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MENSAGEM DO MÊS Vivemos dias de grande perturbação: os valores cons- truídos lentamente pelas Civi- lizações parecem ruir, destro- çados por indivíduos ou por povos próximos ou distantes. Neste contexto, a Parte Tercei- ra de O Livro dos Espíritos - Da Lei do Progresso - escla- rece-nos, diminuindo dúvidas e temores. Os Espíritos, guias da Hu- manidade, que respondem às perguntas formuladas por Allan Kardec, - perguntas que interpretariam os questiona- mentos também dos tempos fu- turos, tempos em que vivemos, - analisam os Espíritos o pro- gresso intelectual e o progresso moral. Apoiam-se mutuamen- te, mas só com o tempo as duas forças - a moral e a inteligência - chegam a equilibrar-se. O equilíbrio, no entanto, parece perdido nas Socieda- des humanas. Discórdia, ódio, violência gratuita ou planejada com instrumentos que a inteli- gência do homem construiu. Os Espíritos continuam en- sinando que o progresso inte- lectual engendra o progresso moral. Aquele auxilia o homem a distinguir o bem e o mal. Percebemos, então, o quan- to lentamente, passo a passo, caminhamos. Civilizações , que atingi- ram o apogeu, proporcional às possibilidades intelectuais da época, são conhecidas depois pela decadência moral que se permitiram. Quem não se recordaria, por exemplo, da Roma dos Cé- sares, dominadora do mundo europeu e derrotada pelos cos- tumes predominantes: orgulho, egoísmo, o gosto pelo poder - os maiores obstáculos ao pro- gresso moral (O LE q.785). Continuemos relendo a Lei do Progresso. “Qual a finalidade do esfor - ço religioso em minha vida?” Esta é a interrogação que todos os crentes deveriam formular a si mesmos, frequentemente. O trabalho de auto-escla- recimento abriria novos cami- nhos à visão espiritual. Raramente se entrega o ho- mem aos exercícios da fé, sem espírito de comercialismo in- ferior. Comumente, busca-se o templo religioso com a preocu- pação de ganhar alguma coisa para o dia que passa. Raciocínios elementares, contudo, conduziriam o pensa- mento a mais vastas ilações. Seria a crença tão-somente recurso para facilitar certas operações mecânicas ou rudi- mentares da vida humana? Os irracionais, porventura, não as realizam sem maior esforço? Nutrir-se, repousar, dilatar a espécie, são característicos dos próprios seres embrionários. O objetivo da fé constitui realização mais profunda. É a “salvação” a que se reporta a Boa Nova, por excelência. E como Deus não nos criou para a perdição, salvar, segundo o Evangelho, significa elevar, pu- rificar e sublimar, intensifican- do-se a iluminação do espírito para a Vida Eterna. Não há vitória da claridade sem expulsão das sombras, nem elevação sem suor da subida. A fé representa a bússola, a lâmpada acesa a orientar-nos os passos através dos obstáculos; localizá-la em ângulos inferio- res do caminho é um engano de conseqüências desastrosas, porque, muito longe de ser uma alavanca de impulsão para bai- xo, é asa libertadora a conduzir para cima. Emmanuel Transcrito do Livro: Vinha de Luz. EDITORIAL Reprodução E “quando um povo não progride tão depressa quan- to devera”? A menor análise nos leva às dificuldades a que povos e indivíduos são sub- metidos: abalos geológicos, destruição natural, revoluções sociais, desordens mentais, fa- miliares, dores... São elementos conhecidos por nós? A Criação Divina, porém, dotou o homem perfectível moralmente. Mesmo “que o mal chegue ao excesso, para tornar com- preensível a necessidade do bem e das reformas” a Huma- nidade chegará à harmonia, ou não reconheceríamos a Provi- dência Divina. Quer assim dizer que como povo, país, comunidades, fa- mílias, continuaremos em lutas, redentoras? Até que re- conheçamos a necessidade do bem e das reformas. É possível que o processo de mudanças se agilize? Depende de cada um de nós, sabemos bem. E sabemos que podemos contribuir para a educação do espírito - espírito que não se limita à transitória passagem de uma existência. Contribuir, como? O lar, o trabalho, a Casa espírita, com inúmeras ativi- dades, são nosso campo para o exercício moral avançado. “ Progredir sempre, tal é a Lei”. Objetivo da Fé “Alcançando o fim da vossa fé, que é a salvação das vossas almas.” Pedro. (I Pedro, 1:9.)

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Page 1: Objetivo da Fé - Lar de Tereza · blicar, ao invés de um manual sucinto, “contendo em poucas palavras a indicação dos proces-sos que se devam empregar para entrar em comunicação

MENSAGEM DO MÊSVivemos dias de grande

perturbação: os valores cons-truídos lentamente pelas Civi-lizações parecem ruir, destro-çados por indivíduos ou por povos próximos ou distantes. Neste contexto, a Parte Tercei-ra de O Livro dos Espíritos - Da Lei do Progresso - escla-rece-nos, diminuindo dúvidas e temores.

Os Espíritos, guias da Hu-manidade, que respondem às perguntas formuladas por Allan Kardec, - perguntas que interpretariam os questiona-mentos também dos tempos fu-turos, tempos em que vivemos, - analisam os Espíritos o pro-gresso intelectual e o progresso moral. Apoiam-se mutuamen-te, mas só com o tempo as duas forças - a moral e a inteligência - chegam a equilibrar-se.

O equilíbrio, no entanto, parece perdido nas Socieda-des humanas. Discórdia, ódio, violência gratuita ou planejada com instrumentos que a inteli-gência do homem construiu.

Os Espíritos continuam en-sinando que o progresso inte-lectual engendra o progresso moral. Aquele auxilia o homem a distinguir o bem e o mal.

Percebemos, então, o quan-to lentamente, passo a passo, caminhamos.

Civilizações , que atingi-ram o apogeu, proporcional às possibilidades intelectuais da época, são conhecidas depois pela decadência moral que se permitiram.

Quem não se recordaria, por exemplo, da Roma dos Cé-sares, dominadora do mundo europeu e derrotada pelos cos-tumes predominantes: orgulho, egoísmo, o gosto pelo poder - os maiores obstáculos ao pro-gresso moral (O LE q.785).

Continuemos relendo a Lei do Progresso.

“Qual a finalidade do esfor-ço religioso em minha vida?” Esta é a interrogação que todos os crentes deveriam formular a si mesmos, frequentemente.

O trabalho de auto-escla-recimento abriria novos cami-nhos à visão espiritual.

