observações atualizadas.viii

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  • 7/24/2019 Observaes Atualizadas.viii

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    2. OBSERVAES

    Por ser um integrante do grupo de flautas do IPA, minhas observaes sederam de forma participativa, o que me proporcionou perceber as situaes

    presenciadas de um ngulo muito interessante, j que me via totalmente envolvido

    nas aes do grupo. egundo pradle! "#$%&, p.''(, )a observa*o participante

    permite+nos observar as atividades das pessoas, as caractersticas fsicas da

    situa*o do ponto de vista social e o que nos fa- sentir o fato de fa-ermos parte

    integrante daquela realidade. Percebo que neste caso, al/m de observador,

    tamb/m sou observado, o que torna a e0peri1ncia mais profunda e delicada, pois

    tenho que lidar com fatores subjetivos da minha pr2pria personalidade, bem como

    afirma 34536I784 "9&&$ p. '#( ao apontar que a observa*o participante )requer

    a necessidade de eliminar deformaes subjectivas para que possa haver a

    compreens*o de factos e de interaces entre sujeitos em observa*o, no seu

    conte0to.

    :inhas observaes foram empreendidas n*o somente nos encontros

    semanais, reali-ados nas segundas feiras, mas tamb/m nas apresentaes do

    grupo, reali-adas na pr2pria institui*o no evento chamado );im de Encontros

    eApresentaes.

    2.1 ENCONTROS

    5os encontros, as observaes aconteceram na sala destinada ? disciplina

    prtica de instrumento "viol*o(, um local agradvel para os ensaios do grupo de

    flautas, pois possui 2tima reverbera*o, o que enriquece a sonoridade dos

    instrumentos durante as prticas. A sala dispunha de estantes de partituras e

    cadeiras suficientes para todos os integrantes do grupo. 3om rela*o ? disposi*o

    das cadeiras, um grande circulo foi sempre o formato utili-ado, facilitando muito acomunica*o entre os integrantes e proporcionando uma clara resposta sonora

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    vinda dos naipes envolvidos, que eram> ;lautas sopranos, contraltos, tenores, bai0os

    e um violoncelista que acompanha o grupo.

    @e acordo com "ABAC@A, 9&( Planificar e gerir os espaos de um modo

    coerente com os nossos modelos metodol2gicos, reveste+se de uma grande

    importncia dado que o ambiente se revela como um poderoso fator facilitador ou

    inibidor da aprendi-agem. 5o caso do grupo, a organi-a*o do espao fsico

    propiciou aspectos facilitadores para a aprendi-agem, como descrevi no pargrafo

    anterior ? cita*o, e ainda ocasionou nas pessoas a clara sensa*o de igualdade e

    importncia frente aos outros integrantes, assim contribuindo para um melhor

    rendimento dos ensaios e consequentemente nas apresentaes.

    Dma caracterstica interessante do grupo em quest*o / a sua

    heterogeneidade no di- respeito ao nvel de aprofundamento dos integrantes com a

    flauta doce, mas a maioria / iniciante, o que provoca um ac=mulo dos que tocam a

    flauta doce soprano, visto que geralmente o aprendi-ado inicial se d por est, e

    isto, evidentemente, gera um desequilbrio entre as vo-es. :as n*o percebo esta

    situa*o como um problema, e sim como um princpio motivador para os

    participantes aprenderem a tocar as outras flautas, para assim buscarem o equilbrio

    sonoro desejado. Por outro lado, um grupo de flautas que tenha um som uniforme eequilibrado, / fruto do amadurecimento musical dos e0ecutantes, e este / o principal

    objetivo do grupo de flautas do IPA. Percebo que este amadurecimento se efetiva

    gradualmente, atrav/s do envolvimento atento e ativo dos alunos nas praticas de

    conjunto. Praticas que foram sempre norteadas pela profa. @ra. :aria 3eclia de

    Araujo Eodrigues

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    disciplinas> ;lauta @oce ;lauta @oce no 3onte0to 6scolar e quando ingressei neste

    grupo de flautas no curso de licenciatura em m=sica do 3entro Dniversitrio

    :etodista IPA. @iante destes fatos, percebo o grande potencial das prticas coletivas

    no contante ao aprendi-ado da flauta doce. 3ruvinel "9&&F( em entrevistas feitas

    alguns educadores musicais, destaca, a respeito do ensino coletivo, algumas

    vantagens como o desenvolvimento mais rpido do repertorio, melhora da afina*o

    individual, desenvolvimento mais rpido de uma sonoridade agradvel,

    desenvolvimento do ouvido harmJnico e maior rendimento no aprendi-ado do

    instrumento. @urante as minhas observaes percebi, n*o s2 no grupo em geral,

    mas tamb/m em mim mesmo, vrias das vantagens destacadas pela autora.

