observações atualizadas.viii
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2. OBSERVAES
Por ser um integrante do grupo de flautas do IPA, minhas observaes sederam de forma participativa, o que me proporcionou perceber as situaes
presenciadas de um ngulo muito interessante, j que me via totalmente envolvido
nas aes do grupo. egundo pradle! "#$%&, p.''(, )a observa*o participante
permite+nos observar as atividades das pessoas, as caractersticas fsicas da
situa*o do ponto de vista social e o que nos fa- sentir o fato de fa-ermos parte
integrante daquela realidade. Percebo que neste caso, al/m de observador,
tamb/m sou observado, o que torna a e0peri1ncia mais profunda e delicada, pois
tenho que lidar com fatores subjetivos da minha pr2pria personalidade, bem como
afirma 34536I784 "9&&$ p. '#( ao apontar que a observa*o participante )requer
a necessidade de eliminar deformaes subjectivas para que possa haver a
compreens*o de factos e de interaces entre sujeitos em observa*o, no seu
conte0to.
:inhas observaes foram empreendidas n*o somente nos encontros
semanais, reali-ados nas segundas feiras, mas tamb/m nas apresentaes do
grupo, reali-adas na pr2pria institui*o no evento chamado );im de Encontros
eApresentaes.
2.1 ENCONTROS
5os encontros, as observaes aconteceram na sala destinada ? disciplina
prtica de instrumento "viol*o(, um local agradvel para os ensaios do grupo de
flautas, pois possui 2tima reverbera*o, o que enriquece a sonoridade dos
instrumentos durante as prticas. A sala dispunha de estantes de partituras e
cadeiras suficientes para todos os integrantes do grupo. 3om rela*o ? disposi*o
das cadeiras, um grande circulo foi sempre o formato utili-ado, facilitando muito acomunica*o entre os integrantes e proporcionando uma clara resposta sonora
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vinda dos naipes envolvidos, que eram> ;lautas sopranos, contraltos, tenores, bai0os
e um violoncelista que acompanha o grupo.
@e acordo com "ABAC@A, 9&( Planificar e gerir os espaos de um modo
coerente com os nossos modelos metodol2gicos, reveste+se de uma grande
importncia dado que o ambiente se revela como um poderoso fator facilitador ou
inibidor da aprendi-agem. 5o caso do grupo, a organi-a*o do espao fsico
propiciou aspectos facilitadores para a aprendi-agem, como descrevi no pargrafo
anterior ? cita*o, e ainda ocasionou nas pessoas a clara sensa*o de igualdade e
importncia frente aos outros integrantes, assim contribuindo para um melhor
rendimento dos ensaios e consequentemente nas apresentaes.
Dma caracterstica interessante do grupo em quest*o / a sua
heterogeneidade no di- respeito ao nvel de aprofundamento dos integrantes com a
flauta doce, mas a maioria / iniciante, o que provoca um ac=mulo dos que tocam a
flauta doce soprano, visto que geralmente o aprendi-ado inicial se d por est, e
isto, evidentemente, gera um desequilbrio entre as vo-es. :as n*o percebo esta
situa*o como um problema, e sim como um princpio motivador para os
participantes aprenderem a tocar as outras flautas, para assim buscarem o equilbrio
sonoro desejado. Por outro lado, um grupo de flautas que tenha um som uniforme eequilibrado, / fruto do amadurecimento musical dos e0ecutantes, e este / o principal
objetivo do grupo de flautas do IPA. Percebo que este amadurecimento se efetiva
gradualmente, atrav/s do envolvimento atento e ativo dos alunos nas praticas de
conjunto. Praticas que foram sempre norteadas pela profa. @ra. :aria 3eclia de
Araujo Eodrigues
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disciplinas> ;lauta @oce ;lauta @oce no 3onte0to 6scolar e quando ingressei neste
grupo de flautas no curso de licenciatura em m=sica do 3entro Dniversitrio
:etodista IPA. @iante destes fatos, percebo o grande potencial das prticas coletivas
no contante ao aprendi-ado da flauta doce. 3ruvinel "9&&F( em entrevistas feitas
alguns educadores musicais, destaca, a respeito do ensino coletivo, algumas
vantagens como o desenvolvimento mais rpido do repertorio, melhora da afina*o
individual, desenvolvimento mais rpido de uma sonoridade agradvel,
desenvolvimento do ouvido harmJnico e maior rendimento no aprendi-ado do
instrumento. @urante as minhas observaes percebi, n*o s2 no grupo em geral,
mas tamb/m em mim mesmo, vrias das vantagens destacadas pela autora.
