o terceiro mandamento revelação · haverá alguma indicação do significado de nomes. o...

20

Upload: buianh

Post on 09-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

O Terceiro Mandamento Revelação Cornelius Van Til

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

2

Traduzido do original em Inglês

The Ten Commandments

By Cornelius Van Til

Philadelphia: Westminster Theological Seminary,

Syllabus, 65 pp. 1993.

Este raro resumo fornece uma exposição da ética do Decálogo antes que John Murray começasse

a ensinar este curso no STW.

Via: Presuppositionalism 101

Tradução por William e Camila Teixeira

Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Fevereiro de 2017

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, sob a licença Creative

Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

3

O Terceiro Mandamento — Revelação

Por Cornelius Van Til

1. Observações

Para a correta compreensão do Terceiro Mandamento é necessário, antes de tudo,

compreender o que as Escrituras, em geral, querem dizer com um “nome”. Chegamos a

pensar em nomes como marcas convenientes usadas para fins de identificação. Mas isso

é na melhor das hipóteses um uso subordinado de um nome. No “reino dos céus” cada

nome é uma expressão significativa da essência dos vários membros. Podemos até mesmo

ampliar esta ideia. Em um teísmo bíblico cada membro pode ter um significado porque a

adesão a um sistema teísta implica relação com Deus. Por outro lado, em “sistemas”

antiteístas nenhum nome pode ter mais do que uma marca de identificação, uma vez que

não existe um sistema no qual podemos ser membros. Mesmo a marca de identificação é

uma importação teísta, já que em um nativo antiteísmo não há nada, senão pluralidades

alheias entre si, em que ninguém pode significar nada para ninguém.

Agora, uma vez que através da redenção o teísmo é restaurado esperamos achar que

haverá alguma indicação do significado de nomes. O “nome” de Cristo restaura o centro da

unidade. Ele re-liga o homem a Deus, que é o centro e a fonte de toda a predicação

significativa. Assim, o homem está habilitado a ter um nome real novamente.

Novamente, uma vez que na dispensação do Antigo Testamento temos uma

expressão mais exterior do princípio da redenção do que no Novo Testamento, esperamos

que nomes do Antigo Testamento sejam mudados mais frequentemente à medida que eles

são postos em relação com a promessa do que acontece no Novo Testamento.

Especialmente àqueles que ocupam um lugar de importância estratégica no processo da

redenção serão dados nomes que se encaixam à sua posição. Tais nomes podem ser

dados no momento em que os destinatários são elevados para uma posição mais elevada

na nação redimida, como no caso de Jacó, que é mudado para Israel. Outrossim, o nome

pode ser dado quando pela primeira vez alguém recebe formalmente uma posição de

importância como quando Abrão e Sarai são mudados para Abraão e Sara. Novamente tal

nome pode ser dado de acordo com a direção de Deus no nascimento ou mesmo antes do

nascimento, como foi o caso do nome que estava acima de todo nome.

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

4

Não é de admirar, então, que o “nome” seja de grande importância. Os apóstolos

fizeram milagres em nome de Jesus, e batizaram os homens em nome do Triuno Deus.

Mas se este for o caso, o nome de Jesus ou o nome de Deus deve ser mais do que

“a minha ideia sobre Deus”. Assim vemos que nas Escrituras Deus diz ao Seu povo o que

o Seu nome é e como Ele quer que eles o usem. O nome Yahwéh não é dado a Deus pelo

povo, mas por Deus para Si mesmo.

O nome de Deus representa Sua personalidade. Isso significa algo diferente para o

Seu povo do que para aqueles que não são o Seu povo. O nome de João por exemplo pode

significar muito para sua esposa enquanto que para um estranho pode significar pouco ou

nada. Então, o povo de Deus conhece o nome Yahwéh, porque eles são conhecidos, ou

seja, amados por Ele. Deus revelou Seu propósito gracioso para o Seu povo em Seu nome.

Yahwéh significa aquele que será fiel para consumar Suas promessas de redenção para os

Seus próprios. Assim, quando Deus em Cristo Se revelou a você, e você recebeu a plena

posse desta revelação, você expressa tudo isso, invocando por seu Deus numa relação de

aliança, Yahwéh.

Não é de admirar, então, que o nome do Senhor torne-se um ponto de discórdia em

um mundo de pecado. Os homens vão trabalhar por sua honra ou buscarão arrastá-lo na

lama. Mesmo ser “neutro” é impossível e pecaminoso, uma vez que explicita o escárnio de

um coração altivo contra o Deus gracioso e Seu amor condescendente pelo qual Ele Se

revelou ao pecador. Não há, pois não pode haver, por exemplo, um conhecimento imparcial

que investigará as reivindicações da revelação especial de Deus nas Escrituras que não

seja mais ou menos do que a explicação do nome de Yahwéh.