Raramente se entrega o ho-mem aos exercícios da fé, sem espírito de comercialismo in-ferior. Comumente, busca-se o templo religioso com a preocu-pação de ganhar alguma coisa para o dia que passa.

Raciocínios elementares, contudo, conduziriam o pensa-mento a mais vastas ilações.

Seria a crença tão-somente recurso para facilitar certas operações mecânicas ou rudi-mentares da vida humana? Os irracionais, porventura, não as realizam sem maior esforço? Nutrir-se, repousar, dilatar a espécie, são característicos dos próprios seres embrionários.

O objetivo da fé constitui realização mais profunda. É a “salvação” a que se reporta a Boa Nova, por excelência. E como Deus não nos criou para a perdição, salvar, segundo o Evangelho, significa elevar, pu-rificar e sublimar, intensifican-do-se a iluminação do espírito para a Vida Eterna.

Não há vitória da claridade sem expulsão das sombras, nem elevação sem suor da subida.

A fé representa a bússola, a lâmpada acesa a orientar-nos os passos através dos obstáculos; localizá-la em ângulos inferio-res do caminho é um engano de conseqüências desastrosas, porque, muito longe de ser uma alavanca de impulsão para bai-xo, é asa libertadora a conduzir para cima.

EmmanuelTranscrito do Livro: Vinha de Luz.

EDITORIAL

Reprodução

E “quando um povo não progride tão depressa quan-to devera”? A menor análise nos leva às dificuldades a que povos e indivíduos são sub-metidos: abalos geológicos, destruição natural, revoluções sociais, desordens mentais, fa-miliares, dores...

São elementos conhecidos por nós?

A Criação Divina, porém, dotou o homem perfectível moralmente.

Mesmo “que o mal chegue ao excesso, para tornar com-preensível a necessidade do bem e das reformas” a Huma-nidade chegará à harmonia, ou não reconheceríamos a Provi-dência Divina.

Quer assim dizer que como povo, país, comunidades, fa-mílias, continuaremos em lutas, redentoras? Até que re-conheçamos a necessidade do bem e das reformas.

É possível que o processo de mudanças se agilize?

Depende de cada um de nós, sabemos bem.

E sabemos que podemos contribuir para a educação do espírito - espírito que não se limita à transitória passagem de uma existência. Contribuir, como?

O lar, o trabalho, a Casa espírita, com inúmeras ativi-dades, são nosso campo para o exercício moral avançado.

“ Progredir sempre, tal é a Lei”.

Objetivo da Fé“Alcançando o fim da vossa fé, que é a salvação das vossas almas.”

Pedro. (I Pedro, 1:9.)

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À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA2

AdoraçãoExterior

Por S. Xavier

Orientando aMediunidade

Quando Allan Kardec publi-cou “O Livro dos Médiuns”, em 1861, a mediunidade era ain-da objeto de diversão para muitas pessoas que lhe desconheciam as características, bem como os ris-cos a que se expunham ao tratá-la como simples passatempo. Por outro lado, mesmo no caso de experimentadores sérios, o novo terreno em que se movimenta-vam poderia oferecer surpresas nem sempre agradáveis. Tendo estudado longa e cuidadosamen-te a comunicação entre os dois planos da vida, preocupou-se o Codificador em disponibilizar sua experiência aos que preten-dessem praticar esse intercâm-bio, não só descrevendo-lhe as diversas formas e peculiaridades mas, igualmente, e sobretudo, mostrando como direcioná-lo – sempre para fins sérios e eleva-dos – a fim de que proporcionas-se bons resultados.

A mediunidade é uma dispo-sição natural e, na verdade, todos a possuímos em gérmen, pois podemos ser influenciados pe-los Espíritos. Contudo, enquanto a grande maioria experimenta essa ocorrência sem percebê-la, certas pessoas, os médiuns pro-priamente ditos, sabem quando estão em contato com os desen-carnados, que os utilizam para se comunicarem conosco.

O desconhecimento da rea-lidade espiritual, bem como de nossa convivência com os habi-

tantes do mundo invisível, leva a equívocos como o que de há muito ocorre em alguns segmen-tos do Cristianismo, nos quais se pretende “expulsar os demônios” de pessoas que sofrem pressões espirituais negativas, sem cogi-tar, no entanto, do que pode ocor-rer depois desse afastamento. Conhecendo a Doutrina Espírita, sabemos que o suposto agente demoníaco é um irmão nosso, profundamente infeliz, necessi-tado de amparo e educação.(...) Além disso, para que ele, ou ou-tros em condições semelhantes, não voltem (isto é, o indivíduo já em situação melhor) é necessário por meio da renovação íntima do interessado, única forma de pro-teção efetiva contra tal assédio.

O intercâmbio com a Espi-ritualidade, realizado sem o co-nhecimento e os cuidados neces-sários, pode produzir uma ima-gem completamente desfigurada dos fatos mediúnicos, bem como de sua finalidade, sem falar no perigo de envolvimento com en-tidades levianas ou malfazejas. Foi por conhecer essa realidade que o Codificador preferiu pu-blicar, ao invés de um manual sucinto, “contendo em poucas palavras a indicação dos proces-sos que se devam empregar para entrar em comunicação com os Espíritos”, uma obra completa, extensa, mas capaz de orientar com segurança os que a estudem e apliquem seus princípios e re-comendações.

É oportuno lembrar, por fim, que toda a imponente literatura obtida através da mediunidade, sobretudo em nosso país, benefi-ciou-se – e continua a beneficiar--se – diretamente de “O Livro dos Médiuns”, pois os media-neiros que a receberam, sem exceção, declararam sempre seu integral respeito às diretrizes ali contidas, cuja observância consi-deravam imprescindível ao bom desempenho de suas tarefas.O Livro dos Médiuns (Introdução).Transcrito do SEI nº 1937

Conhecimento de si mesmo

919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resis-tir à atração do mal?“Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”a) - Conhecemos toda a sabe-doria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de con-segui-lo?“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, in-terrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de refor-ma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que pra-ticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assis-tiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizes-tes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: “Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momen-to, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?”Santo Agostinho

Ao longo do tempo, nas su-sessivas manifestações religio-sas, a adoração – ato pelo qual reconhecemos nossa depen-dência de Deus – sempre surge associada a algum rito, nome dado ao conjunto de fórmulas e cerimônias de uma religião.

