o teatro de vanguarda informaÇÕes 8 de abril de 2003

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    O TEATRO DE VANGUARDA INFORMAES 8 DE ABRIL DE2003-04-07

    Teatro de vanguarda- retrata um momento de alteraes radicais nasmanifestaes artsticas que alteraram a forma ento estabelecida dever/ouvir/contar/representar/expressar.Introduziu-se a nova tecnologia ale decomportamentos at ento inusitados tais como a possibilidade do aleatrio nacriao artstica .Como pano de fundo a possibilidade da escolha, da eleioque abriu caminhos mas trouxe sua carga de conseqncias tais como aoacademicismo -regras para uma boa obra- dentro desta eleio e a banalizaoda prpria escolha.

    Por isto mesmo, vanguarda no derrubar ou destruir ou combater

    simplesmente, mas tambm recuperar um tipo de representao que foideslocado para um campo marginal e que bem pode ser o teatro clssico, nosentido mais restrito possvel ( pr-indstria cultural ?)Barba nos diz "... vanguarda pode ser tambm , aqueles grupos que ao longoda histria do teatro, reagiram contra a tradio, indo inspirar-se nos clssicos,no teatro grego, ou romano." (1)Tambm tentaremos tambm mostrar que vanguarda para Barba estrelacionada a um tipo de teatro revolucionrio, como ele nos diz, por analogia,como o mundo nosso cotidiano esta para o mundo atmico . De nosso mundoto conhecido, to acessvel, para um mundo que exige um novo aparelhoconceitual, uma nova forma de pensar. O Teatro de Eugenio Barba tem atendncia de se distanciar do teatro tradicional, como distante esto ..." asidias de Newton em relao as de Bohr " (2). Eugenio Barba)

    Quando Barba prope um teatro de Vanguarda, basicamente assumeque o teatro tradicional participa de uma maneira de representar omundo, que ao romper, por abstrao, as diversas partes que compeo atuar, resulta numa perda do sentido para o ator bem como para oespectador, que fica assim, na situao tpica de um consumidor, que

    no pode escolher, o produto, apenas aprovar ou no.Para o ator, a adoo desta maneira de encarar significa abnegar suaidentidade de ator, se restringir a um simples posicionamento nomercado de trabalho.O teatro mercantil, avanou sem a menor dvida(pensemos apenas nailuminao, e nos complexos arranjos mecnicos de muitos musicais),mas gerou uma hper-especializao interna a qual resulta na perda

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    da capacidade de controle pelo ator do resultado cnico. Decorre distoento, que o ator se especializa como um operrio, realizando umafuno delimitada, sem necessariamente compreender o que se passaglobalmente. Desta especializao exagerada, fruto de um pensar que socialmente dominante, a saber, lgico-analtico, resulta umamecanizao do trabalho cnico nos moldes de uma organizaofabril.

    A sada para este processo, Barba prope comear repensando asdiferentes rupturas que o teatro tradicional efetuou : Separao desexos, dana da representao, espectador do ator, etc. Disto resultounuma concepo original do teatro, chamado por ele de terceiro teatro,aqui uma terceira via. Incorpora a tradio cnica, sob o princpiodenominado de pr-expressividade, equilbrio postural, redundandonuma diferenciao abrangente de todos os movimentos em cena, e

    atribui a Antropologia Teatral a sitematizao destes princpioscomuns aos atores. for assim e pensamos que ser, a vanguardadever ganhar cada vez mais companheiros. Eugenio barba, luta paramanter uma idia de teatro, onde se almeja repor um tipo deidentidade para o ator, na sua profisso, a partir de uma compreensomaior, das caractersticas de sua arte, e da unidade que subjaz ( pr-expressividade). O ator um esprito saltimbanco, carrega consigo osonho, e com isto nos faz sonhar. Carrega nossos mitos , nossasubjetividade, e a expressa conosco. Lembra-nos, das performances,numa noite, onde espectadore e atores compartilhavam o mito, aosabor de uma fogueira, e cantavam e danavam todos juntos. Esta erase foi, mas como vimos, seu esprito no se perdeu.Em nosso mundo moderno, urbano, somos forados a adotar umaconduta impessoal, a nos inserir num contexto racional, a nosresumirmos a uma afetividade controlada, a uma subjetividade queaspira mais espao, a termos identidade, sem sermos diferentes.Reconhecimento mas sem distino. No entanto tudo sonho e tudo vida, a tecno-burocracia, mal se desenvolveu, a mquina de gerarsaberes e tcnicas, multiplica o conheciimento a cada 18 meses, o

    que levmos uma gerao executamos agora em poucos anos. Emnossa era os avanos se aceleram, e j antevemos que o impossvel apenas um pouco mais difcil...

    Bob Wilson-

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    Artista plstico e arquiteto, Wilson ficou conhecido na dcadade 70 pelas peas e peras revolucionrias, notveis porintercalar momentos de beleza sublime e de tdiomonumental caso de The Life and Times (A Vida e a poca)

    de Josef Stalin, com durao de treze horas e 25 minutos.

    PEDRO Andrade-A VANGUARDA FALA POR SI

    ESTELA - Pedro, antes de nos termos encontrado no CICTSUL, euconhecia-te de outras paragens. Tinha de ti a ideia de umdesconstrutor de utilidades, algo maneira de Duchamp, no porcausa do ready made, porque tu constris em vez de usares o j feito,mas porque construste aparelhos desinvestidos da sua funcionalidadenormal. Corrige-me se estou esquecida: na "Alternativa Zero", porexemplo, apresentaste uma mquina para ver filmes a correr de trspara diante...

    PEDRO - Essa desconstruo de utilidades de que falas resumiu-se,para mim, a um percurso em que a minha alternativa foi, por assim

    dizer, alternar entre vrias actividades possveis, aquelas que podia ousabia fazer melhor do que outras. Todos ns possumos, de umamaneira ou de outra, mais tarde ou mais cedo, alguma coisa quesabemos fazer bem, aquilo que chamaria uma Arte Nativa. A artenativa , pois, uma actividade que coincide com a natureza de cadaum de ns. Esta competncia individual funciona, muitas vezes, comouma alternativa arte-nativa dos outros, ou mesmo trabalha enquanto

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    diferena em relao nossa eventual segunda ou terceira arte-nativa. Assim sendo, e desconstruindo o termo alternativa, uma artenativa de uma pessoa desvela-se como que uma espcie de alter-nativa ou alteridade s artes nativas dos outros ou s nossas. Istosignifica que as coisas, na sua prpria essncia, so alternativas srestantes. Nesta ordem de ideias, a exposio Alternativa 0foi, a meuver, uma fuso abrangente de alternativas mais particulares. precisoencontrar essas artes nativas plurais e polifnicas no fundo de nsprprios, na nossa raiz, mas sem patinar nelas. Dito de outro modo, asartes nativas so os nossos fundamentos sem fundamentalismos.

    Gracias, Seor proibido pela censura federal em junho de 72, durante atemporada paulista. Como processo de trajetria do Oficina, essa montagemsignifica a ruptura com a antiga equipe e seus mtodos de trabalho. Dos antigosintegrantes permanecem apenas Jos Celso e Renato Borghi. Neste novohorizonte sero renovadas todas as relaes teatrais, quer do grupo quanto dasala de espetculos, uma vez que os processos de teatralizao sero levadospara a vida cotidiana e o espao passa a denominar-se Oficina Uzyna Uzona.

    O espetculo evidencia os estmulos provenientes dos contatos de trabalho comos grupos experimentais Living Theatre, grupo norte-americano de Julian Beck eJudith Malina, como tambm, o grupo Lobos, de Buenos Aires que, a convite deJos Celso, vm ao Brasil em 1970 para uma troca de experincias. Alm dametodologia empregada, paralelos podem ser traados entre os roteiros deGracias, Seore Paradise Now, uma das grandes realizaes do Living Theatre

    na segunda metade da dcada de 60.

    CRIAO COLETIVA

    Processo de construo do espetculo em que o texto gerado pelo jogo dosatores que, guiados ou no por um diretor, debruam-se sobre um tema, uma

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    histria ou qualquer outro tipo de material. Em muitos casos, no apenas a funodo dramaturgo substituda pelo trabalho dos intrpretes, como tambm outrasfunes de criao, como o cengrafo, o figurinista, o iluminador, o diretor musical.

    Em geral, os atores que optam pela criao coletiva esto, no contexto do teatro

    de grupo e tm como objetivo ampliar sua participao, deixando de ser apenasaqueles que se encarregam de criar personagens e represent-las para setornarem autores e produtores.

    Nos anos 70, essa forma de criao muito difundida e praticada na Europa, nosEstados Unidos e na Amrica Latina. No Brasil, a partir da colaborao entre ogrupo experimental norte-americano Living Theatre, o argentino Lobos e o TeatroOficina, de Jos Celso Martinez Corra, que resulta no processo de criao deGracias, Seor, 1972, possvel distinguir uma nfase nas roteirizaes deespetculos partindo das improvisaes dos atores. O grupo carioca AsdrbalTrouxe o Trombone e o paulista Pod Minoga so alguns dos conjuntosprofissionais que, j em meados da dcada de 70, adotaram a criao coletivacomo mtodo de trabalho e elemento de sua linguagem e de sua identidadeartstica.

    H casos em que a criao, embora coletivizada, se d sob a conduo doencenador, que se utiliza deste procedimento para um espetculo determinado,sem torn-lo uma marca de sua esttica. Mantendo as demais funes, ele ampliao trabalho do ator at a criao da cena e da dramaturgia, sem contudo colocarem discusso a concepo. o caso exemplar do espetculo Macunama, em queo projeto de recriar a obra de Mrio de Andrade foi concebido e assinado pelodiretor Antunes Filho tendo a participao de sua equipe.

    Outros diretores hoje servem-se de tcnicas de criao coletiva para pesquisarnovas linguagens, o que chamam de processo colaborativo. Entre eles, destacam-se Enrique Diaz, da Companhia dos Atores, no Rio de Janeiro, e Antnio Arajo,do Teatro da Vertigem, em So Paulo.

    - Ns quatro andvamos dia e noite juntos, para c, paral, vendo coisas. Vi cinema, vi uma leitura feita peloJacques Copeau, o grande terico do teatro francs docomeo do sculo, e vi os espetculos do grupo de

    encenadores modernos. O que existia mais era o teatrode bulevar, a comdia ligeira. Correspondia ao queexistia no Brasil, um teatro comercial. Mas havia quatroencenadores novos, que formaram o que chamavam deCartel. Eram (Louis) Jouvet, (Charles) Dullin, (Gaston)Baty e (Georges) Pitoeff.

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    J o cenrio do Jouvet era feito com muito mais imaginao,mais fantasia. Um dos espetculos famosos que o Jouvet fez,

    alguns acham que foi o melhor feito na Frana entre as duasguerras, foi uma pea de Molire que se passava em doislugares. O cenrio tinha um espao que se abria e sefechava. Um cenrio s, mvel, resolvia os dois espaoscnicos. Isso era feito em linhas simples, modernas, mas porsobre esse cenrio ele colocou velas, como na poca deMolire, em que a encenao era dada por lustre, cheio develas. Aquilo lembrava as coisas do sculo 17. As roupastambm.

