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OBSERVANDO OS RIOS O Retrato da Qualidade da Água em rios das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Bioma Mata Atlântica e Distrito Federal Março de 2016

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OBSERVANDO OS RIOS

O Retrato da Qualidade da Água em rios das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Bioma Mata Atlântica e

Distrito Federal

Março de 2016

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Fundação SOS Mata Atlântica Avenida Paulista, 2073, Cj. 1318, Cd. Conjunto Nacional, Torre Horsa 1 - 13º andar Bela Vista, São Paulo – SP, CEP: 01311-300 http://www.sosma.org.br

FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA

Observando os Rios

O Retrato da Qualidade da Água em rios das regiões Sul,

Sudeste e Nordeste do Bioma Mata Atlântica e Distrito Federal

INTRODUÇÃO O presente relatório apresenta o resultado do monitoramento da qualidade da água realizado no âmbito do projeto Observando os Rios, da Fundação SOS Mata Atlântica, no período de março de 2015 a fevereiro de 2016. As coletas mensais e as análises da qualidade da água foram realizadas por grupos de monitoramento formados por cidadãos e organizações civis, voluntários, que integram o projeto Observando os Rios. Além das análises realizadas por grupos do Observando foram acrescentadas a este relatório os indicadores de qualidade da água levantados por técnicos da Fundação SOS Mata Atlântica que atuam na Exposição Itinerante que percorre cidades do bioma e da expedição técnica realizada em parceria com o Eco Esportista Dan Robson e especialistas da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, responsáveis por análises bacteriológicas e laboratoriais que complementam os indicadores de qualidade da água em bacias e mananciais específicos. Os dados produzidos foram sistematizados no banco de dados do projeto Observando os Rios, avaliados e supervisionados pela equipe técnica da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica para disponibilização à sociedade. As análises abrangeram 289 pontos de coleta de água, distribuídos em 183 rios, córregos e lagos de 11 Estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul Alagoas, Pernambuco, Paraíba,) e do Distrito Federal, em 76 municípios, das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país. CONTEXTUALIZAÇÃO A falta de investimentos em saneamento ambiental e em saneamento básico, principalmente no que se refere a coleta e ao tratamento de esgotos domésticos no Brasil, são as principais causas das precárias condições de qualidade da água dos rios monitorados e das grandes bacias hidrográficas do país. A inadequada gestão de resíduos sólidos, em que pese a existência de legislação que trata da responsabilidade dos municípios e das empresas geradoras, para destinação

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correta, reciclagem e fim de lixões nas cidades, resulta no aumento das fontes de poluição difusa detectada nos rios de regiões urbanas e metropolitanas. O desmatamento em regiões de cabeceiras de rios, nascentes e mananciais tem acelerado os processos de assoreamento e a diminuição das vazões e da disponibilidade hídrica, além de contribuir para potencializar os impactos de eventos climáticos estremos na qualidade e na quantidade da água. A falta de cobertura florestal e o consequente assoreamento dos rios é um dos principais fatores que agrava a escassez que afeta as regiões nordeste e sudeste do país. A falta de vegetação natural nas áreas de preservação permanente, em especial nas faixas de matas ciliares colabora para o carreamento de poluentes como defensivos agrícolas e nutrientes em excesso, que aceleram a proliferação de algas em reservatórios e rios de regimes lentos, com consequências danosas para a qualidade da água, como a eutrofização (perda de oxigênio dissolvido) restringindo o seu aproveitamento para abastecimento público, atividades pesqueiras, de lazer, geração de energia elétrica entre outros usos. O adensamento populacional e as alterações de usos do solos em regiões de recarga de aquíferos e, especialmente nas áreas de mananciais de abastecimento público, foram responsáveis pela rápida perda nos índices de qualidade da água registrados em pontos de coleta monitorados, como demonstram os dados. Os indicadores aferidos neste período revelam que 36,3% dos pontos de coleta, dos 183 rios monitorados, apresentam qualidade ruim ou péssima. Apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%) e outros 59,2% estão em situação regular, o que significa um estado de alerta. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado com qualidade de água ótima. Os órgãos gestores de recursos hídricos e meio ambiente brasileiros adotam a denominação “aceitável” para as águas que se encontram com padrão de qualidade classificado neste estudo como regular. As águas de rios nessa condição podem ser captadas para fins de abastecimento público mediante tratamento, bem como para pesca, produção de alimentos, lazer, transporte e usos múltiplos. Mas, precisam ser monitoradas e dependem da gestão eficiente e integrada do saneamento ambiental para que não percam essa frágil condição. A qualidade da água classificada como regular em praticamente metade dos rios monitorados merece atenção especial dos gestores públicos e da sociedade, pois, essa condição é muito sazonal e suscetível a impactos de variações climáticas e de vazão. Além disso, esses corpos d’água localizados em regiões urbanas são ameaçados e impactos por despejos de esgotos domésticos, sem ou com baixa eficiência de tratamento, e por fontes difusas de poluição, além de eventuais despejos irregulares e clandestinos, ou de acidentes decorrentes do transporte de