Para que o homem se di-rigisse ao Criador eram in-dispensáveis determinados passos, posturas e fórmulas, capazes de assegurar a eficácia da comunicação, invocando--se ainda, em muitos casos, a participação de pessoas espe-ciais, os sacerdotes dos dife-rentes cultos, detentores das prerrogativas necessárias para intermediar o contato entre o simples crente e a divindade. Por isso, ainda hoje, a maioria das pessoas, ao ouvir falar em adoração, pensa em algum ato exterior.

Jesus renovou completa-mente essa concepção escla-recendo que Deus é um Pai amoroso, interessado na felici-dade de cada um de seus filhos e acentuando a possibilidade que todos tem de comunicar--se diretamente com Ele. Sem dúvida, Deus, nosso criador é soberanamente poderoso, so-beranamente justo, é a inteli-gência suprema, mas a prece que o Mestre nos legou come-

ça assim: “Pai nosso...”e não “Senhor Todo - Poderoso...”

A Doutrina Espírita, que re-vive o cristianismo em sua fei-ção primitiva, não possui ritu-ais. Suas reuniões não exigem trajes ou objetos especiais, caraterizando-se pela simplici-dade e pela convivência frater-na e respeitosa entre seus parti-cipantes, conforme ocorria nos primeiros núcleos cristãos.

Em “O Livro dos Espíri-tos”, a propósito da adoração, assim se expressaram os ben-feitores espirituais: “Precisa de manifestações exteriores a adoração? – A adoração verda-deira é a do coração. Em todas as vossas ações lembrai-vos de que o Senhor tem sobre vós o seu olhar.” “Será útil a ado-ração exterior? – Sim, se não consistir num vão simulacro. É sempre útil dar um bom exem-plo. Mas, os que somente por afetação e amor próprio o fa-zem, desmentindo com o pro-ceder a aparente piedade, mau exemplo dão e não imaginam o mal que causam.”

Qualquer um pode, e deve, elevar seu pensamento a Deus e ao fazer isso estará pratican-do um ato de adoração. Que possamos utilizar essa possibi-lidade para louvar a grandeza e a magnanimidade do Criador, para agradecer-lhe as bençãos com que nos envolve e tam-bém para pedir-lhe orientação, discernimento, forças, enfim, aqueles bens verdadeiros a que Jesus se referiu no Evangelho, assegurando que o Pai jamais deixaria de atender tais pedi-dos.

“O Livro dos Espíritos” (653) e “O Evangelho segundo O Espi-ritismo”, capítulo XXV. Transcrito do SEI nº 1577

Por D. Villela

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A VOZ DOS BENFEITORES

verdadeira, que precisam co-nhecer Deus, o Pai.

Vivemos numa época que prefere desconhecer a Deus, a vida Espiritual.

Amigos,Que os pais e educadores,

responsáveis pelas novas ge-rações não abdiquem da tarefa que lhes foi dada: educar os Espíritos que chegam ao Pla-neta. As gerações mais velhas

têm por dever esclarecer esses Espíritos.

Eduquem-os desde a tenra idade – falando de Deus, de Je-sus, dos Espíritos Superiores e seus exemplos.

Várias gerações se encon-tram para aprender e ensinar.

Com os jovens, os mais velhos não desaprendem a ale-gria, o riso, a esperança.

Com os mais velhos, os jo-vens e as crianças aprendem a vida e aprendem a vida do Es-pírito e ouvem falar do Criador do Universo.

Amigos,Espalhem a esperança, a

paz, o amor.Divulguem a Doutrina e a

Mensagem de Jesus.Construir o mundo melhor

é tarefa de cada um e de todos.Só a Fé vos dará forças para

vencer o mundo como o Cristo quer.

Paz!

Educar - eis a meta Tua Palavra

Nas vinhas do Senhor Agradecemos-te, JesusQueridos companheiros,

caros irmãos de seara.Unidos estamos no ideal de

servir ao Bem nas vinhas de Jesus.

Trabalhadores de última hora que somos, soubemos buscar a oportunidade da re-denção que Jesus nos oferecia.

É importante que saibamos, doravante, valorizar o ense-jo permitido. Saibamos pela união, fazer jus à confiança de-positada em nós para objetivos superiores.

Os vanguardeiros do Bem mantên-nos sob a sua proteção.

Façamos brilhar a nossa luz, amando o nosso semelhan-te e servindo-o.

Elevemos a luz de nossos conhecimentos, para que ir-mãos nossos menos esclareci-dos possam alcançar conheci-mentos novos.

Ensinai o Evangelho, não unicamente com palavras, mas através dos atos exemplifica-dores. E, no silêncio de vossas preces e de vossos corações, sentireis a gratidão de Jesus que encaminha o Seu rebanho.

Exultai pela oportunidade do trabalho, pois muitos irão chorar por um momento de serviço, sem conseguir obtê-lo tão logo.

Olhai para o alto e cami-nhai no solo pedregoso.

Confortai os vossos cora-ções nas dulcificantes preces através das quais o Mestre vos balsamiza os ferimentos e as dores.

Rogai a Deus vossa união nunca se desfaça!

Uní-vos cada vez mais e tolerai, mutuamente, vossos deslizes.

Permanecei atentos no tra-balho do Bem!

Jesus vos abençoe. Muita Paz!

Um Amigo.

Amigo e Irmão de todos os momentos, Jesus, sempre aten-to ao nosso lado!

Agradecemos-Te, com o coração genuflexo, pela ben-ção de Tua presença entre nós em todas as tarefas do Bem!

Agradecemos-Te pelo in-centivo constante através da ação respeitosa e ativa de teus Enviados de Luz!

Agradecemos-Te pelos en-sinamentos que já consegui-mos haurir e também por todos os outros que pacientemente esperam florescer em nós...

Agradecemos-Te pela cer-teza que nos deste de que Deus é nosso Justo e Amoroso Pai!

Agradecemos-te pela força que brota em nós, mediante a compreensão de que somos filhos de nossas obras, e que temos a capacidade de ultra-passar as pedras do trajeto,

transmudando-as em degraus na estrada da evolução!

Agradecemos-Te, querido Mestre, por nunca teres desis-tido de nós, malgrado nossos tropeços, nossas teimosias e obstinações...

Agradecemos-Te pela luz da esperança que semeaste em nós ao nos ensinares qual o rumo a seguir, expresso na Tua frase: “Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida!”

E nós havemos de seguir--Te, confiantes, amparados pe-los Teus Emissários de Amor...

Espera-nos, pois, embora a passos miúdos, às vezes até capengando, já nos decidimos em dirigir-nos para Ti e para Deus!

Obrigado!EustáquioMensagens recebidas noLar de Tereza

Esperança.Esperar...Dias melhores,Vida plena de felicidade,Estrada iluminada levando

nossos pés.Vida – dom de Deus.Vida plena – estuante,

quando vivida segunda a von-tade do Pai.

