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O TURISMO COMO UMA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO PARA O
MUNICIPIO DE BREVES
CARINA BARROS MIRANDA
SEBASTIÃO FIALHO MACHADO
Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Pós-
Graduação em Gestão e Educação Ambiental, da
Universidade Salgado de Oliveira – Rio de Janeiro, Turma
0901 – UAS/Breves, Pará, como requisito parcial para
obtenção do Título de Especialistas em Gestão e Educação
Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Marconi Fortes Magalhães.
BREVES
2010
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CARINA BARROS MIRANDA
SEBASTIÃO FIALHO MACHADO
O TURISMO COMO UMA ALTERNATIVA DE DESENVOLVIMENTO PARA O
MUNICIPIO DE BREVES
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau Especialista em Gestão
e Educação Ambiental do Curso de Pós-Graduação em Gestão e Educação Ambiental, da
Universidade Salgado de Oliveira – Rio de Janeiro, Turma 0901 – UAS/Breves, pela
Comissão formada pelos professores:
Orientador:
Prof. Dr. Luiz Marconi Fortes Magalhães
Ph. D. em Ciências do Meio Ambiente, UQAM/Canadá
Universidade Federal do Pará, UFPA
Membros:
Profa. M. Sc. Raimunda Guilhermina Constantino
Doutora em Filosofia da Educação, UNICAMP/São Paulo
Universidade Federal do Pará, UFPA
Prof. M. Sc. Jose Guilherme de Lima Miranda
Mestre em Educação em Ciências, NPADC/UFPA
Universidade Federal do Pará, UFPA
Profª M. Sc. Maria Antonieta da Silva Xavier
Especialista em Educação Ambiental, NUMA/UFPA
Universidade Federal do Pará, UFPA
Nota obtida: Excelente
Breves, 06 de março de 2010.
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AGRADECIMENTOS
À Universidade Salgado de Oliveira, pela contribuição em mais uma etapa em
minha formação acadêmica; ao senhor Marconi Magalhães, Professor e maior incentivador
desta presente especialização; Ao Senhor e Colega Jeferson Otoni pela cedencia de espaço
no CEDEP, para ministração de nossas disciplinas; A colega Maila Machado pela
divulgação e responsabilidade desta especialização. Aos colegas pelo incentivo, em
especial a Rosemeire, Cristiane, Klausner, Alice, Nelbiane, Margareth, Jane, Francisco e
Sebastião; Aos meus colegas de trabalho pela força, Professor Marvão, Werivana, Robson
Matos, Venâncio Leão, Francisco Vicente, Elton e Vandacy; A minha querida família,
especialmente aos meus pais Quintino e Ana Maria. e aos meus irmãos Quintino Neto e
Sidiclei pelo incentivo.(MIRANDA, Carina).
3
AGRADECIMENTOS
À Universidade Salgado de Oliveira, pela contribuição em possibilitar o
cumprimento de mais uma etapa da minha formação acadêmica; a professora Ana Céli
Martins pela oportunidade que me deu nesta especialização; ao senhor Marconi Magalhães,
Professor e maior incentivador desta presente especialização; Ao Senhor e Colega Jeferson
Otoni pelo espaço cedido no CEDEP, para ministranças de nossas disciplinas; a todos os
colegas da turma pelo apoio e incentivo e em especial a colega Carina pela luta conjunta na
elaboração deste trabalho; a minha querida família, em especial esposa, filhos, irmãos e
seus familiares, mãe e mais ainda, a Profª. MS. Edina Fialho, que é minha maior
incentivadora e me oportunizou esta especialização. (MACHADO, Sebastião Fialho).
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SIGLAS E ABREVIATURAS
DLIS
EMBRATUR
Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável
Empresa Brasileira de Turismo
IBAMA
IEB
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
Instituto Ecoturístico Brasileiro
IBGE
IEB
MINTUR
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Instituto Ecoturístico Brasileiro
Ministério do Turismo
OMT Organização Mundial do Turismo
ONG’s Organizações não-governamentais
PARATUR
PCNs
PMNT
PNT
Companhia Paraense de Turismo
Parâmetros Curriculares Nacionais
Programa de Municipalização Nacional do Turismo.
Programa Nacional do Turismo
SEBRAE Serviço Brasileiro de apoio as Micro e Pequenas Empresas
SECULT Secretaria Municipal de Cultura
SEMARHA
SEPOF
Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos. e Agricultura.
Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Financias
UFPA Universidade Federal do Pará
UNIVERSO Universidade Salgado de Oliveira
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LISTA DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1: Desembarques internacionais nos anos de 2007 a 2009 ……………………….11
Tabela 2: Receita Cambial nos anos de 2007 a 2009 ……………………………………..11
Tabela 3: Meios de Hospedagens de Breves. ………………………………….................37
Tabela 4: Serviços de alimentação e similares de Breves …………………………….......38
Tabela 5: Espaços para realização de eventos de Breves ……………………...……….....39
Tabela 6: Acidentes Geográficos do Município de Breves ………………………….........40
Tabela 7: Calendário anual de eventos/ Município de Breves ………………………........41
Figura 1: Terminal hidroviário e Hotel Parauahú ………………………………………...40
Figura 2: Piscina do Hotel Parauahu ………………………………………………….......40
Figura 3: Antigo Trapiche Municipal ……………………………………………………..41
Figura 4: Ruinas de antiga fabrica de borracha …………………………………………...41
Figura 5: Acumulo de mururé ao longo dos rios, indicando grande devastação ambiental.45
Figura 7: Rio Pararijós………………….………………………………………………....46
Figura 8: Por do sol no rio Parauahu. ……………………………………………..……....46
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RESUMO
A modalidade de turismo, denominada Ecoturismo é um dos ramos que mais
cresce e emprega atualmente, unindo-se a esse aspecto econômico está o aspecto de
preservação tanto dos recursos naturais como dos recursos históricos culturais que o
tornam sustentável. O Estado do Pará vem se formatando como um dos mercados mais
promissores nesta área, devido sua infinidade de atrativos turísticos e de fazer parte da
Amazônia. Dentro dessa perspectiva encontramos a Ilha do Marajó com suas belezas
naturais, culturais e patrimoniais diversas, em que o Município de Breves se encontra.
Este presente trabalho está organizado da seguinte forma: na sua primeira
parte, o trabalho estabelece um panorama histórico do turismo, discorrendo sobre a sua
implantação, avanços, etapas de proposições de dois governos federais – FHC e Lula –,
desenvolvimento sustentável, educação ambiental, ecoturismo e estatística do turismo no
Brasil.
No segundo capítulo se estabelece o ecoturismo como fonte de geração de
trabalho e renda no município de Breves. Retrata a atual situação da população que vive
momentos difíceis devido à escassez de trabalho e renda e a trajetória de seus ciclos
econômicos e conseqüências deste.
Já no terceiro capítulo apresenta-se o ecoturismo como uma alternativa de
trabalho e renda para Breves, estabelecendo seus pontos fortes e fracos, comentando sobre
a infra-estrutura necessária ao seu desenvolvimento, apresentando sugestões para a sua
implantação e desenvolvimento no local. Que bem planejado poderá promover a
sustentabilidade e preservação não só de seus recursos naturais mais também do ser
brevense, que atualmente encontra-se sem identidade.
Palavras-Chave: Turismo, Município de Breves, Ecoturismo.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................09
CAPÍTULO I: TURISMO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, EDUCAÇÃO
AMBIENTAL E ECOTURISMO....................................................................................10
1.1 ESTATÍSTICAS DO TURISMO..................................................................................10
1.2 RETRATOS DO TURISMO NO
BRASIL……………...............................................Erro! Indicador não definido.14
1.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL..................................................................18
1.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL........................................................................................22
1.5 ECOTURISMO. ..........................................................................................................24
1.5.1 Ecoturismo no Brasil .................................................................................................25
CAPÍTULO II: O ECOTURISMO COMO FONTE DE TRABALHO E RENDA NO
MUNICIPIO DE BREVES………………………………………………………………30
2.1 SITUAÇÃO ATUAL DO MUNICÍPIO........................................................................30
2.2 A TRAJETÓRIA DOS CICLOS ECONOMICOS DE BREVES E SUAS E
CONSEQUENCIAS ……………………………………………………………………....30
CAPÍTULO III: PLANEJANDO O ECOTURISMO NO MUNICIPIO DE BREVES:
PONTOS FORTES E FRACOS ………………………………………………………..35
3.1 INFRA-ESTRUTURA TURÍSTICA MUNICIPAL .........................Erro! Indicador
não definido.......................35
3.2 EVENTOS GERADORES DE FLUXO TURISTICOS ...........................................41
3.3 POSSIVEIS SUGESTÕES ...........................................................................................42
CONCLUSÃO ...................................................................................................................46
REFERÊNCIAS ................................................................................................................47
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1 – INTRODUÇÂO
A indústria do turismo no mundo atual globalizado é a atividade que apresenta
os mais elevados índices de crescimento no contexto econômico mundial. Dentre as
diversas formas de turismo, o “ecoturismo” é uma das atividades que contribui para a
preservação dos recursos naturais proporcionando o desenvolvimento sustentável das
populações locais e promovendo a melhoria da qualidade de vida. A problemática de
desemprego e devastação ambiental tem sido palco de discussões e denuncias em muitos
municípios do Estado do Pará. O Município de Breves não está alheio a esta situação,
considerando-se que vem há alguns anos sendo noticia nos meios de comunicação em
massa, devido os problemas decorrentes da escassez de geração de emprego e renda, como
a prostituição – adulto e infantil -, tráfico de drogas, extração ilegal de madeira entre
outros. Diante desses fatos, o presente trabalho tem como objetivo diagnosticar e fazer uma
reflexão sobre tal problemática e apontar a modalidade de turismo, denominada ecoturismo
como uma alternativa de desenvolvimento que pode aliar a preservação ambiental e a
sustentabilidade para o município de Breves, chamando a atenção dos gestores municipais
e empresários da região, sobre os benefícios que serão proporcionados ao município e a
sua população nas esferas econômica, cultural, social e ambiental, com a implantação do
“ecoturismo” no Município de Breves. Este Trabalho está organizado em três capítulos:
Turismo, Desenvolvimento Sustentável, Educação Ambiental e Ecoturismo; Ecoturismo
como fonte de trabalho e renda no Município de Breves e Planejando o ecoturismo no
município de Breves: pontos fortes e fracos. A pesquisa sobre o tema foi organizada e
elaborada através de consultas bibliográficas e periódicos online pertinentes ao assunto e
aplicáveis a realidade local.
