o termômetro

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Informativo do SINDSAÚDE – Rua Guilherme Rocha, 883 – Centro – Nº 51 – Dezembro/2011 Nesta edição: 2011 foi marcado por lutas vitoriosas; 2012 será melhor ainda! Boas festas a todos/as! Muita saúde, paz e união em 2012! Que venham novas conquistas! Funcionários se uniram contra reajuste baixíssimo oferecido pela Sameac No Hospital São Vicente, em Barbalha, o Sindsaúde protesta contra as péssimas condições de trabalho No dia 18/12, em uma tar- de de domingo, mais de 300 trabalhadores e trabalhadoras disseram não à divisão do Sin- dsaúde. Essa foi a resposta à publicação de dois editais, nos dias 6 e 7/12, convocando as- sembleia na sede do Sindicato dos Telefônicos para a criação de um sindicato dos auxiliares e técnicos de enfermagem. A votação foi simbólica, uma vez que a juíza da 16ª Vara expediu liminar impedindo a assembleia devido a irregula- ridades nos editais. "A divisão só interessa a aos patrões e ao governo, é um golpe contra a organização dos trabalhadores", disse a diretoria do Sindsaúde, em nota. Também informaram que a pessoa que convocou a assembleia sequer pertence à categoria. Foto: Secretaria de Comunicação - DSC Categoria rechaça divisão do Sindsaúde Foto: Cristhyana Abreu Comissão de servidores debate pautas com secretário A reunião ocorreu no dia 19/12 e debateu estágio probatório, PCCS, decreto 29.352/2008 e a situação dos técnicos de análise clínica do Hemoce (p. 2) Congresso Extraordinário aprova reforma estatutária Criação de delegacias sindicais, localizadas no Cariri, Centro Sul, Maciço de Baturité, Aracati e Inhamuns foi uma das mudanças deliberadas (p. 3) Fechadas convenções da Filantropia e das UNIMEDs Na UNIMED Fortaleza, os pisos de auxiliar de enfermagem/laboratório, motorista e recepcionista aumentaram em 7,6% (p. 4) Prestação de Contas 2010 Assembleia no dia 25/11 aprovou prestação de contas relativa a 2010. Publicamos o resumo e o parecer do conselho fiscal em encarte. O Natal, marco do nascimento de Jesus Cristo, é tempo de celebrar a alegria de viver junto com aqueles que amamos. Neste momento, o Sindsaúde gostaria de desejar a todos os nossos sócios e sócias uma vida plena de felicidade e, como não poderia deixar de ser, muita luta, muita garra para conseguir sempre melhores condições de trabalho para todas as categorias. Aproxima-se um novo ano, um novo ciclo. Esse período pede reflexão sobre as batalhas que travamos durante o ano de 2011 e sobre os planos que temos para que 2012 seja um ano ainda mais mobilizado, em que os trabalhadores consigam mostrar cada vez mais força a partir de sua união. Pensando nisso, preparamos esta edição do Termômetro no sentido de fazer um balan- ço das atividades de 2011. Foram greves em Fortaleza e no interior, campanhas especiais e muitas manifestações nas portas dos hospitais. Os servidores dos municípios de Jaguaribe, Caucaia e Pereiro fizeram greves e conquistaram diversas demandas. Em Jaguaribe, garantiram reajuste salarial de 8% e abertura de diálogo sobre PCCS; em Caucaia, direito a férias, 13º salário e pagamento de 30% mensal sobre o valor do salário base dos ACS, a título de incentivo. Já em Pereiro, dois projetos de lei foram aprovados – um concede gratificação de 130 reais para os auxiliares de enfermagem; o outro aumenta o incentivo dos ACS, que passará de 90 para 180 reais, além de conceder EPIs. De fato, as pautas dos servidores do Estado estiveram em foco durante todo o ano de 2011, inclusive no Congresso Extraordinário, realizado em novembro. Na luta pela reestruturação do PCCS e publicação dos aprovados no estágio probatório, o Sindsaúde realizou várias reuniões em hospitais estaduais, que culminaram na constituição de uma comissão para negociar com secretário de Saúde (veja mais na página 2). Esse também foi um ótimo ano para a cate- goria dos auxiliares e técnicos de enfermagem. Na Convenção Coletiva dos Privados, fechada ainda em abril, foi aprovado piso de auxiliar de enfermagem de 580 reais, de técnico de enfer- magem de 620 reais e de auxiliar de laboratório de 600 reais. Em 2012, o setor da filantropia já se comprometeu a instituir os pisos para esta categoria e para recepcionista. O Sindicato decidiu ainda investir em campanhas especiais para pressionar Unimed Fortaleza e setor filantrópico pela assinatura de Convenções Coletivas. Denunciamos a intransi- gência dos patrões por meio de notas, contato com a imprensa e outdoors espalhados pela cidade. Não foi à toa que, na Unimed Fortaleza, os pisos (auxiliar de enfermagem/laboratório, motorista e recepcionista) tiveram reajuste de 7,6%, retroativos a maio/2011, portanto, acima da inflação do período. Em uma greve vitoriosa de 23 dias, os tra- balhadores da Sameac conquistaram, em maio, reajuste de 9,3% para as categorias que ganham o piso. Já no Hospital Batista, os funcionários não ficaram calados diante do desrespeito dos patrões – no mês de maio, fizemos greve contra o atraso no pagamento de salário e no repasse do vale transporte. Esse movimento foi muito importante para aumentar a consciência entre os trabalhadores e mostrar à direção do Hospital que é preciso nos respeitar. Com greves, Sindsaúde e ACS conquis- taram repasse do incentivo e fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por todo o Ceará – nos municípios de Pacajus, Santana do Cariri, Caririaçu, Tamboril, Itapiúna, Pereiro, Acopiara, Piquet Carneiro e Deputado Irapuan Pinheiro. Em comemoração ao Dia dos ACS (4 de outubro), o Sindsaúde realizou ainda o I Encontro Estadual de Agentes Comunitários de Saúde, com o tema Agentes de Saúde: sua interface com a saúde do trabalhador.