2. O que é Comandado

A. Seus Povo Deve Conhecer Esse Nome ou Revelação

Se o nome Yahwéh significa a revelação do gracioso poder salvífico de Deus para

com Seu povo, segue-se que o Seu povo deve buscar conhecer a plenitude da revelação

na medida em que pode compreendê-la. Todos os homens têm alguma revelação de Deus

dentro deles, a voz da consciência, um anseio por algo acima deles, um medo dos seus

pecados serem descobertos. Mas o crente teve as escamas de escuridão que estavam

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

5

sobre seus olhos, por causa do pecado, removidas pelo Espírito Santo. Assim sendo, ele

pode ver o verdadeiro caráter da revelação geral e mais particularmente a revelação

especial que veio a ele. No entanto, há muito progresso a ser feito. Pois, muitos dos que

entraram em contato salvífico com Jesus enquanto Ele estava na terra demoraram muito

tempo antes que eles pudessem conhecer mais e mais a profundidade da redenção

graciosa que haviam recebido.

Portanto, o estudo particular das Escrituras é uma obrigação sagrada para cada

crente. A negligência nisto resulta inevitavelmente em pobreza espiritual. Quem pode

calcular até que ponto o fracasso do estudo das Escrituras de forma privada e familiar, é

responsável pelo fato de que a igreja é invadida pelo Modernismo? Tanto pelo modernismo,

bem como por outros ismos especialmente todos os tipos de ocultismo como o

Buchmanismo florescem quando as pessoas são ignorantes das Escrituras.

O indivíduo deve ter um conhecimento sistemático da Escritura. A falta disto faz dele

uma presa fácil do Russelismo, Mormonismo, etc. Muitas dessas seitas afirmam basear seu

sistema na Escritura e não encontram nenhuma dificuldade em citar passagens que soam

como se corroborassem a interpretação colocadas sobre elas. O russelita cita João e diz

que Deus é amor de modo que não pode haver qualquer punição eterna. Como crentes se

manterão preservados de se desviarem para todos os tipos de caminhos a menos que

possam interpretar a Escritura com a Escritura e, portanto, tenha uma concepção integral

e holística dos propósitos e natureza de Deus? Agora, os Catecismos visam dar justamente

tal conhecimento sistemático da Escritura. Haveria uma melhor proteção para a igreja

contra todos os tipos de heresias do que um ensinamento fiel das crianças e dos jovens

nos Catecismos da Igreja? É claro que uma política consistente e a única segura política

de instrução Cristã, inclui a provisão de uma escola Cristã primária e do ensino médio, na

qual apenas um conhecimento muito sistemático do geral, bem como a revelação especial

de Deus sejam lecionados.

A responsabilidade coletiva do povo de Deus é tão grande quanto a responsabilidade

individual no que diz respeito à questão de conhecer a revelação de Deus.

Como “o corpo de Cristo”, a igreja deve prover a formação de ministros. A igreja como

uma instituição é responsável pela perpetuação especialmente dos oficiais de ensino e dos

anciãos regentes. Disso segue-se que seminários teológicos devem ser providos. Não é

como se esta fosse uma maneira baseada no senso comum de promover a propagação da

verdade apenas. É isso, porém é muito mais. É dever sagrado da igreja estabelecer

seminários verdadeiros em favor da promoção da revelação de Deus sem se importar se

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

6

haverá ou não quaisquer resultados visíveis. Aqueles que são fiéis podem deixar o futuro

nas mãos de Deus.

O currículo de tais seminários não será formado de acordo com os caprichos

passageiros de ensino, mas serão formados de acordo com os requisitos da maneira mais

eficaz de ensino da Palavra. Naturalmente, então, as línguas originais da Escritura estarão

entre as primeiras prioridades do programa. Sem que se trabalhe para conhecê-las não se

pode realmente interpretar a Escritura em nome e com a autoridade de Cristo.

Em seguida, ainda mais, a igreja instituída recebe o dever sagrado de levar o

conhecimento da revelação de Deus até os confins da terra. Missionários bem preparados

de modo que possam “manejar bem a Palavra” são muito necessários hoje. Não é possível

calcular os tristes resultados já colhidos por nós, por causa da falha da igreja a este respeito.

Mas a responsabilidade coletiva do povo de Deus não se esgota quando, enquanto

igreja instituída, eles foram fiéis no ensino doméstico e na promoção pública de ensino.

Como um organismo, ou seja, como um grupo de Cristãos, concebidos agora não como a

igreja, mas em suas relações mais amplas, o povo de Deus deve procurar honrar o nome

de Deus em todo o mundo em todos as áreas de empreendimento humano. A terra é do

Senhor. A ciência, a arte e a moral são do Senhor. Daí a obrigação dos Cristãos de

conhecer e dar a conhecer o nome do Senhor nestes domínios. Para o efeito, procurará

estabelecer faculdades e universidades verdadeiramente Cristãs, totalmente equipadas

com a melhor técnica para anunciar o nome do Senhor sobre “o universo estrelado acima

de mim e a lei moral interior”. Nós podemos estar certos de que seminários ortodoxos por

si só não podem conter a onda de incredulidade. Seu trabalho é de caráter mui especial,

mas limitado. Para se obter uma vida Cristã e uma visão de mundo realmente eficaz, a

média dos estudantes precisa de mais do que um curso de seminário de três anos. Não é

justo esperar que nossos ministros tenham uma visão muito abrangente e realmente Cristã

das coisas, a menos eles sejam ajudados a relacionar todos os seus interesses à

concepção central do nome de Deus.