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cargas perigosas e de atividades industriais, como grave dano ambiental na bacia do Rio Doce e, em menor proporção, na bacia do Paraíba do Sul. As fortes chuvas registradas na região sudeste, apesar de terem reabastecido mananciais e aumentado as vazões dos rios, não contribui de forma significativa para melhoria dos indicadores de qualidade da água medidos, a exceção de pontos de coleta localizados em córregos urbanos da cidade do Rio de Janeiro. De forma geral, as tempestades de verão agravaram a poluição dos rios urbanos monitorados, na medida em que lavaram os solos permeabilizados das cidades, carreando poluentes e resíduos diretamente para os corpos d’água. METODOLOGIA

Os Indicadores de Qualidade da Água:

A metodologia desenvolvida especialmente para Fundação SOS Mata Atlântica por

Samuel Murgel Branco e Aristides Almeida Rocha para o projeto Observando os Rios

é utilizada para avaliação ambiental participativa de bacias hidrográficas desde 1993

e consolidou-se como instrumento de mobilização e engajamento social em ações de

despoluição de rios e gestão da água.

Com o emprego de um kit de análise colorimétrico e indicadores de percepção e

observação é possível levantar e aferir a condição ambiental dos rios e classificar a

qualidade da água, com base no Índice de Qualidade da Água (IQA), de acordo com

a Resolução CONAMA 357/2005, que define padrões de classificação para água bruta

na legislação brasileira.

Os resultados do IQA variam de acordo com as condições climáticas e com a vazão e o volume de água dos rios, que interferem na sua dinâmica e na capacidade de diluir as cargas que recebe. Maior volume e vazões favorecem a diluição de poluentes e, com menor volume há maior concentração de cargas, com acelerada eutrofização (perda de oxigênio dissolvido) devido à mudança do regime hídrico e consequente agravamento da poluição. As Classes de Rios e parâmetros para os corpos hídricos:

classe especial

classe 1

classe 2

classe 3

classe 4

a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

a) ao abastecimento para consumo humano, após

a) à navegação; e

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simplificado; tratamento convencional ou avançado;

b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,

b) à proteção das comunidades aquáticas;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

b) à harmonia paisagística.

c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA n. 274, de 2000;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA n. 274, de 2000;

d) à recreação de contato secundário;

d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película;

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e

b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

e) à aqüicultura e à atividade de pesca.

c) à pesca amadora;

e) à dessedentação de animais.

Parâmetros medidos para obtenção do IQA: Com emprego do kit de análise e de indicadores de percepção e observação são medidos 16 parâmetros: Observação: Resíduos sólidos, odor, espuma, material sedimentável. Bioindicadores: Peixes, larvas brancas, larvas vermelhas, toxicidade da água. Físicos e químicos: OD (Oxigênio Dissolvido); DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), ph (Potencial Hidrogenionico); PO4 (Fosfato); Coliformes; NHO3

(Nitrato); temperatura e Turbidez (JTu). Para obtenção do IQA – Índice de Qualidade da Água é feita totalização dos

resultados de cada parâmetro avaliado e a média obtida resulta na classificação da

qualidade do corpo d’água, que varia de ótima à péssima, com base nos limites

definidos para cada indicador na Resolução Conama 357/2005.

Ótima Boa Regular Ruim Péssima

Maior que 40 Entre 35 e 40 Entre 26 e 35 Entre 20 e 26 Menor que 20

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RESULTADOS DO PERÍODO Os resultados das análises da qualidade da água realizadas entre março de 2015 e

fevereiro de 2016, em 289 pontos de coleta e monitoramento em 183 rios, córregos,

reservatórios e lagos, distribuídos em 76 municípios, de 11 Estados brasileiros e do

Distrito Federal, revelam que não foi encontrado, nesse universo de amostragens,

nenhum corpo d’água com qualidade ótima.

Em 4 pontos o índice de qualidade da água obtido foi péssimo e em 101 pontos

ruim, o que indica que 36,3% dos corpos d’água monitorados no bioma Mata

Atlântica estão poluídos e impróprios para captação para fins de abastecimento

público, produção de alimentos, pesca, esportes e lazer. Apenas 13 pontos foram

avaliados com qualidade de água boa (4,5%) e outros 171 pontos, que representam

59,2% do total monitorado, estão em situação regular, em estado de alerta.

Localização dos pontos de monitoramento no bioma Mata Atlântica e DF.