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Jornal do mês de dezembro - 2011

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Page 1: O Termômetro

Informativo do SINDSAÚDE – Rua Guilherme Rocha, 883 – Centro – Nº 51 – Dezembro/2011

Nesta edição:

2011 foi marcado por lutas vitoriosas; 2012 será melhor ainda!

Boas festas a todos/as! Muita saúde, paz e união em 2012!

Que venham novas conquistas!

Funcionários se uniram contra reajuste baixíssimo oferecido pela Sameac

No Hospital São Vicente, em Barbalha, o Sindsaúde protesta contra as péssimas condições de trabalho

No dia 18/12, em uma tar-de de domingo, mais de 300 trabalhadores e trabalhadoras disseram não à divisão do Sin-dsaúde. Essa foi a resposta à publicação de dois editais, nos dias 6 e 7/12, convocando as-sembleia na sede do Sindicato dos Telefônicos para a criação de um sindicato dos auxiliares e técnicos de enfermagem.

A votação foi simbólica, uma vez que a juíza da 16ª Vara expediu liminar impedindo a assembleia devido a irregula-ridades nos editais.

"A divisão só interessa a aos patrões e ao governo, é um golpe contra a organização dos trabalhadores", disse a diretoria do Sindsaúde, em nota. Também informaram que a pessoa que convocou a assembleia sequer pertence à categoria.

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Categoria rechaça divisão do SindsaúdeFoto: Cristhyana Abreu

Comissão de servidores debate pautas com secretárioA reunião ocorreu no dia 19/12 e debateu estágio probatório, PCCS, decreto 29.352/2008 e a situação dos técnicos de análise clínica do Hemoce (p. 2)

Congresso Extraordinário aprova reforma estatutáriaCriação de delegacias sindicais, localizadas no Cariri, Centro Sul, Maciço de Baturité, Aracati e Inhamuns foi uma das mudanças deliberadas (p. 3)

Fechadas convenções da Filantropia e das UNIMEDsNa UNIMED Fortaleza, os pisos de auxiliar de enfermagem/laboratório, motorista e recepcionista aumentaram em 7,6% (p. 4)

Prestação de Contas 2010Assembleia no dia 25/11 aprovou prestação de contas relativa a 2010. Publicamos o resumo e o parecer do conselho fi scal em encarte.

O Natal, marco do nascimento de Jesus Cristo, é tempo de celebrar a alegria de viver junto com aqueles que amamos. Neste momento, o Sindsaúde gostaria de desejar a todos os nossos sócios e sócias uma vida plena de felicidade e, como não poderia deixar de ser, muita luta, muita garra para conseguir sempre melhores condições de trabalho para todas as categorias.

Aproxima-se um novo ano, um novo ciclo. Esse período pede refl exão sobre as batalhas que travamos durante o ano de 2011 e sobre os planos que temos para que 2012 seja um ano ainda mais mobilizado, em que os trabalhadores consigam mostrar cada vez mais força a partir de sua união.

Pensando nisso, preparamos esta edição do Termômetro no sentido de fazer um balan-ço das atividades de 2011. Foram greves em Fortaleza e no interior, campanhas especiais e muitas manifestações nas portas dos hospitais.

Os servidores dos municípios de Jaguaribe, Caucaia e Pereiro fi zeram greves e conquistaram diversas demandas. Em Jaguaribe, garantiram reajuste salarial de 8% e abertura de diálogo sobre PCCS; em Caucaia, direito a férias, 13º salário e pagamento de 30% mensal sobre o valor do salário base dos ACS, a título de incentivo. Já em Pereiro, dois projetos de lei foram aprovados – um concede gratifi cação de 130 reais para os auxiliares de enfermagem; o outro aumenta o incentivo dos ACS, que passará de 90 para 180 reais, além de conceder EPIs.

De fato, as pautas dos servidores do Estado estiveram em foco durante todo o ano de 2011, inclusive no Congresso Extraordinário, realizado em novembro. Na luta pela reestruturação do PCCS e publicação dos aprovados no estágio probatório, o Sindsaúde realizou várias reuniões em hospitais estaduais, que culminaram na constituição de uma comissão para negociar com secretário de Saúde (veja mais na página 2).

Esse também foi um ótimo ano para a cate-

goria dos auxiliares e técnicos de enfermagem. Na Convenção Coletiva dos Privados, fechada ainda em abril, foi aprovado piso de auxiliar de enfermagem de 580 reais, de técnico de enfer-magem de 620 reais e de auxiliar de laboratório de 600 reais. Em 2012, o setor da fi lantropia já se comprometeu a instituir os pisos para esta categoria e para recepcionista.

O Sindicato decidiu ainda investir em campanhas especiais para pressionar Unimed Fortaleza e setor fi lantrópico pela assinatura de Convenções Coletivas. Denunciamos a intransi-gência dos patrões por meio de notas, contato com a imprensa e outdoors espalhados pela cidade. Não foi à toa que, na Unimed Fortaleza, os pisos (auxiliar de enfermagem/laboratório, motorista e recepcionista) tiveram reajuste de 7,6%, retroativos a maio/2011, portanto, acima da infl ação do período.

