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SOCIEDADE Internamento de idosos Um novo lar de idosos e contratos-pro- grama para apoio às IPSS’s na criação de novas camas fazem parte do modelo de intervenção definido pela Câmara Municipal. Uma medida para fazer face a uma prioridade social. P. 3 OCampaniço Nº 76 FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 2008 BOLETIM INFORMATIVO DA CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA P. 10, 11, 12 AMBIENTE Castro Verde + Verde A campanha distribuiu 9 889 árvores e dinamizou educação ambiental jun- tos das escolas. A recolha selectiva de resíduos aumentou em 2007. Castro Verde aposta na qualidade ambiental e no desenvolvimento sustentável. P. 8, 9 ENTREVISTA Pediatria e saúde infantil Dentro do universo infantil, Luís Gon- çalves fala-nos das crianças de hoje, dos comportamentos e dos proble- mas que as afectam, mas também da pediatria que se pratica actualmente em Portugal. P. 6, 7 AUTARQUIA Relatório e Contas 2007 O executivo camarário aprovou a 9 de Abril de 2008 o Relatório e Contas referente ao ano transacto, que agora se encontra disponível para consulta pública. Aqui damos conta de forma resumida do documento em apre- ciação. SUPLEMENTO XVIII CASTRO VERDE QUINZENA CULTURAL PRIMAVERA NO CAMPO BRANCO 19 ABRIL A 4 MAIO ’08 Seguimos a rota dos antigos moirais de ovelhas dos campos de Castro Verde. Ouvimos relatos de tempos passados e a afirmação de que já não há moirais como dantes. Três homens, três discursos na primeira pessoa sobre a vida ao lado dos rebanhos. Já não há moirais como dantes

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Sociedade

Internamento de idososUm novo lar de idosos e contratos-pro-grama para apoio às IPSS’s na criação de novas camas fazem parte do modelo de intervenção definido pela Câmara Municipal. Uma medida para fazer face a uma prioridade social.

p. 3

OCampaniço Nº 76 FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 2008 Boletim informativo da Câmara muniCipal de Castro verde

DIstRIBuIÇãO gRAtuItA

p. 10, 11, 12

programa de evoCação e Comemoração da repúBliCa

ambiente

Castro Verde + VerdeA campanha distribuiu 9 889 árvores e dinamizou educação ambiental jun-tos das escolas. A recolha selectiva de resíduos aumentou em 2007. Castro Verde aposta na qualidade ambiental e no desenvolvimento sustentável.

p. 8, 9

entreviSta

Pediatria e saúde infantil Dentro do universo infantil, Luís Gon-çalves fala-nos das crianças de hoje, dos comportamentos e dos proble-mas que as afectam, mas também da pediatria que se pratica actualmente em Portugal.

p. 6, 7

autarquia

Relatório e Contas 2007O executivo camarário aprovou a 9 de Abril de 2008 o Relatório e Contas referente ao ano transacto, que agora se encontra disponível para consulta pública. Aqui damos conta de forma resumida do documento em apre-ciação.

suplemento

xviii CAstro verdequinzenA CulturAlprimAverA no CAmpo brAnCo19 Abril A 4 mAio ’08

Seguimos a rota dos antigos moirais de ovelhas dos campos de Castro Verde. Ouvimos relatos de tempos passados e a afirmação de que já não há moirais como dantes. Três homens, três discursos na primeira pessoa sobre a vida ao lado dos rebanhos.

Já não há moirais como dantes

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PUBLICAÇÃO BIMESTRAL : Propriedade da Câmara Municipal de Castro Verde DIRECTOR: Fernando Caeiros COORDENAÇÃO: Paulo Nascimento REDACÇÃO: Carlos Júlio, Sandra Policarpo, Miguel Rego, Carla Candeias GRAFISMO: Pedro Pinheiro APOIO FOTOGRÁFICO: Serviços Sócio-Culturais REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Câmara Municipal de Castro Verde - Praça do Município, 7780 Castro Verde. Tel. 286 320700 TIRAGEM: 4200 exemplares IMPRESSÃO : Gráfica Comercial Loulé E.MAIL: [email protected] / [email protected] PÁGINA WEB: www.cm-castroverde.pt

O Campaniço

O CampaniçoFEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 eDuCAÇÃo 2

Preocupação na transferência de competências na educaçãoGoverno e Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) não chegam a consenso em relação à transferência de competências. A Ministra da Educação garante a cobertura das despesas envolvidas, mas a ANMP considera que a questão não se encontra encerrada.

O Conselho de Ministros, reunido a 21 de Fevereiro, aprovou o projecto de diploma que consagra a transferência de competências na área da educação para os Municípios e, também, o que determina o novo regime jurídico de gestão das escolas.

A transferência de competências, resultantes do consenso validado entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses, abrange a gestão de pessoal não docente do ensino básico e pré-escolar, o apoio à família (fornecimento de refeições

e prolongamento do horário no pré-escolar), actividades de enriqueci-mento curricular no 1º Ciclo, gestão das escolas no 2º e 3º Ciclos, a acção escolar nos mesmos anos, e ainda assegurar os transportes escolares.

O Governo espera que alguns dos protocolos com autarquias entrem em vigor já no próximo ano lectivo. Se-gundo a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, a proximidade das autarquias às suas escolas irá permitir uma maior eficiência na gestão dos recursos disponíveis.

Em termos políticos, o projecto de diploma consiste numa estratégia de desconcentração e regionalização das matérias educativas, promovendo um regime de autonomia e gestão escolar, bem como uma maior aber-tura à participação qualificada de agentes da comunidade local no que concerne à educação.

Porém, a Associação Nacional de Municípios Portugueses con-sidera que a assumpção das novas responsabilidades, para as quais as Câmaras não estavam anteriormente

preparadas, irá provocar um grande impacto, uma vez que implicam um reforço dos serviços de educação e dos recursos humanos.

Este novo cenário envolve, assim, um conjunto de despesas cuja co-bertura será assegurada através de montantes atribuídos pela Adminis-tração Central para as autarquias, os quais, segundo a ministra, já estão disponíveis no Orçamento do Ministério da Educação para as escolas envolvidas no protoco-lo. A ministra salientou, ainda, que

em caso algum a falta de recursos financeiros constituirá um entrave à concretização de transferência de competências.

Segundo a ANMP, esta questão permanece pendente, uma vez que houve apenas um consenso negocial quanto às áreas e matérias a transferir e não quanto à forma e ao modo de transferência das mesmas. O Conselho Directivo pretende suscitar junto do Ministério da Educação a forma de ultrapassar divergências em aspectos considerados fundamentais. l

eb 1 de caStro verde

Dinamiza projecto “O Nosso País”Cultivar nos alunos o gosto pela descoberta, permitindo-lhes olhar a cultura como parte integrante do seu desenvolvimento crítico, é o objectivo deste projecto desenvolvido pelo agrupamento de Escolas do 1º Ciclo de Castro Verde.

No seguimento do projecto “Vamos contar….História”, desenvolvido há dois anos pelo 1º Ciclo do Ensino Básico de Castro Verde, nasce agora um novo projecto intitulado “Portugal, o nosso País”. Orientado, desta vez, para o estudo do património natural, histórico e cultural português, o pro-jecto conta com o apoio da Câmara Municipal de Castro Verde.

Desenvolvido em parceria com o Jardim-de-Infância e com a Biblioteca Escolar da EB1 de Castro Verde, o projecto, a decorrer desde Outubro de 2007, vai prolongar-se até Junho de 2008 e centra-se num estudo abran-gente de todas as regiões do país, de forma a desenvolver nos alunos a capacidade de análise, reflexão e compreensão da multiplicidade da informação a que têm acesso.

Deste modo, todos os meses, os alunos de uma turma do 1º Ciclo desenvolvem um estudo sobre uma determinada região do país, reco-lhendo informação sobre os hábitos e os costumes característicos dessa região, e apresentam-no nas escolas aos colegas e professores. A informa-ção recolhida é ainda apresentada por um aluno da turma num programa transmitido pela Rádio Castrense, denominado “Cantos e encantos do meu país”. Segundo as professoras responsáveis pelo projecto, “Portugal,

o nosso País”, ao mesmo tempo que promove a formação de cidadãos res-ponsáveis e intervenientes, capazes de interpretar criticamente a realidade, procura valorizar o desenvolvimento das competências de Língua Portu-guesa e contribuir para aumentar o

acervo documental da Biblioteca es-colar, que apresenta um défice na área da temática “Património”. Nesse sentido, todo o material recolhido é posteriormente congregado num livro, de maneira a ficar disponível para consulta.

Mas o projecto não se restringe à simples recolha de dados informa-tivos das regiões. Para além destas apresentações, “Portugal, o nosso País” conta também com a formação de uma Oficina de Coro, desenvolvida em colaboração com o Conservató-

rio Regional do Baixo Alentejo, onde os alunos, com a ajuda do Professor António César, ensaiam músicas do Cancioneiro Popular Português, e ainda com uma Oficina de Dança Tradicional Portuguesa, dirigida pela professora Sandra Pena.

Inserida no projecto, está também prevista uma iniciativa gastronómica onde serão apresentados os diferen-tes sabores que caracterizam cada uma das regiões do país, e que, irá acontecer dia 31 de Maio, no Jardim do Padrão.

Para o final do ano lectivo, está agendado um espectáculo final, com apresentação prevista para o dia 20 de Junho, que juntará o canto e a dança desenvolvidos ao longo do projecto, e ainda a dramatização de cenas do quotidiano antigo das várias regiões que compõem Portugal, reeditando o espectáculo final do ano lectivo no Anfiteatro Municipal, tal como aconteceu no ano passado, em que a temática abordada foi a nossa história.

Como objectivo último, e devido ao enorme talento musical denotado pelos alunos, as professoras responsáveis ponderam a possibilidade de fazer uma colectânea de todas as músicas interpretadas durante o ano, compi-lando-as num CD, uma possibilidade ainda não confirmada. l

Conversa sobre regiões

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O CampaniçoFEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 soCieDADe 3

“Combater a pobreza das crianças, dos idosos e das famílias, através de medidas que assegurem os seus direitos básicos de cidadania”, é a prioridade assumida pela Rede Social na sequência do Plano de Desenvolvimento Social Concelhio, onde se constata que o concelho de Castro Verde apresenta, tal como os restantes concelhos do Alentejo, níveis de envelhecimento popula-cional consideráveis. Aliada a esta constatação está o facto dos idosos do concelho usufruírem de diminutos rendimentos provenientes das baixas pensões de reforma, o que faz com que a resposta às necessidades mais prementes deste segmento popu-lacional não esteja integralmente assegurada, pelo que o cenário de risco de pobreza e de exclusão social da população idosa não está, de todo, fora de questão.

Esta prioridade não se fica pelos documentos concelhios de acção so-cial para a população idosa, é uma intervenção que surge preconizada pela Plataforma Supra Concelhia do Baixo Alentejo, onde o fomento da qualidade de vida dos idosos, ao nível do distrito de Beja, se revela como uma prioridade e como um desiderato de maior valor para se consubstanciarem no terreno os pro-pósitos do Plano Nacional de Acção para a Inclusão 2006/2008.

Face ao cenário existente, a au-tarquia, enquanto parceiro da Rede

Social subscreveu a meta de aumentar a cobertura de valência de Lar, em 134 camas, nos próximos 3 anos, aparentemente ambiciosa e arro-jada, esta constitui um verdadeiro desafio a todos os intervenientes num processo cujo resultado depende o aumento da qualidade de vida dos mais pobres e idosos, bem como a sua consequente dignificação en-quanto cidadãos.

Deste modo, o Município pre-para-se para contribuir, para a concretização dos objectivos atrás enunciados, propondo um modelo de Intervenção que se subdivide em dois campos de acção: I - A construção de um lar de idosos em Santa Bárbara de PadrõesII - A comparticipação de novos in-vestimentos das IPSS’s para apoio ao surgimento e funcionamento de novas camas sociais.

Ambas as medidas vão ser sub-metidas à Assembleia Municipal. A primeira porque implica uma alteração no Plano Plurianual de Investimentos da autarquia, a se-gunda porque o actual executivo quer que a mesma seja preconizada sob a forma de contratos -programa, de forma a garantir a estabilidade que as IPSS’s, que aderirem a esta iniciativa, necessitarão no futuro.

Este Plano de Intervenção foi aprovado na reunião ordinária da Câmara Municipal de 9 de Abril, se-guindo-se agora uma fase de diálo-

go com os diferentes parceiros com vista a definir a sua concretização no terreno.

O Lar em Santa Bárbara de Padrões

Prevê-se que este equipamento possa ter uma capacidade aproxi-mada para 40 utentes e que esteja muito direccionado para as freguesias de Santa Bárbara de Padrões e São Marcos da Atabueira. Refira-se que todas as outras freguesias do concelho possuem, no momento, projectos técnicos, em desenvolvimento, para a construção local de infra-estruturas de apoio aos idosos, particularmente de internamento. O facto de Santa Bárbara de Padrões ser a segunda maior freguesia, e da sua sede ser geograficamente privilegiada no que concerne à proximidade com os seus aglomerados populacionais e os da freguesia de S. Marcos da Atabueira, bem como o facto da autarquia vir a dispor, a curto prazo, de um ter-reno adequado para o efeito no que concerne às infra-estruturas básicas, são factores determinantes para a localização do equipamento. De salientar a existência na freguesia de uma IPSS’s cujo objecto prevê a intervenção junto deste segmento populacional e que numa parceria informal com o Lar Frei Manoel das Entradas já desenvolve apoio à 3.ª idade, nomeadamente no que diz

respeito à valência de apoio domi-ciliário em diferentes lugares das freguesias de Castro Verde, Santa Bárbara dos Padrões e São Marcos da Atabueira.

O novo equipamento de apoio à 3.ª Idade, a construir no biénio 2008/2009, apesar de constituir património da Câmara Municipal deverá, preferencialmente, ter a sua gestão e funcionamento sob a responsabilidade da(s) IPSS’(s) Locais a operar na área geográfica que visa servir, mediante metodo-logia definida e acordada entre as partes, em tempo oportuno, caso assim o entendam.

O lar de Santa Bárbara terá por base a repetição do projecto técnico que a Fundação Joaquim António Franco e seus Pais dispõe para a construção de uma segunda uni-dade em Casével, o que implicará a celebração de um protocolo de cooperação entre a autarquia e a fundação.

Os Contratos-programa de apoio

Actualmente as IPSS’s locais têm em desenvolvimento projec-tos técnicos para a criação e/ou ampliação da valência de lar nas suas instituições, pretensão essa que apesar de ir ao encontro da satisfação da necessidade oportu-namente identificada e inscrita em

Plano de Desenvolvimento Social, e que foi objecto de candidatura ao Programa PARES, em duas fa-ses distintas, estranhamente não obtiveram do referido Programa apoio financeiro.

Estes projectos são reconhecidos pelo Município como iniciativas muito importantes, pelo que ma-nifesta toda a abertura possível na perspectiva da sua viabilização. A autarquia propõe-se a comparticipar os novos investimentos das IPSS’s num montante equivalente a duas Remunerações Mínimas Mensais (RMM) por cada cama criada, e a pagar durante 10 anos, sendo cada anuidade de valor correspondente ao oficialmente fixado para a RMM do ano anterior ao que respeita. Previsto está também financiar o seu funcionamento, prevendo-se atribuir, anualmente, um subsídio correspondente ao resultado do pro-duto da RMM/n.º de camas sociais efectivamente criadas.

No caso das IPSS’s concelhias re-correrem a financiamento bancário para fazerem face às despesas de in-vestimento com as novas estruturas de Apoio à 3.ª idade e de não possuírem os recursos próprios suficientes para assegurarem a necessária garantia bancária, a Câmara Municipal de Castro Verde deverá co-responsa-bilizar-se para o efeito, mediante acordo específico a estabelecer com as IPSS’s interessadas. l

internamento de idoSoS

Câmara define modelo de intervençãoA Câmara Municipal de Castro Verde vai construir um lar de idosos em Santa Bárbara de Padrões e celebrar contratos-progama com as IPSS’s para apoio ao surgimento e funcionamento de novas camas. Uma intervenção que tem por base as orientações do Plano de Desenvolvimento Social Concelhio.

Antevisão da unidade nº 1 do lar de Casével (Fundação Joaquim António Franco e seus Pais)

Plano de desenvolvimento Social e Plano de AcçãoFoi concluído recentemente o processo de revisão dos

principais instrumentos de planeamento concelhios, na área social: O Diagnóstico, Plano de Desenvolvimento Social e Plano de Acção. Tal revisão teve como principal propósito adaptar tais instrumentos às orientações emanadas da Plataforma Supraconcelhia do Baixo Alentejo e aos Eixos

Prioritários de Intervenção delineados no quadro do Plano Nacional de Acção para a Inclusão 2006/2008.

Os documentos, entretanto, produzidos e já aprova-dos para além de se assumirem como instrumentos que enformam a intervenção dos vários actores nesta área, sistematizam quais os Eixos Prioritários de Acção, as

metas que se visam atingir, num horizonte temporal de curto/médio prazo, assim como os compromissos que as sustentarão. De fácil leitura e manuseamento, o Diagnós-tico, Plano de Desenvolvimento Social e Plano de Acção encontram-se disponíveis para consulta no Gabinete de Educação e Apoio Social e no sítio oficial da CMCV.

Antevisão do lar de santa Bárbara de Padrões/ são Marcos da Atabueira

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FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 AutArquiA � O Campaniço

Já estão abertas as candidaturas de adesão ao Programa FINICIA – Eixo II, a nova versão do FAME – Fundo de Apoio a Micro e Pequenas Empre-sas, cujo protocolo foi assinado em Fevereiro passado, entre o Município de Castro Verde, a Banca, o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento), a ADRAL (Agência de Desenvolvi-mento Regional do Alentejo, S.A.), LISGARANTE e GRAVAL.

O FAME de Castro Verde visa o apoio a micro-empresas instaladas no concelho, nos sectores da indús-tria, comércio, turismo, construção e serviços e tem um valor de fundo de 500 000 €, contribuindo o Município com 100.000€ (20%) e o Banco com 400 000€ (80%). O financiamento a projectos de investimento através do Fundo é limitado a 45.000€ por projecto. A criação de empresas poderá assim ser apoiada pelo Fundo até 50% das despesas elegíveis, sendo o finan-ciamento do restante investimento assegurado por capitais próprios ou por outros mecanismos de apoio.

