o tempo do grande comércio oceânico

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O tempo do grande comércio oceânico No séc. XVII e XVIII, Portugal, Espanha, Holanda, França e Inglaterra detinham a maior parte do comércio internacional o que gerava grandes lucros. Para a expansão dos seus negócios, os mercadores europeus criaram grandes companhias de comércio e desenvolveram novos mecanismos financeiros. Gerar capital investi-lo e aumenta-lo privilegiando o grande comércio, tornou-se o modelo da economia europeia que, assim, entrou na era do Capitalismo comercial. Devido a esta dinâmica económica, foi impulsionada a colonização da América, que adquire então, um destaque nos circuitos comercias europeus. Dai eram enviados para a metrópole, açúcar, café, tabaco, algodão e ouro, por sua vez, eram reenviados produtos agrícolas, industriais e a mão-de-obra escrava trazida de Africa para trabalhar nas plantações e explorações mineiras, em grandes navios de carga. O tráfico negreiro, intenso comércio de escravos negros, na maioria capturados na Guiné, Angola e Moçambique, não parou de crescer. Assim surge o comércio triangular que ligava os três continentes Europeu, Africano e Americano. Reforço das economias nacionais Foi com o objectivo de aumentar o poderio do rei, enriquecer o Estado e os seus cidadãos que se estruturou e pôs em prática a primeira doutrina económica da história, que valorizava a actividade mercantil, designou-se Mercantilismo O mercantilismo defendia uma forte intervenção dos estados. Os pensadores mercantilistas estavam

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história A 11º ano

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O tempo do grande comrcio ocenicoNo sc. XVII e XVIII, Portugal, Espanha, Holanda, Frana e Inglaterra detinham a maior parte do comrcio internacional o que gerava grandes lucros.Para a expanso dos seus negcios, os mercadores europeus criaram grandes companhias de comrcio e desenvolveram novos mecanismos financeiros. Gerar capital investi-lo e aumenta-lo privilegiando o grande comrcio, tornou-se o modelo da economia europeia que, assim, entrou na era do Capitalismo comercial.Devido a esta dinmica econmica, foi impulsionada a colonizao da Amrica, que adquire ento, um destaque nos circuitos comercias europeus.Dai eram enviados para a metrpole, acar, caf, tabaco, algodo e ouro, por sua vez, eram reenviados produtos agrcolas, industriais e a mo-de-obra escrava trazida de Africa para trabalhar nas plantaes e exploraes mineiras, em grandes navios de carga.O trfico negreiro, intenso comrcio de escravos negros, na maioria capturados na Guin, Angola e Moambique, no parou de crescer.Assim surge o comrcio triangular que ligava os trs continentes Europeu, Africano e Americano.

Reforo das economias nacionaisFoi com o objectivo de aumentar o poderio do rei, enriquecer o Estado e os seus cidados que se estruturou e ps em prtica a primeira doutrina econmica da histria, que valorizava a actividade mercantil, designou-se MercantilismoO mercantilismo defendia uma forte interveno dos estados. Os pensadores mercantilistas estavam convencidos de que um pas era mais rico de acordo as quantidade de metais preciosos que possusse. S existiriam lucros se o valor das exportaes fosse superior ao das importaes. Para que isso acontece-se o Estado tomou medidas, aplicando o Proteccionismo econmico que impedia a livre circulao de mercadorias. No existe mercantilismo sem proteccionismoResumindo, as medidas tomadas com a implantao do proteccionismo:

Fomentao da produo industrial, com vista a promover a auto-suficincia do pas neste domnio Reviso das tarifas alfandegrias, sobrecarregando os produtos estrangeiros e alivando as taxas que pesavam sobre os nacionais de forma a torna-los mas competitivos. Incremento e reorganizao de comrcio externo

Frana

Em Frana o mercantilismo foi imposto do colbert, ministro de Lus XIV e ficou conhecido como colbertismo.O mercantilismo em frana tinha como base a indstria e um grande rigor proteccionista.Colbert, preocupado com a entrada mercadorias no seu reino, pelos holandeses, empenhou-se no desenvolvimento de manufacturas, que eram atividades industriais que no empregam maquinaria.Para evitar as importaes, introduzia novas industrias como cristais de Murano, tecidos holandeses, bordados Holandeses, importao de tcnicas e mo-de-obra estrangeira, concedeu incentivos fiscais e subsdios.Nasceram as manufacturas reais que funcionavam como unidades-modelo de produo, estas podiam aplicar um selo com as armas do rei e dedicavam-se sobretudo ao fabrico de artigos de luxo para a corte.A partir dai o estado regulamentava minuciosamente a actividade industrial.Colbert investiu tambm na marinha de guerra e no desenvolvimento da frota mercante e seguindo o modelo da holanda criou companhias monopolistas. O colbertismo foi o modelo mercantilista mas adoptado pelos pases europeus.

