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1 Curso de Engenharia Mecânica Automação e Sistemas Obtenção de pós nanométricos de Carbeto de Nióbio para a produção de nanocompóstios do sistema alumina-carbeto de nióbio Leonardo Antonio J. da Silva Itatiba – São Paulo – Brasil Junho de 2009 i

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1

Curso de Engenharia Mecânica Automação e Sistemas

Obtenção de pós nanométricos de Carbeto de Nióbio para a produção de nanocompóstios do sistema alumina-carbeto

de nióbio

Leonardo Antonio J. da Silva

Itatiba – São Paulo – Brasil

Junho de 2009

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Curso de Engenharia Mecânica Automação e Sistemas

Obtenção de pós nanométricos de Carbeto de Nióbio para a produção de nanocompóstios do sistema alumina-carbeto

de nióbio

Leonardo Antonio J. da Silva

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia Mecânica Automação e Sistemas da Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof. Dra Eliria Maria de Jesus Agnolon Pallone, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação. Orientador����: Prof. Dra. Eliria M. Jesus Agnolon Pallone

Itatiba – São Paulo – Brasil

Junho de 2009

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Obtenção de pós nanométricos de Carbeto de Nióbio para a produção de nanocompóstios do sistema alumina-carbeto

de nióbio

Leonardo Antonio J. da Silva

Monografia defendida e aprovada em 17 de Junho de 2009 pela Banca

Examinadora assim constituída:

Prof����. Dr����. Eliria Maria de Jesus Agnolon (Orientadora)

USF – Universidade São Francisco – Itatiba – SP.

Prof. Dr. João Batista Fogagnolo

USF – Universidade São Francisco – Itatiba – SP.

Prof����. Dr����. Neide Aparecida Mariano

USF – Universidade São Francisco – Itatiba – SP.

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Quando há esperança e um sonho projetado

em Deus...

Ele nos ensina a ter paciência para alcançá-lo

e capacita-nos provendo caminhos livres de

obstáculos, e tudo se concretiza com sucesso

e muito louvor....

Entregue - se a Deus e faça o possível

porque o impossível ele fará.

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Dedicatória

A Deus por ter me possibilitado a vitória.

A Educafro e a USF pela bolsa concedida.

Aos amigos da faculdade e professores da USF.

A minha família e em especial meus pais e minha

esposa que sempre me apoiaram.

Sou eternamente grato a todos.

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vi

.Agradecimentos

• A minha orientadora Prof. Dr. Eliria Maria de Jesus Agnolon pela orientação e

incentivo durante o desenvolvimento deste trabalho.

• Aos amigos do laboratório de iniciação científica, em especial ao Técnico Baptista

pela ajuda e amizade.

• Aos meus familiares e amigos de infância que sempre acreditam na minha vitória.

• Eu agradeço fraternalmente a todos.

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ÍNDICE

ÍNDICE............................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS......................................................................... ix

LISTA DE TABELAS........................................................................ ix

NOMENCLATURAS.......................................................................... X

RESUMO........................................................................................... xi

1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................. 2

2.1 Materiais Nanoestruturados .............................................................. 2

2.2 Métodos de Obtenção de Pós Nanométricos.................................... 2

2.2.1 Síntese Mecânica usando Moagem de Alta Energia (MAE).............. 3

2.3 Processamento de Pós Nanométricos.............................................. 5

2.4 Conformação de pós por prensagem................................................ 5

2.5 Sinterização....................................................................................... 6

2.6 Medidas de Resistência Mecânica.................................................... 8

2.6.1 Ensaio de Resistência á Flexão........................................................ 8

2.7 Desgaste de Materiais Cerâmicos..................................................... 9

2.7.1 Ensaios de Desgaste......................................................................... 9

3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................ 10

3.1 Obtenção de Pós Nanométricos de NBC usando Moagem de Alta Energia (MAE)................................................................................... 10

3.2 Desaglomeração dos Pós Nanométricos em Moinho Planetário...... 11

3.3 Eliminação de Ferro dos Pós Nanométricos Obtidos........................ 11

3.4 Caracterização dos Pós Nanométricos Obtidos................................ 12

3.4.1 Difração de Raios X........................................................................... 12

3.4.1.1 Medida do Tamanho de Cristalito...................................................... 12

3.4.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) dos Pós Nanométricos 13 3.5 Mistura dos pós nanométricos de carbeto de nióbio em matriz de

alumina..............................................................................................

14

3.6 Conformação dos Corpos de Prova.................................................. 14

3.7 Caracterização dos corpos de prova a verde.................................... 15

3.8 Sinterização....................................................................................... 16

3.9 Caracterização dos corpos de prova sinterizados............................. 16

3.9.1 Densidade Aparente.......................................................................... 16

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3.10 Caracterização Microestrutural - Microscopia eletrônica de varredura (MEV)................................................................................

17

3.11 Caracterização mecânica e de desgaste.......................................... 17

3.11.1 Ensaio de desgaste........................................................................... 17

3.11.2 Ensaio de resistência a flexão........................................................... 17

4 RESULTADO E DISCUSÕES........................................................... 19

4.1 Difração de raios X ........................................................................... 19

4.2 Tamanho de Cristalito....................................................................... 19

4.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)..................................... 20

4.4 Densidade a Verde e Densidade Aparente....................................... 20

4.5 Caracterização Microestrutural.......................................................... 20

4.6 Ensaio de Resistência a Flexão, Microdureza e Desgaste............... 21

5 CONCLUSÃO.................................................................................... 22

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 23

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Lista de Figuras

Figura 2.1: Variação de temperatura em relação ao tempo de moagem reativa.........4

Figura 2.2: (a) Prensagem uniaxial e (b) esquematização da prensa isostática..........6

Figura 2.3: Processos envolvidos na sinterização.......................................................7

Figura 2.4: Esquema do Sistema utilizado para ensaios de flexão a três pontos........9

Figura 3.1: Moinho de alta energia utilizado: (a) frasco e bolas de aço temperado e

(b) Moinho Tipo SPEX................................................................................................11

Figura 3.2: Corpos de prova na forma de pinos confeccionados para realização dos

ensaios de desgaste...................................................................................................15

Figura 3.3: Equipamento modelo TE67 utilizado para ensaio de desgaste...............17

Figura 3.4: (a) dispositivo para ensaio de flexão a três pontos, (b) equipamento

universal de ensaio modelo DL2000.