Em uma greve vitoriosa de 23 dias, os tra-balhadores da Sameac conquistaram, em maio, reajuste de 9,3% para as categorias que ganham o piso. Já no Hospital Batista, os funcionários não fi caram calados diante do desrespeito dos patrões – no mês de maio, fi zemos greve contra o atraso no pagamento de salário e no repasse do vale transporte. Esse movimento foi muito importante para aumentar a consciência entre os trabalhadores e mostrar à direção do Hospital que é preciso nos respeitar.

Com greves, Sindsaúde e ACS conquis-taram repasse do incentivo e fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por todo o Ceará – nos municípios de Pacajus, Santana do Cariri, Caririaçu, Tamboril, Itapiúna, Pereiro, Acopiara, Piquet Carneiro e Deputado Irapuan Pinheiro. Em comemoração ao Dia dos ACS (4 de outubro), o Sindsaúde realizou ainda o I Encontro Estadual de Agentes Comunitários de Saúde, com o tema Agentes de Saúde: sua interface com a saúde do trabalhador.

Page 2: O Termômetro

pág. 2 ))) Informativo do SINDSAÚDE – Nº 51 • Dezembro/2011

Justiça reconhece vínculo de emprego entre COOPEN e técnicas de enfermagem

Fortalecer a formação política dos diretores, preparando-os ainda mais para a luta diária em defesa dos trabalhadores. Esse foi o objetivo de mais uma etapa do processo de formação, ocorrida na sede do Sindicato dos Petroleiros, no dia 25/11.

Pela manhã, os diretores tiveram palestra com a advogada trabalhista e também professo-ra universitária Ana Virgínia Porto. Com o tema Direito Coletivo, ela explicou o surgimento dos movimentos de massa, localizado junto com a Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII.

Falou ainda sobre as fortes lutas sindicais no Brasil no início do século, que sofreram duro golpe com dos sindicatos ao Estado, no governo de Getúlio Vargas, na década de 1930.

“É importante entender o porquê das coisas, toda a história, para compreender a situação atual e saber também que nenhum direito é dado de cima, mas se consegue com muita luta coletiva”, afi rmou.

A tarde foi dedicada ao debate sobre a negociação coletiva no setor público, a cargo do advogado do Sindsaúde, Vianey Martins. “A legislação vigente não obriga a administra-ção pública a cumprir acordos e convenções coletivas. Precisamos pressionar o Congresso Nacional para referendar a convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de forma que os governos federais, estaduais e municipais sejam obrigados a instituir nego-

Paralisação dos servidores da Saúde impõe agenda de

negociaçãoUma demanda importante para os ser-

vidores do Estado é a luta contra o Decreto Estadual n. 29.352/2008, baixado pelo Go-verno Cid, em julho de 2008. O instrumento dispõe que o servidor com dois cargos na saúde só poderá trabalhar, no máximo 60 horas semanais nos dois empregos.

No dia 22/12, o Sindsaúde apresentou ao secretário de Saúde uma minuta com as mudanças propostas, que será submetida ao Governador.

O governador Cid Gomes, na hora de baixar o Decreto, não observou que está indo contra a própria Constituição nacional. A Constituição Federal permite dois empregos públicos na área da saúde, desde que haja compatibilidade de horários, ou seja, a Cons-tituição não faz restrição de carga horária. Quem criou esta limitação foi o Governador do Ceará, extrapolando a sua competência legislativa.

Veja o que diz o Artigo 37, inciso XVI, da Constituição Federal, e o que reza o Decreto Estadual n. 29352/2008.

CONSTITUIÇÃO FEDERALXVI – é vedada a acumulação remunerada

de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.

a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro

técnico ou científi co; c) a de dois cargos ou empregos privativos

de profi ssionais de saúde, com profi ssões regulamentadas;

JÁ O DECRETO ESTADUAL 29.352/2008 DIZ O SEGUINTE:

Art.1º É vedada a acumulação remunera-da de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários:

a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro

técnico ou científi co;c) a de dois cargos privativos de pro-

fi ssionais de saúde, com profi ssões regula-mentadas.

(...)§2º Em qualquer das exceções previstas

nas alíneas a, b e c deste artigo, a acumulação será sempre condicionada à compatibilidade de horários, que não poderá ultrapassar o limi-te máximo de carga horária de 60 (sessenta) horas semanais de trabalho nos dois cargos, empregos ou funções acumulados.

RESISTÊNCIA – Apesar da pressão que o Estado vem fazendo contra os servi-dores da Saúde, principalmente os do último concurso, o Sindicato tem feito a defesa dos trabalhadores e tem conseguido suspender, na Procuradoria, o andamento dos processos até que seja revisto o assunto. Os servidores suscitados a diminuir a jornada, com redução de salário, devem procurar o setor jurídico do Sindsaúde, de segunda a sexta-feira.

Ao mesmo tempo, estamos em nego-ciação com o governo para reformular esta norma. Nas últimas reuniões, o Sindicato esteve presente e abordou esse assunto, abrindo espaço para rever a norma.

Nesse momento, precisamos de muita força e união! Só assim não deixaremos que este decreto retire direitos dos servidores!

Decreto contra acumulação de cargos é

inconstitucional, denuncia Sindicato

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT), devido a ações judiciais movidas pelo Sind-saúde em 2009, declarou que houve vínculo de emprego entre a Cooperativa dos Profi ssionais de Enfermagem (COOPEN) e duas técnicas de enfermagem, que trabalharam em unidades de saúde do Estado do Ceará, mas contratadas de forma fraudulenta pela COOPEN.