Felicidade – o que signifi-ca?

Felicidade – será ruído, sons confusos, risos?

Certamente, será a consci-ência tranquila do dever cum-prido.

Felicidade – do perdão, da tolerância, da compaixão, do Amor.

Quem passou pela vida com as batalhas comuns a todos,

Quem viveu no trabalho, esforçando-se no dia a dia,

Quem viveu a paz – encon-trada no dever cumprido,

Certamente, encontrou a vida plena de felicidade.

Contudo, ainda há na hu-manidade muita ignorância, muito desconhecimento.

Hoje, os homens buscam as coisas materiais – Mamon, não o Senhor – assim, após a vida na Terra – a surpresa.

Surpresa de se verem vi-vos: escutam, veem, sentem. Onde a morte?

Cobranças da ignorância.Novas gerações chegam à

Terra, Espíritos que precisam de orientação quanto à vida

Tua palavra atinge os ou-tros com quem convives.

Tua palavra reflete o teu mundo íntimo, o teu estágio evolutivo. Tuas conquistas passadas, teu conhecimento geral, tuas inclinações morais, tuas preferências.

Tem cuidado. O que dis-seres pode construir amizades, auxiliar, amparar, pacificar... Mas também pode destruir relações, minar relacionamen-tos...

Inspira-te nas boas coisas, revestindo teus pensamentos com qualidade.

Sem ser afetado, não ilu-das, não transpareças o que não és.

Por isso, as lições do Evangelho, que evocam a sim-plicidade e a pureza de cora-ção, serão sempre a Fonte Viva e o guia seguro de todos nós.

Paz.Um Amigo

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A T I V I D A D E S D O L A R D E T E R E Z A

Por Sandra Malafaia

da Rua Santa Clara), há uma Reunião Pública, às 16h.

Segundo João Aparecido Ribeiro, vice-presidente do LT, as Reuniões Públicas na Sede só ocorriam, às quartas-feiras, nos horários da manhã e da noite. Com a nova atividade, o público que tem mais facili-dade para frequentar à tarde já

está sendo contemplado.De acordo com Maria da

Graça Antunes, diretora de Assistência Espiritual do LT, havia um desejo antigo de ofe-recer uma Reunião à tarde na Sede. No entanto, para isso, seria preciso a disponibiliza-ção de médiuns para o Passe, de expositores, dirigentes e

Mais horários de Reuniões Públicas

Passes para crianças

Por Sandra Malafaia

O Núcleo Paulo e Estevão, do Lar de Tereza (LT), loca-lizado na Avenida Nossa Se-nhora de Copacabana 462 So-breloja (quase esquina da Rua Paula Freitas), é o que oferece mais horários de Reuniões Pú-blicas com Passes. Porém, uma

pequena escadinha para chegar até o salão, às vezes se torna um empecilho aos frequen-tadores mais idosos ou com problemas de locomoção. Por isso, agora, às sextas-feiras, na Sede da Instituição (onde tem elevador), localizada na Ave-nida Nossa Senhora de Copa-cabana 709, 5º andar (esquina

voluntários para o corredor e a recepção.

“A oportunidade sur-giu em 2015, quando aparece-ram os voluntários. Qual o me-lhor horário? - Era a questão. Haveria de ser num dia em que houvesse sala para tal. Sexta--feira, às 16h. Deu certo!”, comenta Graça.

Cesar Simões

às 9h15min, na Escola Atchim (Rua Professor Saldanha, 150 - Jardim Botânico), para as crianças de 3 a 11 anos. Já para os adolescentes, a Evangelização é realizada às sextas-feiras, na Sede, às 19h30min.

“Esses são momentos de falar sobre a Doutrina Espírita para crianças e adolescentes em suas próprias linguagens. Sejam todos bem-vindos!”, afirma Graça.

Outra novidade é o Passe, sem palestra, mas com uma prece um pouquinho mais longa. Conforme explica Graça, essa era uma atividade que acontecia no LT, quando situado em Ipanema, e também um sonho antigo implanta-la em Copacabana.

Esse passe, que acontece também às sextas-feiras, só que no Núcleo Paulo e Estevão, às 15:30, é especialmente voltado para crianças. Isso porque, pela

própria idade, é difícil conseguir com que elas fiquem quietinhas durante a Reunião Pública.

A criança deve chegar com seus responsáveis (no máximo dois adultos), pelo menos dez minutos antes do Passe, ou seja, às 15h20, pois a entrada não é permitida após o horário da atividade.

Vale lembrar que o LT oferece a Evangelização infanto-juvenil, aos sábados,

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Transição Planetária

Nestes dias de tristeza e consternação, em que assisti-mos a lutas fratricidas nascidas da incompreensão, sonhamos mais e mais com a harmonia e

o respeito entre todos. Quanto mais dolorosos são os quadros que se desenham perante o nosso olhar, mais cresce a es-perança.

Todos sabemos que o nos-so planeta sofre alterações que vão permitir a reencarnação de Espíritos mais evoluídos que, com os seus trabalhos, irão promover a renovação da mentalidade e dos comporta-mentos.

Por isso, quando as dores se tornam agudas, sentimos que são o anunciar de tempos no-vos. É como se a humanidade que habita a Terra se preparas-se para nascer outra vez.

Vários ciclos de vida em-purraram o nosso mundo para o progresso. Nós, que estamos agora reencarnados, somos os espectadores do início de mais um ciclo. Mas também par-ticipamos nesse renascer ao afirmar, sem receio, o poder do Bem, a força do Bem.

As trevas, apesar dos seus esforços, nunca poderão estar acima de Deus. E apesar de, na aparência, prevalecerem no mundo, a verdade é que a Bon-dade vence sempre, porque só ela permanece.

Toda a sombra se dilui e se extingue.

Outros mundos, que igual-mente transportam outras hu-manidades, superaram fases que nós, os terrenos, só agora estamos a passar. Essa é a pro-va de que as lutas a que assis-timos, sendo o resultado da nossa pouca evolução, desapa-recerão na medida em que os valores morais se estabelece-rem em definitivo.

Os bons, pela natureza que lhes é própria, têm sido tíbios. Mas são chegados os tempos em que se afirmarão e pelo seu exemplo serão colaboradores diretos das forças do Bem que nos conduzem.

Então a vida suavizará, as lutas serão esquecidas e no co-ração só viverá a paz.