Figura 4.1: Difratograma de raios-x do produto da reação: Nb2O5+ 10/3 Al + 2C +

0.8Al2O3 → 2 NbC + 5/3 Al2O3 + 0.8Al2O3 ..............................................................19

Figura 4.2: Micrografias obtidas por MEV dos pós obtidos por moagem de alta

energia........................................................................................................................20

Figura 4.3: Micrografia dos corpos de prova: (a) alumina e (b) alumina contendo 5%

vol. de NbC.................................................................................................................21

Lista de Tabelas

Tabela 4.1: Resistência a Flexão, microdureza e taxa de desgaste das amostras de

alumina e alumina – NbC...........................................................................................21

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Nomenclatura

Siglas

ASTM – American Society for Testing and Materials

JCPDS – Joint Committee on Powder Diffraction Standards

SHS - Self-Propagating High-Temperature Synthesis

Símbolos

Al Alumínio

Al2O3 Óxido de alumino

C Carbono

DA Densidade Aparente

DRX Difração de Raio X

DT Densidade Teórica

MAE Moagem de Alta Energia

MEV Microscópio Eletrônico de Varredura

NbC Carbeto de Nióbio

Nb2O5 Óxido de nióbio

PABA Ácido 4-aminobenzóico

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SILVA, L.A.J.. Obtenção de pós nanométricos de Carbeto de Nióbio para a

produção de nanocompóstios do sistema alumina-carbeto de nióbio, 2009. Trabalho

de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Curso de Engenharia

Mecânica Automação e Sistemas da Universidade São Francisco, Câmpus de Itatiba.

RESUMO

Os materiais cerâmicos apresentam grande potencial para aplicações

industriais, pois possuem alta resistência ao desgaste, estabilidade química e

excelentes propriedades mecânicas a altas temperaturas. No entanto, devido a sua

baixa tenacidade e grande sensibilidade a defeitos, introduzidos durante o seu

processamento e/ou uso, a sua aplicação em alta escala é ainda limitada. A alumina

é uma das cerâmicas quimicamente mais puras dentre os pós comercialmente

disponíveis com tamanhos de partículas sub-micrométricas, mas tem fatores

limitantes quanto ao seu uso. Visando minimizar esses fatores, novos materiais vêm

sendo desenvolvidos. Visando unir as propriedades da alumina e do carbeto de

nióbio, o objetivo desse trabalho foi obter nanocompósitos do sistema alumina-

carbeto de nióbio. Para a obtenção dos nanocompósitos usou-se moagem de alta

energia para a produção dos pós nanométricos de carbeto de nióbio, que foi

adicionado na matriz de alumina na proporção de 5% em peso. As características

físicas, mecânica e desgaste desses nanocompósitos e alumina foram comparadas

entre si. Os resultados mostraram que os valores de resistência mecânica e

desgaste dos nanocompósitos foram inferiores aos da alumina pura, provavelmente

devido aos baixos valores de densidade do nanocompósito.

Palavras-chaves: Nanocompósitos, Carbeto de Nióbio, Alumina, Moagem de Alta

Energia, Pós Nanométricos.

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ABSTRACT

The ceramic materials have a great potential for industrial applications,

therefore they have high resistance to the wear, chemical stability and excellent

mechanical properties to high temperatures. However, due the low tenacity and the

great sensitivity to defects, introduced during its processing and/or use, its application

in large scale still is limited. Alumina is one of the most chemically pure ceramics

among other materials commercially available as dust, with sizes of sub-micrometric

particles, but it has some limited factors to its use. In order to reduce these factors,

new materials are being developed. Aiming to join the properties of the alumina and

carbeto of niobium, the objective of this work was to get nanocomposite of the

system niobium alumina-carbeto. To obtain nanocomposites we used to high -

energy milling for the production of dust nanometrics carbeto of niobium, that was

added in the alumina matrix in the ratio of 5% in weight. The physical, mechanical

and wear characteristics of these nanocomposites and alumina had been compared

between themselves. The results had showed us that the values of mechanical

strength and consuming of nanocomposites were lower than to the pure alumina,

probably due the low values of nanocomposite density.

����

����

Keys Words: Nanocomposites, Carbeto de Niobium, Alumina, Milling of High

Energy, Dust Nanometrics.

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1 - INTRODUÇÃO

As cerâmicas de alta tecnologia têm encontrado um grande campo de

aplicações industriais como elementos estruturais. Cada vez mais, componentes

cerâmicos têm sido introduzidos como parte de sistemas industriais, como

elementos de corte em tornos, além de selos mecânicos, guias-fio, polias, camisas e

pistões, devido às suas características particulares, tais como elevados limites de

resistência à compressão, dureza, isolamento térmico e elétrico, entre outras.

Num corpo cerâmico, a obtenção de uma microestrutura constituída de grãos

uniformes com tamanhos sub-micrométricos pode resultar num aumento

considerável da resistência mecânica, tenacidade, resistência à abrasão e desgaste.

