o verdadeiro milagre da cura - lar harmonia · e m agosto de 2009, as cri-anças que integram o...

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M uitos conhecem a estória do senhor que tinha muita fé em deus. um dia, sua cidade foi inundada por chuvas e ele ficou no telhado da casa à espera da ajuda divina. em vão, vieram canoa, barco e helicóptero, mas o senhor os recusou. as águas subiram, matando o senhor. Chegando ao céu, ele foi logo se queixando com deus: - Mas eu tinha tanta fé no senhor, e o senhor deixou que eu morresse! e deus, calmamente, respon- deu-lhe: - Meu filho, eu lhe enviei uma canoa, um barco e até um helicóptero, e você não quis! afora a metáfora da estória, é interessante ver como as pessoas ainda esperam que um milagre surja de algum lugar para lhes tirar do lugar onde elas mesmas se mete- ram, cabendo, portanto, a elas mes- mas saírem. Vocês podem pergun- tar: mas não existem curas, auxílios, socorros físicos e espirituais? É ver- dade, mas eles aparecem, na medi- da do mérito de cada um, como um coadjuvante do processo que cada um tem que cumprir. não basta, portanto, buscar ape- nas a melhora da dor, do sofrimento. É importante que essa procura aconteça porque ninguém, ou quase ninguém, quer sofrer. porém é importante também, a cada aconte- cimento, que se procure entender o que isso quer nos ensinar, para que, com a melhora alcançada, ela não se torne tão somente um paliativo, que novamente irá recrudescer, já que o objetivo não foi atingido. Com essa consciência, os ques- tionamentos pueris tipo: - por que isso está acontecendo comigo? o que foi que eu fiz para merecer isso? ou mesmo procurar um culpa- do ou um responsável pela dor, tor- nam-se sem sentido. se creditamos tudo a deus, não adianta esperar que ele retire a dor, porque foi ele mesmo que a permi- tiu. então, se faz necessário procu- rar entender a vontade dele nas nossas vidas. espíritos imortais que somos, sabemos que estamos fadados à evolução, queiramos ou não. na fase em que nos encontramos, pro- gredimos pelas experiências que vivenciamos, agradáveis ou dolorosas, no contato que temos com todos que fazem parte da nossa encarnação. ao abraçarmos a dor, procuran- do entendê-la e superá-la, transfor- mando-nos em pessoas melhores a cada dia, realizaremos o verdadeiro milagre da cura: o progresso em seus vários campos e a descoberta de que deus habita de forma inten- sa dentro de cada um de nós, suas criaturas. O verdadeiro milagre da Cura Por Sheldon MenezeS 30/08 - Domingo - 9 às 13h seminário: o uso da oração djalma argollo / sede da FLh 27/09 - Domingo - 9 às 13h seminário: psicologia, Mediunidade e obsessão adenáuer novaes / sede da FLh 25/10 - Domingo - 9 às 13h seminário: Libertando-se da obsessão djalma argollo / sede da FLh 29/10 - Quinta-feira - 20h evento do núcleo Jurídico 29/11 - Domingo - 9 às 13h seminário: amor, sexo e espiritualidade adenáuer novaes / sede da FLh 06/12 - Domingo - 7h Caminhada e Café da Manhã 12/12 - Sábado - 19h encontro com as religiões Calendário 2009 Ano VI | Nº 68 | Agosto de 2009 4 4 Missão: Contribuir para o despertar do ser huMano eM todas as suas diMensões.

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Muitos conhecem a estória dosenhor que tinha muita féem deus. um dia, sua

cidade foi inundada por chuvas eele ficou no telhado da casa àespera da ajuda divina. em vão,vieram canoa, barco e helicóptero,mas o senhor os recusou. as águassubiram, matando o senhor.Chegando ao céu, ele foi logo sequeixando com deus:

- Mas eu tinha tanta fé nosenhor, e o senhor deixou que eumorresse!

e deus, calmamente, respon-deu-lhe:

- Meu filho, eu lhe enviei umacanoa, um barco e até umhelicóptero, e você não quis!

afora a metáfora da estória, éinteressante ver como as pessoasainda esperam que um milagre surjade algum lugar para lhes tirar dolugar onde elas mesmas se mete -ram, cabendo, portanto, a elas mes-mas saírem. Vocês podem pergun-tar: mas não existem curas, auxílios,socorros físicos e espirituais? É ver-dade, mas eles aparecem, na medi-da do mérito de cada um, como umcoadjuvante do processo que cadaum tem que cumprir.

não basta, portanto, buscar ape-nas a melhora da dor, do sofrimento.É importante que essa procuraaconteça porque ninguém, ou quaseninguém, quer sofrer. porém éimportante também, a cada aconte -cimento, que se procure entender oque isso quer nos ensinar, para que,com a melhora alcançada, ela nãose torne tão somente um paliativo,que novamente irá recrudescer, jáque o objetivo não foi atingido.