Da revista “A Libertação”, publicação trimestral da Fra-ternidade Espírita Cristã (Rua da Saudade, 8 – 1º – 1100-583 Lisboa – Portugal – telefone 21 882-1043 e página www.fec.pt/website/libertacao).

Por Carmo Almeida

O Livro dos Espíritos159 anos

Por Cesar Reis

O Livro dos Espíritos é a clarinada de uma nova era para a humanidade. Sua edição é decorrente de pesquisas reali-zadas durante vários anos, em diferentes países, com pessoas diversas.

Tais pesquisas, conduzidas com rigor científico, surpre-endem. Embora o que está ali demonstrado não seja propria-mente nenhuma novidade, o ensino é completamente novo.

Lá está, por exemplo, o Deus único, um conhecimento milenar. Mas está também o Deus presença, o Deus causa, o Deus justiça absoluta, miseri-córdia perfeita, amor integral, permanente, mola a impulsio-nar toda a Criação porque é presença real em cada ponto, em cada não ponto da Criação. Genial a integração do Deus causa primária, não pessoa, com o Deus – pai, íntimo, ab-solutamente pessoal, o Deus de

diunidade como faculdade hu-mana, natural, através da qual se estabelecem as relações en-tre os homens e os espíritos, produto milenar da evolução, para que o homem cumpra sua destinação cósmica, cons-titui verdadeira revolução no conhecimento do homem e da vida.

Um universo regido por leis, grande sonho desde Só-crates, passando pelas pesqui-sas que geraram a Astronomia, a Química, a Física, o Cálculo de Probabilidades. Porém leis que ultrapassam o domínio da matéria e se projetam no mun-do moral, leis que transfor-mam o trabalho em processo de evolução, em lugar de ser meramente uma questão de economia ou de finanças, leis naturais que também são so-ciais, leis que desaguam nos conceitos profundos do amor, da justiça, da caridade, aí está outra revolução no conheci-mento humano.

Finalmente, a vida, assim entendida, integra-se à felici-

dade, aos sofrimentos, den-tro do continuum evolutivo. Paulo, o apóstolo, talvez faça, em poucas frases, a suprema síntese da proposta espírita, claramente enunciada em O Livro dos Espíritos, quando diz, na sua última parte: “Gra-vitar para a unidade divina, eis o fim da humanidade. Para atingi-lo, três coisas são neces-sárias: a justiça, o amor e a ci-ência. Três coisas lhe são opos-tas e contrárias: a ignorância, o ódio e a injustiça.”

Aí está toda uma proposta de vida. Uma vida nova, de um homem novo, para um mundo melhor, renovado pelo bem.

Como disse Herculano Pi-res, com O Livro dos Espíri-tos nasce o Espiritismo, que abrange todo o conhecimento humano, acrescentando-lhe di-mensões espirituais para a vi-sualização da realidade total. O mundo é o seu objeto, a razão é o seu método, a mediunidade o seu laboratório.

Do informativo do Clube de Arte

Por Cesar Reis

Reprodução

Reprodução

Jesus. Aí, está uma abordagem nova.

Está lá, também, a evolu-ção, uma ideia que atravessou os séculos, gerando infindá-veis discussões, até hoje. Mas a evolução como substrato do próprio processo de criação e desenvolvimento, associando os mundos mineral, vegetal, animal, hominal, até chegar ao reino dos céus, aí está uma ideia nova que, muito recente-mente, vem sendo corroborada pela ciência.

Também está em O Livro dos Espíritos a reencarnação. Velha ideia já entre os egípcios, hindus, gregos. Mas reencar-nação programada, submetida a um processo de otimização a partir das leis da genética e da hereditariedade, associada à lei de causa e de efeito, indissociá-vel da própria evolução indivi-dual e grupal humana, temos aí outra novidade extraordinária.

La está a comunicabilidade entre os espíritos, como quei-ram os oráculos dos milênios da história humana. Mas a me-

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Compaixão95/20166

Compaixão é a vibração mental a envolver aquele que sofre, em fraternal sentimento de solidariedade. A compai-xão, a piedade, a benevolência são sentimentos que se desta-cam em pessoas que possuem nobreza de caráter e elevação moral, caracterizando o Ho-mem de Bem , ou seja, aquele que procura praticar em sua vida diária as leis de Deus – de Justiça, Amor e Caridade.

A piedade e a compaixão são sentimentos que auxiliam no progresso do ser, na medi-da em que se sobrepõem ao egoísmo e ao orgulho, dispon-do o indivíduo à humildade e ao amor ao próximo. Nunca se devem abafar no coração essas emoções celestes, afastando--se dos aflitos porque suas

Por Lilian Lucas

misérias perturbam a existên-cia alegre, pois o temor que se deve ter é de ser indiferente, quando é possível ser útil e fra-terno.

Compreendendo que a dor possui um significado, que ela não acontece por acaso, aque-le que é solidário sente no seu íntimo o desejo real de ajudar, tentando minorar o sofrimento

e procurando contribuir para que fatores que o desenca-deiam sejam afastados.

Assim o objetivo da com-paixão é participar do sofri-mento do próximo de ma-neira positiva, envolvendo-o em ondas de ternura e afe-to, ajudando-o a diminuir suas angústias e aflições.

Porém, a compaixão mal

direcionada pode tornar-se ne-gativa, pois se a dor for inter-pretada como um padecimento injusto, as vibrações mentais conduzem à revolta em vez da solidariedade, à mágoa ao in-vés da bondade, transforman-do-se em lamentações, afligin-do aquele que está sob proces-so restaurador.

A mensagem da compaixão deve ter um conteúdo dinâmi-co, oferecendo forças ao desfa-lecente, segurança ao abatido, resistência ao fraco, afeto ao abandonado, coragem ao en-fermo e irrestrita confiança em Deus.

Quando a luz da compai-xão acende no coração do ser humano, o frio da indiferença cede-lhe lugar . O indivíduo que ama participa dos acon-

tecimentos à sua volta, irma-nando-se com todos e, quanto mais se doa, mais multiplica os bons sentimentos, porquan-to o amor é o único tesouro que cresce na razão direta em que é distribuído. Quando desabrocha o sentimento da compaixão no ser humano e se exterioriza, a sociedade se ele-va e se engrandece, tornando--se mais bela e ideal.

“Seara Espírita”, infor-mativo do Grupo Espírita Seara do Mestre (Av. Getúlio Vargas, 1.325 - CEP 98801-570 Santo Ângelo, RS –Tele-fax (55) 3312-2377 e correio eletrônico [email protected]).