A alumina é uma das cerâmicas quimicamente mais puras dentre os pós

comercialmente disponíveis com tamanhos de partículas sub-micrométricas, mas

tem fatores limitantes quanto ao seu uso. Visando minimizar esses fatores, novos

materiais vêm sendo desenvolvidos. No final da década de 80, grandes expectativas

surgiram em relação aos materiais compósitos nanoestruturados que podem ser

definidos como sistemas que contém pelo menos uma característica microestrutural

com dimensões nanométricas (até 150nm). O principal interesse no desenvolvimento

de nanocompósitos de matriz cerâmica está associado à possibilidade de melhoria

nas propriedades mecânicas e de desgaste.

Este trabalho tem como objetivo a obtenção de pós nanométricos de carbeto

de nióbio, utilizando moagem de alta energia, visando à obtenção de

nanocompósitos de alumina-carbeto de nióbio. Para isso foram estudados métodos

de processamento usando sinterização sem pressão, visando à obtenção de

nanocompósitos densos para aplicações onde se exige alta resistência ao desgaste.

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2 - REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 - Materiais Nanoestruturados

A essência da nanociência e nanotecnologia é a habilidade de trabalhar no

nível molecular, átomo por átomo, para criar grandes estruturas com organização

molecular. O grande interesse por materiais nanoestruturados vem das mudanças

significativas nas propriedades dos produtos obtidos, as quais estão associadas a

características, tais como: grande aumento de solubilidade, enormes mudanças nas

propriedades de difusão, grande estabilidade microestrutural em relação ao

crescimento de grão, aumento da resistência mecânica em materiais frágeis,

diminuição no tamanho de falhas, super plasticidade e otimização de propriedades

magnéticas(1).

Os materiais nanoestruturados podem ser definidos como sistemas que

contenham pelo menos uma característica microestrutural com dimensões

nanométricas (dimensões menores que 150nm), que possa ser responsável por

características peculiares em suas propriedades. Dentre esses materiais estão os

nanocompósitos de matriz cerâmica estudados neste trabalho(1).

2.2 - Métodos de Obtenção de Pós Nanométricos

Em princípio, qualquer método capaz de produzir grãos muito finos pode ser

usado para obter pós nanométricos. Os métodos existentes podem ser classificados

em três categorias:

Síntese química – obtenção de pós-ultrafinos com reações simples, através da

manipulação da cinética da reação favorecendo a nucleação de partículas ao invés

do crescimento de grão(2).

Síntese termofísica – usa sólidos grosseiros como fonte, e com a aplicação de

energia térmica e/ou mecânica, reduz o sólido a um pó fino, sem mudança química.

Na condensação de fase gasosa, um sólido é evaporado, supersaturado na forma

de vapor e na seqüência sedimenta em forma de partículas nanométricas(2).

Síntese mecânica – a moagem de alta energia é utilizada para a obtenção de

pós-ultrafinos a partir de pós mais grosseiros. Pós-ultrafinos são obtidos através da

moagem de precursores, os quais são repetitivamente fraturados e reunidos para

criar uma estrutura fina(3).

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Vários processos, dentro dessas categorias vêm sendo desenvolvidos e

aperfeiçoados nos últimos anos, cada um com suas vantagens e desvantagens,

mediante a obtenção de determinados produtos. Como exemplo pode-se destacar:

moagem reativa, reação de combustão, moagem de alta energia, processo sol-gel,

etc.

Neste trabalho, devido à alta eficiência, facilidade de manuseio e baixo custo,

foi utilizada síntese mecânica usando moagem reativa de alta energia realizada em

moinho tipo SPEX, que, portanto, é o único método aqui apresentado.

2.2.1 – Síntese mecânica usando moagem de alta energia (MAE)

Os processos de alta energia se distinguem dos outros processos de

moagem, pela alta taxa de transferência de energia envolvida, devido à alta relação

entre bolas e mistura (maior diferença entre bolas/mistura, mais eficiente a

moagem), elevada velocidade e freqüência de impacto com forças compressivas

(bolas/frasco de moagem/mistura) e longos tempos de processamento. O

processamento de pós por moagem de alta energia permite uma mistura a nível

atômico, acompanhado por um intenso trabalho mecânico dos materiais

constituintes, possibilitando a produção de misturas e compostos nanocristalinos (4).

Características importantes dos pós obtidos por moagem de alta energia são:

pequeno tamanho de cristalito na faixa de 10-50 nm, alta área superficial específica

e, dependendo do material, alta deformação e amorfização. Para materiais como a

alumina, os processos de fratura das partículas primárias são predominantes em

relação aos processos de deformação. O aumento na área superficial é importante

no melhoramento da reatividade e sinterabilidade dos pós, contudo, é também

responsável pela maior tendência à aglomeração das partículas, ou seja forte

aderência entre essas partículas. Assim, a utilização desses pós no processamento

cerâmico necessita de uma prévia desaglomeração(5,6) .

O desgaste do material que compõe os meios de moagem, ou seja, as bolas

e o frasco de moagem determinam o grau de contaminação dos produtos da

moagem. A atmosfera dentro do moinho pode reagir com o material tal que, mesmo

pequenos teores de oxigênio ou nitrogênio, podem resultar na formação de óxidos

ou nitretos, que podem afetar o processo de moagem (1).

Essas reações podem ocorrer de modo abrupto após um determinado tempo

de moagem, chamado tempo de indução ou de ignição, a partir do qual a reação se

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desenvolve com altas taxas de transformação, produzindo um aumento de

temperatura. Uma explicação qualitativa para a indução é que as colisões das bolas

com a mistura de pós reagentes produzem a cominuição das partículas, criando

superfícies de fratura, aumentando o contato entre os reagentes, aumentando as

taxas de difusão pelo aumento da densidade de defeitos induzidos por atrito

mecânico e a redução das partículas a dimensões nanométricas minimizando as

distâncias de difusão. As combinações desses fatores levam o sistema de reagentes

a uma condição crítica de ignição que é ativada pelo calor local produzido pelo

impacto (7). A partir da ignição a reação continua em uma onda de combustão do tipo

SHS (“self-propagating high-temperature synthesis”), propagando-se para toda a

mistura no interior do moinho (8). A Figura 2.1 apresenta um exemplo da detecção da

ocorrência da reação. No momento dessa ocorrência (pico ocorrido a 223min),

ocorre aumento da temperatura e esse aumento pode ser detectado através de um

termopar adaptado do lado externo do frasco de moagem. O exemplo mostrado é

para a reação de obtenção de alumina/carbeto de nióbio.