Segundo o TRT, a COOPEN terá que garantir todos os direitos trabalhistas das

técnicas – assinar CTPS, pagar férias e 13º salário, auxílio creche, além do FGTS de todo o período trabalhado.

A COOPEN recorreu das decisões para o Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas o jurídico do SINDSAUDE informa que, em casos análogos, o TST não altera a decisão.

O jurídico do Sindsaúde informa que está à disposição dos cooperados da COOPEN para ingressar com ações semelhantes. O

Foto: Cristhyana Abreu

Foto: Cristhyana Abreu

ciação coletiva com os servidores”, enfatiza.Simultaneamente, é importante pressionar

os gestores municipais para fazerem funcionar as mesas de negociação do Sistema Único de Saúde (SUS), aponta.

Satisfeito com o resultado do curso, o diretor de Formação, Sebastião de Oliveira, considerou a atividade essencial para fortale-

cer a luta diária. “A formação para os diretores sindicais é indispensável, pois é por meio desta formação que absorvem os conhecimentos políticos, éticos profi ssionais e conhecimento de recursos humanos para lidar com o povo e principalmente com a classe trabalhadora e explorada da Saúde, que requer o máximo de nossa atenção como dirigentes sindicais”.

Diretores participam de curso de formação sobre Direito Coletivo e negociação

sindicato atende de segunda a sexta-feira, no horário comercial, e não cobra para ingressar com a ação dos cooperados, pois entende que precisamos acabar com esta escravidão praticada pela Coopen.

Para afastar os boatos dos representantes da COOPEN, quem quiser analisar os pro-cesso é só acessar o site www.trt7.gov.br. Os processos são 0094000, ano 2009, 2ª Vara e 0057400, ano 2009, 5ª Vara.

Novo convênio oferece aparelho ortodôntico

O Sindsaúde oferece mais uma comodi-dade aos seus associados e dependentes. Agora, interessados poderão ter acesso a apa-relho ortodôntico, com descontos especiais. Basta marcar uma consulta para avaliação no próprio sindicato, pelos telefones 3212.5109 e 8889.1787.

No dia 13/12, os servidores de nível médio da saúde do Estado do Ceará de vários unidades da capital concentraram-se pela manhã, em frente à Secretaria de Saúde do Estado, na praia de Iracema.

No protesto, os servidores reivindi-caram implantação do PCSS, publica-ção do resultado do estágio probatório, modifi cação do Decreto que trata da acumulação de cargos e regularização da entrega do vale-transporte.

Naquele mesmo dia, o Sindsaúde foi recebido por gestores da SESA. Uma comissão de servidores, sob a coordena-ção do Sindsaúde, foi formada e passou a se reunir com o secretário de Saúde.

A primeira reunião foi 19/12 e a segunda, dia 22/12. O Secretário, Ar-ruda Bastos, informou que regularizou todos os problemas que envolvem o vale transporte e que não ocorrerá mais o atraso. Com relação ao decreto de acumulação de cargos, a assessoria jurídica do Sindsaúde, por sugestão do próprio secretário de Saúde, já apresentou minuta de modifi cação do De-creto Estadual n. 29.352/2008. O Secretário comprometeu-se a estudar a modifi cação e levar para os canais competentes do Estado.

Segundo a assessoria jurídica do Sindsaúde, para que esta norma fi que em consonância com a Constituição Federal, a Secretaria de Saúde não pode impor uma jornada máxima de 60 horas semanais para os dois cargos públicos. O que tem de ser observada é a compatibilidade de horários, pois o servidor pode trabalhar mais de 60

horas por semana, em dois empregos, sem que haja choque de horários de trabalho.

Foram agendadas mais duas negocia-ções entre o Sindsaúde e a Sesa. No dia 27/12 trataremos da publicação dos aprovados no estágio probatório. Já em 2012, a primeira reunião será em 10 de janeiro e o tema a ser discutido será o PCCS.

Servidores da saúde protestam na Sesa, dia 13/12.

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Informativo do SINDSAÚDE – Nº 51 • Dezembro/2011 ((( pág. 3

DenúnciasHospital do Coração obriga a

dobrar plantãoNeste hospital, o desrespeito ocorre não

só com os dirigentes sindicais, mas com os servidores, especialmente na pneumologia, onde a chefe os coage a continuar no plantão seguinte caso o funcionário falte. Assim, há trabalhadores chegando a fazer uma jornada de 24 horas. A direção não se preocupa com o bem estar físico e mental do funcionário e muito menos com os cuidados que ele vai prestar aos pacientes durante uma jornada de 24 horas e ainda ameaça que, caso ele não permaneça, será considerado abandono de plantão. Talvez seja por isso que servidores desse hospital já foram a óbito, outros entraram em sucessivas crises depressivas.

O sindicato esclarece que abandono de plantão é caracterizado pela ausência do funcionário sem autorização do superior hierárquico durante o seu horário normal de trabalho, não podendo ser confundida saída após o encerramento do plantão com a per-manência para substituir o colega que faltou. Além disso, a obrigação de providenciar alguém para o setor é do chefe, jamais do servidor.

Na reunião que tivemos com a doutora Socorro, diretora geral do hospital, sugerimos que resolvesse esse problema disponibilizan-do um percentual das horas da cooperativa, especifi camente para escala de sobreaviso. Deste modo, ganham os servidores, que não serão obrigados a trabalhar além do que a lei determina, correndo risco de adoecer, e também ganham os pacientes, que receberão os cuidados de enfermagem de profi ssionais que não estão sobrecarregados.