4 repertorio utili-ado foi se constituindo na medida em que o grupo se
mostrava engajado no estudo da flauta doce. A maioria das m=sicas foram tra-idas
pelos coordenadores do grupo, mas algumas obras foram incorporadas ? lista por
meio de sugestes vindas dos integrantes, bem como um arranjo que fi- para a
m=sica Sampa, de 3aetano Keloso. A respeito deste arranjo, julgo importante
descrever a grande receptividade que o mesmo teve frente aos professores e aos
colegas de grupo. Ambos se mostraram interessados pela ideia e contriburam muito
com dicas e opinies que fi-eram com que o produto gerado, atrav/s destasintervenes, soa+se melhor do que a concep*o original. Percebi que meu
aprendi-ado foi bem maior do que a pequena contribui*o que fi- para o repertorio,
pois comecei a ter novas ideias de arranjos em fun*o de tudo que aconteceu
durante os ensaios. Abai0o, listo as m=sicas que compunham o repertorio>
The Silver San, famoso madrigal de 4rlando Hibbons. 6sta pea trou0e
desafios para o grupo, visto que o arranjo, originalmente composto para coro,
possua em sua estrutura, cinco vo-es distintas soprano, alto, tenor, bartono ebai0o. Luanto mais vo-es, mais delicado fica o processo de afina*o, j que a flauta
doce / um instrumento musical e0tremamente sensvel ? coluna de ar empregada
para a emiss*o do som, onde a mnima varia*o na intensidade do sopro altera
drasticamente a frequ1ncia gerada. 5esta m=sica, a parte do bai0o foi tocada
somente pelo cello, enquanto a do bartono ficou para a flauta bai0o. Eegistro esta
informa*o pelo fato de que geralmente, no grupo em quest*o, o violoncelo toca a
mesma vo- que a flauta bai0o, visto que os arranjos tocados, com e0ce*o deste,
tem no m0imo quatro vo-es.
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Si Co!e Crescon "m=sica do perodo renascentista composta por 3laudio
:onteverdi. 4 arranjo que utili-amos para tocar esta bela obra era formado por tr1s
vo-es. A melodia principal ficou para as flautas sopranos, tenores assumiram a
segunda vo- e a terceira ficou a cargo do cello e contraltos. A estrutura da pea
contava com um delicado encadeamento de vo-es que no decorrer dos ensaios foi
sendo entendido pelo grupo, tornando o dilogo musical contido na composi*o,
cada ve- mais claro e e0pressivo.
#$a%rilha " tema Popular da ilha de :araj2, arranjo de Melle tirle. 3om esta
m=sica de andamento mais rpido e repleta de contra tempos em suas c/lulas de
acompanhamento, foi possvel trabalhar aspectos rtmicos de forma bem clara e
direta, forando os envolvidos a manterem a aten*o plena ao que estavam
tocando. 4utro ponto interessante / que o solo desta m=sica foi tocado por um s2
integrante, em fun*o das qualidades t/cnicas necessrias para se tocar o tema.
Sa!pa " 3aetano Keloso "arranjo :arco Nunior(. 3ompus este arranjo
originalmente para a disciplina de e0press*o vocal II, que cursei no segundo
semestre do curso de licenciatura em musica do 3entro Dniversitrio :etodista IPA.
Para o arranjo soar bem com o grupo de flautas, troquei a tonalidade que princpio
estava em l maior, para f maior, em ra-*o da tessitura dos instrumentos,permitindo que as melodias fossem tocadas nas regies apropriadas, facilitando a
e0ecu*o. A ideia do arranjo foi entendida rapidamente pelos participantes, tornando
os ensaios da pea em quest*o leves e descontrados.
Ne&rinho %o 'astoreio+
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em diferentes momentos, as melodias principais dos temas brasileiros ali presentes,
fa-endo todos passarem de solistas responsveis pelos acompanhamentos. Para
que a pea soasse bonita foi preciso ensaios bem rigorosos, que nas apresentaes
geraram resultados bem satisfat2rios.
2 )iverti!entos + O.A.:o-art. Heralmente nas m=sicas do repertorio do
grupo eu tocava flauta tenor, mas nestes dois movimentos em quest*o eu toquei a
flauta soprano para ajudar nas partes mais difceis, visto que h passagens com
articulaes rpidas que os colegas que e0ecutavam a mesma vo- ainda n*o
conseguiam fa-er. 3om o decorrer dos ensaios os dois divertimentos foram
melhorando progressivamente. Percebi o interesse dos colegas de grupo para
melhorarem suas t/cnicas ao notarem que a m=sica necessitava disso.
Cataventos * e **+ ;ernando Ceis de :attos. 6stas m=sicas nunca foram
tocadas nas apresentaes, mas foram bem trabalhadas durante os encontros.
3ataventos / uma serie de sete movimentos compostos por ;ernando Ceis de
:attos motivado inicialmente pela leitura de poemas do livro )A Eua dos 3ataventos
"#$Q&(, de :ario Luintana "#$&R+#$$Q(. 4s dois movimentos em quest*o, tra-em
uma sonoridade bem diferente das m=sicas do repertorio comentadas acima.