Figura 2.1 – Variação da temperatura em relação ao tempo de moagem reativa (9).

Nesse trabalho foi utilizado o processo de moagem de alta energia (MAE)

para a síntese de NbC. O método de obtenção de pós nanométricos através do

processo de moagem de alta energia apresenta como vantagem um menor custo.

No entanto, este método apresenta como desvantagens: dificuldade de obtenção de

pós de alta pureza e formação de agregados devido à grande elevação localizada da

temperatura do pó, que reage durante a moagem, e ao alto impacto envolvido,

exigindo alguns cuidados durante etapas subseqüentes do processamento (4).

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2.3 - Processamento de Pós Nanométricos

Uma grande dificuldade do processamento de pós ultrafinos deve-se à

facilidade de se formarem aglomerados que afetam as propriedades finais, por

exemplo, baixa densificação (4, 10).

A formação de aglomerados normalmente se deve à grande área superficial e

ao excesso de energia livre comuns em pós nanométricos, dificultando a

compactação e homogeneização de misturas. A não eliminação dos aglomerados

durante a conformação, produz heterogeneidades na densidade de empacotamento,

na orientação e na distribuição de partículas e poros interaglomerados no corpo a

verde, responsável por defeitos microestruturais após sinterização (5). A elevada

presença de defeitos não eliminados durante o processo de sinterização leva à

formação de compactos com baixa resistência mecânica (5, 10, 11).

2.4 - Conformação de pós por prensagem

A prensagem é a operação de conformação baseada na compactação de um

pó granulado (massa) contido no interior de uma matriz rígida ou de um molde

flexível, através da aplicação de pressão. A operação compreende três etapas ou

fases: (1) preenchimento da cavidade do molde, (2) compactação da massa e (3)

extração da peça. Este é o procedimento de conformação mais utilizado pela

indústria cerâmica devido à sua elevada produtividade, facilidade de automação e

capacidade de produzir peças de tamanhos e formas variadas, sem contração de

secagem e com baixa tolerância dimensional. Distinguem-se duas grandes

modalidades de prensagem: a prensagem uniaxial e a prensagem isostática (12).

Na primeira, a compactação do pó se realiza em uma matriz rígida, por

aplicação de pressão na direção axial, através de punções rígidos. É utilizada para

conformar peças que não apresentam relevo superficial na direção de prensagem.

Se a espessura da peça que se deseja obter é pequena e sua geometria é simples,

a carga pode ser aplicada em apenas um sentido (ação simples), conforme pode ser

visto na Figura 2.2.(a). Por outro lado, para conseguir peças de grande espessura e

geometria complexa, com uniformidade de compactação, é indispensável que a

prensagem seja feita nos dois sentidos (dupla ação), ou então que se empregue um

molde complexo com múltiplos punções.

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A fricção entre as partículas do pó e também a fricção entre elas e a

superfície do molde impedem que a pressão, aplicada a uma ou mais das

superfícies da peça, seja integralmente transmitida e de forma uniforme a todas as

regiões da peça, o que provoca a existência de gradientes de densidade nos corpos

conformados. Na prensagem isostática, a compactação do pó se dá no interior de

um molde flexível, sobre o qual atua um fluído pressurizado, conforme ilustra a

Figura 2.2 (b). Este procedimento assegura uma distribuição homogênea da pressão

sobre a superfície do molde. Essa técnica é empregada na fabricação de peças de

formas complexas, que apresentem relevos em duas ou mais direções, ou em peças

onde uma das dimensões é muito maior que as demais, como no caso de tubos e

barras (13).

(a) (b)

Figura 2.2 - (a) Prensagem uniaxial e (b) esquematização da prensa isostática (13).

2.5 - Sinterização

A sinterização é uma técnica há muito tempo conhecida pelo homem e

utilizada desde os primórdios da civilização. Acredita-se que os primeiros produtos

sinterizados tenham sido tijolos aquecidos em buracos abertos para aumentar sua

resistência. Também há relatos da utilização desse processo pelos incas para a

sinterização de jóias de ouro/platina e pelos egípcios para a sinterização de metais e

cerâmicas por volta do ano 3000 A.C.(12).

A sinterização pode ser descrita como um processo no qual um pó

compactado de um sólido cristalino ou não-cristalino é tratado termicamente para

formar um sólido único e coerente.

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Os parâmetros importantes num processo de sinterização são:

• tempo e temperatura de sinterização;

• tamanho e distribuição de tamanho de partículas;

• atmosfera (composição e pressão);

• composição do compacto, incluindo os aditivos;

• pressão do processamento para os casos de prensagem a quente.

A sinterização com aplicação de pressão externa é um método que apresenta

custo elevado e limitação de formato de peças, tornando muitas vezes inviável para

determinados produtos. Desta forma, neste trabalho utilizou-se sinterização sem

pressão no estado sólido, onde realizou-se um estudo de otimização da

temperatura, visando a obtenção de microestrutura com proximidade das obtidas

através de processos mais complexos (sinterização com pressão, por exemplo).

A sinterização no estado sólido é acompanhada da redução na área de

superfícies e interfaces do compacto, a qual ocorre através dos processos de

crescimento de pescoço, densificação e crescimento de grão, conforme ilustrado

esquematicamente na Figura 2.3 (14).