Com essa consciência, os ques-tionamentos pueris tipo: - por queisso está acontecendo comigo? oque foi que eu fiz para merecerisso? ou mesmo procurar um culpa-do ou um responsável pela dor, tor-nam-se sem sentido.

se creditamos tudo a deus, nãoadianta esperar que ele retire a dor,porque foi ele mesmo que a permi-tiu. então, se faz necessário procu-rar entender a vontade dele nas

nossas vidas.espíritos imortais que somos,

sabemos que estamos fadados àevolução, queiramos ou não. nafase em que nos encontramos, pro-gredimos pelas experiências quevivenciamos, agradáveis oudolorosas, no contato que temoscom todos que fazem parte danossa encarnação.

ao abraçarmos a dor, procuran-do entendê-la e superá-la, transfor-mando-nos em pessoas melhores acada dia, realizaremos o verdadeiromilagre da cura: o progresso emseus vários campos e a descobertade que deus habita de forma inten-sa dentro de cada um de nós, suascriaturas.

O verdadeiro milagre da Cura Por Sheldon MenezeS

30/08 - Domingo - 9 às 13h

seminário: o uso da oração

djalma argollo / sede da FLh

27/09 - Domingo - 9 às 13h

seminário: psicologia, Mediunidade e

obsessão

adenáuer novaes / sede da FLh

25/10 - Domingo - 9 às 13h

seminário: Libertando-se da obsessão

djalma argollo / sede da FLh

29/10 - Quinta-feira - 20h

evento do núcleo Jurídico

29/11 - Domingo - 9 às 13h

seminário: amor, sexo e

espiritualidade

adenáuer novaes / sede da FLh

06/12 - Domingo - 7h

Caminhada e Café da Manhã

12/12 - Sábado - 19h

encontro com as religiões

Calendário 2009

Ano VI | Nº 68 | Agosto de 200944

Missão: Contribuir para o despertar do ser huMano eM todas as suas diMensões.

adenáuer novaes

União

ano Vi l nº 68l agosto de 2009

Uma das características mais

importantes, como marco de

evolução, nas sociedades humanas

é a união fraterna entre seus mem-

bros. ela é fator de criatividade e de

desenvolvimento espiritual. união de

pessoas visa somatório de esforços

para solução de problemas comuns,

bem como a unidade de princípios

para o fortalecimento das bases em

que se estruturam a harmonia, o

equilíbrio e o alcance dos objetivos

coletivos. Quando uma sociedade se

divide, cria disputas de poder e

enfraquecimento de pilares susten-

tatórios dos fundamentos de sua

constituição. disputa de poder,

vaidade de líderes, insurgentes

ambiciosos, revisionismo dogmático,

dentre ou tros, são alguns dos fatores

desestabilizadores da unidade e da

organização social. Melhor seria se

fosse aplicado algo que foi dito por

Cristo: “todo reino dividido contra si

mesmo ficará deserto, e toda cidade,

ou casa dividida contra si mesma,

não subsistirá.”

“O exercício da cidadania impli-ca na efetivação dos Direitos

Humanos”. Confira artigo

Artigo de Sheldon Menezesdiscute “O verdadeiro

milagre da Cura”

4422

FLH oferece oficinas de Balé,Artes e Música para alimentar oespírito de meninos e meninas

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Em agosto de 2009, as cri-anças que integram o projetoeducacional da Fundação Lar

harmonia serão beneficiadas com asegunda fase do projeto Cultura earte, realizado através do convêniofirmado com o Ministério da Cultura,conquistado graças emenda parla -mentar do deputado Luiz bassuma.

Com o projeto, está sendo pos-sível ampliar o número de criançasmatriculadas nas oficinas de músicae artes, bem como número deinstrumentos musicais, além daintegração de novos professores àsoficinas profissionalizantes bezerrade Menezes, sendo as aulas tam-bém disponibilizadas na escolaallan Kardec, situada no nordestede amaralina.

as aulas de balé, que desde2004 são levadas às crianças daCreche escola teresa Cristina,através de uma parceria com aebateCa – Costa Verde receberãonovos fardamentos e funcionarãocom 06 turmas. o trabalho, é impor-tante registrar, vem sendo muitobem coordenado pelas voluntáriasrita Campos e Leonice almeida.