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Projetos e Região Pontos de coleta

Observando o Tietê - SP 152

Expedição Billings - SP 40

Observando os Rios – Ilhabela - SP

15

Observando os Rios Brasília - DF

2

Projeto itinerante 23

Observando os Rios Alagoas 10

Observando os Rios RJ 23

Observando os Rios Pernambuco

11

Observando os Rios Paraíba 13

Total de pontos de coleta 289

Evolução comparativa dos indicadores:

Os dados das análises realizadas em 125 pontos de coleta fixos, que mensalmente

são monitorados por integrantes dos projetos da Fundação SOS Mata Atlântica, de

forma continuada, permitiram avaliar a evolução comparativa dos indicadores de

qualidade da água do período de março de 2014 a fevereiro de 2015, quando as

regiões Nordeste e Sudeste enfrentaram grave estiagem, com os dados de março de

2015 a fevereiro de 2016.

As evolução dos indicadores nesses 125 pontos de coleta aponta uma tendência de

comprometimento da qualidade da água, apesar das chuvas que ampliaram as

vazões dos rios e o volume de água nos reservatórios, com leve piora nos resultados

de qualidade obtidos nas médias anuais.

Estados Municípios Rios

AL 6 7

DF 1 1

ES 2 2

MG 3 3

MS 1 1

PR 1 1

PB 6 7

PE 7 6

RJ 8 27

RS 1 1

SC 3 3

SP 37 124

12 76 183

Resultados IQA 2016

ÓTIMA 0 0,0%

BOA 13 4,5%

REGULAR 171 59,2%

RUIM 101 34,9%

PÉSSIMA 4 1,4%

TOTAL 289 100%

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Cerca da metade dos rios analisados nos dois levantamentos seguem indisponíveis

para uso , com índices de qualidade ruim e péssima. O porcentual de pontos em

estado de alerta, com condições regulares, caiu de 52% para 47,2%, com aumento

dos pontos com qualidade ruim de 41,6% para 47,2% e apenas 3,2% dos rios

mantiveram qualidade de água boa.

Comparativo Geral:

Resultados Nacionais

2015 2016

ÓTIMA 0 0,0% 0 0,0%

BOA 4 3,2% 4 3,2%

REGULAR 65 52,0% 59 47,2%

RUIM 52 41,6% 59 47,2%

PÉSSIMA 4 3,2% 3 2,4%

TOTAL 125 100% 125 100%

Municípios Grupos rio/ponto de coleta IQA 2015 IQA 2016

Arujá Grupo Peixes de Arujá-Baquirivu

Córrego Baquirivu Ruim Ruim

Arujá Grupo Peixes de Arujá - Caputera

Córrego Caputera Péssima Ruim

Arujá Grupo Peixes de Aruja - Lago

Lago Arujá V Ruim Regular

Barra Bonita - SP SESI de Barra Bonita Rio Tietê Ruim Regular

Biritiba Mirim Grupo Eco Ingá / Biritiba Mirim

Rio Tietê Boa Boa

Botucatu - SP SOS Cuestas Ribeirão Lavapés Ruim Regular

Botucatu - SP SOS Cuestas Ribeirão Tanquinho Regular Regular

Cabreúva Escoteiros Rio Tietê Regular Péssima

Cerquilho Icatu - Agueiros Rio Sorocaba Regular Regular

Cotia Colégio Rio Branco - Cotia

Rio Maicurê Regular Ruim

Cotia Colégio Sidarta Rio Cotia Regular Ruim

Cotia Faculdade Estácio - Europan - Nascente

Rio Cotia Regular Regular

Cotia Faculdade Estácio - Europan - Jd Sandra

Rio Cotia Regular Regular

Cotia

Faculdade Estácio - Europan - Raposo Tavares

Rio Cotia Regular Regular

Embu

Acorde - Desenvolvimento Humano

Rio Potium Regular Regular

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Ferraz de Vasconcelos - SP

Grupo Cabaneiros / Ferraz de Vasconcelos

Córrego Iigima Ruim Ruim

Ferraz de Vasconcelos - SP

Grupo Águas de Ferraz Córrego do Meinho Ruim Ruim

Ferraz de Vasconcelos - SP

Grupo Cabaneiros 2/ Ferraz de Vasconcelos

Córrego Itaim Ruim Ruim

Ferraz de Vasconcelos - SP

Eco-Cambiri rio Guaió Regular Ruim

Guarulhos Movimento Cabuçu Rio Cabuçu Ruim Ruim

Indaiatuba SAAE Rio Piray Regular Boa

Itaquaquecetuba

Grupo Itaqua Esperança /Itaquaquecetuba

Rio tiete Ruim Ruim

Itaquaquecetuba

Grupo Itaqua Esperança – Parque/ Itaquaquecetuba

Rio Tietê Regular Ruim

Itaquaquecetuba

Grupo Itaqua Esperança – Divisa/ Itaquaquecetuba

Rio Tietê Ruim Ruim

Itu Voluntários da Estrada Parque

Rio Tietê Regular Ruim

Juquitiba Canoar - Rafting Juquiá Regular Regular

Mogi das Cruzes Grupo Morumbi Ribeirão Morumbi Regular Regular

Mogi das Cruzes Grupo Vila da Prata/Morumbi II

Córrego Vila da Prata Ruim Ruim

Mogi das Cruzes Grupo Eco Ipiranga Ribeirão Ipiranga Ruim Ruim

Mogi das Cruzes Grupo Eco Plantio Córrego dos Corvos Ruim Ruim

Mogi das Cruzes Grupo Náutico Mogiano Rio Tietê Regular Regular

Mogi das Cruzes

Grupo Oropó - Vila Moraes /Mogi das Cruzes

Ribeirão Oropó Ruim Ruim

Ribeirão Pires Ação Ecológica I Taiaçupeba Mirim Regular Regular

Ribeirão Pires Ação Ecológica II Ribeirão Pires Ruim Ruim

Rio Grande da Serra

Grupo Aguas da Serra - I

Rio Grande Regular Regular

Salesópolis Grupo Ponte Nova Rio Tietê Boa Boa

Salesópolis Grupo Cambuci Rio Paraitinga Regular Regular

Salto Ceunsp Rio Tietê Regular Ruim

São Bernardo do Campo

Centro de Sustentabilidade - UMESP

Ribeirão dos Couros Ruim Ruim

São Bernardo do Campo

Represa Billings/Montanhão - UMESP

Represa Billlings - Regular Regular

São Bernardo do Campo

Universidade Federal do ABC

Margem da Represa Billings - estoril

Regular Regular

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São Paulo Parque dos Búfalos Nascente Parque dos

Búfalos Boa Regular

São Paulo Parque Municipal Guarapiranga

Represa Guarapiranga Regular Regular

São Paulo

Parque Municipal Barragem de Guarapiranga

Barragem da Represa Guarapiranga

Regular Regular

São Paulo Limpas as Águas Afluente do Ribeirão

Caulim Boa Regular

São Paulo UNISA Córrego São José

(Foz) Ruim Ruim

São Paulo Colégio Brasília Córrego Capão do

Embira Regular Regular

São Paulo

Grupo E.E. Profº João Prado Margarido Leste 2

Córrego Tijuco Preto Ruim Ruim

São Paulo Grupo Coliformes da leste

Córego Verde Ruim Regular

São Paulo Colégio Friburgo Judas Regular Regular

São Paulo UniSantana Tietê Ruim Regular

São Paulo EE Dr. Alberto Cardoso de Mello

IPESP Regular Regular

São Paulo ETEC Getulio Vargas Ipiranga Ruim Ruim

São Paulo

Comissão de Moradores da Região do Riacho Água Podre

Riacho Água Podre (afluente do Córrego Jaguaré)

Péssima Ruim

São Paulo Colégio Guilherme Dumont Villares

Caboré Péssima Ruim

São Paulo Parque Água Branca - Lago Negro

Lago Negro do Parque Regular Regular

São Paulo Parque do Cordeiro Ribeirão do Parque do

Cordeiro Regular Regular

São Paulo Grupo EACH USP Rio Tietê Ruim Ruim

São Paulo ONG Projeto Fênix Buraco da Onça Regular Ruim

São Paulo Grupo Eco-Ceu 3 Pontes

Córrego 3 pontes - Itaim Paulista

Ruim Ruim

São Paulo

Grupo PAVS Sapopemba – São Paulo

córrego Oratório Ruim Ruim

São Paulo Associação Obra do Berço - PEEJ

Rio da Olaria Ruim Regular

São Paulo

Associação Obra do Berço - PEEJ - Jd Palmas

Córrego dos Mirandas Ruim Ruim

São Paulo Grupo Vamos Agir Melhor

Córrego Agua Vermelha

Ruim Ruim

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São Paulo Cooper Ação Transformar

Água Preta Regular Regular

São Paulo Colégio Augusto Laranja

Águas Espraiadas Ruim Ruim

São Paulo Colégio Mater Dei Sapateiro Regular Regular

São Paulo Colégio Rio Branco - Higienopólis

Pacaembu Regular Regular

São Paulo Colégio Prígule A saber (Anhanguera) Regular Ruim

São Paulo Colégio EAG Pirajussara Ruim Regular

São Paulo Aricanduva Rio Aricanduva Ruim Ruim

São Paulo Butantã Córrego Do Sapé Ruim Regular

São Paulo Campo Limpo Pirajussara Ruim Ruim

São Paulo Cantareira

Represa da Cantareira (Paiva Castro)

