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O TRATAMENTO DA HANSENÍASE AO LONGO DOS ANOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA ¹Dacyano Soares Basílio de Melo, ²José Musse Costa Lima Jereissati ¹Aluno do curso de graduação em farmácia da Faculdade de Ensino e Cultura do Ceará (FAECE) E - mail: [email protected] ²Professor Doutor do curso de graduação em Farmácia da FAECE Introdução A Hanseníse, antes conhecida como Lepra, é uma doença infectocontagiosa que acomete a pele e os nervos periféricos causada por uma bactéria, o Mycobacterium leprae (M. leprae), conhecido como Bacilo de Hansen (BH) que é um parasita gram- positivo, intracelular obrigatório e que infecta macrófagos. Esta doença evolui lentamente e é transmitida entre as pessoas através das secreções respiratórias. No passado, os doentes eram compulsoriamente afastados da sociedade e viviam em colônias. Hoje, nada mais justifica tal isolamento devido ao avanço da terapêutica medicamentosa com antibióticos, à detecção precoce e ao esclarecimento de que a Hanseníase tem cura. Apesar destes fatores, o Brasil permanece em segundo lugar entre os países com maior numero da doença, perdendo só para a Índia (BRASIL,2008). Objetivo Esse artigo visa a conhecer como a Hanseníase foi tratada ao longo da História através de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL) do período de 1997 a 2013. Metodologia Esta RIL baseia-se nas 6 fases sugeridas por Souza, Silva e Carvalho (2010): 1ª Fase: Elaboração da pergunta norteadora 2ª Fase: Busca ou amostragem na literatura 3ª Fase: Coleta de dados 4ª Fase: Análise Crítica dos Estudos Incluídos 5ª Fase: Discussão dos Resultados 6ª Fase: Apresentação da revisão Integrativa Foi elaborado um instrumento para coleta dos dados de cada artigo. Para a seleção destes, foi realizada uma busca utilizando os descritores Hanseníase e Tratamento Farmacológico em dois bancos de dados - LILACS e SCIELO. Um total de 24 artigos foram encontrados, mostrando que o tema é ainda pouco explorado isoladamente. Foram incluídos os artigos em português que citam alguma forma de tratamento. E excluídos os artigos que não mencionam ao menos uma forma de tratamento alternativo. Num total de 6 artigos. Discussão Artigo 1: Os autores se voltam principalmente para a descoberta e o tratamento feito com o óleo de chaulmoogra e seus derivados. Artigo 2: Relata o marco inicial de um tratamento mais confiável que aconteceu com a descoberta das sulfonas na década de 40. Artigo 3: A autora decorre sobre o isolamento do doente, que continuou sendo adotado como tratamento até o século XIX. Artigo 4: Realiza uma pesquisa na avaliação do medicamento usado para tratar a hanseníase. Artigo 5: Afirmam a importância do tratamento feito com a (PQT), apresentam esquemas substitutivos na contraindicação a alguma droga. Artigo 6: Tratam sobre a não aceitação do tratamento feito com a (PQT), por pacientes de uma unidade de atenção primaria. Conclusão O tratamento de Hanseníase tem sido árduo desde o início e a árdua luta dos doentes permanece até hoje. Com o advento da medicina e da ciência farmacêutica, novas abordagens foram utilizadas e, com as descobertas dos antibióticos, chegou-se ao que se pratica nos dias de hoje: a multidrogaterapia (MDT ou PQT). Sabe-se que a terapêutica vigente é eficaz do ponto de vista farmacológico. A maior batalha parece ser contra a desinformação e contra o preconceito. Isto, teoricamente, é fácil de solucionar. Na prática, requer algumas mudanças: de mentalidade, de comportamento e de humanidade. Referências CUNHA, Ana Zoé Schilling da; Hanseníase: aspectos da evolução do diagnóstico, tratamento e controle. Ciência & Saúúde Coletiva, 7(2):235- 242,2002. EIDT, Letícia Maria; Breve história da hanseníase: sua expansão para as Américas, o Brasil e o Rio Grande do Sul e sua trajetória na saúde pública brasileira. Saúde e Sociedade. vol. 13. n.2, p.76-88, maio-ago 2004. LASTORIA, Joel Carlos; ABREU, Marilda Aparecida Milanez Morgado. Hanseníase: diagnóstico e tratamento. Diagn Tratamento; 17(4):173-9.2012. LUNA, Izaildo Tavares; BESERRA, Eveline Pinheiro. Adesão ao tratamento da Hanseníase: dificuldades inerentes aos portadores. Rev. Bras Enferm. nov-dez; 63(6): 983-90.2010. OPROMOLLA, Diltor Vladmir. Terapêutica da hanseníase. Medicina, Ribeirão Preto, 30: 345-350, jul./set. 1997. SANTOS, Fernando Sergio Dumas dos; SOUSA, Leticia Pumar Alvez de. SIANI, Antonio Carlos. O óleo de chaulmoogra como conhecimento científico:a construção de uma terapêutica antileprótica. Historia, Ciências, saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15n.1,p.29-27, jan-mar. 2008.