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CAPITULO 1
TURISMO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, EDUCAÇÃO AMBIENTAL
E ECOTURISMO
O turismo é um fenômeno no mundo atual que tem movimentado a economia
de muitos países, gerando trabalho e renda a um grande contingente de pessoas,
desenvolvendo vilas, cidades e estados, países e muitos lugares que até mesmo se
encontravam isolados, estagnados e desconhecidos por muitas pessoas (MIRANDA, 2007).
A partir do século XX, na década de 70, o turismo é projetado como uma das
mais significativas e importantes indústrias do mundo moderno com perspectivas
crescentes de expansão. Hoje o Turismo deve ser entendido como sinônimo de facilidades
para se alcançar um prazer inesgotável (LAGE e MILONE, 2000, p.17) e não mais a busca
de status social.
Segundo Molina e Rodriguez 2001, mesmo em épocas de crise e recessão, o
turismo tem mantido uma dinâmica relevante em comparação com outros setores da
economia, gerando insumos que beneficiam tanto aqueles que dependem dos lucros
advindos da prática da atividade turística em um dado local, como a outros percebidos por
àqueles que se utilizam dos serviços e equipamentos turísticos, como também
proporcionam o prazer de conhecer novos lugares, culturas e pessoas.
1.1 ESTATÍSTICAS DO TURISMO
Segundo estatiscas realizadas pela OMT, divulgada em 2003, o Turismo
mundial teve crescimento de 3,2% em 1999, com um total 657 milhões de chegadas
internacionais. Sendo que estas receitas tiveram o mesmo percentual de aumento e
totalizaram U$ 455 bilhões. Para o ano de 2010, as projeções de chegadas são de 1.047.000
e para o ano de 2020 atingirão 1.602.000.
Foram observados no gráfico seguinte que as projeções estavam corretas
conforme enfatiza os dados do Ministério do Turismo, 2010. Pois houve crescimento nos
10
anos previstos, porem devido à crise do dólar no ano de 2009 ocorreu uma baixa no
numero de viagens, entretanto, com os investimentos emergenciais na política monetária
internacional, tal fato vem assumindo sua dinâmica de crescimento.
Desembarques internacionais nos anos de 2007 a 2009.
MINTUR – Dados e fatos, 2010.
No Brasil, estima-se que a atividade turística seja responsável por cerca de 6
milhões de empregos, correspondendo por 6% da população ativa empregada e 7,8% do
PIB (Produto Interno Bruto) nacional, que gerou em 1998, receitas de U$3,6 bilhões de
dólares no país. (EMBRATUR, 2000 apud PETROCCHI, 2002, ).
Já no ano de 2007 as receitas elevaram-se para quase U$5 bilhões de dólares e em
2008, aumentou quase um bilhão a mais, porem em 2009 houve um decréscimo que já fora
enfatizado sua causa anteriormente.
Receita Cambial nos anos de 2007 a 2009.
Fonte: Ministério do Turismo, 2010
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O Brasil recebeu em 1998 4,8 milhões de turistas estrangeiros; 38,2 milhões de
turistas domésticos; U$ 670 milhões investidos em obras de infra-estrutura básica; U$6
bilhões de novos investimentos privados em novos projetos turísticos etc. (FUNDAÇÃO
ROBERTO MARINHO e EMBRATUR, 2000, p.16).
Segundo matéria do site oficial de turismo do ministério do turismo no ultimo
dia 20 de janeiro do ano corrente: Turistas estrangeiros gastaram U$ 5,3 bilhões no Brasil
em 2009, volume acumulado no ano passado é o segundo maior da série histórica iniciada
em 1947
De acordo com dados divulgados no dia 20 de janeiro do ano corrente pelo
Banco Central (BC), o ano de 2009 registrou a entrada de U$ 5,3 bilhões de dólares por
meio dos gastos de turistas estrangeiros no Brasil.
O resultado de 2009 é o segundo melhor da série histórica do Banco Central,
em um ano em que o turismo internacional sofreu as consequências da crise mundial que
atingiu fortemente os principais emissores do mundo, em particular os países europeus,
avalia a presidente da EMBRATUR, Jeanine Pires, que recebeu a notícia em Madri, onde
participa da Fitur (Feria Internacional de Turismo).
O crescimento na entrada de divisas por meio do turismo internacional foi de
114% comparado a 2003 - ano em que a EMBRATUR passou a realizar o trabalho de
promoção turística internacional com foco no aumento da permanência e do gasto dos
turistas estrangeiros no Brasil. “Chegamos a 2010 com esta evolução positiva na entrada de
divisas em relação a 2003, o que é um resultado excepcional, comparado com a maioria
dos países do mundo”, disse a presidente da EMBRATUR.
O valor registrado em 2009 só é menor (8%) do que o acumulado em 2008,
quando U$ 5,78 bilhões ingressaram no país pelo turismo internacional. Em dezembro, o
ingresso foi de US$ 516 milhões, valor 1,95% menor do que o mesmo mês de 2008 – o que
faz com que dezembro de 2009 também registre o segundo melhor resultado para o mês
em todas
Já os gastos de brasileiros no exterior em 2009 somaram U$ 10,89 bilhões, o
que significa uma ligeira queda em relação a 2008: - 0,59%. O cálculo do Banco Central
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inclui trocas cambiais oficiais e gastos em cartões de crédito internacional. (MINTUR,
2010).
Segundo os Indicadores de Turismo, produzidos pelo NUP - Núcleo de
Planejamento da PARATUR - Companhia Paraense de Turismo, o número de turistas que
se hospedaram em hotéis no Pará foi de 586.010 em 2008, enquanto que em 2007 este
quantitativo correspondeu a 555.835 turistas.
Desse total de visitantes, 532.670 eram brasileiros e 53.340 estrangeiros, sendo
que o crescimento do turismo doméstico foi de 5,3% e o aumento de turistas internacionais
foi de 6,6% (PARATUR, 2009). Os indicadores revelaram ainda que o crescimento do
número de turistas ao Estado proporcionou um faturamento de R$ 841 milhões em 2008,
suplantando o faturado em 2007 que foi de R$ 781 milhões.
Quanto ao número de empregos gerados, houve avanço. Sendo que em 2008
foram gerados 78.104 empregos diretos e indiretos. Em 2007 os empregos diretos e
indiretos gerados somaram 76.157.série histórica.(BARROS ET AL in Turismo: Indústria
limpa e desenvolvimento local sustentável, 2009 ).
O Pará está se estabelecendo como um mercado promissor em grande expansão
e com grande potencial, pois, possui mais de 50% das ofertas diferenciadas da Amazônia
Legal, que é mundialmente foco de atração de turistas, além de possuir a maior parte da
Amazônia neste Estado. (PETROCCHI, 2002)
No Estado do Pará, também encontramos a famosa Ilha do Marajó, que é a
maior “Ilha fluvio-maritima do mundo”, que também atrai muitos visitantes, pois, possui
um grande potencial diferenciado, abundante e exótico diversificado das demais regiões,
como a criação de manadas de búfalos; campos naturais; praias de rio e de mar; animais
exóticos como guarás e garças; variedade de pescado, frutas; patrimônios histórico-
culturais tombados ou não e marcantes, como a cultura e cerâmica marajoara, entre outros
aspectos que servem como fator de freqüentes vindas à Ilha. (MIRANDA, 2007.p,16).
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E dentro deste contexto, encontramos o Município de Breves que se localiza na
Ilha do Marajó- a sudoeste da mesma- e é considerado como a “Capital das Ilhas” pela sua
trajetória de contribuição para o conhecimento e vindas para o Marajó, já que sua
localização é “privilegiada”, pois, serve de passagem para várias regiões como a outros
municípios e a até mesmo Estados, visto ser um dos caminho fluvial do Pará ao Amapá e
do Pará ao Amazonas, entre outros.
Mas em relação à distância à capital do Estado – Belém - o Município de
Breves é desfavorecido em relação a outros municípios, como por exemplo, à Soure e a
Salvaterra, que por estarem mais próximos da capital são mais beneficiados com projetos e
ações de incentivo ao turismo, qualidade de vida e à qualificação profissional de seus
habitantes.