Regular Regular

São Paulo Capela do Socorro Represa Guarapiranga Regular Regular

São Paulo Casa Verde Jaçanã Regular Ruim

São Paulo Centro/ Sé Tamanduateí Ruim Ruim

São Paulo Cidade Ademar Represa Billings Ruim Regular

São Paulo Cidade Tiradente Córrego Rodeio Ruim Péssima

São Paulo Ermelino Matarazzo Córrego do Limoeiro Regular Regular

São Paulo Freguesia do Ó Guami Regular Ruim

São Paulo Guaianases Aricanduva Ruim Péssima

São Paulo Itaim Paulista Corrego Lageado Ruim Ruim

São Paulo Itaquera Rio Verde Regular Ruim

São Paulo Jabaquara não identificado Ruim Ruim

São Paulo Jaçanã Cabo Sul de Cima Regular Ruim

São Paulo M Boi Mirim Córrego Ponte Baixa Ruim Ruim

São Paulo Mooca córrego Santista Regular Ruim

São Paulo Parelheiros Rio do Caulim Regular Regular

São Paulo Penha Córrego Ponte Rosa Regular Ruim

São Paulo Perus

Ribeirão Perus / Rio da Praça

Ruim Ruim

São Paulo Pinheiros Córrego das Curujas Regular Regular

São Paulo Pirituba

Córrego Jardim Pirituba ou Parada

Péssima Ruim

São Paulo São Matheus Oratório Regular Ruim

São Paulo São Miguel Paulista Jacu Regular Ruim

São Paulo Vila Maria Córrego da Divisa Ruim Ruim

São Paulo Vila Mariana Lago do ibirapuera Regular Regular

São Paulo Vila Prudente Córrego do Oratório Regular Ruim

Sorocaba REA Unesp Rio Sorocaba Regular Regular

Suzano Grupo IFSP-SZN/ Taiaçupeba

rio taiaçupeba Ruim Ruim

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Suzano Grupo IFSP-SZN/ Guaio

rio guaio Regular Ruim

Suzano Grupo Eco Badra / Suzano

Rio Tietê Regular Regular

Tietê Grupo SOS Rio Tietê Rio Tietê Regular Regular

Ilhabela IIS/ Colégio Maria Gemma

CÓRREGO PAQUERA Regular Regular

Ilhabela IIS/ Colégio Maria Gemma

RIBEIRÃO ÁGUA BRANCA

Regular Regular

Ilhabela IIS/ Colégio Maria Gemma

CÓRREGO CAMARÃO Regular Regular

Ilhabela IIS/ Colégio Maria Gemma

CÓRREGO PAQUERA Regular Boa

Ilhabela IIS/ Assoc. Barreiros CÓRREGO

CACHOEIRA Regular Regular

Brasilia Salve oo Urubu Corrego do Urubu Regular Regular

Brasilia Salve o Urubu Corrego do Urubu Regular Regular

Rio de Janeiro Rio do Pires São Conrado Ruim Regular

Rio de Janeiro Canal de São Conrado São Conrado Ruim Ruim

Rio de Janeiro Canal Visconde de Albuquerque

Leblon Regular Regular

Rio de Janeiro Canal do Jockey Jardim Botânico Regular Regular

Rio de Janeiro Rio Cabeças Jardim Botânico Regular Regular

Rio de Janeiro Rio dos Macacos Jardim Botânico Regular Regular

Rio de Janeiro Canal do Jardim de Alah

Ipanema Ruim Regular

Rio de Janeiro Rio Carioca (pós tratamento)

Flamengo Regular Regular

Rio de Janeiro Rio Carioca (pré tratamento)

Flamengo Ruim Ruim

Rio de Janeiro Canal do Mangue Centro Ruim Regular

Rio de Janeiro Rio Comprido Rio Comprido Ruim Ruim

Rio de Janeiro Rio Trapicheiros Tijuca Ruim Regular

Rio de Janeiro Rio Maracanã Maracanã Ruim Ruim

Rio de Janeiro Rio Joana Vila Isabel Ruim Ruim

Rio de Janeiro Rio Meier Meier Ruim Ruim

Indicadores de Qualidade da Água no Estado de São Paulo

O Estado de São Paulo é único que registra índice de qualidade de água boa,

em 13 pontos de coleta. Porém, esse resultado positivo representa apenas

6,1% do universo de amostragem realizadas no período nos rios paulistas. As

análises da qualidade da água foram realizadas com base nos dados de

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monitoramento em 212 pontos de coleta, distribuídos em 124 rios, córregos e

reservatórios, de 37 municípios.