    Folha- Quebrando o naturalismo.

    AlmeidaPrado - O Jouvet desenvolvia isso, que eudesenvolvo tambm naquela primeira crtica grande queescrevi no ''Clima''. Quer dizer, o fim do naturalismo, donaturalismo como cpia da realidade, e o incio de um teatromais aberto para a imaginao, mais potico. Esse era o

    ponto de vista do Copeau, do Copeau passou para o Jouvet edo Jouvet passou para mim. Um teatro mais potico, emcontraste com o realismo naturalista da comdia de bulevar.

    A aplicao do mtodo Stanislawsky era o que havia de maisrevolucionrio no teatro brasileiro. O resultado de pesquisasexaustivas e laboratrios que duravam meses forammontagens que, sobretudo pelas mos do diretor Z Celso,se tornaram clssicas, como O reida vela, de Oswald de

    Andrade

    Oficina, ainda liderado por Z Celso, o hoje nico remanescente doshericos grupos de vanguarda dos anos 50 e 60.

    o "teatro de vanguarda", o que houve com ele?

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    Durante o regime militar o que se verificou foi o crescimentoqualitativo da dramaturgia brasileira, com o surgimento deum nmero considervel de novos autores, com textosestruturalmente diferenciados, atravs dos quais se criticava,

    provocava, indicava sadas e doutrinava politicamente opblico, no obstante a censura absurda e ferrenha daquelapoca.

    O autor brasileiro aprendeu a dizer verdades atravs deparbolas e de meias palavras, estilo esse que foi assumidoplenamente por atores e diretores e totalmente absorvidopelo pblico. No obstante a represso, foi um perodo ureopara o teatro nacional, que encenou textos magnficos em

    montagens inesquecveis.A par disso, alguns poucos grupos ousaram enveredar peloscaminhos da chamada vanguarda a exemplo do TeatroOficina de So Paulo. O que ocorreu nessa poca transitriafoi o nascimento de uma linguagem teatral brasileira, e acriao de um palco nacional, com uma temticaessencialmente popular e social, a exemplo do Teatro deArena e dos Centros Populares de Cultura da UNE, libertando-se assim, da herana europia que sempre esteve presenteem nosso teatro.

    Essa busca por uma linguagem vanguardista nome que nose aplica muito bem ao que acontece no Brasil sempreocorreu e assim continua ainda hoje, de maneira tmida e

    temerosa, com poucos diretores se aventurando nessecampo. A desanimar tal empreitada existe um pblico reduzido mesmo para os espetculos convencionais, se

    comparado a outros centros mundiais de cultura que ainda

    no conseguiu assimilar o teatro experimental, que ficarestrito assim, a uma classe mais intelectualizada da nossa

    sociedade

    BIBLIOGRAFIA BSICASOBRE O TRABALHO DO ATOR

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    Barba, Eugenio.A Canoa de Papel. So Paulo, Ed. Hucitec, 1994.

    Grotowski, Jerzy. Em Busca de um Teatro Pobre. Rio de Janeiro, Ed. CivilizaoBrasileira, 1987.

    K

    usnet, Eugnio.Ator e Mtodo. Rio de Janeiro, Servio Nacional de Teatro - Ministrioda Educao e Cultura, 1975.

    Lewis, Robert.Mtodo ou loucura. Fortaleza, Edies UFC; Rio de Janeiro, EdiesTempo Brasileiro, 1982.

    Meyerhold, Vsevolod.O Teatro de Meyerhold, Rio de Janeiro, Ed. Civilizao Brasileira,1969.

    Stanislavski, Constantin.A Construo da Personagem. Rio de Janeiro, Ed. CivilizaoBrasileira, 1989.

    Stanislavski, Constantin.A Criao de um Papel. Rio de Janeiro, Ed. CivilizaoBrasileira, 1990.

    Stanislavski, Constantin.A Preparao do Ator. Rio de Ja-neiro, Ed. CivilizaoBrasileira, 1982.

    Tchekhov, Mikhail.Para o Ator. So Paulo, Ed. Martins Fontes, 2 edio, 1996.

    P

    EQUENA BIBLIOGRAFIA SUP

    LEM

    ENTAR

    Barba, Eugenio.A Arte Secreta do Ator. So Paulo, Ed. Hucitec, 1995.

    Barba, Eugenio.Alm das Ilhas Flutuantes. So Paulo, Ed. Hucitec, 1991.

    Boleslavski, Richard.A Arte do Ator. So Paulo, Ed. Perspectiva, 1992.

    Laban, Rudolf. Domnio do Movimento. So Paulo, Summus Editorial, 1978.

    Roubine, Jean-Jacques.A Arte do Ator. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editores, 1987.

    Serrano, Ral. Tesis sobre Stanislavski en la educacin del actor. Mxico, Ed.Escenologa, 1996.

    Stanislavski, Constantin.Minha Vida na Arte. Rio de Janeiro, Ed. Civilizao Brasileira,1989.

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    Strasberg, Lee. Um Sonho de Paixo. Rio de Janeiro, Ed. Civilizao Brasileira, 1990.

    incio da pgina

    OUTROS LIVROS DE INTERESSE

    Appia, Adolphe.A Obra de Arte Viva. Lisboa, Ed. Arcdia, s/ data.

    Aristteles.Potica. So Paulo, Ed. Abril Cultural, 1979 (coleo Os Pensadores).

    Artaud, Antonin.O

    Teatro e seuD

    uplo. So Paulo, Ed. Max Limonad, 1985.Benjamin, Walter. Obras Escolhidas, vol. I - Magia e Tcnica, Arte e Poltica(especialmente os artigos O Narradore Experincia e Pobreza), So Paulo, Ed.Brasiliense, 1993. Obs.: os dois artigos tambm encontram-se no volume da coleo OsPensadores, So Paulo, Ed. Abril Cultural, 1980.

    Bertherat, Thrse. O Corpo tem suas Razes. So Paulo, Martins Fontes, 1977.

    Bornheim, Gerd.Brecht, a Esttica do Teatro. So Paulo, Ed. Graal, 1992.

    Brook,P

    eter.A Porta Aberta. Rio de Janeiro, Ed. Civilizao Brasileira, 1999.Brook, Peter. O Ponto de Mudana. Rio de Janeiro, Ed. Civilizao Brasileira, 1994.

    Brook, Peter. O Teatro e seu Espao. Petrpolis, Ed. Vozes, 1970.

    Carvalho, Olavo de. A Nova Era e a Revoluo Cultural: Fritjof Capra & AntonioGramsci. Rio de Janeiro, IAL & Stella Caymmi, 1994. (Este livro pode ser encontradocompleto para downloadna homepage do autor).

    Carvalho, Olavo de. O Crime da Madre Agnes. So Paulo, Speculum, 1983.

    Carvalho, Olavo de. Smbolos e Mitos no Filme "O Silncio dos Inocentes". Rio deJaneiro, Ed. IAL & Stella Caymmi, 1994. (Tambm pode ser encontrado na homepage doautor, em uma traduo italiana.)

    Correa, Rubens & outros.Artaud, a nostalgia do mais. Rio de Janeiro, Numen Editora,1989.

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    Craig, Edward Gordon. Del Arte del Teatro. Buenos Aires, Libreria Hachette S.A., 1957.

    Diderot, Denis.Paradoxo sobre o Comediante - in Os Pensadores, So Paulo, AbrilCultura, 1979.

    Eliade,M

    ircea.O

    Mito doE

    terno Retorno. Lisboa, Edies 70, 1978.Feldenkrais, Moshe. Conscincia pelo Movimento. So Paulo, Summus, 1977.

    Fellini, Federico.Fellini por Fellini. Porto Alegre, Ed. L&PM, 1974.

    Kantor, Tadeusz. Le Thtre de la Mort. Lausanne, Ed. L'Age de l'Homme, 1977.

    Meyerhold, Vsevolod. crits sur le Thtre (4 volumes). Lausanne, La Cit - L'Aged'Homme, 1980.

    Nietzsche, Friedrich.AO

    rigem

    da Tragdia. Lisboa, Guimares e & Cia. Editores, 1978(existe uma edio brasileira - no sei o nome da editora)

    Oida, Yoshi. Um ator errante. So Paulo, Beca Produes Culturais, 1999.

    Ostrower, Fayga. Criatividade e Processos de Criao. Rio de Janeiro, Imago EditoraLtda., 1977.

    Pronko, Leonard C. Teatro: Leste &Oeste. So Paulo, Ed. Perspectiva, 1986.

    Rilke, Rainer Maria. Cartas a um Jovem Poeta. So Paulo, Ed. Globo, 1993.

    Ripellino, A. M.Maiakvski e o Teatro de Vanguarda. So Paulo, Ed. Perspectiva, 1986.

    Ripellino, A. M. O Truque e a Alma. So Paulo, Ed. Perspectiva, 1996.

    Roubine, Jean-Jacques.A Linguagem da Encenao Teatral - 1880-1980. Rio de Janeiro,Zahar Editores, 1982.

    Teixeira Coelho Netto, Jos. Em Cena, o Sentido. So Paulo, Livraria Duas Cidades,1980.

    Teixeira Coelho Netto, Jos.Um

    aO

    utra Cena. So Paulo, Ed. Polis, 1983.Vakhtangov, Eugnio B. Lecciones de Regisseur. Buenos Aires, Editorial Quetzal, 1987.

    MELIM TEIXEIRA

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    1969y Incio da actividade teatral: Grupo Cnico da Associao Acadmica da Faculdade de Direito de Lisboa.

    1969/70y Frequncia do Curso de Formao de Actores, no Grupo Cnico da A.A.F.D.L., dirigido por Adolfo Gutkin.

    1977/78;1978/79;1979/80 e 1980/81y Curso de Formao de Actores na Comuna - Teatro de Pesquisa.

    FESTIVAIS DE VANGUARDA

    TEATRO

    1970y Volpone, de Ben Johnson no Grupo Cnico da

    A.A.F.D.L.y Melim 4, criao colectiva do Grupo Cnico daA.A.F.D.L.y O Processo de Franz Kafka, no Grupo de AcoTeatral (GAT).y Emlio e os Detectives, de Eric Kastner, no Teatrodo Jovem Espectador (TeJE).

    1971y O Fim, de Antnio Patrcio, na Casa da Comdia.y Os Fsicos, de Frederich Durrenmat, no GrupoCnico da A.A.F.D.L.At Outubro desse ano participa, juntamente comoutros actores profissionais, na fundao do TeatroLaboratrio de Lisboa Os Bonecreiros.y O Circo Imaginrio do Super Baslio, de Batrice

    Tanaka, com direco de Joo Mota a primeira peadesta companhia.

    1972Em Maio deste ano funda, com mais quatro actores, a

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    Comuna-Teatro de Pesquisa, onde colabora em todasas suas actividades e onde permanece at Outubro de1981, participando como actor nos seguintesespectculos:

    y Para Onde Is, adaptao dos Auto da Alma e Autoda Barca do Inferno, de Gil Vicente.y Feliciano e as Batatas, de Cathrine Dast.