B. Nós Confessamos o Nome do Senhor

A confissão, no sentido de dar a conhecer o nome do Senhor, seria a tarefa profética

original que o homem deveria executar. O homem estaria buscando a verdade, envolvendo-

se cada vez mais profundamente na revelação de Deus. Nesta base teria sido realizado o

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

7

que é agora tão frequentemente apresentado como sendo o verdadeiro esforço da ciência,

isto é, a busca cooperativa e mutuamente apreciativa pela verdade.

Desde a entrada do pecado, no entanto, a guerra chegou ao acampamento dos

buscadores da verdade. No início, eles se dividiram sobre a questão de onde a verdade

pode ser encontrada. Um grupo diz que não pode ser encontrada em Deus, mas deve ser

encontrada no Universo como revelado na mente do homem. O outro grupo diz que isso

tornaria a busca desesperançada. A verdade deve ser fundada em Deus e, desde a entrada

do pecado, em Deus através de Cristo. A ciência verdadeira, como vimos, também deve

ser mediada assim como a verdadeira adoração tem que ser.

Ora, é a coisa mais fácil para o Cristão omitir-se em relação ao princípio da revelação

justamente neste ponto. Aqui, se é que isso existe em qualquer lugar, a neutralidade parece

ser possível. Por isso, é o dever sagrado da igreja afirmar a verdade da Escritura

sistematicamente e sob a forma de Confissões. Devemos trazer essas confissões sempre

atualizadas no sentido de que uma visão mais profunda da revelação de Deus é dada à

igreja em cumprimento da promessa do Espírito, a igreja deve dar expressão a esta visão

mais profunda.

Há um slogan que possui uma grande sonoridade piedosa muito em evidência nos

dias de hoje. Esse slogan é: “nenhum credo, senão Cristo”. Com este slogan um

autoenganado e bem-intencionado grupo de líderes eclesiásticos procura ganhar novos

convertidos para Cristo em uma era “científica”. Que pobre serviço tal slogan presta a Cristo!

Além do fato de que todas as pessoas, na realidade, têm um credo de algum tipo, o que

reduz o slogan à manifestação de um absurdo psicológico, nada poderia ser menos fiel ao

espírito de Cristo do que contrastar Ele com um credo. Ele mesmo procurou nos dar uma

crença sobre Deus e sobre Si mesmo, ou seja, que Ele e o Pai com o Espírito Santo é o

único Deus absoluto e Triuno. A igreja não tem feito nada mais do que transmitir o credo

que Cristo nos deu. Um credo não pode, mesmo na natureza do caso, de acordo com o

modo Cristão de pensar, ser contrastado com a Pessoa de Cristo. Um credo não é nada

mais do que uma declaração sobre o Cristo. Esta afirmação pode ser verdadeira ou falsa,

pelo que credos verdadeiros e falsos podem ser contrastados, mas a própria declaração

não pode ser contrastada com a Pessoa.

Em vez de prestar um serviço a Cristo, o slogan: “nenhum credo, senão Cristo”,

fortalece as mãos daqueles que negam a Cristo. Foi o pecado de Eva dizer que não havia

nenhum credo sobre Deus. O Diabo disse que não havia. Ele disse que o credo que Deus

disse sobre Si mesmo era questionável, que estava aberto a questionamentos. De quem?

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

8

De sua majestade, o próprio homem. Será que o homem ouvindo o arquienganador lançou

fora o credo? Não, ele mudou o credo. Ele agora acreditava em si mesmo, em vez de

acreditar em Deus. Por esta razão, Satanás gosta de questionar crenças sobre Cristo. Ele

ama a atmosfera enevoada da imprecisão e da generalidade. Transfigurado em um anjo de

luz ele diz a ministros “piedosos” que eles não devem anunciar uma Pessoa e não um

princípio intelectual frio. Como se estivessem anunciando a Pessoa de Cristo, ao mesmo

tempo que negligenciam o credo da Sua Divindade. Se eu sou um homem com uma dor de

dente, eu preciso saber se o homem que se apresenta como cirurgião-dentista é mesmo

um dentista ou um encanador. Nesses casos eu não evito o credo nem o comparo com

uma pessoa. Eu o conecto com a pessoa que deve me salvar. Assim o credo tem o mais

direto e prático significado para mim.

Vemos que a tarefa da igreja como uma instituição é estabelecer e também defender

o credo. Aqui há novamente uma atitude de paz a qualquer preço. Ministros testemunham

que eles próprios são ortodoxos, mas não movem um dedo quando outros ministros na

mesma igreja minam a própria fé em Cristo como Deus. Agora, além da consideração de

que tal atitude seria considerada subversiva mesmo em qualquer organização de negócios,

é altamente desonroso para Cristo. Aqueles que negam as verdades do Cristianismo não

são tolerantes. Chamar o que os homens creem de uma questão de diferença é negar a

importância da crença em si. Não se pode crer sem um objeto em que acreditar. Qualquer

descuido sobre as doutrinas de Cristo a respeito dEle ou de Deus é ipso facto uma negação

de Cristo e de Deus. Dizer que você crê em Cristo como Filho de Deus, e ao mesmo tempo

dizer que aqueles que não creem nEle são seus irmãos é, no sentido Cristão do termo,

contradizer-se. Você não diz em linguagem comum que você ama sua esposa e filhos ainda

que você tenha feito nenhum esforço para protegê-los contra o assassino que os matou.