Fruto deste trabalho de Cultura earte que a Fundação abraçou, aadolescente Jainara de Jesus san -tos, aluna destaque da oficina debalé, atualmente, tem a possibilida -

de de se aperfeiçoar em turmasavançadas na escola de balé eba -teca – Costa Verde como bolsista.

outro grande exemplo do bomtrabalho com o desenvolvimentodas habilidades das crianças acon-teceu com Jailson Conceição dossantos, de 13 anos, que realizouos seus estudos na Creche escolateresa Cristina até a 5ª.série eatualmente está matriculado na 6ªsérie a da escola allan Kardec, empatamares. Jailson, que tambémintegra as oficinas de percussãoda Fundação, foi um dos quatrojovens, de toda bahia, seleciona-dos a participar do acampamentoda paz em barcelona, espanha,através da prefeitura Municipal desalvador – secretaria de educaçãoe Cultura. atualmente, Jailson real i -

za um estudo adicional de espa -nhol na onG pracatum, preparan-do-se para em setembro embarcarpara a espanha.

ao verificarmos exemplos comoos desses adolescentes, constata-mos a importância em agregar aoprocesso educacional formal, ativi-dades que desenvolvam o lado cria-tivo e as habilidades artísticas dascrianças que também são impor-tantes para seu desenvolvimentopessoal. assim, reconhecemos anecessidade que todo ser humanotem de um desenvolvimento inte-gral, ou seja, capaz de reconhecera importância das dimensões corpo-ral, social, educacional, econômicae espiritual, pois as expressõesartísticas alimentam o espírito comcriatividade, sensibilidade e amor.

Por CriStiane Silveira

Ano VI | Nº 68 | Agosto de 200922

Oficinas de Balé, Música e Artes fazem a alegria

de centenas de crianças e adolescentes

Jornalista responsávelCarla Aragão - Mtb 1843

ediçãoAdenáuer Novaes

reportagemAdenáuer Novaes, Cristiane Silveira,

Fernando Santos, Rosemeire Fernandes eSheldon Menezes.

design GráficoLuca Pedreira

apoioCIPÓ - Comunicação Interativa

impressão - Contraste Editora Gráficatiragem - 2000 exemplares

rua deputado paulo Jackson(antiga rua da Fazenda), 560 - piatã

salvador - bahia - brasil Fone 71 3286 7796

[email protected]

“o aMor É a Força propuLsora do uniVerso”

Expediente

Jailson Santos e o professor

Ricardo Carvalho

No século XX, com a introdução daestatística e outras sofisticações, a

medicina teve um enorme avanço tec-nológico. Mas o conhecimento científi-co da medicina moderna começou ase formar no final do século XViii, apartir de conhecimentos empíricosincor porando o método científico clás-sico de hipótese, experimentação ecomprovação. a exemplo da vacina -ção contra varíola, que foi desenvolvi-da por edward Jenner (1749-1823),que, ao saber que quem trabalhavacom o gado e se infectava com o vírusda vacinia não contraía varíola, colheuum raspado das lesões bovinas edemonstrou no meio médico londrinoque, inoculando-o em si e em seusfamiliares, desenvolvia-se na famíliaresistência à varíola.

o físico quântico, amit Goswami,com sua teoria sobre a Consciência,sustenta que a Consciência está forada matéria, sendo, na verdade, fontecriadora do mundo material. as revo -

luções conceituais da física, no séculoXX, tem demonstrado que a matériacedeu lugar à energia, o tempo pas-sou a ser visto como variável, o movi-mento descontínuo, a interconectivi-dade não localizada, e a consciênciacapaz de influir nos eventos, selecio-nando possibilidades. todos essesolhares novos contribuem para essanova concepção da realidade.Caracterizada a existência de umaforça vital, distinta da energia, estuda-da pela Física e outras ciências natu-rais, que atuando sobre a matériaorganizada daria como resultado avida. assim, afasta-se o vivo domecanismo e explicações causais eredutivas do pensamento cartesiano.

há centenas de trabalhos publica-dos em revistas científicas presti-giadas, como the Lancet, newengland Journal of Medicine, britishMedical Journal, JaMa etc, sobre ovalor da prece na terapêutica (ver site:www.ncbi.nlm.nih.gov, do nih). domesmo modo, experiências realizadaspelo psicólogo brasileiro, Júlio peres,

em parceria com o neuroci-

entista, andrew newberg, da uni ver -sidade da pensilvânia, eua, eviden-ciaram áreas do cérebro em funciona-mento, que são ativadas e rebaixadas,durante as sessões de terapia porregressão de Memória, realizadascom pacientes do instituto nacional deterapia de Vivências passadas(intVp) do brasil. essas pesquisas,somadas às que o dr. newberg reali-zou com pessoas em estado de vigíliae meditação, mostram um campopromissor para o estudo do espírito esua atuação sobre a matéria.