    1973y Brincadeiras, criao colectiva.y Vamos para Maljukipi, criao colectiva.

    1974y A Ceia, criao colectiva.y A Ceia II, criao colectiva.y Cegada, criao colectiva.

    1975y Era uma Vez, adaptao de Fbula de Alfredo Nery

    Paiva.y Bo, criao colectiva.

    1976y Fogo, criao colectiva.y OMuro, adaptao das Aventuras de Joo SemMedo de Jos Gomes Ferreira.

    1977y Em Maio, criao colectiva. Como Director Tcnico:Montagem e Luminotcnica;

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    y AMe, de Bertolt Brecht. Direco de Joo Mota.

    1978y Viagens Fabulosas de Simo e Zacarias, criaocolectiva, direco de Nuno Feijo. Como DirectorTcnico: Montagem e Luminotcnica.y Homem Morto, Homem Posto, de Bertolt Brecht.

    1979y Guerras de Alecrim e Mangerona, de AntnioJos da Silva, O Judeu.

    1980y O Drago, de Euguni Schwartz.y As Despedidas da Gr-Duquesa, de Bernard daCosta.y Em Frente da Porta, do Lado de Fora, deWolfgang Borchert.

    1981y Deixo's Poisar,de Francisco Pestana, Carlos Paulo,Abel Neves Gil Vicente e Fernando Pessoa.Como Director Tcnico: Montagem e Luminotcnica;y Serena Guerrilha, criao colectiva. ComoDirector Tcnico: Montagem e Luminotcnica;

    Fundao do Novo Grupo de Teatro.

    1982y Oiam como eu Respiro, de Dario Fo/FrancaRame. Encenao de Joo Loureno.

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    1983y O Suicidrio, de Nikolai Erdman. Encenao deJoo Loureno.y Comdia Moda Antiga, de Alexei Arbuzov.Encenao de Jorge Listopad.

    1984y A Boa Pessoa de Setzuan, de Bertolt Brecht.Encenao de Joo Loureno.y Confisses numa Esplanada de Vero, de A.Tchekov, A. Strindberg, L. Pirandello, S. Beckett.Direco de Mrio Viegas.y UBUPortugus - 2002 Odisseia no Terreiro doPao, de Joo Loureno,Vera San Payo de Lemos.Encenao de Joo Loureno.y OEsfinge Gorda, Poemas e Cartas de FernandoPessoa e Mrio de S Carneiro.

    Desde a fundao do Novo Grupo de Teatro, alm daparticipao como actor, dirige a Produo de todosos espectculos. A partir de 1985 dirige tambm aMontagem e a Luz.

    1985y Tu e Eu, de Friedrich Karl Waechter. Encenao deJoo Loureno.

    1986y Volpone, de Ben Jonson. Encenao de NorbertoBarroca.y Me-Coragem e os seus Filhos, de BertoltBrecht. Co-produo com o Teatro Nacional de D.

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    Maria II. Encenao de Joo Loureno.

    1987y O Jardim das Cerejas, de Anton Tchekov.Encenao de Joo Loureno.y A Segunda Vida de Francisco de Assis, de JosSaramago. Encenao de Norberto Barroca.y A Dama do Maxim's, de George Feydeau.Encenao de Joo Loureno.

    1988y A Rua, de Jim Cartwright. Encenao de JooLoureno.y A Nave Adormecida, de Fernando Dacosta.Encenao de Castro Guedes.y Romeu e Julieta, de William Shakespeare.Encenao de Joo Loureno.

    1989y

    A

    M

    armita de Papin, de Clara Pinto Correia.Encenao de Fernando Gomes.y HappyEnd, de Dorothy Lane/Bertolt Brecht.Encenao de Joo Loureno.

    1990y Na Solido dos Campos de Algodo, de Bernard-Marie Kolts. Encenao de Joo Loureno.y Desejo sob os Ulmeiros, de Eugene O'Neill.Encenao de Joo Loureno.y Loucos porAmor, de Sam Shepard. Encenao deJoo Loureno.

    1991

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    y O Suicidrio, de Nikolai Erdman. Encenao deJoo Loureno.y A Rapariga de Varsvia, de Mrio de Carvalho.Encenao de Fernanda Lapa.y Hotel da Bela Vista, de Odon Von Orvth.Encenao de Hellmut Reinke.

    1992y OMarido vai Caa, de George Feydeau.Encenao de Fernando Gomes.y Um Sabor a Mel, de Shelagh Delaney. Encenaode Joo Loureno.y A pera de 3 Vintns, de Bertolt Brecht.Encenao de Joo Loureno.

    1993y Top Girls, de Caryl Churchill.Verso de MelimTeixeira. Encenao de Fernanda Lapa.y O Tempo e o Quarto, de Botho Strauss.

    Encenao de Joo Loureno.y Oleanna, de David Mamet. Encenao de JooLourenoy Algum Olhar PorMim, de Frank Mcguinness.Encenao de Joo Loureno.

    1995y AMorte e a Donzela, de Ariel Dorfman.

    Encenao de Fernanda Lapa.y O Caminho Para Meca, de Athol Fugard, em co-produo com o Teatro Nacional D. Maria II.Encenao de Joo Loureno.y Coelho Coelho, de Coline Serreau. Encenaao deJos Carretas.

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    y OEnsaio, de Jean Anouilh. Encenao de JooLoureno.

    1996y AMinha Noite com o Gil, de Kevin Elyot.Encenao de Fernando Heitor.y As Presidentes, de Werner Schwab. Encenao deJoo Loureno.y Fernando Krapp Escreveu-me Esta Carta, deTankred Dorst. Encenao de Joo Loureno.

    1997y As Luzes, de Howard Korder. Traduo de MelimTeixeira. Encenao de Nuno Carinhas.y Pssegos, de Nick Grosso. Traduo de MelimTeixeira. Encenao de Jos Wallenstein.y Sweeney Todd, de Stephen Sondheim, em co-produo com o Teatro Nacional D. Maria II.Encenao de Joo Loureno.y

    gua Salgada, de Connor McPherson. Encenaode Joo Loureno.

    1998y s Vezes Neva em Abril, de Joo Santos Lopes.Encenao de Joo Loureno.y OMar Azul, Azul, de Joo Loureno, Vera SanPayo de Lemos e Jos Fanha. Encenao de Joo

    Loureno

    1999y Luz de Inverno, de David Hare. Encenao deJoo Loureno

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    y Quase, de patrickMarber. Encenao de JooLourenoy A ltima Batalha, de Fernando Augusto, comencenao de Fernando Heitory Top Dogs, de Urs Widwer, com encenao de JooLoureno.

    2000y Lucefcit, de Conor McPherson, com encenao deJoo Loureno.y A ltima Batalha, de Fernando Augusto, comencenao de Fernando Heitory At mais Ver, de Oliver Bukowski, com encenaode Joo Loureno

    2001y A Visita, de Eric-Emmanuel Schmitt, comencenao de Joo Lourenoy Socos - Peas dos ltimos dias, de Neil Labute,

    com encenao de Joo Loureno

    2002y PeerGynt, de Henrik Ibsen, com encenao deJoo Loureno

    TELEVISO

    1971y Vida do Grande D. Quixote de La Mancha e doGordo Sancho Pana, de Antnio Jos da Silva. OJudeu, realizao de Jorge Listopad.

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    y O Processo de Joana D'Arc, realizao de JorgeListopad.

    1972y A Rabeca, de Helder Prista Monteiro, realizao deJorge Listopad.

    1979y Ferno de Magalhes Entrevista Histrica doPrograma Tal e Qual de Joaquim Letria/ThiloKrassman.

    1980y OElefante Infantil, realizao de Seme Lufi;y O Drago, de Euguni Schwartz, realizao de LuisFilipe Costa;y A Csar o que de Csar, da srie Uma Cidadecomo a Nossa, realizao de Luis Filipe Costa.

    1982y D. Afonso Henriques e Marqus de Pombal, noprograma Arco Iris, realizao de Luis Filipe Costa;y Moskavid-Off, no Jri de Festa Festa, de JlioIsdro;

    1983y Frankamente Dr. e Frankamente Jnior, no juri

    de Festa Festa, de Jlio Isdro;y Les Foudres de Bachus, co-produo Luso-Francesa;

    1984

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    y Chuva na Areia, de Luis Sttau Monteiro, realizaode Nuno Teixeira.y Participa em dobragens de sries infantis.y A partir desta data participa em vrias co-produes da RTP com congneres europeias.

    CINEMA

    1970y Nojo aos Ces, realizao de Antnio Macedo.

    1973y MalAmado, realizao de Fernando Matos Silva.

    1981yJack, realizao de Antnio Silva.

    A partir desta data participa em vrias produes eco-produes cinematogrficas internacionais, a

    ltimas das quais (Luso-francesas) La peau duserpent.

    Festivais Internacionais:

    1970y I Festival Internacional de Teatro de San Sebastian- Espanha.

    1971y I Festival Internacional de Teatro de Madrid -Espanha.

    1973

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    y IX Festival Mundial de Teatro de Nancy - Frana.y V Festival Latino Americano de Teatro de Manizales- Colombia.y IV Festival de Teatro de Vanguarda de Wroclaw -Polnia.

    1974y I Festival Internacional de Teatro de S.Paulo -Brasil.y II Festival Internacal de Teatro de Caracas -Venezuela.y I Semana Internacional de Arte de Budapest -Hungria.

    1975y X Festival Mundial de Teatro de Nancy - Frana.y XX National Student Drama Festival - Londres-Inglaterra.y V Festival de Teatro de Vanguarda de Wroclaw -

    Polnia.y Festival de Berlim - Alemanha.

    1976y Stagione 75/76 do Teatro Regionale Toscano -Itlia.y XI Festival Mundial de Teatro de Nancy - Frana.y I Festival Internacional de Teatro de Vitria -

    Espanha.

    1977y Festival das Naes - Paris - Frana.y Festivais e Mostras de Teatro e de Cultura: Mxico,Guatemala, El Salvador e Costa Rica.

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    1978y Festival Internacional de Teatro de Stuttgart-Alemanha.

    1979y Festival Internacional da Criana - Sibenik-Jugoslvia.y I Festival Internacional. de Teatro de Valladolid -Espanha.

    1980y I Festival Internacional de Teatro de Zaragoza-Espanha.y I Festival Internacional de Teatro de Alicante-Espanha.

    1981y III Festival Internacional de Teatro de S.Paulo-

    Brasil.y V Festival Internacional de Teatro de Caracas Venezuela

    TEATRO ESSENCIAL

    O que me encanta no teatro esta possibilidade de escolher. Assim, escolho paramim o Teatro Essencial. E o estabeleo como meu. Aquele teatro que tenha omnimo possvel de efeitos, o mnimo. E que contenha a mxima teatralidade emsi prprio. Que na figura do humano no palco se realize uma alquimia nica:

    aquela em que a realidade da representao (da reapresentao) mais vibranteque o prprio tempo cronolgico. Que critique esse tempo, que revele esse tempo.Que nesse fim de sculo o teatro possa reafirmar o sentido essencial como bemmais evidente que matria descartvel. Quero trocar a fantasia da composioteatral pela presena viva do ator. Acredito na relao de nova realidade que sefaz na fora da presena viva do ator, engajado na histria com suasidiossincrasias, sem recursos do fabricado, limpidamente como gua na fonte.Como atriz, diretora, autora, minha preocupao sempre o poder, as injustias

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    sociais, os comportamentos padronizados, a esttica e a tica ranosa do sistemapatriarcal capitalista.