Você não diz que você é um verdadeiro soldado americano quando no exercício de guerra

você nunca movimentou tanto quanto um dedo para proteger as estrelas e listras. Fracassar

em ser um defensor em tempo de guerra é traição ao país. Agora, a tarefa do Cristão é uma

guerra. “Não penseis que vim trazer paz sobre a terra...”. Na medida em que o mal e o

pecado estão aqui, e na medida em que Cristo veio com o propósito declarado de destruir

as obras das trevas, o Cristão deve lutar, frequentemente pela honra de Cristo (Tito 2:10; 1

Coríntios 11:19; Gálatas 5:19-20; 2 Pedro 2:1).

O dever sagrado da controvérsia está implícito na própria tarefa de sustentar o

testemunho confiado aos cuidados da Igreja. Alguém não pode testemunhar fielmente de

Cristo se não testemunhar contra aqueles que se opõem a Cristo. Se o conhecimento do

nome de Cristo deve avançar é preciso avançar em face de obstáculos. O “homem natural”

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

9

odeia as coisas de Deus e tentará se opor a elas. Apenas no confronto com a oposição é

que o Cristianismo pode avançar. Ele se encontrará com a oposição em todos os lugares.

Como pode algum fiel discípulo de Cristo, então, esperar testemunhar de Cristo em

qualquer lugar sem testemunhar contra a oposição a Cristo?

Em consonância com o que foi citado anteriormente, podemos observar que o

pregador não deve fazer nenhum desprezível pedido de desculpas por apresentar sua

mensagem. Ele deve, antes, falar com autoridade. Ele fala não as suas próprias palavras,

mas as palavras de Cristo e as palavras de Cristo nunca podem ser anunciadas aos

homens, exceto com autoridade. O pregador não vende ações e títulos que podem ser

resgatados acima do valor no banco do Céu algum dia. Nem ele aconselha as pessoas a

terem um interesse nisso junto com outras coisas. Pelo contrário, ele traz as demandas de

Deus sobre o homem. O julgamento deve ser sempre o plano de fundo, mesmo quando ele

usa para seu texto as palavras de Jesus: “Vinde a mim todos os que estais cansados e

oprimidos e eu vos aliviarei”. Jesus ofereceu descanso, mas Ele também disse que aqueles

que não aceitassem o Seu descanso, seriam lançados nas trevas exteriores.

Aplicando ainda mais as exigências de Cristo sobre o fato de que nós devemos

confessar o Seu nome diante dos homens, podemos considerar a questão da disciplina

doutrinária na congregação local. Está se tornando muito comum na igreja, este costume

de sessões permitindo qualquer um e todos à membresia da igreja caso eles deem uma

garantia razoável de concordar com as normas da igreja ou não. Tal coisa não é digna de

qualquer organização humana. Tornar-se um cidadão da América pressupõe pelo menos

algum conhecimento da constituição deste país. Muito mais, então, é um dever sagrado

daqueles a quem estão confiadas as chaves do reino dos Céus que estejam razoavelmente

certos de que aqueles que procuram a adesão plena naquele reino saibam algo sobre o

amor e a constituição que rege os seus cidadãos. Falha em ser fiel, significa, além disso,

consequências desastrosas. Em breve, membros admitidos absolutamente sem qualquer

padrão podem ser eleitos para se tornarem presbíteros da igreja. O que então pode impedir

o púlpito de apresentar um evangelho pagão em vez de um Evangelho Cristão?

Finalmente, nós podemos notar que, como foi o caso em conhecer a revelação de

Deus, assim também acontece no que diz respeito ao confessar o nome de Deus; o dever

dos Cristãos não é plenamente cumprido na qualidade de membros da igreja eu Cristo

institui, se eles não forem fiéis em todas as questões enumeradas. O povo de Deus, além

disso, tem um dever a cumprir em campos mais amplos do que o abrangido pela igreja

instituída. O mundo propaga a mentira, instigado pelo príncipe das mentiras, pelas avenidas

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

10

da ciência e da arte. Consequentemente os Cristãos não podem limitar o seu anúncio da

verdade à palavra pregada na igreja. Os Cristãos devem entrar no campo da ciência. Se

possível, eles devem treinar Cristãos físicos, biólogos, etc. Tais cientistas devem investigar

e interpretar a natureza como a obra de Deus, nunca temendo a farsa muito elogiado da

“neutralidade”. Assim, também os Cristãos devem entrar no campo da arte para reivindicá-

la para Cristo. O dano feito à causa de Cristo, por romances e literatura não-Cristãos, em

geral, é incalculável. Um jornal Cristão diário pode ser um ideal impossível de realização no

momento presente, no entanto, é um ideal verdadeiro.