Figura 2.3 - Processos envolvidos na sinterização (14).

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2.6 - Medidas da Resistência Mecânica

Existem vários tipos de ensaio para avaliar a resistência mecânica em

materiais cerâmicos como: flexão a três pontos, flexão a quatro pontos, compressão

uniaxial, tração uniaxial, dureza, microdureza, etc. As medidas dos valores de

resistência mecânica são dependentes do tipo de teste empregado, da distribuição

de defeitos no volume do material e da distribuição de tensão no corpo de prova.

Será apresentado o ensaio que foi usado nesse trabalho.

2.6.1 – Ensaios de Resistência à Flexão

Os ensaios de resistência à flexão é o mais empregado na caracterização de

cerâmicos. Frequentemente os corpos de prova são barras retangulares com os

cantos arredondados ou chanfrados. Pode-se utilizar ensaios de flexão a três ou

quatro pontos, a diferença esta no modo de carregamento onde no de três pontos, a

carga é aplicada no centro da barra e no de quatro pontos, em dois pontos

eqüidistantes da barra. Para a caracterização mecânica dos corpos de prova desse

trabalho foi utilizado o ensaio de flexão de três pontos. Nos ensaios de flexão a

maior dificuldade é quanto à obtenção e preparação dos corpos de prova, pois

qualquer defeito superficial de fabricação pode comprometer a confiabilidade do

ensaio. A norma ASTM C 1161-94 estabelece condições dimensionais e de

acabamento dos corpos de prova.

A Figura 2.4 mostra o esquema para ensaio de flexão a 3 pontos. A equação

2.1 é utilizada para o ensaio de flexão a três pontos (15).

(2.1)

Onde:

� = resistência a flexão do material [MPa];

P = carga aplicada [kgf] para a ruptura;

L = distância entre os pontos de apoio [mm];

b = espessura dos corpos de prova [mm];

h = altura dos corpos de prova [mm].

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9

Figura 2.4 - Esquema do sistema utilizado para os ensaios de flexão a três pontos(15).

2.7 - Desgaste de Materiais Cerâmicos

Além da corrosão e fadiga, o desgaste é um dos problemas mais freqüentes

na indústria, levando à substituição de componentes e ou manutenção de

equipamentos. Normalmente o desgaste não é catastrófico, porém leva à não

eficiência operacional do meio em contato através da perda de potência, consumo

de lubrificantes e substituição de componentes. O processo de desgaste pode variar

por interferência de parâmetros operacionais e ambientais tais como lubrificação,

temperatura, pressão, velocidade, geometria, atmosfera e outros (16).

2.7.1 - Ensaios de Desgaste

Um tipo de ensaio de desgaste bastante utilizado é o ensaio do pino sobre

disco. Neste ensaio utiliza-se um corpo de prova com formato de um pino com

diâmetro de 6 mm e extremidade esférica com raio de 5 mm. Aplicando-se uma

carga normal ao disco, calcula-se a taxa de desgaste através da equação 2.2.

sFV

W.

∆= (2.2)

Onde:

W = taxa de desgaste [mm3.N-1.m-1];

�V = volume de material removido [mm3];

F = carga normal aplicada [N];

s = distância percorrida pela amostra [m].

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10

3 – MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 - Obtenção de Pós Nanométricos de NbC usando Moagem de Alta Energia

(MAE)

Para obtenção dos pós nanométricos de carbeto de nióbio, utilizou-se a

estequiometria da reação mostrada na reação (3.1), utilizando um moinho de alta

energia tipo SPEX mixer/Mill. Usou-se 0,8 Al2O3 como diluente, para evitar que a

reação ocorra de modo altamente exotérmico. Acima dessa quantidade de diluente a

reação deixa de ser exotérmica.

Nb2O5 + 10/3Al + 2C + 0,8 Al2O3 → 2NbC + 5/3 Al2O3 + 0,8 Al2O3 (3.1)

Os pós precursores utilizados foram:

1 Óxido de nióbio (Nb2O5) comercial, com 98,5 % de pureza – CBMM.

2 Alumínio metálico comercial, com 99,7 % de pureza – ALCOA.

3 Carbono amorfo na forma negro de fumo, N-550 0 Zanini

4 Alumina comercial (AKP-53 – Sumitomo Chemical, Japão) de alta pureza

(99,995%).

Utilizou-se um moinho de alta energia tipo SPEX mixer/Mill, conforme mostra

a Figura 3.1. As bolas e frascos de moagem utilizados eram de aço endurecido. A

relação de bolas/material e tempo de moagem utilizados foram baseados em

trabalhos realizados anteriormente (9).

As bolas utilizadas tinham diâmetro de 10 mm e a relação de bolas/material

usada foi de 4:1. O tempo de moagem foi de 04h40min. O moinho utilizado trabalha

através da transferência de rotação do motor para o frasco de moagem com o auxílio

de um eixo concêntrico que transfere ao frasco um movimento helicoidal. A cada

movimento do frasco as bolas colidem com o pó e com a superfície do frasco

moendo e misturando os pós.

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(a) (b)

Figura 3.1 - Moinho de alta energia utilizado: (a) frasco e bolas de aço temperado e

(b) Moinho Tipo SPEX .

3.2 - Desaglomeração dos Pós Nanométricos em Moinho Planetário

Os pós nanométricos obtidos em moinho de alta energia foram

desaglomerados em moinho planetário Pulverese 7 FRITSCH Gmbh. Nesta

operação foram utilizados frasco e bolas de 10 mm de diâmetro em aço temperado,

com uma relação bola:material de 5:1, em meio alcoólico, com 0,2% em peso de

ácido 4-aminobenzóico (PABA), usado como defloculante, durante 1 hora. As

principais características deste moinho são os movimentos de rotação e translação,

que são obtidos com a rotação de um disco onde é fixado o frasco e pelo movimento

do frasco em torno do seu próprio eixo com sentido oposto ao disco.