1.2 RETRATOS DO TURISMO NO BRASIL
Desde o primeiro mandato do Presidente Fernando Henrique Cardoso, o
turismo já fazia parte da “Proposta de Governo”, onde foi considerada atividade prioritária
para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.
Nesse período a EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo formulou a
Política Nacional de Turismo – principais diretrizes, estratégias e programas 1996- 1999.
Esse esboço tornou-se, de fato e de direito, o primeiro planejamento estratégico do turismo
brasileiro, sendo considerada uma conquista importante em termos de implantação de
políticas públicas para o turismo no Brasil.
Os objetivos estratégicos do PNMT estavam balizados em 10 itens:
1) Fomento, centrado na infra-estrutura turística
2) Capacitação profissional;
3) Defesa do consumidor;
4) Desenvolvimento do pensamento estratégico;
5) Busca de qualidade de serviços;
6) Descentralização;
7) Conscientização da sociedade brasileira para a importância do turismo;
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8) Articulação intra e extra-governamental;
9) Democratização do turismo interno;
10) Promoção externa e inserção internacional do turismo brasileiro.
Dentre os principais programas executados, destacaram-se: Imagem do Brasil,
Projeto Visit Brazil, Brazil Expert, participação em feiras internacionais, captação de
eventos internacionais, sistema de informações turísticas via internet, ampliação e
aperfeiçoamento do programa de estatísticas básicas do turismo, qualificação profissional
para o turismo, conscientização e iniciação escolar para o turismo, calendário nacional dos
dias azuis – baixa estação, desenvolvimento da malha aérea, pesca esportiva, albergues da
juventude, clube da maior idade, Programa Nacional de Ecoturismo, Bolsa de Negócios,
Programa Nacional de Financiamento do Turismo e Programa Nacional de
Municipalização do Turismo – PNMT.
O programa estruturador elencado pelo governo como sendo a âncora para o
desenvolvimento do turismo no Brasil foi o PNMT. Que com certeza, o país passou por um
grande avanço com essa decisão, considerando-se que a estratégia do PNMT estava focada
na descentralização da gestão do turismo, já que o Brasil, historicamente, sempre
direcionou e priorizou o turismo receptivo no Rio de Janeiro. O PNMT partiu da idéia do
desenvolvimento turístico de “dentro para fora”, que significava começar a desenvolver o
turismo inicialmente na célula mater, no município.
A partir daí, esse município poderia vir a fazer parte de uma zona ou uma
região turística para, na fase seguinte, estar inserido no contexto estadual e, assim
Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável - DLIS, o governo criou programas e
ações que contribuíram para a melhoria da qualidade de vida das populações e das
pequenas cidades.
A estratégia da gestão do PNMT estava focada nos seguintes eixos:
- nos três pilares responsáveis pelo desenvolvimento sócio-econômico de uma localidade:
governo, iniciativa privada e comunidade local;
- nos cinco princípios da municipalização do turismo: descentralização, sustentabilidade,
parcerias, mobilização e capacitação;
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- na organização turística municipal, composta pelo Órgão Municipal de Turismo, pelo
Conselho Municipal de Turismo e pelo Fundo Municipal de Turismo.
A reeleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso insere novamente o
turismo no “Plano Plurianual 2000-2003”. A medida mantinha o PNMT como o principal
modelo de planejamento e desenvolvimento turístico do país e ainda foi responsável pela
criação do Ministério dos Esportes e do Turismo, dando maior visibilidade ao setor no
ambiente político.
O PNMT, em seus 08 anos de existência, chegou a treinar 27.483 brasileiros,
utilizando-se da metodologia participativa alemã Zopp (Planejamento de Projetos
Orientados por Objetivos) que, dentro da estratégia, constituía-se como ferramenta
fundamental para o programa, uma vez que o processo de construção era coletivo e
elaborado pelos atores inseridos na comunidade.
O PNMT foi implementado com sucesso, especialmente nos municípios de
Bezerros/PE, Bonito/MS, Brotas/SP, Cáceres/MT, Campina do Monte Alegra/SP,
Carnaúba dos Dantas/RN, Porto de Galinhas/PE, Mallet/PR, Palmeira/PR, Paracatu/MG,
Parintins/AM e Toca da Raposa/Roraima, que serviram como referências e modelos de
gestão e planejamento turístico do Brasil.
No que se refere ao Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destaca-
se que pela primeira vez na história, houve a criação de um Ministério específico para o
turismo, o que demonstra a importância e o amadurecimento efetivo da atividade, sob a
ótica do poder público federal. O turismo deixou de ser “sobrenome” para se tornar um
ministério independente, com ministro de Estado exclusivo e com verbas próprias,
ganhando posicionamento diferenciado e status-quo depois dessa medida.
Com a criação do Ministério do Turismo, foi implementado o “Plano Nacional
do Turismo – Diretrizes, Metas e Programas”, que estabeleceu os rumos para o
desenvolvimento da atividade turística no Brasil para o período 2003-2007.
A alteração mais significativa foi a mudança da gestão e do planejamento, já
que o novo foco das ações do Ministério do Turismo passou a ser ancorado pelo PNT, que
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seguiu os principais modelos internacionais implementados, denominados clusters
turísticos.
Para Gutierrez e Bordas, 1993, os clusters turísticos são aglomerados de vários
atrativos turísticos, infra-estruturas compatíveis, equipamentos e serviços receptivos, bem
como a organização turística concentrada em âmbito geográfico bem definido.
O Plano Nacional de Turismo estabeleceu 05 metas para o turismo do Brasil no
período 2003-2007:
- Criar condições para gerar 1.200.000 novos empregos e ocupações;
- Aumentar para 9 milhões o número de turistas estrangeiros no Brasil;
- Gerar 8 bilhões de dólares em divisas;
- Aumentar para 65 milhões a chegada de passageiros nos vôos domésticos;
- Ampliar a oferta turística brasileira, desenvolvendo no mínimo três produtos turísticos de
qualidade em cada Estado da Federação e no Distrito Federal.
Com o intuito de atingir a meta estabelecida, a estrutura de gestão do
Ministério do Turismo ampliou os órgãos de assistência direta e imediata ao Ministro, além
dos órgãos finalísticos: Secretaria de Políticas Publicas de Turismo, Secretaria de
Programas de Desenvolvimento do Turismo, Instituto Brasileiro de Turismo –
EMBRATUR, e Conselho Nacional do Turismo.
Para enfrentar o desafio de atingir o município, que é a última instancia, a
gestão composta foi formatada no nível estratégico pelo Governo Federal, Ministério do
Turismo, Conselho Nacional de Turismo e Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes
Estaduais de Turismo.
Entre as ações propostas pelo PNT, está o Programa de Regionalização do
Turismo – Roteiros do Brasil, que já identificou mais de 200 regiões turísticas e 3.819
municípios em 2005. Isso significa dizer que, hoje, existem 87 roteiros com padrão
internacional de qualidade e cerca de 400 roteiros disponibilizados para comercialização
no mercado nacional. (LOPES in Analise dos modelos de planejamento e desenvolvimento
turístico propostos pela gestão pública no Brasil, 2006, p.32 35).
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A previsão é que o Brasil continue crescendo, embora a meta divulgada pelo
Ministério de Turismo de atrair 9 milhões de turistas até 2007 pareça ambiciosa. A
previsão da OMT é que o Brasil atrairá 14 milhões de turistas estrangeiros em 2020,
crescendo a um ritmo médio de 5,2% ao ano desde 2000. Com base na linha de tendência
de crescimento histórico 1987 - 2003, a projeção para 2020 seria somente 9 milhões de
turistas, crescendo a um ritmo médio de 4,8% desde 2003. (REVISTA ECOBRASIL,
2009)
1.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O termo desenvolvimento sustentável foi criado no ano de 1713, quando
Carlowitz, utilizou-o para se referir à exploração de florestas cultivadas na Alemanha. Seu
significado nesta época era restrito a qualquer prática de utilização do solo que garantisse
em longo prazo rendimentos econômicos estáveis.
Na atualidade o termo sustentabilidade tem sido utilizado para significar uma
atitude, um posicionamento em relação ao trato com a natureza como um bem renovável.
O termo vem ganhando projeção política ampliada a partir da Agenda 211·. ”(...). Porém,
não pode haver garantia de sustentabilidade em longo prazo porque muitos fatores
ecológicos, econômicos e sociais são ainda desconhecidos ou imprevisíveis.Por outro lado
a sustentabilidade econômica deveria, por exemplo, se refletir numa sustentabilidade
socioambiental, o que nem sempre ocorre”(FURLAN, 2003, p.497).
O turismo inserido nesse processo de sustentabilidade se torna turismo
sustentável, e está alicerçado em 3 pilares que são:
1- conservação ambiental;
2-eficiência econômica e
3- equidade social. (OMT, 1999).
1 Agenda 21. É o principal documento da RIO - 92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Humano), que foi a mais importante conferência organizada pela ONU (Organização das
Nações Unidas) em todos os tempos. Ela tem esse nome porque se refere às preocupações com o nosso
futuro, agora, a partir do século XXI. Este documento foi assinado por 170 países, inclusive o Brasil,
anfitrião da conferência. Disponível em (http://www.crescentefertil.org.br/agenda21/index2.html)
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O turismo sustentável é descrito como aquele que satisfaz as necessidades
presentes dos turistas, ao mesmo tempo em que, preserva as regiões de destino e
incrementa novas oportunidades para o futuro. (...) deve ser concebido de modo a conduzir
à gestão de todos os recursos existentes, tanto do ponto de vista da satisfação das
necessidades econômicas, sociais e estéticas, quanto da manutenção da integridade
cultural, dos processos ecológicos essenciais, da diversidade biológica e dos sistemas de
suporte à vida. (TARLOMBANI, 2003, p.101)
Segundo Ruschmann, 2000.