Hospital Waldemar Alcântara: Sindicato esclarece troca de

plantãoA direção do Sindsaúde vem esclarecer

mal entendido sobre nosso posicionamento com relação à troca de plantão. Em uma reunião com os trabalhadores da Enfermagem, a chefe geral, para justifi car a negativa dela para as trocas de plantão, culpabilizou o Sindsaúde, chegando a afi rmar que o Sindicato usava de má fé com as trocas, que as negociava na Convenção, mas proibia a jornada superior a 12 horas e pedia fi scalização. Pelo contrário, nós, do Sindsaúde, entendemos que a troca de plantão é importante para os auxiliares e técnicos de enfermagem, que necessitam delas para dar conta de outro emprego, necessário, uma vez que os profi ssionais são mal remu-nerados. Gostaríamos de reafi rmar aqui que o nosso compromisso é com os trabalhadores e não tomamos nenhuma atividade que vá contra os interesses da categoria!

Exploração de técnicos de enfermagem

Por sua vez, os técnicos de enfermagem que trabalham neste hospital se consideram em situação de escravidão, pois são obrigados a prestar cuidados especiais a pacientes graves,

com perfi l de UTI. Os profi ssionais alertam que estão se contaminando com várias doenças. “São 66 pacientes, sendo 33 em uma unidade com oito técnicos, e a outra com mais 33 pa-cientes com apenas seis técnicos. Os chefes estão enrolando para não colocar outros dois profi ssionais para melhorar o atendimento a esses pacientes, pois, pela situação, a unidade precisa de mais profi ssionais”, denunciam.

HGF proíbe acesso de servidores a emergência

No Hospital Geral de Fortaleza (HGF), o coordenador da Emergência proíbe os servi-dores, muitos dos quais já trabalham há mais de 20 anos no setor, de se consultarem na emergência. “Isso é absurdo! Como pode negar ao trabalhador da saúde acesso a um serviço de saúde?”, questionam os trabalhadores.

César Calls: funcionários do anexo perdem tempo se deslocando até o refeitórioDe acordo com auxiliares de enfermagem

que trabalham no anexo do hospital César Calls, enfermeiras e setor administrativo re-cebem almoço no próprio anexo, enquanto os outros trabalhadores, que nem horário para almoço têm, precisam se deslocar até o refei-tório, enfrentando longa fi la. Com isso, acabam almoçando às pressas para voltar ao ambu-latório externo. As trabalhadoras questionam o porquê desse tratamento desigual, quando o justo seria que todos recebessem o almoço no anexo, o que não prejudicaria o trabalho.

Sindicato pede a SRTE que fi scalize Hospital Antônio

PrudenteDiante de repetidas denúncias dos funcio-

nários sobre banco de horas ilegal, dobra de plantão e terceirização irregular, o Sindsaúde enviou ofício à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) para que seja feita fi scalização no Hospital Antonio Prudente. Reproduzimos, abaixo, trecho do documento em que se expõem as violações aos direitos dos trabalhadores. “(...) os empregados são obrigados a trabalharem além do expediente e as horas extras são inseridas num ‘banco de horas’ que não tem anuência do sindicato da categoria. Os empregados não têm controle do estoque de horas extras e nunca conseguem compensar, eis que as anotações do ‘banco de horas’, misteriosamente, somem. Além do mais, são obrigados a dobrar o plantão de 12 horas, ou seja, trabalham 24 horas seguidas, ferindo a legislação vigente. Pedimos também que essa SRTE apure a terceirização irregular que ocorre no Hospital Antonio Prudente. É que a maioria dos empregados do HAPVIDA tem vinculo de emprego com a Fundação Ana Lima, um artifício administrativo ungido pelo grupo HAP VIDA para burlar o fi sco, pois, como é cediço, este tipo de "fundação" não paga contribuição previdenciária patronal”.

Embromação para o fechamento da Convenção Coletiva durante todo o ano e recusa a conceder piso de técnico de enfermagem. Estes foram fatores decisi-vos para a escolha do pior patrão 2011, o médico Mairton Lucena, presidente da UNIMED Fortaleza.

Mairton Lucena deixou os empre-gados da UNIMED Fortaleza o ano todo sem reajuste salarial, e só concedeu depois de muita pressão do sindicato. O chefão da UNIMED Fortaleza também se nega a conceder o piso de técnico de enfermagem, quando exige de todos os auxiliares diploma de técnico. Até os hospitais fi lantrópicos já irão pagar, em 2012, piso de técnico.

O presidente também não quer conceder o auxílio creche sem com-provante, conquista que os empregados dos hospitais privados já têm há muito tempo. A UNIMED Fortaleza sob o comando de Mairton Lucena,impõe aos empregados um “banco de horas” desumano e sem a anuência do Sindicato. Fazemos votos para que o patrão não seja consagrado bicampeão em 2012!

Sindsaúde revela prêmio pior patrão de 2011

Com o expressivo número de 300 dele-gados, vindos do interior e da capital, ocorreu no dia 26/11 o Congresso Extraordinário dos Trabalhadores da Saúde. Paralisação de servidores do Estado, reuniões regionais dos ACS e paralisação em fevereiro de 2012, além de encontro específi co para debater situação de auxiliares e técnicos de enfermagem dos hospitais públicos, privados e organizações sociais foram as deliberações, aprovadas por unanimidade.