Inglaterra

Em Inglaterra o processo de mercantilizao foi mais lento e mais flexvel, tinha uma base comercial.O mercantilismo ingls distinguia-se pela valorizao da marinha e do sector comercial.Tal como a frana, em Inglaterra se fez sentir as medidas proteccionistas, apesar da influncia Holandesa estar mais presente nas reas dos transportes martimos e do comrcio externo.Entre 1651 e 1663 foram Publicadas Os actos de Navegao, para banir os Holandeses das reas de comrcio britnico, fez com que todas as mercadorias que entrassem em Inglaterra teriam de ser transportadas por embarcaes inglesas, reservou-se marinha britnica, em exclusivo a navegao da cabotagem e o transporte para a Inglaterra das mercadorias coloniais.O Ato de Navegao contribuiu para uma poltica de expanso territorial, sobretudo na Amrica do Norte e Antilhas.Em relao ao sector comercial foram criadas companhias de comrcio, a mais importante foi a Companhia das ndias Orientais, que em 1661, recebeu poderes soberanos de justia civil, organizao militar e direco de guerra no Oriente.Esta poltica proteccionista permitiu Inglaterra o primeiro lugar na cena econmico internacional.

Disputa das reas Coloniais

No sc. XVII e XVIII o equilbrio Europeu foi particularmente frgil e com inumerosos conflitos, fosse por pretenses territoriais ou questes dinsticasNa segunda metade do sc. XVII as motivaes econmicas eram os principais problemas que originavam os conflitos.Numa poca de grande desenvolvimento do capitalismo comercial, dominar os mercados tornou-se uma prioridade politica pois o comrcio era o sector da economia que movimentava mais capitais e produzia maiores lucros.Como as medidas proteccionistas tinham sido colocados obstculos para a circulao de mercadoria na europa, as reas coloniais tornaram-se o centro de acesas rivalidades.Apareceu ento um novo sistema, exclusivo colonial, que era uma forma de explorao econmica que reserva para a metrpole os recursos e o mercado das colonias. Tratava-se de uma medida proteccionista cujo objectivo garantir a obteno de matrias-primas e produto exticos a baixo preo, bem como escoar as produes manufactureiras do pas dominador.Devido a decadncia dos estados ibricos, esta disputa da supremacia do comrcio martimo, era essencialmente travada pela Frana, Inglaterra e Holanda.A 1 Fase ocorreu entre 1651 a 1689, entre a Holanda e Inglaterra, onde a Inglaterra saio vencedora e com as colonias americanas e parte das possesses no Oriente da Holanda.2 Fase ocorreu entre 1689 a 1763 entre a Frana e Inglaterra, que a Inglaterra saio vencedoraEste perodo de tenso culminou na Guerra dos setes anos 1756 a 1763, que apesar de ser iniciada na Europa estendeu-se at as colonias.Com a vitria inglesa, reconhecida no Tratado de Paris a Frana acabou por abandonar as suas possesses nas ndias, o Canad, o vale de Oaio, a margem esquerda do rio Mississpi e as feitorias no Senegal.Assim a Inglaterra tornou-se a maior potncia colonial e martima da Europa.