Em 88 pontos de coleta, que representam 41,5% dos corpos d’água

monitorados, o índice qualidade da água obtido foi ruim e péssimo, o que torna

essas águas indisponíveis para abastecimento público, lazer, pesca, produção

de alimentos, dessedentação de animais e manutenção ecossistêmica. E, em

52,4% dos pontos monitorados os índices obtidos foram regulares, o que

representa estado de alerta.

Espacialização dos pontos de coleta nas bacias do Alto e Médio Tiete e PCJ.

Resultados IQA 2016 (SP)

ÓTIMA 0 0,0%

BOA 13 6,1%

REGULAR 111 52,4%

RUIM 84 39,6%

PÉSSIMA 4 1,9%

TOTAL 212 100%

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Espacialização dos pontos de coleta em Ilhabela - SP.

Evolução comparativa dos indicadores no Estado de São Paulo

A evolução dos indicadores de qualidade da água do Estado de São Paulo, deste

período com os dados do ano anterior, constatada em 103 pontos de monitoramento

fixos, nos rios paulistas, segue a mesma tendência dos indicadores nacionais, de

comprometimento da qualidade da água, com aumento de 40 para 50 pontos com

índices de água ruins. Apesar disso, há dados positivos que apontam a manutenção

de pontos com qualidade de água boa e a diminuição de um ponto com condição

péssima.

Comparativo Estado de São Paulo:

Resultados – Estado de SP

2015 2016

ÓTIMA 0 0,0% 0 0,0%

BOA 4 3,9% 4 3,9%

REGULAR 55 53,4% 46 44,7%

RUIM 40 38,8% 50 48,5%

PÉSSIMA 4 3,9% 3 2,9%

TOTAL 103 100% 103 100%

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A Qualidade da Água na Cidade de São Paulo

A cidade de São Paulo não conta mais com nenhum ponto com qualidade de água

boa. Neste ano, a Capital paulista perdeu os dois pontos de coleta que, até 2015,

apresentavam índices de qualidade de água boa nas médias anuais. Localizados em

área de manancial, uma nascente no Parque dos Búfalos (Represa Billings) e um

córrego, em Parelheiros, tiveram a qualidade da água prejudicada. A queda nos

indicadores desses pontos está relacionada à pressão por novas ocupações e a

mudanças nos usos do solo nas áreas de mananciais.

Os indicadores medidos nos pontos de coleta que perderam a condição de qualidade

de água boa estão relacionados à elevação dos parâmetros de turbidez, coliformes,

nitrato e fosfato, com queda nos índices de oxigênio dissolvido, indicando

contaminação por esgotos domésticos sem tratamento e o carreamento de solos em

virtude de desmatamento.

Os dados apontam que dos 89 pontos de monitoramento da qualidade da água da

cidade de São Paulo, 53,9% , estão indisponíveis para abastecimento público e usos

múltiplos por apresentarem índices de qualidade ruim e péssimo.

Resultados IQA 2016 (Cidade de São Paulo)

ÓTIMA 0 0,0%

BOA 0 0,0%

REGULAR 41 46,1%

RUIM 46 51,7%

PÉSSIMA 2 2,2%

TOTAL 89 100%

A evolução comparativa dos indicadores de qualidade da água de 2015 para 2016 na

cidade de São Paulo segue a mesma tendência do cenário nacional, de perda de

qualidade e comprometimento. Além do aumento da pressão por uso e ocupação do

solo em áreas de manancial, o volume de resíduos sólidos descartados de forma

inadequada e dos esgotos não tratados, provenientes de ocupações irregulares e de

regiões urbanizadas que ainda não contam com tratamento de esgoto, fazem com

que mais da metade dos rios paulistanos monitorados se mantenham indisponíveis

para uso.

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Resultados 2015 2016

ÓTIMA 0 0,0% 0 0,0%

BOA 2 3,6% 0 0,0%

REGULAR 27 48,2% 24 42,9%

RUIM 25 44,6% 30 53,6%

PÉSSIMA 2 3,6% 2 3,6%

TOTAL 56 100% 56 100%

Localização do ponto de coleta no Parque dos Búfalos que deixou de apresentar qualidade

de água boa neste ano.

A Qualidade da Água na Cidade do Rio de Janeiro

A qualidade da água doce na cidade do Rio de Janeiro registrou pequena

melhora no período em função das chuvas que aumentaram as vazões

dos córregos e rios urbanos e favoreceram a diluição de poluentes. O

fator climático resultou em uma queda de 10 para 6 pontos de coleta

com qualidade de água ruim, neste ano. Mas, 73,3% dos pontos

monitoramentos apresentam qualidade de água regular e, novamente,

não foram registrados pontos com qualidade de água boa e ótima na

Capital do Estado do Rio de Janeiro.