    4 repertorio utili-ado foi se constituindo na medida em que o grupo se

    mostrava engajado no estudo da flauta doce. A maioria das m=sicas foram tra-idas

    pelos coordenadores do grupo, mas algumas obras foram incorporadas ? lista por

    meio de sugestes vindas dos integrantes, bem como um arranjo que fi- para a

    m=sica Sampa, de 3aetano Keloso. A respeito deste arranjo, julgo importante

    descrever a grande receptividade que o mesmo teve frente aos professores e aos

    colegas de grupo. Ambos se mostraram interessados pela ideia e contriburam muito

    com dicas e opinies que fi-eram com que o produto gerado, atrav/s destasintervenes, soa+se melhor do que a concep*o original. Percebi que meu

    aprendi-ado foi bem maior do que a pequena contribui*o que fi- para o repertorio,

    pois comecei a ter novas ideias de arranjos em fun*o de tudo que aconteceu

    durante os ensaios. Abai0o, listo as m=sicas que compunham o repertorio>

    The Silver San, famoso madrigal de 4rlando Hibbons. 6sta pea trou0e

    desafios para o grupo, visto que o arranjo, originalmente composto para coro,

    possua em sua estrutura, cinco vo-es distintas soprano, alto, tenor, bartono ebai0o. Luanto mais vo-es, mais delicado fica o processo de afina*o, j que a flauta

    doce / um instrumento musical e0tremamente sensvel ? coluna de ar empregada

    para a emiss*o do som, onde a mnima varia*o na intensidade do sopro altera

    drasticamente a frequ1ncia gerada. 5esta m=sica, a parte do bai0o foi tocada

    somente pelo cello, enquanto a do bartono ficou para a flauta bai0o. Eegistro esta

    informa*o pelo fato de que geralmente, no grupo em quest*o, o violoncelo toca a

    mesma vo- que a flauta bai0o, visto que os arranjos tocados, com e0ce*o deste,

    tem no m0imo quatro vo-es.

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    Si Co!e Crescon "m=sica do perodo renascentista composta por 3laudio

    :onteverdi. 4 arranjo que utili-amos para tocar esta bela obra era formado por tr1s

    vo-es. A melodia principal ficou para as flautas sopranos, tenores assumiram a

    segunda vo- e a terceira ficou a cargo do cello e contraltos. A estrutura da pea

    contava com um delicado encadeamento de vo-es que no decorrer dos ensaios foi

    sendo entendido pelo grupo, tornando o dilogo musical contido na composi*o,

    cada ve- mais claro e e0pressivo.

    #$a%rilha " tema Popular da ilha de :araj2, arranjo de Melle tirle. 3om esta

    m=sica de andamento mais rpido e repleta de contra tempos em suas c/lulas de

    acompanhamento, foi possvel trabalhar aspectos rtmicos de forma bem clara e

    direta, forando os envolvidos a manterem a aten*o plena ao que estavam

    tocando. 4utro ponto interessante / que o solo desta m=sica foi tocado por um s2

    integrante, em fun*o das qualidades t/cnicas necessrias para se tocar o tema.

    Sa!pa " 3aetano Keloso "arranjo :arco Nunior(. 3ompus este arranjo

    originalmente para a disciplina de e0press*o vocal II, que cursei no segundo

    semestre do curso de licenciatura em musica do 3entro Dniversitrio :etodista IPA.

    Para o arranjo soar bem com o grupo de flautas, troquei a tonalidade que princpio

    estava em l maior, para f maior, em ra-*o da tessitura dos instrumentos,permitindo que as melodias fossem tocadas nas regies apropriadas, facilitando a

    e0ecu*o. A ideia do arranjo foi entendida rapidamente pelos participantes, tornando

    os ensaios da pea em quest*o leves e descontrados.

    Ne&rinho %o 'astoreio+

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    em diferentes momentos, as melodias principais dos temas brasileiros ali presentes,

    fa-endo todos passarem de solistas responsveis pelos acompanhamentos. Para

    que a pea soasse bonita foi preciso ensaios bem rigorosos, que nas apresentaes

    geraram resultados bem satisfat2rios.

    2 )iverti!entos + O.A.:o-art. Heralmente nas m=sicas do repertorio do

    grupo eu tocava flauta tenor, mas nestes dois movimentos em quest*o eu toquei a

    flauta soprano para ajudar nas partes mais difceis, visto que h passagens com

    articulaes rpidas que os colegas que e0ecutavam a mesma vo- ainda n*o

    conseguiam fa-er. 3om o decorrer dos ensaios os dois divertimentos foram

    melhorando progressivamente. Percebi o interesse dos colegas de grupo para

    melhorarem suas t/cnicas ao notarem que a m=sica necessitava disso.

    Cataventos * e **+ ;ernando Ceis de :attos. 6stas m=sicas nunca foram

    tocadas nas apresentaes, mas foram bem trabalhadas durante os encontros.

    3ataventos / uma serie de sete movimentos compostos por ;ernando Ceis de

    :attos motivado inicialmente pela leitura de poemas do livro )A Eua dos 3ataventos

    "#$Q&(, de :ario Luintana "#$&R+#$$Q(. 4s dois movimentos em quest*o, tra-em

    uma sonoridade bem diferente das m=sicas do repertorio comentadas acima.