    Cada vez mais estou menos interessada nos movimentos microcsmicos dasociedade. Cada vez menos cultivo dolos. Cada vez menos acredito no best-

    seller. O senso comum est desmistificado no Brasil que pra para ver novela.Que elege seus mitos com os mesmos parmetros com que reclama, invarivel epassivamente, do governo. Essa sociedade que se protege no tero do padro.Cada vez mais estou mais anarquista. Cada vez mais rio dos polticos (dos deprofisso e dos de atuao). Cada vez mais me salvo pelo caminho pessoal,individual, nico. Aos meus ex-alunos sempre digo, se me perguntam o que fazer:inventem, porque os princpios esto rangendo, h algo de podre em todos oslugares. Trabalho pelas geraes que viro, no tenho a menor crena noresultado imediato. Mas sei que o Teatro Essencial altera algumas bases do nossoteatro. J no fico bbada com o sucesso. Apenas mais cientfica sobre asplatias. Nem as conquistas de mdia me seduzem. No me delicio com odeslumbre. Quero uma organizao mais limpa da comunicao. Que se respiremenos barrocamente nesta rea.

    Odeio a maior parte das regras de nossa organizao social. Considero antivida,com cheiro de mofo, todos os cnones comportamentais, o gosto da estticaburguesa, a despersonalizao de colonizado. A morna atitude de nossa naomediocriza nossa experincia vital. A nossa cultura reflete esse cmodo respirarconsumista, essa falta de diversidade. Esse pequeno clube de interior, que nosso ambiente cultural, se ressente. Ser artista aqui exige que se enfrente osolitrio desejo pessoal de mudar, de inventar, de renovar. Quanto ao mercado,sobreviver dentro dele j outra perspectiva. Igual a qualquer outro mercado.

    Acrescido do abandono do que seja arte numa Republiqueta.

    STANISLVSKI E MEYERHOLD

    STANISLVSKI, MEIERHOLD & CIA, de Jac Guinsburg. EditoraPerspectiva, 329 pgs., R$ 40,00.Paulo Bezerra livre-docente pela USP e tradutor [email protected]

    A relao Stanislvski-Meierhold marcada por aquela tensodialtica que caracteriza todo processo de busca, renovao eenriquecimento da atividade criadora e envolve personalidades detemperamentos opostos. O primeiro, um tipo mais sistmico (sem serconservador), com seu caminho solidamente pavimentado, mas

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    sempre atento descoberta, ao novo, e apoiando de forma irrestrita abusca da novidade; o segundo, irrequieto, atirando para todos os ladosna busca da descoberta, meio anrquico, o que ir aproxim-lo deMaiakvski por uma atrao quase natural.

    O livro comea com uma anlise sinttica e abrangente da "revoluocoperniciana" que Stanislvski realizou no palco, onde procurouobsessivamente chegar s "representaes ideais" e "edificaocalculada da encenao". Partindo da verdade e da realidade comoelementos essenciais a serem atingidos na arte com o auxlio doMtodo, ele conjuga tudo isso com uma criao que se d em "trsesferas que se interpenetram: a emocional, a imaginativa e a carnal".

    A verdade do representado est na conjugao orgnica dessas trsesferas.

    Meierhold discorda da viso mimtica stanislavskiana: o simbolismorusso notoriamente antimimtico, procura transformar a obra de arteem algo inacabado, que requer a colaborao criadora do leitor. ParaMeierhold, a representao stanislavskiana excessivamentecentrada no palco, ignora o espectador. Meierhold abole o palcotradicional, incorpora a ele a platia e o espao ao redor comoambiente criador; o simbolismo procura despertar no leitor suas

    prprias potencialidades criadoras, formar nele uma percepo comoprocesso dialtico, uma interao entre a sugesto e aoindependente.Graas incorporao de mltiplos elementos simbolistas aoespetculo, Meierhold criou um dialogismo de formas dramticas derepresentao, dando um carter extremamente dinmico aocnica e fazendo do seu espectador uma espcie de co-autor eparticipante da representao cnica, chegando, como afirmaGuinsburg, "ao teatro da 'conveno consciente', onde a rampa

    abolida e o palco desce ao nvel da orquestra, onde o espectador considerado, juntamente com o autor, o encenador e ator, o quartocriador do espetculo". Tudo isso, como o mostra o autor, deve-se aoengajamento de Meierhold na cena revolucionria ps 1917, onde elefunde vanguarda esttica com vanguarda histrica.

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    - Os Sete Afluentes do Rio Ota

    Pea do conceituado dramaturgo, diretor e ator de vanguarda canadense RobertLepage. O enredo trata de uma pea - de Georges Feydeau - dentro da pea.Direo de Monique Gardenberg, com Lorena da Silva e Thierry Trmouroux.

    A gente encontra o prprio estilo quando noconsegue fazer as coisas de outra maneira."

    (Paul Klee)

    100 OBJETOS PARA REPRESENTAR O MUNDO (PeterGreenaway)

    Mais do que teatro, um espetculo multimdia do diretor ingls Peter Greenaway, maisconhecido entre ns por seus filmes ("Afogando em Nmeros" etc.). Foi concebidoespecialmente para a Net, claro: Greenaway est na vanguarda da utilizao detecnologia em arte, em todas as bases (vdeo, cinema, teatro e, agora, Internet). Vocpode dar uma olhada em quantas pginas quiser, mas espiar ao menos o "objeto dodia" pela manh pode ser um bom estmulo para a sua sensibilidade funcionar duranteumas 24 horas. Em ingls e francs.

    http://www.tem-nanterre.com/greenaway-100objects/

    ENTREVISTA COM FERREIRA GULLAR

    O GLOBO - O que seria uma autntica vanguarda hoje?

    FERREIRA GULLAR - Isso outra coisa que j acabou. A vanguarda nasceu nofinal do sculo passado produto de um reflexo no campo das artes do queocorria no campo poltico, da formao dos partidos e dos manifestos. O manifestocomunista de Marx um dos documentos iniciais desse processo. Depois veio omanifesto artstico. Ou seja, uma atitude diante da sociedade diferente doperodo anterior, quando no havia partidos. A vanguarda era tambm umaexpresso militar e teve um sentido que est ligado sociedade capitalista, queelege o progresso como o seu principal valor - e, ligado a isso, vem a noo donovo. Mas por volta de 1917 Picasso j advertia que ele tinha sido um dos

    responsveis pela destruio dos parmetros e referncias no campo das artes.Ele comeava a ver que, quando voc quebra todas as referncias, fica sem limitee fica difcil distinguir a vigarice, a empulhao, do que criativo. indiscutvelque este processo que comea com o impressionismo e vem at os nossos dias enriquecedor da experincia esttica. Mas no que ns chamamos de movimentode vanguarda h muitos artistas que foram mera embromao, eles se contam ascentenas. O movimento construtivista, por volta de 1919, produz obrasimportantes, mas se esgota. A linguagem nova que mais perdurou foi a de signos

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    e formas abstratas, na linha de Kandinsky. Imaginava-se que ia surgir uma coisaque estava s no sonho das pessoas, que era uma linguagem da arte fundada nosinstrumentos da tecnologia que nascia. E esta linguagem no surgiu.

    A idia de novidade, do suposto novo, virou acadmica. Quem prestigia este tipode experincia, quem vai a Documenta de Kassel ou Bienal de Veneza? ocara que faz pintou ou gravura? No, o que rouba cinzeiro em avio. Ele institucional, o renovador e o consagrado. Estranhamente, o que se diz rebelde aquele que amparado institucionalmente. O novo, que uma noo cretina, velho em seguida. Nunca a arte de verdade se manteve apoiada nesse valor. Isso uma bobagem da poca moderna. Nenhum grande artista construiu uma obrapartindo da preocupao de fazer novidade da preocupao de fazer novidade.

    Quem est preocupado com o novo costureiro que lana moda. Quando vejo aspessoas destruindo os valores estticos, pergunto: em nome de qu? O que vocganha ao destruir a msica de Beethoven, cara? O que voc ganhar ao dizer queLeonardo da Vinci est superado? Vai botar trs botes pendurados no lugar daMona Lisa. No ganha nada. No precisa fazer a Mona Lisa, mas tem que tercoragem de reconhecer que muito antes de ns os caras j faziam coisasmaravilhosas e que ns no precisamos destru-las para nos afirmarmos. Pelocontrrio, uma fonte de estmulo saber que houve poetas como Baudelaire,Dante e Homero. O cara senta em cima de um edifio destrudo e diz com glria:"Eu destru". Destruiu o qu? Nada. "Vou pegar os tijolos, as roscas e osparafusos e mostrar como eu destru". Eu quero ver contruir!

    O GLOBO - O que acha de Arnaldo Antunes?

    FERREIRA GULLAR - Aquilo uma bobagem, no tem nada a ver com poesia.Claro que cada um tem sua noo de poesia, mas se o poema no local onde apalavra se transforma, ele s tem aparncia de ser uma coisa nova, mas umacoisa morta. Voc pegar palavras isoladas e fazer efeitos visuais, isso pertence aoterreno das artes grficas. O pessoal ainda est na onda do modernoso, temmedo de se comover, medo do sentimento, pensa que mostrar afetividade servelho. um problema para Freud.

    EXPO ART

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    (ARTE EM INTERNET- NUMERO 11 ITEM VANGUARDA)

    OS ANOS LOUCOS DE PS/ GUERRA

    Os acontecimentos que precederam 1922, e,especificamente, a Primeira Guerra Mundial , que teve incioem 1914 , alterou imensuravelmente o mundo ocidental eteve seus reflexos no Brasil.

    Vrias propostas de paz foram discutidas para por fim guerra, sendo a mais importante a dos, o Quatorze Pontos,proposta pelo Presidente Wilson, apresentada no congressoem janeiro de 1918 e dentre os quais figurava a criao da

    Liga das Naes Unidas.

    Ao final do vero de 1918, a guerra aproximava-se do fim ecom o colapso das potncias centrais foi assinado umarmistcio. Em 1919, com a Conferncia de Paris assinou-seo Tratado de Versalhes.

    Decisivamente a guerra acarretou conseqncias quealteraram o mundo. Alm das questes referentes economia que transtornou o equilbrio do comrcio e fez aEuropa perder muitos mercados, produziu tambm umainflao mundial devido s polticas de financiamento a quese recorreram os governos para custear a luta.

    Conseqncias positivas houveram, como por exemplo aliberdade para as mulheres que foram emancipadas eganharam o direito ao voto pelo menos em duas grandes

    naes. Mas, de outro lado, grande foi a desiluso -particularmente da classe mdia - quanto postura cobiosados polticos na definio do tratado de paz, traindo osprincpios da causa internacional em prol dos objetivosnacionais.

