oexp10 estilo linguagem_fernao_lopes (1)

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Outros materiais · Textos informativos complementares 353 OEXP10DP © Porto Editora fotocopiável Sequência 2. Fernão Lopes O estilo e a linguagem de Fernão Lopes Manual · p. 110 Coloquialismo Cativa/aproxima o leitor dos factos narrados Utilização das 1.ª e 2.ª pessoas. Recurso a apóstrofes e locuções interjetivas. Emprego de linguagem oralizante, expressiva pela proximidade com os registos populares. Uso de recursos estilísticos destinados a transmitir os estados anímicos das personagens (interrogação retórica e exclamação). Alternância e conjugação de diferentes modos de relato de discurso (com o discurso direto a conferir intensidade dramática, dinamismo e tom epocal e a permitir manifestar de forma viva o pensamento das personagens). Utilização de frases de sabor popular e de provérbios, recriando o saber do povo, feito de experiência. Recurso a interpelações diretas ao narratário. Visualismo Leva o leitor a “ver” e a “viver” os acontecimentos Apresentação de pormenores, particularidades (em conexão com o objetivo de contar a “verdade”). Valor pictórico do discurso. Sensorialismo da linguagem: uso de vocabulário ligado aos sentidos (sobretudo à visão). Recurso à enumeração, com predomínio da parataxe e do polissíndeto. Recurso a paralelismos de construção. Utilização expressiva da metáfora, da personificação e da comparação (para concretizar abstrações). Uso de expressões valorativas, hiperbolizadas e, por vezes, pleonásticas. Recorrência de nomes e adjetivos, muitas vezes em uso duplo, para desenhar personagens. Aplicação da técnica cenográfica de conjugação de planos (de pormenor, de conjunto, grandes planos…). Uso de expressões totalizantes (“todos”…). Dinamismo Coloca o leitor perante o desenrolar vívido das ações Planificação e estruturação rigorosa de cada capítulo, integrado em “quadros” ou sequências narrativas (quadro da morte do Conde, quadro do cerco de Lisboa, quadro da Batalha de Aljubarrota…). Dramatização de quadros (expostos como cenas de uma peça). Sequencialização gradativa das ações. Utilização de verbos de ação (frequentemente acompanhados por um advérbio, para imprimir mais ritmo, movimento e força ao discurso ou para caracterizar melhor a movimentação das personagens). Recurso a verbos incoativos, a complexos verbais com valor de continuidade e ao gerúndio. Uso de advérbios com valor modal. Predomínio da caracterização indireta das personagens (apresentadas através da sua atuação). Marcação de alterações significativas de ritmo (com o ritmo rápido a nascer do uso de frases entrecortadas, da prevalência da parataxe e do recurso ao polissíndeto).

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Outros materiais · Textos informativos complementares 353

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Sequência 2. Fernão Lopes

O estilo e a linguagem de Fernão Lopes

Manual · p. 110

Coloquialismo

Cativa/aproxima o leitor dos factosnarrados

• Utilização das 1.ª e 2.ª pessoas.• Recurso a apóstrofes e locuções interjetivas.• Emprego de linguagem oralizante, expressiva pela proximidade com os

registos populares.• Uso de recursos estilísticos destinados a transmitir os estados anímicos

das personagens (interrogação retórica e exclamação).• Alternância e conjugação de diferentes modos de relato de discurso (com

o discurso direto a conferir intensidade dramática, dinamismo e tomepocal e a permitir manifestar de forma viva o pensamento daspersonagens).

• Utilização de frases de sabor popular e de provérbios, recriando o saber dopovo, feito de experiência.

• Recurso a interpelações diretas ao narratário.

Visualismo

Leva o leitor a “ver” e a “viver” os acontecimentos

• Apresentação de pormenores, particularidades (em conexão com oobjetivo de contar a “verdade”).

• Valor pictórico do discurso.• Sensorialismo da linguagem: uso de vocabulário ligado aos sentidos

(sobretudo à visão).• Recurso à enumeração, com predomínio da parataxe e do polissíndeto.• Recurso a paralelismos de construção.• Utilização expressiva da metáfora, da personificação e da comparação

(para concretizar abstrações).• Uso de expressões valorativas, hiperbolizadas e, por vezes, pleonásticas.• Recorrência de nomes e adjetivos, muitas vezes em uso duplo, para

desenhar personagens.• Aplicação da técnica cenográfica de conjugação de planos (de pormenor,

de conjunto, grandes planos…).• Uso de expressões totalizantes (“todos”…).

Dinamismo

Coloca o leitor perante o desenrolar vívido das ações

• Planificação e estruturação rigorosa de cada capítulo, integrado em“quadros” ou sequências narrativas (quadro da morte do Conde, quadro docerco de Lisboa, quadro da Batalha de Aljubarrota…).

• Dramatização de quadros (expostos como cenas de uma peça).• Sequencialização gradativa das ações.• Utilização de verbos de ação (frequentemente acompanhados por um

advérbio, para imprimir mais ritmo, movimento e força ao discurso oupara caracterizar melhor a movimentação das personagens).

• Recurso a verbos incoativos, a complexos verbais com valor decontinuidade e ao gerúndio.

• Uso de advérbios com valor modal.• Predomínio da caracterização indireta das personagens (apresentadas

através da sua atuação).• Marcação de alterações significativas de ritmo (com o ritmo rápido a

nascer do uso de frases entrecortadas, da prevalência da parataxe e dorecurso ao polissíndeto).

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