3. O que é proibido

O que é proibido é naturalmente a negligência ou uma oposição aberta à revelação

de Deus. Podemos omitir uma discussão completa sobre este ponto, simplesmente

apontando que a negligência da e oposição à revelação de Deus irá, naturalmente, revelar-

se em uma negligência de e oposição a qualquer tentativa de conhecer e confessar o nome

do Senhor. Nós já sugerimos várias formas de transgressão, a fim de deixar claro o que foi

ordenado. No entanto, pode ser de alguma utilidade enumerar algumas formas mais

específicas do espírito geral da oposição à revelação de Deus.

Como a primeira destas, podemos citar novamente as nações pagãs. Sua “busca da

verdade” não é algo tão inocente como ela é muitas vezes apresentada ser. O paganismo

é uma deflexão de um teísmo original, ou em si o teísmo não é verdade. O paganismo é

antiteísta. Se ele procura a verdade, pesquisando no universo à parte de Deus.

Em segundo lugar, nós podemos mencionar cada movimento no pensamento que

aparece no meio de uma civilização “Cristã” e ainda não realmente contemplar a revelação

de Deus. É claro que todo o pensamento civilizado tem, em certo sentido especulado sobre

o fenômeno do Cristianismo. Mas a implicação da cruz de Cristo é que a própria essência

da personalidade humana é corrupta. Portanto, se o Cristianismo for levado a sério em

absoluto, aqueles que o aceitam devem levar “seus pensamentos cativos à obediência de

Cristo”. Assim uma ciência ou filosofia que procura interpretar a natureza da realidade em

toda a independência da Escritura é ipso facto não-Cristã. Não que gostaríamos de pedir a

Einstein que fosse diretamente à Bíblia. Ele lida, obviamente, com os fatos da natureza.

Mas quando ele conclui a partir dos fatos da natureza que não pode haver Deus absoluto,

ele não somente é não-Cristão, mas não-científico. Ele assumiu a existência independente

dos “fatos” desde o início e com isso assumiu a não-existência de Deus. Depois disso era

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

11

desnecessário e impossível provar algo sobre Deus. Assim, descobrimos que a chamada

abordagem “neutra” na ciência ou filosofia é, na realidade, uma abordagem negativa, tanto

quanto a revelação de Deus está em causa e, como tal, é condenada pelo Terceiro

Mandamento.

[...]

O Espiritismo apresenta um fenômeno que é mais difícil de explicar. Mesmo que nós

o consideremos como repleto de fraudes, e como um controle incrementado dos poderes

da natureza, continua sendo difícil excluir os poderes do mal como fonte de explicação.

Como Cristãos, acreditamos na existência real do Diabo. Acreditamos, ainda, que ele tem

um grande talento. O nosso grande conforto com respeito a Satanás é que ele está

totalmente sob o controle de Deus. Por isso, se obedecermos a revelação de Deus não

precisamos temer nenhum Diabo.

Deve-se observar que, mesmo se o poder satânico, não for realmente operativo

através de um determinado médium, o próprio médium afirma comunicar-se com o “outro

mundo”. Além disso aqueles que vão ao médium esperam obter através dele uma revelação

do outro mundo. Estas considerações são suficientes por si só para os Cristãos, para evitar

o Espiritismo. Para o Cristão deve ser uma abominação sequer tentar ir a outro lugar além

de a Deus para a sabedoria que ele precisa. Se ele vai para outros lugares, ele reduziu

Deus ao nível de um mago. “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta

palavra, é porque não há luz neles” (Isaías 8:20).

Na Teosofia, uma falsa filosofia antiteísta combina-se com o ocultismo, a fim de levar

o povo de Deus ao erro. Em 1877, Henry Olcott e Madame Blavatsky publicaram “The Isis

Unveiled” [A Ísis Sem Véu]. Agora, Madame Blavatsky tinha viajado ao Tibete, onde ela

esteve em contato com os sábios do Oriente. isso, sem dúvida, explica o panteísmo ateísta

da teosofia. O panteísmo dos Vedas reside aparente em sua doutrina de Brahma. Brahma

é o princípio eterno de todo o ser. Agora, a alma humana está em sua profundidade íntima

idêntica com este Brahma, e por isso é divina. Da mesma forma a doutrina de Deus da

teosofia é a de um princípio impessoal falado pelo pronome neutro “isso”. O mundo é um

sopro disso, e o homem como uma parte do mundo, segue no caminho de rarefação e

condensação a partir de e para “isso”. Não é de maravilhar-se que sobre um tal fundamento

não seja necessária nenhuma revelação salvífica de Deus. Não é a existência do mal, mas

o mal da existência que perturba a mística oriental.

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

12

Não é de admirar que estas seitas orientais estão encontrando entrada pronta nas

terras ocidentais. Elas encontram o solo preparado para elas. Radhakrishman, em seu livro,

“The Reign of Religion in Contemporary Philosophy” [O Reino da Religião na Filosofia

Contemporânea], aponta que a filosofia idealista é muito semelhante às filosofias orientais.

Ambas mantêm a autossuficiência do homem. Não precisa de revelação. Não é tanto uma

sociedade ímpar de teosofia que a igreja precisa temer como o espírito teosófico do

modernismo dentro da igreja. O inimigo está dentro dos portões.