É preciso resolver o conflito deidentidade entre materialismo e oespiritualismo. o desafio para o futuroé conceber um modelo de medicinaque permita ao médico lidar comambas as idéias sem que isso resulteem conflito. o ideal é aproveitar o quecada visão dessas tem de positivo econstrutivo, para agregar à nova medi-cina que cuidará do ser humano nesseséculo que se inicia. passando osespecialistas a enxergar o ser humanode forma integral, conectado a umaimensa rede invisível, que englobatodas as coisas, do micro ao macro-cosmo, valorizando a integração daespiritualidade à vida humana.

Por Fernando SantoS

Acidadania expressa um conjun-to de direitos que possibilitama participação ativa na vida e

no governo de seu povo. semcidadania, fica-se à margem da vidasocial, excluído da tomada dedecisões, inferiorizado. ser cidadão éestar na direção da própria vida eparticipar ativamente da tomada dedecisões relativas ao grupo social noqual se está inserido.

no brasil, ainda estamos constru-indo a nossa cidadania. É longo ocaminho a percorrer. para isso, pre-cisamos abandonar a visão redu -cionista da cidadania, que arestringe a votar, pagar impostos ecumprir deveres. esta visão constituiuma das muitas barreiras culturais ehistóricas que retardam a plenavivência da cidadania.

o exercício da cidadania implicana efetivação dos direitos humanos,assegurados a todas as pessoas pelasua existência no mundo – vida, liber-dade, igualdade, saúde, educação,segurança, trabalho e outros. direitos

históricos, como a cidadania, estãoem permanente construção e recons -trução. não são conferidos, mas con-quistados, a partir de avanços e recu-os, lutas e ações sociais.

É a nossa capacidade de organiza-ção, participação e intervenção socialque nos conduzem à cidadania e cons -trução dos direitos humanos. Mas,ainda quando conquistados do pontode vista legal, não significa a sua reali -zação. a simples existência da LeiMaria da penha, por exemplo, nãoextingue a violência contra as mulhe -res. o cidadão tem que se apropriardos seus direitos e fazê-los valer.

a Cidadania também consiste naconstrução de novas relações e deconsciências e é compreendida nodia-a-dia, nas nossas relações com ooutro, com o meio ambiente, com acoisa pública. sua construçãoenvolve reflexões sobre ética, soli-dariedade, democracia e ecologia.

Como um processo histórico,cidadania é tarefa inacabada e inter-minável. os grupos sociais, e os indi-víduos que os compõem, em cons -tante evolução, perseguirão sempre

novas metas, outras formas de orga-nização mais eficientes, justas eabrangentes, adquirindo progressiva-mente mais ampla consciência dosseus direitos. assim, novos desafiosna vida social surgirão, incitando ahumanidade a novas conquistas e,portanto, a mais cidadania.

neste contexto, temos as “açõespositivas” ou “ações afirmativas”, jáconcebidas na doutrina espírita co -mo “providências de defesa” (Viannade Carvalho e divaldo Franco, nolivro atualidade do pensamentoespírita), cujo objetivo é removerobstáculos ao amplo exercício dacidadania e dos direitos humanos.imprescindível à sua legitimidade,porém, uma modificação no modelode relação estado-sociedade Civil,com a inclusão dos atores principaisno debate das idéias que lhe dizemrespeito diretamente. É preciso dei -xar de ver o cidadão como “objeto”das políticas públicas, para enxergá-lo como “sujeito” delas. assim sere-mos capazes de mudar o rumo dahistória. esta mudança de paradigmadepende de cada indivíduo, de suaparticipação ativa e consciente, tare-fa que compete a cada um de nós.

Ano VI | Nº 68 | Agosto de 2009 33

Cidadania em construçãoPor roSeMeire FernandeS

Medicina Complementar:

o ser humano de forma integral