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    Por um breve lapso de tempo, teve-se a impresso de que ameta de fortalecimento da democracia talvez tivesse sidoatingida: a Alemanha iniciou o ps guerra como umarepblica; os novos estados criados pelo Tratado de

    Versalhes tentaram funcionar como governos representativos.Contudo, j ao final de 1939, apenas trs pasespermaneciam como tal: a Gr - Bretanha, a Frana e osEstados Unidos.

    Como se pode ver, gestou-se no ps - guerra, uma revolta,sobretudo dos jovens quanto crena nos princpiosdemocrticos. Nesse contexto desenvolveu-se na Rssia o

    comunismo que conduziu pela primeira vez na histria aclasse operria ao poder e, adiante, na Itlia o fascismo, comMussolini.

    A desiluso portanto trazida pela primeira guerra mundial eesses acontecimentos polticos, sociais e econmicos quevieram em sua esteira, abalaram as crenas at entoprevalecentes.

    Assim pode-se concluir que as duas primeiras dcadas dosculo XX foram marcadas pela crise do capitalismo e onascimento da democracia de massas. A revoluo socialistaameaou a burguesia e esta, tomou conscincia deste risco.O progresso materializado nas invenes do telgrafo,automvel, lmpada, cinema, avio e telefone gerou umaeuforia conseqncia da revoluo cientfica experimentadanaquele momento.

    Esta euforia, no entanto, durou pouco. A desconfiana nossistemas polticos , sociais e filosficos vigentes, levaram asociedade a a questionar os valores de seu tempo.

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    Travada na esperana de tornar o mundo seguro para ademocracia, a primeira guerra mundial, tornou-serapidamente uma "guerra popular, na qual civis, ao lado dossoldados nas trincheiras participavam de violentasmanifestaes em favor do extermnio do inimigo. Frutificouuma epidemia de revolues, dentre as quais a revoluoRussa, e lanou a semente de novos conflitos no futuro ,ainda mais contundentes. Por tudo isto, fixou o padro deuma era de violncia que tem-se mantido durante a maiorparte do sculo XX."

    Assim pode-se concluir que as duas primeiras dcadas dosculo XX foram marcadas pela crise do capitalismo e onascimento da democracia de massas. A revoluo socialistaameaou a burguesia e esta, tomou conscincia deste risco.O progresso materializado nas invenes do telgrafo,

    automvel, lmpada, cinema, avio e telefone gerou umaeuforia conseqncia da revoluo cientfica experimentadanaquele momento.

    Esta euforia, no entanto, durou pouco. A desconfiana nossistemas polticos , sociais e filosficos vigentes, levaram asociedade a questionar os valores de seu tempo.

    Conhecido como os "anos loucos" esse perodo marcado ,principalmente, pela nsia de viver freneticamente, fruto daincerteza lanada pela guerra quanto possibilidade de paz.

    Na filosofia nasceu o positivismo lgico como uma filosofiainflexivelmente cientfica. Os socilogos aliaram-se aos

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    filsofos na negao dos valores da metafsica - Max Weber ,bem como Freud e Carl Jung estudiosos da psicologia epsicanlise.

    Os movimentos literrios mostraram tendncias semelhantes da filosofia. Decepcionados com as brutalidades da IGuerra mundial e o no cumprimento dos pactos da vitria,impressionaram-se pelos avanos da cincia e da tecnologia,e, em especial pelas " sondagens feitas nos segredos ocultosda mente" pela nova cincia da psicanlise.

    Assim os temas eram frustrao, cinismo e desencanto,

    destacando-se figuras de grande expresso como ErnestHemingway, Bertold Brecht, Marcel Proust, Virgnia Woolf eoutros.+

    Na msica refletiu-se tambm o esprito de desencanto,nascendo inovaes contrrias tradio romntica,destacando-se Wagner, Claude Debussy, Maurice Ravel,Arnold Schoenberg, Igor Stravinski.

    Na arte as tendncias foram semelhantes, quebrando-se oconvencionalismo e explorando-se novas fronteiras estticasdistantes do gosto das pessoas comuns. Nasceram ento osmovimentos de vanguarda que, cronologicamente ,podem serassim relacionados: futurismo, expressionismo, cubismo,dadaismo e surrealismo. Todos eles propondo adesorganizao da cultura e da arte produzida at ento.

    Particularizando estes movimentos, verifica-se em suascaractersticas essenciais o seguinte;

    O futurismo, lutava pela destruio do passado, mudando ,sensivelmente, a forma de representar a realidade, focando omovimento dos objetos em seu deslocamento no espao.

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    (Felippo Tommaso Marinetti )

    O expressionismo, trouxe a idia de que as composiesabstratas podem ser to eficientes quanto as realistas,

    valorizando cores, texturas e pinceladas. ( Lasar Segal eAnita Malfatti)

    O cubismo agregou uma tcnica de expresso na qual oartista fraciona o elemento da realidade e recria-o atravs deplanos geomtricos superpostos. ( Pablo Picasso, Mondrian eoutros)

    O dadaismo radicalizou. Nada propunha exceto a destruio.Era contra os valores da cultura e buscava um mundomgico. ( Tristan Tzara)

    O surrealismo foi o ltimo movimento de vanguarda e atravsdo seu Manifesto lanado em 1924, assim se definia: (...) "asprofundezas de nosso esprito abrigam foras estranhascapazes de aumentar as da superfcie (...) a pretenso eraatingir uma realidade situada no plano do subconsciente e doconsciente. ( Salvador Dal )

    Na arquitetura, tambm os arquitetos empenharam-se emnegar o sentimentalismo e despertaram para a conscinciade que os estilos arquitetnicos no estavam em harmoniacom as realidades da moderna civilizao. Nasceu ofuncionalismo, uma das mais importantes inovaes desde arenascena, tendo como pioneiros Otto Wagner na

    Alemanha, Louis Sullivan e Frank Lloyd Wright nos EstadosUnidos.

    Conhecida tambm como arquitetura moderna ou estilointernacional, incorporava a idia de que o "homem modernono acredita nas idias helnicas de harmonia, equilbrio e

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    conteno ou nas virtudes medievais de piedade e fidalguia,mas sim em fora, eficincia, rapidez e conforto."

    Representou tambm a melhor abordagem para o uso

    eficiente dos recursos mecnicos e cientficos do mundocontemporneo.

    Permitiu a aplicao de novos materiais tais como ao, vidroe concreto. Da prtica desse novo estilo funcional nasceu aescola Bauhaus em 1919, fundada por Walter Gropius e queserviu de centro para a teoria e a prtica da modernaarquitetura. - " O contedo esttico de um edifcio s pode ser

    expresso legitimamente em termos de sua finalidade".

    O ponto culminante do reflexo de toda essa ruptura entre ovelho e o novo, o antigo e o moderno, no Brasil, foi a Semanade Arte Moderna.

    A corroso da arte acadmica brasileira era acompanhadapela intensificao das greves operrias contra a carestia, fundao do Partido Comunista Brasileiro, criao daColuna prestes e o crescimento do tenentismo, gestando-secom esses e outros fatos a Revoluo de 30, numa tentativade reestruturar a sociedade brasileira em busca de uma novasada poltica.

    NOTAS SOBRE ARTE

    A arte uma forma de conhecimento que exige leituras e

    reflexes especficas.

    .....Sua apreenso no se limita ao olhar do primeiro instante.Sem as informaes necessrias passam despercebidos apesquisa e o aprofundamento da linguagem. A aparncia

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    satisfaz o olhar desavisado.

    .....S se v aquilo que se olha. (Merleau-Ponty). O que

    percebemos numa obra de arte aquilo que recolhemos emnosso modelo de ver. O homem inserido numa sociedade,numa linguagem, por onde aprende a ver, pensar e sentir. Alinguagem o dispositivo atravs do qual ele se apropria dascoisas, dos seres, das formas e das cores.

    .....Como arte pode ser qualquer coisa, em nome da arte

    contempornea, somos muitas vezes colocados diante dealguma coisa que dizem ser arte. Qual o critrio?

    .....Para o artista no basta saber pintar, muito menos seapropriar de imagens ou objetos, de forma aleatria, indispensvel ter referncias e dispor de um mtodo. Cadaartista concebe sua arte a partir de sua prpria teoria, mesmoque esta no esteja explicitamente formulada.

    .....Uma obra encerra mltiplas possibilidades de indagao.Recriamos as imagens em nossa percepo, e asmodificamos subjetivamente de acordo com nossaexperincia de vida. Projetamos sobre elas os nossos valorese nossas inquietaes. As obras de arte se completam deformas diferentes na imaginao de cada espectador.

    tambm objeto de decorao, acrescenta ao espao habitadoa curiosidade de um abrigo potico.

    .....Falar de arte preciso aprender o mtodo de observar suaproduo, preciso ir do conceito obra e da obra ao

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    conceito.

    .....Compreende-se a arte a partir da obra, um processo ligado

    experincia e ao pensamento que aciona certas condiessubjetivas do conhecimento. Se conhece o artista atravs desua obra, e esta uma inveno da atividade do artista,(Heidegger).

    ..... um fazer poltico localizado. A arte tem sua prpriamaterialidade. Ela no lugar de apoio para outras polticas,

    mesmo essas chamadas culturais que ignoram questesacerca das linguagens e suas transformaes. Ao curso degrandes perodos histricos, juntamente com o modo deexistncias das comunidades humanas, modifica-se tambmseu modo de sentir e perceber , (Walter Benjamin). A arteparticipa dessas mudanas como tarefa poltica detransformar a realidade dentro de um territrio determinadodo saber.

    .....A arte est sujeita a um sistema de poder estranho ao fazercultural. A arte deixa de ser vista como um fenmeno cultural,para se tornar um fato exclusivamente social e de mercado. Oproblema no o mercado, ele necessrio e tem um papelimportante no circuito da arte, mas a importncia que ele vemassumindo como agente principal do circuito. Ele at facilitoua produo, sem dvida, mas fez com que o valor de troca

    levasse a reflexo recesso.

    .....Estamos atravessando um momento, onde cada vez maisdifcil a produo cultural sem a interferncia da mdia e dosinteresses do mercado. Se a tica desta sociedade o

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    consumo, tudo passou a ser determinado pela lei domercado: a sade, a educao, a cultura, etc.

    .....

    O intelectual e o crtico so dispensveis numa sociedade,onde o mundo do pensamento pouco tolervel, por outrolado, os patrocinadores, os empresrios da arte, osprofissionais de marketing, os curadores... so osprotagonistas da arte.

    .....O artista que era um arteso desqualificado at sculo xiv, a

    partir do Renascimento passou a ocupar um lugar dedestaque no territrio do conhecimento, e neste novo milnioele considerado o vilo da cultura.

    .....O que vem ocorrendo com as artes plsticas e a cultura deuma forma geral, faz parte do espetculo de uma sociedadeque v na reteno de riquezas o objetivo da vida. Umainstituio cultural dispe de poucos recursos, fica por contados patrocinadores a programao e a poltica cultural.