O programa promove deste modo

o alargamento da base de acesso a capital e ao crédito, proporcionando às empresas recursos essenciais ao

desenvolvimento da sua actividade numa fase inicial.

O FAME comporta três eixos de intervenção, vocacionados para apoiar projectos de forte conteúdo inova-dor, negócios emergentes de pequena escala e iniciativas empresariais de interesse regional e enquadra-se num instrumento financeiro inovador disponibilizado com o objectivo de promover o investimento produtivo no concelho e a diversidade da acti-vidade económica.

O acesso ao Programa por parte de beneficiários processa-se através da execução de uma candidatura, em formulário próprio, que poderá ser en-tregue em qualquer um dos parceiros FAME, sendo posteriormente aprova-da por unanimidade em comissão de gestão. Os formulários de candidatura já se encontram disponíveis no Gabi-nete de Educação e Apoio Social da Câmara Municipal de Castro Verde ou no sítio do Município em www.cm-castroverde.pt. As candidaturas vão prolongar-se durante um ano, período durante o qual vigorará o respectivo protocolo. l

queStionário

O que pensam os munícipes

Durante o mês de Abril, uma equipa de dez entrevistadores, credenciados pela Câmara Municipal de Castro Verde, vai percorrer as localidades do concelho, levando consigo um questionário por inquérito a aplicar à população.

O objectivo principal desta ini-ciativa, desenvolvida pela Câmara Municipal, é avaliar o grau de satis-fação da comunidade local face aos desempenhos dos órgãos autárqui-cos no concelho de Castro Verde, bem como definir quais as linhas

orientadoras do desenvolvimento sustentável concelhio.

O inquérito destina-se à totali-dade da população com mais de dezoito anos, residente no conce-lho, constituindo esses resultados um elemento crucial no sentido de direccionar a actividade autárquica em conformidade com a opinião dos munícipes.

Os dados recolhidos serão poste-riormente avaliados por uma empresa especializada em consultoria e análise de dados estatísticos. l

Finicia eixo iii

Candidaturas já estão disponíveis

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CASTRO VERDEMOÇÃO

De solidariedade para com os professores

Considerando que:• A educação é um dos pilares essenciais do sistema democrático;• O desenvolvimento de uma comunidade está directamente relacionado

com o nível de escolaridade dos seus cidadãos;• A Carta Educativa do Concelho de Castro Verde, tendo em conta os

pressupostos anteriores, aponta como grandes objectivos o aumento do nível da escolaridade dos Castrenses, a melhoria do sucesso escolar, a redução do abandono escolar e a eliminação do analfabetismo;

• As autarquias locais, enquanto parceiros privilegiados do Conselho Municipal de Educação, não se podem alhear da situação de crise que se vive actualmente no sector e que está a provocar nas escolas um clima de instabilidade lesivo para todos os intervenientes do processo educativo e impeditivo da consecução dos objectivos atrás enunciados;

A Assembleia Municipal de Castro Verde, reunida ordinariamente em 29 de Fevereiro, deliberou, por unanimidade, manifestar a sua solidariedade para com os professores na luta pela dignificação da sua profissão e, consequentemente, pelo sucesso educativo.

Mais deliberou a Assembleia Municipal dar conhecimento da presente Moção ao Senhor Presidente da República, ao Senhor Primeiro Ministro, à Senhora Ministra da Educação, às escolas do concelho, aos Grupos Parlamentares com assento na Assembleia da República, bem como proceder à sua publicação nos Órgãos de Comunicação regionais.

Paços do Município de Castro Verde, 3 de Março de 2008.

A Presidente da Assembleia Municipal-Maria Fernanda Coelho do Espírito Santo -

Beneficiários

O FAME aplica-se à área geográfica do Concelho de Castro Verde e a projectos de investimento nas áreas da indústria, do comércio, do turismo ou dos serviços, promovidos por micro-empresas instaladas no Concelho ou para a instalação de novas empresas no Concelho.Despesas elegíveis: Obras de adaptação, re-modelação e conservação. Equipamento básico. Equipamento específico. Equipamento informático. Equipamento de telecomunicação. Equipamento de higiene e segurança no trabalho. Equipamento para o cumprimento de regras ambientais.

Despesas não elegíveis: Aquisição de terrenos. Aquisição ou construção de edifícios. Aquisição de veículos automóveis. Para mais informações sobre o FAME/FINICIA

– eixo III poderá contactar o Gabinete de Educação e Apoio Social (Tel. 286 320 700 /mail: [email protected]) ou qualquer um dos parceiros envolvidos na iniciativa via Internet, a uma destas páginas: www.bes.pt/ www.lisgrante.pt/ www.adral.pt/ www.iapmei.pt/

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CASTRO VERDEEDITAL

Sessão pública ordinária de 28 de Abril de 2008

Maria Fernanda Coelho do Espírito Santo, Presidente da Assembleia Municipal de Castro Verde:Torna público, de harmonia com as disposições legais aplicáveis, que no próximo dia 28 de Abril de 2008, pelas 21,30 horas, se realizará no Centro Recreativo de Entradas, uma sessão ordinária desta Assembleia Municipal que versará a seguinte ordem de trabalhos:

Período antes da ordem do dia.• Aprovação da acta da sessão anterior.• Expediente.• Outros assuntos de interesse.• Período reservado à intervenção do público.

Ordem do dia1º. - Apreciação e votação do Relatório e Conta de Gerência do Exercício de 2007.2º. - Apreciação do Inventário e Cadastro reportados a 31.12.07.3º. - Plano de Desenvolvimento Social:a )Apreciação do Plano de Desenvolvimento Social para o biénio de 2007/2008.b) Apoio à criação de novas infraestruturas para internamento de idosos - homologação.4º. - Apreciação e votação da 1ª.Revisão ao Orçamento e Grandes Opções do Plano - 2008.5º. - Sistema de Abastecimento de Água e Saneamento em alta:a) - Homologação de protocolo com as Águas de Portugal (Adp).b) - Apreciação e votação do pedido de adesão da Câmara Municipal à AMAGIA- Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão Integral da Água.6º.- Apreciação e votação do pedido de autorização da Câmara Municipal para se associar na Federação dos Bombeiros do Distrito de Beja.7º.- Apreciação e votação do Projecto de Regulamento sobre a Detenção e a Circulação de Cães na via pública no concelho de Castro Verde.8º. - Apreciação e votação do projecto de alteração ao Regulamento de Mercados e Feiras no Município de Castro Verde.9º. - Apreciação e votação do projecto de alteração ao Regulamento e Tabela de Taxas, Licenças e Tarifas Municipais.10º. - Apreciação da informação escrita do Presidente da Câmara (Actividade Municipal)11º. - Outros assuntos de interesse.12º. - Período reservado à intervenção do público.

Paços do Município de Castro Verde, 14 de Abril de 2008

A Presidente da Assembleia Municipal,- Maria Fernanda Coelho do Espírito Santo

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FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 AutArquiA � O Campaniço

SiStema de abaStecimento de água em alta e Saneamento

Solução apontada para breve

A Comissão de Acompanhamento para a constituição da empresa que vai gerir o Sistema de Abastecimento de Água em Alta e Saneamento, reu-niu em Castro Verde, no passado dia 25 de Fevereiro, da qual resultou a criação de um grupo de trabalho que tem vindo a debruçar-se sobre esta questão prioritária. Em discussão tem estado o sistema integrado de captação, tratamento de água para abastecimento público e um sistema de recolha, tratamento e rejeição de águas residuais a implementar. Destes encontros resultou uma solução que implica a criação de uma entidade correspondente a uma associação de empresas, constituída pelas Águas de Portugal (holding do estado), e uma empresa intermunicipal propriedade de uma associação de municípios em constituição para o efeito. O objec-tivo será a prestação de serviços de abastecimento de água e saneamento de águas residuais às autarquias da região.

Na última reunião, realizada no dia

8 de Abril, foi apresentado o pro-tocolo a ser subscrito pela empresa Águas de Portugal e os municípios interessados, cujos termos foram acordados anteriormente, e onde são definidos os princípios da parceria a estabelecer, bem como um calendário a observar no desenvolvimento da mesma, no qual serão desenvolvi-dos todos os estudos necessários. No que se refere ao Município de Castro Verde, a Câmara Municipal aprovou este protocolo em reunião ordinária de 9 de Abril. Na mesma sessão, a Câmara deliberou também por unanimidade solicitar à Assem-bleia Municipal autorização para integrar a AMAGIA - Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão Integral da Água, associa-ção esta que, em princípio, será a entidade detentora da empresa intermunicipal que fará a parceria com as Águas de Portugal.

Da parte dos envolvidos na cons-trução desta solução inovadora, é consensual que esta resolverá de vez

a criação, a construção e a gestão de um sistema de água e saneamento em alta junto de mais de metade dos municípios do Alentejo.

Se todos os municípios que não integram sistemas plurimunicipais vierem a subscrever o protocolo estar-se-á, em breve, perante a constituição de uma nova empresa de capitais públicos, municipais e estatais. Um cenário que, nos próximos seis anos, será responsável pelo investimento em infra-estruturas de água e sane-amento em alta, o qual representará um montante de 250 milhões de euros para servir um universo na ordem dos 300 mil habitantes no Alentejo. De referir ainda que a solução enun-ciada surgiu na sequência das várias abordagens apresentadas durante o colóquio “Que Sistema de Gestão para a Distribuição de Água Alta?” que decorreu em Castro Verde, no dia 17 de Setembro de 2007, bem como da proposta formalizada pela AMALGA às Águas de Portugal, em 4 de Janeiro de 2008. l

EDITAL Nº 13/08LOTEAMENTO URBANO

FERNANDO SOUSA CAEIROS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE CASTRO VERDE.

Torna Público, para cumprimento do disposto no artº 22 do Decreto-Lei nº555/99 de 16 de Dezembro, se encontra em discussão pública o pedido de licenciamento de operação de loteamento em nome de António José Bogarim Laje, residente no Monte Freire, Castro Verde, NIF 135951127, para o prédio rústico, sito na Av. General Humberto Delgado e Herdade da Navarra, freguesia e Concelho de Castro Verde, inscrito, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 209 Secção S e descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Verde com o nº 001943/960701/Castro Verde.O período de discussão pública terá início no oitavo dia a contar da data de publicação do presente Edital no Diário da República 2.ª Série e decorrerá pelo período de 15 dias.Finalidade do pedido: A operação de loteamento incide sobre o prédio supra e apresenta as seguintes características:

a) 46.770 m2 para a constituição de 87 lotes de terreno; b) 24.075 m2 para arruamentos, passeios e estacionamentos; c) 5.655 m2 para zonas verdes; d) 5.775 m2 área de cedência ao Município.

O processo administrativo respectivo, com o nº 1/07, pode ser consultado na Secção Técnica Administrativa, desta Autarquia, durante o horário normal de expediente.

As observações, reclamações ou sugestões que eventualmente os interessados entendam apresentar sobre o referido loteamento deverão ser feitas por escrito e com a identificação completa do seu subscritor em folhas de papel formato A4, contendo os assuntos bem especificados, as quais deverão ser entregues ou remetidas por escrito, sob registo, na Câmara Municipal. Não serão consideradas as reclamações, sugestões, observações apresentadas fora do prazo acima estabelecido.Para constar se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume.Castro Verde, 10 de Abril de 2008

O Presidente,-Fernando Sousa Caeiros-

A Câmara Municipal de Castro Verde deliberou a construção de uma nova Estação de Tratamento de Águas (ETA) junto ao Beringelinho, para abastecer esta localidade e San-ta Bárbara de Padrões, aliviando, deste modo, a ETA da Sete.

A necessidade de construir uma nova ETA resultou dos proble-mas verificados na quantidade de água disponível na ETA da Sete, durante o período de Verão, para abastecimento às localidades de Sete, Santa Bárbara de Padrões, Lombador e Beringelinho, ten-do sido necessário, em alguns anos, o recurso a autotanques dos bombeiros para reforçar o abastecimento.

O tratamento previsto para esta nova ETA será construído por pré-oxidação, filtração e tratamento por membranas de osmose inversa.

Esta obra, adjudicada à empre-

sa Hidromecanelectrica Socieda-de de Equipamentos, representa um investimento de 285.208,23 euros.

Paralelamente, e para fornecer água em quantidade e qualidade às povoações de Viseus, Sorraias e Rolão, a Câmara Municipal pretende, ainda, efectuar uma nova Estação de Tratamento de Águas junto à localidade de Sor-raias, utilizando uma captação já existente, e efectuar uma conduta adutora até às localidades de Vi-seus e Rolão. Deste modo, ficará resolvido o problema da qualidade da água que afecta a localidade de Viseus.

Esta obra já foi adjudicada à empresa Consdep - Engenharia e Construções S.A., no valor de 198.096,00 euros. Ambas as in-tervenções estarão concluídas no final de 2008.

obras

Continua a reunir em Castro Verde o grupo de trabalho que vai criar a empresa gestora de um novo Sistema de Abastecimento de Água em Alta e Saneamento assente numa parceria inovadora.

Beneficiação de balneários desportivos

A Câmara Municipal de Castro Verde procedeu a obras de benefi-ciação nos balneários do Estádio Municipal 25 de Abril. Esta acção, cuja necessidade já se vinha a sentir há algum tempo, fruto da forte ocupação que regista actualmente o complexo desportivo, abrangeu o bloco de balneários e instalações primárias do estádio e representou um investimento na ordem dos 38 000 €. Para além dos trabalhos de manutenção exterior, a maior intervenção foi efectuada ao nível do interior procedendo-se a um novo revestimento das paredes, colocação de tectos falsos, remodelação da rede eléctrica e da canalização de água , bem como da área de sanitários. Foi ainda contemplada a aquisição de algum equipamento, criando um espaço vocacionado para a popu-lação mais jovem que utiliza estas instalações desportivas.

Investimento para melhorar o abastecimento de água

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Como descreve os seus tempos de escola em Castro Verde?

Os tempos de liceu em Castro Ver-de estão cheios de boas recordações e vivências que marcam a vida de qualquer jovem adolescente. No entanto, com a particularidade de vivê-los numa vila do interior, trazem à memória amizade, proximidade e humildade entre jovens.

Sente que estes tempos foram também um incentivo para aquele que é hoje o centro da sua investigação?

Independentemente da minha infância e adolescência vividas em Castro Verde, o que mais contribuiu para a minha carreira profissional foi sem dúvida a vocação para a me-dicina. Talvez o esforço e o empenho aplicados ao longo do meu trajecto profissional possam traduzir a vivência cognitiva, afectiva e comportamental dos jovens alentejanos.

Porque decidiu especializar-se em Pediatria?

Decidi-me pela Pediatria pela nota de jovialidade que acompanha o es-tudo e a dedicação à prática desta especialidade, menos nas situações mais dramáticas. Num breve e senti-do elogio à infância e à adolescência, os meus propósitos inspiram-se nas potencialidades espantosas da criança, por esta viver um presente livre de preconceitos e um vasto manancial de possibilidades.

Dentro do campo da Pediatria, qual é a sua área de estudo?

Nunca negligenciando a minha for-mação como pediatra geral, privilegiei a área dos Cuidados Intensivos (Neo-natais e Pediátricos), perspectivando o meu projecto profissional à prestação de cuidados a estas crianças.

A vivência em tempo real de situa-ções de emergência, em que a capa-cidade de decisão é constantemente posta à prova, bem como o contacto com as diversas técnicas essenciais na área dos cuidados intensivos motivou a minha decisão. Situações clínicas totalmente antagónicas, por um lado, lidando com situações terminais e

com a morte de uma criança (tendo de comunicar aos pais notícias graves), e por outro lado o entusiasmo e a gratidão dos casos bem sucedidos, contribuíram de forma decisiva para o meu crescimento profissional e so-bretudo humano e pessoal.

Como define a pediatria que se pratica actualmente em Portugal? O que mudou nas últimas décadas? Quais os novos desafios?

Actualmente em Portugal a pediatria médica está ao nível de outros países

industrializados. Nas últimas décadas houve um enorme progresso na área da emergência e em particular na redução da mortalidade infantil (e especialmente a neonatal). Hoje é possível sobreviver em Portugal após nascer de 24 semanas de gestação (peso +- 500g) e sem ter quaisquer sequelas. Os novos desafios à pediatria moderna estão na aposta na preven-ção e nos cuidados continuados a crianças com deficiência.

Quais os grandes problemas com

que se debate actualmente a saúde das crianças no nosso país?

Os graves problemas de saúde das crianças portuguesas são consequên-cia do ritmo de vida actual da sua família, nomeadamente a obesida-de, alergias, problemas psicológicos, consumo de substâncias ilícitas e os acidentes (domésticos e rodoviários), que são a principal causa de morte em Portugal.

Na sua perspectiva, é necessário repensar a formação em Pediatria

preparando pediatras para diferentes situações médicas?

Assegurar o conhecimento e a competência ao longo de uma vida profissional é sempre uma questão delicada, sobretudo tendo em conta a expansão velocíssima da ciência e o desenvolvimento da tecnologia. Portanto em todas as áreas, e na pe-diatria também, é necessário fazer adaptações curriculares e profissionais e estar atento à mudança.

As transformações ocorridas na sociedade contribuíram para uma mudança significativa nos hábitos e comportamentos. Se compararmos as crianças de hoje com as crianças de há 30 anos atrás, as diferenças são evidentes. Do que precisam concretamente as crianças de hoje?

As crianças de hoje necessitam sobretudo de ter uma alimentação saudável e equilibrada (evitar a “fast food”) e para minorar problemas futu-ros penso que será importante haver mais diálogo entre pais e filhos.

A maioria das crianças de 8/9 anos revela actualmente comportamentos cada vez mais próximos dos comportamentos clássicos da adolescência. O que

A infância é um momento único e irrepetível na vida de qualquer ser humano. Mas mais do que a beleza que acompanha esta fase da vida, a infância é também um período de grandes dúvidas e incertezas, nomeadamente para os pais.

O pediatra, enquanto especialista que está na primeira linha de prevenção da saúde infantil, revela-se um elemento essencial ao acompanhar o desenvolvimento da criança nos seus primeiros anos de vida. Luís Gonçalves é especializado em pediatria médica e o entrevistado nesta edição de “O Campaniço”, dando seguimento ao ciclo de entrevistas dedicado a castrenses que, ao longo do seu percurso profissional, optaram por determinada área de investigação.