Para mobilizar a categoria desde já, ocor-reu paralisação dos servidores do Estado no dia 13/12 (veja matéria completa na p. 2). Em Fortaleza, os servidores se concentraram na Secretaria de Saúde (Sesa). No interior, cada município se responsabilizou por uma atividade que denunciasse à população o descaso do governo com os profi ssionais da saúde.

“O governador tem atuado com postura tru-culenta, intransigente, não quer negociar com os servidores de várias categorias, inclusive com os da saúde, de nível médio. Portanto, vamos fazer luta por respeito, melhores condições e

Com forte participação, Congresso Extraordinário defi ne calendário de lutas

pode ser até que haja greve”, disse a diretora do Sindsaúde, Sidênia dos Santos.

O Congresso decidiu ainda que, no início do ano, o Sindsaúde iniciará um calendário de encontros regionais para formular pauta espe-cífi ca dos auxiliares e técnicos de enfermagem.

Os ACS também decidiram realizar en-contros regionais (em Sobral, Assaré, Iguatu, Crateús, Região Metropolitana e Cariri) com o objetivo de mobilizar para paralisação em fevereiro de 2012 na luta por acesso a plano de saúde (Issec), licença maternidade de seis meses e adicional de insalubridade.

Na opinião da presidente do Sindsaúde, Teresa Neuma, o Congresso é um momento muito rico, por promover integração entre os trabalhadores. “Não temos só o objetivo de traçar lutas, mas também celebrar as conquis-tas, avanços e vitórias, este é o nosso lema”, afi rmou.

Além de defi nir próximas mobilizações, o Congresso foi marcado pela reforma estatutá-ria e por palestras, com especialistas, sobre assédio moral e PCCS.

Fotos: Cristhyana Abreu

Plenário delibera mobilizações

O Congresso Extraordinário aprovou reforma estatutária. Foi deliberado que a assembleia geral poderá fazer reforma estatutária e, para facilitar a gestão do sindicato, decidiu-se criar as pastas de Re-cursos Humanos e Ação Sindical, além de agrupar as pastas em três Coordenações – Geral, Administra-tiva e de Finanças, somente a partir da gestão seguinte.

Com relação aos diretores re-presentantes de base, a mudança determina que no município com até 50 mil habitantes será eleito um diretor efetivo e um suplente, enquanto no município com mais de 50 mil habitantes serão eleitos dois diretores efetivos e dois suplentes.

Também serão criadas, até o fi nal de 2013, seis delegacias sindicais, localizadas no Cariri, Iguatu, Sobral, Maciço de Baturité, Inhamuns e Aracati. Cada delegacia sindical terá uma coordenação de dois diretores. O objetivo é descentralizar a ação do sindicato, prestando uma assistência mais próxima dos sócios.

PALESTRAS – Pela manhã, a psicóloga Regina Maciel tratou de um tema que afeta 25% dos trabalhadores/as brasileiros/as: o assédio moral. Ela explicou que o assédio moral ocorre entre duas ou mais pessoas, quando se coloca alguém em constrangimento. “Pode ser uma agressão sutil ou grave. Xingar, gritar, reter informação, tirar responsabilidade que era do funcionário”, detalhou.

Observou ainda que para ser caracterizada como assédio moral, a prática deve ocorrer repetidamente, com frequência semanal ou diária. “Há também várias divisões – assédio interpessoal; organizacional, como uma política deliberada de considerar pessoal de nível médio

Delegados do Congresso Extraordinário votam mudança estatutária e assistem a palestras

categoria ‘menor’, por exemplo”, citou.Por fi m, Regina aconselhou ao funcionário

que grave a situação de assédio. De acordo com ela, essa postura já é sugerida por procuradores, pois não é crime gravar um diálogo no qual a própria pessoa esteja envolvida.

Já a advogada Nazaré Bandeira proferiu palestra sobre PCCS. Ela ressaltou a impor-tância do plano, pois permite que o trabalhador gerencie sua vida e planeje o futuro.

Na opinião dela, um PCCS adequado evi-taria que os servidores da saúde precisassem ter mais de um emprego para complementar a renda. “Os servidores correm de um trabalho para outro, se desdobram. Eles trabalham tanto porque a esses trabalhadores está sendo tirada a possibilidade de uma carreira”, avalia.

A diretora Célia Santiago destacou que servidores do Estado já têm plano elaborado e que pode ser estratégico pedir plano por região do estado. Ela ressaltou ainda a importância de muito diálogo e atenção no momento de negociar os planos. “Têm sido feitos planos ruins, e municípios aproveitam para tirar direitos, aumentar jornada etc.”, adverte.

Delegados se dividiram em grupos para debater propostas

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Giro nos Municípios

Informativo do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Estado do Ceará – SINDSAÚDE – Nº 51 • Dezembro/2011

Rua Guilherme Rocha, 883 – 60.030-141 – Fortaleza – CearáTelefones: (85) 3212.5109 / 3231.5780 / 3253.3907 / 3253.1973 – Secretaria: (85) 8889.1887 / 9938.8103 / (88) 8854.4267

Sub-sedes: Sobral – Rua Menino Deus, 287. Sala 102, Centro – (88) 36132584 e (88) 9985 0297; Crato – Avenida Duque de Caxias, 447. Centro – (88) 35231849 e (88) 86956578; Iguatu – Rua Nelson de Sousa Alencar, 64. Veneza – (88) 35811725 e (88) 99877508

Presidente: Tereza Neuma Siqueira – Conselho Editorial: José Maria de Oliveira, Marta Brandão e Maria Marli Pereira.Endereço eletrônico: [email protected]

Jornalista responsável: Camila Queiroz – Diagramação: Normando Ribeiro CE 00043DG – Tiragem: 10.000 exemplares

Aracati: aprovado PCCS de servidores

No dia 15/12, foi aprovado PCCS dos ser-vidores de Aracati, durante a última sessão da Câmara Municipal neste ano.