    Almandrade(artista plstico, poeta e arquiteto)

    HISTRIA DO TEATRO

    ITEM ENCICLOPEDIA DO TEATRO VANGUARDA-11

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    1898 Constantin Stanislavski e Nemirovitch-Dantchenko fundam o Teatro de Arte de Moscou, ondeacontecem revolues cnicas fundamentais. Ator eencenador, Stanislavski cria um sistema de atuaono qual prope uma interpretao natural e viva, queescape aos esteretipos e mera imitao. Pelaprimeira vez se recorre ao psiquismo como fontecriadora. Sua teoria est reunida nos livros APreparao do Ator eA Construo do Personagem.Seus ideais cnicos e interpretativos encontram maiorexpresso na dramaturgia de Tchecov, o mais perfeitoretratista de uma Rssia em transio para um novotempo.

    Sculo XX A figura do encenador detm hegemoniade um teatro at ento dominado pelo dramaturgo, eStanislavski influencia toda a cena europia. Adramaturgia chama a ateno em casos como os dePirandello ou do Teatro do Absurdo. As montagens

    invadem espaos no convencionais, como galpes,fbricas e circos. A iluminao adquire novas funes,explorada at o limite pela tecnologia. A diversidade a tnica do sculo.

    1900 Edward Gordon Craig torna-se encenador apstrabalhar como ator. Cria a revista The Mask, quecircula de 1908 a 1929. Nela publica os dois textos

    que contm suas idias bsicas: Os Artistas de Teatrodo Futuro e O Ator e a Supermarionete. Para ele, acena arquitetnica deve substituir a pictrica, ou seja,o telo pintado no fundo do palco deve serabandonado e o encenador deve recorrer a telas oubiombos articulados, de propores variveis, cuja

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    mutao coincida com as metamorfoses do drama.Craig considerado o grande modificador do espaocnico.

    1902 O ator e encenador Meyerhold, discpulo deStanislavski, funda a prpria companhia. Afasta-se dorealismo e, empreendendo constantes pesquisasespaciais e corporais seus atores passam porintensa preparao fsica, dentro de um mtodo queele chamar de biomecnica , passa pelo simbolismoe recorre a formas cnicas populares, como teatro defeira, circo, music-hall, cinema e pantomima paraconquistar a desejada teatralidade. Em suasmontagens, a linguagem cnica to importantequanto a narrativa. O exemplo mais acabado disso sua montagem de O Inspetor Geral, de Gogol.

    1907 O austraco Oskar Kokoschka escreveAssassino a Esperana das Mulheres, pea

    considerada, juntamente com A Estrada de Damasco,de Strindberg, e O Despertar da Primavera e A Caixade Pandora, de Wedekind, obra precursora doexpressionismo. O drama expressionista desenvolve-se sobretudo na Alemanha, at 1922. Ele se definepor oposio ao naturalismo e usa vises simblicas eabstratas para expressar a angstia e o xtase. Aencenao trabalha a deformao no cenrio, no jogo

    de luz e sombra da iluminao e no corpo do ator, quedeve traduzir os sentimentos. O mais famosoencenador dessa corrente Leopold Jessner, e dentreos dramaturgos esto Georg Kaiser e Ernst Toller.

    1913 Abertura do teatro Vieux Colombier, em Paris,

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    por Jacques Copeau. A partir de contatos com Craig,Dalcroze e Appia, Copeau empreende uma renovaocnica baseada na valorizao do texto e na nudez dacena. Zelando pela preparao do ator, ele cria umacompanhia regida tanto pela esttica quanto pelatica, o que leva a uma vida comunitria que passapor intenso trabalho corporal, de improvisao eestudo de textos. Suas idias influenciam por muitotempo o teatro francs, desde o famoso Cartel,constitudo por seus discpulos Gaston Baty, CharlesDullin, Louis Jouvet e Georges Piteff, at o ThtreNational Populaire (TNP), de Jean Vilar.

    1916 Eugene ONeill, autor norte-americano deorigem irlandesa, encenado pela primeira vez peloProvincetown Player (Na Estrada de Cardiff e Sede).Classificado simultaneamente como um dramaturgorealista, naturalista, expressionista e simbolista, pelosdiversos aspectos de sua obra, ONeill abre caminho

    para a expresso lrica dos homens em luta contra seudestino e se torna o grande clssico do teatro dosEstados Unidos (EUA). Somente dois autores norte-americanos alcanam tanta repercusso quanto ele:Tennessee Williams e Arthur Miller.

    1920-1921 O alemo Erwin Piscator funda o teatroproletrio para difundir a idia da luta de classes,

    colocando o teatro a servio do movimentorevolucionrio. Seguidor de Meyerhold,paulatinamente modifica a cena at chegar sconstrues geomtricas, em plataformas,multiplicando os planos de ao e pontuando arepresentao com projees cinematogrficas e

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    cartazes. precursor de Brecht.

    1922 Simultaneamente estria em Munique deTambores na Noite, publicada Baal, as duasprimeiras peas de Bertolt Brecht. Terico, poeta,dramaturgo e encenador, Brecht adere ao marxismo ecria o teatro pico, que se ope concepodramtica (aristotlica) de teatro. A narrativa no mais linear. O recurso do distanciamento, isto , dono envolvimento do ator com o personagem, usadopara a conscientizao poltica. Esse distanciamento reforado pelo uso de cartazes, projees e canes.

    1932 O primeiro manifesto do Teatro da Crueldade lanado por Antonin Artaud. Ele reivindica o uso docorpo, do grito e do encantamento para despertar as"foras subterrneas" do homem. Este e seusprincipais escritos sobre teatro so reunidos, em1938, em O Teatro e Seu Duplo. Artaud pretende um

    teatro concebido como ritual, com perspectivametafsica. Para ele, o espetculo precisa ser total eno deve haver a separao palco-platia. Apesar demalsucedido em suas tentativas de encenao, emsua poca o teatro de Artaud influencia toda umagerao a partir de 1960. Suas Obras Completas sopublicadas em 1956.

    1944 Tem incio a carreira do encenador ingls PeterBrook, com Doutor Fausto, de Marlowe. Brook montaum repertrio que vai de Shakespeare a comdiasligeiras e trabalha com grandes atores como sir JohnGielguld, Laurence Olivier e Paul Scofield. Em 1955circula pela Europa com Titus Andronicus. Em 1962,

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    sua montagem de O Rei Lear marca o incio do queele chama de "espao vazio": ausncia de cenrio econcentrao do espetculo no ator.

    1947 Elia Kazan, Cheryl Crawford e Robert Lewisfundam o Actors Studio, em Nova York. Em 1951, LeeStrasberg passa a dirigi-lo, aps lecionar durante doisanos. Strasberg aplica nessa escola seu mtodoinspirado livremente em Stanislavski. Muitos grandesatores americanos se formam a: James Dean, MarlonBrando, Paul Newman, Elizabeth Taylor, DustinHoffman, Robert de Niro.

    1947 Giorgio Strehler e Paolo Grassi criam o PiccoloTeatro de Milo, que se torna o mais importanteteatro da Itlia. Considerado o encenador do grandeespetculo, Strehler dirige mais de 200 encenaesdramticas e mais de 50 lricas. Sua montagem maismarcante Arlequim, Servidor de Dois Amos, de

    Goldoni. Durante mais de 40 anos, Arlequim passa porseis verses, a ltima em 1987.

    1950 Estria de A Cantora Careca, de EugneIonesco, considerada a pea inaugural do teatro doabsurdo, cuja origem est no existencialismo e nomal-estar do ps-guerra. Os personagens do teatro doabsurdo so seres desenraizados e imveis,

    representantes de uma humanidade em escombros.Alm de Ionesco, so enquadrados no movimentoSamuel Beckett, considerado um dos maioresdramaturgos do sculo XX, Arthur Adamov, JeanGenet, Harold Pinter, Edward Albee e Arrabal.

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    1958 O Living Theatre, fundado em 1947 por JudithMalina e Julian Beck, torna-se o centro da vanguardacultural nova-iorquina. Um dos mais importantesgrupos ligados criao coletiva, faz uma srie deturns pela Europa a partir de 1961. O grupo, que seinspira em Artaud e vive em comunidade, submete-sea intenso treinamento fsico. Nos espetculos no hcenrios nem figurinos e os atores criam um ritual deiniciao que deve envolver o espectador. O Living omais legtimo representante da contracultura noteatro e seus espetculos mais importantes so: TheConnection (1959), de J. Gelber, The Brig (1963),Frankenstein (1968), baseado em Mary Shelley,Antgona (1967), adaptado de Brecht, e Paradise Now(1968). Em 1970, o grupo encerra sua carreira, masseus lderes continuam apresentando espetculos emtodo o mundo.

    1962 Fundao do Teatro Laboratrio de Jerzy

    Grotowski, que, em 1965, passa a ser, oficialmente, oInstituto de Pesquisa para a Interpretao do Ator,em Wrclaw, Polnia. Suas pesquisas enxergam o atorcomo foco criativo e derivam para o teatro pobre, noqual o que interessa uma nova relao entre ator eespectador que crie uma experincia compartilhada.Das montagens vale citar Caim e Doutor Fausto(1960), Akropolis (1962), O Prncipe Constante (1965

    e 1969) e Apocalypsis cum Figuris (1968-1969). Osatores fazem um treinamento que visa no torn-loshbeis mas sim livr-los de esteretipos. Com basenisso, o ator elabora seu prprio repertrio de signos,que Grotowski denomina "partitura". Nos anos 70 fazexperincias de "cultura ativa", em que o ator no

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    mais se distingue do espectador e a noo deprocesso substitui a de representao.

    1964 Eugenio Barba, diretor italiano discpulo deGrotowski, cria o Odin Teatrat, em Oslo. Em 1966, setransfere para Holstebro, na Dinamarca. Alm dacriao de espetculos, desenvolve intensa pesquisasobre a arte do ator, a pedagogia e a comunicaoteatrais. O trabalho d grande nfase ao treinamentofsico, que varia dos exerccios de Grotowski atcnicas orientais e improvisao.

    1966 Peter Brook monta Marat-Sade, de PeterWeiss. Neste mesmo ano, na linha do teatro-documentrio, realiza US, sobre a Guerra do Vietn. Apartir dessa poca, seu trabalho se centra no corpo,na voz do ator e na improvisao.

    1969 Estria The Life and Times of Sigmund Freud,

    de Robert (Bob) Wilson, primeira encenao de portedo diretor. Bob Wilson criador de uma linguagemteatral indita, feita de imagens ou vises nas quaisas palavras se tornam massa sonora. Influenciadopelo trabalho de um jovem surdo-mudo, RaymondAndrews, monta o espetculo O Olhar do Surdo(1971). Em 1972, no Festival de Shiraz, Ir,apresenta Ka Mountain Gardenia Terrace, nas

    montanhas, ao ar livre. O espetculo, que tem adurao de uma semana, conta com a participao dojovem autista Christopher Knowles. Em 1974 montaUma Carta para a Rainha Vitria.