3.3 - Eliminação do Ferro dos Pós Nanométricos Obtidos

Devido à contaminação com ferro, oriundos dos frascos e meios de moagem,

durante a moagem de alta energia e desaglomeração em moinho planetário, os pós

nanométricos foram submetidos a uma lixívia ácida, utilizando-se uma solução de

20% de ácido clorídrico. Os pós foram lavados de três a cinco vezes até que a

solução não apresentasse uma coloração amarelada, ou seja, o ferro não reagisse

mais com o ácido, mostrando a sua eliminação total. Em seguida os mesmos foram

lavados com água destilada para a eliminação do ácido. Após a eliminação do ácido

substituiu-se a água por álcool etílico.

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3.4 - Caracterização dos Pós Nanométricos Obtidos

Os pós nanométricos obtidos foram caracterizados usando difração de raios X

para caracterização das fases presentes e para a medida do tamanho dos cristalitos,

microscopia eletrônica de varredura (MEV).

3.4.1- Difração de Raios X

Foi utilizada a Difração de Raios X (DRX) para a identificação das fases

cristalinas presentes e para a medida do tamanho de cristalito. Utilizou-se um

difratômetro Siemens modelo 5100 com radiação Kα (Cu), na UFSCar (Universidade

Federal de São Carlos), no departamento de Materiais. Operando com tensão de

40KV e corrente de 40mA e velocidade do goniômetro de 2 e 0,33 graus/minuto,

variando 2θ de 5o a 75o para identificação das fases e de 30o a 50o para medida do

tamanho de cristalito, respectivamente A difração de raios X é baseada na relação

de Bragg, mostrada na Equação 3.1.(17).

θλ sendn 2= (3.1)

Onde:

n = ordem de difração;

� = comprimento de onda dos raios X;

� = ângulo de incidência dos raios X.

Através da comparação com o arquivo do JCPDS (Joint Committee on

Powder Diffraction Standards), onde estão catalogadas mais de 30.000 substâncias

inorgânicas é possível verificar a formação dos produtos analisados.

3.4.1.1 Medida do tamanho de cristalito

O tamanho de cristalito foi calculado através do alargamento dos picos de

difração, utilizando a fórmula de Scherrer (18), conforme mostrado na Equação 3.2.

A fórmula de Scherrer utilizada é dada por:

BBk

λcos

= (3.2)

Onde:

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k = uma constante (pode variar de 0,5 a 2,0 dependendo do ajuste da largura

integral utilizada e do tamanho do cristalito, neste trabalho utilizou-se k=1);

� = comprimento de onda da radiação do tubo de cobre;

t = espessura do cristal;

θB = ângulo de Bragg;

B = alargamento do pico medido a uma intensidade igual à metade da máxima

intensidade.

A fórmula de Scherrer é utilizada para estimar o tamanho de partícula para

cristalitos muito pequenos a partir da medida da largura das curvas de difração

(sendo válida para tamanho de partículas inferiores a 300nm). O tamanho de

cristalito é definido como o tamanho dos microdomínios que difratam em fase. A

difração é sensível a essas unidades de difração e não ao tamanho de partícula.

Uma partícula, mesmo parecendo um cristal perfeito, pode ser composta por vários

cristalitos. O alargamento B refere-se assim ao alargamento extra ou alargamento

devido ao efeito do tamanho de partícula somente. Em outras palavras, B é

essencialmente zero quando o tamanho de partícula excede 1000Å (17).

3.4.2 – Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) dos Pós Nanométricos

A MEV foi utilizada para verificar as características dos pós nanométricos,

quanto ao tamanho e forma das partículas. Como preparação das amostras, os pós

foram dispersos em acetona PA em um almofariz e a dispersão foi gotejada sobre o

porta amostra de alumínio previamente polido. Após a evaporação da acetona, as

amostras foram recobertas com uma camada de ouro/paládio em uma evaporação

modelo SDC-004, marca Balzers. Foi utilizado um microscópio eletrônico de

varredura de alta resolução, modelo XL-FEG, marca PHILIPS, na UFSCar

(Universidade Federal de São Carlos) no departamento de materiais.

Nos microscópios eletrônicos de varredura de alta resolução, o tamanho da

ponta de filamento, comparado com a nuvem de elétrons de um filamento de

tungstênio de um microscópio eletrônico comum, é muitas vezes menor. Isso faz

com que uma menor aplicação do feixe seja necessária, o brilho é muito maior e a

corrente dos feixes, menores também. O brilho no MEV-FEG é em torno de 50 vezes

mais intenso que o de um MEV com filamento de tungstênio, chegando até

aumentos de 300 mil vezes. A resolução desse microscópio é melhor que 2nm para

uma tensão de 30 KV e melhor que 5nm para tensão de 1KV (19).

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3.5 - Mistura dos pós nanométricos de carbeto de nióbio em matriz de alumina

Para a obtenção de pós livres de aglomerados, o pó de alumina pura e os pós

nanométricos foram submetidos a uma etapa de desaglomeração em moinho de

bolas convencional modelo TE 500/1 da Tecnal. A desaglomeração da alumina foi

feita em meio alcoólico num frasco de polipropileno (Nalgene) e bolas de zircônia de

5mm de diâmetro (relação bolas:material 4:1). Foi utilizado como dispersante 0.2%

em peso de ácido 4-aminobenzóico (PABA), como lubrificante 0,5% em peso de

ácido oléico. A suspensão contendo o pó nanométrico de carbeto de nióbio foi

adicionada, na proporção de 5% em volume, na suspensão de alumina.