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As apresentaes do grupo, durante meus perodos de observa*o,
aconteceram no projeto chamado );im @e
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tocar, os alunos do col/gio j se mostravam muito curiosos e ansiosos pelo o que
estaria por vir. 4 local da apresenta*o foi o laborat2rio de informtica da escola, um
ambiente com espao suficiente para acomodar as turmas que nos assistiriam. Para
esta ocasi*o as m=sicas selecionadas foram>
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do p=blico infantil. Ao final da nossa apresenta*o na escola recebemos muitos
aplausos e mais uma ve- samos de cena muito satisfeitos com os resultados.
4utra e0peri1ncia marcante foi a apresenta*o que fi-emos no KIII6ncontro
de 6studantes de ;lauta @oce que aconteceu em :ontenegro. 5esta ocasi*o, o
grupo foi em n=mero bem redu-ido, somente tr1s pessoas, pois muitos integrantes
n*o se sentiam preparados para o evento e outros iriam reali-ar o 60ame 5acional
do 6nsino :/dio "6nem(. Kale ressaltar que os coordenadores n*o foram ao evento
por motivos pessoais e profissionais de alta relevncia, e que esse fato n*o interferiu
negativamente na e0peri1ncia.
4 encontro em quest*o aconteceu em um sbado, das nove horas da manh*
at/ ?s de-essete horas e meia da tarde. A programa*o do evento, al/m das
apresentaes dos diversos grupos que l se encontravam, contava tamb/m com
oficinas ministradas por professores de e0celente qualidade, que atrav/s de
atividades intensivas buscavam aprimorar tanto os elementos musicais quanto as
habilidades t/cnicas especficas do instrumento. 5estas oficinas, a dinmica da aula
foi muito proveitosa para mim e os outros dois colegas, pois aprendemos muitas
coisas novas atrav/s das atividades propostas pela professora. Prticas de conjunto,
afina*o, dinmicas na flauta doce, sonoridade, e e0pressividade musical foramalguns dos t2picos abordados e praticados. A sala onde as oficinas aconteceram era
um ambiente e0tremamente apropriado para o que se destinava, possua um espao
amplo com 2tima ac=stica, cadeiras e estantes de partituras para todos que ali
estavam e uma 2tima ilumina*o.
6m ra-*o de o grupo ir muito incompleto ao evento, tivemos que construir um
repert2rio especfico para a situa*o. A maioria das peas que o grupo vinha
praticando ao longo do semestre eram arranjos para serem tocados a quatro vo-esou mais, e isto revelou+se um problema, j que formvamos, naquele momento,
apenas um trio. Antes de descrever quais foram as m=sicas escolhidas, julgo
importante registrar neste relat2rio a grande ami-ade que tenho com um dos colegas
que estavam junto comigo, em :ontenegro, representando o grupo de flautas do
IPA, pois isto ir e0plicar melhor o repert2rio que decidimos tocar.
Cogo que ingressei no grupo, conheci este colega, que considero um irm*o e
um dos grandes presentes que recebi na vida, pois nossa grande afinidade musical
fe-+nos parceiros de m=sica. Inicialmente, paralelo ao grupo de flautas, formamos
um duo, e comeamos a tocar peas que at/ ent*o eu n*o conhecia, mas logo que
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?s toquei fiquei totalmente fascinado. 3om o passar do tempo, nosso som foi
melhorando e criando personalidade, diante disso sentimos a necessidade de nos
apresentar em p=blico para compartilhar o que nos fa-ia t*o bem. Imediatamente
passamos a tocar duetos nas apresentaes do grupo de flautas.
As m=sicas escolhidas para o encontro ocorrido em :ontenegro foram, i
3ome 3rescon, que tocamos em trio, e dois duetos> Eond2 + Nacques Motteterre e
onata I de N.3.chicShardt. A pea que tocamos em trio / um arranjo para tr1s
vo-es " soprano, contralto e tenor(, mas em fun*o de uma certa insegurana
sentida pela outra integrante do grupo, que iria tocar flauta doce soprano,
resolvemos reforar a vo- que s2 ela iria tocar, com uma flauta tenor oitavando a
melodia, fa-endo com que a pea perdesse a caracterstica original, mas pareceu
ser a melhor op*o para o momento. @epois que definimos e ajustamos o repert2rio,
nos dirigimos para o local onde iriam ocorrer as apresentaes, o
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'-ANEA/ENTO
@esde o incio das observaes percebi que o arranjo que eu deveria utili-ar
durante os perodos de reg1ncia teria que ser composto a partir das possibilidadesque aquele grupo especfico oferecia, pois o mesmo apresentava uma diversidade
muito grande de nveis t/cnicos na flauta doce, e eu gostaria que todos os
integrantes do grupo, desde os iniciantes at/ os mais avanados, participassem do
arranjo contribuindo com o melhor de suas capacidades.