Dentro do universo infantil, fala-nos das crianças de hoje, dos comportamentos e dos problemas que as afectam, mas também da pediatria que se pratica actualmente em Portugal.

SANDRA POLICARPO

O pediatra é fundamental em toda a vida da criança e jovem...

Luís gonçalves

O CampaniçoFEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 entrevistA 6

“... os meus propósitos inspiram-se nas potencialidades espantosas da criança, por esta viver um presente livre de preconceitos e um vasto manancial de possibilidades.”

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O Campaniço

Ao longo dos últimos 17 anos a Quinzena foi construindo a sua personalidade e é actualmente uma iniciativa consolidada e enraizada na comunidade que aposta na valorização humana, uma linha de orientação emergente, indispensável aos novos desafios das sociedades modernas.

As vivências da Quinzena consti-tuem um espaço de aprendizagem, onde as dinâmicas têm reflectido a preocupação de alcançar objecti-vos, como a formação de públicos, o estimular a iniciativa, bem como a participação da comunidade no seu processo de desenvolvimento, para o qual é preciso assegurar a cada in-divíduo os instrumentos necessários para que, com responsabilidade e autonomia, se possa desenvolver cul-turalmente. Por isso, esta iniciativa se reveste de uma cultura plural, que é sinónimo de uma maior riqueza de conteúdos, praticando o princípio da oportunidade, indispensável no processo contínuo de educação dos cidadãos.

A programação que apresenta volta a ter como temática alguns aconteci-mentos que não podemos deixar de evocar: A Revolução do 25 de Abril e o Aniversário da Biblioteca Munici-pal Manuel da Fonseca. Ambas estão intimamente ligadas à democracia cultural. A primeira representa a mais profunda transformação no acesso a uma cultura para todos. A segunda é o exemplo de como a aposta em

equipamentos de cultura fomenta a educação.

Nos pilares de construção da Quin-zena está a descentralização, a qual foi planeada em parceria com as Juntas de Freguesia do concelho, que consideramos interlocutores privilegiados para a concepção da programação. O que vai acontecer é precisamente fruto dessa vontade, respeitando sensibilidades e equa-cionando as condições logísticas ne-cessárias aos acontecimentos. Mas a descentralização não se faz somente ao nível geográfico, ela estende-se ao universo do nosso público, uma vez que etariamente são planeadas acções precisas que visam ir ao encontro das diferentes públicos.

Uma programação participada na qual se procurou envolver diferentes agentes activos da comunidade, o que faz com que a mesma seja um universo de contributos, que vão desde a simples colaboração na or-ganização ao importante papel de proposta de animação, com realce para o movimento associativo e os estabelecimentos de ensino, não fos-sem eles uma das peças importantes da nossa dinâmica.

A pluralidade de iniciativas volta a permitir que se estenda a actividade a diferentes espaços, que vão desde a rua ao espaço técnico do Cine-teatro Municipal, o que representa a abran-gência desta festa, que sendo uma aposta na educação não se despe dessa

alma necessária que é o convívio e a partilha. Comunicam-se diferentes maneiras de estar, diferentes men-sagens, que reforçam a identidade ou alertam para as mais valias de preservar o meio ambiente. Dos pequenos e simples momentos aos grandes acontecimentos que marcam a Quinzena, todos eles têm uma função, não devendo ser analisados à luz do isolamento. Deve-se pois, olhar para esta programação como um todo, onde a diversidade é sinónimo de tolerância por uma cultura com espaço para as diferentes expressões.

Esperamos pois, que a XVIII Quin-zena Cultural volte a protagonizar a festa da cultura, a celebrar a vida no Campo Branco, fortemente conscien-tes que a cultura é uma componente indispensável da LIBERDADE, factor necessário a qualquer processo de desenvolvimento. l

motiva este comportamento precoce e o que se pode fazer perante estes casos cada vez mais vulgares?

Estes comportamentos são con-sequência da evolução da sociedade nos últimos anos, nomeadamente o acesso fácil às novas tecnologias (computadores, televisão e Internet) e à informação divulgada em tempo real de tudo o que se passa no mun-do. Deverá haver uma adaptação das famílias a esta nova realidade e estar atento às crianças e adolescentes (e ao seu grupo de amigos).

Considera importante para o pediatra compatibilizar uma formação sólida nas áreas clássicas com uma multiplicidade de questões novas como a psiquiatria, a pedopsiquiatria, a psicologia?

Para o pediatra como responsável pela evolução harmoniosa da criança e do jovem é de extrema importância estar atento a todas as áreas, esclare-cendo os pais e valorizando as suas preocupações. No entanto é sempre necessária a colaboração com os outros

profissionais (psicólogos, terapeutas, pedopsiquiatras, …)

Como pediatra e pai, que conselho dá às famílias para que as suas crianças possam ter um crescimento e desenvolvimento saudável?

Penso que devemos apostar em três grandes áreas: prevenção de acidentes e promoção da segurança infantil; educação para a saúde (e em particular na alimentação/ nutrição) e abertura / diálogo frutuoso entre pais e filhos, sem que os pais dei-xem de ser prestadores de cuidados / educadores.

A figura do médico tornou-se fundamental nos primeiros anos de vida da criança. Que papel assume concretamente o pediatra no contexto familiar?

O pediatra é fundamental em toda a vida da criança e jovem e não apenas nos primeiros anos de vida. Deve ter um valor inestimável, não só ao dar apoio médico, mas também por poder fornecer uma orientação antecipada

e adequada. Deve ser o elo de ligação entre a criança e a família.

Sendo natural de Castro Verde e, considerando o seu trabalho um estímulo e um exemplo para os jovens do concelho e do país

que queiram seguir esta área, que conselho lhes daria?

O mais importante na vida é se-guir a vocação e tentar concretizar os nossos sonhos. Não desistir no primeiro obstáculo e lutar por aquilo que gostamos. l

CICLO DE ENTREVISTAS

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 entrevistA 7

“Para o pediatra como responsável pela evolução harmoniosa da criança e do jovem é de extrema importância estar atento a todas as áreas, esclarecendo os pais e valorizando as suas preocupações.”

Luís Manuel Albino Costa Gon-çalves é natural da Sete, concelho de Castro Verde. Nasceu em 1970. Tem licenciatura em Medicina, concluída no ano de 1996. É es-pecializado em Pediatria Médica, tendo exercido nos Cuidados Intensivos Neonatais e Pedri-áticos. Participou no trabalho de investigação clínica, no decurso da tese de doutoramento da Dr.ª Ana Margarida Neves, intitulado

“Implicações Imunobiológicas da Infecção por Herpes Vírus em Tumores Malignos Infantis”.

No que respeita à sua acti-vidade clínica, é actualmente responsável pelo “Grupo da Dor” do Serviço de Pediatria, no

Hospital Central de Faro. Desde 2004 que exerce na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos do HCF e foi respon-sável pela formação do Serviço de Pediatria do mesmo. Entre 1998 e 2003, exerceu no Hospital de Santa Maria (Lisboa), no Instituto Português de Oncologia (Lisboa), no Hospital de Sta. Cruz e no Hospital Dona Estefânia. Tem publicados artigos em diversas revistas nacionais e internacio-nais. É membro da Associação Portuguesa de Pediatria, da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI), e da Associação de Pediatria Ambulatória do Sul.

programa disponível na agenda Cultural “especial Quinzena” e em www.cm-castroverde.pt

todas as informações, vendas de bilhetes e ins-crições (para as iniciativas que o necessitam) no posto de informação da Quinzena Cultural – praça da repú-blica, tel. 286 328 148

xviii quinzena cultural Primavera no camPo branco

Cultura PluralNa altura em que encerramos esta edição do Campaniço está prestes a ter início a XVIII Quinzena Cultural Primavera no Campo Branco, que decorrerá entre 19 de Abril e 4 de Maio 2008.

PAULO NASCIMENTO

Cartaz Quinzena

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O Campaniço

Numa altura em que a poluição é tema integrante das preocupações políticas ambientais e se assiste a uma produção desenfreada e acumu-lativa de lixo, torna-se indispensável a existência de centros de recolha e tratamento de resíduos, tanto par-ticulares como empresariais. Nesse sentido, a RESIALENTEJO procura minimizar os efeitos que o material residual provoca no ambiente, criando centros de depósitos residuais, como é o caso do Ecocentro das Piçarras, cujo regulamento de utilização , onde são definidos os procedimentos de utilização e exploração foi aprovado recentemente.

De acordo com este regulamento, quanto à natureza e quantidade dos

resíduos, são admissíveis todos os materiais provenientes da separação na origem transportados pelos uti-lizadores, previamente esvaziados do seu conteúdo, caso se tratem de embalagens. A entrega dos mate-riais pode ser feita a granel ou em formas de acondicionamento dos resíduos (fardos, rolos, etc.). Não são, porém, aceites materiais cujo conteúdo apresente substâncias pe-rigosas. Os materiais a aceitar serão de origem eminentemente doméstica, podendo ainda ser aceites materiais resultantes de actividade municipal ou de actividades de comércio, serviços e indústria.

Todos os materiais estarão sujeitos a pesagem à entrada do EC, sendo re-

gistados os valores de cada entrega.Os utilizadores admitidos serão

responsabilizados pela tipologia dos materiais transportados, devendo garantir que somente os materiais admitidos serão depositados no EC. De forma a atestar a conformidade

da carga, a RESIALENTEJO encon-tra-se no direito de proceder à veri-ficação da mesma. Nesse sentido, o utilizador deverá proporcionar aos responsáveis pela inspecção as con-dições adequadas à sua verificação. Sempre que se constate a presença

de resíduos perigosos nas cargas a entregar, estas serão imediatamente rejeitadas, podendo, ainda, ser alvo de sanções.

Para mais informações, o regulamen-to encontra-se disponível no sítio da autarquia (cm-castroverde.pt.). l

ecocentro daS PiçarraS

Aprovado regulamento de utilização

A gestão dos resíduos é uma questão substancial no domínio ambiental que passa pelo controlo e monitorização das operações de recolha, triagem, armazenamento e valorização. A Resialentejo – Tratamento e Va-lorização de Resíduos opera neste campo, sendo responsável pela gestão dos resíduos na área da AMALGA. Agora que foi apresentado o seu re-latório referente aos quantitativos de resíduos produzidos no ano de 2007, concluímos que o concelho de Castro Verde continua a aumentar os seus níveis de reciclagem, o que permitiu uma diminuição da quan-tidade de resíduos indiferenciados depositados em aterro, o que mesmo assim atinge as 3 110,4 toneladas. Foram recicladas 228, 4 toneladas de resíduos (em 2006 o total foi de 198, 9 toneladas), divididas pelos seguintes materiais: vidro 115, 6 ton, papel 72,8 ton e plástico 40,0 ton. Feitas as contas concluímos que temos uma capitação de 30 Kg por

habitante (em 2002 esse valor era de 7,1 Kg /habitante).

Castro Verde está entre os con-celhos da zona de intervenção da AMALGA (Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão do Am-biente) onde a separação de resíduos para reciclagem é mais elevada, fruto de ter sido um dos primeiros, por iniciativa individual, a investir na reciclagem. No entanto, os desafios continuam e o objectivo é fazer mais e melhor, uma orientação de todos os municípios que revelou melhores resultados globais.

O relatório apresentado pela Resialentejo relativamente aos quantitativos de resíduos geridos pela empresa no ano de 2007, reve-la um crescimento global de 10,9% ao nível da recolha de resíduos de embalagem nos municípios asso-ciados, comparativamente ao ano de 2006, demonstrando que a se-paração e tratamento do lixo se está a tornar um hábito comum entre

a população. A título de exemplo, em 2007, as embalagens de plásti-co/metal recolhidas registaram um crescimento de 30,9%, seguidas das embalagens de papel/cartão, com 14,0%. As embalagens de vidro, em contrapartida, assinalaram um cres-cimento de apenas 4,3%.

O ano de 2007 denotou também um crescimento de 16,4% na quan-tidade de pneus usados entregues nas instalações da Resialentejo. Uma mais-valia, uma vez que a reciclagem de pneus usados presume a introdu-

ção desses produtos na produção de novos materiais. Uma das utilizações mais promissoras da borracha re-ciclada, já praticada há décadas em vários países europeus e nos EUA, é em misturas betuminosas para pavimentação de estradas, quer em camadas de desgaste quer em camadas inferiores.

Contrariamente, o fluxo dos Re-síduos de Equipamento Eléctrico e Electrónico (REE) registou um de-créscimo de entrega na ordem dos 36,1%. No que respeita à recolha

de pilhas usadas verificou-se um crescimento de 36%.

Em termos globais, em 2007 en-caminharam-se para valorização cerca de 3.286,8ton de resíduos de embalagem via Sociedade Pon-to Verde (SPV), representando um incremento de 22,4% em relação a 2006. Relativamente ao depósito em aterro, confinaram-se no aterro intermunicipal da Resialentejo cer-ca de 47.869,5ton, representando um acréscimo de 3% em relação a 2006. l

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 Ambiente 8

Ecocentro das Piçarras

reSíduoS SólidoS

Recolha aumentou em 2007O concelho de Castro Verde voltou a apresentar um aumento na quantidade de resíduos reciclados e uma diminuição no depósito de resíduos indiferenciados em aterro, um objectivo pelo qual é preciso continuar a trabalhar.

Aspectos da reciclagem em Castro Verde

A Resialentejo – Tratamento e Valorização de Resí-duos, EIM é uma empresa intermunicipal (empresa pública) criada pela AMALGA em Maio de 2004 e desde Junho desse ano que é responsável pelo Sistema de Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) do Baixo Alentejo.

A Resialentejo dá destino final aos resíduos indife-renciados (resíduos que não são separados) provenien-tes da recolha municipal e dos materiais recicláveis

depositados nos ecopontos/ecocentros e da recolha municipal dos concelhos de Almodôvar, Barrancos, Beja, Castro Verde, Mértola, Moura, Ourique e Serpa, que no total corresponde a uma área geográfica de 6.650 Km2 e cerca de 101.600 habitantes. Nos con-celhos de Beja, Barrancos, Castro Verde, Mértola e Serpa a empresa dispõe ainda de 5 Ecocentros e 4 Estações de Transferência, e uma rede de 335 ecopontos distribuídos pelos 8 concelhos.

Materiais admissíveis: Resíduos de papel/cartão // Resíduos de embalagens de vidro // Resíduos de embalagens de plástico // Resíduos de embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL) // Resíduos de embalagens de metal // Resíduos de equipamento eléctrico e electrónico // Madeiras e paletes // Pilhas e baterias // Pneus usados // Óleos Alimentares usados

// Óleos usados // Lâmpadas fluorescentes // Monstros domésticos.tarifas: Os monstros domésticos encontram-se sujeitos à tarifa de deposição em Aterro em vigor. Os demais materiais estão isentos de tarifa de deposição. Horário: 2ª a 6ª feira, 07h30-13h00 / 14h00-15h00. Sábados, 08h00-13h00. Encerrado domingos e feriados.

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O CampaniçoFEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 Ambiente 9

Distribuição de árvores nas escolas

caStro verde + verde

Câmara Municipal distribuiu 9 889 árvores

Castro Verde é um município onde as preocupações ambientais estão na primeira fila das prioridades da gestão autárquica. Nas últimas duas décadas criou-se um concelho mais verde, com mais jardins e com mais zonas arborizadas, numa propor-ção verde/edificado muito acima da média nacional. Uma realidade que não se resume, exclusivamente, ao trabalho efectuado pelas autarquias locais, sendo também fruto de um investimento muito grande dos mu-nícipes do mesmo. A opção de que os novos loteamentos de construção unifamiliar previssem a existência de logradouros, de acordo com a tradição herdada do legado medi-terrâneo, permitiu que os habitantes dessas moradias contribuíssem de

uma forma exponencial para trans-formar este concelho numa terra mais verde e mais saudável.

No seguimento desta preocupa-ção ambiental, e com o objectivo de alargar ainda mais a mancha arbori-zada do concelho, e contribuir para um desenvolvimento sustentável, a Câmara Municipal de Castro Verde reeditou a iniciativa “Castro Verde + Verde”. Plantar o equivalente a pelo menos uma árvore por cada casa, nesta Primavera, foi o grande desafio da iniciativa, que se realizou durante a segunda quinzena do mês de Março.

A entrega das árvores efectuou-se porta a porta, contando com a colaboração das Juntas de Fregue-sia do concelho. Paralelamente, a

campanha actuou junto dos alunos do Ensino Pré-Escolar e do 1º Ciclo do Ensino Básico, com a oferta de materiais promocionais e a possi-bilidade de, com a autorização do Encarregado de Educação e dos Pro-fessores, solicitarem árvores para ser entregues no domicílio ou na respectiva Escola.

Durante o período em que a ini-ciativa esteve em vigor, foram dis-tribuídas à população do concelho um total de 9 889 árvores e arbustos, sendo os números por espécie os seguintes: Laranjeiras, 2 770; Amei-xeiras, 2 420; Amendoeiras, 1 452; Oliveiras, 1 390; Diospireiros, 910; Groselheiras, 450; Amoreiras, 325; Framboezeiras, 160; Castanheiros, 10; Alfarrobeiras, 2. l

Árvore, um bem vital

A árvore é um elemento natural importante da nossa paisagem, que contribui para a melhoria da qualida-de do ar, influenciando a temperatura e a humidade relativa através das trocas gasosas que se realizam com a atmosfera. Ao libertar oxigénio e ao consumir dióxido de carbono (CO2), constitui-se como um dos principais “sumidouros” deste gás poluente, que re-sulta em boa parte da queima de combustíveis fósseis e seus derivados (petróleo, carvão, gasóleo, gasolina, etc.), sendo um dos principais gases que provocam o efeito de estufa.

As árvores têm a função de amenizar a temperatura ambiente e ajudar à infiltração da água no solo e à con-sequente estabilização dos lençóis freáticos. Ao intersec-

tarem com a sua copa a água da chuva, impedem que esta caia directamente no solo, minimizando a erosão (perda de solo), e permitindo manter a fertilidade.

O coberto vegetal, com todos os seus estratos (arbó-reo, arbustivo e herbáceo), tem a função de minorar as consequências das condições climáticas desfavoráveis, como são as chuvas torrenciais e os ventos fortes. Onde existe coberto vegetal, existe menos erosão e mais eficaz é a conservação do solo e da água.