O uso de lançar sorte apresenta um problema diferente novamente. O mundo não

pode realmente falar do uso de sorte. Uma pessoa descuidada pode tomar alguma decisão

importante, através do estabelecimento de um determinado sinal. Quando ela faz isso, está

apelando para um destino ou acaso. Quando mais científico, ele pode usar a lei das médias,

como as companhias de seguros de vida fazem. Agora, essa utilização seria perfeitamente

legítima se fosse reconhecida que não são mais do que formas da providência de Deus,

mas quando isso é esquecido — como quando acontece que algum computador nos diz

quantos seres humanos podem, eventualmente, nascer de acordo com a lei das chances

— tal uso se torna antiteísta.

Mas, e sobre o uso de lançar sortes pelo Cristão? Parece que a primeira condição de

qualquer uso correto de sorte seria o reconhecimento da verdade de Provérbios 16:33: “A

sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a determinação”. Este é o

reconhecimento da providência de Deus. Agora esse reconhecimento de uma só vez coloca

Deus, em vez da chance, por detrás da sorte. Por conseguinte, parece também diminuir a

ocasião para a utilização de sorte. A genuína confiança na providência de Deus

normalmente é suficiente para o Cristão.

Então, além disso, a vida do Cristão deve ser guiada mais diretamente pela revelação

especial de Deus. Esta revelação especial contém princípios de orientação. É o Cristão

deve procurar entender estes princípios. Normalmente, um claro entendimento destes

princípios salvará de muitas perplexidades. Nós geralmente estamos em dúvida quanto ao

que fazer, não porque não há nenhuma orientação, mas porque não conseguimos observá-

la. Se, então, em tal caso, procurarmos uma pessoal dispensação da revelação de Deus,

isso seria desonrar a Deus, e não poderíamos esperar obter nenhuma resposta.

Deve ser notado ainda que, como Cristãos, nós temos a revelação especial de Deus

concluída. Consequentemente, descobrimos que duas formas de uso de sorte que eram

comuns na dispensação do Antigo Testamento não são mencionadas no Novo Testamento.

A primeira é a sorte de previsão (Sors divinatoria); o Urim e o Tumim eram muitas vezes, e

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

13

isso legitimamente, usados para determinar qual seria o resultado de um curso de ação

(Números 27:21; Êxodo 28:30). A segunda é a sorte de consulta (Sors consultatoria, em

Josué temos o caso de Acã ou em Levítico 16:8, os dois bodes). Os moralistas Cristãos

geralmente consideram estas duas formas de usar a sorte como pertencentes à

dispensação de sombras ou como estabelecidas por razões pedagógicas.

Resta ainda, então, a sorte de divisão (Sors divisoria) usada no Antigo Testamento na

divisão de Canaã. Esta forma, se usada sobre a base do reconhecimento da providência

de Deus e segundo os princípios da revelação de Deus tendo sido consultadas com oração,

podem ser usadas pelos Cristãos de acordo com a maioria dos moralistas Cristãos. Esta é,

então, uma oração mais solene para um testemunho de Deus com relação a alternativas

possíveis a fim de resolver uma diferença de julgamento.

O juramento é amiúde considerado como sendo a principal forma de transgressão do

Terceiro Mandamento. A profanação pública, naturalmente, um mau uso grosseiro da

natureza de Yahwéh. Isso reduz esse nome tão cheio de santidade a um palavrão vazio.

Assim também qualquer uso leviano do nome é desonroso a Deus.

Mas a questão agora surge é se os Cristãos podem alguma vez usar o nome de Deus

de modo que, assim, deem testemunho da veracidade de suas declarações. Muitos

disseram que isso é ilícito por si. A fim de verificar se esta afirmação é bíblica é preciso

primeiro discutir o que se entende por juramento.

Ora, o juramento é a tentativa do homem de trazer as suas declarações à presença

imediata de Deus, a fim de testificar a sua verdade. Enquanto não havia pecado no mundo

não havia nenhuma ocasião de usar o juramento. Adão estava constantemente consciente

da presença imediata de Deus. Mas, por causa do pecado, o homem pensa que Deus está

mui longe. Parece ao pecador que ele lida com Deus somente em ocasiões especiais. Por

isso, se houver necessidade especial de veracidade, o homem coloca-se logo diante do

julgamento de Deus admitindo que a ameaçada punição de Deus pode justamente descer

sobre ele se ele não tiver falado a verdade.

Agora, encontramos que Deus tem condescendido com as necessidades do pecador

tanto quanto ao uso do juramento. Deste juramento Yahwéh duplamente assegurou que as

promessas de Deus devem ser cumpridas. “E disse: Por mim mesmo jurei diz o Senhor,

pois por teres feito isso e não me negaste o teu filho, o teu único filho...” (Gênesis 22:6).

Em Hebreus 6:17 é feita uma referência a isso a fim de nos dizer que o Senhor

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

14

propositalmente usou o juramento para confirmar o Seu pacto (Hebreus 6:17). O apóstolo

compara esse ato de Deus com atos similares dos homens1 (Salmos 95:11; 110:4).