O Poder do AbraçoPela Equipe SEI

Reprodução

Além de manifestação de afeto, o abraço previne doen-ças ligadas ao estresse e reduz as chances de se contrair infec-ções. A informação não é nova, é de um estudo de 2014 divul-gado na “Psychological Scien-ce”. Foi feito por pesquisado-res da Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, Pensil-vânia (EUA), que analisaram 404 adultos saudáveis, verifi-cando a frequência de conflitos interpessoais e abraços diários. Após, os entrevistados foram expostos ao vírus da gripe e postos em quarentena. Um ter-ço deles não desenvolveu os sintomas da gripe, exatamente os que receberam mais abraços e apoio de pessoas de confian-ça. E nos que receberam mais abraços e ficaram gripados, os sintomas foram mais brandos.

Em seu livro “Lindos Ca-sos de Bezerra de Menezes” (ed. Lake), Ramiro Gama con-ta uma interessante história sobre o abraço. Diz ele que o

Dr. Bezerra havia acabado de realizar uma palestra quando foi abordado por um homem humilde, que lhe contou sua triste história em tom de desa-bafo:

- Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e dois filhos doentes e famintos... E eu mesmo, como vê, estou sem alimento e febril!

Apiedado, Bezerra, que também enfrentava dificulda-des, vasculhou os bolsos em busca de algo, mas nada achou que pudesse dar.

“Tornou-se mais apiedado e apreensivo” – prossegue Ra-miro na narrativa. “Levantou os olhos já molhados de pran-to para o Alto e, numa prece muda, pediu inspiração a seu anjo tutelar e solucionador de seus problemas. Depois, viran-do-se para o irmão:

- Meu filho, você tem fé em Deus? Tenho e muita, Dr. Bezerra!

- Pois, então, em seu san-tíssimo nome, receba este

abraço.” E abraçou de forma envol-

vente e demorada o desafortu-nado irmão.

- Vá, meu filho, na paz de Jesus [...]. E, em seu lar, faça o mesmo com todos os seus familiares, abraçando-os, afa-gando-os. E confie no amor de Deus, que o seu caso há de ser resolvido.

Depois disso, Dr. Bezerra voltou para casa preocupado por, em função da sua situação também delicada, não ter podi-do dar mais àquele companhei-ro – até mesmo o seu anel de formatura já havia entregue à caridade.

Uma semana depois, no entanto, o Médico dos Pobres voltou a ser interpelado pelo mesmo homem, que agora tra-zia um semblante mais sereno e feliz.

- Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço mila-groso que me deu na semana passada. [...] Daqui saí logo

sentindo-me melhor. Em casa, cumpri seu pedido e abracei minha mulher e meus filhos. Na linguagem do coração, oramos todos a Deus. Na água que bebemos e demos aos fa-miliares, parece, continha ali-mento, pois dormimos todos bem. No dia seguinte, está-vamos sem febre e como que alimentados... E veio-me uma inspiração, guiando-me a uma porta que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu meu problema, condoeu-se de mim e me deu um emprego, no qual estou até hoje.

E Ramiro Gama encerra a emocionante narrativa com es-tas palavras: “O ambiente era tocante! Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como do irmão beneficiado e desconhe-cido. E uma prece muda, de dois corações unidos, numa mesma força gratulatória, su-biu aos céus, louvando aquele que é, em verdade, a porta de

nossas esperanças, o advoga-do querido de todas as nossas causas! Louvado seja o nome de Deus! E abençoado seja o nome de quem, em seu nome, num abraço, faz maravilhas, a verdadeira caridade desconhe-cida!”

Além do calor humano, o abraço, como muito bem exemplificou a história aci-ma e nos demonstra o Espi-ritismo, possui grande poder energético, convertendo-se, não raramente, numa espé-cie de passe magnético, capaz de ajudar na renovação das forças dos que enfrentam di-ficuldades, melhorando, ain-da, a sua sintonia vibratória e, consequentemente, contri-buindo para o bom ânimo, a criação de novas esperanças e de soluções às lutas naturais da vida.

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795/2016

E as Pedras Clamaram

Paralítico

Iniciava-se a Páscoa do ano 33. Por essa época se daria curso a festividade ju-daica que atraía o maior nú-mero de peregrinos de toda a Palestina. Jerusalém recebia uma multidão de pessoas, que quase duplicava o seu número de habitantes, a fim de participar das cerimônias regimentais que se realiza-vam durante esse período.

Naquele ano as atenções gerais estavam centradas em Jesus, principalmente pela ressurreição de Lázaro, acontecida dias antes, o que confirmara a sua condição de Filho de Deus.

A entrada de Jesus em Je-rusalém foi triunfal. O povo cantava de alegria. Do meio das turbas, alguns fariseus, movidos pelo ciúme e pela

O milagre tem sido tradi-cionalmente visto como fato sobrenatural, isto é, fora das leis da natureza, as quais, mo-mentaneamente, teriam seu funcionamento suspenso, ou alterado, para que o fato mira-culoso ocorresse.

O Espiritismo não aceita esse posicionamento, esclare-cendo que Deus, a inteligência suprema, não tem necessidade de retificar o que faz pois seus atos são sempre perfeitos. Os seres humanos, sim, estamos permanentemente corrigindo ou aprimorando nossas realiza-ções. Na obra “A Gênese”, o Codificador, antes de analisar os milagres contidos no Evan-gelho, apresenta um cuidado-so estudo sobre os fluidos, a natureza e as propriedades do perispírito, bem como sobre os vários tipos de fenômenos considerados miraculosos,

mostrando que eles obedecem também as leis naturais, embo-ra ainda pouco conhecidas.

Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas descreveram uma cura realizada por Jesus em Cafarnaum, quando um paralítico foi trazido à sua pre-sença, carregado por quatro homens. O Mestre, vendo a fé

inveja, disseram-lhe: “Mes-tre, repreende os teus dis-cípulos.” Respondeu Jesus: “Eu vos digo que se estes se calarem, as pedras clamarão” (Lucas, 19:39-40).

Encontramos também no Velho Testamento o simbo-lismo das “pedras falantes”, para lembrar-nos que Deus deixou testemunhas de suas obras. Se os homens recusa-rem o testemunho da Palavra, ainda existirá o das rochas. Como disse o salmista: “A verdade brotará da terra” (Salmos, 85:11).

Até o final do século XVIII, a Bíblia era o único testemunho dela própria. As referências sobre a Antigui-dade eram bastante escassas e estavam disponíveis apenas para quem fosse treinado em literatura clássica.