Actualmente, o conceito de desenvolvimento susten-tável, considera que devemos manter a integridade dos sistemas biofísicos, preservando-os para as gerações vindouras, de forma a que estas possam utilizar os recursos naturais existentes.

O Governo alargou a Zona de Protecção Especial (ZPE) de Castro Verde para compensar o facto da Auto-estrada do Sul (A2) atravessar esta zona protegida. O diploma (Decreto-lei nº6/2008, de 28 de Fevereiro, DR nº4, Série I), foi aprovado uma semana após a Comissão Europeia ter decidido enviar uma “advertên-cia final” a Portugal para alterar as medidas negativas que afectaram a ZPE de Castro Verde. O executivo comunitário preparava-se para pedir a aplicação de uma sanção pecuniária ao Governo português se este não desse cumprimento, den-tro de dois meses, às sentenças de 2006 do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJCE) por violação de normas ambien-tais aplicáveis às ZPE.

O respectivo decreto-lei vem pro-ceder a “ajustamentos técnicos” das áreas abrangidas à luz dos conheci-

mentos científicos, agora, disponíveis” e dos critérios fixados nas directivas Aves e Habitats, explica a resolução

do Conselho de Ministros.O alargamento inclui 6.420 no-

vos hectares (ha), distribuídos pelas zonas de Almeirim (2.034 ha) e de Lombador / Figueirinha (4.386 ha), segundo dados facultados pelo Mi-nistério do Ambiente. Desta forma, o Governo concretiza as conclusões do parecer da Comissão de Avaliação do processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) do projecto da A2 e do acórdão do TJCE. Há a salientar o facto de que os danos ocorridos na sequência da construção da A2 se verificaram nos concelhos vizi-nhos, a norte, tendo estranhamen-te a “compensação” ocorrido no de Castro Verde.

O caso foi apresentado a tribunal pela Comissão Europeia, na sequên-cia de uma queixa das associações

ambientalistas Liga para a Protecção da Natureza (LPN), Quercus e Gru-po de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (Geota).

Conforme noticiamos em edi-ção anterior de “O Campaniço” adi-cionalmente, foi criada através do decreto-lei nº59/2008, de 27 de Março, a ZPE das Piçarras, abran-gendo território dos concelhos de Castro Verde, Ourique e Almodôvar, num total de 2 827 hectares. O Ins-tituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade argumenta que se trata de um habitat em risco de fragmentação devido ao aumento de florestações recentes de pinheiro manso na área circundante, e que se tal acontecer colocará em perigo espécies de avifauna consideradas em via de extinção. l

Mais Zona de Protecção EspecialMelhorar a protecção às aves estepárias através da salvaguarda do seu habitat é o objectivo do alargamento da ZPE de Castro Verde e o do surgimento da nova ZPE das Piçarras. O alargamento surge na sequência do incumprimento da Directiva Aves e Habitats por parte de Portugal.

A reedição da iniciativa “Castro Verde + Verde” revelou-se um êxito. A Câmara Municipal distribuiu árvores por todo o Concelho, ao mesmo tempo que promoveu uma acção de sensibilização ambiental junto das escolas.

ANTÓNIO FOLGADO

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O Campaniço

Joaquim Brito VazGERALDOS

Gostava de andarpor essas charnecas todas

Eu cá não sou Linhas, sou Joa-quim Brito Vaz. Chamam-nos Li-nhas porque havia um tio do meu pai que vendia linhas e quando morreu ficaram os sobrinhos como os Li-nhas e agora chamam-nos a todos da família Linhas.

Se chegar ao dia de Natal faço 83 anos. Andei 30 anos com gado, sempre com ovelhas. Ainda me me-teram a vaqueiro mas não gostei e aguentei lá só três dias. O meu pai foi pastor e eu fui criado com as ovelhas, depois estive aí muito tempo sem andar com o gado e quando o meu pai morreu fiquei no lugar dele.

Naquele tempo havia rebanhos muito grandes, com mais de mil cabe-ças. Eu cheguei a ir para a charneca, ao pé de Milfontes, São Luís, Cercal, Porto Côvo, corria isso tudo com os rebanhos. Um ano levei para lá 505 ovelhas. Nesse tempo não estava nada aramado e levavamos 15 dias da chegar. Passada a feira de Castro abalávamos e andávamos por fora até aos princípios do Natal. Os animais tapavam-se todos de carraços no Inverno e não podíamos lá andar.

Duas pessoas chegavam para levar o rebanho. Na volta para cá era quando as ovelhas iam deitando borregos pelo caminho.

A gente tinha que saber de tudo um pouco para tratar dos animais. Eu tirei muitas experiências pelo dr. Chico Alegre, mas não podia dizer as coisas à frente dele, senão ele irritava-se, apanhei-lhe as malhas todas. Ainda há 15 dias vieram-me aqui buscar para ir tirar os chibos a uma cabra. Eu fui e tirei os chibos. Se fosse o veterinário mamava 10 ou 12 contos ao dono e eu não levei nada. Ali, na dos Prazeres, onde estive 8 anos, houve uma ovelha que deitou a madre para fora. Eu metia-a para dentro. Foi lá a dra. Rita, estava eu com este estrafego, diz-me ela: “Ti Jaquim” é mais uma que eu não sabia, já aprendi essa também.

Nessa altura era tudo complicado na vida dos pastores. As pessoas agora dizem: foi moiral toda a vida. Fui moiral, mas trabalhei. Houve aí muita gente que não soube o que era serem moirais, apesar de andarem com o gado. Às vezes corria-nos água por baixo do corpo, outras vezes tinhamos lenha, mas não tinhamos água para fazer umas sopas no ca-minho, era tudo assim.

Eu penei muito com as ovelhas. Andávamos mal agasalhados. Quando chovia dormíamos com os fatos de oleado vestidos. Tra-zíamos o que tínhamos em cima dum burro, que andava sempre no meio do gado. A comida também era pouca: uma açorda ou umas sopas de toucinho. A gente não podia fazer jantares. Às vezes era só o pão seco.

Gostava era de patrões que não tivessem pastagem para andar por aí por essas charnecas todas. Eu gostava muito da pinga e de me divertir. Andava mais em liber-dade, roubando pastagem a um e a outro. Só comprávamos pas-tagens pequeninas, porque eram as que tinham comida, as grandes

andavam raspadas. Nunca andei por minha conta,

andei sempre por conta dos lavra-dores. Estive à do dr. Juíz, estive também na Pereira uns oito anos, que era do sogro do Ti José de Brito e andei ainda por várias partes.

Com tanto que penei já não me lembro de muitas coisas. Na altura, tinha o meu polvilhal, mas nesse tempo davam pouco gado, agora é que o gado dos pastores é tanto como o do patrão. Um moiral agora ganha para aí 150 ou 200 ovelhas de polvilhal, dantes eram 45 ou 50. Era a tabela.

Era eu também que as ordenhava. Comecei a penar com isso tinha 12 ou 13 anos. O meu pai, coitado, é que tinha a maior parte do trabalho. A vida estava assim. Comecei a andar nessa má vida em moço com sete anos, ali nos Gregórios do Anjo. Foi lá que eu me fui desmamar. Ganhava cinco tostões por dia guardando três ou quatro éguas que tinham lá. Ao fim de quatro meses diz o lavrador Chico Brito, que era o avô do dr. Camacho, “sr. António temos que fazer para aí o preço ao rapaz!”. Responde o meu pai: “dê-lhe o preço que você quiser”. Em quatro meses deu-me 60 escudos. Um belo dinheiro, 15 mil réis por mês e o comer. Mas tinha que ser assim.

Sempre gostei de cantar. Ainda ontem cantei. Quando andava com o gado fartava-me de cantar. Era por isso que gostava de andar por aí fora. Quando o gado já estava na malhada, metia-me nas tabernas e vá de cantar. O que eu queria era a moda. Aqui nos Namorados cheguei a levar noites inteiras. Chegaram a levar-me à malhada. Eu era muito influenciado em cantar.

Agora já não há moirais. Agora há enxotas, só servem para enxotar o gado. Está tudo vedado e o gado nem se aproxima dos arames. É por isso que já não há moirais. Nem os arranjavam se fizessem falta.

Elisiário Martins A-DO-CORVO

Cheguei a andarseis meses por fora

Tenho 84 anos. Toda a vida lidei com o gado. Foi quase uma vida inteira. Comecei muito miudinho. Foi com a prática e com o sofrimento por esse mundo fora que eu apren-di. Comecei a guardar cabras com 10 anos, ali na Camacha, descalço, ganhando 15 escudos por mês. A D. Assunção deu-me umas botas do filho, mas as botas ficavam-me apertadas e eu andava com elas pre-sas às costas, todo o dia correndo atrás das cabras. Não eram muitas, eram para aí umas 20 cabras e eu dominava aquilo bem. Como já disse, ganhava 15 escudos por mês. Com esse dinheiro a minha mãe mandou-me fazer umas botas pelo mestre Artur, da Graça. As botas custaram 35 escudos. Trabalhei dois meses e tal para as botas. Quando foi ao fim desse tempo já elas precisavam de ser arranjadas. Assim era a vida.

Depois comecei a andar de ajuda de moiral das ovelhas. Isso durou muitos anos. O ajuda era o aprendiz, o que ajudava o moiral. Nessa altura abalávamos daqui com os rebanhos para a serra. Em vindo o tempo do

montado, os lavradores metiam lá os porcos e a gente andava por fora desde Outubro até ao fim de Dezem-bro, Janeiro. Arrancávamos daqui, íamos direito à Senhora da Cola, São Martinho, Sabóia e corríamos aquelas charnecas para lá de Ode-mira, mais junto ao mar. Era uma vida dura, sempre com os rebanhos, a pé, por esses caminhos. Não me esqueço duma noite em que fomos dormir a um sítio que é o Moinho da Adega. Choveu toda a noite, a roupa era pouca, a gente só levava uma mantinha para nos enrolarmos nela e fui-me acolher ao moinho, o moleiro abriu-me a porta e eu fiquei lá dormindo. Só que no outro dia ninguém sabia de mim, os outros moirais andavam à minha pergunta e eu lá dentro do moinho.

Aguentei aquilo uns anitos e de-pois vim aqui para o Pereiro já como alfeireiro, que era o moiral de gado já parido, o alfeire. Aqui já ganhava 30 ovelhas de polvilhal, meia arroba de lã, uma borrega ganhada e quatro jeiras de alqueve. Mas eu não tinha ovelhas minhas. O patrão é que me as dava de meias, como era ele que as escolhia, dava-me as mais ruins, as que não criavam. Aí aguentei até ir para a tropa, em 1945. Esse ano foi tão ruim que não criámos borrego nenhum. Eu ganhava 50 escudos por ano, mas não acabei o ano, e ele só me deu metade do dinheiro. A minha sorte foi ter muita malta conhecida. Uns davam-me 25 tos-tões, outros um tanto e lá arranjei 50 ou 60 escudos para ir para a tro-pa. Estive lá 20 e tal meses e foi aí que me dediquei a ver se aprendia umas letrinhas. Eu não sabia nada, nunca cheguei a andar à escola e lá em Cascais consegui aprender alguma coisita.

Quando volto meto-me outra vez a moiral. Tinha então um polvilhal meu de 40 ovelhas e as coisas começa-ram a correr melhor, já tirava algum rendimentozito e as ovelhas já eram melhores. Ganhávamos também o

Um documentário recente, pre-miado em vários festivais in-ternacionais, intitula-se “Ainda há pastores” e segue a rota

dos pastores da Serra da Estrela. Nós seguimos a rota dos antigos moirais de ovelhas dos campos de Castro Verde, os antigos campos de Ourique, para onde vinham os grandes rebanhos da zona da Serra da Estrela para aqui passarem os meses de Inverno, e chegámos à conclusão que, se existem, são bem poucos. As propriedades aramadas parqueiam o gado e os pastores de hoje pouco têm a ver com os moirais de antigamente. Ainda há quarenta, cinquenta anos, era prática habitual os grandes rebanhos da zona de Castro Verde deslocarem-se, entre a feira de Outubro e o fim de Dezembro, para o

litoral, para a zona de charneca. Sa-bóia, São Luís, Milfontes, Cercal, Porto Côvo, Santo André eram pontos de um itinerário que os moirais – como preferem ser chamados – conheceram em profundidade. As viagens duravam semanas, sempre em conflito com os donos das terras que atravessavam até ao destino final: as pastagens mais abundantes, na altura, junto ao litoral, enquanto que em Castro Verde elas apareciam mais tardiamente.

Durante meses a fio muitos não vinham a casa. Levavam a copa em cima de um burro, dormiam ao re-lento enrolados apenas numa manta ou, mais tarde, tapados por plásticos. Comiam sopas de toucinho e de poejo, no Inverno. Vinagradas no Verão.

Quando pernoitavam junto a al-

gum sítio onde houvesse uma taber-na deitavam o gado e iam procurar dois dedos de conversa e um golo de tinto. O vinho escorria e aquecia as vozes que se perdiam em modas e em desgarradas pela noite dentro. Eram quase os únicos momentos de descontração de uma vida dura, vi-vida ao ritmo das estações, em ple-na natureza, debaixo de sol e chuva, por caminhos trilhados ao longo de gerações.“Foi um verdadeiro penar” disseram,

unânimes, a “O Campaniço”, Elisiá-rio Martins, Joaquim Brito Vaz e José Guerreiro da Palma, todos antigos moirais de ovelhas e todos residentes no concelho de Castro Verde.

Durante várias horas desfiaram recordações em voz alta, quase em

discurso directo; emocionaram-se; riram-se; contaram histórias há muito esquecidas.

Todos eles reconhecem que hoje já não há moirais. Ou, pelo menos, que os pastores de hoje (alguns de moto 4 e quase todos sem terem que levar o gado por esses campos fora) muito pouco têm a ver com os moirais de antigamente.

Deles fala o imaginário popular presente nas modas alentejanas que fazem do pastor uma referência quase permanente. Deles fala a tradição oral, multiplicada em muitas histórias que os têm como protagonistas. Deles falam, nesta edição de “O Campani-ço”, eles próprios, na primeira pessoa do singular. Sem intermediários de qualquer espécie.

CARLOS JúLIO

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 DestAque 10

Já não há moirais como dantes

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O Campaniço

avio que era quilo e meio de toucinho, litro e meio de azeite, cinco litros de feijão e cinquenta quilos de farinha e lá nos íamos desenrascando.

Quando andávamos longe de casa só comíamos umas sopinhas, uma açorda, derretia-se um bocadinho de toucinho e faziam-se umas sopinhas de poejo apanhado no campo.

Mais tarde tive ainda vários patrões, um deles era da minha família, mas coitado, tinha pouca força, tínhamos que andar sempre em pastagens compradas e então abalava daqui pelo São Pedro e ía para Alfundão. Levávamos para aí oito dias a chegar lá e depois no fim do Verão íamos para Santo André. Íamos por Santa Margarida, São Francisco, Canal Caveira, por aí fora, as pastagens eram sempre boas e trazíamos sempre de lá borregadas que eram um luxo. Só voltávamos pelo Natal. Cheguei a andar seis me-ses por fora. Trazíamos connosco duas burras carregadas com a copa, fazíamos a comida à noite e outras vezes ao meio dia fazia-se alguma coisa também.

Moças havia poucas, quando an-dávamos por fora. Uma vez abalei de Sines, ao pé do Porto Côvo, a pé,

para vir a um baile aqui ao monte. Estávamos em Janeiro, saí de manhã cedo e quando estava o sol posto já estava ao pé da mina do Ferragudo. Nesse tempo já vinha ver aí a que seria minha mulher.

Foi uma vida dura. No princípio andava sempre de pelica e safões, só mais tarde é que apareceram os plásticos. Dormíamos com aquilo, todos vestidos, enrolados na pelica e nos safões, a manta por cima, e pronto, sempre ao relento. Às vezes estavam noites inteiras a chover e a gente só tapados com a mantinha. Nos últimos anos já nos tapávamos com os plásticos e fazíamos uma espécie de barraca para nos pormos lá dentro.

Mais tarde estive à do sr. Horá-cio, em Castro, e foi um patrãozito muito bom que eu ali apanhei. Era um homem com quem se trabalhava à vontade.

A minha história é das maiores porque fui um dos moirais que briguei mais por fora. Outros não saíram aqui da zona, mas eu andei muito tempo por fora. Por Sines, Santo André, Cercal, Odemira, São Teotónio, corri isso tudo com um rebanho de ovelhas adiante. Para

ver se as defendia. Íamos andando por aí fora, pastagens só compráva-mos, às vezes, quando chegávamos ao nosso destino. Até lá chegarmos íamos sempre a direito, não havia vedações, mas às vezes apanháva-mos aí guerreia com os couteiros e chegava a haver porrada.

Os cães, sobretudo os cães-ma-caco, eram a nossa sorte. Para mim eram os melhores para comandar o gado. Os rafeiros alentejanos eram bons, mas eram para a bicharada, para a defesa do gado. Eu criei sem-pre rafeiros, trazia-os no meio das ovelhas e era difícil que um bicho lhes chegasse. Um dia estávamos numa pastagem em Sines e diz-me lá um homenzito: o último que teve aqui o gado quase não levou um borrego, por causa das zorras, mas quando viu o rafeiro que eu levava disse: assim não, as zorras não lhe tocam no gado.