    CRIA O COLETIVA Nos anos 60, trupes de jovens

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    atores pem em questo o modo de produo atento utilizado e revem a distribuio de tarefas eresponsabilidades propondo a criao coletiva doespetculo teatral. As expresses maiores desseprocesso so o Living Theatre e o Thtre du Soleil.Tambm o discurso refeito, passando a expressar ouniverso e os anseios desses artistas, que refletem asgrandes mudanas pelas quais o mundo passa. Essa a poca da criao da plula anticoncepcional, darevoluo sexual, dos movimentos de minorias.Politicamente, a Guerra Fria divide os pases em doisblocos antagnicos.

    1970 Estria 1789, marco da criao coletiva doThtre du Soleil, grupo criado em 1964 e dirigidopela francesa Ariane Mnouchkine. As primeirasmontagens do grupo so Os Pequenos Burgueses(1964), de Gorki, Capitaine Fracasse (1965), ACozinha (1967), de A. Wesker, Sonhos de uma Noite

    de Vero (1968) e Les Clowns (1969), fase em queempreende pesquisa na linha do teatro popular. Apsa filmagem de Molire (1976-1977), o grupo passapor uma crise e abandona a criao coletiva.Mnouchkine assume o controle dos espetculos.

    1970 Peter Brook monta seu ltimo espetculo naInglaterra: Sonho de uma Noite de Vero, com

    tcnicas circenses e da pera de Pequim. Nessemesmo ano se instala em Paris, fundando o CentroInternacional de Pesquisas Teatrais (Cirt). Em 1974inaugura o teatro Bouffes du Nord, em Paris, antigogalpo que passa a sediar o Cirt. Brook monta a osantolgicos Timon de Atenas (1974), Os Iks (1975),

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    Ubu aux Bouffes (1977), A Conferncia dos Pssaros(1979).

    1970 Peter Stein e seu grupo assumem, a convitedo governo de Berlim Ocidental, o teatro Schaubhne,em que o coletivo chega gesto da casa deespetculos. Todos os colaboradores tomam todas asdecises sobre as questes administrativas eartsticas. Das assemblias participam do diretor aomais simples tcnico. Stein se demite do cargo dediretor artstico do Schaubhne em 1986, mas sempreretorna ao teatro como diretor convidado. Suasprincipais montagens nesse teatro so: A Me (1970),de Brecht-Gorki; Peer Gynt (1971), de Ibsen; OsVeranistas (1974), de Gorki; Como Quiserdes (1977),de Shakespeare; Trilogia do Reencontro (1978), deStein/Botho Strauss; Os Negros (1984), de Genet;Orstia (1980), de squilo; Fedra (1987); e RobertoZucco (1990), de Kolts.

    1970-1979 O grupo de Eugenio Barba se deslocabastante, apresentando seus espetculos emdiferentes pases. Troca experincias com outrasculturas, como pequenas aldeias europias e tribosindgenas da Amrica do Sul. Esse trabalho de teatroantropolgico leva fundao da Escola Internacionalde Antropologia Teatral (Ista) (1979), que promove

    encontros no mundo todo.1976 A montagem de Einstein in the Beach, criado

    juntamente com a coregrafa Lucinda Childs, marca oincio da colaborao entre o encenador Bob Wilson eo msico Philip Glass. A msica minimalista integra

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    perfeitamente seus espetculos, em que a repetiofaz parte da linguagem. A simultaneidade de aestambm marca as encenaes de Wilson, como em IWas Sitting in My Patio..., de 1977. Em 1979 cria,com a companhia de Peter Stein, na Schaubhne deBerlim, Morte, Destruio e Detroit.

    1978-1982 Jerzy Grotowski evolui para o que chamade "teatro das fontes". Trabalha com base nasculturas primitivas e de tradies ancestrais.

    1982 A montagem da pera Medea mostra BobWilson mais prximo de uma narrativa maistradicional. Nessa linha esto The Civil Wars (1983),Alcestis, de Eurpedes, Hamlet-Machine (1987), deHeiner Mller. Nos anos 90, seu trabalho segue essamesma linha com montagens como Orlando, deVirgina Woolf, Hanjo Hagoromo, Hamlet, a Monologuee A Doena da Morte, de Marguerite Duras.

    1985 O Mahabharata montado por Peter Brook eapresentado numa pedreira abandonada no Festivalde Avignon, na Frana. Sua concepo de teatro,essencial e econmica, encontra a a expressomxima. Posteriormente, ele transforma Mahabharataem filme. Seu trabalho no Cirt rene atores do mundointeiro.

    1985 O Thtre du Soleil monta os espetculos AHistria Terrvel porm Inacabada do PrncipeNorodom Sihanuk e, dois anos mais tarde, Indiade,ambos escritos em colaborao com Hlne Cixous.Neles abordam as grandes tragdias do mundo

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    contemporneo. As mais recentes montagens dogrupo, a trilogia grega denominada Os tridas(Ifignia em ulis, As Coforas, As Eumnidas), desquilo, e O Tartufo, de Molire, fazem uma reflexosobre a intolerncia. Desses espetculos, j na dcadade 90, participa a brasileira Juliana Carneiro daCunha.

    1986 Jerzy Grotowski passa a dirigir, em Pontedera,Itlia, um centro de experimentao e pesquisa. Lrecebe para aprendizado profissionais do mundotodo.

    1992 O diretor irlands Declan Donnellan dirigeAngels in America, um pico sobre a Aids, escrito peloamericano Tony Kushner. A pea de sete horas dedurao foi dividida em duas partes: MillenniumApproaches e Perestroika. Tambm desenvolvemtemticas sobre a violncia nas grandes cidades o

    canadense Brad Fraser (Unidentified Human Remains)e o ingls Jim Cartwright (The Rise and Fall of LittleVoice).

    1993 Com base em uma obra do neurologistaOlivier Sacks, Peter Brook monta o espetculoLhomme Qui...eu mais recente trabalho Je Suis unPhnomne, de sua autoria e de M. Hlne Estienne,

    montado em 1998.1995 A pea Art, de Yasmina Reza, francesa nascidano Ir, alcana projeo mundial e recebe prmios emParis, Londres e Nova York. Por meio da conversaentre trs amigos, a autora trata da disputa de poder

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    no mundo masculino. A pea montada no Brasil em1998, com direo de Mauro Rasi.

    1996 Martin McDonagh considerado um dos novosautores da dramaturgia inglesa aps a montagem dapea The Beauty Queen of Leenane, em Londres. Filhode irlandeses, McDonagh escreve comdias realistas,cheias de ironia e violncia. A crtica social tambmnorteia o trabalho do ingls Mark Ravenhill, autor deShopping and Fucking.

    1998 Bob Wilson cria, em parceria com Philip Glass,Monsters of Grace, espetculo multimdia que juntafilme, msica, imagem e texto. Com a utilizao detecnologia digital, as imagens so geradas emcomputador e projetadas em telo de 70 mm.

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    Lzl moholy-nagy (1895-1946)A atividade propeduticade Moholy-Nagysempre sedeuemregimedecooperaocom seu processodecriao. Naverdade, improvvel que se possa separarumdooutro, pois Moholyviatodaa sua produocomoumconjunto,noimportando seelasedestinavaaumcursodaBauhausouaumaexposioindividual. Moholyvoltou-se paratodas as linguagens quetinha suadisposio: fotografia,desenho,pintura,escultura,design,arquitetura,teatro.Foi, porassimdizer,umartistamultimdia,mas comumanooclaradocarterintersemitico queesta posturaimpunha.Cabeobservar,alis, queatendnciaatrabalharcomvrias linguagenssimultaneamente permanenteemtodasas manifestaes devanguarda,nosquatrocantos do planeta. A vanguardasempre foitributriadanoodeGesamtkunstwerk,desenvolvida pelocompositoralemo Richard Wagnere queinfluenciou,na Alemanha,at mesmo seupioneirismonoensinodas Artes e Ofcios.A Bauhaus nasceudiretamentedesta

    tradioe seoaspectointersemitico porvezes pontualemalguns dosmovimentos devanguarda,nocasodosautores aquicitados um fatoincontestvel. A interdependnciaentreoscdigos empregados obedeceao princpiounificadordamensagema sertransmitidade forma queos dilogos entreas vriasprodues,emvrios cdigos diversos,soencontrveis de formaconstante.Moholy foi paraa Bauhaus a partirdeum

    convitede WalterGropius, quedesejavaum substituto paraoexpressionistaJohannes Itten queabandonaraaescolapordiscordardeumatendnciaconstrutivista que seafirmavaento.Moholyjmilitavaneste pontodevistaartsticoe suachegada Bauhaus

    Seus dois livros publicados na Bauhaus,Von Material zu Architektur e Malerei,Fotografie, Film (Pintura,Fotografia,Filme(1925) e Domaterial Arquitetura (1929)esterepublicadonos Estados Unidos com

    onomede A Nova Viso (1930),comalguns trechos dooutrolivro) soindiscutveis premonies dotipodelgicaquehoje presideos CD-Roms (inclusiveaqueles destinados ao puroentretenimento). Os livros so fartamenteilustrados (noraroailustrao substituioprpriotexto) e suaorganizaogrficaetemtica permiteumaleituraemmltiplasdirees,comodeviaconvira qualquermanual. No improvvel quea formade

    organizaodePonto e linha sobre o Planode V. Kandinskytenhatambm sebeneficiadodesteesprito,reinantenaBauhaus,em que formaecontedodoslivros serenovavamdiantedas demandasdeumanova formadeensino.Damesma forma, Moholyteorizouerealizou filmes em que punhaem prticaosmesmos princpios quenorteavam seutrabalhodidtico. De 1922 a 1930 trabalhouno seu ModuladorEspao-Luz,uma

    espciedeesculturacinticadestinadaaestudaro problemadareflexo/ refraoetransparnciados materiais (ao,plexiglass) em funodaluz. O trabalhoresultouemum filme queintenta"registrar" os efeitos produzidos. O termoapareceentreaspas porque Moholycertamenteestavacientede queesta uma funo queoaparatocinematogrficonoestcapacitadoarealizare fezassimum filme que seconstituiemumoutro

    trabalhoderivadodo primeiro.

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    afirmavaumatendncia quea partirdeentono sofreriareverso. Mas eletambmeraumapaixonado pelos artefatostecnolgicos. Alguns de seus quadrosteriam sido produzidos portelefone (muito

    emboratestemunhos da pocadesmintameste fato). Realidadeouno,o queimporta queja podemos encontraralgumelodeligaocomo quehojenos deparamos.Mas essas conexes vomuitomais longedo queumaanedota.

    ..................................

    ..

    Modulador espao-luz, 1922-30(reconstruo)

    seaspecto,o ques impressiona oeiroDinamik der

    Nas suas experincias com fotografia,utilizoudesdealguns procedimenpresentes naobrade A. Rodtchenkocomo ngulos inusitados, passandusodo prprio papel fotogrficomanipuladonolaboratrio,ou fotograficmera, processotambmexperimentado porMan-Raye seus RayogramAlmdisto,voltou-se paraa fotomontagemna qual,assimcomo Lissitskexplorouos recursos decombinao foto-desenho, produzindoespaosinusitados. Todas estas experincias,alis, foramlevadas acabo porouartistas do perodo. Vale suporomesmo que sedisseacimacomrelaoLissitskyeaRV.