Por conseguinte, não somos surpreendidos ao descobrir que o próprio Jesus fez

juramento em uma ocasião importante quando Se apresentou perante o tribunal de Pilatos.

Ele não usou a forma usada hoje, mas Ele usou a forma vigente na época. Os Apóstolos

seguiram esta prática. “Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico

que não minto” (Gálatas 1:20). Nós até mesmo encontramos que Deus mesmo comandou

ocasiões para usar o juramento. “O Senhor teu Deus temerás e a ele servirás, e pelo seu

nome jurarás” (Deuteronômio 6:13). “Então haverá juramento do Senhor entre ambos”

(Êxodo 22:11).

Mas aqueles que sustentam que nenhum Cristão pode, a qualquer momento, utilizar

o juramento apelam diretamente para as palavras de Cristo em Mateus 5:36: “Não jurarás”.

Mas estas palavras não poderiam muito bem significar um comando ilimitado, a menos que

estivéssemos prontos a sustentar que o próprio Cristo não fez jus a este comando quando

jurou diante de Pilatos. Por causa dos dados bíblicos aduzidos, será necessário investigar

se as palavras de Jesus devem ser tomadas em um sentido ilimitado. Nós encontramos

que elas podem e devem ser consideradas em um sentido limitado. Jesus se opôs e proibiu

o juramento antiteísta e nada mais. Os fariseus tinham medo de usar o nome Yahwéh no

sentido genuinamente teísta, mas eles tentavam encontrar um reino de coisas humanas,

através da qual eles poderiam jurar livremente, sem envolver o nome de Deus em absoluto.

Como se todo juramento por qualquer criatura de Deus não fosse também, ainda que

indiretamente, jurar pelo próprio Deus. Por isso, Jesus diz a eles que não jurem em absoluto

por qualquer criatura pensando que tal juramento não envolve Deus. Assim, as palavras de

Jesus não são dirigidas contra aqueles que juram com propósito sério apelando diretamente

a Deus.

Se, então, a legitimidade do juramento está estabelecida, devemos perguntar sobre o

seu uso.

Quem deve administrar o juramento? Nós temos nos acostumado com a ideia de que

o governo tem o direito de administrar o juramento. Agora, a razão que se sugere de

imediato para a posição elevada do governo é que é em matéria de governo a mais solene

verdade é necessária. No entanto, uma razão adicional e mais profunda deve ser

1. Cf. Há ainda outros exemplos: Salmos 95:11: “A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu

repouso”; e Salmos 110:4: “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno...”.

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

15

procurada. O governo foi instituído por Deus. Obediência ao governo é exigida do Cristão,

porque o governo é servo de Deus. Claro que, quando o governo em si é ateu, isso reduz

o seu privilégio a um sacrilégio e um absurdo.

Quem pode fazer o juramento? No que diz respeito a natureza do caso, uma criança

ou uma pessoa irresponsável não podem fazer um juramento. Porém, mesmo um Cristão

responsável deve estar certo de que ele é verdadeiro não apenas em propósito (veritas in

mente), mas também verdadeiro de fato. Além disso, o assunto sobre o qual ele jura deve

ser justo (justitia in objecto). Agora, quando os três estão presentes, (a) capacidade ou

judicium in jurante, (b) veritas in mente, e (c) justitia in objecto, o juramento não pode ser

evitado. Mas nós ainda podemos ser confundidos, apesar das precauções mais

cuidadosas. Em tais casos, devemos agarrar-nos ao nosso juramento a menos que tal

apego ao nosso juramento comprometa a honra de Deus.

Chegamos agora a um assunto relacionado, a Imprecação. No discurso comum, o

juramento não é usado exclusivamente para o testemunho da verdade, mas também como

uma expressão de ódio aos inimigos. Agora é evidente que tal imprecação é antiteísta. Os

homens muitas vezes recorrem a forças externas a Deus. Se eles realmente recorressem

a Deus eles também seriam muito cuidadosos em como eles recorreriam a Ele. A questão

agora é saber se é alguma vez admissível ou um dever de um Cristão apelar a Deus para

a destruição de um inimigo. Nós podemos dizer de uma vez que isso não é permitido a

menos que seja um dever. Se a imprecação está errada em todos os casos, o Cristão não

pode permitir-se a qualquer momento a privilégio de ser não-Cristão. Para o verdadeiro

Cristão não é privilégio ser não-Cristão, em qualquer sentido.

O modernista e o crente ortodoxo dão respostas contrárias à questão de saber se a

imprecação pode, a qualquer momento, ser um dever para o Cristão. O modernista diz que

não e o crente ortodoxo diz que sim.

Os modernistas apelam de uma vez às palavras de Jesus que nós devemos amar

nossos inimigos e apelam ainda mais para a “consciência Cristã”, que nos proíbe de odiar

alguém. Assim, ele argumenta em favor de sua posição aparentemente com grande

facilidade.

O crente ortodoxo está, de uma vez, sob a suspeita de não ter nenhum amor real e

nem um espírito Cristão em seu coração, se ele sustenta o possível dever da imprecação.