Para evitar a segregação dos pós e das inclusões, a quantidade adicionada

de álcool foi tal que ao final do processo de desaglomeração e mistura, o material

resultante apresentava característica de pasta e a secagem foi realizada ainda no

interior do frasco do moinho de bolas (aberto) sob agitação, com auxílio de um fluxo

de ar dirigido para o interior do frasco. Após a secagem, os pós foram passados em

peneira de nylon malha 80 mesh (9).

Parte da solução da alumina preparada não adicionou-se carbeto de nióbio

visando a obtenção de corpos de prova de alumina pura para comparação com os

resultados do nanocompósito.

3.6 – Conformação dos Corpos de Prova

Para conformação dos corpos de prova da alumina e dos nanocompósitos,

utilizou-se prensagem uniaxial usando pressão de 60 MPa, seguida de prensagem

isostática, usando pressão de 200 MPa.

Foram conformados 5 corpos de prova cilíndricos com diâmetro de 10 mm e 5

mm de espessura para a medida da densidade aparente, ensaios de microdureza e

análise microestrutural. Para medidas de resistência a flexão foram conformados 5

corpos de prova na forma de barras com dimensões de aproximadamente

6x6x35mm.

Para realização do ensaio de desgaste, pino sobre disco, foram conformados 5

corpos de prova na forma de pinos, com dimensões de 6,7mm de diâmetro, 12mm

de altura e extremidade com 2,8mm de raio, conforme mostra a Figura 3.2.

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Figura 3.2 - Corpos de prova na forma de pinos confeccionados para realização dos

ensaios de desgaste.

3.7 – Caracterização dos corpos de prova a verde

Os corpos de prova a verde, foram caracterizados através de medidas de

densidade a verde, que foi determinada geometricamente através das medidas das

suas dimensões, utilizando-se um paquímetro com precisão de ± 0,005mm e da sua

massa, medida por uma balança digital com precisão de ± 0,001g. A densidade a

verde foi calculada segundo a equação 3.3:

vm=ρ

(3.3)

Onde:

m = massa do corpo de prova em gramas;

v = volume do corpo de prova em cm3.

A densidade a verde assim determinada, é dada em g/cm3. No entanto,

devido as grandes diferenças de densidade real, da parte sólida, entre as amostras

de diferentes composições, é mais conveniente, para efeito de comparação, que a

densidade a verde seja dada então em g/cm3 e expressa em termos de porcentagem

da densidade teórica (%Dt) , conforme equação 3.4:

100% ×=t

DTρρ

(3.4)

Onde:

Dt = porcentagem da densidade teórica;

� = densidade a verde;

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�t: = densidade teórica (1/�t = XA/�A + XB/�B); XA e XB são as porcentagens do

material sólido A e B respectivamente.

O valor de porcentagem da densidade teórica foi calculado, usando os valores

da densidade teórica da alumina (3,98g/cm3) e do carbeto de nióbio (7,6g/cm3),

sendo que o valor calculado e usado para o compósito (Al2O3 - 5% em peso de

carbeto de nióbio) foi de 4,07 g/cm3.

3.8 – Sinterização

Os corpos de prova de alumina-carbeto de nióbio foram sinterizados sem

pressão com patamar intermediário de 1050oC por 2 horas com temperatura de

1500oC, sob atmosfera de alto vácuo (~10-5mbar) com taxa de aquecimento de

10oC/min com patamar de 1 hora. Os corpos de prova de alumina pura foram

sinterizados à 1400 oC, em função de trabalhos anteriormente realizados (9).

A opção pela utilização do patamar a 1050oC é baseada no fato de que a

introdução de um patamar isotérmico a baixas temperaturas na curva de sinterização

de alumina sub-micrométrica sob alto vácuo, promove uma otimização do processo

de sinterização, tendo como resultado final a obtenção de corpos densos com

menores tamanhos de grãos (9).

3.9 – Caracterização dos corpos de prova sinterizados

3.9.1 - Densidade aparente

As medidas de densidade aparente (DA) dos corpos de prova sinterizados

foram obtidas através do método de Archimedes utilizando a seguinte equação 3.5:

lMiMuMs

DA ρ−

= (3.5)

Onde:

Ms= peso seco da amostra;

Um= peso da amostra após ela ter permanecido imersa em água durante 24 horas;

Mi= peso da amostra imersa em água;

�l= densidade da água na temperatura em que foi realizada a medida.

Os resultados de densidade aparente, da mesma forma que a descrita na

seção 3.7, são apresentados em termos de porcentagem da densidade teórica

(%DT).

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3.10 – Caracterização Microestrutural - Microscopia Eletrônica de Varredura

(MEV)

Foi realizada a caracterização microestrutural da superfície de fratura da

alumina e do nanocompósito utilizado o mesmo microscópio eletrônico de varredura

citado na seção 3.4.2.

3.11 - Caracterização mecânica e de desgaste

3.11.1 Ensaio de desgaste

O ensaio de desgaste foi realizado utilizando-se o sistema pino sobre disco.

Usando uma carga constante de 28 N, com velocidade do disco de 0,48 m/s. A

distância total percorrida será de 3000 m. O disco usado foi de alumina e o

equipamento utilizado para o ensaio de desgaste “pino sobre disco" foi o modelo TE

67 de fabricação da PLINT, conforme mostra a Figura 3.3. Antes da realização do

ensaio as amostras foram lavadas em álcool e secas em estufa em seguida pesadas

em balança de precisão. Após o ensaio o mesmo procedimento foi realizado,

visando calcular a perda de massa. A taxa de desgaste foi calculada através da

equação 2.2.

Figura 3.3- Equipamento modelo TE67 utilizado para ensaio de desgaste.