É preciso que o turismo e o meio ambiente encontrem um ponto de equilíbrio, afim de que a atratividade dos recursos naturais não seja a
causa de sua degradação. O Estado deve cumprir o seu papel,
principalmente no que se refere à aplicação das leis ambientais e ao zelo pelo seu cumprimento, porem é essencial que as coletividades dos locais
turísticos, assim como os outros agentes do seu desenvolvimento
contribuam igualmente para a proteção de seus atrativos naturais que estimulem o afluxo de turistas. O Estado e as coletividades regionais são
os responsáveis por uma serie de ações relacionadas com a proteção do
meio ambiente, seja ele utilizado para fins turísticos ou não.
O Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas
próprias necessidades. (BRUNDTLAND, Gro. Relatório Nosso Futuro).
Para Wilson apoiado em McGrath2, O desenvolvimento sustentável tem como
objetivo o uso da terra e da água para sustentar a produção indefinidamente sem
deterioração ambiental, e idealmente sem perda da biodiversidade nativa.
Já Sachs, 2000 tem uma visão interdisciplinar sobre desenvolvimento
sustentável. Sachs reelabora o conceito de desenvolvimento sustentável, também chamado
de ecodesenvolvimento, como um estilo de desenvolvimento aplicável a projetos não só
rurais, mas também urbanos oposto à diretriz mimético-dependente tradicionalmente
adotada nos países pobres, orientado pela busca de autonomia ou self-reliance, e pela
satisfação prioritária de necessidades básicas das populações envolvidas. A integração da
2 Doutor em Geografia, Professor do quadro permanente do NAEA. Coordenador do programa de pós-
graduação em desenvolvimento sustentável do Tropico Úmido (PDTU).NAEA.
19
dimensão do meio ambiente é pensada não apenas como uma espécie de coação
suplementar, mas também na qualidade de um amplo potencial de recursos, utilizando-se
de critérios de prudência ecológica.
Sachs articula quatro postulados, reunindo idéias essenciais do enfoque do
desenvolvimento sustentável.
O primeiro deles é a prioridade ao alcance de finalidades sociais,
redirecionando o processo de crescimento econômico, visando ao alcance de objetivos
sociais prioritários, traduzidos pelas suas necessidades materiais e psicossociais, como
autodeterminação, participação política e auto-realização;
O segundo é a valorização da autonomia ou self-reliance, buscando um maior
grau de controle dos aspectos cruciais do processo de desenvolvimento, mediante a ação da
sociedade civil organizada, no âmbito local, microrregional ou regional, canalizando e
maximizando os seus recursos disponíveis, num horizonte de respeito às suas tradições
culturais e sem incorrer com isso em auto-suficiência ou isolacionismo;
O terceiro é a busca de uma relação de simbiose com a natureza, abandonando
o padrão arrogante de relacionamento com o meio ambiente biofísico instaurado pela
modernidade à luz do processo modernizador; e o quarto é a eficácia econômica, situando
a eficiência econômica como uma alternativa à racionalidade microeconômica dominante,
no sentido de uma internacionalização efetiva da problemática dos custos sócio-ambientais
do processo de desenvolvimento.
Pode-se, também, reagrupar estes postulados do desenvolvimento sustentável,
de maneira a conceituar mais adequadamente em termos de estratégias de um
desenvolvimento socialmente mais justo, ecologicamente prudente e economicamente
eficaz.
Em 1983, a Assembléia das Nações Unidas encomendou um relatório à
comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, presidida pela Primeira
Ministra da Noruega, Sra. Brundtland. Sua equipe era composta de 22 autoridades
internacionais - ministros de estado, cientistas e diplomatas.
O relatório desta comissão, publicado em abril de 1987 - Nosso Futuro Comum
- vem difundindo o conceito de desenvolvimento sustentável, que passou ao uso na
20
linguagem internacional, servindo como eixo central de pesquisas realizadas por
organismos multilaterais e mesmo por grandes empresas.
Induzindo um "espírito de responsabilidade comum" como processo de
mudança no qual a exploração de recursos materiais, os investimentos financeiros e as
rotas de desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentido harmonioso.
O relatório de Brundtland traz a seguinte definição:
"O desenvolvimento sustentável é aquele que responde às necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de responder às suas
necessidades" Esta definição está centrada na sustentabilidade do desenvolvimento
econômico e é criticada por vários autores, que insistem que não se pode pensar nas
gerações futuras quando parte da geração atual não atende às suas necessidades básicas.
A sustentabilidade do turismo está entrando na agenda da OMT e dos gestores
de destinos e assuntos ligados a sustentabilidade estão começando a ter ressonância na
percepção do público. Já o conceito do Destination Scorecard do National Geographic
Traveler (2004), que usa 6 indicadores de sustentabilidade para fazer um ranking de 115
destinos conhecidos, teve grande repercussão tanto entre os responsáveis pelos destinos e
quanto entre os turistas.
A discussão de sustentabilidade do turismo inclui reconhecer a importância de
planejamento em longo prazo e de utilizar indicadores de desempenho que monitoram a
valorização econômica, ambiental e sócio-ambiental. Também se necessita investir em
práticas e tecnologias que permitam minimizar impactos. (Revista ECOBRASIL, 2009 in
Turismo Sustentável / Desenvolvimento Sustentável).
Também se necessita investir em práticas e tecnologias que permitam
minimizar impactos negativos dessa atividade o que segundo Ruschmann, o turismo não
sobrevive sem o meio ambiente, por esse motivo há que se ter uma maior preocupação
nesse aspecto. A autora refuta essa idéia:
21
“A educação para o turismo ambiental deverá ser desenvolvida por meio
de programas não-formais, chamando o “cidadão-turista” a uma
participação consciente na proteção do meio ambiente não apenas durante suas férias, mas também no cotidiano, no local de residência
permanente.”
Ruschmann cita alguns impactos negativos do turismo em um dado local entre
estes estão: Acúmulo de lixo nas margens dos caminhos e das trilhas, nas praias, nas
montanhas, nos rios e lagos; Uso de sabonete e de detergentes pelos turistas, contaminando
a água dos rios e lagos, comprometendo sua pureza e a vida dos peixes e da vegetação
aquática; Contaminação das fontes e dos mananciais de água doce e do mar perto dos
alojamentos, provocada pelo lançamento de esgoto e lixo in natura nos rios e no oceano;
Poluição sonora e ambiental; etc.
Os conceitos de ecoturismo e a atenção dada ao segmento foram fundamentais
para chamar atenção para a importância de sustentabilidade do crescimento do turismo e
responsabilidade na operação de todo tipo de turismo. Turismo sustentável, porém não é
um produto, é um conceito interno. O seu poder de marketing só tem valor quando
considerado como ingrediente essencial de produtos de turismo de qualidade, que pode ser
ecoturismo, turismo de aventura, turismo cultural e até turismo de sol e mar (REVISTA
ECOBRASIL, 2009).
Portanto o desenvolvimento sustentável é aquele em que os recursos naturais,
culturais e histórico-patrimoniais são aproveitados de forma a causar o mínimo de
impactos à população local, aos recursos em si, ao meio ambiente, proporcionando
sustentabilidade aos atores do local, aliando ao mesmo tempo sua conservação e proteção e
perpetuação para gerações futuras.
1.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Segundo Magalhães, 2006, a “Educação Ambiental é a ação comportamental
moral e ética, caracterizada de virtude humana contemporânea, para fornecer ao homem
ferramentas para transformar todas as suas iniciativas em atitudes, eminentemente
acabativas”. Iniciativas estas que no caso do município de Breves devem ser emergências
devido ao grau de desequilíbrio ambiental que vem sofrendo ao longo de sua trajetória
política, social, cultural, econômica e principalmente ambiental.
22
Como a grande preocupação a nível global e com o setor econômico, e tal idéia
vem em rolo compressor cultural, tanto que para Aulicino, 1997: “o Brasil não se
caracteriza, sem dúvida, pela tradição com a preocupação ambiental...”, o autor explica
esse fato contando que: quando os Colonizadores chegaram ao Brasil, seus interesses
estavam no retorno econômico, há época não havia o turismo como uma prática
econômica.
Dentro desse aspecto, surge o ecoturismo com a sustentabilidade do meio
através da prática da educação ambiental e o uso consciente do meio ambiente, homem e
natureza integrados em uma parceria que pode gerar resultados positivos.
Segundo o trabalho Educação ambiental e turismo de Costa, 2007, o turismo
gera impactos, muitas das vezes irreversível, ao meio ambiente. O ecoturismo, uma
vertente do turismo, pode provocar, por sua vez, grandes danos à natureza, e se não for
bem planejado se torna extremamente desastroso.
Contudo, há que se ponderar o outro lado da moeda, o mesmo propiciam
também, impactos positivos e bastante relevantes, como, por exemplo, a criação de áreas
de proteção ambiental e a disseminação da própria educação ambiental como fonte de
mudança comportamental, que, “... é a contribuição para a formação de cidadãos mais
conscientes.