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    As apresentaes do grupo, durante meus perodos de observa*o,

    aconteceram no projeto chamado );im @e

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    tocar, os alunos do col/gio j se mostravam muito curiosos e ansiosos pelo o que

    estaria por vir. 4 local da apresenta*o foi o laborat2rio de informtica da escola, um

    ambiente com espao suficiente para acomodar as turmas que nos assistiriam. Para

    esta ocasi*o as m=sicas selecionadas foram>

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    do p=blico infantil. Ao final da nossa apresenta*o na escola recebemos muitos

    aplausos e mais uma ve- samos de cena muito satisfeitos com os resultados.

    4utra e0peri1ncia marcante foi a apresenta*o que fi-emos no KIII6ncontro

    de 6studantes de ;lauta @oce que aconteceu em :ontenegro. 5esta ocasi*o, o

    grupo foi em n=mero bem redu-ido, somente tr1s pessoas, pois muitos integrantes

    n*o se sentiam preparados para o evento e outros iriam reali-ar o 60ame 5acional

    do 6nsino :/dio "6nem(. Kale ressaltar que os coordenadores n*o foram ao evento

    por motivos pessoais e profissionais de alta relevncia, e que esse fato n*o interferiu

    negativamente na e0peri1ncia.

    4 encontro em quest*o aconteceu em um sbado, das nove horas da manh*

    at/ ?s de-essete horas e meia da tarde. A programa*o do evento, al/m das

    apresentaes dos diversos grupos que l se encontravam, contava tamb/m com

    oficinas ministradas por professores de e0celente qualidade, que atrav/s de

    atividades intensivas buscavam aprimorar tanto os elementos musicais quanto as

    habilidades t/cnicas especficas do instrumento. 5estas oficinas, a dinmica da aula

    foi muito proveitosa para mim e os outros dois colegas, pois aprendemos muitas

    coisas novas atrav/s das atividades propostas pela professora. Prticas de conjunto,

    afina*o, dinmicas na flauta doce, sonoridade, e e0pressividade musical foramalguns dos t2picos abordados e praticados. A sala onde as oficinas aconteceram era

    um ambiente e0tremamente apropriado para o que se destinava, possua um espao

    amplo com 2tima ac=stica, cadeiras e estantes de partituras para todos que ali

    estavam e uma 2tima ilumina*o.

    6m ra-*o de o grupo ir muito incompleto ao evento, tivemos que construir um

    repert2rio especfico para a situa*o. A maioria das peas que o grupo vinha

    praticando ao longo do semestre eram arranjos para serem tocados a quatro vo-esou mais, e isto revelou+se um problema, j que formvamos, naquele momento,

    apenas um trio. Antes de descrever quais foram as m=sicas escolhidas, julgo

    importante registrar neste relat2rio a grande ami-ade que tenho com um dos colegas

    que estavam junto comigo, em :ontenegro, representando o grupo de flautas do

    IPA, pois isto ir e0plicar melhor o repert2rio que decidimos tocar.

    Cogo que ingressei no grupo, conheci este colega, que considero um irm*o e

    um dos grandes presentes que recebi na vida, pois nossa grande afinidade musical

    fe-+nos parceiros de m=sica. Inicialmente, paralelo ao grupo de flautas, formamos

    um duo, e comeamos a tocar peas que at/ ent*o eu n*o conhecia, mas logo que

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    ?s toquei fiquei totalmente fascinado. 3om o passar do tempo, nosso som foi

    melhorando e criando personalidade, diante disso sentimos a necessidade de nos

    apresentar em p=blico para compartilhar o que nos fa-ia t*o bem. Imediatamente

    passamos a tocar duetos nas apresentaes do grupo de flautas.

    As m=sicas escolhidas para o encontro ocorrido em :ontenegro foram, i

    3ome 3rescon, que tocamos em trio, e dois duetos> Eond2 + Nacques Motteterre e

    onata I de N.3.chicShardt. A pea que tocamos em trio / um arranjo para tr1s

    vo-es " soprano, contralto e tenor(, mas em fun*o de uma certa insegurana

    sentida pela outra integrante do grupo, que iria tocar flauta doce soprano,

    resolvemos reforar a vo- que s2 ela iria tocar, com uma flauta tenor oitavando a

    melodia, fa-endo com que a pea perdesse a caracterstica original, mas pareceu

    ser a melhor op*o para o momento. @epois que definimos e ajustamos o repert2rio,

    nos dirigimos para o local onde iriam ocorrer as apresentaes, o

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    '-ANEA/ENTO

    @esde o incio das observaes percebi que o arranjo que eu deveria utili-ar

    durante os perodos de reg1ncia teria que ser composto a partir das possibilidadesque aquele grupo especfico oferecia, pois o mesmo apresentava uma diversidade

    muito grande de nveis t/cnicos na flauta doce, e eu gostaria que todos os

    integrantes do grupo, desde os iniciantes at/ os mais avanados, participassem do

    arranjo contribuindo com o melhor de suas capacidades.