Essa é uma luta histórica, fruto de duas greves que terminaram em acordo com a Procuradoria. Agora, sabemos que a luta não acabou, pois é preciso se mobilizar para que haja concurso público, atendendo a demanda da população de Aracati.

Um dia antes da aprovação do PCCS, durante audiência pública, a diretora do Sindsaúde, Célia Santiago, sofreu constrangimento pelo vereador Tácito Forte. O político dizia que o PCCS não poderia ser aprovado porque não foi apresentada repercussão no orçamento.

Célia se contrapôs e explicou a ele que o município já concede as gratifi cações, a diferen-ça é que agora elas serão incorporadas. Diante disso, o vereador afi rmou que a sindicalista nem deveria estar ali, e disse que são os vereadores que mandam na Câmara! Célia questionou ainda se esse papel de comando não deveria ser do povo, presente em peso naquele momento.

Fortim desrespeita trabalhadores das endemias

Município não paga diária de deslocamento e o salário está atrasado. Também não oferece transporte para os trabalhadores das endemias e não paga anuênio. O Sindsaúde já enviou um ofício pedindo uma reunião, mas ainda não tivemos resposta.

Sindicato entrará na Justiça por pagamento de rescisão de funcionários do Hospital Santo

InácioO Hospital Santo Inácio, de Juazeiro do

Norte, regido pela Sociedade Civil Santo Inácio, fechou as portas em outubro. Os trabalhadores receberam parte das rescisões – saldo de salário, férias vencidas ou proporcionais, FGTS –, as quais foram homologadas pela Justiça do Trabalho. O restante das verbas, que o hospital alega ser da responsabilidade da prefeitura, será reivindicado na Justiça pelo Sindsaúde no início de janeiro.

Os trabalhadores foram orientados pelo assessor jurídico do Sindsaúde a receber o que o hospital estava ofertando, para que pudessem dar entrada no seguro desemprego ou mesmo buscar outro emprego. Os que preferissem dar procedimento jurídico logo, também poderiam, porém, foi consenso de receberem o valor ofertado pelo hospital e o restante pleitearem na Justiça.

“Essa situação é covardia! Pessoas que prestaram serviço por mais de 20 anos foram demitidas. Tem gente que deveria receber 2 mil reais, mas o Hospital propõe pagar menos de 850 reais. Mulheres em licença-maternidade foram

demitidas, o que não é permitido por lei, assim como funcionários que iriam se aposentar em apenas dois anos e o hospital se recusa a pagar esse período que falta”, denuncia o Sindsaúde.

Iguatu: mobilização contra a privatização do Hospital Regional

No dia 20/12, foi realizada, no auditório da CDL de Iguatu, audiência pública para discutir a proposta de privatização do Hospital Regional de Iguatu, mantido pela Fundação de Saúde Pública há mais de 15 anos. Agora, o prefeito, Agenor Neto, quer entregar o hospital nas mãos dos Camilianos.

A audiência foi convocada pelo Ministério Público Estadual, a partir das denúncias e mobili-zação feita pelo Sindsaúde. Durante a audiência, o advogado do Sindsaúde, Alan Bezerra, demons-trou com bastante propriedade as irregularidades e falhas existentes nos termos do convênio que a prefeitura quer fazer com os Camilianos.

Alan também levou informações sobre os inquéritos que o Ministério Público está rea-lizando em outros estados, em processos de terceirização da saúde pública, feita com os padres Camilianos.

Para a diretora regional do Sindsaúde, Sílvia Helena, a audiência serviu para se constatar que são frágeis os argumentos do Secretário de Saú-de, Joab Soares. Além disso, ela denuncia que o Conselho Municipal de Saúde, totalmente sub-misso à prefeitura, não fez nenhuma colocação contra a privatização do hospital. “Infelizmente, o Conselho não atua como deve, parece só fi -gurante; o presidente estava na audiência, mas não falou nada, postura que chocou a promotora da Saúde Pública”, relata.

A Prefeitura de Iguatu caminha na contra-mão. Enquanto o Governo do Estado do Ceará fortalece a saúde pública com a implantação do Hospital Regional no Sertão Central, os gestores de Iguatu querem privatizar a saúde pública. O Hospital Regional de Iguatu é um dos equipamen-tos de saúde que presta relevantes serviços para mais de dez municípios. Sílvia adverte que a luta vai continuar até que seja barrado totalmente o intento privatista de Agenor Neto.

Como resultado da audiência, o Ministério Público solicitou a auditoria nas contas do Hospital Regional. E até que seja concluída a auditoria, não se discute nada sobre o convênio.

Além de servidores e diversas pessoas das cidades vizinhas, estiveram presentes à audiência as diretoras da Executiva do Sindsaúde, Marli Pereira e Madalena Policarpo, Sílvia Helena e Francisco de Assis, diretores regionais do Sind-saúde. O Ministério Público esteve representado pela promotora da Saúde Pública, Isabel Porto, e pelo promotor de Justiça na Comarca de Iguatu, Fernando Miranda. O prefeito de Iguatu não teve coragem de enfrentar o debate e foi representado pelo Secretário de Saúde, Joab Soares.