Então, nesse aspecto, surge o ecoturismo, a sustentabilidade do meio através da
prática da educação ambiental e o uso consciente do meio ambiente, homem e natureza
integrados em uma parceria que pode gerar resultados positivos (COSTA, 2007).
Continua Costa dizendo que a lição que se pode tirar é a de que a questão
econômica é a tônica da globalização, há que se ter, em todos os seguimentos, a idéia clara
do apelo econômico. Isso se da, também, nas causas e projetos de cunho Ambiental. Nesse
caso enquadra-se perfeitamente a idéia do ecoturismo.
23
Ainda de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), 2001 in
Meio Ambiente e Saúde: A educação ambiental é capaz de transformar o pensamento do
homem em relação à natureza. O ser humano passa a valorizar a natureza através da
educação ambiental, utilizando-a com o mínimo de impacto possível ().
Pela visão defendida dentro dos PCNs é,
Principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a
formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade
socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da
sociedade, local e global.
Segundo Ruschmann, 1997, o turismo não sobrevive sem o meio ambiente, por
esse motivo há que se ter uma maior preocupação nesse aspecto.
A educação para o turismo ambiental deverá ser desenvolvida por meio de
programas não-formais, chamando o “cidadão-turista” a uma participação consciente na
proteção do meio ambiente não apenas durante suas férias, mas também no cotidiano, no
local de residência permanente (RUSCHMANN, 1997).
Como já anteriormente enfatizado o turismo seria uma solução aos problemas
históricos ambientais que Breves vem enfrentando como a falta de políticas de geração de
emprego e renda e a devastação ambiental que tornou o município mundialmente
conhecido pela mídia. Inserido nesse contexto o tipo de turismo que melhor se adequa e
pode contribuir para a geração de consciência ecológica e educação ambiental aliada à
sustentabilidade da população local é o Ecoturismo.
1.5 ECOTURISMO
De acordo com Western apud Lindberg, 1999 registrou-se o termo pela
primeira vez no início dos anos 80. O objetivo do ecoturismo é provocar e satisfazer o
desejo que temos de estar em contato com a natureza, é explorar o potencial turístico
24
visando à conservação e o desenvolvimento, é evitar o impacto negativo à ecologia, à
cultura e à estética.
Já a The International Ecotourism Society define ecoturismo como a viagem
responsável para áreas naturais que conservam o ambiente e melhorem o bem-estar da
população local. Isto significa que quem opera e participa de atividades ecoturísticas deve
seguir os seguintes sete princípios:
* minimizar impactos
* desenvolver consciência e respeito ambiental e cultural;
* fornecer experiências positivas para ambos visitantes e anfitriões;
* fornecer benefícios financeiros diretos para a conservação;
* fornecer benefícios financeiros e poder legal de decisão para o povo local;
* Elevar a sensibilidade pelo contexto político, ambiental e social dos países
anfitriões;
* Apoiar os direitos humanos internacionais e acordos trabalhistas.
A atividade, como presentemente configurada em muitas partes do mundo, é
confundida com o turismo de aventura e, de fato, há quem inclua esta última, assim como
outras nomenclaturas dadas ao turismo (por exemplo: turismo rural, turismo responsável,
turismo ecológico, turismo alternativo, turismo verde, turismo cultural) como partes ou
derivações de uma generalização chamada ecoturismo (HONEY, 1999).
1.5.1 - O Ecoturismo no Brasil
O ecoturismo, segundo o documento Diretrizes para uma Política Nacional de
Ecoturismo, publicado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo Ministério do Meio
Ambiente em parceria com a EMBRATUR e o IBAMA, é um segmento da atividade
turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua
conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação
do ambiente, promovendo o bem-estar das populações (BENI, 2003).
25
Vários autores colocam como condições para a existência de ecoturismo a)
respeito às comunidades locais; b) envolvimento econômico efetivo das comunidades
locais; c) respeito às condições naturais – conservação do meio ambiente; d) interação
educacional - a garantia que o turista incorpore para sua vida o que aprende em sua visita,
gerando consciência para a preservação da natureza e do patrimônio
histórico/cultural/étnico (HONEY, 1999).
Entre os que têm discutido cientificamente a questão no Brasil, pode-se citar
Zysman Neiman, Dóris Ruschmann, Paulo dos Santos Pires, Paul Joseph Dale, Sérgio
Salazar Salvati, Marta de Azevedo Irving, Rita Mendonça, Alexandre de Gusmão Pedrini,
Karen Garcia e Laura Rudzewicz.
A publicação de material científico sobre o tema no país ainda é tímida em
relação ao quanto o ecoturismo se tornou popular através dos veículos da imprensa e no
cotidiano dos que apreciam a natureza. Sobretudo ao comparar-se a difusão de estudos sob
a forma de livros em relação ao volume de material meramente jornalístico e de divulgação
comercial sobre o assunto.
Algo que pode contribuir para uma distância e o que se pretende e alega como
ecoturismo e o que de fato se pratica e difunde. Possivelmente, uma das causas para o
conflito entre as concepções de ecoturismo pelo senso comum e por viés mais criterioso.
Em 2008 foi criada a Revista Brasileira de Ecoturismo, que visa suprir essa lacuna e
tornar-se referência científica no país. Ela tem periodicidade quadrimestral e é editada pela
Sociedade Brasileira de Ecoturismo, a mais importante entidade científica da área no
Brasil.
O ecoturismo, infelizmente, em muitas áreas no Brasil vem sendo mal
explorado, e os impactos negativos já se manifestam. Com a implementação da educação
esses impactos podem ser minimizados. Não basta somente desenvolver o ecoturismo, é
preciso, também, todo um planejamento turístico para se obter um turismo sustentável.
Ainda, segundo a autora o planejamento é uma atividade que envolve a
intenção de estabelecer condições favoráveis para alcançar objetivos propostos. Nos casos
26
onde não existam tais preocupações, podem ser grandes e irreversíveis os impactos
causados pelo ecoturismo.
Alguns Impactos Negativos segundo Dóris Ruschmann: Acúmulo de lixo nas
margens dos caminhos e das trilhas, nas praias, nas montanhas, nos rios e lagos; Uso de
sabonete e de detergentes pelos turistas, contaminando a água dos rios e lagos,
comprometendo sua pureza e a vida dos peixes e da vegetação aquática; Contaminação das
fontes e dos mananciais de água doce e do mar perto dos alojamentos, provocada pelo
lançamento de esgoto e lixo in natura nos rios e no oceano; Poluição sonora e ambiental;
etc..
Os Dez Mandamentos do ecoturista
1. Amarás a Natureza sobre todas as coisas.
2. Honrarás e preservarás o bom humor;
3. Estarás sempre pronto a colaborar;
4. Serás capaz de te adaptares aos imprevistos;
5. Utilizarás os serviços dos guias credenciados;
6. Não reclamarás;
7. Não invocarás o nome do guia em vão, para perguntar se falta muito para chegar;
8. Não considerarás chuvas, atoleiros ou pontes quebradas como imprevistos;
9. Não poluirás o meio-ambiente.
10. Preserve e Respeite a biodiversidade, não polua as nascentes, os leitos e margens, não
destrua as matas ciliares, não degrade o meio ambiente, e compartilhe a sustentabilidade.
(Turismo Sustentável, Wikipédia, 2009).
Cinco Mandamentos do Ecoturismo
1. Da natureza nada se tira a não ser fotos.
2. Nada se deixa a não ser pegadas.
3. Nada se leva a não ser recordações.
4. Andar em silêncio e em grupos pequenos.
5. Respeitar uma distância dos animais, evitando gerar stress.
(Ecoturismo, Wikipédia, 2009).
27
Ressalta Carvalho, 2007, em seu trabalho Ecoturismo, que o grande
impulsionador do turismo ecológico no mundo, foi sem dúvida os documentários em vídeo
sobre viagens, que apresentavam a natureza como cenário principal, populares nos finais
da década de 70. O Ecoturismo teve o crescimento da atividade acentuado, no final dos
anos 80 e início 90.
O ecoturismo foi introduzido no Brasil no final dos anos 80, seguindo a
tendência internacional. Já em 1989 foram autorizados pela EMBRATUR os primeiros
cursos de guia desse tipo de turismo. Em 1992, com a Rio 92, o termo ecoturismo ganhou
maior visibilidade, agradou de vez o brasileiro e impulsionou um mercado promissor, que
desde então não pára de crescer. Aos poucos, órgãos e instituições ligados ao setor também
foram sendo criados.
Fundado em 1995, o Instituto Ecoturístico Brasileiro-IEB, surge no contexto
nacional com o objetivo de organizar e unificar toda a cadeia ecoturística que compreende
desde empresários, operadoras e agências de viagem, meios de hospedagem, entidades
ambientalistas, entre outras pessoas ligadas a área. Uma de suas prioridades é incentivar o
ecoturismo através da elaboração de um código de ética visando certificar o profissional do
setor.
Continua dizendo que “O Ecoturismo é uma atividade que busca valorizar as
premissas ambientais, sociais, culturais e econômicas conhecidas de todos nós, e inclui a
interpretação ambiental como um fator importante durante a experiência turística.