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É importante destacar que as chuvas que possibilitaram a pequena

melhoria nos índices de qualidade da água dos rios cariocas, por

contribuirem para diluição dos poluentes e, principalmente, na redução

dos impactos causados à população por odor e vetores de doenças,

porém, podem comprometer de forma negativa a balneabilidade nas

praias, uma vez que as cargas de poluentes que estavam concentrados

nos rios são carreados com mais intensidade para os emissários e, com

as variações de correntes acabam contaminando as praias.

Resultados IQA 2016 (RJ)

ÓTIMA 0 0,0%

BOA 0 0,0%

REGULAR 22 73,3%

RUIM 8 26,7%

PÉSSIMA 0 0,0%

TOTAL 30 100%

Espacialização dos pontos de coleta do projeto Observando os Rios no Rio de Janeiro

Variações positivas de qualidade de água em virtude de mudanças no clima, com o

início do período de chuvas e consequente aumento da vazão dos rios urbanos,

como registrado na cidade do Rio de Janeiro, não foram constatadas nos rios das

demais cidades e Estados monitorados no mesmo período.

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O impacto positivo das chuvas nos rios cariocas ocorre de forma diferenciada do que

foi medido na cidade de São Paulo e nos demais rios do país, impactados

negativamente com o início das chuvas e temporais que aumentaram as cargas

difusas de poluição carreadas para os corpos d’água, como lixo, material particulado

de veículos diesel e gasolina, sedimentos, entre outros.

A existência de áreas preservadas de Mata Atlântica, como a Floresta da Tijuca,

contribuem para que as chuvas reabasteçam os rios urbanos com maior volume de

água boa, de forma que as cargas difusas de poluição não resultem na perda brusca

de indicadores. Embora o Rio de Janeiro conte com precários índices de tratamento

de esgoto e saneamento, com prejuízos diretos à saúde pública e às condições de

balneabilidade das praias, as chuvas contribuíram para diluição de poluentes e na

pequena melhoria da qualidade da água nos rios da cidade.

Comparativo cidade do Rio de Janeiro:

Resultados - Cidade do RJ

IQA 2015 IQA 2016

ÓTIMA 0 0,0% 0 0,0%

BOA 0 0,0% 0 0,0%

REGULAR 5 33,3% 9 60,0%

RUIM 10 66,7% 6 40,0%

PÉSSIMA 0 0,0% 0 0,0%

TOTAL 15 100% 15 100%

A Qualidade da Água nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e DF

Os dados da qualidade da água levantados em 32 rios localizados nos Estados de

Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba,

Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, não permitem análises

comparativas, pois começaram a ser monitorados neste ano e não contam com

séries históricas.

Distrito Federal

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Pontos e coleta no Córrego do Urubu, bacia do Lago Paranoá

O córrego do Urubu, na bacia do Lago Paranoá, na área urbana de Brasília – DF, é

monitorado em dois pontos e coleta, nas áreas de cabeceira e foz do rio, e apresenta

qualidade de água regular e tem mantido esse indicador estável nas análises

comparativas deste período, com as do ano anterior.

A Qualidade da Água dos rios de Alagoas

A Qualidade da Água dos Rios de Pernambuco

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Espacialização dos pontos de coleta em Pernambuco

A Qualidade da Água na Paraíba

Espacialização dos pontos de coleta na Paraíba

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CONCLUSÃO

Os resultados obtidos evidenciam que 59,2% dos rios monitorados e que cortam áreas urbanas apresentam índice de qualidade regular e, portanto, estão em estado de alerta. Essa condição é muito suscetível a impactos de fatores climáticos, as alterações de usos do solo nas suas bacias hidrográficas, ao desmatamento e aos baixos índices de saneamento básico dos municípios. Dos 289 pontos de coleta analisados, 36,3% dos corpos d’água monitorados estão indisponíveis para abastecimento público, pesca, lazer, produção de alimentos e dessedentação de animais, por causa da poluição decorrente dos precários índices de coleta e tratamento de esgoto, da má gestão dos resíduos sólidos e da compartimentação dos serviços de saneamento ambiental. Essa precária condição dos rios registrada nas regiões sul, sudeste, nordeste e no Distrito Federal, potencializa os problemas relacionados à escassez, à exclusão hídrica e aos problemas de saúde da população. Mais de 70% das doenças que levam a internações hospitalares no país são decorrentes de contato com a água contaminada (Fontes: OMS, Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde SIH/SUS, IBGE-Morbidade Hospitalar no SUS). Os dados alarmantes da situação do saneamento no Brasil que apontam que apenas 40% dos esgotos gerados no país são tratados e que 35 milhões de pessoas não tem acesso à água tratada, podem ser comprovados por meio da observação e do monitoramento da qualidade da água dos rios das principais cidades e bacias hidrográficas brasileiras. A perda da qualidade da água decorrente da degradação ambiental e da poluição é muito rápida, mas, a reversão dessa condição, em geral, é lenta, onerosa e depende de tecnologia, gestão integrada e fiscalização, controle e regulação eficientes, dentre outras questões que envolvem investimentos em restauração florestal, conservação, participação e engajamento social e educação, além da atualização da legislação ambiental que trata do enquadramento dos corpos d’água e dos padrões lançamento de efluentes e de qualidade da água no Brasil. A legislação brasileira enquadra e classifica os rios de acordo com os usos preponderantes de suas águas. Esse modelo condena rios de regiões industrializadas, de agricultura extensiva e de grandes centros urbanos, enquadrados na classe 4 (Resolução Conama 357 e correlatas) a se manterem praticamente mortos. Esses rios destinados a diluir efluentes (esgotos) com baixa eficiência de tratamento e, na grande maioria, sem tratamento. Para esses corpos d’água, a legislação não prevê limites para poluentes, fazendo com que muitos rios e córregos, de milhares de cidades do país, fiquem completamente indisponíveis para usos múltiplos, como a produção de alimentos, o