Sua “Consciência” é uma do tipo modernista e não realmente Cristã. Mas isso de uma vez

levanta a questão de saber que consciência é realmente a “consciência Cristã”, a do

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

16

modernista ou a do crente ortodoxo. Agora, a “consciência Cristã” do modernista em

nenhum caso hesita em modificar o Antigo Testamento, nem mesmo as palavras dos

Apóstolos, nem — se considerar necessário — as palavras de Cristo. Por conseguinte, não

considera que o mal e o pecado são tão grandes que requerem um poder realmente

autorizado para a sua eliminação. A experiência é tomada como o ponto de partida e teste

de toda a verdade. Mas com essa atitude o modernismo tem perdido o nome de Cristão,

desde que Cristo e os Apóstolos claramente reivindicam autoridade absoluta. Com esta

posição, o modernismo também desistiu do teísmo, uma vez que o teísmo implica o controle

absoluto de Deus sobre o mal, cujo controle é destruído caso o Cristianismo não seja

absoluto.

Como crentes Cristãos nós não nos desculpamos por considerarmos o Antigo e o

Novo Testamentos como autoritativo no assunto. Especialmente neste ponto é necessário

manter a harmonia essencial de seu ensino. Há uma certa plausibilidade sobre o argumento

de que o Antigo Testamento admitia a imprecação enquanto o Novo Testamento

definitivamente a exclui. As palavras de Jesus no Sermão do Monte, parecem ser

contrastadas por Ele com o Antigo Testamento. No entanto, este não é o caso. Jesus em

nenhum lugar contradiz o espírito do Antigo Testamento. Ele somente rejeita aqueles que

interpretaram mal o Antigo Testamento. Jesus, é claro, admite uma diferença de

dispensações. Ele afirma mesmo que Deus atenuou temporariamente o absolutismo de

Suas demandas por causa da dureza dos corações dos crentes do Antigo Testamento. Mas

tudo isso não afeta de modo algum a unidade do princípio entre os dois Testamentos. Além

disso, pode haver uma grande diferença na forma de manifestação por parte da experiência

do crente. Devido ao externalismo da dispensação anterior, Deus pôde exigir de Seu povo

que eles matassem os inimigos do Senhor. Devido ao maior internalismo da dispensação

do Novo Testamento Deus não ordenará uma coisa dessas. Matar um inimigo de Deus,

mesmo partindo do ponto de que o Cristão estivesse certo de quem era o verdadeiro inimigo

de Deus, seria um pecado na presente dispensação. Mas, novamente, tudo isso não afeta

minimamente a unidade de princípios entre os dois Testamentos. Ou, o que é o maior mal

que pode acontecer a um inimigo de Deus, ser corporalmente morto ou ser lançado na

escuridão eternada qual Jesus tanto fala? Jesus nos diz repetidas vezes que aqueles que

não amam a Deus serão excluídos da vida eterna. Em seguida, Ele Se identifica com Deus

e diz que aqueles que não O desejam como rei, não amam a Deus e devem, portanto, ser

separados de Deus. Ora, Ele espera que os Seus próprios devam amar a Deus e a Ele com

todo o seu coração. E se o fizerem, devem ter a mesma atitude para com os ímpios que

Deus e Cristo têm para com os ímpios. Assim, nós encontramos que somente o mais

espiritual dos filhos de Deus, o mais completamente preenchido com o amor de Deus, se

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

17

atreveu a imitar a Deus e a Cristo totalmente, pronunciando ódio contra os inimigos de

Deus. “Não odeio eu, ó SENHOR, aqueles que te odeiam?” [Salmo 119:21]. A falta de

verdadeira espiritualidade é que não consegue entender o elemento imprecatório nas

Escrituras. A hiper-espiritualidade do modernismo é um bom exemplo da flexibilidade

espiritual dos nossos dias. O modernismo é tão “amável” que ele amaria o próprio Diabo.

O modernismo tanto amou o Diabo que o colocou para fora da existência. Não pode haver,

ele pensa, ninguém tão mal; o “Diabo” é apenas um símbolo do mal.

Diante deste hiper-espiritualismo é fácil para os Cristãos suavizarem a sua demanda

por espiritualidade. “Então disse eu: Não me lembrarei dele, e não falarei mais no seu nome”

[Jeremias 20:9a]. Tal foi a tentação de Jeremias. “Mas isso foi no meu coração como fogo

ardente, encerrado nos meus ossos, e estou fatigado de sofrer, e eu não posso mais”

(20:9b). Tal foi a vitória do profeta. Cristo e Seus profetas e apóstolos são unânimes em

dizer que o reino de Deus não pode ser estabelecido, a menos que o inimigo seja destruído.

Durante a dispensação do Antigo Testamento, o Senhor separou o Seu povo externamente

para que Seu povo soubesse diretamente quem eram os inimigos do Senhor. Hoje esse

não é definitivamente o caso, mas o princípio de que o dia do juízo é um dia de alegria para

o povo de Deus permanece inalterado.2

Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

2 “Meu Pai trabalha até agora” (João 5:17).

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

18

10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

Facebook.com/oEstandarteDeCristo

OEstandarteDeCristo.com

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

19

2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.