Os roteiros são elaborados através das Agências Operadoras, ou outras formas
desenvolvidas pelo marketing, onde os consumidores irão desfrutar dos serviços de
hotelaria, gastronomia, condutores, transportes, equipamentos, etc. Utilizarão ainda, a
infra-estrutura básica da região (hospitais, farmácias, saneamento, coleta de lixo, posto de
saúde, telefonia, etc.) adequada e ecologicamente corretas.
Como uma indústria, esta atividade é composta de vários sócios proprietários,
presidente, diretores, setores, operadores, etc. Os sócios são compostos pela sociedade
civil, governo e instituições não governamentais.
28
Neste caso, os sócios dividem a presidência, mantendo a interligação de
informações automatizadas e de acesso aos outros sócios quando necessários
independentes de presença ou não.
Cada gerente cuidará de um segmento da indústria e o gerente geral (Gestor
Administrativo Ambiental), será responsável pela preservação do meio ambiente. É o
sujeito que irá monitorar as atividades ambientais, gerenciar e fiscalizar o fiel cumprimento
das leis e atividades produzidas pela grande indústria.
No entanto cada sócio deterá uma estrutura organizacional competente e
treinada, com capacitações periódicas para aperfeiçoamento do seu corpo técnico,
aumentando o diferencial da produção.
Á Prefeitura, como sócia, cabe a infra-estrutura urbana e rural através de suas
Secretarias Municipais, tendo como umas das prioridades do município controle do
saneamento e destinação de resíduos, por tratar-se do cartão de visitas do município, pois,
um município sem saneamento e destinação de resíduos afugenta os consumidores, que
proverão o desenvolvimento sustentável da região, além de interferir diretamente na
qualidade de vida.
Á sociedade civil cabe a consciência e a responsabilidade de conservar o meio
ambiente urbano, rural e ambiental, considerando que o produto está agregado a
preservação e conservação, para atrair os turistas, garantindo essa fonte de riquezas.
Se o ecoturismo no Brasil encontra-se em um estágio de desenvolvimento
recente, este é o momento para incentivarmos a introdução de uma política de âmbito
nacional para o setor. Tal política deve orientar governos e legislativos para a implantação
de suas estratégias de regulamentação e controle, assim como orientar agências de fomento
para criar e facilitar o acesso a incentivos fiscais e financiamentos.
Ressaltando-se, a importância do estímulo a qualificação profissional, a
capacitação e aquisição de tecnologias apropriadas, a serem viabilizadas pelo
empresariado.
29
Existem empreendedores querendo investir, de forma séria, em ecoturismo
com bons projetos, como aqueles, proprietários de área natural que transformam sua terra
em RPPN, ficando obrigado, de forma perpétua, a conservar a propriedade.
Por isto é preciso implantar projetos bem embasados, dentro de uma política
nacional integrada que aproxime o desenvolvimento do ecoturismo aos objetivos de
sustentabilidade social, econômica e ambiental.
A falta de uma política nacional clara para o desenvolvimento do setor, aliada à
forma desorganizada e, muitas vezes, irresponsável com que as pessoas tem praticado o
ecoturismo, têm motivado uma série de preocupações aos governos locais, às organizações
ambientalistas e às comunidades anfitriãs (CARVALHO, 2007).
30
CAPITULO 2
ECOTURISMO COMO FONTE DE TRABALHO E RENDA NO MUNICIPIO DE
BREVES
2.2 SITUAÇÃO ATUAL DO MUNICIPIO
Breves é uma cidade com mais de 159 anos e mais de 100.000 mil habitantes;
banhada pelo Rio Parauahu, localizada no Estado do Pará e pelas suas dimensões urbanas,
econômicas e populacionais é considerada a Capital das Ilhas e é também o principal pólo
comercial e financeiro do arquipélago marajoara.
O tipo de Colonização aqui implantada – assim como na maioria dos
municípios brasileiros - foi a Exploratória, que ao longo da sua trajetória tornou o
Município de Breves mundialmente conhecido pela atividade extrativista da madeira que
no período áureo da exploração – década de 70 – foi chamado de “Celeiro Mundial da
Madeira” (BRAGA, 2000).
2.2 A TRAJETÓRIA DOS CICLOS ECONOMICOS DE BREVES E SUAS E
CONSEQUENCIAS
Os Ciclos Econômicos correspondem a oscilações do produto, do rendimento e
do emprego, cuja duração corresponde geralmente a um período de 2 a 10 anos e são
caracterizados pela expansão ou pela contração generalizada na maioria dos setores
econômicos. (NUNES, 2007)
Cada Ciclo Econômico apresenta duas fases principais: a expansão e a
recessão. Os pontos de viragem dos ciclos são designados por picos (pontos de viragem de
uma expansão para uma recessão) e por fundos (pontos de viragem de uma recessão para
uma expansão) ou ainda, segundo o economista Shumpeter possui quatro fases:
1-Subida (boom) / 2-Recessão/ 3-Depressão e 4-Recuperação
31
Dentre os ciclos econômicos explorados em Breves os mais conhecidos e que
deram certo retorno econômico a população local e posteriormente aos investidores
externos temos os seguintes:
* Na Agricultura: Drogas do sertão, Arroz de várzea, Milho, Mandioca, Laranja, banana e
limão e Leguminosas
* No Extrativismo Vegetal: Palmito, Açaí, Borracha, Carvão e Madeira
Sendo que o ciclo que mais durou e proporcionou a geração de emprego e
renda foi o da borracha na vila de corcovado e mais tarde o da extração da madeira. A
dinâmica econômica que mais conhecemos e que tornou o município conhecido será
descrito abaixo:
Em 1917 foi instalada a primeira serraria na Vila de Antonio Lemos, que foi
por um tempo sede do município de breves em que movimentou de forma acelerada o
comercio local com atendimento variado devido o aumento do numero de trabalhadores em
que o comercio atendia até fregueses de outros locais. Sendo que o período da 2ª Guerra
Mundial a empresa entrou em decadência devido à diminuição das exportações de madeira
(CASTRO, 2000)
As empresas mais conhecidas e de maiores portes foram INASA (Indústria
Nova America Sociedade Anônima) que no final da década de 60 foi instalada na vila de
corcovado que foi a primeira do Brasil e a segunda do mundo possuidora de equipamentos
modernos da época, em que vieram trabalhadores de diversos lugares o que proporcionou
riquezas e melhorias na vila e ao município de Breves a quem pertencia, melhorias como
construções de escolas aos filhos dos funcionários, tratamento de água de ótima qualidade
etc..
Outras empresas de grande porte também aqui se instalaram e até mesmo com
recursos da antiga SUDAM, como serrarias na vila de Antonio Lemos e posteriormente a
BISA (Breves Indústria S.A) e mais recentemente as maiores e mais conhecidas foram
Madenorte Madeiras, Mainardi, Intel, Madasa, Robco entre outras.
A Economia de Breves cresceu, devido sua localização estratégica em que
serviu de entreposto comercial na região das ilhas desenvolvendo o comercio regional
32
(MIRANDA, 2005). Grandes navios chegavam e partiam do município que transportavam
madeira na forma bruta em toras que lhe atribuía um baixo valor comercial para
exportação.
No entanto, devido às retiradas freqüentes e em grande escala deu-se a carência
de matéria prima na região e as exigências para a manutenção da economia exploratória,
em que várias empresas aqui sediadas e que comumente absorviam a mão-de-obra local, já
não o fazem na mesma quantidade, considerando que várias destas fecharam suas portas e
se retiraram da região deixando um contingente elevado de trabalhadores desempregados.
Devido à crise de emprego provocada pela paralisação das principais indústrias
de transformação de matéria prima, aliada à falta de informação adequada as
conseqüências deste desequilíbrio logo aumentaram os problemas decorrentes da falta de
geração de emprego e renda como a violência, a prostituição, assaltos, tráfico de drogas,
entre outros que ocasionaram transtornos a todos os poderes do Estado, empresas e a
sociedade como um todo.
A provável viabilidade para solucionar esta situação, é a reformulação das
políticas públicas, que devem criar alternativas de trabalho, educação, lazer saudáveis e
aplicação direcionada das verbas públicas em projetos que venham beneficiar a maioria da
população.
Problemática esta que em parte foi importante, pois somente o lado econômico
era levado em conta e devido às pressões dos planos de manejo e denuncias crimes
ambientais podemos perceber que estávamos provocando e incentivando um desequilíbrio
ambiental em nosso meio ambiente.
Devemos ter em mente, que muitos fatores conspiram para o desenvolvimento
e saneamento da crise financeira que ronda a cidade de Breves; o povo é inteligente,
trabalhador e a região é rica em recursos naturais onde o turismo pode ser explorado,
gerando considerável mão-de-obra direta e indireta para a população.
As empresas que mais geram empregos diretos em Breves vivem hoje suas
maiores crises financeiras, causadas pela escassez da madeira, (falta de projeto de
33
reflorestamento ambiental), instabilidade do dólar (motivada pela crise financeira
internacional), falta de planejamento para o manejo sustentável e principalmente a falta de
compradores internacionais; o palmito do açaí já com pouca reserva, só tem matéria prima
para mais 10 anos de exploração, motivada pelo novo direcionamento dado ao fruto “açaí”
– que sempre foi mais valorizado monetariamente – hoje está mais aceito tanto interna
quanto externamente.