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lazer e consumo humano. É um desperdício perverso, que agrava a indisponibilidade de água nos centros urbanos. Muitas vezes essas águas poluídas atingem o litoral, causando a poluição do mar e tornando as praias impróprias para banho. Tudo isso afeta a saúde e a qualidade de vida das pessoas. O acesso a água em qualidade e quantidade é um Direito Humano que depende da universalização do saneamento. Para que possamos reverter esse quadro e recuperar a qualidade da água dos rios brasileiros, a Fundação SOS Mata Atlântica lança a campanha Saneamento Já, com uma petição pública por Água Limpa, Fim de Rios Mortos e Praias Contaminadas no Brasil. O objetivo é chamar atenção para a questão do direito ao saneamento básico , fortalecer o empenho por políticas públicas e atitudes responsáveis e incluir a questão da água na agenda prioritária para o desenvolvimento do país. A campanha Saneamento Já integra a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, em parceria com o CONIC – Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil e o movimento Água Limpa é Onda, que teve início no Rio de Janeiro, em parceria com as ONGs Instituto-e e Uma Gota no Oceano, envolvendo associações de moradores e surfistas e agora se estende a todo país. FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA

A Fundação SOS Mata Atlântica é uma organização social de interesse público, entidade privada sem fins lucrativos, sem vínculos partidários ou religiosos. Criada em 1986, tem como missão promover a conservação da diversidade biológica e cultural do Bioma Mata Atlântica e ecossistemas sob sua influência, estimulando ações para o desenvolvimento sustentável, bem como promover a educação e o conhecimento sobre a Mata Atlântica, mobilizando, capacitando e estimulando o exercício da cidadania socioambiental. CONSELHO ADMINISTRATIVO Presidente Pedro Luiz Barreiros Passos Vice-Presidência de Florestas José Olympio da Veiga Pereira Vice-Presidência de Mar Roberto Luiz Leme Klabin Vice-Presidência de Ambiente Urbano Paulo Nigro Vice-Presidência de Comunicação Roberto Oliveira de Lima Vice-Presidência de Finanças Morris Safdie Conselheiros

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Clayton Ferreira Lino, Gustavo Martinelli, José Renato Nalini, Paulo Nogueira-Neto, Pedro Leitão Filho, Sonia Racy. DIRETORIAS Executiva Marcia Hirota Políticas Públicas Mario Cesar Mantovani Administrativa/Financeira Olavo Garrido Comunicação Afra Balazina PROGRAMAS/PROJETOS Costa Atlântica - Camila Keiko Takahashi e Diego Igawa Martinez Exposição Itinerante - Romilda Roncatti e Patrícia Ferreti Educação Ambiental - Kelly de Marchi Clickarvore e Viveiro - Aretha Medina Florestas do Futuro - Rafael Bitante Fernandes Mobilização - Beloyanis Monteiro Rede das Águas - Maria Luisa Ribeiro EQUIPE TÉCNICA - REDE DAS ÁGUAS – OBSERVANDO OS RIOS

Malu Ribeiro – Gestão e Supervisão Técnica Romilda Roncati – Coordenação do Projeto Observando os Rios Gustavo Veronesi – Coordenação Técnica César Pegoraro – Monitor, Marcelo Naufal Argona - Monitor, Adriana Bravin – Monitora, Expedição Técnica: Dan Robson Dias – Eco esportista e navegador Cauê Taborda – Fotografia e logística Profa. Marta Angela Marcondes – Análises Bacteriológicas