Como corríamos isso tudo já conhecíamos todos os sítios e eu tinha aí pontos bons. Em Santa Margarida do Sado íamos à Ata-laia do Guizo, estava lá um tasco, dormíamos sempre aí ao pé. Em São Franscisco há um sítio chamado a Perna Aberta, também ficávamos

sempre por lá.Toda a vida gostei das ovelhas,

mas só conhecia aquelas que fa-zia falta conhecer. Muitos dizem que conhecem todas as ovelhas. É mentira. Eu só conhecia as que precisava de conhecer, as que tinham problemas ou que não queriam os borregos. Essas é que a gente precisa de conhecer. Os perídos mais dificeis eram quando elas estavam a parir, mas não só. No Verão também era muito custoso tirar água para lhes dar de beber. Tirávamos água com baldes, não havia motores. Quinhentas ovelhas bebem quinhentos baldes de água. É muito trabalhoso. Às vezes os que estavam cá fora diziam que os pas-tores levavam o tempo deitados, no Verão. Era, era. Em sendo alguém que não soubesse amanhar-se logo de manhã a encher os baldes de água antes delas chegarem já não dava conta do recado. De noite também era trabalhoso. Há uma época em que o gado abala de noite, aí pelas 11 horas, 11 e meia, quando se deitam cedo, para irem comer. Nesse tempo não havia redes nem nada e quando estávamos perto das searas nem dormir conseguíamos, que elas o

que queriam era ir comer.Na noite do tremor de terra de

1969 estava ali no Monte Velho, mesmo a dormir ao pé do trigo e elas à solta para o outro lado. Às tantas ouço aquela barulheira toda, os chocalhos todos a tocarem e eu pensei para mim que já elas estavam a correr para o trigo. Levanto-me e elas andavam todas à roda, em círculo, atrás umas das outras. Per-gunto-me: o que é que elas têm. Lá lhes dei vaia e elas ficaram paradas um bocadinho, mas foi só por pouco, lá começaram outra vez a andar, até sentir o barulho e a terra a tremer. Donde estava avistava-se a vila de Castro e as luzes da vila apagaram-se quando a terra tremeu. Pensei: olha, lá anda tudo de reboleta, aquilo deve ter caído tudo.

Hoje já não há pastores como antigamente. Isso que andam aí são só borracheiros, contam fine-zas na taberna, apanham grandes bebedeiras e às vezes os patrões têm é que olhar pelo gado e por eles. Não são pastores nem nada. His-tórias de moirais e de ovelhas há muitas, mas que histórias hão-de eles contar?

(continua)

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 DestAque 11

Já não há moirais como dantes

José guerreiro Palma

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O Campaniço

Faz agora precisamente 100 anos. Talvez por isso, e apenas por isso, valha a pena olhar para os dados que estão no “Livro de Recenseamento das crianças na idade escolar”, do sexo masculino, da freguesia de Castro Verde. O Padre João António das Dores Alho era, então, o Presiden-te da Comissão de Recenseamento Escolar. Disponibilizado pelo Pa-dre Eduardo Osório, da Paróquia de Castro Verde, este documento encontra-se incompleto, pois não tem os dados referentes aos alunos do sexo feminino. No entanto, não deixa de ser elucidativo para a com-preensão de um período histórico de grandes mudanças sociais, culturais e políticas.

O Decreto-lei 8 de 24 de Dezembro de 1901, e regulamentado a 19 de Se-tembro do ano seguinte, é o primeiro grande documento reformador do ensino primário. É assinado pelo re-generador Hintze Ribeiro, enquanto Presidente do Conselho de Ministros. Como efeito mais significativo con-ta-se a obrigatoriedade do ensino a todas as crianças de “um e outro sexo” desde os seis aos doze anos de idade, exceptuando-se essa obrigatoriedade às “crianças que residirem a mais de 2 kilometros de distância de alguma escola gratuita, publica ou particular, permanente ou temporária”.

Esse decreto cria então instrumen-

tos de recenseamento, como é o caso do Modelo A, que nos chega agora às mãos, onde se inscrevem os alunos que frequentam o ensino primário a 4 de Agosto de 1908. Com 33,4 cm de largura e 45 cm de altura, o Livro tem 14 páginas, onde aparecem ins-critos os seguintes campos: nome da criança, naturalidade, filiação, dia do nascimento, emprego do encarregado de educação, nome e apelido, domi-cílio e distância a que se encontra da escola mais próxima e se esta é pública ou particular.

Nesta pequena notícia, e dado o estado incompleto do documento, não procuramos efectuar qualquer tipo de análise mais exaustiva. Apenas procuramos deixar alguns dados que nos parecem interessantes enquanto

contributo para um melhor conheci-mento da história da educação neste concelho.

Na freguesia de Castro Verde esta-vam então inscritos 232 alunos, do sexo masculino. Desses, 32 tinham nascido no ano de 1897, 47 em 1898, 30 em 1899, 25 em 1900, 57 em 1901 e 41 em 1902.

Os seus nomes não eram muito variados, mas a imaginação abundava e há-os para todos os gostos. O nome mais utilizado era o José, 46 crianças. Os Manuel eram 40 e Antónios havia 35. Franciscos tinha a freguesia 20 e por Jachinto chamavam-se 18 me-ninos. Joaquim, 15 nomes e João 8. Depois, temos… Carlos, Custódio e Virgílio; 2 Sebastião, Álvaro, Amaro, Eduardo e Ignacio. Com 1 indivíduo

os restantes nomes, até completar os 232: Amadeu, Alfredo, Antero, Adriano, Augusto, Artur, Bernardino, Baltazar, Cândido, Cesário, Daniel, Deolindo, Diogo, Felizardo, Frederico, Gonçalo, Hygino, Horácio, Júlio, Luís, Marcos, Raphael, Rogério, Rozendo, Silvestre, Theodolindo e Vítor.

A naturalidade de cada um deles, também era muito diversa. E nem todos os meninos eram da freguesia. No entanto, de Castro Verde eram 83 das crianças recenseadas do sexo masculino. Geraldos com 20 alunos, Piçarras com 15 e Aivados com 10, seguem-se na larga listagem que regista 55 localidades distintas e tão diversas como Namorados, 8, Louzeira, 5, Monte Serro, 3, Serpa e S. Miguel, 2, Neves da Graça, Tavira, Lisboa ou Gregórios, com 1.

Da mesma forma, a residência era ela também muito dispersa. E aqui, importa salientar este aspecto, dada a estrutura polinucleada da lógica de ocupação do território nesta re-gião no início do século XX, não se assistindo à actual concentração das gentes nos maiores núcleos urbanos. Dos 213 registos de residência, em Castro Verde encontramos 86 crian-ças, nos Geraldos, 21, nos Aivados 16 e nas Piçarras 15. Almeirim com 10 crianças e Namorados, com 7, se-guem-se na lista. Uma relação de 42 localidades e montes isolados dão

uma imagem espantosa de vida nestas planuras campaniças. Pedra Branca, Calcinotes, Monte Freire, Mourão, Perdigoa, Horta Nova, Funcheira (!), Gregórios, Chaminé… Uma realidade bem distinta da actual.

Menos diversa é a relação das pro-fissões dos encarregados de educa-ção destes alunos do sexo masculino, do ensino primário da freguesia de Castro Verde. Com 132 registos, a profissão de jornaleiro era a mais frequente nesta listagem onde apa-recem 211 entradas. Seguem-se os lavradores, 17, seareiros, 16 e maioral com 13. Moleiros eram 6, sapatei-ros 5 e proprietários 3. Alvanel ou pedreiro eram 2, o mesmo número para os carpinteiros, comerciantes e albardeiros. Depois, com um re-gisto, temos as seguintes profissões de pais com filhos em idade escolar obrigatória: funileiro, guarda-fis-cal, abegão, serralheiro, ferrador, empregado, hortelão, guarda-fios, taberneiro e… tenente.

É esta a leitura rápida de um documento que pode representar, efectivamente, um importante contri-buto para a história da educação do nosso concelho. É necessário agora dar corpo à sua contextualização e complementaridade documental para entender melhor a evolução demográfica destas terras do Campo Branco. l

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 DestAque 12

José Guerreiro daPalma CASTRO VERDE

A volta porSabóia e pela Zambujeira era muito custosa

O meu nome é José Guerreiro da Palma. Faço 75 anos em Junho. Cha-mavam-me Zé da Serra, porque fui criado na Serra, para lá de Almo-dôvar, em Santa Clara- a -Nova. Fui pastor, lavrei, limpei árvores, fiz de tudo um pouco. A vida era assim. Fui criado com os meus pais e eu era o mais velho dos filhos. Quando tinha sete anos fui logo guardar porcos e trabalhar para as ovelhas. Havia lá

disso tudo. Depois, fui para a aceifa, os outros iam crescendo e iam para o gado e eu para o trabalho. Quando fiz a primeira sementeira com um macho tinha 13 anos. Andei na aceifa, mas depois o meu pai ensinou-me a limpar. Era limpador de árvores, umas vezes para o meu pai, outras vezes para fora.

Quando casei tinha uma manchi-nha de ovelhas, mas eram poucas.Vendi as poucas que tinha e meti-me com uns bezerros, mas aquilo não me dava nada. Decidi vendê-los e meter-me com o gado do princípio ao fim. Concertei-me então com um patrão, mas ele tinha quase a mesma falta de ajuda que eu tinha. Tinha muitas ovelhas de meias com outras pessoas. Depois fui para outro pa-trão, que era o Catita de Beja, mas que tinha pastagens aqui ao pé de São Marcos da Atabueira. Andei por aqui, e depois fui para ao pé de Beja, para o mesmo patrão. Corríamos isso tudo, até Serpa, onde fazíamos a ordenha. A gente começava sem-pre a ordenha à volta do dia 15 de Março. Num ano andava ali com as paridas todas, chovia muito e as ribeiras iam todas cheias, fui aqui por Mértola, depois como quem vai para a Mina de São Domingos, depois torci para o lado esquerdo, pelo Guizo e por Vale dos Mortos e saímos a um sítio que é a Vindilha e chegámos a Santa Iria , onde ele tinha uma propriedade. Chegámos e o patrão tinha lá outro rebanho,

juntámo-las umas com as outras. O comprador dos borregos foi buscá-los como estava combinado e no outro dia começámos a ordenha. O roupeiro já lá estava para come-çar a fazer queijos. Era assim que as coisas se passavam. Mas eu não ia todos os anos à ordenha. Ia ano sim, ano não.

Nessa altura já tinha cento e tal ovelhas minhas. Todos os anos dei-xava 20 e tal borregas para mim e já tinha comprado outras em Entradas, decidi então andar por conta própria. Nesse ano comprei uma pastagem ali ao pé de Entradas. Um dia de Agosto andava lá, já à noitinha, vejo vir uma camioneta por ali a fora. Pergunta-me o homem se eu é que era o Zé da Serra. Eu disse que era eu mesmo. E ele pergunta-me se eu não me queria concertar. Eu disse-lhe que já tinha mais de cem ovelhas e ele respondeu-me que me arranjava um patrão que aceitava as ovelhas de meias. Eu respondi que não metia as minhas ovelhas em qualquer banda, não conhecia as pessoas e que tinha andado por aí esboroando torrões com o lombo, dormindo mal aqui e além para as ter e não queria que elas levassem fim. Respondeu-me que o patrão era um homem muito cuidadoso e que me levava a ver as pastagens dele, que tinha uns bons prados. Lá acertámos a coisa e ele teve lá as minhas ovelhas durante três anos a meias.

O mais chato nesta vida de pastor era andar fora. As ovelhas ficavam aí à amanadia, à solta no campo. As noites eram o pior. Um fulano tinha que estar alerta para elas não abalarem e não irem fazer mal às coisas das pessoas. Dormíamos ao ar livre. Se havia mato fazíamos uma cama de mato, se não havia era em cima do pasto ou mesmo num rego, para ali estendidos. A comida era sempre feita por nós. Umas sopas no Inverno e, no Verão, era quase sempre uma salada, uma vinagrada, que era mais rápido. Apanhávamos no campo os poejos para as sopas, mas levavamos de casa os tomates, os pepinos, as cebolas, o azeite, isso tudo. Às vezes passávamos perto de hortas e a família lá vendia uns tomates à gente.

Chegávamos a andar um mês ou dois meses sem vir a casa. Um ano na zona de Montes Velhos, no perímetro do tomate, andei lá dois meses. Nessa altura ganhávamos as comedorias, comprava-se pouca coisa, mas, às vezes, a mulher ia-me lá levar o farnel. Quando elas estavam na afilhação, a terem as crias, nem sequer pensava em sair de lá. Não se podia.

As ovelhas foram o gado de que sempre gostei mais. O outro gado não, nunca puxei por isso. Às vezes lá guardava também uns porcos ou umas cabras. Vacas aborrece-ram-me sempre. Com as ovelhas andei sempre até há cinco anos

atrás, quando as vendi. Mas nessa altura tinha já 400.

Agora, com as pastagens vedadas, os rebanhos são maiores . Há menos moirais. Dantes havia mais rebanhos e mais ovelhas, mas também havia muitos rebanhos pequenos com 200 ou 300 ovelhas. Agora já ninguém quer guardar ovelhas.

O gado aprende a dar as voltas que a gente quer que ele dê, quando não querem os cães obrigam-nas e quando isso não acontece damos-lhes vaia, damos-lhe um assobio - quando eu sabia assobiar, que agora já não assobio porque já não tenho os dentes de cima - e o gado vira.

Acima dos moirais havia o raba-dão que era o mestre dos moirais. Se o patrão havia de dar as ordens à gente dava ele. “Hoje vais para aqui, em tal dia vais para ali”. Como ele era o rabadão, escolhia para onde ia e mandava a gente para onde ele não queria ir.

Antigamente íamos com o gado para a charneca, para os lados de Sabóia, da Zambujeira do Mar. Era uma volta muito custosa, muito tra-balhosa, porque é muito dobrada, e deixámos de ir para lá e come-çámos a ir para a zona do Cercal, que é mais descansada. Depois, agora no fim, deixámo-nos disso e começámos a ir no Verão aqui para os barros de Beja e depois vinhamos para aqui. Já não saí-amos tanto para fora. l

FregueSia de caStro verde - ano de 1908

Os meninos da nossa escola MIGUEL REGO

(continuação)

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O Campaniço

A evocação do regicida Alfredo Luís da Costa, promovida pela Câmara Municipal de Castro

Verde, no âmbito das comemorações do Centenário da República (2008-2010), gerou genericamente alguma polémica. Em particular, por algumas incompreensões de mau gosto, des-contextualizadas da especificidade histórica e geográfica em que aconte-ceram. Acima de tudo, desprovidas de sentido, dada a carga pedagógica que efectivamente se deu ao conjunto de iniciativas que tiveram lugar durante quase um mês.

De uma forma clara, importa re-assumir que o que principalmente se pretendeu com esta evocação foi despoletar a discussão em torno do

“regicídio” e perceber em que contexto social, cultural e histórico este ocorreu. Sem mais. A ele esteve ligado um conterrâneo que pouca gente conhe-cia. Um homem nascido em Casével. Justificava-se, como tal, promover a realização de um trabalho sobre o

“regicida invisível”, encomendado ao jornalista Paulo Barriga, e que trou-xe, duma forma clara e escorreita, o conhecimento mínimo exigível para compreender o actor, mas também o seu espaço político e social em que se moveu, retirando toda a esconsa carga mítica que logram personagens como Alfredo Luís da Costa, acima de tudo quando a verdade histórica é corroída por interpretações assentes em preconceitos anacrónicos e leituras ofuscadas em juízos ideológicos.

No entanto, havia um pressuposto que se pretendia despoletar. Conhecer melhor a nossa história e retirar toda a carga emocional que carregava toda a comunidade de Casével quando se tocava neste assunto.

O discurso da senhora Presiden-te da Junta de Freguesia de Casével, Fernanda Felício, foi bem significa-tivo quando salientou este aspecto durante a apresentação do livro na vila de Casével. Agora é mais fácil lidar com a memória e desdramatizar o peso negativo a que a comunidade esteve ligada durante um cento de anos. Finalmente, o Regicídio e Al-fredo Luís da Costa entraram, sem sombra de dúvida, para as prateleiras da História. E a esse respeito, importa salientar o papel que esta evocação cumpriu para aprofundar o conhe-cimento da História do concelho de Castro Verde.

As reacções não se fizeram esperar e, prova significativa disso mesmo, é o episódio que nos traz a Doutora Teresa Jorge, nascida em Lisboa, mas com raízes em Casével. O seu trisavô, António Jorge, comerciante e homem de cabedais, era familiar de Alfredo Luís da Costa e com ele lidou de muito perto, ajudando-o, inclusive, financei-ramente. A dívida nunca foi saldada na totalidade. Mas o documento do empréstimo, agora trazido à luz do

dia, mostra-nos mais um pouco do regicida. Neste caso particular, a sua letra e a sua assinatura.

Este é um interessante contribu-to para conhecer um pouco mais da história de Casével, das raízes repu-blicanas de alguns dos seus filhos e de um dos seus personagens, António Jorge, a propósito de Alfredo Luís da Costa, no ano do centenário do Regicídio.

António Jorge, umrepublicano de Casével

Mas que se sabe então sobre este homem? António Jorge, segundo o assento de baptismo, nasceu em Casével, a 3 de Setembro de 1849, tendo-lhe sido administrado os santos óleos na igreja matriz da mesma vila. Era filho de Custódio José, natural de Santa Bárbara de Padrões e de Maria Isabel Jorge, natural de Casével. Neto paterno de Rafael José natural do Rosário e de Anna Angélica, natural de Santa Bárbara de Padrões, e neto materno de Francisco Jorge, natural de Casével e de Mariana Bárbara, natural de Messejana.

Residiu toda a sua vida na vila de Casével, onde se tornou num rico, poderoso e conhecido comer-ciante da região, no virar do século XIX. Negociava em cereais, solas e cabedais e emprestava dinheiro a juro. Amante convicto da causa

republicana, não pode deixar de satisfazer em 1 de Julho de 1904, a solicitação do seu primo e amigo Alfredo Luís da Costa, o empréstimo de 30.000 Reis. Quantia pedida no mais absoluto sigilo a rogo da cau-sa Republicana que serviria para financiar a sua viagem aos Açores

– Angra do Heroísmo. Como era seu hábito foi então lavra-

do o respectivo documento de dívida que assinado pelo próprio punho do Regicida, documento religiosa-mente preservado, tendo resistido em perfeito estado de conservação até aos nossos dias, em virtude de se tratar de um documento de re-levância histórica.

Acima de tudo porque, mais tarde, foi reconhecido que a dita viagem do primo e amigo se revelou de grande importância para a causa, pois Al-fredo Luís da Costa conseguiu um brilhante feito, do qual resultou a fundação do prestigiado jornal “A União Comercial” que exaltava os valores republicanos em defesa

dos empregados do comércio dos Açores.