Com motivos como esses, o desemprego na cidade cresce e junto com esse,
crescem também a violência (em todas as suas formas), a prostituição, o analfabetismo, a
mortalidade infantil. A delegacia da cidade está superlotada, não há mais vagas; os
infratores da Lei são liberados logo após os registros na delegacia de polícia (que se
encontra sem as devidas condições estruturais); muitas adolescentes usam drogas e vendem
seu corpo para se vestir melhor, para o lazer e muitas vezes até para comer; os jovens
também não ficam a margem desse problema,
Considerando que a falta de emprego, a ausência de escolas profissionalizantes
e alternativas saudáveis de lazer, muitos deles enveredam pelo mundo do crime, usando e
vendendo drogas proibidas para manter suas necessidades; consomem álcool, brigam,
assaltam, roubam, furtam, enfim, cometem crimes que talvez não cometessem se tivessem
outro direcionamento para suas vidas.
Com a retração da economia na região, os investimentos são poucos, os bancos
estão mais cautelosos nas liberações de verbas, (principalmente aquelas de longo prazo e
que possibilitam mais estabilidade aos tomadores desses créditos, por disporem de mais
tempo e encargos financeiros menores); a redução na demanda de compradores no
mercado exterior (causada pela crise financeira e econômica internacional), fez com que o
desemprego aumentasse na região e com esse, também a violência, a fome, a prostituição.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997:25-6 enfatizam:
“Fica evidente a importância de se educar os cidadãos
brasileiros, para que; como empreendedores venham a agir de
modo responsável e com a sensibilidade, conservando o
ambiente saudável no presente e no futuro; como participantes
do governo ou da sociedade civil, saibam cumprir suas
obrigações, exigir e respeitar os direitos próprios e o de toda a
comunidade, tanto local como internacional.”
34
E como agir diante de tão complicada problemática? Como pensar em
conservação e educação ambiental ante ao desemprego em massa, a população que passa
fome e muitas vezes vê nos vários tipos de corrupção a solução mais acessível? Nós
enquanto especialistas em gestão e educação ambiental moradores do local temos o dever
de pelo menos tentar contribuir de alguma forma para a solução ou amenização de tal
problemática. No transcorrer desse trabalho apresentaremos uma reflexão de uma possível
alternativa para tentar impulsionar a economia brevense e promover a educação e
preservação ambiental no município de Breves.
35
CAPITULO 3
PLANEJANDO O ECOTURISMO NO MUNICIPIO DE BREVES: PONTOS
FORTES E FRACOS.
O Município de Breves como anteriormente citado possui uma infinidade de
atrativos turísticos dentre eles naturais, culturais, patrimoniais e históricos. Muitos desses
recursos são até mesmo desconhecidos pelos próprios brevenses que desvalorizam nosso
potencial por falta de conhecimento ou supervalorização de outras culturas que também
foram se incorporando a nossa.
Parte de dessa culpa é da própria população que deveria ter lutado pela
preservação de nossos patrimônios que remontaram épocas históricas do Município de
Breves, como o antigo Cine Yeda, o prédio da Bisa, a fábrica de borracha de Corcovado.
Se mostrando a historia através de símbolos que por si só já contam sua historia já é difícil,
imagina reverenciar uma cultura sem algo que comprove sua veracidade.
Porém a grande vilã tem sido a administração municipal que ao longo dos anos
vem modificando nosso cenário sem se preocupar com nossa cultura e nossa historia. Em
nome do Progresso e desenvolvimento, hoje Breves não tem identidade e sofre por isso e
por deixarmos chegar a esse ponto critico sofremos com a discriminação de nosso
município que por muitos é considerado sem recursos e sem cultura.
3.1 INFRA-ESTRUTURA TURÍSTICA MUNICIPAL
Apesar da falta de investimento dos órgãos Municipal, Estadual e Federal em
relação ao turismo Municipal, Breves já possui uma boa infra-estrutura turística, além de
serviços complementares e fundamentais que já foram citados anteriormente. Contando
com serviços turísticos fundamentais como:
36
3.1.1 - Hospedagens (Hotéis, hospedarias, condomínio, casas de aluguel, kitnet’s,
pousadas, hotel-fazenda, pensões, quartos em vilas e etc.), como principais temos:
Hospedagens e similares do Município de Breves
01 Hotel Parauahu
02 Hotel Avenida
03 Hotel e Restaurante Ali Babá:
04 Hotel e Restaurante Grill:
05 Pousada Ele & Ela:
06 Arco-Íris.
07 Hotel Center Palace:
08 Hotel Central
09 Hotel e Restaurante Safira:
10 Hospedaria & Pizzaria Bella’s:
11 Hospedaria Vitória – Régia
12 Hotel Fazenda Marajó
13 Hotel Parauahú
14 Hotel Avenida
Tabela 3: Meios de Hospedagens de Breves. Fonte: SECULT/Breves
37
3.1.2 - Restaurantes, lanchonetes e sorveterias(muitos destes serviços se
encontram no próprio meio de hospedagem ou não);
Unidades de Serviços de Alimentação e similares do Município de Breves
01 Restaurante Parauahú:
02 Lanchonete e Chopperia Flor da Sororoca:
03 Restaurante Avenida
04 Restaurante Ali Baba
05 Restaurante Rio Marajoara
06 Restaurante Spazzio Verde
07 Casa da Sopa
08 Peixaria da Ilha
09 Churrascaria Rodeio
10 Churrascaria Padre Cícero;
11 Churrascaria Moderna;
12 Bar e Churrascaria Seresteiro da Noite
13 Nosso Lanche
14 Restaurante Grill;
15 Lanche do Gordo;
16 Barraquinha da D. Cleusa (Comidas Típicas).
17 Toca do Açaí
Tabela 4: Serviços de alimentação e similares de Breves. Fonte: SECULT, 2010
38
3.1.3 – Espaços para serviços regulares e esporádicos de Entretenimento e Lazer:
como àqueles realizados em boates, clubes, ginásios municipais, bares, estádios e em
associações recreativas e esportivas
Espaços para realização de eventos do Município de Breves
01 Danceteria Papy Dance Clube
02 Casa da Seresta
03 Clube Atalaia
04 Clube Guanabara
05 Sede e Bar do Amiraldo
06 Bar Caverna
07 Bar Flor da Sororoca
08 Bar Maloquinha
09 Bar e Videokê Mascote
10 Bar Remanso
11 Barzinhos Bar
12 Bolero Casa de Shows
13 Sede Clube Santana
14 Big Burg
15 Porto de Marés
16 Estádio Municipal
17 Ginásios Municipais (em reforma)
18 Aconchego Drink’s
Tabela 5: Espaços para realização de eventos de Breves. Fonte: SECULT, 2010.
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3.1.4 - Atrativos Naturais como: igarapés, paranás, lagos, rios caudalosos, furos e
os famosos “estreitos de Breves” (Revista Ver-o-Pará) pelos quais passam as águas do
famoso rio Amazonas, além de espécies vegetais diversas e exóticas, variedade de animais
de pequeno porte, crustáceos, peixes, aves etc. Demonstrado na tabela a seguir:
Tabela 6: Acidentes geográficos de Breves. Fonte: Paratur, 2003.
Tipo de Acidente Nome Localização
Canal *Aleixo *une os rios Jacaré e Ituquara
Igarapé *Fundo *no limite com o município de Anajás
Baía *Das bocas *no limite com o município de Melgaço
Estreito *De breves *formado por um conjunto de pequenos e grandes
rios, lagoas, ilhas e furos.
Rio
*Anajás
*Caruaca
*Curto
*Guajará
*Jupatituba
*Macacos
*Mapuá
*Jaburú
*Aramã
*Aramã
Grande
*Tucupi
*Jacaré
*Braço do
rio Jacaré
*Braço do
Socó
*Pracaxí
*Parauhaú
*parte dos limites do município de Afuá e Anajás.
*no limite com o município de Curralinho
*afluente da margem esquerda do rio jaburu
*no limite com o município de Curralinho
*parte dos limites entre o município de Breves e
Antonio Lemos
*banha a cidade de Breves e o povoado de corcovado
*formado pelos rios braço de socó e braço de jacaré
*nos limites com os municípios de São Sebastião da
Boa Vista e Curralinho
*tem como afluente da margem esquerda o
jaburuzinho e o curto e da margem direita o pracaxí.
*afluente do rio aramã
*onde desemborca os furos buiuçú do norte e jaburú
*deságua no rio lago dos leões
*Afluente do rio Jacaré
*no estreito de Breves
*banha a cidade de Breves. É bastante profundo e
navegável em todo o seu percurso.
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3.1.5 - Atrativos artificiais encontramos: balneários em lugares naturais, clubes com
piscina e sauna, brinquedos adaptados para a diversão da família em clubes (como na
AABB) e associações.
Figura 1: Terminal hidroviário Figura 2: Piscina do Hotel Parauahú
3.1.6 - Atrativos histórico-culturais que remotam épocas de ciclos prósperos ou
momentos políticos, religiosos e sociais importantes para a história do município como
vilas, igrejas, casarões, fábricas antigas, praças, peças em porcelana, madeira, ferro, argila
(que estão expostas ao público na Casa da Cultura) etc.
Figura 3: Antigo Trapiche Municipal Figura 4: Ruínas de antiga fabrica de borracha.