Os ACS dos municípios de Acopiara, Piquet Carneiro e Deputado Irapuan Pinheiro, cansados de não receber nem um centavo como repasse do incentivo, decidiram reali-zar greves no início deste mês de dezembro, todas vitoriosas.

Em Acopiara, a paralisação começou no dia 2/12. Quatro dias depois, houve negocia-ção entre o Sindsaúde, a comissão de ACS, a secretária de Saúde e a coordenadora do Programa Saúde da Família. Logo no dia seguinte, em assembleia, os ACS aprovaram a proposta de repasse de 25% do incentivo entre janeiro e junho de 2012, e repasse de 30% a partir de julho. Além disso, conquis-

Após uma disputa apertada, da qual participaram

oito equipes, o time dos funcionários do Samu foi o grande vencedor do IV

Torneio de Futebol Soçaite do Sindsaúde, ocorrido no dia 23 de outubro.

Unimagem e São Carlos fi caram em 2º e 3º lugar,

respectivamente.Para o diretor Sebastião de Oliveira, o importante mesmo é promover um dia de integração entre os sócios do sindicato,

apostando em uma diversão saudável e que

respeite ao próximo. Além dos times ganhadores, também participaram

Gastroclínica, Santa Casa, PSA, Antônio Prudente e

César Calls.

ACS da região de Iguatu realizam greves e conquistam repasse de incentivo

Foto: Secretaria de Comunicação

Foto: Secretaria de Comunicação

Equipe do Samu vence IV Torneio de Futebol Soçaite do Sindsaúde

Fechadas as convenções das UNIMEDs e da Filantropia

taram melhores condições de trabalho, com o fornecimento de EPIs.

Em Piquet Carneiro a situação foi parecida. A greve também começou no dia 2/12 e no dia 7 houve negociação com a prefeitura. Ficou acertado repasse de 25% do incentivo a partir de janeiro de 2012 e nova negociação sobre a porcentagem em dezembro de 2012, e fornecimento de EPIs.

Já em Deputado Irapuan Pinheiro não foi preciso nem fazer greve. Os ACS se mobilizaram e, em reunião com Sindsaúde, prefeito e secretário de Saúde, no dia 2/12, acordou-se repasse de 30% do incentivo e melhores condições de trabalho.

Saúde é tratada no quintal do pai do prefeitoAlém do despropósito da priva-

tização,ainda há o desrespeito aos servidores. Em outubro, o pai do atual prefeito de Iguatu e ex-prefeito de Qui-xelô, José Ilo, chamou os servidores da Fundação de Saúde Pública de Iguatu para uma reunião no quintal da casa dele. Lá, o político, que, aparentemente, nada tem a ver com a prefeitura de Iguatu, avisou para os servidores, em tom bastante eloquente, que iria pri-vatizar o Hospital Regional e que eles (servidores) só tinham duas saídas: ser empregados dos padres camilianos ou serem transferidos para os postos de saúde em diversos locais do município.

Um absurdo! Servidores públicos não são empregados de caciques políticos. O sindicato levou a denúncia ao Ministério Público e estamos mobilizando todos os setores, inclusive os municípios vizinhos, contra este atentado à população.

O Sindsaúde lembra que o gestor maior da rede de hospitais camiliana foi eleito o pior patrão de 2010 e ainda renunciou à presidência do Sindicato patronal, após se recusar a dar reajuste aos empregados da fi lantropia. Precisamos de muita mobilização e muita reza para nos vermos livres deste tipo de patrão.

Também o Conselho de Saúde se reuniu com o pai do prefeito debaixo de um pé de manga.

População e servidores participaram em peso da audiência pública

No mês de dezembro, o Sindsaúde fechou duas convenções – UNIMEDs (For-taleza e Regionais), relativa a 2011/2012, e a do setor da Filantropia, relativa a 2010/2011. Na UNIMED Fortaleza, os pisos de auxiliar de enfermagem/laboratório, motorista e recepcionista tiveram reajuste de 7,6%, portanto, 1,5% acima da infl ação do período.

Os auxiliares de enfermagem, auxiliares de laboratório e recepcionista fi caram com piso no valor de R$ 590,00.

O piso do auxiliar laboratorista passou a R$ 672,00, enquanto motorista socorrista ganhará R$ 1.041,48. Além disso, o tíquete alimentação fi cou em R$ 260,00 e o auxílio creche em R$ 90,00, com apresentação de comprovante. Nas UNIMEDs Regionais, o reajuste foi de 6,5%. Os pisos de auxiliar de enfermagem e de laboratório, bem como de recepcionista fi caram os mesmos da Unimed Fortaleza.

Já o piso de motorista socorrista fi cou em R$1.050,00 e de técnico de enfermagem, em R$ 665,00.

O valor do tíquete alimentação varia entre R$ 192,40 e R$ 349,80, e o auxílio creche é de R$ 85,00. Todos os reajustes fi rmados com as UNIMEDs são retroa-tivos a maio/2011. Os trabalhadores da fi lantropia conquistaram reajuste de 6,5% retroativo a maio/2011 e o piso de auxiliar de enfermagem no valor de R$ 583,00. Em 2012, a data base passa a ser janeiro e será implanto o piso de técnico de enfer-magem e de recepcionista/atendente, no setor fi lantrópico.

Os patrões da fi lantropia terão de pagar, na folha de dezembro de 2011, um abono de 50% do salário para os empregados que não tiveram reajuste em 2010. Fiscalize. Qualquer denúncia, ligue para o sindicato. Não precisa se identifi car.