Ao contrário do que se acredita, ainda hoje existe muita família do lado materno de Alfredo Luís da Cos-ta. Seu primo e meu trisavô António Jorge, era filho de Maria Isabel Jorge, nascida em Casével e baptizada a 21 de Setembro de 1832, sendo esta irmã do avô materno de Alfredo Luís da Costa, de seu nome João Jorge, também nado em Casével e baptizado a 1 de Fevereiro de 1835. Era filho de Francisco Jorge, natural de Casé-vel e de Mariana Barbara, natural de Messejana. Em suma, Alfredo Luís da Costa é primo em segundo grau de António Jorge, tendo sua mãe, Maria da Soledade nascido a 23 de Setembro de 1862, em Casével, e sido baptizada a 7 de Outubro de 1862 pelo presbítero António Ximenes Vasques, como se pode comprovar através do assento de baptismo nº 19 desse mesmo ano.

Família de fortes convicções re-publicanas, todos os quatro filhos

de António Jorge abraçaram a causa. Mas seria do seu primeiro matrimónio, com Genoveva Maria que nasceria Silvestre José Jorge, vereador da Câmara Municipal de Castro Verde, que viria a ser talvez o mais intimo do Costa, constando, inclusivamen-te, que lhe terá dado as primeiras lições de manuseamento e tiro com armas de fogo, no quintal da fábrica da moagem de Casével, onde habitu-almente se “afinavam os alvos” das armas de caça, outra das tradições da família, apenas para familiares e amigos muito íntimos.

Do segundo matrimónio de António Jorge, com Catarina da Conceição Colaço, a 28 de Dezembro de 1821, realizado na igreja paroquial de Santa Bárbara de Padrões nasceram ainda os outros 3 filhos: António Jorge, Manuel Jorge e José Jorge, incondicionais apoiantes da República.

António Jorge viria a falecer aos 73 anos, no dia 17 de Dezembro do ano de 1922, na Rua da Estalagem, em Casével. l

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 efemériDe 13

Manuel Jorge (ao centro) filho de António Jorge, que cedo abraçou os ideais republicanos

memóriaS do rePublicaniSmo em caSével

António Jorge e o Regicida Costa

Declaração de dívida de Alfredo Luís da Costa e carimbo do seu credor António Jorge

TERESA JORGE MIGUEL REGO

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O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 CulturA 1�

Castro Verde é terra de cante. Em relação a esta afirmação não há

dúvidas, os testemunhos da história recente cantam todos os argumentos. Se antes do 25 de Abril o cante habitava de forma espontânea o quotidiano, o trabalho e os momentos de lazer e confraternização, depois da revolução, e perante as transformações do mundo rural, os cantores e as instituições desenvolveram a formalidade dos grupos corais.

Actualmente existem no concelho de Castro Verde 8 grupos corais, repartidos pelas várias freguesias, onde homens, mulheres e crianças se reúnem todas as semanas para cantar um dos traços mais importantes da nossa cultura. Neste universo, merecem especial atenção “Os Carapinhas” de Castro Verde, grupo coral e etnográfico infantil dinamizado pela Cortiçol, que após um período de interregno voltou à actividade, continuando assim, a desenvolver um trabalho importante na sensibilização e na aprendizagem dos mais novos. Neste foto destaque, vamos recuar no tempo e encontrar o cante de outras crianças e jovens.

Ano de 1977, na afamada zona das Areias, surgiu o Grupo Coral Juventude Castrense. A rapaziada abundava, e a ocupação dos tempos livres era outra, mais vocacionada para as vivências comunitárias, onde a rua era o espaço privilegiado

da brincadeira. Vários colaboradores organizaram o grupo que durante cinco anos cantou modas do nosso cancioneiro. Os ensaios aconteciam no quintal do Sr. Manuel Mira, poeta das Areias. Era aí que a juventude sobre a direcção do ensaiador Álvaro Mira, definia repertório e afinava as vozes. Para além das actuações no Alentejo, o grupo actuou várias vezes noutras regiões, com destaque para Lisboa, onde visitou a Casa do Alentejo.

No início do Verão de 1978, as Areias dinamizam um projecto específico para festejar os Santos Populares: uma marcha de S. João. Os elementos eram alguns do Grupo Coral Juventude Castrense a que se juntaram outros jovens. Como os ensaios precisavam de espaço, e a garagem do Manuel Mira não era suficiente, a marcha serviu-se do largo ao pé da oficina dos “Costas”. Depois de tudo preparado, balões, fardas e cantoria, com as raparigas a vestirem-se de rapazes porque eles neste projecto eram poucos, a marcha lá percorreu as ruas da vila durante a tarde e teve o seu momento alto na actuação do baile de S. João, no Largo das Areias, onde o Grupo Musical Zaranza se encarregou da animação até às tantas. Na memória, temperada pelo cheiro dos mastros e o encanto

dos “Sumóis”, lá ficou a marcha “O Mangerico Verdinho”, feita por um poeta da terra.Esperamos que estas fotografias tragam boas recordações a esta juventude.

O Mangerico VerdinhoMetido em vasos vermelhosDesprende dele um cheirinhoQue dá mocidade aos Velhos.

Na Noite de S. João Andei na roda a dançarMas queimou-se o meu balãoCom o fogo do teu olhar.

FotodeStaque

EDITAL Nº11/2008

FERNANDO SOUSA CAEIROS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE CASTRO VERDE.

Torna público, que esta Câmara em sua reunião realizada no dia 26 do corrente mês, aprovou nos termos do artigo 27º do Decreto-Lei nº 555/99 de 16 de Dezembro, com as posteriores alterações, o aditamento ao alvará de loteamento nº 2/85, requerente Manuel Diogo Colaço, casado, contribuinte fiscal nº 139 342 672, residente na Avenida Zeca Afonso nº 10 em Santa Bárbara de Padrões, Concelho de Castro Verde, através do qual são autorizadas alterações que constam da junção do lote 3 ao lote nº 2, ficando assim o lote 2 com uma área de 600 m2, número máximo de pisos r/chão, área máxima de implantação 420 m2 e área máxima de construção 420 m2.

O lote em causa sito na Avenida Zeca Afonso em Santa Bárbara de Padrões, em espaço urbano existente abrangido pelo Plano Director Municipal do Concelho de Castro Verde, em área consolidada.

Não têm qualquer incidência nos restantes parâmetros urbanísticos e mantêm-se o anterior aprovado no processo de loteamento urbano nº 2/85.

Para constar se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume.Castro Verde, vinte e sete dias do mês de Março de dois mil e oito

O Presidente- Fernando Sousa Caeiros -

EDITALPUBLICIDADE DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

EXERCíCIO DE 2007

Fernando Sousa Caeiros, Presidente da Câmara Municipal de Castro Verde:Faz público, em cumprimento do disposto no artigo 4º. do Decreto - Lei nº.54-A/99, de 22 de Fevereiro, que os documentos de Prestação de Contas relativos ao Exercício que findou em 31 de Dezembro de 2007, aprovados por esta Câmara Municipal em reunião realizada no dia 9 de Abril de 2008, estão patentes ao público nos correspondentes Serviços Municipais, para consulta, durante as horas normais de expediente.

Os elementos essenciais dos aludidos documentos podem igualmente ser consultados na página do Município na Internet no seguinte endereço: www.cm-castroverde.pt.

A Prestação de Contas em causa será objecto de apreciação pela Assembleia Municipal, no próximo dia 28 de corrente mês.Para constar se publica o presente edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do estilo.

Paços do Município de Castro Verde, 9 de Abril de 2008.

O Presidente- Fernando Sousa Caeiros -

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O CampaniçoFEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 CulturA 1�

carnaval em caStro verde

Cor, movimento e muita animação Foi ao ritmo das diferentes sonoridades e em ambiente de festa e confraternização que decorreu a 7.ª edição do Entrudanças. A iniciativa prolongou-se durante quatro dias coincidindo uma vez mais com a tão aguardada prova Peddy Paper dos Entrouxos. O Carnaval das Escolas foi outra das iniciativas que assinalou o Carnaval em Castro Verde.

Entrudanças 2008: Dançarem tempo de Carnaval

Três dias de cor, movimento e confraternização. Oficinas varia-das, workshops e muita gente de fora que veio para bailar. Na séti-ma edição do Entrudanças, a dança voltou a ser o fio condutor e o êxito vivido em anos anteriores repetiu-se. Entradas viu-se inundada de foras-teiros que ali assentaram com uma única finalidade: dançar ao ritmo das diferentes sonoridades, num ambiente pautado pelo convívio e camaradagem.

A cultura alentejana, parte inte-grante da identidade do festival, e o envolvimento da comunidade local, voltou a ser uma das fortes compo-nentes do programa. Ensinou-se a cantar à alentejana, tocou-se campa-niça, e mostrou-se artesanato feito por gente da terra. Nestes dias, a Casa da Leda revelou-se um espaço essencial para o dinamizar de um conjunto de actividades, com destaque para as oficinas de máscaras e lã, e para o espaço criança, público ao qual a Biblioteca Municipal Manuel da Fon-seca voltou a dedicar especial atenção. Além das oficinas, o festival foi ainda animado por vários bailes com os grupos Banda Forrozada, Galandum Galundaina, Tanira, Trio Lam e Banda Filarmónica 1º de Janeiro.

Este ano foi ainda dinamizado o projecto “Alendajando: Escolas no Entrudanças 2008”, do qual resul-tou uma apresentação mulimédia conjunta onde foram encenadas lendas do concelho e a gravação de um documentário em formato de três curtas-metragens, que pretende agora dar o seu contributo ao nível da preservação da tradição oral, mas

também vincar-se como um teste-munho que é parte integrante da identidade e história do concelho. O projecto envolveu as EB1 de Entradas, Casével e S. Marcos da Atabueira e assentou na recuperação de lendas tradicionais destas freguesias, como sejam a lenda da Batalha de Ourique, lenda da Cabeça de S. Fabião e lenda das Moscas.

O festival, organizado pela Associa-ção PédeXumbo, em parceria com a Câmara Municipal de Castro Verde, Junta de Freguesia de Entradas e com a colaboração de várias entidades concelhias, tem o seu núcleo nas músicas tradicionais e oficinas de danças e, nos últimos tempos, tem vindo a assumir-se como um espaço cultural alternativo para celebrar o Carnaval.

XI Peddy Paper dos Entrouxos

Foi frente ao Cine-Teatro Munici-

pal, na noite que antecedeu o dia de Carnaval, que teve início a 11ª edição do Peddy Paper dos Entrouxos, uma das provas mais aguardadas em época de se brincar o Entrudo. O público, esse, também não arredou pé e se-guiu de perto o desenrolar de toda a peripécia.

Depois da chegada do CSI – Cas-trense Service Investigation e da PSL (Polícia de Segurança Local) construiu-se um cenário onde não faltou o bar clandestino, o baile animado pelo artista da terra e a entrada triunfal dos “zabeleiros” nas suas respeitadas motorizadas.

Contra os bailes, o ruído, e a favor do encerramento dos bares às 18h00 insurgiu-se o Exército da Purificação numa manifestação onde se fizeram ouvir os demais protestos. Com a entrada em acção da “ASAI” encer-rou-se o bar, o baile, e retomou-se a normalidade na via pública… Tudo, para dar início à prova e testar, uma vez mais, a audácia dos corajosos participantes nas várias prestações impostas ao longo do percurso.

Na Praça da República, dois exu-berantes insufláveis fizeram as de-lícias dos participantes e, não só! O público presente juntou-se à festa já animada pelo baile que saiu do Cine-Teatro para a Praça, prolongando a animação até às tantas.

Os entrouxos, sempre originais e bem dispostos, voltaram a colorir as ruas de Castro Verde na noite de 4 de Fevereiro, e mostraram o seu espírito aventureiro em mais de duas horas de prova pelas ruas da vila.

Carnaval das Escolas

No último dia de aulas, o desfi-le/concurso de Carnaval saiu à rua

espalhando a folia característica desta época. Vestidos a rigor e so-bre diferentes temáticas, crianças e jovens desfilaram pelas principais ruas da vila.

A iniciativa, como vem sendo habitual, foi organizada pela Jun-ta de Freguesia de Castro Verde e envolveu as crianças que frequen-

tam o 1º Ciclo do Ensino Básico e o Ensino Pré-Primário de Castro Verde, estendendo-se também ao Jardim de Infância do Lar Jacinto Faleiro. Mais uma vez o trabalho realizado nas salas de aula revelou-se muito criativo e coloriu a tarde com a alegria da comunidade escolar. Para o ano há mais! l

A XVII Grande Gala Interna-cional do Acordeão, apresentada anualmente em Loulé, abriu este ano no Cine-Teatro Municipal de Castro Verde, no passado dia 22 de Fevereiro.

Espectáculo de grande versatili-dade, nele foram exibidas diferentes abordagens do acordeão, conseguidas pelas actuações de vários acordeonis-tas nacionais e europeus de renome, entre eles, o italiano Pietro Adraga-na, que ostenta o título de campeão

do mundo, João Barradas, Mário Gato, Coronel, Rodrigo Maurício, Teresa Maurício e Tino Costa, que já conquistou algumas importantes distinções, nomeadamente o Prémio de Consagração de Carreira por 40 anos de actividade. Francisco Sabóia, um dos grandes impulsionadores do acordeão por terras algarvias, também marcou presença neste festival já com história.

Durante o espectáculo foram inter-pretadas sonoridades de diferentes

culturas, com destaque para peças de compositores como Astor Piazzola, Eric Bouvelle, João Barra Bexiga, Eugénia Lima, André Verchuren e Emile Prud’homme.

O evento, que prestou homenagem a este instrumento de fortes tradi-ções populares, foi organizado pela Associação Grupo Rodas do Relógio, com o apoio da Câmara Municipal de Castro Verde, e encheu a sala do Cine-Teatro Municipal. l

XVII Gala do Acordeão Castro Verde recebeu a XVII Gala do Acordeão, festival que se repete todos os anos, e no qual estiveram presentes artistas de renome mundial.

Imagens Peddy Paper

gala do acordeão

Entrudanças

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O Campaniço

agricultura e jardinagemAbril

Em Abril mondar, sachar, os campos semeados no mês anterior, e rega matutina. Plantar espargos e morangueiros. Semear milho e plantar batata nas terras mais secas e, no final do mês, nas terras mais fundas. Na Horta semear no Crescente, em local definitivo, abóboras, alfaces, batata, beterraba, brócolos, cenoura, couves, fava, feijão, melão, melancia, nabo, pimento, rabanete, salsa, etc. Em viveiro, semear morangueiros, cebola, pepino e tomate. Na 2ª parte do mês, semear feijão temporão. No Jardim semear estrelas do Egipto, girassóis e malmequeres e colher as flores dos lilases, margaridas, etc. Gado: higiene das vacas; separar os vitelos das mães. Tosquia das ovelhas no Minguante.

Fases da Lua

Lua Nova > 6 de Abril Quarto Crescente > 12 de Abril Lua Cheia > 20 AbrilQuarto Minguante > 28 de AbrilLua Nova > 5 de MaioQuarto Crescente > 12 de MaioLua Cheia > 20 de MaioQuarto Minguante > 28 de Maio

Informações do Borda d’Água

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 lAZer&utiliDADes 16

saúdePrimavera, a estação das alergiasCom a chegada da Primavera, chega também a época das alergias. De ano para ano, o número de pessoas a sofrer desta doença aumenta consideravelmente e, a par das flores e das andorinhas, vêm os espirros e as tossidelas.

É do conhecimento geral, que a chegada da Primavera coincide com a época do ano em que se dá o pico da polinização, ou seja, altura em que a concentração de pólen no ar se encontra mais elevada.

Os pólenes das plantas são todos os anos responsáveis por um elevado número de alergias, registando uma maior incidência na época primaveril.

Segundo a Sociedade Portugue-sa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), cerca de 11 por cento das crianças entre os 6 e os 14 anos, e cinco por cento dos adultos sofrem de asma. Embora a polinose (doença alérgica estacio-nal resultante da sensibilização a pólenes alergizantes, denominada genericamente por febre do feno) não evolua para problemas res-piratórios de maior relevância, o pólen existente no ar vai provocar alterações na qualidade de vida destas pessoas, que já padecem de um problema respiratório.

As condições meteorológicas são determinantes na quantida-de de pólen existente no ar. Nos dias em que se verifica uma maior

precipitação ou neblina, não exis-tem condições favoráveis para a concentração. Por outro lado, em dias quentes e secos, há uma maior probabilidade de libertação de pólen, a qual acresce se associada a dias ventosos.

No Alentejo, as principais

responsáveis pela libertação de pólen são as azinheiras, as ervas parietárias, as azedas, as gramí-neas e os plátanos. Para saber se nos encontramos numa época de maior ou menor concentração de pólen no ar e quais as árvores ou plantas que registam uma maior

libertação de pólen na altura em questão, deve consultar regular-mente o Boletim Polínico da Região, disponível através do endereço electrónico www.spaic.pt.

Os sintomas da polinose são mais frequentes durante a puber-dade, sendo que por volta dos 35 anos, o aparecimento deste tipo de alergia é muito raro, salvo algumas excepções, nomeadamente, em pessoas que mudam frequente-mente de ambiente.

Assim que a pessoa se deparar com os sintomas clássicos, deve dirigir-se ao médico para que lhe seja diagnosticado o tipo de alergia, e procurar, posteriormente, um especialista em imunoalergologia para lhe recomendar o tratamento mais eficaz.

De entre os fármacos mais uti-lizados fazem parte os anti-infla-matórios, os anti-histamínicos e as vacinas anti-alérgicas.

Apesar de incómodos e irritantes, os efeitos das alergias podem ser atenuados mediante um diagnós-tico atempado, de forma a melho-rar a qualidade de vida dos que comportam essa doença.

Como prevenirl Evitar praticar desportos ao ar livre, caminhar em grandes espaços relvados ou cortar relva.l Manter as janelas fechadas, principalmente de manhã e ao final do dia, altura em que as concentrações de pólen são mais elevadas,

e em dias de muito vento, quentes e secos.l usar filtros de partículas nos carros e viajar com as janelas fechadas; os motociclistas devem viajar com capacete integral.l usar óculos escuros fora de casa, para diminuir o impacto do pólen nos olhos.l tomar a medicação prescrita pelo médico, preferencialmente umas semanas antes da chegada da Primavera.