Fonte: TV Breves, 2007
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3.2 EVENTOS GERADORES DE FLUXO TURISTICOS
Breves possui em parceria com a Paratur (e divulgado no site da mesma) e com
alguns municípios paraenses um calendário anual de eventos programados na sua maioria
pela Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo assim exemplificado a seguir:
Tabela 7: Calendário anual de Eventos/ Município de Breves. Fonte: SECULT, 2009.
Fora os eventos publicados no calendário anual de eventos existem eventos
regulares de ordem social, religiosa, entretenimento, lazer, folclóricas, ambientais etc.
Como eventos sociais temos: bailes Azul e Branco, das Damas de Vermelho,
Vermelho e Preto de Associações e ou clubes Esportivos, Baile do Hawaí;
Festividades Religiosas Católicas de padroeiras locais como a Festividade de
Nossa Senhora Santana, de Santa Rita de Cássia, de São Benedito, Santo Antonio etc.,
Evangélicas como o Point Gospel, Vem louvar, Fest gospel entre outros louvores do
gênero gospel;
Eventos Esportivos como o Campeonato Brevense de Futsal da 1ª divisão, sub-
15, sub-16 e sub-17, Campeonato de Handebol, de Futebol de clubes, equipes compostas
Calendário anual de Eventos de Breves
Data Evento
12 a 20 de Janeiro Festividade de São Sebastião
21 a 23 de Fevereiro Breves Folia
9 e 28 de Junho Forrozão Marajoara
12 a 26 de Julho Festividade de Santana
05 a 31 de Julho Festival e Jogos de Verão
19 a 22 de Agosto Festival Brevense de Folclore
15 de Setembro Bregafó
30 de Novembro Aniversário de Breves e Abertura Miss Breves
03 de Dezembro Desfile Miss Breves
31 de Dezembro Reveillon Popular
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por funcionários de empresas locais públicas e privadas, Voleibol, Jogos Estudantis,
Intercolegiais, Intermunicipais entre outros;
Eventos de Entretenimento e lazer como o Bregafó, Noite do Boto, Halloween
das Trevas entre outros eventos com temas variados, como datas festivas como o
Reveillon, natal, dia das mães ou de músicas em sucesso, aniversários de clubes,
associações, emissoras de TV e rádio, boates etc;
“Eventos folclóricos e culturais de escolas públicas e particulares, clubes,
associações do município como o Forrozão do Tio Lauro”, da AABB etc.;
Eventos ambientais como a Semana do Meio-Ambiente, praticadas nas escolas
do município com mutirões de coleta de lixo, plantio e replantio de novas mudas de
árvores e palestras sobre Educação Ambiental na Semana do Meio Ambiente etc.;
Eventos de Arte, Ciência, Tecnologias, musicais que ocorrem nas escolas do
município como a ”Expociart”, ”Mostra Científica”, “Feira de Ciência”, etc., “Top
Fashion”, ”Mostra Geográfica”, etc.
Existem também eventos esporádicos como serestas, bailes de aniversários, shows
de bandas locais, de outras cidades e estados ou regiões - ex: banda Mel da Ilha, Nel e
banda, Calipso, Companhia do Calipso, Tecnobrega etc-, concursos de danças folclóricas,
de rua, brega, gospeis entre outros gêneros, concursos de poesia, concursos de músicas etc.
3.3 POSSIVEIS SUGESTÕES.
Embora o Município de Breves disponha de certa infra estrutura para o
desenvolvimento do turismo, seja de ordem de atrativos naturais, assim como de atrativos
artificiais, o município enfrenta a falta de incentivos de políticas publicas direcionadas à
área do turismo pela iniciativa governamental e do empresariado local
Políticas estas que vão desde a falta comprometimento de fornecer serviços
básicos a população como a falta saneamento básico, atendimento a saúde, tratamento e
fornecimento de água, energia entre outros, a até mesmo a de deixar de incentivar e buscar
novas alternativas de geração de emprego e renda no município, fator este que tem
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provocado as mais variadas mazelas enfrentadas não só pela população como também pela
segurança publica e à gestão local.
No entanto. nos últimos anos o turismo tem sido usado pelos governos como
uma forma de programar e desenvolver a economia em seus estados e municípios. De
acordo com Andrade, o turismo é o “complexo de atividades e serviços relacionados aos
deslocamentos, transportes, alojamentos, alimentação, circulação de produtos turísticos,
atividades relacionadas aos movimentos culturais, visitas, lazer e entretenimento”.
Desde então, a maioria dos gestores buscam uma forma de atender às
necessidades do meio ambiente e da comunidade receptora. O turismo, se mal planejado
gera impactos negativos e se bem planejado gera impactos positivos. Como respectivos
exemplos, têm Costa do Sauípe na Bahia, onde todo o processo foi realizado isolando a
comunidade local. E em Bonito, no Mato Grosso do Sul, onde o meio ambiente foi o
atrativo principal da atividade turística com o envolvimento da sociedade local. Exemplos
estes, com desenvolvimentos e resultados diferentes, em um espaço natural.
Por isso, aliar turismo e meio ambiente é uma ação muito complexa, devido à
fragilidade dos ecossistemas. Atualmente como forma de proteger o patrimônio natural, os
órgãos governamentais de proteção ao meio ambiente exigem EIA, RIMA e Plano de
Manejo para as localidades, afim de que os empresários provem que seu empreendimento
não causará danos graves ao meio ambiente.
Por tudo que foi exposto, pode-se perceber que, o turismo atualmente, vem
consolidando-se como a atividade do futuro, seguindo inúmeras tendências. Vem aliando
crescimento econômico ao ambiental, evidenciando o turismo sustentável praticado no
ambiente ecológico em todo o mundo. (MOUTINHO et. Al, 2009)
Já Farias et al, 2009 em seu artigo Turismo e Meio Ambiente refuta a idéia de
Moutinho que “Para que a atividade turística se desenvolva de maneira a fomentar a
economia, é importante que se tenha um planejamento adequado, eficaz de forma a
sustentável. É importante a atuação do governo com políticas publicas de incentivo à
iniciativa privada que integrem também a comunidade.
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Sendo assim, haverá o desenvolvimento da atividade turística que pode
acarretar em impactos que podem ser positivos ou negativos. Entre os impactos positivos
econômicos e sociais podemos citar o fomento da economia e geração de divisas
promovendo a inclusão social com a geração de renda para a população. Como impacto
positivo ambiental podemos citar a conservação de áreas ambientais.
Dentre os impactos negativos econômicos podemos citar a má distribuição da
renda gerada pelo turismo, que ao invés de erradicar a pobreza, terá efeito contrario de
aumentar a desigualdade social. O choque entre as culturas distintas e a descaracterização
cultural da comunidade local está entre os impactos negativos sociais. Se não for
desenvolvido e planejado de maneira eficaz o meio ambiente pode sofrer com a sua
degradação e depredação agravada pela massificação do turismo
Diante do exposto podemos perceber que o ecoturismo pode ser uma
alternativa viável de sustentabilidade ao Município de Breves, que se bem planejado
poderá resolver dois problemas que causam transtornos a população e ao governo que é
falta de geração de emprego e renda e a devastação ambiental.
Figura 5: Acumulo de mururé ao longo dos rios, indicando grande devastação ambiental.
Fonte: Arquivo pessoal.
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A iniciativa de um trabalho de consciência ecológica a comunidade em geral e
de que podemos utilizar os recursos naturais de forma sustentável é o primeiro passo a ser
dado para tornar o turismo que pretendemos viável no município de Breves, turismo este
planejado de forma a causar o mínimo de impactos ao Município e a população local, que
poderá ser beneficiada pela conservação de seus recursos naturais e históricos culturais,
aliada a sua sustentabilidade, ou seja, utilização de seus recursos que promovera geração
de renda a comunidade que sofre devido sua escassez, promovendo então qualidade de
vida às mesmas e promovendo também o município como modelo de sustentabilidade no
Marajó e talvez até no Mundo.
Figura 7: Rio pararijós Figura 8: Por do sol no rio parahuaú. Arquivo
pessoal.
Pois como diria aquele carimbó muito conhecido de Pinduca esse rio é minha
rua …. E também a musica de Ruy Barata “O tempo tem tempo de tempo ser, o tempo tem
tempo de tempo dar, ao tempo da noite que vai, correr, o tempo do dia que vai chegar”. O
tempo de tentarmos pelo menos amenizar nossa atual situação de falta de sustentabilidade
está em nossas mãos, visto que fazemos parte do meio ambiente e se quisermos que nossa
espécie não entre em extinção como a muitos animais e espécies vegetais, aprendamos a
viver pacificamente com nosso meio de forma sustentável por meio da pratica do
ecoturismo.
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3 – CONCLUSÃO
Os fatores promissores que se vislumbram no turismo e em especial o praticado na
forma ecológica, como alternativa de crescimento, social, cultural e econômico e mais
ainda, a possibilidade de promover a preservação dos recursos ambientais, foram
demonstrados através desta monografia que sugere o ecoturismo como solução as
carências do município.
As dificuldades para execução de projetos de turismo são inúmeras, entretanto o
presente trabalho demonstra que o turismo ainda é uma das maiores alternativas de geração
de trabalho e renda.
Podemos então concluir, que o município de Breves, mesmo com suas
peculiaridades – positivas e negativas – pode ser altamente promissor através do
planejamento do turismo municipal sustentável, com a finalidade de reduzir situações
adversas como à prostituição, o analfabetismo, a mortalidade infantil e estabelecer uma
nova era de crescimento econômico e social à população da região.
47
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