paulo foi rpido em esclarecer, no entanto, que a questono era tanto o que ele precisava que eles dessem, mas sim que Deus via o sacrifcio e a partilhaamorosa deles na maneira do Reino de Deus. No que eu esteja procurando ofertas, mas o que

pode ser creditado na conta de vocs (Filipenses 4:17).Esta uma promessa gloriosa! Ns damos, como o rapaz ao p da montanha, o pouco de que

dispomos, e Deus, em sua graa e glria, nos provm ilimitadamente.O milagre ao p da montanha diz: No se consuma pelo que no tem. Apenas traga o que

voc tem para Jesus e observe ele fazer o que somente ele pode fazer.E meu Deus ir atender a todas as suas necessidades.Jesus diz a todos ns, no importa o que estejamos enfrentando nesse momento:



Eu sou o suficiente.Eu sou o suficiente.Eu sou mais que suficiente.



3_ _ _ _

Paz

Estou com medo e me sinto sozinha



A

A PromessaDeixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou.

Joo 14:27

cordei naquela manh de sbado pensando que deveria estudar, mas decidindo quaseimediatamente no faz-lo. Eu podia ver que fazia um dia lindo do lado de fora do me

dormitrio na faculdade, e, depois de dias e dias de chuva desagradvel e de cus cinzentos,estava animada para estar l fora, no ar fresco e pegando sol. Estava em meu ltimo ano naFaculdade Bblica de Londres (agora chamada de Escola de Londres de Teologia), e a pressoera para conclu-la bem. Eu havia estudado bastante, ento decidi que um dia longe dos livros edas prateleiras da biblioteca era do que eu precisava.

Depois de uma chuveirada rpida, me vesti e caminhei at a estao para tomar um trem at ocentro de Londres. Tendo sido criada em uma pequena cidade da costa ocidental da Esccia,estava apaixonada por tudo o que Londres oferecia: tinha bilhetes de estudante para a companhia

de bal Sadlers Wells, para a pera, os museus, as galerias de arte, cada uma representando oque de mais fino havia para ser visto ou escutado.Desci do trem em Harrow-on-the-Hill e peguei o metr, ou tube, como o chamamos, para

South Kensington. Era o dia perfeito para um piquenique, ento comprei um sanduche e umrefrigerante e decidi ir para o parque St. James. Estendi meu pulver da universidade sobre agrama na base de um imenso carvalho, me sentei, e me encostei contra o velho tronco.

Adoro ficar observando as pessoas, e em um parque londrino em maio h muito para se ver,das velhinhas que levam seus cachorrinhos para passear at os msicos tocando sua verso de

uma cano de Simon & Garfunkel. Enquanto meus olhos esquadrinhavam o parque bem cuidado,se depararam com um homem em seus sessenta anos de idade. Nosso contato visual foi breve, jque ele imediatamente pousou a vista para o gramado. Por algum motivo, alguma coisa naquelehomem havia me emocionado profundamente. Tentei no encar-lo, mas a vontade era decontinuar olhando. Ele vestia um velho casaco, ainda que fosse um dia quente, que estavaamarrado cintura por um pedao de corda. Em seus ps havia duas sacolas de compras de

plstico. Dizer que ele era um sem-teto era um palpite seguro. Enquanto via suas mos gentilmentedobradas sobre o colo, conversei com Deus a respeito dele. Nada sabia de sua histria, masestava profundamente ciente de que Deus conhecia todos os detalhes.

Aps algum tempo, ele olhou para mim e sorriu. Eu me encaminhei at onde ele estava sentadoe perguntei se poderia me juntar a ele, e ele concordou. Perguntei se ele j tinha almoado e,quando ele disse que no, ofereci-lhe metade do meu sanduche. Ele aceitou.

Amo isto aqui, disse. to cheio de vida!Ele apenas sorriu.Venho aqui algumas vezes para dar comida aos patos, continuei. Eles sempre parecem estar

esfomeados.Ele sorriu. Acho que voc

(oficial) respostas de deus para os dias dificeis - walsh, sheila karmitta semeadores

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