As primeiras expedições arqueológicas tiveram como objetivo e principal interesse a Bíblia e, hoje, descoberta após descoberta, a arqueolo-gia tem estabelecido a exa-tidão de inúmeros detalhes, trazendo, pouco a pouco, o reconhecimento daquela obra como fonte histórica. Até hoje, foram trabalhados 25 mil sítios e encontrados mi-lhares de artefatos.

Com relação ao Novo Testamento poderíamos citar vários exemplos mas faremos referência a um único, espe-cial segundo a nossa visão:

- A cidade de Nazaré, tão importante na vida de Jesus, era mencionada apenas no Novo Testamento. Não exis-tiam outras referências sobre ela na Antiguidade, o que poderia ser um ponto de fra-

daquelas pessoas e constatan-do que o paralítico chegara ao término de sua expiação, dirigi--se a este afirmando: ‘Tem bom ânimo, filho teus pecados estão perdoados”. Alguns escribas presentes naquela oportunida-de, ouvindo o Mestre falar em perdão de pecados, começaram a criticá-lo, intimamente, su-

gilidade na autenticidade his-tórica dos evangelhos. Na dé-cada de 60, em pesquisas re-alizadas em sítios localizados na região da antiga Cesaréia Marítima, foi encontrada uma pequena lápide com a inscri-ção Nazaré, datada da época de Jesus.

A arqueologia revelou cidades, palácios, templos, casas e objetos relacionados com as Escrituras, trazendo à luz os remanescentes tan-gíveis da História e criando um contexto para que os que não acreditem na palavra pos-sam acreditar nas pedras, nas coisas palpáveis. Podemos, assim, declarar como o Após-tolo João: “O que era desde o

pondo que Ele pretendesse as-sumir o papel de divindade. Je-sus percebe-lhes os pensamen-tos e os repreende pela dureza de coração – não os preocupava o sofrimento daquele indivi-duo, mas apenas o zelo formal com a religião – e dirigindo-se de novo ao paralítico lhe diz: “Levanta-te, toma tua maca e vai para casa”. E a narrati-va prossegue: “Imediatamente levantou-se diante dele, tomou a maca em que jazia e foi para sua casa, glorificando a Deus. Todos ficaram atônitos, glorifi-cavam a Deus... dizendo: Hoje vimos coisas extraordinárias”.

Ao comentar esta passagem, tendo já estudado como se pro-cessava o fenômeno, dedica-se o Codificador a analisar o as-pecto moral do episódio desta-cando a clara referência à lei de causa e efeito: “Que poderiam significar aquelas palavras: Teus pecados estão perdoados, e em que poderiam ter servi-

princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida...”(I João, 1:1).

Ver para crer é uma pos-tura de todos os tempos, para muitos. As vozes do céu vol-taram através da Doutrina Espírita e muitos prosseguem incrédulos, aguardando as pe-dras clamarem para acredita-rem na vida espiritual.

Entendemos assim as sá-bias palavras do Cristo redi-vivo a um Tomé incrédulo: “Porque me viste acreditaste? Felizes aqueles que crêem sem ver!” (João, 20:29)

Transcrito do SEI nº 2012

do para a cura? O Espiritismo disso nos dá a chave, como de uma infinidade de outras pa-lavras que até hoje não foram bem compreendidas. Ele nos ensina, pela lei da pluralidade das existências, que os males e aflições da vida são muitas ve-zes expiações do passado, e que sofremos na vida presente as consequências de faltas come-tidas numa existência anterior.”

Assim, a dificuldade de movimentos na matéria tem por fim educar-nos para a mo-vimentação correta em termos morais e a Doutrina Espírita, ampliando nosso entendimen-to acerca da fé, dos milagres e da causalidade, convida-nos ao melhor emprego de nossas vidas, fazendo a semeadura do bem, que nos proporcio-nará sempre fartas colheitas de alegria e de paz. Mateus: cap. 9, 1 a 8; Lucas: cap. 5, 17 a 26; e A Gênese ítens 14 e 15.

Por Frederico Guilherme Kremer

Por S. XavierReprodução

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Novos Rumos

Publicação do Lar de Tereza Instituição Espírita Cristã de Es tudo e Caridade.Avenida Nossa Senhora deCopacabana, 709, grupos 501 a 506 e 508, Copacabana, Tel.: 2236-0583.Pres.: Maria Elisa HillesheimVice-Pres.: João AparecidoRibeiroDir. de Estudos Doutrinários:Elizabeth MartinsJornalista responsável:Sandra Malafaia(reg. n. 19.272)

Lar de Tereza -Instituição Espírita Cristã deEstudo e Caridade:Reuniões PúblicasAv. Nª Sª de Copacabana, 709, 5º andar 4ª FEIRA - 8h30 - 19h30Av. Nª Sª de Copacabana, 462b,sobreloja2ª FEIRA - 14h - 17h30 - 19h - 20h303ª FEIRA - 8h304ª FEIRA - 14h6ª FEIRA - 14h - 18h - 20hNúcleo EmmanuelJacarepaguá:Estrada do Engenho D’água, 712, Anil.3ª FEIRA - 14h4ª FEIRA - 20hCasa de RenatoAustin - Nova IguaçuAv. dos Inconfidentes, 1.105SÁBADO - 17h

Por Rodrigo Bentes

Alfonso de Liguori

Alfonso Maria de Liguori nas-ceu em 1696 em Marianella, no rei-no de Nápoles, então parte das con-quistas da Espanha na península itálica (desde o fim do século XIII o reino de Nápoles pertencia ao reino de Aragão). Alfonso era o primo-gênito de 7 irmãos nascidos numa família nobre, ligada à magistratu-ra e a cargos políticos. Nessa terra pródiga em realizações artísticas, ele era um artista proficiente, pois seus pais contrataram vários mes-tres para treiná-lo na música, na pintura, na poesia e na literatura.

Contudo, aos 16 anos Alfonso matriculou-se em direito na Uni-versidade de Nápoles, sendo aluno do filósofo Giambattista Vico, e ini-ciou uma carreira como advogado. Mas pensava em deixar a profissão. Com o fim da Guerra de Sucessão da Espanha (1701-1713), o reino

de Nápoles passou a ser uma pos-sessão austríaca, sob o comando do imperador Carlos VI (1711-1740). Em 1723, aos 27 anos, após perder um importante caso, Alfonso re-solveu abandonar a carreira, ofere-cendo-se como noviço na Congre-gação do Oratório. Seu pai tentou dissuadi-lo, porém concordou que Alfonso estudaria para o sacerdó-cio como oratoriano, mas viveria em sua casa. Era esse o espírito da Congregação criada por Filipe Néri (1515-1595) em Roma em 1565, formalizada pelo papa em 1612. Nela, os sacerdotes eram secula-res, ou seja, viviam em comunida-de, mas sem votos. Os membros mantinham suas propriedades, e contribuíam para as despesas do grupo. Os oratorianos tinham como objetivos a oração, a pregação, a educação dos jovens e do povo em geral, com ênfase na administração dos sacramentos. No século XVIII eles destacaram-se também por realizações acadêmicas e eruditas, em especial na França, Espanha, Portugal e Itália.