A hegemonia BritanicaA segunda metade do sc. XVIII, foi para a Inglaterra um perodo que grande prosperidade econmica. Isto devido aos progressos agrcolas, crescimento demogrfico e urbanizao, a criao de um mercado nacional e externo e a criao de um sistema financeiro.Em relao aos progressos agrcolas, em 1700 quatro quintos da mo de obra ocupavam a agricultura, e era o sector chave da economia. No decurso do sc. XVIII apareceu o fisiocratismo onde a agrcola foi considerada a base econmica das naes.O principal problema da agricultura era o esgotamento dos solos devido ao cultivo intensivo de cereais que cansava os solos dai a necessidade de pousio. Ento foi renovado o sistema de rotao das culturas que alternava a colheitas de cereais, com leguminosas e o nabo e trevo, que melhoravam o solo. Isto fez com que existisse um aproveitamento integral da terra como permitia uma articulao entre a agricultura e a criao e gado. Iniciou-se um processo de vedaes (enclausures) das propriedades, pois o campo aberto (open field) revelava ser prejudicial para a rentabilizao da terra. Os pequenos agricultores no conseguiam competir com o dinamismo das grandes herdades e foram obrigados a vender os seus campos. Nestes campos fechados eram seleccionadas as sementes, aperfeioam-se as alfaias, apuraram-se as raas dos animais, utilizao da fora animal com instrumentos, substituio do boi pelo cavalo.Crescimento demogrfico e urbanizaoDevido a prosperidade do pas a Inglaterra sofreu um crescimento demogrfico o que resultou na criao de novos postos de trabalho, devido a um desenvolvimento econmico, subida da Taxa de natalidade, nupcialidade e nascimentos, diminuio da mortalidade e aumento da migrao da cidade. Londres torna-se a maior cidade da Europa. A populao e a economia so dinmicas e influenciam-se mutuamente.Mercado NacionalDevido ao aumento demogrfico e da urbanizao, existiu a expanso do mercado interno britnico. O mercado nacional foi unificado, onde produtos e a mo-de-obra podam circulam livremente. Isto contribuiu para o melhoramento dos transportes, rede de estrada que proporcionaram uma melhor ligao entre cidades que contriburam para a criao de um mercado nacional.Mercado ExternoDevido sua excelente qualidade e preos acessveis o produtos Ingleses impunham-se no continente. Era dos mercados transocenicos que os ingleses tinham os maiores dividendos. A frota inglesa ia essencialmente para as Amricas, a partir do comercio triangular, o comrcio triangular ligava os 3 continentes, os seus navios vinham carregados com sedas, corantes, especiarias e escravos.O domnio territorial britnico contribuiu para as produes agrcolas, como acar, pimenta, aafro, ndigo, seda e algodo, que exploraram consoante as suas necessidades impondo produes e taxas do agricultores asiticos.Os Ingleses conseguiram o primeiro lugar no porto do conto.Sistema financeiroA superioridade Inglesa assentava num sistema financeiro avanado, facilitador do desenvolvimento econmico. Em Londres criou-se as primeiras bolsas de comrcio. A bolsa de londres foi reconhecida com royal Exchange, aparecem os primeiros ttulos de empresas. A actividade bolsista ajudava a canalizar as poupanas particulares para o financiamento de empresa, alargando o mercado de capitais. Em 1694 foi criado o Banco de Inglaterra que estava vocacionado para realizar todas as operaes necessrias ao grande comrcio alm de que tinha a capacidade de imitir notas.

Arranque IndustrialO processo de industrializao iniciou-se em Inglaterra, na segunda metade do sc. XVIII, devido aos avanos agrcolas, a dinmica demogrfica, o alargamento dos mercados, a capacidade empreendedora dos britnicos e claro o avano tecnolgico.O arranque industrial comeou essencialmente em 3 sectores, o algodoeiro, metalurgia e da fora do vapor.Em relao ao sector algodoeiro, foi o aumento de matria-prima e da sua procura que impulsionaram os seus progressos. Tudo comeou com a inveno da lanadeira, por John Kay, que permitia aumentar a largura dos tecidos e multiplicava por 10 a produtividade do tecelo.Depois o aparecimento de uma nova mquina de fiar, a Jenny, por J. hargreaves em 1765, permitia uma s fiandeira trabalhar 7/8 fios.Esta dinmica fez com que existisse um indito aumento de produtividade e de produo.A metalurgia acompanhava o sector txtil pois estava era a fornecedora de mquinas e outros equipamentos.Abraham Darby, um ferreiro de Birmingham, resolveu o problema do combustvel necessrio neste sector utilizando na fuso do ferro coque em vez de carvo vegetal. No incio do sc. XVIII foi inaugurada em Inglaterra a primeira ponte metlica: ponte de Coalbrookdale. No sc. XIX o crescimento deste sector intensificou-se.Por fim a fora do vapor, neste sector coube o papel central a James Watt. A mquina a vapor de James watt constituiu o primeiro motor artificial da histria. Com ela foi possvel mover teares, martelos, locomotivas etc.A manufactura vai dar lugar a maquinofactura na revoluo industrial.