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O TRATAMENTO DA HANSENÍASE AO LONGO DOS ANOS:UMA REVISÃO INTEGRATIVA

¹Dacyano Soares Basílio de Melo, ²José Musse Costa Lima Jereissati

¹Aluno do curso de graduação em farmácia da Faculdade de Ensino e Cultura do Ceará (FAECE)E-mail: [email protected]

²Professor – Doutor do curso de graduação em Farmácia da FAECE

Introdução

A Hanseníse, antes conhecida como Lepra, é umadoença infectocontagiosa que acomete a pele e osnervos periféricos causada por uma bactéria, oMycobacterium leprae (M. leprae), conhecido como�Bacilo de Hansen� (BH) que e um parasita gram-positivo, intracelular obrigatório e que infectamacrófagos. Esta doença evolui lentamente e etransmitida entre as pessoas atraves das secreco esrespiratórias. No passado, os doentes eramcompulsoriamente afastados da sociedade e viviamem colônias. Hoje, nada mais justifica tal isolamentodevido ao avanço da terapêutica medicamentosacom antibióticos, à detecção precoce e aoesclarecimento de que a Hanseníase tem cura. Apesardestes fatores, o Brasil permanece em segundo lugarentre os países com maior numero da doença,perdendo só para a Índia (BRASIL,2008).

Objetivo

Esse artigo visa a conhecer como a Hanseníase foitratada ao longo da História através de umaRevisão Integrativa da Literatura (RIL) do período de1997 a 2013.

Metodologia

Esta RIL baseia-se nas 6 fases sugeridas por Souza,Silva e Carvalho (2010):1ª Fase: Elaboração da pergunta norteadora2ª Fase: Busca ou amostragem na literatura3ª Fase: Coleta de dados4ª Fase: Análise Crítica dos Estudos Incluídos5ª Fase: Discussão dos Resultados6ª Fase: Apresentação da revisão IntegrativaFoi elaborado um instrumento para coleta dosdados de cada artigo. Para a seleção destes, foirealizada uma busca utilizando os descritores�Hanseníase� e �Tratamento Farmacológico� emdois bancos de dados - LILACS e SCIELO. Um totalde 24 artigos foram encontrados, mostrando que otema é ainda pouco explorado isoladamente.Foram incluídos os artigos em português que citamalguma forma de tratamento. E excluídos os artigosque não mencionam ao menos uma forma detratamento alternativo. Num total de 6 artigos.

DiscussãoArtigo 1: Os autores se voltam principalmente para adescoberta e o tratamento feito com o óleo dechaulmoogra e seus derivados.Artigo 2: Relata o marco inicial de um tratamento maisconfiável que aconteceu com a descoberta das sulfonasna década de 40.Artigo 3: A autora decorre sobre o isolamento do doente,

que continuou sendo adotado como tratamento até oséculo XIX.Artigo 4: Realiza uma pesquisa na avaliação domedicamento usado para tratar a hanseníase.Artigo 5: Afirmam a importância do tratamento feito coma (PQT), apresentam esquemas substitutivos nacontraindicação a alguma droga.Artigo 6: Tratam sobre a não aceitação do tratamentofeito com a (PQT), por pacientes de uma unidade deatenção primaria.

Conclusão

O tratamento de Hanseníase tem sido árduo desde oinício e a árdua luta dos doentes permanece até hoje.Com o advento da medicina e da ciência farmacêutica,novas abordagens foram utilizadas e, com as descobertasdos antibióticos, chegou-se ao que se pratica nos dias dehoje: a multidrogaterapia (MDT ou PQT). Sabe-se que aterapêutica vigente é eficaz do ponto de vistafarmacológico. A maior batalha parece ser contra adesinformação e contra o preconceito. Isto,teoricamente, é fácil de solucionar. Na prática, requeralgumas mudanças: de mentalidade, de comportamentoe de humanidade.

Referências

•CUNHA, Ana Zoé Schilling da; Hanseníase: aspectos da evolução dodiagnóstico, tratamento e controle. Ciência & Saúúde Coletiva, 7(2):235-242,2002.•EIDT, Letícia Maria; Breve história da hanseníase: sua expansão para asAméricas, o Brasil e o Rio Grande do Sul e sua trajetória na saúde públicabrasileira. Saúde e Sociedade. vol. 13. n.2, p.76-88, maio-ago 2004.•LASTORIA, Joel Carlos; ABREU, Marilda Aparecida Milanez Morgado.Hanseníase: diagnóstico e tratamento. Diagn Tratamento; 17(4):173-9.2012.•LUNA, Izaildo Tavares; BESERRA, Eveline Pinheiro. Adesão ao tratamento daHanseníase: dificuldades inerentes aos portadores. Rev. Bras Enferm. nov-dez;63(6): 983-90.2010.•OPROMOLLA, Diltor Vladmir. Terapêutica da hanseníase. Medicina, RibeirãoPreto, 30: 345-350, jul./set. 1997.•SANTOS, Fernando Sergio Dumas dos; SOUSA, Leticia Pumar Alvez de. SIANI,Antonio Carlos. O óleo de chaulmoogra como conhecimento científico: aconstrução de uma terapêutica antileprótica. Historia, Ciências, saúde –Manguinhos, Rio de Janeiro, v.15n.1,p.29-27, jan-mar. 2008.