Os Sintomasl Rinite alérgica: nariz tapado, comichão, espirros e pingo no nariz logo que o alergénio levado pelo ar entra no nariz.l Conjuntivite alérgica: inchaço, vermelhidão e comichão nos olhos.l Asma: tosse, falta de ar, chiadeira no peito, que surge subitamente.l Dermatite atópica: vermelhidão, comichão e descamação de pele.l sinusite e otite média: apesar de por si não serem doenças alérgicas, com muita frequência associam-se e complicam a renite. É uma inflamação aguda ou crónica das cavidades em volta do nariz, atrás das maçãs do rosto ou nos ouvidos.

cabeça de borrego aSSadaPara 1 pessoa

1 Cabeça de borrego partida no sentido do comprimento, com miolos e língua 1 Colher de banhaSumo de 1 limão2 Dentes de alhoSal e pimenta

Esfrega-se a cabeça com uma papa feita com os alhos pisados, sal, pimenta e banha.

Salpica-se com sumo de li-mão. Vai a assar no forno do pão em tabuleiro de folha, regando com o próprio molho, de vez em quando.

cabidelaPara 12 pessoas

1 Galinha1 Copinho de vinagre1 Cebola1 Colher de sopa de banhaSal e pimenta

Aproveita-se o sangue da galinha, juntando um copinho de vinagre para não coalhar imediatamente.

Parte-se a galinha aos bocados e guisa-se num refogado feito com a cebola às rodelas fininhas e banha. Tempera-se com sal e pimenta, tapa-se e deixa-se cozinhar em lume brando até a carne estar cozida. Se for preciso acrescentam-se pinguinhas de água. Junta-se o sangue. Serve-se com pão frito.

arroz docePara 6 pessoas

Põe-se o leite a ferver com um pau de caneca e uma casca de limão, muito fininha. Coze-se o arroz, sem lavar, em 2dl de água com uma pitadinha de sal. Junta-se o leite a ferver e deixa-se cozer durante cerca de 20 mi-nutos, sem parar de mexer com uma colher de pau. Junta-se o açúcar e deixa-se ferver até dis-solver completamente. Deita-se num prato de serviço, deixa-se arrefecer e enfeita-se com canela em pó, fazendo desenhos.

SoPa douradaPara 6 pessoas

11 ovos0,5 kg de açúcar2 dl de água100 g de miolo de pão100 g de amêndoas1 colher de sopa de manteigaCanela em pó

Corta-se o miolo de pão em cubinhos e frita-se em manteiga. Faz-se uma calda com o açúcar e a água, em ponto fio, junta-se ao pão frito e deixa-se ferver, me-xendo sempre. Depois de quase frio, juntam-se as amêndoas peladas e moídas e as gemas de ovos, passadas pelo passador.

Volta ao lume até engrossar, não parando de mexer.

Deita-se o doce num prato de serviço e polvilha-se com canela, na hora de servir.

Receitas retiradas do livro“Cozinha Tradicional do Alentejo” de Maria Antónia Goes

Receitas

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O CampaniçoFEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 Desporto 17

No passado dia 19 de Janeiro, Castro Verde foi palco da Final Distrital de Salto em Altura em Sala. No torneio, realizado no Pavilhão Gimnodesportivo de Castro Verde, participaram 51 atletas, em representação dos seguintes clubes: JD Neves, Bair-

ro Conceição, SRD Entradense, NAR Messejana, Zona Azul e Beja Atlético Clube.

Filipa Rosa e António Vilhe-na, representantes da Sociedade Recreativa e Desportiva Entra-dense, sagraram-se vencedores individuais nas categorias Infantis

Femininos e Iniciados Masculinos, respectivamente.

Quanto à classificação colectiva, a Juventude Desportiva das Neves (Beja) deteve o primeiro lugar com um total de 12,20 metros. A SDR Entradense ficou-se pelo terceiro lugar, somando 6,35 metros.

O Núcleo de BTT da Sociedade 1º de Janeiro – o mais antigo grupo de BTT do Baixo Alentejo – vai organizar um passeio de BTT que terá como cenário os campos de Castro Verde, dia 4 de Maio, com concentração às 8h00, no Parque da Liberdade.

O passeio insere-se no modelo 2 em 1, ou seja, irá integrar uma primeira parte de 30 km, com percurso guiado, rolante, com ritmo de andamento moderado e, uma segunda parte de 15 km, em andamento livre, com o percurso sinalizado, dificuldade média alta e com descidas técnicas em “singletracks” (ou veredas).

Este modelo de passeio permite, inicialmente, uma maior confraternização entre os participantes e, no final, com andamento livre, permite andamentos mais rápidos

e com mais adrenalina para os participantes. Depois dos primeiros 30 km, para além do percurso livre, haverá ainda uma alternativa de percurso guiado até ao fim, com mais 7 km em piso rolante para os participantes menos “afoitos”.

O ponto alto deste Passeio BTT será o cerro de S. Pedro das Cabeças que, para além de uma vista panorâmica sobre a planície alentejana, terá uma descida técnica em veredas, entre chaparros e zambujeiros, até à Ribeira de Cobres.

As inscrições serão limitadas aos primeiros 200 participantes a formalizarem a inscrição, através da página www.bttcastroverde.com.sapo.pt, ou tel. 964061641, onde podem também obter todas as informações.l

Os Jogos Concelhios arrancaram no passado mês de Março, inseridos no programa Actividade Com’Vida. A Cerimónia de Abertura aconteceu na Praça da República, em Castro Verde e introduziu uma das iniciativas mais aguardadas pelos desportis-tas do concelho, que durante cinco meses podem contar com dezenas de modalidades, convívio e boa dis-posição. A abertura do programa, na qual compareceram um grande número de pessoas, contou com vá-rias actividades entre as quais os insufláveis, que fizeram a alegria dos mais jovens, uma demonstração de spinning e por fim uma pequena aula de aeróbica como forma de introdução à caminhada de cerca de 6,5 quilómetros que se seguiu. Tudo isto acompanhado por muita música e animação de rua vocacio-nada essencialmente para a camada mais jovem.

Sete anos depois da primeira edição, em colaboração com as co-lectividades, associações e estabe-

lecimentos de ensino do concelho, os Jogos Concelhios assumem-se como um espaço importante da co-munidade, dando visibilidade aos diferentes projectos de animação física desenvolvidos pela autarquia. Ao dinamizar o desporto como um estilo de vida activo e ao impulsionar a actividade física junto das dife-rentes faixas etárias, a iniciativa dá também o seu contributo ao nível da ocupação dos tempos livres da população e da promoção de uma maior interacção social.

Em 2008, a Otis, mascote dos Jo-gos Concelhios, inspirou-se numa das modalidades que mais adeptos tem ganho por todo o concelho: as caminhadas. Aliando actividade física e sensibilização ambiental, a abetarda tem vindo a adaptar-se às diferentes modalidades, estabelecen-do-se como a mascote da iniciativa desde o seu início.

Até Julho, serão dinamizadas cerca de 40 modalidades em diversos es-calões, este ano com destaque para o

Challenger, vale-tudo e natação. No que respeita ao número de participan-tes, o mesmo tem vindo a manter-se constante. Em 2007, contabilizaram-se mais de 2000 participações. A sue-ca, o cicloturismo, o futebol de 5 e a malha, foram as modalidades que registaram maior adesão.

Ao envolver os estabelecimentos de ensino do concelho, os Jogos Con-celhios proporcionam a todos os alu-nos a participação em actividades de carácter lúdico-desportivo, através das quais se pretende o desenvolvi-mento individual de valores, como a cooperação, a lealdade, o bem-estar e a interacção social.

Para quem estiver interessado em participar, o único requisito exigido é ser residente no concelho de Castro Verde, preencher a ficha de inscri-ção, ter espírito de equipa, fairplay e boa disposição. Os Jogos Concelhios 2008 vão prolongar-se até ao mês de Julho e, à semelhança de anos anteriores, prometem manter viva a “festa” do desporto. l

Final Distrital de Salto em Altura

Castro Verde recebeu no passado dia 20 de Fevereiro, a edição de 2008 do Corta-Mato Distrital do Desporto Escolar. A iniciativa foi promovida pela Direcção Regional de Educação do Alentejo e contou com o apoio da Câmara Municipal.

A edição reuniu em Castro Verde mais de 1300 alunos de 42 escolas da região, segundo declarações do coordenador desta prova de Des-porto Escolar, Fernando Soares. A primeira corrida teve início às 10h30, nos terrenos anexos ao Estádio 25

de Abril.Alunos do concelho ficaram entre os

primeiros classificados, destacando-se António Vilhena da Escola Secundária de Castro Verde que cortou a meta em primeiro lugar no escalão Iniciados Masculino, Tânia Santiago, também aluna da Escola Secundária de Castro Verde destacou-se igualmente em primeiro lugar no escalão Inicia-dos Feminino, e Fábio Fernandes da mesma escola que conseguiu o segundo lugar no escalão Juniores Masculino. l

corta-mato diStrital do deSPorto eScolar

Alunos de Castro Verdeentre os primeiros

jogoS concelhioS 2008

Cinco meses de acçãoAté Julho o concelho de Castro Verde vai ser palco de um conjunto alargado de actividades inseridas nos Jogos Concelhios 2008. Cinco meses de acção e um leque de diferentes modalidades desportivas vão assinalar pelo sétimo ano consecutivo esta iniciativa que continua a cativar adeptos de todas as idades sob o lema “Actividade Com’Vida”.

Caminhada de abertura dos Jogos Concelhios

Corta-mato escolar

núcleo de btt

Organiza passeio

Prova de Btt

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MARIA NATIVIDADE V. G. C. PINTOFaleceu a 9/4/08 - Castro Verde35 Anos

A família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar.

Nota da Redacção

Estas páginas são dedicadas a todos os leitores do boletim “O Campaniço”. Dê o seu contributo e ajude-nos a enriquecer ainda mais estas páginas. Envie-nos as suas poesias, crónicas e outros textos fruto da sua criatividade . Por vezes, o número de correspondência recebida por parte dos nossos leitores não nos permite publicar todos os textos, pelo que é feita uma selecção do conjunto que nos chega às mãos. Na próxima edição continuaremos a sua publicação. Os trabalhos podem ser enviados por correio ou por email: Campaniço. Câmara Municipal de Castro Verde. Praça do Município, 7780-217 Castro Verde. [email protected].

NECROLOGIA

AmáliA ConCeição Arsénio 68 Anos – CAstro Verde| AméliA mª duArte Coelho 45 Anos – PiçArrAs| AnA mAriA bAltAzAr CAstro Verde| António diogo ColAço 64 Anos – sAntA bárbArA de PAdrões |António João CorreiA 83 Anos – guerreiro| António João FigueirA 78 Anos – CAstro Verde| bárbArA de sousA luís 82 Anos – CAstro Verde| CAetAno gonçAlVes VAz 70 Anos – Viseus| donzelinA mª PerPétuA CustódiA 70 Anos – CAstro Verde| FeliCiAnA de Jesus 74 Anos – sete| FrAnCisCo guerreiro brAz 74 Anos – lombAdor | JACinto mAnuel r. rAPoso 72 Anos – CAstro Verde| JACinto rosA guerreiro 73 Anos – CAstro Verde| João reVés nArCiso 82 Anos – sAntA bárbArA de PAdrões| JoAquim AnA Vilão 63 Anos – CAstro Verde| JoAquim rosA guerreiro 92 Anos – CAséVel| José António mAnuel 90 Anos – lombAdor| José diogo ColAço 88 Anos – CAstro Verde| José FrAnCisCo CAnário lobo 87 Anos – lombAdor| luCréCiA FAtiAs deodAto 85 Anos – entrAdAs| luís CAndeiAs CArAPeto 77 Anos – entrAdAs| mAnuel AFonso rodrigues 97 Anos – CAstro Verde| mAnuel António guerreiro 56 Anos – Viseus| mAnuel estAço CArneirinho 77 Anos – CAstro Verde| mAnuel FrAnCisCo mArques 79 Anos – Viseus| mAnuel JoAquim rodrigues 89 Anos – CAstro Verde| mAriA dA Assunção CostA 91 Anos – sete| mAriA ludoVinA rosA 86 Anos – CAstro Verde| mAriA mAnuelA s. m. dA silVA 76 Anos – CAstro Verde| mAriAnA bárbArA JoseFA 85 Anos – A-do-CorVo| mAriAnA rosA PAulino gregório 92 Anos – CAstro Verde| olíViA mAriA 81 Anos – AiVAdos| rosAriA dos PrAzeres lAnçA 76 Anos – seixAl

Vivo num país em guerraNeste mundo infinito Gritando com toda a forçaMas ninguém ouve o meu grito

Durmo num acampamentoDo tamanho duma noz Sem saber porque razão Ninguém ouve a minha voz

Sinto-me abandonado Oh Meu deus que mal te fizNeste mundo atraiçoado Onde ninguém é feliz

Ouvindo os canhões tão pertoSem me poder desviarPeço ajuda a toda a genteNinguém me pode ajudar Vou sentindo a minha penaVou chorando a minha dorNeste mundo tão cruelOnde não existe amor

Crianças abandonadas Que as deixaram ao desdémSe neste mundo há um DeusDeve ajudá-las porém

Terminem com esta guerraQue tantos mortos já fezPensem nisso os poderososE acabem já duma vez

O negócio do petróleoE a venda de tanta armaNão se importam destruirAs vidas de quem trabalha

Não façam sofrer o mundoPor causa do seu poderDêem voz aos inocentesDeixem os povos viver

Enquanto a guerra durarChorando a nossa dorNão teremos paz na vidaNem teremos mais amor

Fernanda Baltazar - Suiça

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 leitores 18 O Campaniço

Caro António,Aqui fica a homenagem a este grande amigo de Castro Verde e do Campaniço.

MANUEL AFONSO PARDALFaleceu 10/02/08 - Castro Verde

A família agradece a todos os que o acompanharam à sua última morada ou, que de outro modo, manifestaram pesar pelo falecimento do seu saudoso pai, avô e sogro.

AgradecimentoA avó Maria Amélia S.C. Martins, residente nos Geraldos, encarregada de educação do seu neto André Filipe

Carrapiço Sobral, e seus tios Natália e Hélder vêm, por este meio, agradecer à Associação de Moradores do Bairro dos Bombeiros e Cerca dos Pinheiros, à Produção Tó Varela, Junta de Freguesia de Castro Verde e a todos aqueles que colaboraram para a concretização do baile de S. Pedro, no recinto da Cerca dos Pinheiros, no mês de Junho de 2007, com o objectivo de angariar donativos para uma causa nobre: apoiar uma criança que acabara de perder a sua mãe.

Este gesto foi encarado pelos seus familiares como um gesto de solidariedade e de grande nobreza, que veio provar que no meio onde vivemos existem pessoas com um coração do tamanho do mundo e que unidos conseguem ajudar quem mais necessita de afecto.

Um obrigado a todos os que colaboraram, com a certeza que nunca esqueceremos este gesto de atenção e solidariedade. Ficarão para sempre nos nossos corações. Sabemos que a Alexandra, onde estiver neste momento, sabe que deixou o seu filho rodeado de amigos capazes de tudo para o ajudarem a seguir em frente e ter uma vida digna.

Continuem assim. Todos vocês são uma lição de vida! A Família

MARIA LUDOVINA ROSAFaleceu 12/02/08 seu filho, nora e netos, muito sensibilizados com as provas de carinho, amizade e solidariedade que receberam por ocasião do falecimento e funeral da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem pesso-almente, como seria seu desejo, vêm desta forma, a todos expressar a sua mais profunda gratidão, especialmente aos que durante a do-ença a apoiaram e lhe manifestaram a sua amizade.

BÁRBARA DE SOUSA LUíSFaleceu a 07/02/2008 - Castro Verde

A família participa o falecimento do seu ente querido, agradecendo a todos os que o acompanharam até à sua última morada ou que, de qualquer outro modo, lhe manifestaram o seu pesar. A família agradece ainda ao lar Jacinto Faleiro por ter acolhido e acompanhado o respectivo familiar nesta última fase da sua vida.

JOSé DIOGO COLAçOFaleceu a 26/01/2008 - Castro Verde

esposa, filhos, noras e netos participam o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 26 de Janeiro, e agradecem a todas as pessoas que os acompanharam nesta hora difícil.

Agradecem ainda muito reconhecidamente a todos os médicos e enfermeiros do Centro de saúde de Castro Verde, a todos os bombeiros da Cooperação de Castro Verde e a todo o pessoal do lar Jacinto Faleiro – Pólo ii, pela forma carinhosa e humana com que sempre trataram o seu familiar na sua prolongada doença.

Caros Leitores,Aqui publicamos esta nota de agradecimento. É bom saber que nos dias de hoje continua a existir espaço para a solidariedade e amizade entre as pessoas. É importante partilhar publicamente estes actos.

JOAqUIM ANA VILãOFaleceu a 15/01/2008 - Alemanhaesposa, filhos, nora e restantes familiares agradecem reconhecidamente a todos quantos partilharam a sua dor e acompanharam o seu ente querido à sua última morada.

Senhor Presidente Amigo Fernando S. Caeiros, caros conterrâneos de

O CAMPANIÇO, por certo devem ter tido conheci-mento da morte do meu PAI, António Alves Vitória, aos 78 anos vitima de cancro, um CASTRENSE que adorava a sua terra natal e para onde seguiu logo após a sua morte na passada segunda-feira dia 17 de Março de 2008, no Hospital Garcia de Orta em Almada onde se encontrava havia 15 dias em estado considerado terminal. Faleceu pelas 11 horas e por volta das 16 horas conseguimos que nos dessem o corpo, para rumarmos em direcção a CASTRO VERDE, onde decorreu o velório durante a noite e dia seguinte, até à hora do seu funeral que se realizou às 15 horas do dia 18 de Março, para o cemitério local, a sua última morada na terra que o viu nascer e onde tinha os seus grandes amigos de infância, embora muitos já também desaparecidos.

O meu PAI por sua grande vontade, foi sepul-tado ao lado da sua Esposa Jesuina Baião, que se encontra sepultada vai fazer 6 anos no dia 6 de Maio, num dos gavetões do cemitério, e onde o

meu PAI aquando da sua morte comprou logo o seu ao lado para quando chegasse a sua vez, lhe fazer companhia. Juntos em vida por mais de 50 anos, juntos na morte para sempre. Paz à sua alma e que descansem em Paz.

Anexo uma foto do meu PAI que gostava muito que se possível fosse publicada no nosso CAMPA-NIÇO, pois ele era um leitor assíduo do mesmo, e do qual estava sempre à espera para saber notícias da terra.

antónio J. B. Vitória

Cara leitora,Escolheu uma temática sempre actual. Infelizmente a guerra está sempre presente na história do mundo e todos os dias somos confrontados com os seus efeitos nefastos. Obrigado pelos seus versos vindos da Suiça. Aguardamos outros trabalhos.