3.11.2 Ensaio de resistência a flexão

Para os ensaios de resistência a flexão em três pontos, os corpos de prova

foram desbastados com lixas de diamante marca Büehler em granulometrias

decrescentes de 45 e 6µm. Esse desbaste visando à eliminação de empenamento e

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melhoria do acabamento superficial dos corpos. Esse desbaste foi realizado tanto

para os corpos de prova de alumina quanto para os do nanocompósitos.

Os ensaios à flexão em três pontos foram realizados em um equipamento

universal de fabricação da EMIC, modelo DL 2000, conforme mostra a Figura 3.4. A

velocidade de ensaio utilizado foi de 0,2mm/min, a distância entre apoios foi de

20mm e a tensão de ruptura medida segunda a equação 2.1, mostrada no item

2.6.1, norma ASTM C 1161-94.

Figura 3.4 – (a) dispositivo para ensaio de flexão a três pontos, (b)

equipamento universal de ensaio modelo DL 2000.

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4 - RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 – Difração de Raios X

A Figura 4.1 mostra o difratograma de raios-X dos pós nanométricos de

Carbeto de Nióbio, obtido através da reação (Nb2O5 + 10/3Al + 2C + 0,8 Al2O3 →

2NbC + 5/3 Al2O3 + 0,8 Al2O3), moídos por 04h40min. Pode-se observar picos

correspondentes ao NbC e Alumina, ou seja apenas os produtos da reação. Com

base nesses resultados, a reação aqui descrita pode ser considerada completa.

Figura. 4.1 - Difratograma de raios-X do produto da reação: Nb2O5+ 10/3 Al +

2C + 0.8Al2O3 → 2 NbC + 5/3 Al2O3 + 0.8Al2O3

4.2 – Tamanho de Cristalito

Através da equação de Scherrer, usando um difratograma de raios-X, obtido

com velocidade 0,33 graus/minuto entre 30º a 50º foram medidos os valores de

tamanho de cristalito, usando a equação 3.2 sendo que o tamanho encontrado para

o NbC foi de 26,5 nm.

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4.3 – Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

A Figura 4.2 mostra a micrografia obtida por MEV dos pós obtidos após

04h40min de moagem. É possível observar a distribuição das fases presentes

(alumina (regiões cinzas) e carbeto de nióbio (regiões brancas).

Figura 4.2 - Micrografia obtida por MEV dos pós obtidos por moagem de alta

energia.

4.4 – Densidade a Verde e Densidade Aparente

O valor de densidade a verde dos pós de alumina contendo 5% em volume de

inclusões nanométricas de NbC, conformados por prensagem uniaxial seguida de

prensagem isostática, foi de 59,8% DT e para os de alumina foi de 60,1%DT,

calculada usando a equação 3.4

O valor de porcentagem densidade aparente do corpo de prova de alumina

contendo 5%vol de NbC, sinterizados sem pressão à 1500oC, foi de

aproximadamente de 96.5% DT e para os de alumina foi de 98,9%DT, calculada

através da equação 3.5. Mesmo utilizando todo cuidado no processamento dos

nanocompósitos a densidade obtida não é a ideal para a utilização desses materiais

onde exige-se alta resistência mecânica e desgaste.

4.5 - Caracterização Microestrutural

A Figura 4.3 (a) apresenta a micrografia da superfície de fratura do corpo de

prova de alumina sinterizada a 1400 oC e a (b) da alumina contendo 5%vol de NbC,

sinterizados sob alto vácuo à 1500oC. O tipo de fratura da amostra de alumina é do

tipo intragranular e do nanocompósito do tipo intergranular. Esse tipo de fratura do

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nanocompósito pode ser atribuído a baixa densidade obtida e também devido a

presença das inclusões de carbeto de nióbio.

Figura 4.3 - Micrografia dos corpos de prova: (a) alumina e (b) alumina contendo 5%

vol de NbC.

4.6 – Ensaio de Resistência a Flexão, Microdureza e Desgaste

A Tabela 4.1 apresenta os valores de resistência à flexão, microdureza e taxa

de desgaste das amostras de alumina e alumina-NbC. Os valores obtidos para o

nanocompósito, tanto de resistência a flexão quanto de dureza foram inferiores aos

da alumina pura. A taxa de desgaste foi maior para o nanocompósito do que para a

alumina. Essa diminuição de valores de propriedades pode ser atribuído a baixa

densidade obtida para os nanocompósitos. Pode observar também que os valores

encontrados não são tão inferiores aos da alumina e que um estudo adicional no

processamento desses materiais poderá resultar em valores maiores de densidade e

consequentemente maiores valores de resistência e desgaste.

Tabela 4.1 - Resistência a flexão, microdureza e taxa de desgaste das

amostras de alumina e alumina-NbC .

Amostras Resistência à Dureza Taxa de desgaste

Flexão (MPa) (GPa) (mm3/N.m).10-6

Alumina pura 410 ± 35,0 19,4 ± 0,8 2,8 ± 0,9

Al2O3-NbC

335 ± 32,9 17,3 ± 0,8 3,8 ± 0,5

a) b)

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5 - CONCLUSÃO

A análise de difração de raios-X dos pós obtidos através da moagem de alta

energia, mostrou somente picos correspondentes aos produtos da reação: NbC e

Al2O3, podendo-se afirmar a eficiência dessa moagem.

A medida do tamanho de cristalito para o NbC foi de 26,5 nm, evidenciando a

eficiência do moinho tipo SPEX na obtenção de pós nanométricos.

Para a obtenção de nanocompósitos de alumina contendo 5%vol de NbC, com

alta densidade, são necessárias temperaturas acima de 1500°C.

A adição de inclusões nanométricas de NbC na matriz de alumina inibiram o

crescimento de grãos da matriz.

Os valores de resistência mecânica e desgaste dos nanocompósitos foram

inferiores aos da alumina pura, provavelmente devido aos baixos valores de

densidade do nanocompósito.

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