    Noteatro, Moholybuscouumtipodecenacujos protagonistas seriamexclusivamentecores,luzes e sons. Moholychegoua projetareexecutavrios cenrios,incluindo produes deErwinPiscator,dentroda propodestedoteatrototal (Totalbhne). KristinaPassuthressalta que Moholyestavainteressadonoteatronocomoencenador(casode OskarSchlemcom queentreteveintensacolaborao) mas "sobretudocomouma posvariantedeum sistemade foras dinmico-construtivas" (PASSUTH, 198Emumde seus livros, Moholyapresentaum "esboode partitura" teatra

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    tadt(Dinmicadaade Grande, 1922) ume queapenas seriaizadoem 1926.vavelmenteaverso

    nitivaguardamenosresse parans hojequeesteroteiro,cierarade

    mbinaode signosbais eno-verbais,meros, fotos deautoriaprprio Moholyederos artistasortantes da pocalusive fotogramas de

    es). Decertoo queenos interessa ojeto,namedidaem,noesforodeapassaros limitesmensionais dotexto,sforma-oemumanciaparatticadermaes cruzadas.

    io Agra

    qual impossvelnoverrelaes comum projetomultimdia. Experincomoessaaindaaguardam suaversodigital.

    haus - Escoladeigneartealem

    19/1933) fundada porterGropius. Ahaus no foi,aotrriodo quemuitossam,acriadoradauiteturamoderna.boratenha sidocriadamoumaescolacujoetivoltimoeraa

    Gesamtkunstwerk- A palavraalemdesigna "obradeartetotal" queenglobariatodas as formas delinguagememuma perspectiva quehojechamaramos multimdia. O compositoralemo Richard Wagnerprocuroconstruirsuas peras como Gesamtkunstwerkeneno incoumumocomentriode que Wagnerj possuaumaconcepointersemiticada

    esculturacintica - Esculturacujo princpiodeconstruoeobservaobaseia-senomovimento.

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    uitetura,anfasesalinguagem s sena sualtima faserodode Dessau 1926-e Berlim, 1933). Na

    dade,a Bauhaus foie segerouodesigndernoetornou-seumtodeconflunciadascipais tendncias deguardados anos 20somentenauiteturamas emtodoscampos daarte.

    reos vrios artistas

    damentais que porlsaramounelainaram,conta-sesili Kandinski, Oskarlemmer, Lzloholy-Nagy, Kurtwitters, El Lissitsky,l Klee, Josef Albers,t Mondrian, Johannesnetos

    ros.aus Dessauhedoo)

    auhausvadeaiomdeinodas Artes ecios desdeo sculo

    O nomemaisortantedestaagem semdvidao

    Henry Vande Veldeodiscpulo, Walterpius,acabaria porsercadocomodiretordeanovaescolade

    plexiglass- Monmerodemetil-metacrilatoat hojeusado pelaindstriaplexiglas teveumaeradeouronodesign,aps serdesenvolvidocomercialmenteem 1931 pelas indstrias Rhme Haas a partirde pesqusobreomaterial feitas desde 1901 pelocientista Otto Rhm. O conhecidacrlicovema sera formaleveebaratadoantigo plexiglas. Os monmer

    combinam-seem polmeros dos quais umexemplobastanteconhecidoeempregado o silicone.

    Man-Ray(1890-1976) - fotgrafoamericano queviveumuitos anos emPajuntamentecom Cartier-Bresson, Rodtchenko, Lissitsky, Jos OiticicaFoutros faz partedeumconjuntodeartistas queexploraramos limites dafotografiamoderna. Os rayogramas de Man-Rayeram fotografias feitas scmera,atravs da sobreposiodeobjetos no papel fotogrfico,no prlaboratrio. Lzlo Moholy-Nagy fezusodamesmatcnicanos anos 20, q

    que simultaneamente. Nos anos 50,no Brasil, Jos OiticicaFilho, paideOiticica,tambmexplorouesserecurso.

    Realidade Virtual (RV) - O termodesignaacapacidade quecertos progracontemporneos tmde simular- atravs dehardwareapropriado - asensaodeestar"dentro" das imagens docomputador. Os recursos inculos em 3D,e fones deouvido. Os apetrechos paraotatoencontram-sestudoavanadomas na prtica permanecemespeculao. A realidadereforaanoodeinteratividadehomem-mquina.

    Bibliografia

    PASSUTH, KrisztinaMoholy-NagyLondres, Thames & Hudson, 1987.

    KOSTELANETZ, Richard (ed.) Moholy-Nagy: an anthologyNew York,Pra1970.

    MOHOLY-NAGY, LazloLa nueva visn: Principios basicos del Bauhaus

    Buenos Aires, Ediciones Infinito, 1985.

    TEATRO DE PESQUISA

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    es e Ofcios a seuguraraps a I Guerrandiale queelebatizouBauhaus (Baudobobauen,construir,

    s,casa).

    winPiscator- Diretoreatroalemodoss 20,explorounicas dedireoeresentao queramescola. Trabalhouestreitacolaborao

    martistadevanguardamo Brecht, Moholy-gye Schlemmer.suauma sedepriao TeatroPiscatorebuscou pesquisarorototal (totalbhne).

    ataxe/hipotaxe- Dois

    dos deorganizaosignos emumauagemverbal (comavras) ouno-verbalmoutros signos almpalavras). A parataxe

    queemgramtica sema "coordenao".a,todos os elementoscompemo sistema

    equivalem. A hipotaxe,

    "subordinao",ssupeumararquiaentreosmentos do sistema.

    O trabalho desenvolvidoatualmente pelo Lume dcontinuidade s idias quealimentaram a sua criao. Ocentro foi idealizado pelodiretor Lus Otvio Burnier,

    aps ter passado oito anos emestudo e pesquisa pela Europa quando teve contato comimportantes nomes dainterpretao moderna, comoEtienne Decroux, EugenioBarba, Jerzy Grotowski, IvesLebreton e Jacques Lecoq,alm de mestres do teatrooriental, como Noh, Kabuki eKathakali.

    Retornando ao Brasil, Burnier

    resolveu investir no projeto decriao de um centro depesquisa teatral cujo focofosse a arte de ator. Aproposta tornou-se realidadeem 1985, quando o Lume foiestabelecido por Burnier,Denise Garcia, Carlos Simionie Ricardo Puccetti.Institucionalmente, o Lume um ncleo da Pr-Reitoria deDesenvolvimento Universitrioda Unicamp.

    "O projeto de Lus OtvioBurnier era a criao de umaantropologia teatral", diz SuziFrankl Sperber, que assumiu acoordenao do ncleo em1996. "Sua proposta consistiano aproveitamento dastcnicas aprendidas na Europa

    junto com elementos dacultura brasileira", conta aprofessora. "Ele investiu nahiptese de que o universo

    cultural brasileiro,principalmente no que tem deritualstico, traria elementospara a criao teatral."

    Dentro dessa perspectiva,seria necessria a criao deuma nova concepo de ator."Era preciso criar um ator

    independente, investindo-se,assim, na busca dos elementosque seriam necessrios para aformao do corpo desse ator",afirma Suzi Sperber. Essa foi arazo da constituio do Lume

    como um centro formado poratores-pesquisadores, envolvidosnum projeto de longo prazo. "Oator precisa ter o conhecimentodas suas potencialidades. Eleprecisa saber como expressar asvariadas energias que esto noseu prprio corpo", aponta CarlosSimioni. "Nossas pesquisasprocuram o desenvolvimentoautnomo de cada ator, fazendocom que ele seja o teorizador dasua prpria prtica", diz Suzi

    Sperber.

    A concepo de teatro do Lume,porm, no extingue a funo dodiretor, mas exige uma novapostura da sua parte. "O diretorcontinua existindo. Mas o seupapel passa a ser o de umorientador", diz Suzi Sperber."Ele no orientador que impeo seu projeto, mas aquele quesabe discernir o que novo einteressante no projeto do seu

    orientando", aponta a professora." como se fosse uma colcha deretalhos. Cada pedao de tecido a proposta de um ator. Cabeao diretor costurar essesretalhos", compara CarlosSimioni.

    "Antes da produo artstica,nossa preocupao pesquisaro homem e o seu corpo emsituaes de representao", dizSuzi Sperber. Assim, os

    espetculos montados peloLume so uma conseqncianatural da pesquisa sobre o fazerartstico. "Tcnica e criao soinseparveis", aponta aprofessora.

    ator trazer para fora sentime emoes de todos os tipmesmo que eles sejammonstruosos", diz CarlosSimioni. "Com a Dana Petemos o ator e as suas em

    dilatados corporalmente. Ao ator deve saber controlareaes."

    J o Clown e a UtilizaoCmica do Corpo tem combase tcnicas mais antigaarte dos palhaos. "O clowprofundamente humano. Etrabalha com energias sutreais e no dilatadas. A tdo clown faz com que o arevele", diz o ator e pesqu

    "No se trata simplesmenuma pesquisa para ser paMas a busca de umacompreenso do ser humdespojado. O clown um despido para poder reagirmundo", afirma Suzi Sper

    Embora as tcnicasdesenvolvidas pelo Lumetrabalhem com princpiosdiferentes, as trs linhasconvergem para a arte de

    possibilitando, assim, pesem conjunto. Dado o carexperimental do trabalho, entanto, nem sempre povisualizar o resultado. "Npartimos de certezas, massuspeitas", aponta Suzi S" verdade que projetos qcomeam com tudo j delso mais confortveis. Matambm no trazem nadanovo."

    Dessa maneira, conformeavana em suas experinteatrais, o Lume tambm vteorizando o seu trabalhoesboo das suas propostaser conferido no primeiro da Revista do Lume, publno final do ano passado. Otambm dispe de uma p

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    Tcnicas em pesquisa

    O Lume est sediado numcasaro prximo Unicamp, que

    j se transformou numlaboratrio de experimentosteatrais. So comuns os festivaiscom grupos da regio, ou mesmodo exterior. Diariamente, osatores-pesquisadores do Lumeenfrentam longas jornadas detreinamento e pesquisa daexpresso corporal e teatral.

    Alm da Mmeses Corprea, ogrupo desenvolve outras duaslinhas de pesquisa: a DanaPessoal e o Clown e a UtilizaoCmica do Corpo.

    A Dana Pessoal visa aelaborao e a codificao deuma tcnica pessoal derepresentao que tenha comobase a dilatao e a dinamizaodas energias potenciais do ator." uma tcnica que permite ao

    na Internet (www.unicamp.br/lume/). Outro ftrabalho do Lume o CD-Lume a arte de no intecomo poesia corprea doproduzido pelo ator e

    pesquisador Renato Ferracomo parte da sua dissertde mestrado sobre a propgrupo.

    O Lume est programandalgumas apresentaes dnovo espetculo, Caf coQueijo, para a cidade de SPaulo, em abril. Tambm abril acontece o festival TCena na Vila 2, na sua seCampinas, com a particip

    dos grupos Companhia SBoa Companhia, BarracoTeatro e Seres de Luz.Para o prximo ano, o grupretende publicar

    Suzi Frankl Sperber e Carlos Roberto Simioni: a criao de uma nova concepo deator

    em livro a sua metodologitrabalho.

    TEATRO DE PESQUISA

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