Versos dedicados aos países em Guerra

Nota da Redacção

Não publicamos o espaço sobre a natalidade, registo de nascimentos no concelho de Castro Verde, uma vez que não tivémos acesso à informação habitualmante facultada pela Conservatória do Registo Civil de Castro Verde.

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Viver na CidadeMovimentada, agitada e electrizante. É assim a vida na cidade.Um mundo de correrias frenéticas alheio a quem o rodeia. Ninguém se cumprimenta,

ninguém se fala, ninguém se conhece. Onde o tempo custa ouro, senão mesmo diamantes, pois temos que apanhar o metro, o eléctrico, o comboio, o autocarro, o táxi, o barco e o próprio carro para podermos chegar a casa, depois de um longo e exausto dia de trabalho, onde as reuniões e os telefonemas são o prato do dia. Chegamos a casa com um zumbido nos ouvidos e assim continuamos, pois a auto-estrada passa mesmo por debaixo da nossa janela, mas ainda assim vamos ver televisão ou navegar na Internet até de madrugada.

Além de todas estas correrias, esta vida consegue ter mais coisas boas, como os assaltos, os roubos, os engarrafamentos no trânsito, a falta de segurança e a poluição de todos os tipos que caracteriza o céu cinza que é rasgado pelos aviões que sobrevoam a cidade e as buzinas barulhentas que nunca dão descanso aos nossos ouvidos. Tudo acontece ao mesmo tempo - o stress acumulado do trânsito congestionado, a falta de companheirismo, o desemprego - oferecendo-nos prendinhas como enxaquecas, úlceras ou “gastrites”.

Por outro lado, há quem não consiga fugir desta rotina, pois as oportunidades são muitas e o “ter tudo à mão” é prático. Há quem se sinta mais livre numa cidade pois ninguém conhece ninguém, as pessoas não comentam as vidas dos outros, pois nem têm tempo para isso. Quem nasce na cidade dificilmente se habitua a viver no campo.

Em comparação com a vida bucólica, a vida urbana é aterrorizante, um inferno. Aqui, onde uma filinha de carros já é motivo para dores de cabeça, onde uma romaria que se realiza uma vez por ano é a única altura em que se pode queixar de poluição sonora, estamos no céu. Aqui na vila, onde a vida é sinónimo de paz de espírito.

A qualidade de vida no interior é muito melhor, pois a segurança existe, o stress é vendido em pequenas quantidades e o tempo vale prata, pois há tempo para tudo, até para falar da vida da vizinha Alexandrina que vende queijadas às escondidas.

A vida nas cidades acaba por tirar à qualidade de vida o que oferece em oportunidades, e, assim, recomendo a fuga para o interior onde, apesar de não termos tudo à mão, temos tudo o que é necessário para termos uma vida.

Rita Mestre

HeteronomiAum Blog Ao serViço dos Alunos Heteronomia é nome dado ao Blog criado pelo Turma A do 12º ano da Escola Secundária de Castro Verde, um espaço onde as emoções, os sentimentos, as opiniões dos alunos são expressas em cada verso ou prosa que a imaginação remete para o espaço cibernético.

Projecto desenvolvido no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, e idealizado pelos professores Alice Teixeira e Paulo Mota, Heteronomia não pretende ser apenas um espaço de divulgação de material escolar, onde os alunos são incumbidos de redigir um texto sobre determinado tema. Pelo contrário, este Blog procura desenvolver o sentido crítico dos alunos e, ao mesmo tempo que liberta pareceres, incute esse tão construtivo gosto pela escrita e pela Literatura portuguesa.

Para esta edição escolhemos dois textos que exemplificam o que podemos encontrar em www.heteronimia.blogspot.com

Trancas do Infinito

Sou quem sou,Nunca quem quis ser.Mergulho num mar de incertezasEm busca das respostas a cada pergunta.

Quem sou eu?Mas que importa…Nunca serei quem a minha alma escolheuTendo para sempre a felicidadeTrancada para lá de uma porta

Rui Ribeiro

Procuro-me!

Procuro-me! Não me encontro.Para onde terei fugido?Sinto-me como outroCada vez mais perdido

Nesta vida que não sintoNesta pessoa que não sou Nesta paisagem que me pintoSem saber onde estou.

Helena Coelho

Parabéns pelas melhorias no vosso site! A reorganização ficou muito boa e temos ao nosso dispor toda a informação pretendida. A leitura on-line do Campaniço é que se torna um pouco difícil, não sei se pelo tipo de letra, se pelo tamanho da mesma. De resto, está no caminho certo! Um abraço a todos quantos estão a dar o seu melhor, para cada vez mais estarmos mais próximos!

Fátima Serápio - Ourique

Cara Fátima,O nosso sítio na Internet ainda se encontra em construção, pelo que ainda há muita informação a inserir e questões a operacionalizar. No que se refere ao Campaniço aqui fica o reparo. Obrigado pela sua motivação.

Se os pássaros não voassem não eram livres. Mesmo que estivesse numa gaiola dourada estavam presos, não voavam. Eles nasceram para voar e voar tão alto que nos encantam. Só uma ave já é linda, a voar nos céus. Mas quando se juntam muitas e formam um bando, parece uma visão de sonho. Parece irreal de tão lindo que é. Só é necessário admirarmos com atenção e interesse todos os encantos da Natureza e tudo o que ela nos proporciona. Toda a sua beleza está ao nosso alcance. Só é pena que muitas vezes seja estragada pelo egoísmo das pessoas, porque nem sempre se cumpre o que está determinado quanto a época e datas em que é permi-tido caçar ou pescar. Tudo tem de ser cumprido para não prejudicar as espécies pois já é difícil que algumas continuem a existir e nós queremos que existam para

bem do ambiente e do planeta.Não matem os pássaros, deixem-nos voar em paz sem

terem medo de tiros nem de bombas. Se nos conhecermos melhor e soubermos quem somos e o que queremos, então somos nós mesmos. Só assim teremos paz de espírito e a liberdade a que temos direito e não estamos presos a uma gaiola dourada, que é o que acontece muitas vezes na vida de algumas pessoas. Por ambição, vaidade ou por outra conveniência, quase sempre económica, não realizaram os sonhos que acalentaram, seja no estudo, no trabalho ou no amor e não voaram livremente porque não foram capazes de pensar como o poeta Castro Alves disse:“Feliz da araponga errante! / Que é livre / E livre voa / Para as bandas do seu ninho…”

Rita Martins Isidro

FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 leitores 19

História de Cuba

O Campaniço

“Velhos são os trapos”O tio Manuel e a tia Clotilde tiveram oito filhos e tiveram que trabalhar muito

para os poder criar. Trabalharam no campo, à chuva e ao vento, para que não lhes faltasse nada.

Os filhos foram crescendo até se fazerem homens e mulheres. Alguns deles foram para o estrangeiro, outros para Lisboa. Casaram e tiveram filhos. Os avós ficaram muito contentes por os filhos terem uma vida melhor do que a deles, e quando nasceram os netos, então é que foram elas! Ficaram encantados da vida. Tudo o que arranjavam era para os netinhos, para as prendas de Natal e dos anos.

Chegou a idade da reforma e foram juntando um pezinho de meia para dei-xarem aos filhos.

Chegou a incontinência para o tio Manuel e teve que começar usar fraldas. A tia Clotilde, devido à doença de Alzheimer, estava incapaz de cuidar do tio Manuel, e chega a hora de pedir ajuda aos filhos. Mas estes dizem que não po-dem, porque têm que trabalhar para criarem os seus próprios filhos. Mandam, então os pais para o lar porque não têm tempo para eles. Dizem que os pais já estão velhos, que têm é que ir para um lar.

E lá vão o tio Manuel e a tia Clotilde para o lar, acabando por morrer a um canto, sozinhos e abandonados pelos próprios filhos.

Velhos são os trapos!Teresa Martins

Cara Leitora,A sua carta levanta uma questão muito actual. O ritmo da vida moderna é cruel para com os mais idosos, mas cabe a todos nós contrariá-lo e dar a quem gostou de nós o conforto que merecem. Lá diz a lição de que o desenvolvimento de um país também se vê na maneira como trata os seus idosos.

Cara Rita,O apelo ao equilíbrio entre as espécies é um desafio que deve estar presente todos os dias. A liberdade tem outro significado quando se sabe apreciar e respeitar a ordem da natureza. O Campaniço já se habituou às suas pertinentes reflexões. Mande sempre.

se os pássaros não voassem

A Ilha de Cuba foi descoberta por Cristóvão Colombo, navegador que agora se diz que nasceu em Cuba do Baixo Alentejo, e portanto se chama Cuba porque lhe foi dado o nome da terra onde nasceu o dito navegador, consta também que ia nessa Armada um outro navegador de Cuba, chamado Alexandre de Castro, tudo indica que os pais eram procedentes de Castro Verde que por isso se chamavam os de Castro, o tal Alexandre de Castro ficou na ilha de Cuba e daí vêm o nome do actual governador Fidel Castro, também em Cuba do Baixo Alentejo existe a geração dos Castro, pessoas também revolucionárias e duma inteligência fora do comum principalmente na área da poesia, como o grande poeta Manuel António Castro, que na feira de Castro, cantava a despique na Barraca do Balsinha com um outro poeta, Álvaro Pedro da Aldeia dos Fernandes, lembro-me duma cantiga que cantaram que é assim, faz três anos e três feiras, que o

Pedro estava de cama, o Pedro estava doente Quando o Castro ganhou fama. Resumo da história, a Ilha de Cuba tem esse nome derivado de Cuba do Alentejo, os Castros são revolucionários porque são descendentes do Alentejo e depois dizem mal dos alentejanos, é claro que a história pode não ter sido assim.

Uma história como estaEsta lenda donde vemNinguém se sabe se é verdadeNem os anos que ela tem

Cada um conta a história ao seu jeito e como lhe con-vém, alguém sabe se foi assim?

Sebastião Augusto Manuel - Pinhal Novo

Caro Sebastião,Aqui publicamos esta sua teoria para conhecimento dos nossos leitores. Mande sempre.

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No passado dia 15 de Março, a Câmara Municipal de Castro Ver-de assinou um novo Protocolo de Adesão à Rede Cultural do Festival Sete Sóis Sete Luas, tratado que enquadra a realização da iniciativa Planície Mediterrânica e de diversos intercâmbios culturais, afirmando-os como eventos culturais de relevante realização.

Inserido no âmbito do VII En-contro Internacional de Parceiros, o evento decorreu na cidade de Cádiz, em Espanha, e contou com a presença dos representantes das Cidades e das Instituições da Rede Cultural do Festival Sete Sóis Sete Luas dos diferentes países onde o evento acontece.

O Festival surgiu em 1993 e desde essa altura tem vindo a afirmar-se como um projecto que promove re-gularmente as Artes e as Culturas dos Países do Mediterrâneo e da Macaronesia. Actualmente, a Rede do Festival realiza as suas actividades em 30 cidades de 9 países diferentes: Cabo Verde, Croácia, Espanha, Fran-

ça, Grécia, Israel, Itália, Marrocos e Portugal.

Entre outros objectivos, o tratado propõe a realização de estratégias culturais de coesão e descentralização entre países e instituições do Sul da Europa, promovendo o alargamento das actividades aos países do Magreb e do Oriente Médio; a realização de uma política de grande diálogo in-tercultural entre os países das duas margens do Mediterrâneo, de forma a favorecer uma melhor compreen-são dos problemas sociais, políticos, culturais e demográficos.

É ainda dado destaque à promoção das praças do Festival Sete Sóis Sete Luas como lugar de diálogo cultural e de sinergia entre as artes do espectá-culo, a arte contemporânea, o turismo cultural, a promoção do artesanato e dos produtos gastronómicos, o patri-mónio imaterial, artístico e arquitec-tónico; à continuação da política de descentralização cultural no âmbito euro-mediterrâneo, privilegiando as cidades de pequena e média dimen-são; ao desenvolvimento de relações

com o território e com as associações das cidades onde o festival tem lugar, favorecendo trocas a nível de escolas e de grupos culturais, promovendo, dessa forma, o nascimento de um novo público.

Devido à sua dimensão euro-medi-terrânica e ao seu empenho na afirma-ção de um espírito europeu comum na área cultural, o Festival obteve da Comissão Europeia prestigiosos reconhecimentos, contando com o apoio do Programa Caleidoscópio, do Programa Cultura 2000, e do Programa Interreg IIIBMedocc, e afirmando-se cada vez mais como uma manifestação cultural de nível internacional. l

A proposta final do Plano de Por-menor do Empreendimento Turís-tico da Herdade da Cavandela vai ser apresentada em sessão pública, dia 10 de Maio de 2008, no Fórum Municipal, através da promoção de uma reunião aberta do Conse-lho de Opinião, órgão criado para acompanhar este processo e que é constituído por representantes de diferentes forças políticas e de enti-dades de diversas áreas (ambiente, turismo, etc.).

Esta apresentação, que decorrerá

entre as 15 horas e as 19 horas e cuja promoção é responsabilidade do promotor do empreendimento e da Câmara Municipal de Castro Verde, contará com a presença da equipa técnica que elaborou o documento, nas suas diferentes disciplinas, e se-guirá um modelo que primeiramente abrirá a discussão junto dos membros do Conselho de Opinião e dos eleitos locais dos órgãos do Município e da Freguesia de Castro Verde, a que se seguirá um período final aberto à participação do público.

Esta apresentação e debate não substitui os períodos legais de dis-cussão pública do Plano de Porme-nor, que decorrerão nos momentos próprios da tramitação legal do processo.

A proposta final do plano de por-menor estará disponível nos 10 dias que antecedem a apresentação pú-blica no sítio da Câmara Municipal de Castro Verde (www.cm-castro-verde.pt - Ver Menu Ordenamento do Território, Sub-menu Planos de Pormenor ). l

Semanagastronómicado borrego

Realizou-se no passado mês de Março, em Castro Verde, a Se-mana Gastronómica do Borrego, organizada pela RTPD - Região de Turismo Planície Dourada. Durante os dias 17 e 23, tascas e restaurantes do concelho brin-daram os visitantes com uma variada gama de especialidades à base de borrego, à qual não faltou o pão, as ervas aromáticas e os sabores únicos e apetecíveis da afamada ementa alentejana. Costeletas de borrego, ensopado de borrego, pezinhos de borrego guisados e caldeirada de borre-go foram algumas das iguarias apresentadas nesta Semana Gastronómica que fez a delícia de todos aqueles que nela par-ticiparam.

Projecto“apadrinhar”

A EB1 de Castro Verde, em parceria com a Associação de Defesa do Património de Mér-tola, está a desenvolver o pro-jecto “Apadrinhar”, que consiste no apoio financeiro a crianças desfavorecidas de Moçambique, da localidade de Manapo.

Cada aluno contribui com um euro e a turma pode assim apadri-nhar uma ou duas crianças, com as quais pode, inclusive, manter contacto. Este projecto, inserido no âmbito da Área de Projecto dedicado este ano ao tema Soli-dariedade, tem continuidade por 5 anos e, segundo as professoras,

“a meta será ampliar esta cam-panha para que todo o concelho participe nesta iniciativa”.

Seminário

“A Actividade Física no 1ºCEB – O Presente e os Desafios Futuros” é o tema de mais um seminário organizado no âmbito do Pro-grama Actividade Com’Vida”, a acontecer em Castro Verde, no dia 16 de Maio. A iniciativa nas últimas edições e tem sido um importante fórum de refle-xão e troca de experiências. O programa do seminário estará disponível no sítio da internet www.cm-castro verde.pt

reciclagem de óleos alimentares

Os óleos alimentares podem agora ser entregues para recicla-gem. A autarquia dispõe de co-lectores nas Oficinas Municipais (Rua de Mértola) para recolha destes produtos, que podem ser entregues em garrafas / garrafões de plástico. É mais um passo a favor da qualidade ambiental.

b r e v e s

Extracto da planta de síntese do plano de pormenor

docentes de castro verde manifestaram-seem lisboa

No dia 8 de Março, realizou-se em Lisboa aquela que é já con-siderada a maior manifestação de docentes das últimas duas décadas. Segundo o sindicato dos professores, a Marcha da Indignação, como foi apelidada, juntou cerca de 100 mil docen-tes, provindos de Norte a Sul de Portugal e também das ilhas. O desfile de manifestantes ligou o Marquês de Pombal ao Terreiro do Paço, superando as expectati-vas da Fenprof, que apontavam para 60 a 70 mil participantes. Também Castro Verde se fez representar nesta mobilização, contando com a participação de cerca de 50 professores que no Sábado de manhã rumaram a Lisboa para manifestar o seu de-sagrado para com a nova política educativa.

alunos em greve

Os alunos da Escola Secundá-ria de Castro Verde, reuniram-se no passado dia 7 de Março, numa manifestação em frente da Escola Secundária de Castro Verde, organizada pela Associa-ção de Estudantes. Segundo a Presidente da Associação, Ana Maria Contreiras, o protesto foi motivado pelo novo Estatuto dos Estudantes, aprovado dia 18 de Janeiro pela Comissão Parlamen-tar de Educação, bem como pela calendarização dos exames, que determina a realização de dois exames no mesmo dia. A mani-festação, que teve início por volta das 8 horas da manhã, durou até às 12 horas, e contou com a presença de cerca de 200 alunos, que fizeram greve às aulas do período da manhã.

Futebol internacional

Na hora de fecho desta edição, terminou no Estádio Municipal 25 de Abril a segunda jornada do Torneio de Futebol Internacional Campos Verdes, uma organização da Federação Portuguesa de Fu-tebol e da Associação de Futebol de Beja, com a colaboração das Câmaras Municipais de Castro Verde, Moura e Beja.

Participam as Selecções Sub-20 de Portugal, Cabo Verde, EUA e Irlanda do Norte.

Em Castro Verde os resultados foram os seguintes: Irlanda do Norte 0 - EUA 2Portugal 3 - Cabo Verde 0.

rede cultural FeStival Sete SóiS Sete luaS

Castro Verde reafirmou adesão

cavandela

Apresentação Pública

O Campaniço FEVEREIRO/MARÇO/ABRIL 08 notíCiAs 20