Alfonso foi ordenado em 1726, aos 30 anos, e passou os primeiros anos de sacerdócio entre os jo-vens, mendigos e marginalizados de Nápoles, uma das cidades mais populosas da Europa, com muitas desigualdades sociais. Criou assim as “capelas noturnas”, gerenciadas pelos próprios populares e que ra-pidamente tornaram-se centros de oração, pregação, atividades comu-nitárias e educação. Seus sermões eram eficazes na conversão dos que tinham abandonado a crença cató-lica. Em 1729 Alfonso saiu da casa de sua família e mudou-se para

a Congregação dos Chineses em Nápoles, fundada pelo célebre mis-sionário Matteo Ripa em 1724. Ali iniciou sua experiência missionária no interior do reino, onde encon-trou pessoas mais pobres e aban-donadas. Em 1732 fundou a Con-gregação do Santíssimo Redentor, para ensinar e pregar nas favelas das cidades e em regiões pobres. Os redentoristas também dedica-vam-se a combater o jansenismo, uma heterodoxia católica afeita à teologia de Agostinho, surgida nos Países Baixos e que prosperara na França do século XVII. Na prática, os adeptos do jansenismo descon-fiavam da eucaristia como meio de obtenção da graça divina. Para ajudá-lo, Maria Celeste Crostarosa, sua principal apoiante, fundou a or-dem das irmãs redentoristas.

Em 1734 Nápoles e a Sicília foram conquistados por um exérci-to de Felipe V de Espanha (1700-1746), que instalou seu filho Car-los, duque de Parma, como rei de Nápoles e Sicília no ano seguinte. Este, por sua vez, tendo herdado o trono espanhol em 1759, deixou Nápoles e Sicília a seu filho mais novo, que seria rei de Nápoles Fernando IV (1759-1806 e 1815-1816), e III da Sicília (1759-1816).

Nesse período, Alfonso foi no-meado bispo de Santa Ágata dos Godos em 1762. Ele tentou recusar (alegando que suas idade e saúde não lhe permitiriam fazer um bom trabalho), sem sucesso. Em seu episcopado escreveu 111 obras sobre espiritualidade e teologia, depois reeditadas inúmeras vezes e traduzidas para muitas línguas, inclusive o português. No campo

da mariologia, Alfonso também escreveu várias obras. Sua doutri-na, de perfil pastoral, redescobriu e defendeu a devoção a Maria, base-ando-se em Agostinho, Ambrósio e outros autores da patrística. E isso ocorria no século XVIII, tempo em que o racionalismo combatia o entusiasmo mariano de modo infla-mado. A maior contribuição de Al-fonso para a Igreja católica foi a sua Theologiae moralis de 1748, de-pois sucessivamente acrescentada e reeditada. Nascida de sua experiên-cia pastoral, sua habilidade em res-ponder a questões práticas postas pelos fieis e do contato cotidiano, por ela, segundo Alfonso, o legalis-mo estéril e o rigor excessivo eram caminhos contrários ao Evangelho.

Em 1775 recebeu permissão para aposentar-se e viver numa co-munidade redentorista em Pagani, onde morreu em 1787. Em Nápo-les, nessa época, havia 72 capelas noturnas funcionando, com mais de 10 mil participantes ativos. Foi beatificado em 1816, canonizado em 1839 e proclamado doutor da Igreja em 1870. Em 1950 o papa Pio XII declarou-o santo padroeiro dos confessores e moralistas.

Um episódio da vida de Alfon-so de Liguori justifica a sua inser-ção em O Livro dos Médiuns. Em maio de 1774, embora seus com-panheiros o vissem em repouso em Arienzo, perto de Nápoles, ele também foi visto simultaneamente em Roma, acompanhando o papa Clemente XIV (1769-1774) em seus últimos momentos. Ao desper-tar, Alfonso comunicou aos colegas a morte do papa, confirmada mais tarde. Recentemente, este papa vi-

vera a difícil tarefa de extinção da ordem jesuíta, pressionado por vá-rias monarquias da Europa.

Portanto, em O Livro dos Médiuns, o espírito de Alfonso de Liguori responde a questões sobre o fenômeno da bicorporeidade: se-gundo ele, quando o homem con-segue elevar sua alma a Deus, ele pode aparecer em dois lugares ao mesmo tempo. Mas há também o caso do espírito encarnado que, em sono, deixa o corpo acompanha-do de parte do seu perispírito. As respostas prosseguem com mais detalhes; mas Alfonso de Liguori observa que a alma não se divide literalmente, pois, à maneira da luz, ela pode manifestar-se em muitos pontos. Percebe-se a procedência da nomeação deste espírito na obra codificada por Allan Kardec, pro-curando associar uma prática tida à conta de milagre a sua devida expli-cação espírita.

Bibliografia:

CACCIATORE, Giuseppe. “Al-fonso Maria de Liguori, santo”. In: Dizionario biografico degli italiani, v. 2, 1960. Disponível em http://www.treccani.it/enci-clopedia/alfonso-maria-de-ligu-ori-santo_(Dizionario-Biografi-co)/ Acesso em 26/03/2016. O Livro dos Médiuns, 2ª parte, capítulo VII, item 119. ROSA, Mario. “Clemente XIV, papa”. In: Dizionario biografico degli italiani, v. 26, 1982. Dis-ponível em http://www.treccani.it/enciclopedia/papa-clemente--xiv_(Dizionario-Biografico)/ Acesso em 26/03/2016.

Alfonso de Liguori

LAR DE TEREZA

Instituição Espírita Cristã de Estudo e Caridade

CALENDÁRIO DE ATIVIDADES 2016

MESES DIA EVENTOS / ATIVIDADES HORA LOCAL

JULHO 31 ENCONTRO COM JESUS 10h Núcleo Paulo e Estevão

AGOSTO 03 INÍCIO DO CURSO:PRELIMINAR

Manhã, Tarde e Noite Núcleo Paulo e Estevão

Reprodução

OS ESPÍRITOS DO LIVRO

NOTICIÁRIO DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA