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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), realizada em Mangaratiba/RJ, em 28 de Agosto de 2012. (Transcrição) O SR. CERIMONIALISTA (RODRIGO PINHEIRO LACERDA) Excelentíssimas autoridades, convidados, Senhoras e Senhores, boa noite. Iniciamos neste momento a Audiência Pública do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG). Para começar os trabalhos devo informar aos senhores que, temos rotas de fuga em caso de emergência, torcemos que não as tenhamos, mas se as tivermos temos duas saídas de emergência do lado direito dos senhores, bem sinalizadas, uma bem ao meu lado, outra mais ao fundo. Também devo dizer aos senhores que ao final, ao término dos trabalhos teremos ônibus para todos os presentes, para que possam retornar aos seus lares. Temos cinco rotas, o ônibus fará rota de Conceição de Jacareí, outro fará a rota Praia do Saco, outro fará a rota Itacuruçá, outro vai para Ponta de Santo Antônio e, finalmente a última rota vai para o Parque de Exposição. Repetindo, todos os senhores terão acesso ao ônibus, mesmo que não tenham vindo neles, para retornarem aos seus lares. Para dar início aos trabalhos vamos compor a Mesa, para presidi-la convidamos o Sr. Maurício Couto Cesar Júnior, Presidente da Mesa e membro da Comissão Estadual de Controle Ambiental CECA; o Sr. Maurício será secretariado pelo Sr. Iam Lindesay, Secretário da Comissão Estadual de Controle Ambiental. Concedo a palavra ao Sr. Maurício Couto Cesar Júnior, Presidente da Mesa. O SR. PRESIDENTE (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) Boa noite, Senhoras e Senhores. Vamos dar início a Audiência Pública referente ao Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação do Terminal da Ilha Guaíba (TIG). Meu nome é Maurício Couto Cesar Júnior, sou Engenheiro Civil e Sanitarista da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e, fui designado pela

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto

Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), realizada em

Mangaratiba/RJ, em 28 de Agosto de 2012.

(Transcrição)

O SR. CERIMONIALISTA – (RODRIGO PINHEIRO LACERDA) –

Excelentíssimas autoridades, convidados, Senhoras e Senhores, boa noite.

Iniciamos neste momento a Audiência Pública do Projeto Capacitação

Terminal da Ilha Guaíba (TIG).

Para começar os trabalhos devo informar aos senhores que, temos

rotas de fuga em caso de emergência, torcemos que não as tenhamos, mas

se as tivermos temos duas saídas de emergência do lado direito dos

senhores, bem sinalizadas, uma bem ao meu lado, outra mais ao fundo.

Também devo dizer aos senhores que ao final, ao término dos

trabalhos teremos ônibus para todos os presentes, para que possam retornar

aos seus lares. Temos cinco rotas, o ônibus fará rota de Conceição de

Jacareí, outro fará a rota Praia do Saco, outro fará a rota Itacuruçá, outro vai

para Ponta de Santo Antônio e, finalmente a última rota vai para o Parque de

Exposição. Repetindo, todos os senhores terão acesso ao ônibus, mesmo que

não tenham vindo neles, para retornarem aos seus lares.

Para dar início aos trabalhos vamos compor a Mesa, para presidi-la

convidamos o Sr. Maurício Couto Cesar Júnior, Presidente da Mesa e membro

da Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA; o Sr. Maurício será

secretariado pelo Sr. Iam Lindesay, Secretário da Comissão Estadual de

Controle Ambiental.

Concedo a palavra ao Sr. Maurício Couto Cesar Júnior, Presidente da

Mesa.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Boa noite, Senhoras e Senhores.

Vamos dar início a Audiência Pública referente ao Licenciamento

Ambiental do Projeto Capacitação do Terminal da Ilha Guaíba (TIG).

Meu nome é Maurício Couto Cesar Júnior, sou Engenheiro Civil e

Sanitarista da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e, fui designado pela

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA, para presidir os trabalhos

desta Audiência Pública.

Convido para compor a Mesa como Representante do INEA – Instituto

Estadual do Meio Ambiente, a Sra. Juliana Bustamonte de Monti Souza,

Engenheira Ambiental.

Gostaria de informar aos senhores que o Dr. Bruno Lavorato Moreira,

Promotor de Angra dos Reis, entrou em contato conosco ontem e nos

informou da impossibilidade da participação do Ministério Público Estadual na

Audiência Pública, mas estão acompanhando Pari passu, receberam o Estudo

de Impacto Ambiental, o Grupo de Apoio Técnico Especializado do Ministério

Público está analisando o Estudo, vai encaminhar o Parecer Técnico para o

INEA dentro do prazo previsto para manifestações e, solicitou também que

ao término da Audiência Pública, dentro do prazo regulamentar,

encaminhássemos para ele a Ata sucinta e posteriormente a Ata com a

transcrição da Audiência Pública.

Para compor a mesa pelo lado do empreendedor, convido o Sr.

Roberto Mauro Di Biase Sampaio, Diretor de Engenharia e Desenvolvimento

da Vale, a Sra. Giseli Fernandes da Costa, Coordenadora Geral do Estudo

Ambiental e o Sr. Hélio Ricardo Nogueira de Carvalho, Gerente de Projeto da

Vale.

Retorno a palavra ao Sr. Rodrigo Pinheiro Lacerda, o Cerimonialista.

O SR. CERIMONIALISTA – (RODRIGO PINHEIRO LACERDA) –

Senhoras e Senhores, convido a todos a ficarem de pé neste momento para

a execução do Hino Nacional Brasileiro.

(Execução do Hino Nacional Brasileiro)

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas

De um povo heróico o brado retumbante,

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Se o penhor dessa igualdade

Conseguimos conquistar com braço forte,

Em teu seio, ó Liberdade,

Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,

Idolatrada,

Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido

De amor e de esperança a terra desce,

Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,

És belo, és forte, impávido colosso,

E o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adorada,

Entre outras mil,

És tu, Brasil,

Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada,

Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,

Ao som do mar e à luz do céu profundo,

Fulguras, ó Brasil, florão da América,

Iluminado ao sol do Novo Mundo!

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Do que a terra mais garrida

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;

"Nossos bosques têm mais vida",

"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada,

Idolatrada,

Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo

O lábaro que ostentas estrelado,

E diga o verde-louro desta flâmula

- Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,

Verás que um filho teu não foge à luta,

Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada

Entre outras mil,

És tu, Brasil,

Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Pátria amada,

Brasil!”

O SR. CERIMONIALISTA – (RODRIGO PINHEIRO LACERDA) –

Permaneçam de pé para a execução do Hino de Mangaratiba.

(Execução do Hino de Mangaratiba)

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

“De uma história com um passado tão florido

Mangaratiba vive a glória que chegou,

Os teus filhos, tão ilustres, tão queridos,

Abrem as portas do progresso com fervor.

Como um clarão do universo em desencanto,

Lindas paisagens que da alma matam a sede,

Marco vital no coração da Rio-Santos

És princesinha colossal da Costa Verde.

Quanta beleza te deu a vida,

A natureza, Mangaratiba!

As praias rolam, no horizonte, hospitaleiras,

Respiram o ar das verdes matas contra o anil,

Na placidez salutar das cachoeiras

Repousa a fibra do teu povo varonil.

O campanário em tua praça principal

Retrata o solo abençoado de quem faz

Deste cenário, de tanta graça imperial,

Para o mundo uma lição de paz.

Quanta beleza te deu a vida,

A natureza, Mangaratiba!”

O SR.CERIMONIALISTA – (RODRIGO PINHEIRO LACERDA) –

Podem sentar.

Muito obrigado.

Senhoras e Senhores, sei que é um pouco difícil tirar os olhos do

interessante e admirável trabalho, do nosso amigo tradutor de libras, percebi

que todos estavam olhando, mas a partir de agora vamos instalar os

trabalhos.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Concedo então, a palavra ao Presidente da Mesa, Sr. Maurício Couto

César Júnior para proceder à instalação dos mesmos.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Muito obrigado.

Senhoras e Senhores, dando início a Audiência Pública em

cumprimento da Deliberação CECA/CLF n.º 5.490, de 08/05/2012, cujo Edital

foi publicado no Diário Oficial do dia 08 de agosto de 2012, vamos dar início

a Audiência Pública referente ao Licenciamento Ambiental do Projeto

Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG).

A Audiência Pública não tem caráter decisório, nem deliberativo, faz

parte de uma etapa do Licenciamento, que é do Licenciamento prévio.

Então, hoje aqui não iremos decidir se o projeto irá ou não ser

implantado, o objetivo da Audiência Pública é de recolher o maior número

possível de informações e manifestações por parte dos senhores, que são as

pessoas, as Organizações que serão diretamente envolvidas com esse

Projeto.

A Audiência Pública se divide em duas partes, a primeira parte é

referente às apresentações, momento em que o empreendedor apresenta o

projeto para os senhores e a Equipe que elaborou o Estudo de Impacto

Ambiental vai apresentar de forma sucinta, os principais impactos que foram

identificados quando da análise do Estudo de Impacto Ambiental e, as

medidas propostas para mitigação desses impactos.

Então, nessa primeira fase, vamos iniciar com uma breve explanação

por parte do INEA – Instituto Estadual do Meio Ambiente, a Sra. Juliana

Bustamonte, fará um pequeno histórico do Licenciamento, da fase em que

nós estamos, o Licenciamento Prévio, depois vamos passar a palavra para o

proponente do Projeto, que apresentar o Projeto propriamente dito e, depois

passamos a palavra para a Empresa Consultora responsável pela elaboração

do Estudo de Impacto Ambiental.

Posteriormente faremos um pequeno intervalo, os senhores na

entrada da Audiência Pública receberam um folheto explicativo com um

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

formulário para elaboração de perguntas. Sugiro que aguardem as

apresentações para depois fazerem suas perguntas e, à medida que as

perguntas forem sendo elaboradas, é só levantar a mão que uma das

atendentes da equipe de apoio irá recolher essas perguntas.

No período do intervalo, essas perguntas serão catalogadas aqui na

mesa, serão agrupadas por tema, de forma se objetivar nas respostas numa

maneira mais dinâmica.

Na segunda fase, a fase das respostas aos questionamentos, vamos

começar com as perguntas que forem encaminhadas a mesa por escrito e,

quem quiser fazer uso da palavra também pode usar o mesmo formulário

encaminhando a mesa, dizendo que quer fazer o uso da palavra.

Essas pessoas ficarão para o final, após a leitura de todas as

perguntas que forem encaminhadas por escrito. E, em função ao número de

pessoas e em função do tempo que teremos, faremos a divisão do tempo

para as explanações orais que não poderá ultrapassar a 3 minutos.

Concedo a palavra Sra. Juliana Bustamonte, que fará um breve

pronunciamento por parte do INEA – Instituto Estadual do Meio Ambiente.

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

A SRA. JULIANA BUSTAMONTE DE MONTI SOUZA – (INEA) –

Boa noite.

Meu nome é Juliana Bustamonte, estou aqui representando um grupo

de trabalho do INEA, que está sendo responsável pela análise do Estudo de

Impacto Ambiental do Processo de Licenciamento Ambiental da Ampliação do

Terminal da Ilha Guaíba, sob a responsabilidade da Vale S.A.

Esse é o número do Processo Administrativo que foi aberto junto ao

INEA e, falarei um pouco do histórico desse processo.

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

O Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual

o INEA autoriza a localização ou a ampliação (licença prévia), instalação

(licença de instalação), e operação (licença de operação) de

empreendimento que apresenta algum efetivo ou potencial impacto

ambiental.

O empreendimento ou a atividade com impacto significativo com

potencial grande de degradação é passível de Estudo de Impacto Ambiental

(EIA) e de Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), para requerer a Licença

Prévia.

A Licença Prévia é a fase preliminar que consiste na análise do projeto

do empreendimento a ser licenciado, quanto à sua localização, viabilidade

ambiental da localização do empreendimento.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

O Licenciamento Ambiental da Ampliação do TIG está na fase de

Licença Prévia, porque o empreendimento por apresentar significativo

impacto ambiental ele foi passível de EIA/RIMA, como previsto na Legislação

vigente e como é exigido pelo INEA.

Vista a necessidade da elaboração de EIA/RIMA, foi formado um

grupo de trabalho de profissionais do INEA, responsável para elaborar a

Instrução Técnica e para acompanhar a toda a análise do EIA/RIMA.

Após análise do EIA/RIMA, o grupo de trabalho do INEA emite

parecer favorável ou não à emissão da licença. Sendo o parecer favorável,

serão estabelecidas as condicionantes a serem atendidas nas próximas fases

do licenciamento.

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Aqui está o histórico do processo da Ampliação do TIG.

Em março de 2011 foi requerido a Licença Prévia junto ao INEA, órgão

ambiental.

Em junho de 2011 a Portaria INEA/DILAM nº 245/2011, criou o grupo

de trabalho do INEA responsável pela elaboração da Instrução Técnica e

análise do EIA/RIMA.

Em setembro de 2011, foi entregue a Instrução Técnica ao

empreendedor com as orientações, para ser elaborado o EIA/RIMA.

Em dezembro de 2011, o INEA aceitou o Estudo para fins de análise.

Em maio de 2012, foi deliberado pela CECA autorizando a Convocação

de Audiência Pública, publicada no DOERJ de 11/05/2012.

E hoje, 28/08/2012, estamos realizando aqui a Audiência pública.

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Considerações.

A análise do EIA/RIMA desse empreendimento está em fase de

análise, está em andamento.

E para a elaboração do parecer final do INEA, serão consideradas

todas as manifestações desta Audiência Pública e outras que possam ocorrer,

nos próximos 10 (dez) dias, a contar desta data. As mesmas deverão ser

encaminhadas ao INEA e/ou à CECA.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Aqui está o grupo de trabalho responsável pela análise do EIA.

E aqui está o endereço para onde os senhores podem encaminhar as

manifestações, Central de Atendimento e da CECA – Comissão Estadual de

Controle Ambiental.

Obrigada.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sra. Juliana.

Então, a Sra. Juliana passou para os senhores como está o andamento

do processo do Licenciamento no INEA, lembrando que após a Audiência

Pública, os senhores terão 10 (dez) dias para encaminhar as manifestações e

contribuições, para que o INEA possa então, utilizar desse material para

elaborar o Parecer Técnico.

Porque após a Audiência Pública e esses 10 (dez) dias subsequentes o

INEA vai receber todas as contribuições, incorporá-las ao processo

administrativo, a Ata dessa Audiência Pública que está sendo gravada, será

transcrita, além de uma Ata sucinta, também farão parte dos autos do

processo e, findo esse prazo o processo é encaminhado com Parecer Técnico

por parte desse grupo de trabalho que a Sra. Juliana apresentou, à

Procuradoria do INEA.

A Procuradoria faz então, uma avaliação sobre os aspectos legais de

todo o trâmite processual, inclusive do Parecer Técnico e, em concordando

com o ocorrido encaminha para a Comissão Estadual de Controle Ambiental,

a CECA, cujo plenário tem sim, a competência prerrogativa para determinar

pela expedição ou não da Licença Prévia.

Dando continuidade a Audiência Pública, Concedo a palavra ao Sr.

Hélio Ricardo Nogueira de Carvalho, para fazer a apresentação por parte do

proponente do Projeto, a Vale.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Sr. Maurício, Sra. Juliana, Sr. Iam, Senhoras e Senhores, boa noite. Meu

nome é Hélio Carvalho, sou Gerente de Projetos da Vale.

Vou apresentar para os senhores o que é o Projeto Capacitação TIG.

TIG é uma terminologia que a Vale utiliza do Terminal Ilha Guaíba, no

município de Mangaratiba.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Vou apresentar a pauta, o que vai ser a apresentação do Projeto de

Capacitação do Terminal da Ilha Guaíba (TIG).

Vou falar sobre a operação atual do TIG; as justificativas e objetivos

do Projeto; o que compõe o Projeto Capacitação TIG; todo o cronograma de

obras; desenvolvimento local e os investimentos socioambientais.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

A Vale é uma empresa mundial, global, atua em 38 países, tem em

torno de 187 mil empregados, tem negócios com minério de ferro, níquel,

cobre e um dos principais portfolio que é o minério de ferro, que é uma

matéria prima base para os insumos, utilização nossa no dia a dia.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

A Logística da Vale é em contribuir no manuseio do minério dela,

desde as minas até aqui, o Terminal da Ilha Guaíba.

É uma empresa que tem 04 (quatro) Terminais, um em São Luís, um

em Tubarão, outro na CPBS em Itaguaí e o Terminal Ilha Guaíba.

Nessa imagem os senhores veem a localização do Terminal na Ilha

Guaíba.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Fazendo uma aproximação dessa imagem da Ilha Guaíba.

A Ilha Guaíba tem 209 hectares e o TIG hoje ocupa uma área de 25%

da Ilha. E estamos operando desde 1973, na década de 70.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

O que é a operação do Terminal?

É importante passar para os senhores como são as nossas operações.

Temos uma linha ferroviária, que chamamos tecnicamente de uma

Pera Ferroviária, por onde podem entrar dois trens da MRS.

Nessa imagem os senhores estão vendo dois trens sendo

descarregados no nosso Terminal.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Essa imagem mostra aos senhores os dois viradores de vagões.

O que é virador de vagões? É um equipamento como o nome já diz,

ele vira os vagões, a composição entra nesse equipamento e, a cada dois

vagões o virador vira o vagão para descarregar o minério.

Em seguida os senhores estão vendo os vagões começando a serem

virados.

E, em seguida já veem os dois vagões totalmente sendo

descarregados no equipamento.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Temos agora os transportadores de correia, que o nome já diz.

O Transportador de Correia é o equipamento que faz todo o transporte

dentro do nosso Terminal, do minério de ferro quando é descarregado no

virador para o pátio de estocagem.

O pátio de estocagem é a área onde nós armazenamos, fazemos as

pilhas dos nossos minérios de ferro.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Essas máquinas que estou mostrando agora, são as máquinas que

fazem não só o empilhamento do minério como também fazem a

recuperação, a retomada do minério de ferro para depois carregar os navios.

Elas também operam em conjunto com esses transportadores de

correias.

Nessa imagem estão vendo a máquina, essa situação é da roda com

caçamba que faz o manuseio do minério. Essa outra imagem é uma imagem

lateral, mostrando sendo feita a pilha do minério de ferro.

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E os carregadores de navio.

Hoje temos dois carregadores de navios.

O carregador nº 1 e o carregador nº 2. E o sistema da linha de

embarque.

A imagem mostra os dois carregadores e na próxima imagem mostra

o carregador nº 2, o mais novo carregador.

É importante estar comentando isso com os senhores, porque quando

for entrar no detalhe do que compõe a capacitação do TIG, quais são os

equipamentos, o que vai ser inserido, os senhores compreenderem a

importância de destacar a presença desses dois carregadores.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

O Projeto Capacitação TIG tem seus objetivos e suas justificativas.

A principal justificativa e objetivo é aumentar a capacidade do

Terminal hoje, de movimentar 50 Mtpa. (Milhões de toneladas de minério de

ferro por ano) para 70 Mtpa. Ao mesmo tempo vamos ter condições, quando

formos apresentar para os senhores a composição dos equipamentos e como

vão ficar dispostos no nosso terminal, vamos ter condição de melhorar o

sistema operacional e as condições ambientais que temos hoje.

É importante destacar dois pontos, que não vamos ter aumento da

área da ocupação do Terminal, isso foi um grande desafio que a empresa

nos pediu em termos de engenharia. Queriam uma engenharia que pudesse

aumentar a capacidade do Terminal sem mexer com a área ocupada.

E o outro ponto é que não vamos ter aumento da restrição de pesca.

Serão as mesmas áreas hoje que existem com as operações do Terminal.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Nessa imagem estou trazendo de volta para os senhores a imagem

congelada quando apresentei as operações atuais do TIG e, agora começarei

a apresentar a inserção, a colocação desses novos equipamentos para

atender a capacitação TIG.

Primeiramente, vai ser a terceira linha férrea, podem ver na imagem

que essa linha férrea entra no pátio existente.

Outro conjunto de viradores de vagões, que é essa imagem branca.

Tudo o que for branco agora apresentado aos senhores, está entrando no

projeto novo.

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E também os novos transportadores de correias e, consequentemente

as três novas máquinas de empilhamento no nosso projeto.

Para atender a essa demanda vamos ampliar a ponte de acesso ao

píer, estender o píer em 40 metros.

O que é o píer? Píer é o atracadouro, é onde atracam os navios.

Vamos unir esse píer ao dolfin que é um termo técnico que usamos, que é

uma área em que você faz amarração também dos navios.

E aí dessa forma, quero lembrar a minha fala para os senhores, da

importância dos dois carregadores existentes, porque vamos ter condição de

carregar simultaneamente dois navios ou o mesmo navio com dois

carregadores.

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O exemplo que tenho falado e é importante passar para todos os

senhores, o objetivo desse projeto como falei, de utilizar a área ocupada,

imagem hoje o Terminal, uma caixa d’água e, que temos duas tomadas de

entrada que são os atuais dois conjuntos de viradores de vagões e uma

tomada de saída, que é apenas a alteração de um carregador, porque só

temos uma linha de embarque.

Então, vamos colocar uma terceira tomada de entrada, que é o

terceiro conjunto de viradores, vamos colocar mais uma tomada de saída,

então, só vamos aumentar a circulação do minério no pátio, na área de

armazenamento.

Apresentando aqui as subestações elétricas que são importantes, são

as novas salas elétricas que vão receber energia da concessionária para

alimentar esses novos equipamentos.

Um ponto importante para passar aos senhores da parte ambiental.

O que estamos prevendo nesse trabalho do Projeto Capacitação TIG

de melhoria das operações e controle ambiental?

Vamos ter também a cobertura dos transportadores da linha de

embarque, os dois transportadores, porque os atuais já são cobertos, são os

novos transportadores de correia da linha de embarque, também serão

cobertos.

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A parte de aspersores do pátio de estocagem.

O que são os aspersores? São os canhões, são bicos grandes que

molham as pilhas de minério.

Esse sistema que opera hoje tem como objetivo molhar as pilhas de

minério e evitar que haja emissão de poeira.

Então, vamos colocar novos aspersores, com a colocação desses

novos transportadores no pátio.

Essa imagem aqui mostra uma operação nossa molhando as pilhas do

Terminal.

É dessa forma que vamos colocar mais canhões, mais aspersores para

molhar essas pilhas.

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A parte de umidificação das vias internas.

Como os senhores sabem, durante as obras terá uma movimentação

maior no Terminal, de veículos para a construção desse projeto.

Então, vamos com isso poder também molhar mais as pistas

colocando mais caminhões com tanque.

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Outro ponto são os aspersores nos atuais viradores.

Vamos colocar também os aspersores nesses novos viradores, já que

os atuais viradores já possuem esses aspersores.

O que são esses aspersores?

São pequenos bicos; na imagem os senhores estão vendo, são bicos

que injetam água para molhar quando o virador vira o vagão, para que

também não gere poeira.

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Temos hoje no continente três pontos de captação de água, que

trazem água para as nossas operações.

Esse sistema agora nosso aqui, é a parte da capacitação de armazenar

água das chuvas e da drenagem das pilhas.

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Hoje já temos esse sistema operando e, dessa forma vamos poder

implementar novas caixas de decantação, melhorar as condições das caixas

atuais e captar mais água.

Os senhores sabem que a nossa região é uma região que chove

muito, temos condição de captar essa água.

E o objetivo do projeto buscando uma sustentabilidade é no pico de

chuva, tentar aproveitar cem por cento dessa água, mas na média vamos

aproveitar sessenta e cinco por cento dessa água que vamos captar, tanto da

drenagem das pilhas, quanto também das chuvas.

Isso vai fazer com que venhamos a minimizar a utilização da água

captada do continente.

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É importante apresentar agora para os senhores a parte do transporte

ferroviário.

Porque o Terminal como os senhores sabem, nós operamos com

minério de ferro como descrevi e, para isso precisamos da prestação de

serviços da MRS Logística no transporte do minério de ferro.

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A MRS é uma empresa de logística, tem uma concessão, está

operando desde 1996, atende o TIG transportando minério desde as minas

até o Terminal, dentro da Ilha Guaíba, Mangaratiba e tem o licenciamento do

IBAMA, a Licença n.º 988/2010.

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Quero destacar para os senhores um programa que a MRS vem

desenvolvendo, que é um programa de redução de ruído.

A MRS desenvolveu um sistema de lubrificação de trilhos, nessa

imagem os senhores veem um sistema com bombeamento, com graxa

biodegradável e, quando a composição da MRS passa, atua esse sistema

injetando graxa para reduzir o atrito entre o rodeiro do vagão, que é à roda

do vagão e o trilho.

A MRS já instalou 77 lubrificadores, sendo 31 no Estado do Rio de

Janeiro e, pretende instalar mais 83 dispositivos desses, priorizando a região

de Mangaratiba.

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Outro programa é a Buzina ZERO.

Ela está elaborando e preparando um programa redução, de buzina

zero a ser utilizado hoje nas passagens de nível.

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Outro programa importante que a MRS já tem aplicado e com relação

à qualidade do ar. Na nossa mina toda composição, todo trem durante o seu

carregamento recebe um sistema que também chamamos de aspersão, que

é ingestão de água com um polímero.

Polímero é um produto que juntamente com a água faz uma cobertura

sobre o vagão, fazendo com que o minério não seja desprendido, não se

solte quando vem trafegando pela ferrovia e, sofre ação dos ventos.

Esse sistema dura em média 15 horas, então, a MRS percebeu a

necessidade de implantar um sistema idêntico a esse da Vale no município

de Barra Mansa.

Então, com isso, de Barra Mansa para cá que leva 3 a 4 horas para a

composição da MRS chegar no Terminal, é feita uma nova aplicação, por isso

que nessa imagem aparece é na mina, a imagem à baixo já é o sistema que

a MRS colocou no município de Barra Mansa.

Com isso todas as composições, todos os minérios, todos os vagões

recebem aplicação de polímero.

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Essa imagem é em Barra Mansa, demonstra como o minério fica

depois que recebe essa água com esse polímero.

Cria uma camada impedindo que o minério venha se desprender.

Vamos falar um pouco das obras, do Projeto Capacitação TIG.

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No nosso cronograma estamos prevendo 37 meses de implantação do

empreendimento na Ilha Guaíba, ou seja, em torno de 3 anos e um mês.

E o que estamos prevendo de desenvolvimento local?

É muito importante falar isso para os senhores.

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Sabemos que, para a implantação desse projeto vamos requerer

desenvolvimento das pessoas do local. É uma oportunidade dentro da etapa

de obra, da instalação, porque vamos precisar de vários profissionais para a

implantação desse projeto, então, é uma grande oportunidade que temos de

desenvolver, a comunidade aqui, as pessoas do local para as contratações

que terão na obra.

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Estamos prevendo durante o pico da obra, em torno de 1.350 pessoas

trabalhando no nosso projeto.

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Como será feita a capacitação dessas pessoas? Como vai funcionar?

Então, vamos ter a parte da divulgação dessas vagas, vamos ter as

inscrições, vamos ter também a seleção dessas pessoas e iremos capacitar

essas pessoas, prepará-las para a implantação do projeto.

É importante também comentar que, após a capacitação, após a

implantação do projeto, vamos precisar operar esses equipamentos, operar o

virador de vagões, operar as empilhadeiras, operar o transportador de

correia, operar o sistema de embarque.

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E quando falo em operação não é só operador, vamos precisar de

profissionais na área de manutenção, nas áreas de apoio, isso vai significar

após a entrega do projeto para operação hoje existente, 150 vagas de

profissionais que vão operar esses equipamentos.

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Esses profissionais serão treinados e desenvolvidos durante o período

da obra.

Como isso vai funcionar também?

Da mesma forma, vamos ter o processo seletivo, capacitação teórica

dessas pessoas nas Unidades de Ensino e uma fase prática durante o

finalzinho da entrega do projeto. Então, serão 150 vagas para o quadro

efetivo da Vale.

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Nós entendemos que esse trabalho não é somente em atendimento ao

aumento de capacidade do Terminal da Ilha Guaíba, mas entendemos que

isso também é uma oportunidade de desenvolvimento local, aproveitando e

priorizando a mão de obra aqui da região.

Com isso vamos também desenvolver a economia do município,

porque vamos ter prestadores de serviço durante a implantação do projeto,

consequentemente com o aumento dessa capacidade vamos movimentar

mais minérios que também vai gerar mais recursos e, recursos

principalmente tributários para o município.

É muito importante o que vou apresentar agora para os senhores, um

filme que é uma maquete, em que terão uma visualização de como o projeto

vai ser implantado, como serão as condições de operação, isso vai dar um

complemento da minha apresentação.

Peço a atenção de todos os senhores para a apresentação desse filme.

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(É exibido um vídeo)

O Sr. Narrador - Somos uma empresa que trabalha

para descobrir e transformar recursos naturais em prosperidade

e desenvolvimento sustentável.

O Complexo Portuário Sul consta com dois Terminais

estrategicamente localizados nos municípios de Itaguaí e

Mangaratiba. De onde o minério de ferro é embarcado para

diversos países.

Nosso trabalho começa com a extração do minério de

ferro em Minas Gerais, de lá o minério segue via ferrovia até o

Complexo Portuário Sul no Rio de Janeiro.

O Terminal da Ilha Guaíba também conhecido como TIG,

começou a operar em 1973.

O Sr. Cristiano Torezani – (Técnico de Operações

Portuárias) - O TIG é o terceiro maior Terminal de embarque de

minério de ferro do Brasil.

O Sr. Narrador - Vamos investir na melhoria

operacional e aumentar a capacidade do Terminal.

Desde a concepção do projeto até a sua operação

fazemos investimento constante em infraestrutura, novas

tecnologias, além de mantermos o contínuo relacionamento

com todos os envolvidos no processo.

O Projeto Capacitação TIG consiste na instalação de

equipamentos e estruturas para o aumento da capacidade de

descarga e embarque de minério de ferro, assim como na

melhoria do sistema de controle ambiental atualmente

existentes.

O minério chegará ao Terminal através da ponte

ferroviária, em trens operados pela MRS Logística S.A.

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O Projeto prevê a instalação de uma terceira linha férrea

e de um novo virador de vagões, permitindo que a operação de

descarga de minério seja realizada simultaneamente com os

viradores de vagões atualmente existentes.

O novo virador de vagões contará com aspersores de

água que umidificam o minério, evitando a emissão de poeira e

a alteração da qualidade do ar.

Para melhoria do processo de estocagem, o projeto

prevê a flexibilização dos pátios com a instalação de três novas

máquinas de empilhamento de minério, com capacidade de 8

mil toneladas/hora cada.

Serão instalados canhões aspersores de água em todo o

pátio de estocagem, minimizando a geração de poeira.

Será instalada uma nova linha de embarque que para

isso a ponte existente será alargada.

Também será realizado o prolongamento do píer,

adequando as estruturas offshore às necessidades de

embarque de material.

O cais da Praia do Leste será reformado e ampliado para

atender a logística de acesso de trabalhadores, novos

equipamentos e de materiais durante as obras.

Caminhões pipa dotados de aspersores circularão por

todo o Terminal evitando a geração de poeira pela

movimentação de veículos.

Todo o sistema de drenagem do Terminal será

readequado com a instalação de novas canaletas, reforma das

caixas de decantação, entre outras estruturas, garantindo que

as águas do entorno do Terminal se mantenham limpas e sem

qualquer tipo de contaminação, além disso, parte da água

pluvial será tratada e reaproveitada como águas de serviço

promovendo a sustentabilidade dos recursos naturais.

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Como resultado essa iniciativa será possível aumentar

para capacidade e embarque de minério em aproximadamente

40% da capacidade atual.

A Sra. ... - Muito mais do que promover o

desenvolvimento econômico, queremos ir além, criar valor para

as comunidades e para as futuras gerações.

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O Sr. Narrador - Na Fazenda Marinha fazemos o cultivo

de ostras e de outras espécies típicas da região. Além de

repovoar as áreas com essas espécies, aqui temos como

capacitar e proporcionar uma nova fonte de renda para a

comunidade pesqueira.

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Apoiamos também na região Projeto Instituto Boto

Cinza, que estuda os hábitos e desenvolve formas de

preservação da espécie.

De 2001 para cá foram catalogados mais de 600

exemplares na Baía de Sepetiba, isso é uma prova da boa

qualidade da água na região.

Desde 2011 o CEFET oferece cursos técnicos

profissionalizantes, contribuindo para capacitar profissionais da

região, para atuar em nossas operações e no mercado de

trabalho.

Muitos mais do que gerar riquezas e desenvolvimento

queremos ir além, criar valores para as comunidades, deixando

um legado de desenvolvimento sustentável.

Projeto Capacitação TIG reforçando o relacionamento e

compromisso da VALE com Mangaratiba.”

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O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Agradeço a presença e atenção dos senhores.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CÉSAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sr. Hélio, pela apresentação.

Concedo a palavra para a Representante da Consultora, responsável

pela elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, a Sra. Giseli Fernandes da

Costa.

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A SRA. GISELI FERNANDES DA COSTA – (ARCADIS) - Boa noite

aos representantes da mesa, boa noite, Sr. Maurício, Sra. Juliana. Boa noite

a todos.

Meu nome é Giseli Fernandes da Costa, estou representando a

Empresa ARCADIS Logos, que foi a empresa contratada para elaborar o

Estudo de Impacto Ambiental.

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E, hoje vou apresentar aos senhores um pouco sobre a empresa, vou

apresentar também a estrutura geral do Estudo de Impacto Ambiental.

Falarei um pouco sobre as áreas de influência que foram definidas no

estudo. Apresentar os principais resultados do diagnóstico ambiental, os

impactos ambientais que foram identificados e os Programas Ambientais

propostos e, por fim a conclusão geral que o Estudo de Impacto Ambiental

chegou.

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A Empresa ARCADIS logos é uma empresa que atua na elaboração de

projetos e estudos voltados para Indústria, Infraestrutura e Meio Ambiente.

A época da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental do Projeto

Capacitação TIG, a empresa se chamava ARCADIS Tetraplan e no final de

2011 ela se uniu a outras duas empresas, a Enerconsult S.A e a Logos

Engenharia, dando origem a ARCADIS Logos.

E o estudo foi elaborado pela divisão operacional de meio ambiente da

Empresa ARCADIS Logos.

Essa divisão operacional é composta por uma Equipe multiprofissional

que atua na consultoria de meio ambiente, planejamento econômico,

engenharia ambiental e hidrogeologia.

E a empresa tem como premissa, como política, buscar excelência na

qualidade de todas as etapas referente aos projetos, aos quais presta seus

serviços e, buscando também soluções de sustentabilidade em todas as

dimensões que esses projetos nos demandam: social, ambiental, econômica

e institucional.

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O EIA - Estudo de Impacto Ambiental foi elaborado e apresentado

juntamente com o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental, que é um resumo

técnico apresentado em linguagem acessível para que toda a comunidade,

toda a população possa ter acesso aos resultados dos estudos.

E o estudo é feito como a Sra. Juliana explicou inicialmente, com a

finalidade de auxiliar o Órgão Ambiental a avaliar o projeto para poder então,

emitir a primeira licença do processo de licenciamento pelo qual vai ter que

passar, que é a Licença Prévia.

Essa Licença atesta a viabilidade do projeto e autoriza sua localização.

Esse estudo partiu de dois pontos principais, para a sua elaboração, o

primeiro deles é o fato do Terminal já ser operante desde a década de 70,

além desse também foi considerado na elaboração do estudo o fato da

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capacitação estar restrita a área operacional que já está em desenvolvimento

em operação hoje.

Quem faz esse estudo? O estudo foi composto por uma Equipe

multiprofissional, entre eles, Biólogos, Oceanógrafos, Sociólogos,

Economistas, Engenheiros, Geógrafos, Arquitetos e Urbanistas, Geólogos,

etc.

E esse estudo começa sendo feito a partir do levantamento de todos

os dados e informações que existem a respeito da região que vai receber o

empreendimento e, foi feito também um levantamento em campo pela

equipe que trabalhou no Estudo de Impacto Ambiental. Vieram aqui para a

Ilha Guaíba, e para o município de Mangaratiba, fazer esse reconhecimento,

esses levantamentos.

E depois dessa etapa, todos os dados e informações que foram

levantados começam então, a compor o Estudo de Impacto.

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A estrutura geral do EIA/RIMA como chamamos, apresenta um

capítulo com toda a legislação que é referente a esse tipo de atividade, no

caso atividade portuária, um capítulo com a definição das áreas de influência

do projeto, um capítulo contendo o descritivo do projeto ou a caracterização

do empreendimento, que foi o que o Sr. Hélio Carvalho apresentou

anteriormente, um capítulo que contém o diagnóstico ambiental, que nada

mais é do que um raio-X da região, que nos mostra como ela está hoje. O

capítulo contendo os impactos ambientais e as medidas propostas para esses

impactos.

É apresentado também um capitulo contendo o prognóstico

ambiental, que é uma situação sem e com o empreendimento.

E, por fim, é apresentado o capítulo contendo os Programas

Ambientais que foram propostos em função daqueles impactos que foram

identificados.

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Com relação às Áreas de Influência; a primeira área definida é a área

como nós chamamos Área diretamente afetada, ou seja, aquela que vai

receber as intervenções diretas do empreendimento, do projeto.

Para o caso do Projeto Capacitação TIG a ADA - Área Diretamente

Afetada foi definida como essa área, como os senhores veem aí em amarelo

na imagem, que corresponde a área operacional hoje incluindo a ponte e o

píer.

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Para o Meio Físico terrestre foi definido uma área bem próxima a ADA-

Área Diretamente Afetada, limitada por esse morro que tem uma altitude de

120m.

Essa área foi assim definida porque está mais próxima da área

operacional e, então pode-se verificar os eventuais processos do Meio Físico,

como processo de erosão ou de escorregamento.

E, para o Meio Biótico terrestre foi definido uma área um pouco mais

extensa, aproximada da ADA também, mas delimitada por um morro que

tem uma altitude de 160m. A definição dessa área levou em consideração a

mobilidade e a sensibilidade da fauna presente aqui na Ilha.

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E para o Meio Socioeconômico foi definido uma área que abrange na

imagem, como os senhores podem ver, 35 setores censitários. Essa área foi

assim definida porque ela está mais próxima da Ilha Guaíba e, é aquela que

pode receber as demandas mais diretas do empreendimento.

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Vou apresentar agora alguns resultados do Diagnóstico Ambiental.

Como falei antes, o Diagnóstico Ambiental é um raio-X da área, os

especialistas vêm até a região que vai receber o empreendimento e fazem

um estudo, um levantamento para conhecer o local como se encontra hoje.

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Com relação aos aspectos físicos e bióticos foram estudados os níveis

de emissão de ruídos e vibrações.

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Esses pontos de levantamento estão próximos da área operacional e,

ao se estudar a Ilha percebeu também, como podem ver na imagem, que ela

tem uma vegetação bastante densa, uma cobertura vegetal bastante

preservada e, uma predominância de morros, que acabam funcionando como

uma barreira natural.

Como a Ilha também não tem comunidades ou vizinhos vivendo

próximo do Terminal, verificamos aqui uma situação bastante positiva onde a

operação não traz incômodos a essas comunidades.

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Isso foi importante também na hora de entender como se dá a

dispersão do material particulado ou das poeiras, na hora de levantar as

condições climáticas aqui da região.

Foram verificadas duas direções predominantes de ventos, os ventos

de direção nordeste e ventos de direção sudoeste, ou seja, há duas

predominâncias de direções, o vento que vai do mar para o continente e o

vento que vem do continente em direção ao mar.

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Para caracterização dos animais que vivem na parte da Ilha, foram

feitos levantamentos para três grupos de animais.

Foram registradas 110 espécies para alguns grupos, aí os pontos que

vêm na imagem, foram os pontos onde foram realizados os levantamentos

para os anfíbios e os répteis.

Aqui os pontos de levantamento dos mamíferos e os pontos de

levantamento das aves.

Foi identificada uma espécie que vive na Ilha que está ameaçada de

extinção, que é o Papagaio Chauá.

E foram identificadas e registradas também 15 espécies que são

indicadoras de qualidade ambiental.

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Além da fauna terrestre, os animais terrestres foram levantados e

estudados os animais aquáticos também.

Aqui os senhores podem ver na imagem a área que foi definida como

área de influência do ambiente marinho. Alguns dos grupos estudados, os

crustáceos e moluscos; podem ver na imagem os pontos onde foram feitos

os levantamentos, aqui um exemplo desses animais estudados.

Os peixes. Aqui os pontos de levantamento e um exemplo de uma

espécie que aparece aqui na Baía de Sepetiba a Parati.

Outro grupo estudado foram as Microalgas e foram feitos também

levantamentos para conhecer a qualidade da água e dos sedimentos, nesses

nove pontos que aparecem aí na imagem.

Além desses grupos, também foram estudados os Botos e as

Tartarugas.

Aqui uma das espécies que aparece na Baía de Sepetiba, a Tartaruga

Verde e outro animal bastante avistado, durante os levantamentos o Boto

Cinza.

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Para caracterização do Meio Socioeconômico foi feito um estudo do

perfil da população aqui do município de Mangaratiba.

É possível ver no gráfico acima que na última década, de 2000 para

2010 houve um crescimento bastante grande da população, 46% de

crescimento.

Essa população está na sua maior parte concentrada na área urbana e

12%, uma parte menor está concentrada na área rural.

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Outro ponto do levantamento de socioeconomia foi em relação ao

perfil de educação e economia aqui do município.

Nos dados de educação percebemos que 95% da população do

município de Mangaratiba é alfabetizada. E do total de mão de obra que está

empregada aqui no município de Mangaratiba, quase 32% apresentou o

ensino médio completo.

Com relação ao perfil econômico do município, a grande contribuição

é do setor de serviços, 66%. O TIG - Terminal da Ilha Guaíba se encontra aí

dentro dessa grande fatia azul.

E outro perfil bastante importante de ser estudado é o perfil

econômico da população. Do total de população de Mangaratiba, o estudo

levantou que 74% está concentrada naquela faixa que chamamos de

população economicamente ativa, é aquela população que se encontra entre

os 10 e os 65 anos. E desse total de população economicamente ativa, 30%

está contratada e trabalhando formalmente. Esse é um perfil importante feito

no estudo, para que se conheça qual é o potencial de contratação de mão de

obra aqui da região.

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Outro levantamento importante no Estudo de Impacto é a percepção

ambiental.

A Percepção Ambiental é feita a partir de pesquisas qualitativas e

quantitativas. Essas entrevistas têm como objetivo conhecer o que as

instituições e o que a população daqui do município de Mangaratiba pensam

a respeito do empreendedor e do Projeto.

Nas entrevistas surgiram expectativas positivas e negativas em

relação ao projeto. Algumas delas, entre as positivas os entrevistados

disseram que acreditam que com a vinda do Projeto de Capacitação pode

haver aumento na arrecadação de impostos aqui para o município e, outra

informação que apareceu foi que existe uma expectativa positiva de que vá

haver desenvolvimento econômico aqui na região com a geração de

empregos que o projeto pode trazer.

E entre as negativas, um medo, uma apreensão de que possa haver

pressão sobre a infraestrutura do município, e medo também de que

aconteçam eventuais prejuízos ambientais com a implantação do projeto.

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Os Impactos Ambientais são identificados dentro das três etapas que

compõe o projeto, etapa de planejamento, instalação e operação, a partir de

uma metodologia que segue uma sequência de valores ou atributos. Cada

impacto que é identificado recebe esses atributos. Se o impacto é

identificado como impacto negativo, devem ser propostas medidas de

controle, prevenção, minimização ou monitoramento dos efeitos desse

impacto.

Se o impacto é identificado como impacto positivo, são propostas

medidas de potencialização, ou seja, para aumentar ainda mais os benefícios

que esse impacto possa trazer.

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Os impactos são identificados para os três meios que compõem o

ambiente.

O primeiro deles, o Meio Físico, os impactos que foram identificados

para o Meio Físico, que foram: Alteração da qualidade do ar; Alteração das

propriedades dos solos e das águas; Ocorrência de processos erosivos e

Assoreamento do sistema de drenagem.

Alguns impactos podem ou não acontecer, mas uma vez que foram

identificados, existindo a sua possibilidade devem ser propostas as medidas

de controle, prevenção e monitoramento, como falei anteriormente.

Para o Meio Biótico foram identificados os impactos: Perda de

espécimes vegetais ou perda de árvores; Perda de fauna terrestre;

Incômodos à fauna; Perda de fauna aquática.

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E para o Meio Socioeconômico os impactos identificados foram:

Incômodos à população; Pressão sobre os equipamentos públicos; Pressão

sobre a infraestrutura viária; Intersecção ou cruzamento entre as rotas de

embarcações; Intensificação do uso do canal de acesso.

E, os impactos positivos: Aumento da massa salarial e da renda

familiar; Dinamização da economia regional; Aumento da arrecadação

tributária, aqui o grande ganho do projeto, os impactos positivos

identificados.

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Vou trazer agora alguns exemplos desses impactos que estão listados

em maior detalhe.

Para o Meio Físico, como falei anteriormente, foi identificado impacto

de alteração da qualidade do ar, esse impacto pode acontecer por conta da

emissão de poeiras, material particulado.

Durante a etapa de instalação, de obras vai haver uma maior

movimentação de veículos dentro do Terminal e a instalação de grandes

equipamentos, como a Pera Ferroviária, as bermas que vão receber as

empilhadeiras e o novo virador de vagões.

E durante a etapa de operação se espera também um aumento no

transporte e movimentação do minério de ferro por conta dos novos

equipamentos que vão ser instalados dentro do Terminal.

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Para avaliar esse impacto foi feito uma simulação, ou seja, um estudo

de como esse material, de como esse pó poderia dispersar no ambiente.

E o resultado das simulações mostrou que as concentrações do

material particulado permanecem abaixo dos limites permitidos pela

legislação.

Como falei anteriormente, podendo ou não acontecer o impacto, deve

ser propostas medidas de controle. Nesse caso, para esse impacto foram

propostas medidas de controle da velocidade dos veículos, que vão circular

dentro do Terminal principalmente durante as obras e a umectação das vias,

ou seja, o caminhão pipa deve passar pelas vias internas do Terminal

molhando as ruas, para que não seja levantada poeira.

E, além dessa medida foi proposto no estudo que seja dada

continuidade ao sistema de controle que já existe no Terminal, que é a

aspersão, ou seja, o uso de água nas pilhas de minério para molhar essas

pilhas e, para molhar o minério que cai do virador de vagões.

Os impactos também são relacionados aos Programas Ambientais que

trazem todas essas medidas e outras.

No caso desse impacto foi proposto para ele o Programa de Controle

Ambiental das obras e o Programa de Monitoramento da Qualidade

Ambiental do Ar.

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Esse impacto da alteração da qualidade do ar também pode acontecer

por conta da intensificação do tráfego ferroviário.

Durante a etapa de operação do Terminal se espera um aumento de

12 para 16 composições entrando no Terminal todos os dias.

E como medida de controle desse impacto, como foi explicado

anteriormente será utilizada a medida de aspersão de polímero nos vagões,

ou seja, jogado um produto sobre os vagões já carregados com o minério

para evitar que com os ventos esse pó de minério seja carregado e

dispersado.

Essa medida já acontece na mina, quando o minério sai de lá e é

carregado no vagão e agora recebe um reforço no lá pátio da empresa que

fornece o serviço de transporte do minério, da MRS em Barra Mansa. Aqui

um exemplo do sistema de controle operando.

E o Programa associado a ele é o Programa de Monitoramento da

Qualidade do ar. Esse foi classificado como impacto negativo.

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Entre os impactos ambientais previstos para o Meio Socioeconômico,

um deles é a possível intersecção ou cruzamento das rotas de pesca

artesanal com a movimentação de navios. Isso vai acontecer porque se

espera um aumento do tráfego de embarcações com a capacitação do

Terminal.

Então, vamos esperar um aumento de 22 navios para 30 navios,

depois que o Terminal for capacitado.

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Durante a elaboração da percepção ambiental, a equipe que esteve

em campo conseguiu falar com os representantes das Associações de Pesca

e com alguns pescadores aqui da região de Mangaratiba e, as rotas de pesca

foram desenhadas, foram levantadas, quais são essas rotas utilizadas.

Aqui podemos ver na imagem, no desenho, o canal de acesso que as

embarcações devem fazer para chegar até o Terminal.

E aqui algumas das rotas alternativas utilizadas por algumas das

Associações presentes aqui em Mangaratiba.

Então, podemos ver na imagem que algumas delas se cruzam aqui

com o canal de acesso.

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Para esse impacto foram propostas algumas medidas, entre elas,

ações de conscientização dos condutores das embarcações tanto de pesca,

quanto das embarcações operadas pela VALE.

E outras medidas voltadas para os pescadores também dentro do

Programa de Educação Ambiental e do Programa de Comunicação Social,

que tem como objetivo promover um diálogo e uma interface com a

comunidade pesqueira aqui da região.

Esse também foi classificado como impacto negativo.

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Para o Meio Socioeconômico outro impacto identificado é o impacto de

aumento da massa salarial, por conta da geração de empregos que virão

com a implantação do Projeto Capacitação.

Na etapa de instalação são previstos até 1.350 postos de trabalho.

E na etapa de operação 150 postos de trabalho.

Como esse é um impacto positivo, aqui não se propõe medidas de

controle, mas sim medidas para potencializar os benefícios desse impacto

aqui para a região e para a comunidade.

Então, o estudo propôs a contratação formal dessa mão de obra; a

priorização da contratação de mão de obra local; a capacitação dessa mão

de obra para auxiliar na sua chance de empregabilidade, ou seja, na chance

dessa mão de obra conseguir empregos no futuro também.

E, além disso foi proposto no Estudo de Impacto dentro do Programa

de Comunicação Social, a abertura, estabelecimento de canais de

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comunicação com a população para passar informações oficiais do projeto

para toda a população de Mangaratiba.

Os Programas associados a esses impactos, o Programa de Gestão de

Mão de Obra, que foi proposto e, o Programa de Comunicação Social.

Esse foi classificado como impacto positivo.

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Outro impacto identificado também para o Meio Socioeconômico é o

impacto do Aumento da Arrecadação Tributária, por conta da geração de

impostos municipais e federais que vão acontecer também.

Para a etapa de instalação, um dos impostos que se espera aumento é

do imposto municipal, o ISS, imposto sobre serviços.

Aqui para termos uma ideia, em 2010 o Terminal arrecadou para esse

imposto aproximadamente R$ 4,7 milhões; em 2011 também

aproximadamente R$ 8 milhões. Durante a instalação, a etapa de obras do

Projeto Capacitação TIG se espera uma arrecadação também próxima de R$

50 milhões ao longo dos 37 meses de obras.

Para entendermos como o impacto foi avaliado, foi levantada a receita

orçamentária do município de Mangaratiba para o ano de 2010 ficou em

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torno de R$ 164 milhões e a sua receita tributária foi levantada também, que

ficou para o ano de 2010 em torno de R$ 38 milhões.

E como impostos federais se espera durante a etapa de instalação, a

etapa de obras uma arrecadação de aproximadamente R$ 80 milhões. Para a

etapa de operação se espera que, com o aumento da capacidade do

Terminal, se arrecade do ISS, até R$ 11 milhões.

Esse também foi classificado como impacto positivo.

E, foram propostas medidas apenas para garantir o repasse dos

recursos adequadamente como já é feito atualmente.

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Para cada impacto identificado devem ser propostos Programas

Ambientais para controlar esses impactos durante a obra e durante a

operação do Terminal.

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Os Programas são agrupados de acordo com a natureza do impacto,

então, temos aqui o primeiro grupo de programas que foram propostos, que

são os Programas de Controle e de Monitoramento.

Aqui o primeiro deles que foi proposto, Programa de Monitoramento

da Qualidade do Ar.

O Terminal vai fazer o monitoramento do material particulado em três

pontos no continente e um ponto na Ilha.

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Outro programa proposto é o Programa de Controle Ambiental das

Obras. Esse Programa traz várias medidas para garantir que as obras vão se

dar dentro das práticas de saúde, segurança e meio ambiente, que a própria

VALE já adota na sua operação atual.

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Outro grupo proposto de programas, o Programa de Gestão e

Monitoramento de Efluentes Líquidos e Programa de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos.

No Programa de Gestão e Monitoramento de Efluentes Líquidos será

dada continuidade ao tratamento dos efluentes que são gerados tanto na

área industrial do Terminal, quanto os efluentes domésticos gerados nos

refeitórios, nos vestiários e, se espera também aqui uma diminuição desses

efluentes, porque com a capacitação o projeto prevê uma melhora no

sistema de drenagem e um aproveitamento da água que é gerada no

processo.

E, quanto ao Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, o

Terminal também já tem esse programa implementado, já faz a separação, o

armazenamento, o transporte e destinação correta dos seus resíduos.

É proposto que seja feito durante a obra e durante a operação do

Terminal.

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E, por fim, dentro desse grupo foi proposto também o Programa de

Monitoramento da Qualidade Ambiental Marinha.

Esse Programa prevê o controle e monitoramento tanto da biota

aquática, quanto da qualidade das águas e dos sedimentos nesses nove

pontos que aparecem na imagem acima.

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Um outro grupo de programas, são os Programas de Relacionamento.

E aqui foram propostos, o Programa de Comunicação Social, que tem

dentre outros objetivos, divulgar as informações oficiais do Projeto e também

os resultados de todos esses Programas Ambientais que foram propostos

aqui no Estudo de Impacto.

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E aqui o Programa de Gestão de Mão de Obra, que tem ações desde a

seleção da mão de obra que vai trabalhar tanto na fase de instalação, quanto

de operação do Terminal e a sua capacitação, ou seja, o seu treinamento.

E, por fim, proposto também o Programa de Educação Ambiental que

tem como principal objetivo levar para a comunidade de Mangaratiba,

conhecimento e discutir também questões a respeito do meio ambiente, das

questões relacionadas ao meio ambiente aqui no município e na região.

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A conclusão do Estudo.

O Terminal já é operante desde a década de 70, como foi apresentado

anteriormente, e comporta essas estruturas propostas pelo Projeto de

Capacitação.

Na avaliação dos impactos negativos, dentro da metodologia, a

maioria dos impactos negativos foram classificados como de baixa

relevância, porque se entende que eles seriam muito menores também do

que aqueles que viriam da implantação de um novo projeto numa área

totalmente nova.

Além disso, os impactos positivos que foram identificados aqui no

estudo, foram classificados como de alta relevância, são bastante

significativos aqui para o município e para a região também.

E com base nessas considerações, a equipe que trabalhou na

elaboração do Estudo de Impacto Ambiental concluiu pela sua viabilidade

socioeconômica.

Muito obrigada.

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O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CÉSAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sra. Giseli , pela apresentação.

Senhores, estamos com cerca de 20 perguntas já encaminhadas à

mesa e 5 pedidos de inscrição oral, vamos fazer um pequeno intervalo de 15

minutos, quando será distribuído um lanche, podem permanecer onde estão,

porque os atendentes vão distribuir.

E ao longo desses 15 minutos, poderão encaminhar ainda perguntas à

mesa, mas informo que ao término desse período não serão mais aceitas

perguntas a mesa, mas avisarei daqui a 15 minutos findo o prazo.

A equipe da organização já está distribuindo o lanche, enquanto

vamos fazer a separação das perguntas, agrupando-as de forma que as

respostas sejam mais objetivas e sobre o mesmo tema.

(A reunião é suspensa às 20h29, sendo reaberta às 20h50)

O SR. CERIMONIALISTA – (RODRIGO PINHEIRO LACERDA) –

Senhores e senhores, vamos retomar nossa Audiência Pública. Peço,

novamente aos senhores, que retomem seus assentos e passo a palavra ao

Presidente da mesa, o Sr. Maurício Cesar Couto Júnior.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Senhoras e senhores, temos 25 perguntas encaminhadas à mesa e cinco

inscrições para fazer uso da palavra. Conforme dito no início desta Audiência

Pública, começaremos com as perguntas encaminhadas à mesa, que serão

respondidas, e, ao final, passaremos às inscrições para uso da palavra.

Gostaria de saber se há mais alguém formulando perguntas, porque nesse

momento encerraremos o encaminhamento das mesmas.

Vamos receber mais essas duas perguntas e vamos dar início às

perguntas que foram encaminhadas à mesa, primeiro sobre Mão de obra e

Capacitação.

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Temos em mãos a pergunta da Sra. Dayse Figueiredo.

“Por que a Vale não promove em alguns distritos de

Mangaratiba alguns cursos para os jovens menores de 18 anos

para que tenham a oportunidade de sair das ruas aprendendo o

que não devem? Olhai para o pequeno porque são o futuro do

nosso país e do Brasil”

Temos em mãos a pergunta do Sr. André Luís.

“A Vale tem a intenção de buscar parcerias para fazer a

capacitação dos moradores de Mangaratiba em seu próprio

município?”

Temos em mãos a pergunta do Sr. Alexandre.

“Como visto no vídeo, a Vale, em parceria com o CEFET

– Itaguaí, forma técnicos que terão a oportunidade de

estagiar na Empresa. Visto que o CEFET formou 25 técnicos

recentemente, qual a possibilidade de aproveitamento desses

formandos em curto prazo, já que a previsão do término das

obras do TIG é para três anos?”

Temos em mãos a pergunta do Sr. Evandro Luís.

“Quais os meios disponíveis de contato para nos

mantermos informados?”

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Audiência Pública do Licenciamento Ambiental do Projeto Capacitação Terminal da Ilha Guaíba (TIG), Vale S/A.

Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Temos em mãos a pergunta do Sr. Marcos Felipe, de 10 anos.

“Gostaria que a Vale olhasse para as crianças acima de

10 anos para que possam participar dos projetos da Vale. É a

futura geração que participará desses projetos, é o futuro do

Brasil.”

Temos em mãos a pergunta do Sr. Leandro da Silva.

“Com o aumento da capacitação das obras, como ficam a

saúde dos operários? Como a Vale pode ajudar nesse setor?”.

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Carvalho, representante da Vale, para

responder aos questionamentos.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Bom, foram feitas várias perguntas do mesmo tema. Como apresentei no

Projeto de Capacitação, precisaremos, realmente, capacitar 1.350 pessoas

para os postos de trabalho. O que está sendo estudado ainda como

programa? A capacitação dessas pessoas priorizando a mão de obra captada

na região. A Companhia tem alguns programas – peço que, depois, o nosso

gerente de Recursos Humanos detalhe para vocês esses programas. Temos

captação no CEFET e outras instituições de ensino.

Quero enfatizar a preocupação em relação ao projeto atual, vamos

não só durante a obra fazer a captação da mão de obra local, durante o

projeto os 150 profissionais serão capacitados teoricamente – por dois anos.

Após os dois anos, teremos seis meses de capacitação prática com os

fabricantes dos equipamentos; eles darão treinamento sobre como esses

equipamentos serão operados e mantidos – área de manutenção. Esses

serão, efetivamente, profissionais da Vale.

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O Sr. Laurent Santos é nosso gerente de Recursos Humanos e falará

dos programas atuais que a Vale vem desenvolvendo na região atendendo a

comunidade.

O SR. LAURENT SANTOS – (VALE) – Boa noite a todos.

A Vale, nacionalmente, contribui com a comunidade através do que

chamamos de Programas de Porta de Entrada. São basicamente três

programas que objetivam providenciar a possibilidade do jovem, que está se

profissionalizando, que entra através de programas como o Jovem Aprendiz,

de ingressar na Vale. Atualmente, tanto em Mangaratiba quando na CPBS

temos três Programas de Porta de Entrada: de estágio, de nível técnico, de

Jovem Aprendiz, através de parceria com o SENAI e o programa de Trainee

operacionais, em parceria com o CEFET.

Esses três programas são administrados durante todo o ano,

atualmente são cerca de 80 participantes e o índice de aproveitamento é

altíssimo. Cito um exemplo: nas turmas de trainees operacionais do ano

passado foram aproveitados mais de 80% desses jovens profissionais.

A Vale investe fortemente na preparação de novos profissionais, seja

para trabalharem diretamente na Empresa, seja para preparar esses jovens

para ingressarem no mercado de trabalho. É através desses três programas

que a Vale potencializa o ingresso no mercado.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sr. Laurent.

Em relação àquela pergunta sobre o contato, é este telefone que está

na tela?

O SR. LAURENT SANTOS – (VALE) – Exatamente. Pedi que

deixasse na tela o número durante esse período de perguntas e respostas.

Esse é o telefone de contato através do qual cada um de vocês, ou quem

estiver ausente hoje, a comunidade em geral, pode entrar em contato

conosco. Uma pessoa de nome Renata Cunha estará atendendo vocês.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Em relação à logística do projeto, temos em mãos a pergunta do Sr. Ruan

Borges.

“A linha do trem será duplicada?”

Temos em mãos as perguntas do Sr. Gastão Vitor.

“Com o aumento da capacidade de embarque do TIG,

de 50 para 70 milhões – o que representa um aumento de

40% - o aumento previsto para o número de composições

ferroviárias é de 12 para 16 – aumento de na ordem de 33%.

Haverá o aumento do número de vagões por composição?”

“Existe no TIG instalações para análise de amostragem

do produto onde é feita a análise do teor de dióxido de ferro do

minério?”

Temos em mãos a pergunta do Sr. Márcio Plácido.

“Qual medida será tomada em relação à população que

vive próximo à linha férrea com relação a ruídos e vibrações

devido o maior fluxo de trens operando na logística?”

Temos em mãos a pergunta do Sr. Enéias de Melo.

“Possibilidade de adoção de arco-viaduto, como na Lapa,

RJ, nas praias do Sahy e Praia Grande no período dessa obra, e

dentro das passagens de nível cancelas eletrônicas, como a de

Estrela do Céu, em Itaguaí.”

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Ricardo para suas considerações.

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O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Sr. Ruan, não haverá duplicação da linha férrea fora do terminal, como na

apresentação que fiz a vocês. Só teremos a inserção da terceira linha dentro

do terminal, fora do terminal não haverá alteração na linha férrea da MRS.

Com relação ao Sr. Gastão, as composições da MRS são de 132

vagões, esses vagões permanecem. Essa é uma resposta mais por parte da

MRS; mas da nossa parte, não é previsto o aumento de vagões. A MRS é

uma empresa de operação logística, então pode ser que faça alguma

alteração, mas o nosso projeto não contempla isso. O projeto só contempla

aumento no número de recebimento de trens, de 12 para 16 por dia.

Foi perguntado também sobre a análise do teor de Óxido de Ferro. O

nosso minério é amostrado e analisado na mina, na origem. Quando o

minério chega em nosso terminal temos conhecimento de suas

características, com isso nós dispomos o minério em pilhas por tipo de

granulometria para que atendamos os contratos de cada cliente. Não

fazemos esse tipo de análise em nosso terminal.

A outra pergunta, acho que foi do Sr. Márcio, com relação à parte de

ruído. É como apresentei a vocês, a MRS vem desenvolvendo dois

programas: o programa de redução, com a lubrificação, do ruído proveniente

da roda do vagão e do trilho, lembrando que a graxa é biodegradável; temos

também o programa “Buzina Zero”.

Com relação a essa parte de arcos de viadutos, obras, cancela, se

vocês me permitirem, convidarei o diretor da MRS, o Sr. Gustavo Bambine,

que poderá falar sobre isso, já que foge da atuação tanto da Vale, quanto da

parte dos nossos projetos.

Concedo a palavra ao Sr. Gustavo Bambine. Fique à vontade e

obrigado pela sua presença.

O SR. GUSTAVO BAMBINE – (MRS) – Boa noite a todos.

Evidentemente, com o aumento da capacidade do terminal, a tendência é

que haja um aumento do número de composições que passam na cidade.

Com relação ao tempo de passagem de nível, certamente isso não mudará.

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O tempo da composição é o mesmo porque, como o Sr. Cláudio bem

colocou, não haverá mudança no número de vagões de cada composição.

Possivelmente, haverá um número maior de composições atendendo a

demanda do terminal. Em virtude disso, estamos estruturando uma série de

obras para a região. Com relação a eliminação das passagens de nível eu

colocaria aqui, com relação a cancela automática. Nós temos a instalação da

cancela nas ruas Ari Pereira, Chaperó e Amendoeira, caminho do TIG. Uma

passarela com construção a ser iniciada no início do mês na Rua Três.

Estamos buscando parceria com o DNIT, que é o Órgão Federal,

porque cada viaduto é uma obra de arte bastante significativa em termos de

recursos. Estamos buscando esta parceria para construir obras de arte, que

podemos chamar de viadutos ou passagens inferiores, em Amendoeira,

Chaperó e Ari Pereira.

Existem projetos executivos já elaborados e financiados com recursos

da própria MRS. Esses projetos já foram aprovados em Brasília e a

expectativa é que agora, no início de 2013 tenhamos a liberação da verba

para começarmos a fazer a licitação e contratação para essas obras de arte

que, certamente, interferem diretamente na questão das passagens de nível.

A ideia é retirar o maior número de passagens de nível na região de

Mangaratiba, Itacuruçá e Itaguaí.

Há previsão de construção de duas passarelas, próximas às estações

de Itacuruçá e Muriqui. E uma passagem de nível com sinalização passiva,

que não é a cancela eletrônica.

O que importa é que buscaremos fazer com o Município um projeto

que já realizamos o piloto – com relação aos ruídos, explicando um pouco

mais o “Buzina Zero”. O projeto piloto que fizemos com Barra do Piraí é a

ideia de buzinar menos, principalmente a noite, porque sabemos que há um

incomodo maior com as comunidades. Dentro do “Buzina Zero” a nossa ideia

é estruturar algo na região que leve uma buzinada curta à noite, somente o

sino, evitando que haja o ruído maior que os trens fazem na região.

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A lubrificação já temos instalada. No KM 6, próximo à antiga estação

ferroviária do Sahy temos um ponto e podemos estudar – como temos feito

– a instalação de outros pontos, lembrando, novamente, que o produto é

biodegradável. A tendência é não gerar qualquer impacto ambiental.

Acho que as respostas são essas. Estou à disposição para qualquer

questão.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sr. Gustavo.

Temos em mãos a pergunta da Sra. Elenice de Souza.

“Faço parte de uma cooperativa de criadores de

mexilhões a qual recebeu verba para nos dar condições de

trabalho e esse material não chegou nas mãos dos

maricultores. Ficamos sem condições de trabalho. Quem pode

nos dar material para que possamos criar os mexilhões e

ostras? Minha cooperativa é a ANCOVERE. Os recursos não

chegam para o grupo de maricultores.”

Temos em mãos a pergunta da Sra. Márcia Quede.

“Gostaria que fosse explicado sobre a área de fundeio.

Futuramente, com o aumento da demanda será novamente

dragado o leito para aprofundamento? Como isto interferiria na

pesca regional?”

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Carvalho, representante da Vale, para

suas considerações.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Sra. Elenice, obrigado pela sua vinda e pela pergunta. Esse assunto da

maricultura, a senhora e todos aqui sabem que temos a fazenda marinha. A

fazenda marinha é acompanhada pelas operações do terminal.

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Peço ao nosso gerente de Meio Ambiente do terminal do TIG e CPBS,

Sr. Bruno Guillon, responsável pela condição da fazenda marinha, que

responda essa pergunta.

A pergunta sobre a área de fundeio e dragagem, da Sra. Márcia, eu

irei responder em seguida.

O SR. BRUNO GUILLON – (VALE) – Boa noite a todos.

Temos esse projeto da fazenda marinha no terminal da ilha Guaíba.

Esse projeto existe há 15 anos. Temos uma opção nesse projeto de atuar

fortemente na formação dos maricultores e no fornecimento dessas

sementes, que é o motivo de termos construído o laboratório e aumentado

nossa estrutura lá dentro.

Na pergunta não identifiquei se foi um compromisso da Vale em doar

esses equipamentos.

A SRA. ELENICE DE SOUZA – É uma preocupação porque pela

informação que tive, a empresa agora é a Vale. No passado fomos

indenizados por essas firmas, a fim de que nos dessem condições de

trabalho. Pelo que soube a minha cooperativa recebeu essas verbas, mas

não tivemos acesso ao material de trabalho. Então, ficamos sem condição de

exercer nosso trabalho. Fizemos cursos pelo SEBRAE, vimos que teríamos

condições de melhorar nossas vidas, mas nossos sonhos foram roubados

pelos presidentes de nossas cooperativas.

O SR. BRUNO GUILLON – (VALE) – Preciso entender.

A SRA. ELENICE DE SOUZA – É porque a Vale agora fará a mesma

coisa, certo? Investirá com recursos nas cooperativas.

O SR. BRUNO GUILLON – (VALE) – Estamos prevendo ampliar a

operação da fazenda marinha, para aumentar nossa capacidade de fornecer

sementes e cursos.

A SRA. ELENICE DE SOUZA – E recursos? Por que precisamos de

material. Nós, operários simples e humildes, não termos condição de ter

material. É um custo caro.

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O SR. BRUNO GUILLON – (VALE) – Estamos avaliando todas essas

possibilidades. Como podemos atuar junto à comunidade? Principalmente

treinando e vendo quais oportunidades poderemos ter dentro da comunidade

de conseguir material e mão de obra. O escopo da fazenda marinha vem

sendo ampliado.

Respondendo sua pergunta diretamente; não está em nossa previsão

o fornecimento direto dos materiais, porque acreditamos muito que a

capacitação das comunidades e o fornecimento das sementes – que são a

matéria-prima mais valiosa que temos dentro da maricultura – é que darão

resultado. Temos uma área de relação com as comunidades, que tem atuado

muito junto a elas, e nada impede que através dela possamos entender

melhor as necessidades e, assim, melhorar o projeto.

A SRA. ELENICE DE SOUZA – Por favor, era isso que eu queria

propor. Que vocês, os dirigentes dessas grandes firmas, pudessem se chegar

mais a nós, o povo, e não aos nossos representantes. Na maior parte do

tempo os benefícios não chegam até nós. Gostaria que o operário tivesse um

acesso mais livre às pessoas que nos dão esse apoio. Independente, de

nossos representantes legais.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sra. Elenice. A senhora já passou sua preocupação e o que

aconteceu em sua cooperativa. Registramos isso. Encaminhe sua solicitação

à Empresa através de e-mail para sabermos de que forma podemos

contribuir com vocês, e sobre esse problema interno de sua cooperativa

veremos como poderemos trabalhar.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Responderei à pergunta da Sra. Márcia com relação à área de fundeio.

Não haverá nenhuma alteração da área de fundeio existente que

atende hoje o TIG. Essa área é definida pela Capitania dos Portos. Lembrem

da apresentação que fiz a vocês, de que o terminal é uma caixa d’água que

receberá o minério, o qual será rapidamente movimentado. A área de

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fundeio existente hoje atende perfeitamente a capacidade, não há

necessidade de aumento dessa área.

Com relação à dragagem, o nosso projeto não requer dragagem. É

importante lembrar que é muito natural em todos os portos, não só aqui,

mas em todo o lugar do mundo, dragagens de manutenção. Manutenção da

área de atracação, canal e curva de canal. O nosso projeto não exige

dragagem para atender a capacitação.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado. Perguntas relativas aos impactos.

Temos em mãos a pergunta da Sra. Ilca.

“Por que em Conceição a areia da praia tem o pó

escuro? Será que o minério está afetando a nossa praia ou será

outro problema?”

Temos em mãos a pergunta da Sra. Rosana Ferreira.

“Dentre os impactos que poderão ocorrer com a

realização desse projeto, pode ocorrer alteração na qualidade

da água marinha ou no fundo marinho? Se puder, o que será

feito para reduzir esse impacto?”

Temos em mãos a pergunta do Sr. Ricardo Correia.

“Haverá monitoramento permanente após a construção

da ampliação do terminal?”

Temos em mãos a pergunta da Associação de Pescadores do Sahy.

“Qual o impacto que será ocasionado no Sahy?”

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Temos em mãos a pergunta do Sr. Richarlison Rodrigo.

“Entre os riscos da implantação do empreendimento,

qual foi o mais grave avaliado para a população de

Mangaratiba?”

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Carvalho, representante da Vale, para

suas considerações.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

São vários temas, inclusive com relação à parte dos impactos propriamente

ditos, a Sra. Giseli, da consultoria, responderá. Porém, vamos à primeira

pergunta, da Sra. Ilca.

Muitas pessoas da comunidade comentam que nas nossas praias

existe o pó do minério. Aquela areia preta que vemos em nossas praias é um

mineral chamado Mica, não é minério de ferro. Essa Mica é proveniente da

presença do mar e de chuvas batendo em nossas costeiras, onde há granito.

Há muitos anos a empresa anterior à Vale fez um estudo com um

geólogo e comprovamos isso: não há como o minério de ferro estar presente

em nossas praias. Então, não fiquem preocupados, aquilo é um mineral, mas

não é minério de ferro, é a Mica.

A outra pergunta é com relação a alteração da água marinha, da Sra.

Rosana. Concedo a palavra a Sra. Giseli.

A SRA. GISELI FERNANDES DA COSTA – (ARCADIS) – Sra.

Rosana, esse impacto da alteração da qualidade da água marinha pode

acontecer e foi identificado no estudo. Ele pode acontecer tanto na etapa de

instalação quanto na etapa de operação. Para ele foi previsto um programa

de monitoramento, que avalia tanto a qualidade da água quanto a qualidade

dos sedimentos.

Já respondo a próxima pergunta, se haverá continuidade dos

monitoramentos, entendo que se estenda para todos os outros casos e

programas. Sim, continuará sendo feitos e desenvolvidos programas de

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monitoramento tanto durante a instalação do projeto, mas também durante

toda operação do terminal no que diz respeito a todos os componentes que

se preocupam com a qualidade do ar, da água. O tratamento dos resíduos

sólidos, por exemplo, enquanto o terminal estiver operando continuará sendo

desenvolvido e implementado, para evitar qualquer tipo de geração de

poluente tanto para ar, solos quanto para água marinha.

Foi feita outra pergunta também a respeito de quais foram os riscos

previstos com a instalação do projeto.

Com relação a riscos para a população. Fazemos uma distinção no

estudo de impacto entre risco e impacto. Nesse caso, foram previstos sim

alguns impactos, também para a fase de instalação e para a fase de

operação sobre a população. Um deles, por exemplo, é a alteração da

qualidade do ar. Ela se reflete sobre as pessoas, então se não houver

medidas de controle desse impacto pode haver incômodos à população.

Com o aumento do tráfego de trens, também foi identificado outro

impacto à população por conta da emissão de ruídos e de vibrações. Como

expliquei em minha apresentação, com o impacto identificado, acontecendo

ou não, tem que haver uma devida medida de controle e monitoramento. No

caso dos ruídos, os impactos foram identificados e as medidas propostas

dentro do programa já desenvolvido pela MRS Logística, que é a empresa

que faz o fornecimento do minério. Então, ele prevê a lubrificação dos trilhos

para diminuir o atrito e também o programa “Buzina Zero”, para o caso dos

ruídos.

Existe também o que classificamos e identificamos como impactos

positivos para a população no estudo. Então, dentro dos que foram

identificados estão a geração de empregos, aumento da massa salarial, da

renda familiar que vem com isso, aumento de impostos para o município.

Com o aumento de empregos e da massa salarial, também se espera uma

dinamização da economia. O que significa isso? Se você cria empregos

diretos, estes gerarão empregos indiretos também. Um emprego acaba

gerando outro e assim a economia se fortalece e reflete em outros serviços

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que também podem, indiretamente, estar relacionados com a operação e

implantação do projeto.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sra. Giseli. Sr. Hélio, antes de continuar com os impactos, houve

um questionamento a respeito de sinalização da parte ferroviária no

município de Mangaratiba. O nosso companheiro da MRS falou somente

sobre Itaguaí e as pessoas gostariam de uma complementação sobre

sinalização das travessias em nível.

Concedo a palavra ao Sr. Gustavo Bambine para complementação da

resposta.

O SR. GUSTAVO BAMBINE – (MRS) – Tenho uma tabela, e talvez

não tenha falado em relação a Mangaratiba para não tomar muito o tempo.

Em Itacuruçá a proposta é de instalação de uma sinalização

automática, cancela, em Evelina. Uma APN com sinalização de placas em

Muriqui e outra APN com sinalização de placas em Ibicuí.

Com relação a passagens inferiores, em nosso plano diretor há

previsão de construção de uma passagem inferior em Ibicuí e uma passagem

de pedestres. Há já o viaduto em Itacuruçá e há proposta de instalação de

duas passarelas próximas às estações de Itacuruçá e Muriqui, também na

região.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sr. Gustavo.

Dando continuidade às perguntas relativas aos impactos, temos em

mãos as perguntas do Sr. José Carlos Tavares.

“Foi falado que não seria feito nada dentro da água. No

entanto, estou lendo a Arcadis Logos sobre colocação de

estruturas no mar. Por que não foi falado na apresentação?

Desejo saber se a Vale possui um levantamento sobre a

quantificação e variedade das espécies marinhas antes da

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implantação do primeiro projeto em 1973 e se há um estudo

sobre a quantificação e variedade das espécies marinhas hoje.”

Ele também faz perguntas sobre passagens de nível e aumento

ferroviário, mas acredito que essas já foram respondidas.

Temos em mãos a pergunta da Sra. Verônica.

“O que será feito com a água que não for utilizada no

tratamento? Qual será a forma de descarte dessa água?”

Temos em mãos um encaminhamento de forma anônima.

“E se a Vale for vendida? O que será do projeto?”

Temos em mãos uma pergunta sem nome do autor.

“Como se explica o fato de serem considerados de baixa

relevância 18 pontos de impactos identificados e apenas dois

serem considerados positivos, sendo que todos os impactos

negativos são relacionados ao meio ambiente e alguns serem

irreversíveis como consta no EIA?”

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Carvalho, representante da Vale, e à

Sra. Giseli Fernandes, da Arcadis, para responder às perguntas.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Começarei pela pergunta do Sr. José Carlos, com relação à parte das obras

no mar, que é o alargamento da ponte de acesso ao píer, atracadouro dos

navios, e extensão do píer unindo ao Dolfin. Teremos, sim, obras no mar.

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A Sra. Giseli, a Arcadis Logos fez um estudo de impacto sobre esse

item. Passarei a palavra a ela, mas quero lembrar que comentamos isso na

apresentação.

Sobre a pergunta da Sra. Verônica, com relação ao descarte da água.

As caixas de decantação hoje do terminal, o sistema de drenagem, faz o

tratamento coletando essa água. Como o nome já diz, a caixa de decantação

decanta, precipita o minério nessa caixa. Então a água que vai para o mar é

tratada, não é o minério de ferro.

Outro ponto aqui perguntado é sobre a possibilidade de venda da

Vale. É lógico que não existe o pensamento que nossa companhia será

vendida. O objetivo aqui é falar do projeto, mas falando rapidamente sobre a

empresa, nossa companhia é a maior empresa privada do País. Lembrem

que falei que ela atua em 38 países, é uma empresa global e muito bem

estruturada.

Passo a palavra a Sra. Giseli Fernandes, da Arcadis Logos, para

complementar sobre os impactos do trabalho no mar.

A SRA. GISELI FERNANDES DA COSTA – (ARCADIS) – Voltando

uma pergunta, para complementação da resposta – sobre a comunidade do

Sahy. Na verdade, os impactos são avaliados para a população do município

de Mangaratiba como um todo, não especificamente para determinadas

populações, como falei anteriormente. Toda a população foi contemplada

aqui.

O SR. VLADIMIR DA CONCEIÇÃO PEREIRA – Sr. Presidente, sou

da comunidade do Sahy e gostaria de usar a palavra.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) – O

Senhor está inscrito, portanto, concedo a palavra.

O SR. VLADIMIR DA CONCEIÇÃO PEREIRA – Meu nome é

Vladimir e sou Presidente da Assopesca do Sahy.

Tudo está tranquilo e sendo colocadas facilmente aqui as questões da

Empresa, mas a pesca está sendo destruída na área do Sahy, na baía, pela

Companhia. Queremos saber sobre isso. É muito fácil falar que não há

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minério na água, há decantação, mas queremos saber sobre o impacto na

pesca que terá na área do Sahy.

O SR. NILTON MACHADO PEREIRA – (inaudível)

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Sr. Nilton, é preciso respeitar as regras da audiência. O Senhor terá a

oportunidade de se pronunciar.

O SR. NILTON MACHADO PEREIRA – (inaudível)

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Todos que estão inscritos vão falar. Temos que seguir o rito da Audiência

Pública. A palavra voltará para ele e o senhor também.

Sra. Giseli, pode continuar sua fala.

A SRA. GISELI FERNANDES DA COSTA – (ARCADIS) – Sr.

Wladimir, responderei à tua pergunta a respeito da comunidade do Sahy. No

caso, sobre aqueles que falei anteriormente, esclareci que alguns deles

foram identificados e avaliados para a população do município de

Mangaratiba como um todo. No caso, estou entendendo a tua pergunta

agora, que é específica em relação à rota de pesca da comunidade do Sahy.

Ela não apareceu em minha apresentação agora, mas ela consta no estudo.

Tivemos a oportunidade de mostrá-la especificamente para vocês nas

reuniões prévias a rota que foi estudada e levantada com a ajuda de vocês e

com a equipe de campo. Temos aqui um dos mapas que constam no estudo

de impacto onde apresentamos todas as rotas. O impacto que demonstrei

anteriormente pega o cruzamento de algumas das rotas dos pescadores com

o uso do canal de acesso.

Nesse caso, conseguimos ver um exemplo. Vou apontar.

Aqui conseguimos ver as rotas dos pesqueiros da Associação do Sahy,

constam aqui também. Nas reuniões foi apresentado outro impacto que se

refere ao cruzamento das rotas durante a instalação. Acho que é sobre esse

que você está me perguntando também. Esse foi contemplado no estudo

também, e as mesmas medidas que se aplicam para o que apresentei agora,

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para operação, também se aplicam para esse que está ligado à fase de

instalação.

O SR. WLADIMIR DA CONCEIÇÃO PEREIRA – Vamos ficar três

anos e um mês fugindo de embarcações cheias de caminhões, lanchas. Há

pouco tempo uma lancha quase passou por cima de uma embarcação de

pequeno porte lá no Sahy, em um nevoeiro que aconteceu. Então são três

anos com o aumento da quantidade de balsas e lanchas carregando

funcionários e estamos no caminho.

O que acontecerá no Sahy? Qual é a contrapartida que essa empresa

dará? Vocês não irão carregar nosso pescado. Precisamos de ajuda. Vir aqui

falar é muito fácil. A Vale não dá nada para a pesca. Não ajuda em nada.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Está registrada sua manifestação. Se o senhor quiser, pode encaminhá-la

dentro do prazo de 10 dias para que seja incluída no parecer técnico.

Gostaria de reafirmar a colocação do Dr. Bruno Lavorato, Promotor do

Ministério Público de Angra, que entrou em contato conosco no INEA, e disse

que apesar de não estar presente terá acesso à ata da Audiência Pública e à

transcrição. Então, tudo que está sendo falado e gravado aqui, ele receberá

e, de qualquer forma você pode procurá-lo em Angra, ele se colocou à

disposição. Tudo que acontecer nessa Audiência Pública ele receberá.

Temos em mãos a pergunta do Sr. Cledson Dutra Barbosa, do Iate

Clube em Muriqui.

“Qual o projeto da Vale de compensação à população de

Mangaratiba pelo impacto que será causado pela ampliação do

porto? O que se observa é que a Prefeitura acaba aplicando

mal os poucos recursos que as empresas repassam a ela.”

Na verdade, ele não está perguntando, mas fazendo uma proposta de

instalação de um grupo de trabalho que envolva as associações e a

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sociedade civil organizada para acompanhar e opinar sobre a aplicação

desses recursos.

Seria isto Sr. Cledson?

O SR. CLEDSON DUTRA BARBOSA – Boa noite a todos.

Gostaria de fazer um complemento à fala do meu amigo, Sr. Wladimir.

Vemos aqui que a maior parte das pessoas que serão afetadas pela

obra, pela ampliação, é da comunidade pesqueira. Vemos que são pessoas

trabalhadoras, dignas de respeito. Infelizmente, não falo só da Vale, a

maioria das empresas esquece a classe que nos carrega. Todos aqui

gostamos de peixe. Eles são a base da cadeia produtiva, e muitas vezes nos

esquecemos dessas pessoas. Fico triste com isso.

Acho que a Vale, com o porte que tem, deveria olhar com mais

carinho para esse povo que é sofredor, não é oportunista, que vem aqui

atrás de recursos para aplicar em outras coisas a não ser na própria

atividade que eles tem.

Sr. Nilton, gostaria de falar em nome de vocês porque conheço e sei

de quem estou falando. Ninguém aqui está contra o desenvolvimento, todos

aqui querem isso para a cidade, querem emprego, mas que custo isso terá

para nós?

Moro aqui há quase 30 anos, posso dizer que sou mais

mangaratibense do que carioca. O que vemos hoje é que as empresas que

vem se instalando em nossa região simplesmente arrancam o que temos de

potencial, porque nossa posição geográfica é maravilhosa, e deixam para nós

somente lixo. A maior parte faz isso. Vemos também que dos governantes da

cidade, que eram para estar aqui, não há nenhum aqui. Na última reunião da

LLX, não havia nenhum também, me parece que ficou, inclusive, registrado

em Ata que não havia nenhum representante da prefeitura.

Acredito que nós os pagamos com imposto e eles deveriam estar aqui

defendendo o povo. Não há um vereador aqui. Isso é uma vergonha. Acho

que eles deveriam ter o mínimo de vergonha na cara, pois são pagos para

defender nossos interesses. Ficamos depois reclamando da empresa. Acho

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que a função da empresa é ter lucro, não estou dizendo que a empresa tem

que vir aqui e governar nossa cidade, fazer projeto de saneamento, de

infraestrutura, mas no final das contas a empresa acaba assumindo isso

porque a maioria de vocês que trabalham na Vale moram aqui em

Mangaratiba. Quando falta água na casa de vocês falta na casa do

empregado da Vale também.

Estou falando que o maior problema hoje de Mangaratiba é a água, a

distribuição de água. A CEDAE cobra um absurdo e é ridícula a distribuição.

Há também a questão do saneamento. Se vocês subirem hoje na cachoeira

virão como é ridículo. Tivemos um surto de hepatite na cidade, e isso é uma

coisa que não existe mais em lugar algum. Na última reunião tivemos um

engenheiro que trabalha no setor de água de Angra. Vemos, assim, que

existem pessoas qualificadas para sentarem com o governo – isso é uma

questão do governo municipal, estadual e até federal, porque acredito que

haja dinheiro do PAC também para ser investido nisso. Sei bem que quando

uma empresa do porte da Vale compra essa bandeira, as coisas começam a

funcionar de maneira mais séria.

Gostaria que constasse nos registros a questão da infraestrutura,

principalmente, de água do nosso município, que é precária e ineficiente.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado pela sua participação, Sr. Cledson.

Passaremos agora para as Perguntas Orais.

Temos oito pessoas inscritas, vamos limitar o tempo em 04 min., por

favor, porque todos terão direito a réplicas, além das respostas que teremos.

Concedo a palavra ao Sr. José Carlos, da APEMAR.

O SR. JOSÉ CARLOS TAVARES - O meu questionamento não foi

respondido. Gostaria de saber se a Vale tem algum estudo ou levantamento

quanto a quantificação da variedade de espécies dentro da baía, desde a

implantação do primeiro projeto. Porque não temos mais nada para pescar

na baía, e eu coloco como responsáveis essas empresas que se instalaram

na baía.

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O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sr. José Carlos, muito bem lembrado, faltou essa resposta.

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Carvalho, representante da Vale, para

responder ao questionamento.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Está correto, Sr. José Carlos, faltou esta resposta.

No estudo de 1973 não houve esse levantamento porque era outro

momento, outra legislação. Até onde eu tenho informação, não houve estudo

de levantamento das espécies e suas quantidades. Não sei se de algum

tempo para cá, com o trabalho do Boto Cinza, acompanhando as famílias,

houve esse estudo. A Sra. Giseli poderá falar melhor sobre o que ela

apresentou, sobre toda a fauna aquática e terrestre. Não quero me

aprofundar porque foge da minha alçada de conhecimento, que é a

especialidade dela.

A SRA. GISELI FERNANDES DA COSTA – (ARCADIS) - Sr. José

Carlos, o estudo leva em consideração tudo o que já foi feito sobre a região,

inclusive todos os levantamentos e pesquisas que já foram feitas a respeito

das espécies que ocorrem na baía de Sepetiba. Costumamos utilizar todo o

tipo de bibliografia, como nós chamamos, tudo o que foi escrito nos livros da

região. Isso consta naquele capítulo, que falei para o senhor, que é o

diagnóstico ambiental.

Ele, então, é comparado com o levantamento que fazemos em campo.

Vamos nos livros para entender o que há na região e vamos ao campo para

confirmar e saber o que ainda ocorre aqui. Especificamente antes da década

de 1970, existem várias bibliografias e algumas delas estão contempladas no

estudo.

Em relação aos levantamentos feitos atualmente, a espécie que

recebe um monitoramento específico na baía de Sepetiba é o Boto Cinza.

Essa é a espécie mais monitorada e que tem estudos específicos.

O SR. JOSÉ CARLOS TAVARES – O pescador não pesca boto, muito

pelo contrário, ele busca preservá-lo. Se o boto se prende em uma rede, o

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pescador solta com carinho. A preocupação do pescador são as espécies que

haviam na baía e que esses empreendimentos afugentaram. A Corvina já

não existe mais, nossa baía era riquíssima em Corvina. Já não temos mais

Robalo, Garoupa, Badejo, Sororoca – nunca mais ouvimos falar – e Piraúna.

Essas espécies eram abundantes aqui. Também o Cação-Viola, e outras

espécies de Cação, Xaréu. Essas espécies sumiram. É muita coincidência

essas espécies evaporarem da baía justamente com a instalação dessas

empresas, e nenhum pescador tem perspectiva de um ressarcimento,

melhora, de repovoamento. Não temos isso aqui.

Então, o que eu mais desejo é que essas empresas busquem repovoar

essa baía que não está mais moribunda, ela morreu. Vocês mataram a baía

que outrora era a segunda mais fértil do Brasil.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sr. José Carlos. Muito bem colocado.

Fica então o encaminhamento da sua proposta que, dentro das ações

que as empresas tem que desenvolver, haja o repovoamento. Já está nos

autos e o INEA providenciará que essa manifestação faça parte do parecer

técnico.

A SRA. GISELI FERNANDES DA COSTA – (ARCADIS) – Sr.

Maurício, desculpe, anotamos mais uma pergunta que ficou sem resposta.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Por favor, responda.

A SRA. GISELI FERNANDES DA COSTA – (ARCADIS) – Foi

questionado a respeito dos impactos considerados negativos, de baixa

relevância, e dos positivos. Como falei na apresentação, para valorar,

classificar e avaliar os impactos, é seguida uma metodologia. O impacto é

avaliado e ele vai recebendo, passo a passo, análises e atributos – como

chamamos – para chegar ao final e entendermos a significância, a

importância, desse impacto.

Então, por que os impactos negativos foram, em sua maioria, foram

considerados de baixa relevância? Porque, principalmente, grande parte

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deles está concentrada dentro de uma área já operacional hoje. Tanto a

pessoa que fez a pergunta e não se identificou, como outras pessoas, podem

olhar a lista de impactos e ter essa dúvida. É seguida essa metodologia para

cada impacto avaliado e classificado, no final, como de baixa, média ou alta

relevância.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado pelo esclarecimento, Sra. Giseli.

Concedo a palavra ao Sr. Gilmar Abrahão da Silva – Cabeça,

presidente da ONG Viva Terra.

O SR. GILMAR ABRAHÃO DA SILVA – Boa noite a todos.

“Um dos maiores criadores de espécies marinhas do litoral

brasileiro, o maior criador da fauna marinha do estado do Rio de

Janeiro, de vocação incontestável para turismo e pesca, a baía de

Sepetiba, desde a Ditadura Militar, vem sofrendo com decisões de

políticos e empresários. São muito poucos os pescadores que

resistem às dificuldades.

A pesca embarcada e a manutenção dos barcos dependem

diretamente da boa vontade das marés para se ter acesso à

lâmina d’água. O assoreamento das margens é uma constante. O

maior causador das agressões à baía é a poluição hídrica,

proveniente de esgoto doméstico, despejo de lixo e de efluentes

industriais sem qualquer tratamento.

Para complicar a vida dos pequenos pescadores é constante

a pesca industrial criminosa na baía, sem qualquer fiscalização dos

órgãos ambientais. Os barcos pesqueiros não se intimidam

praticando a pesca. Altamente prejudicial a todas as formas de

vida existentes na baía. Enquanto isso, o IBAMA e a Polícia

Federal fazem operações aqui dentro para prender os nossos

pescadores.

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A baía vem sofrendo com todo tipo de agressão, vê sua

fauna diminuindo drasticamente e o pescador artesanal

transformando-se em mais uma espécie em extinção.

Conseguiram acabar com o trem turístico, que ligava o Rio

de Janeiro a Mangaratiba em uma viagem de impressionantes

belezas naturais. Hoje, se estivesse em operação, desde que

ecologicamente gerenciado, certamente a situação de

Mangaratiba, das vilas e distritos cortados pela linha férrea,

estaria economicamente melhor. O simpático Macaquinho, velho

trem de passageiros, e a espetacular Litorina, moderna com

serviços de bordo.

Para viabilizar o projeto do seu terminal, a mineradora

contribui para a destruição de boa parte da ilha de Guaíba. Antes

um verdadeiro paraíso natural do município, que hoje poderia

estar trazendo muito mais dividendos, se explorados

turisticamente. Imagine ali um terminal turístico ao invés de um

terminal de minério. Sem contar a medonha ponte, que agora

será duplicada, que liga a ilha ao continente, com 1.700m de

extensão, e que é um dos piores casos de poluição visual do

planeta. Dados de uma obra horrenda interferindo negativamente

em uma das mais belas paisagens brasileiras.”

Estou falando isso, Sr. José Carlos, para me recordar de 1973, que

você falou. Simplificarei, porque o manifesto é longo.

“Ressalto que essas ações sempre contaram com a

conivência de alguns tradicionais políticos locais, que também

sempre se contentaram, e se contentam, com meia dúzia de

ambulâncias pequenas, obras aqui e acolá, doadas ou

patrocinadas pela Empresa a título de compensação. O que

disponibilizam ao município nunca cobrirá os riscos e danos

proporcionados pelos empreendimentos.

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Digo isso, porque não é a empresa a culpada, mas o Poder

Público. A população, sempre enganada por todos os projetos

implantados na região, continua esperando os muitos empregos

prometidos na época da implantação desses empreendimentos,

continua vendo ônibus e mais ônibus vindos da capital com mão-

de-obra mais qualificada e bem paga. Enquanto isso para os

moradores do município sobram vagas de subemprego, que não

exigem qualificação.”

Um caso especial, não vou citar aqui, seria o Porto de Itaguaí. Vou

passar essa parte.

“Em relação aos projetos da ilha da Guaíba, o pouco que

resta da Mata Atlântica na área está ameaçado. Esqueçam suas

poucas praias e seu recanto. O trecho de linha férrea de Itacuruçá

à praia de Santo Antônio, em Mangaratiba, terá seu fluxo mais

que triplicado, provavelmente, não agradará as comunidades

cortadas pela ferrovia. Mais poluição, acidentes, subemprego, e

favelização.

A população já cansou de esperar as promessas. Nada vem

sendo feito pelo pescador de prático e benéfico, bem como para

todas as comunidades existentes na área. Não se vê projeto de

saneamento há mais de 20 anos, de melhorias urbanísticas e de

educação ambiental, geração de emprego e renda e de

capacitação profissional na região. O seu CEFET foi colocado em

Itaguaí. E a empresa está dentro de Mangaratiba, não em Itaguaí.

O CEFET tinha que estar aqui dentro de Mangaratiba.

O que vemos até o momento é a destruição, assoreamento

intenso, poluição das águas, metais pesados, ocupações

desordenadas, pesca predatória industrial, dragagens

indiscriminadas.”

Quando o amigo falou que não haverá dragagem, na verdade é que

não haverá onde ele fará a duplicação, mas onde os navios passarão terá

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que ser dragado, porque se não, assoreado, os navios de grande calado não

poderão entrar para pegar o minério.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Sr. Gilmar, conclua, por favor.

O SR. GILMAR ABRAHÃO DA SILVA – Eu preciso de um tempo.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Um minuto. Já se passaram os seus quatro minutos.

O SR. GILMAR ABRAHÃO DA SILVA – Bom, o estudo, de que o Sr.

José Carlos falou, eu o trouxe. A flora ecológica da baía de Sepetiba foi

estudada por Alexandre Gusmão Pedrine, professor de botânica do

departamento de biologia vegetal da UERJ, que através de coletas na década

de 1970 e em 1979, citou 171 espécies de macroalgas. Mais recentemente,

citações de algumas de espécies de macroalgas para a baía de Sepetiba

foram encontradas apenas em locais, na baía, considerados com razoável

possibilidade de acolher espécies introduzidas, devido a pouca distância para

locais de despejo de água de lastro. Dentre esses locais destaca-se a ilha da

Guaíba, que concentrou cerca de 58% das ocorrências novas citadas em

estudos recentes.

O que quero dizer para vocês é que alguns pesquisadores ressaltam

considerável aumento do número de espécie em vários pontos de coleta,

levantando a hipótese de introdução de algumas espécies por água de lastro,

sem, no entanto, especificar quais as 16 novas ocorrências podem ter sido

introduzidas desta maneira.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Por favor, Sr. Gilmar, encaminha a pergunta.

O SR. GILMAR ABRAHÃO DA SILVA – Tenha um pouco de

paciência porque o que estou lendo é muito importante.

Essas espécies de água de lastro que agora vão aumentar, por que

para o navio chegar aqui tem que vir com a água de lastro e são despejadas

dentro do nosso município, gostaria de saber quem é que faz esse estudo?

Porque dentro dessa água já tem algumas espécies como o mexilhão

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dourado, originário da China, e não vou falar do mexilhão dourado, porque

aqui teve o siri originário do Oceano Índico que tem provocado o

desaparecimento das espécies nativas de siri que importância pesqueira,

além de ser hospedeiro potencial de um vírus da síndrome da “Mancha

Branca”; doença que se dissemina com facilidade e ataca o sistema

imunológico do camarão, dizimando populações inteiras.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Sr. Gilmar, Cabeça, o seu documento está muito bem feito e também

extenso, o Senhor poderia nos encaminhar para que faça parte dos autos

dos processos.

Ainda teria mais alguma pergunta? (Pausa)

O SR. GILMAR ABRAHÃO DA SILVA – A questão do programa

“Buzina Zero”. Por que o Buzina Zero, se tem alguns lugares, como a

Pedreira de Muriqui, se não buzinar pode acontecer acidentes.

Outra questão; a água que será utilizada; se não chover, virá de

onde? Se acontecer um longo tempo de estiagem?

Se já existe mão de obra capacitada dentro do município, por que

buscar fora?

Passando de 22 para 30 navios, isso irá causar a falência do pescador.

Haverá o cruzamento de todas as rotas de pesca. A medida compensatória

seria um salário fixo para o pescador durante esses 37 meses de obras,

quando o maricultor, o pescador estará sofrendo, com dificuldades de levar o

pão para dentro de suas casas.

Gostaria de pedir ao Sr. Maurício Couto que me encaminhasse, pois

irei também encaminhar ao Dr. Bruno Lavorato do MP.

Parabenizo a Vale pelo Projeto Camarão; porque sei que dá certo esse

projeto. O Projeto do Boto Cinza; está morrendo muitos botos cinza na baía

de Sepetiba, temos que descobrir as razões disto.

E quanto à parceria com a Prefeitura. Quando o Sr. Cledson disse que

na última audiência da LLX não tinha representante da Prefeitura; esclareço

que estava presente como Secretário Municipal do Trabalho e

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Desenvolvimento Econômico. O Dr. Maurício pode dizer, temos outras

testemunhas. Peço que não confundam política com audiência pública.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Agradeço ao Cabeça pelas contribuições.

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Ricardo, da Vale para suas

considerações, mais especificamente com respeito ao Projeto Buzina Zero, a

questão do CEFET ser em Mangaratiba, sobre a capacitação e a sobre a

medida compensatória.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Sobre o CEFET se localizar em Itaguaí. É importante esclarecer que o CEFET

é uma entidade federal; quem decidiu pela sua implantação em Itaguaí foi o

Governo Federal, a Vale apenas patrocinou.

Foi comentado sobre o Projeto Buzina Zero; que é apenas nas

passagens de nível.

Com relação aos outros pontos, estudamos bastante isso. Existe a

Agência Nacional de Transportes Terrestres que regulamenta essa questão, é

importante o maquinista buzinar para avisar a comunidade quando estiver

passando em curvas, em locais fora de visibilidade, por uma questão de

segurança.

O Senhor comentou uma coisa importante sobre água de captação.

Essa água captada em período de estiagem, lembrando da nossa

apresentação, aqueles três pontos de captação, hoje eles atendem não

somente as nossas operações como tem capacidade também de atender às

obras.

Imaginando uma situação crítica, sem chover dez dias, só terei água

de captação da drenagem da pilha, não vou ter da chuva, mas as três

captações nos atendem plenamente.

O objetivo de captar essa água da chuva, como falei, é minimizar a

utilização dessa água que captamos nos três pontos.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Concedo a palavra ao Sr. Heráclito Abrahão da Silva, da ONG Viva Terra.

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O SR. HERÁCLITO ABRAHÃO DA SILVA – Sr. Maurício, ao longo

de todos esses anos vemos a realização dessas audiências, tudo certo,

muitos técnicos dando suas explicações, e, na verdade não vemos a lei do

SNUC sendo cumprida.

Gostaria de três coisas simples; o que a Sra. Elenice falou é muito

sério, que tudo falado seja encaminhado ao Ministério Público, e que seja

cumprida a lei do SNUC; que afinal, essa bendita lei que veio para

compensar as áreas todas do município, tanto na parte do pescador como na

parte dos impactos sociais, que deverá acontecer, como o aumento da

prostituição, aumento de invasões nas áreas urbanas, tudo vai trazer

impactos.

Outra denúncia é com respeito a essa capina química que continua a

ser feita. Moro perto da linha, de madruga continua passando o trem, a

capina química continua sendo feita. O município tem que ter contemplado.

Obrigado.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado Sr. Heráclito pela participação.

Em relação à Lei do SNUC posso lhe adiantar; como os senhores

sabem, essa Lei prevê um valor como compensação que varia de até 0,5%

(meio por cento) do valor total do empreendimento; é recolhido para o

Estado e fica na Câmara de Compensação da Secretaria do Estado do

Ambiente.

A Secretaria está com bastante recurso oriundo dessa medida

compensatória, e para sua aplicação precisa receber projetos. Mas, conforme

rege essa Lei do SNUC, de n.º 9.985/2000, essa verba somente poderá ser

aplicada em Unidades de Proteção Integral. Então, esse valor da

compensatória do SNUC não adianta apresentar outros projetos, como citou,

projetos socioambientais, que são de são grande relevância, mas para

utilização dessa verba da medida compensatória do SNUC não pode ser

destinada.

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Mas a Secretaria de Estado do Ambiente está promovendo outra

medida compensatória para a área socioambiental. Tem surtido efeito, está

sendo implantado também um valor parecido, em torno de 0,5% a 1% para

aplicações nesse tipo de intervenção que o Senhor citou, que são muito

importantes.

As empresas não têm se negado, elas não tem uma obrigação legal,

pela lei federal, mas têm cumprido como uma condicionante, que é

introduzida pela CECA, que são os projetos de Estudo de Impacto Ambiental,

como chamamos de EIA/RIMA, e esse valor da compensatória

socioambiental estão sendo aplicados nesses projetos que o Senhor sugeriu

e que pode atender também a Sra. Elenice, nessa situação da sua

cooperativa.

O SR. HERÁCLITO ABRAHÃO DA SILVA – Sr. Maurício Couto,

temos uma Unidade de Proteção Integral. Fizemos o tombamento de uma

área na Praia do Saco que é sempre invadida por atuneiros, embarcações de

grande porte. A Reserva Diogo Martins, creio que até foi o “Cabeça” o autor

da proposta.

Então existe área no município que pode ser contemplada, não sei se

seria pela Prefeitura.

Essa Reserva precisa ser preservada, é um reservatório de camarão, é

uma área de criadouro natural.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Pode ser através da Prefeitura, como também pela sociedade civil, a ONG

Viva Terra pode também encaminhar.

Concedo a palavra ao Sr. Expedito Luiz de Mello, Presidente da

Colônia de Pescadores Z-16.

O SR. EXPEDITO LUIZ DE MELLO – Boa noite Sr. Presidente, aos

Srs. Membros da mesa e todos os presentes.

Meu nome é Expedito Luiz, presidente da Colônia de Pescadores Z-16.

Em primeiro lugar agradeço a todos os oradores que falaram sobre a

pesca, vou seguir uma linha, no último dia 18 tivemos uma apresentação

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pelo Sr. Hélio em nossa sede da Colônia de Pescadores. Vou reivindicar

aquilo que foi colocado em nossa reunião, aquilo que realmente hoje os

pescadores estão precisando dentro da nossa baía em decorrência do avanço

dos portos. Vejo muitas críticas em cima da Vale, mas o que está

acontecendo dentro da nossa baía vem desde a CSA, Porto de Itaguaí, Porto

da MMX, sabemos dos grandes impactos negativos sobre os pescadores,

sobre a comunidade da pesca.

Mas como falei, vou defender o que foi colocado dentro da nossa

reunião. Naquela oportunidade, o Sr. Hélio foi até muito positivo, porque

aquilo abriu um caminho, para falar a verdade, trazer o pescador aqui hoje

para debater, pedir alguma coisa, ele se sente envergonhado, não sabe falar

e naquela reunião foi muito positivo por isso, vários pescadores estavam

presentes e fizeram suas reivindicações.

Uma das reivindicações foi a respeito do curso de MOC. De fato pescar

em nossa baía cada vez mais vai ficar difícil, então, os pescadores, os filhos

dos pescadores presentes optaram por pedirmos à Vale diante desse projeto

que fosse aplicado o Curso Moço de Convés, inclusive, pedimos que isso seja

colocado como uma condicionante do licenciamento, para que possamos ter

a garantia de que a Vale possa nos disponibilizar esse curso de MOC para os

pescadores e os filhos dos pescadores.

Porque sabemos que com toda essa evolução ficará impossível pescar

aqui dentro, sabemos que o progresso traz tudo isso, os impactos positivos e

também os negativos, e nós pescadores ficamos com a parte negativa.

Outra questão que também foi bem discutida em nossa reunião diz

respeito à área de fundeio. Peço, se possível, também, seja colocada como

condicionante no licenciamento, que os navios que venham atracar no porto

da Vale, nesse píer, que não fiquem ancorados dentro da baía, fiquem ali

fora, na Marambaia, próximo até a Ilha da Guaíba, isso vai liberar uma área

grande de pesca, porque hoje, o problema não é o porto, mas a área de

fundeio, a Marinha, as Docas ampliaram demais essa área de fundeio dentro

da nossa baía; é isso que temos de tirar um pouco para amenizar a questão

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da pesca e do pescador, não pode haver tanta área de fundeio dentro de

uma baía tão pequena como a nossa.

Estas são nossas demandas, o que nossos pescadores estão

reivindicando.

Quanto à questão colocada pela Sra. Elenice; posso dizer que também

sinto muito, porque vejo várias vezes projetos da Vale, da MMX em que as

associações pegam as verbas, e que são verbas até fabulosas, para atender

os seus associados. O que está acontecendo é que eles se restringem a dez

famílias, cinco, dez, no máximo a quinze famílias, enquanto uma associação

tem muitas outras pessoas.

Quero dizer, se uma associação pegar uma verba, por exemplo, da

MMX, ela aplica naquelas dez famílias, aqueles cem mil reais, chega a Vale e

aplicam mais cem mil reais; e eles destinam estes outros cem mil naquelas

mesmas dez famílias. O ideal seria ir atendendo a novas famílias, mas não é

isso que acontece. Posso dizer que tem associação, que somando os

recursos de vários empreendimentos, já angariaram mais de R$ 800 mil,

para atender as mesmas dez famílias? São R$ 80 mil para cada família. Se

houvesse um melhor critério talvez já tivesse chegado até a Sra. Elenice.

Não estou citando nomes. Existem várias associações de pesca e de

maricultura dentro da nossa região.

Com respeito a esse curso de MOC, já está tendo até uma

especulação dentro da nossa região a respeito de algumas empresas que

estão trabalhando para aplicar esse curso. Há um ano atrás, cada curso

desses custavam em média para cada aluno cerca de R$ 2 mil, a R$ 2,5 mil;

hoje, está em R$ 6 mil. Fiquei muito porque um colega da Ilha de Jaguanum,

que disse que venderia sua embarcação, mas vou fazer esse curso. Isso me

doeu muito, porque, ele sabe que a pesca está difícil; agora, ter que desfazer

de um bem, que lhe serviu para sustenta sua família, para conseguir fazer

esse curso; isso é o fim.

Fica nosso apelo ao pessoal da Vale, que financiem aos filhos dos

pescadores esse curso de MOC, e até mesmo para a população local.

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Obrigado e boa noite a todos.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Sr. Expedito, gostaria que as propostas da Colônia Z-16 fossem

encaminhadas por escrito dentro desse prazo de 10 (dez) dias, para

podermos incorporar nos autos.

Apesar de já ter falado, ter sido registrado, será transcrito, mas se

puder encaminhar será muito útil para nós.

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Rodrigues, Presidente da Colônia de

Pescadores de Itaguaí.

O SR. HÉLIO RODRIGUES – Boa noite.

Agradeço a oportunidade à Mesa e a todos os presentes.

Gostaria de citar um texto da Bíblia, o Capítulo 28, Versículo 2, do

Livro de Jó: “O ferro tira-se da terra, e da pedra se funde o cobre”. O

Versículo 5: “Da terra procede o pão, mas em baixo é revolvida como por

fogo”.

A sabedoria de Deus, o Criador, nosso Pai diz que da terra tira-se o

ferro, o transporta, se faz o aço; e da terra se tira o pão. Quero dizer que o

pescador tira o pão é do mar. Para todos os empreendimentos que estão

estabelecidos na nossa baía tem que haver uma compensação por esse

nosso “pão”. O poder público é o poder público, todas as entidades de pesca

são desagregadas, tem falta de apoio do poder público. Quando a empresa

chega, primeiro ela tem que cuidar das entidades, das famílias, das suas

legalizações, institucionalizações, infraestrutura de pesca.

A empresa possui esse caís desde a década de 70, esse projeto do

governo, os senhores o ampliam; a MMX não tem mar, vem de Minas Gerais,

a Alemanha é sócia da Vale, a CSA, essa máquina de guerra está ai

estabelecida, tem o PDS, Programa de Desenvolvimento Sustentável da Baía

de Sepetiba com o Governo do Estado, o CECA, o INEA. Então há

compensação por projetos de entidades, na legalização de suas famílias,

legalização de seus pescadores. Parceria com a Marinha para fazer os seus

cursos. A empresa tem que participar, através de parceria público-privada

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com o Governo do Estado, com o Governo Federal, a Marinha do Brasil,

Ministério da Pesca, Ministério do Meio Ambiente.

Faço parte da Comissão do Gerenciamento Costeiro, também

representando, no caso, a Baía de Sepetiba.

Os Senhores vem e qual o estudo que é feito? O interesse é a CECA –

Comissão Estadual de Controle Ambiental, que libera a LP, depois a LI, a LO,

a Vale tem esses cursos de maricultura, parceria com a Universidade do Rio

Grande do Sul, que povoa ai de camarão, e os pescadores? A sua

legalização, seus documentos, o Ministério da Pesca. As entidades não

tinham nem recurso para ir ao cartório legalizar sua entidade para poder ter

condições de fazer um projeto.

O Governo do Estado não faz um plano de infraestrutura, fez agora,

com a CSA, há dois anos um TAC para poder compensar os pescadores. A

Alemanha vem para cá e tem um cais, Minas Gerais que não tem mar,

também tem, a Vale duplica de 50 Mtpa. para 70 Mtpa., a MMX também.

O que tem que ser feito é um trabalho sério na Baía de Sepetiba com

todos esses empreendimentos para poder atender às demandas dos

pescadores e de suas famílias, para que possa ter um bom convívio. O

pescador precisa do mar. Então, o que os senhores precisam fazer por nós?

Essa é a pergunta; acho que não existe um bioma igual no planeta terra

como a Baía de Sepetiba, com todos esses mananciais, manguezais, os rios,

a baía da Ilha Grande, com aquela restinga que protege uma área abrigada,

até a Marinha de Guerra veio para cá, saiu da baia da Guanabara.

O que é feito por nós?

Os senhores que trabalham com a parte técnica, tem um estudo de

EIA/RIMA, mas isso não chega realmente às entidades. Até hoje a Vale não

fez um projeto sequer, fez o curso de maricultura, mas como vou colocar

uma fazenda marinha? Camarão, como vou pescar? Tem estudo sobre

espécies, sobre o impacto ambiental da pesca, do licenciamento ambiental,

não tem nada, cadê o Sebrae, cadê o INEA, cadê o Governo do Estado, o

Governo Federal? Isso é uma covardia que é feita com os pescadores.

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Isto é um desabafo, sou Secretário da Comissão das Entidades de

Pesca da Baía de Sepetiba, o Governo do Estado sabe da minha demanda,

está lá no INEA.

Temos que ter um governo sério, não é para fazer uma parceria

espúria como é feita; um acordo lá em Brasília, três anos de Ministério e

cinco ministros; é político o acordo, e as outras entidades, no gerenciamento

costeiro, todas as entidades participam, sejam associações, sejam

cooperativas, sejam sindicatos, sejam colônias; então o governo tem que

fazer parcerias, não é a empresa, é uma política de estado, mas e nós, como

ficamos?

Outra coisa; tempo de permanência dos navios aguardando o

embarque de minério pela área de exclusão de pesca. Isso já foi citado, de

22 para 30 navios; e os anteriores, não houve compensação anterior, e

minimizaram esse impacto.

O aumento da área de exclusão de pesca na baia de Sepetiba.

Por que a Vale não participa no desenvolvimento social das entidades

de pesca existentes na baia de Sepetiba? Como o desenvolvimento social da

empresa integrada no bioma baía de Sepetiba com baía da Ilha Grande e a

sua importância social da região, das populações tradicionais; as

extrativistas, de pesca e aquicultura, temos povos remanescentes aqui,

devido a falta de apoio do poder público.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado Sr. Hélio. Além de seu desabafo as suas colocações foram todas

gravadas, mas se puder também encaminhar suas propostas seria bom.

O Senhor disse também que faz parte do Plano de Desenvolvimento

Sustentável representando a Colônia, creio que esse é um dos instrumentos

importantes para que possa expressar tudo o que colocou, as suas

preocupações.

Mas, com relação às perguntas específicas feitas, concedo a palavra

ao Sr. Hélio Ricardo, da Vale para suas considerações.

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O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Com relação a área de fundeio; como apresentei não iremos ter aumento ou

alteração da área de fundeio. Hoje nós recebemos 05 navios, a proposta do

Projeto Capacitação TIG é acelerar a velocidade de embarque desses navios.

Então, esses navios que irão atracar no píer, como teremos 02 carregadores,

estaremos carregando simultaneamente 02 navios ou o mesmo navio com 02

carregadores. Isso não significa que irá aumentar a quantidade de navios no

fundeio. A quantidade hoje permitida é de 05 navios; esses 05 navios fazem,

vamos dizer assim, um pulmão para auxiliar nas manobras de desatracação e

atracação dos navios.

Por isso que em nossa fala não altera a área de fundeio.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Concedo a palavra ao Sr. Nilton Machado Pereira, da ASSOPESCA.

O SR. NILTON MACHADO PEREIRA – Obrigado.

Em primeiro lugar gostaria de pedir desculpas à Mesa pelo meu

ímpeto inicial.

Fizemos uma matéria no Jornal Atual, saiu hoje, e se referem aos

impactos que o nosso bairro, o Sahy irá receber. Observamos que a equipe

responsável pelos estudos colocou a maior parte dos impactos exatamente

na Ilha Guaíba, no Terminal TIG, e vemos que a realidade não é essa, a

realidade é outra. Por exemplo, o parque de manobras do Sahy, quantos

trens ficam parados lá durante o dia? 02 trens com 130 vagões, o Dr. Hélio

colocou que vai aumentar de 12 composições para 16. Na minha conta não

seriam 16 composições, são 32, porque ela entra e sai; e 32 composições

num horário de 24h. dá 01 composição a cada 45min., passando com 132

vagões, numa praia de extensão de quase 3 Km, com apenas uma passagem

de acesso à praia, isso com os pescadores carregando suas caixas de peixes,

num carrinho daqueles chamado no Ceasa de “Burro sem rabo”, que alcança

uma distância de aproximadamente de 200m a 300m, subindo uma rampa,

que vai até a praia, por uma passagem colocada por cima da linha para

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favorecer os maquinistas da MRS. Este era o momento que quis intervir,

porque estava falando o Sr. Diretor da MRS.

Então, é uma linha para lá e uma para cá e um parque de manobra ali

que impede a passagem não somente dos pescadores, mas da comunidade e

do turismo de final de semana e do meio de semana que faz funcionar a

economia local.

Quando você coloca uma composição a cada 45min., com 132 vagões

e 03 máquinas, você, automaticamente elimina a capacidade daquela

comunidade sobreviver dos recursos oriundos do turismo.

Fomos para o jornal e dissemos que queremos ali uma passagem

inferior para acabar com aquela passagem, já que a praia é toda murada,

não tem acesso. Isso a equipe de estudo não verificou, pois em momento

nenhum vi falar isso.

E tem mais algumas coisas; observamos quando se fala da questão da

água; toda a água que vai para aquele terminal sai do Sahy. Todos os três

pontos são originários do Sahy, lá do Vale do rio tem duas saídas,

diminuindo a vazão do rio que hoje está sofrendo um assoreamento na boca,

porque o mar está jogando terra para a boca, está ficando horrível,

dificultando a pesca, uma série de questões que está lá e que poderá ser

constatada. A equipe do INEA, do IBAMA deveria ter ido para verificar isso e

não foram.

Agora, tem outro impacto que é fundamental; todo o transporte, do

continente para a Ilha da Guaíba, para o Terminal TIG vai sair do Cais do

Sahy. Todo impacto, material, com exceção, ampliação, passageiros,

funcionários, tudo vai sair dali.

E isso irá trará um grande número de embarcações à frente daquela

praia, gerando um imenso impacto de embarcações onde temos a maior dos

pescadores artesanais, que pescam com seus barcos de remos, saem com

seus barcos de motor de 1 cilindro, que irão sofrer uma grande dificuldade

em estar ultrapassando aquilo ali; e não vi ninguém falar sobre isto, vi

apenas falar de algumas questões muito simples.

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Quando vejo falar em aumento do píer lá no terminal, sabemos muito

bem que cada vez que se bate uma estaca, até porque o pessoal pesca no

sistema bate-bate com a bola de chumbo, solta a rede bate e sai; quando

você bate uma estaca, você espanta o peixe. Ele solta a rede, joga aquela

bola de chumbo, o peixe corre para a rede, depois levam duas, até cinco

horas até a mudança de maré para pescar naquele ponto.

Serão 40 estacas; foi o que ouvi dizer.

Vi alguma coisa na equipe de estudo, inclusive, gostaria de agradecer

por terem me enviado o RIMA, como havia solicitado, vi que por

determinado tempo no fundo do mar, algumas espécies irão sumir em

função... está no estudo, não consigo me expressar bem, mas as pessoas

vão entender.

Então, pergunto; são 37 meses de obras, como que o pescador vai

viver se o peixe não tem ambiente para sobreviver? Ele vai viver esse tempo

comendo algas, pedra!

Gostaria que a equipe de estudo pudesse ter consultado mais, porque

as coisas estão lá, e eles pescam, temos pescador que pesca corvina. Não sei

aonde me arrumaram parati, porque não se encontra mais parati na baía, é

muito difícil, o que temos lá é corvina, e assim mesmo tem que pescar um

pouco por fora da Guaíba.

Na questão ainda dos trens que fica no Sahy, ainda tem uma coisa Sr.

Hélio. Quando estivemos o Senhor tinha me dito que o polímero que é usado

em Barra Mansa, gostaria que a equipe fosse no Sahy, esse mês de agosto

já passou, o mês inteiro com vento para ver o polímero que está voando lá

direto com ferro, caindo pelas ruas, e isso aconteceu durante todo o mês.

Qualquer vento joga o polímero com o minério de ferro no alto. Isso pode

ser constatado lá, e ouvi dizer que isso não acontece.

Queria ainda dizer também, inclusive, são palavras dos senhores,

observei, que quando chove, e já não chove há um bom tempo, estamos

enfrentando uma grande seca em nossa região; então, coletar água para

decantar e depois reaproveitar, tem que vir água da nascente, e está

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diminuindo nossa água, estamos com muita falta de água em nossa

comunidade.

Os vagões que ficam estacionados, que são dois, com 132 vagões,

quando chove, chegam os funcionários com aquele ferro para desentupir os

vagões para correr água ali. Aquela água que fica acumulada no interior dos

vagões durante o percurso toda ela cai no Sahy, cheia de resíduos de ferro e

vai dentro da lagoa que temos no Sahy, está lá, contaminada, assoreada

desde o primeiro empreendimento, que não ainda da Vale; quando foi o

pátio de manobra, que são três linhas, eles aterraram a lagoa, e hoje está

completamente assoreada. Trata-se de uma lagoa de reprodução de

camarão, pitu, uma série de peixes, quando ela estoura, então ela joga

aquelas espécies para o mar. Se forem lá, verão que está completamente

assoreada. Por isso, junto com a comunidade que tem mais ou menos

oitocentas pessoas, que é a primeira comunidade do Sahy, depois que estão

vindo aqueles empreendimentos imensos; a associação de pescadores do

Sahy não está pedindo em contrapartida recursos financeiros, queremos

contrapartida para a comunidade, estamos pedindo uma estação de

tratamento de esgoto, uma passagem inferior para facilitar a entrada dos

pescadores para a praia, melhorar a parte turística da região e um pequeno

píer para as pequenas embarcações, além, se possível, o desassoreamento

da lagoa, porque quando foi feito o pátio de manobra, eles jogaram pedra e

assorearam a lagoa.

A pergunta que queremos colocar; qual é a possibilidade concreta

dessas reivindicações, que são para a comunidade, não estamos pedindo

nada para a associação, apesar de achar que merecemos pelas dificuldades

que teremos e riscos; qual a possibilidade de sermos atendidos?

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado Sr. Nilton Machado.

Podemos destacar nas palavras do Sr. Nilton a preocupação com o

tráfego ferroviário, devido esse aumento bastante significativo; em relação a

passagem de nível do Sahy; em relação a água que está causando o

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desabastecimento em função das captações feitas a montante; a parte de

embarque dos passageiros do Terminal do Sahy, que vai aumentar em

função da fase de obras; e também em relação a água de drenagem dos

vagões.

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Ricardo, da Vale para suas

considerações.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Com relação aos trens que irão nos atender, o importante destacar que

acréscimo de 12 trens hoje/dia para 04, não significa que terá a mais 36

trens, teremos diariamente 04 trens a mais, do contrário a matemática não

bate. Lembrando que no pátio do Sahy a quantidade de trens não será

alterada, é o contrário, com a capacitação do TIG iremos aumentar o número

de trens dentro da Ilha, lá é que vai aumentar, serão agora 03 trens dentro

da Ilha, isso é importante destacar.

Com relação ao Cais de Sahy, no estudo a consultoria levantou todos

os pontos que utilizamos hoje, mas é importante novamente registrar e

destacar que o Projeto Capacitação TIG não irá utilizar o Cais do Sahy nem

para a entrada das 1.350 pessoas, nem para a entrada dos materiais; o Cais

de Sahy para a obra, para o projeto não será utilizado.

Com relação à captação, nesses três pontos que fazemos a captação

hoje, estamos utilizando abaixo da Outorga. O que utilizamos hoje é bem

abaixo do que está na Outorga, então não estamos impactando na captação.

Com relação à parte de drenagem nos vagões; esta é uma parte

muito operacional e que, neste caso, foge um pouco do meu conhecimento,

e o nosso Diretor, Sr. Roberto Di Biasi poderia falar.

O SR. ROBERTO MAURO DI BIASI SAMPAIO – (VALE) – Boa

noite.

Esta é uma parte operacional que usamos para reduzir a umidade dos

minérios; isso realmente acontece. Agora, não tenho conhecimento desse

assoreamento da lagoa. Creio que isso seja algo que precisamos dar atenção

e avaliar dentro do estudo, se não foi contemplado.

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Mas isso acontece em função de reduzirmos a umidade dos vagões

que chegam ao nosso terminal. O nome dessa operação é Varetamento, e

temos de avaliar essa possibilidade de estar acontecendo.

A SRA. GISELI FERNANDES DA COSTA – (ARCADIS) – Foi

questionado pelo Sr. Nilton sobre a localização dos impactos, que grande

parte estão dentro da Ilha. Não só na Ilha. Quando estava falando da

metodologia de avaliação dos impactos, uma dessas classificações diz

respeito à localização daquele impacto; se ele é local, se pode ser regional

ou disperso, no caso da qualidade do ar, por exemplo. Alguns, estão

localizados sim, grande parte deles relacionados às obras estão localizados

dentro da Ilha, mas não somente, eles acontecem também no município,

entendendo-se que você terá uma mão trazendo população para trabalhar,

quer dizer, estamos avaliando também o impacto sobre o tráfego viário,

outros impactos também que não são localizados, mas que são relativos, por

exemplo, ao aumento do número de empregados que a obra terá, ou então

em relação aos impostos.

E ainda assim, também os impactos estão relacionados à biota

aquática, como o senhor colocou, já vou aproveitar para responder sobre

isto, e que estão no ambiente marinho, não estão só localizados na Ilha.

Esses também foram avaliados, mas é importante fazer outro

esclarecimento ao senhor, quando fala em 37 meses de obras; para avaliar o

impacto temos de fazer uma análise de qual é aquela atividade que está

gerando aquele impacto, e então se verifica também quanto tempo dura

aquela atividade. Então, durante os 37 meses de obras teremos várias

atividades acontecendo ali, algumas ao mesmo tempo, outras que começam

e terminam num período curto de tempo, e outras que vão desde o começo

até o final da obra.

Fazemos, então, essa avaliação de quanto tempo dura aquela

atividade para podermos fazer a avaliação do impacto também.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Sr. Nilton, o senhor fez uma exposição bastante ampla, levantou questões

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importantíssimas que vem ocorrendo no Sahy, e perguntou sobre o que será

atendido em relação às suas colocações. O senhor colocou três pontos

principais que seria o desassoreamento da lagoa, a passagem para os

pescadores no Sahy e a parte da estação de tratamento de esgoto.

Além do que foi falado, foi gravado, será transcrito, como já falei, mas

se puder encaminhar essas suas sugestões para o INEA, para que possam

ser submetidas ao plenário da CECA, a fim de definir o que a Secretaria

poderia incluir nas condicionantes, isso seria bastante interessante, talvez

possamos conseguir algumas das suas reivindicações, que creio serem de

vital importância, conforme o Senhor colocou.

O SR. NILTON MACHADO PEREIRA – Apenas um minuto. Não iria

falar, mas é uma coisa rápida.

Coloquei aqui sobre a questão do aumento de trabalhadores; foi

colocado que chegará a 1.350 durante a fase das obras, após esse processo

serão cerca de 150 funcionários aproveitados; entendendo pela questão

técnica que Mangaratiba, sem querer desmerecer a população de

Mangaratiba, mas um parque funcionando nas condições técnicas

necessárias, acredito que seja difícil em Mangaratiba possuir a quantidade de

pessoas com preparo profissional disponíveis para atender a essa demanda.

Porque hoje já temos esse problema os empreendimentos no entorno da

baía, até porque, pelo que vi na MMX, não tem nem três por cento de

pessoas de Mangaratiba trabalhando ali.

Não vejo possibilidade, como consta no estudo, que tenha o número

de jovens com ensino médio completo, considerando que o ensino médio de

Mangaratiba não é um ensino profissionalizante. Então, não tem como

chegar aqui a um nível técnico aqui, é preciso, como o companheiro colocou

sobre a localização da escola técnica, que tenhamos alguma coisa aqui que

vá fazer tipo uma escola, tipo essa empresa que vai construir o submarino.

Uma escola que comece a formar o jovem para trabalhar dentro da Vale e

não querer buscar no município com 27, 30 mil habitantes que são oriundos

Caiçaras, remanescentes da agricultura, no momento e encontrar um técnico

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de mecânica, um técnico de informática, alguns se acham, porque hoje tem

pessoas vindas de fora, e principalmente em nosso bairro onde tem grandes

empreendimentos e vemos pessoas de Maranhão e muitos outros lugares e

sem nenhuma capacitação.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado Sr. Nilton, ficam registradas suas sugestões.

Concedo a palavra ao Sr. Marcos Luiz de Souza, da Associação dos

Maricultores de Mangaratiba.

O SR. MARCOS LUIZ DE SOUZA – Boa noite.

Meu nome é Marcos Luiz de Souza, sou representante da Associação

dos Maricultores de Mangaratiba, estivemos com o Sr. Hélio, ouvimos, mas

fica aqui de coração o que vou expressar aos senhores.

Não estava aqui na apresentação do projeto, estava no Rio de Janeiro,

cheguei e vim direto para aqui, mas tenho certeza de que foi dito aqui sobre

a Geração de Empregos; agora, quem mora em Mangaratiba sabe, eu, por

exemplo, moro num bairro chamado Morro do Cristo onde tem uma casa

onde moram oito pessoas de Minas Gerais e que trabalham na Vale.

Então, se tem emprego, não é para Mangaratiba, para esses

empregos vem de gente de fora, vem de Minas Gerais, do Espírito Santo.

Estou dizendo isso, porque, barcos de Mangaratiba, não falo de pescador,

falo de barcos que prestam serviços, o Sr. Roberto foi obrigado a assinar a

carteira de duas pessoas, um Moço de Convés, e um Marinheiro Auxiliar de

Convés. Ele colocou seu barco para ser vistoriado, não foi aprovado e agora

fiquei sabendo que chegaram dois marinheiros de Vitória para trabalhar na

Vale.

Eles podem até ter bons operadores de máquina, eles podem ter bons

operadores de minério, agora marinheiro igual em Mangaratiba não tem, não

precisa trazer de Vitória, temos aqui marinheiros e dos bons. Estou citando

isso, porque vieram dois agora, isso em detrimento do profissional de

Mangaratiba. Então essa fala de geração de empregos, vai sim, mas noventa

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por cento desses empregos vêm de fora; a Vale não está trabalhando assim,

como está aqui colocando.

Para os senhores terem ideia de como essas pessoas vem de fora,

quando cheguei me ofereceram um lanche, fui ao fundo para o lanche,

tinham dois rapazes próximos falando de futebol, e vocês diriam que eles

estavam falando sobre o jogo Vasco e Fluminense do sábado, ou do

Botafogo e Flamengo no domingo, não, eles estavam conversando sobre o

jogo de Cruzeiro e Atlético, quer dizer, não são pessoas aqui de Mangaratiba.

Tenho certeza que no Rio de Janeiro ninguém iria discutir Cruzeiro e Atlético.

Isso para os senhores terem noção da gravidade dessa coisa.

Para quem não sabe a Associação de Maricultores, se olharem na

imagem, fica atrás daquele outro morro, de frente para aquela prainha lá no

fundo, lá fica a associação, ali fica o cultivo deles, a fazenda marinha.

Quando nós implantamos as balsas, são balsas de manejo, onde fica o vigia,

nós pedimos à Vale, isso há seis anos, um bico de água para colocar na

balsa de água doce; porque por cima do morro passa essa água do Sahy;

um simples ponto de luz, porque a água deles passa para aqueles terrenos

que compraram.

Orientaram-me a fazer um ofício; fizemos seis ofícios, e até hoje não

responderam, não tem resposta; a resposta deles é o silêncio. Essa a “Vale”

que diz que trabalha com a comunidade; estou falando de uma comunidade

vizinha, trabalha junto, quase que dentro do terminal.

Outro dia a Vale pediu para arrumar algumas pessoas para fazer o

curso de maricultura; ora, quem não quer fazer um curso de maricultura!

Prontamente arrumamos as pessoas que estavam interessadas. No dia

seguinte, seria uma troca de favores, pedimos à Vale se poderiam emprestar

um rebocador para tirar três coitas, nos disseram que os rebocadores não

aguentam puxar essas coisas, coita de 300kg. O rebocador da Vale não

pode, ele puxa um navio de milhões de toneladas, mas três coitas não dava

para puxar. Essa é a parceira que temos aqui do lado.

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Bom não bastasse isso, certo dia uma firma terceirizada da Vale, que

prestava serviços de transporte com catamarã, e esse catamarã afundou.

Isso pode acontecer, por exemplo, uma mangueira de rompeu, isso é

natural, não tem problema; vamos tirar o catamarã do fundo.

O dono da empresa chamou os mergulhadores de Angra, e eles

precisam de muitos galões para fazer aquilo flutuar um pouquinho.

Resultado; faltaram quinze galões, e esse rapaz me pediu os quinze galões

de 200 litros, disse que não tinha, pois os que tínhamos estavam em nossas

balsas, e não tinha como tirar. Ele me agradeceu e foi embora.

Para nossa surpresa no dia seguinte, tínhamos uma balsa quase no

fundo, faltando quinze galões. Recorremos à Vale, que acho que teria que

ser a responsável por isso; fizemos via ofício, narramos todos os fatos. A

empresa nos respondeu que isso não era problema deles, pois isso era

terceirizado, os senhores resolvam isso com o dono do catamarã.

Fomos conversar com o dono do catamarã, que disse que iria nos

pagar os quinze galões. Resultado; acabou o seu contrato e ele foi embora e

nós perdemos os quinze galões. Mas a Vale ficou com o catamarã ainda

trabalhando lá por mais um mês. Ela não se responsabilizou pela sua

terceirização, ela deixou isso por conta pescadores e maricultores, esse

prejuízo foi para a conta deles. Uma empresa desse porte, com todo o

capital que possui e dar esse prejuízo de quinze galões a uma associação,

não tem explicação, e tivemos que aturar isso calados.

Também quanto à questão dos rebocadores da Vale, vimos

reclamando há mais de ano, quando passarem na maricultura reduzam a

velocidade, ali tem pessoas trabalhando, há o perigo de acidentes. Para

nossa surpresa, em certo dia, às 1h30 da manhã, eu estava lá neste dia,

dentro da balsa, um rebocador da Vale deu três cavalos de pau em frente à

balsa, saia e dava outro, ou seja, acordou a todos dentro daquela balsa,

deixou todos em pânico, e o camarada foi embora e não foi nem buscar

navio lá fora, ele voltou para o caís. Eles estavam brincando. Isso também

foi narrado aos senhores da Vale, e nada foi feito.

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Isso sem contar as avarias que esses rebocadores causam nas balsas;

perdas de balões, os balões se soltam, tenho vários ofícios pedindo à

Capitania autorização para ir com essa balsa para a praia, para repor galão,

para refazer um monte coisas que os rebocadores quebram. Já perdermos

caíque, já perdemos rede, já perdemos diversas coisas em função da

operação da Vale.

Agora o pior disso tudo; certo dia estava na balsa, por acaso, e um

rebocador passou numa velocidade incrível, uma menina que estava

trabalhando atrás na balsa não viu esse rebocador passar, ela caiu, se

machucou e caiu no mar, graças a Deus não bateu com a cabeça, só

machucou o ombro, pois se bate com a cabeça poderia morrer. Fomos lá,

resgatamos a menina, colocamos em cima da balsa de novo.

Eu chamei o outro rapaz e fomos atrás do rapaz do rebocar para falar

com ele. Ao chegar no bordo do rebocador falei ao rapaz que ele tinha

machucado a menina, “Você acabou de machucar uma menina”. Ele saiu de

lá esbravejando, xingando e me disse que não interessa a ele, pois estava

trabalhando desde as 3h da manhã, e isto eram 17h.

Disse para ele que havia machucado a menina. Resultado disso tudo;

esse mesmo cidadão do rebocador saiu dali foi para a Delegacia dizer que foi

por mim ameaçado de morte; e estou aqui hoje intimado pela Justiça a

prestar depoimento sobre isto.

Essa é a Vale que estão vendo, que irá fazer essa “maravilha” toda

aos senhores. Aqui está a intimação para quem quiser ver. Estou sendo

processado porque fui falar para o rapaz que ele machucou uma maricultora.

Inclusive relatei isso ao Sr. Hélio, que me pediu para ligar para certa

Senhora e ela me disse que isso era problema particular, é você e ele.

Fui verificar, e concordei que realmente era um problema meu, o

rapaz poderia estar se sentindo ameaçado e fui para a Delegacia e fez o seu

registro; mas não é isso. Isso é um procedimento da Vale, pois vi pela

internet que vários líderes comunitários do Pará, do Maranhão, eles agem da

mesma forma, para coagir, isso é coação que fazem com as lideranças,

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mandam os seus funcionários abrirem esses tipos de processos. Isso faz

parte do perfil da Vale.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Solicito ao Sr. Marcos que, por favor, conclua sua intervenção, considerando

ter-se esgotado o tempo da manifestação.

O SR. MARCOS LUIZ DE SOUZA – Sr. Presidente, peço um pouco

mais e tempo, respeito as regras, mas tiveram quase 1h para a apresentação

e apenas 04min. para manifestação da comunidade.

Quanto ao meio ambiente. A drenagem, me desculpe Sr. Hélio, falei

naquele dia; quem pesca na Guaíba sabe que não tem drenagem; choveu,

vai para o mar, tanto aqui, quanto nesse canto e naquele outro, três pontos

de drenagem para o mar. Nisto desafio a qualquer um; choveu, posso levar

lá, sei onde é o ponto de saída dessa água do minério.

Outra coisa, essa ponte à noite é lavada com jato d’água, e todo esse

minério é escoado no ralo, para o mar. A ponte é levada. Estou falando isso

porque eu cometo um crime; porque quando sei que o peixe está lá

embaixo, entro lá escondido para pescar, e vejo esse minério todo caindo no

mar. E quem aqui que é pescador e já entrou também sabe disso; não estou

mentindo. Pergunto: foi feito proteção nesse minério, uma capa, aquela que

hoje estão exigindo? Se cair, cai numa vala, joga uma água, drena de novo.

Não tem essa proteção, nesse projeto não tem; já vi no EIA/RIMA e não

tem. Por que não tem? Se a CSA fez, porque a Vale não pode fazer?

Além disso; tínhamos antes a MBR, como reclamávamos daquela

empresa, mas como a MBR era boa! Achávamos que ela era ruim, e como

ela era boa. Certa vez chegou um navio, o Sr. Heráclito estava lá, lavou

todos os porões ali dentro, muito óleo que foi jogado nesta baía. Fomos falar

com a Vale, e disse que isso aqui é como se fosse um ponto de ônibus, o

navio chega e é carregado, o que ele faz lá fora é problema dele. Ela não

assume nada, isso não é problema dela.

Esse foi o primeiro acidente que vi da Vale. Depois teve a colisão de

duas lanchas, Sayonara e Amazonas, com funcionários dentro. A Amazonas

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repleta de óleo diesel foi para o fundo. A empresa disse que não houve

impactos, o óleo diesel vazou todo, e eles colocam a barreira de contenção

sem a barreira de absorção, eles só colocam aquela de contenção onde o

óleo passa todo. Ou seja, faz aquilo para dar uma satisfação, mas não

resolve nada. Digo isso, provo, tenho fotos. Se o Dr. Bruno quisesse,

endosso isso com fotos, tenho fotos desse acidente.

Depois tivemos o navio que se desprendeu e bateu nessa ponte.

Outro acidente. E, por último, num dias desses de verão, no verão passado,

caiu uma chuva torrencial, e realmente eles fazem uma decantação de óleo,

num poço atrás de um prédio. Os senhores sabem que esse poço derramou,

ele derramou todo óleo que correu pela rua, chegou ao cais, entrou no mar,

foi embora. Estive lá como funcionário da Secretaria de Meio Ambiente, fui

barrado, não nos deixaram entrar; tivemos que voltar com a polícia para

poder entrar nesse terminal. E vimos que não tinha barreira de contenção, a

barreira estava no mar mais uma vez sem a barreira de absorção, por que

quem sabe aqui, tem que ter a barreira de absorção de óleo, eles não tinham

serragem para jogar na rua e parar com aquele vazamento; não tinha

serragem dentro da Vale.

E essa empresa está pensando em duplicar agora. Vai duplicar os

nossos problemas, porque não tem mais jeito. Pelo que estou vendo, os

senhores me desculpem, sei que os funcionários não têm nada a ver com

isso, com o meu desabafo, mas é muito difícil para pessoas da comunidade

como eu estar aqui assistindo a uma empresa dizer que vai duplicar isso. Ou

seja, os nossos riscos e esse descaso devem quadruplicar, porque não vi até

hoje a Vale estar preocupada com nada disso.

Gostaria deixar uma mensagem aos pescadores, aos maricultores; que

Deus nos proteja!

E quanto ao meio ambiente, acho que apenas iremos sentir saudades.

Digo isso porque a Vale está ranqueada como uma das dez piores empresas

para o meio ambiente do mundo. E é essa empresa que está duplicando esse

potencial; quer dizer, como pode uma empresa com um capital desses, com

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esse poder em vários países e ter que dar um prejuízo de quinze galões

numa comunidade de pesca, jogar o óleo onde vai prejudicar uma

comunidade de pescadores.

A Vale tem muita mídia e pouca ação.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Agradecemos pela participação; acho que o Senhor fez denúncias

extremamente graves, principalmente na parte operacional, tráfego de

rebocadores, acho que, sem dúvida nenhuma, o pessoal da Vale irá tomar

providências em relação a essas atitudes.

Agora vamos nos ater em pontos específicos que o Sr. Marcos

colocou, em relação à drenagem do pátio, a parte que ele fala em relação à

ponte que é lavada à noite, e também em relação ao enclausuramento do

minério, de como está a fase desse enclausuramento em relação às esteiras;

e um esclarecimento também sobre esse poço de óleo que tem nessa área

interna.

Concedo a palavra ao Sr. Hélio Ricardo, da Vale para suas

considerações.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Com relação aos pontos que o Sr. Marcos colocou, nós respeitamos seu

ponto de vista; anotei todos. A drenagem do Píer; hoje nós temos a borda

que protege o píer e protege também a ponte de acesso ao píer.

Os nossos transportadores operam em cima do píer e com isso

contemos qualquer vazamento que possa acontecer no transportador.

Lembrando que um dos objetivos do Projeto de Capacitação TIG é melhorar

as condições dessa drenagem.

Estamos lembrando de novo, é importante na nossa fala, estamos

operando desde o ano de 1973, esse é o projeto de 1973, com o Projeto de

Capacitação TIG vamos ter oportunidade de melhorar essa drenagem.

O outro ponto é com relaçao ao Plano de Atendimento a Emergência –

PAE, o nosso pessoal operacional, o pessoal marítimo, as nossas

embarcações, todos são treinados no PAE – Plano de Atendimento a

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Emergência, ali no cais da Praia do Leste temos um local onde guardarmos

as nossas cortinas de contenção, nesse local temos o material para absorção.

Caso ocorra algum acidente, imediatamente é acionada essa Brigada para

atender, imediatamente comunicamos à Prefeitura de Mangaratiba, ao

próprio órgão que é o INEA, à Câmara Municipal e à Capitania dos Portos.

Esse acidente que aconteceu, de fato aconteceu, mas foi de proporção

pequena, o órgão ambiental, o INEA esteve presente, e constatou que não

houve um impacto significativo pela forma que atuamos, colocamos a cortina

O SR. MARCOS LUIZ DE SOUZA - Me desculpe, mas nesse dia eu

estava trabalhando, fiquei no cais de 8h da manhã às 17h, desculpas, Sr.

Maurício; realmente apareceu a notícia de que o INEA esteve lá e não houve

essa proporção; mas não esteve não, Sr. Hélio, porque eu estava no cais,

fiquei ali o dia todo, não esteve lá ninguem do INEA, inclusive, na hora que a

Prefeitura estava fazendo o auto, eu estava presente, foi em 06 de

dezembro.

O INEA disse realmente que não teve proporção, mas só se ele foi de

helicóptero, mas lá ele não esteve.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Está certo, vamos verificar isso.

Por favor, Sr. Hélio Ricardo, continue com suas considerações.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Com respeito à lavagem de ponte. Nós não praticamos essa operação de

lavagem de ponte.

Sobre o enclausuramento do minério; os transportadores atuais das

duas correias do sistema de embarque, que são as únicas que podem ser

enclausuradas, porque as outras tem movimentação de equipamentos, e

tecnicamente não é possível, em lugar nenhum do mundo, e os novos

transportadores do embarque novo para atender ao segundo carregador,

também serão cobertos, como foi falado na nossa apresentação.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Obrigado, Sr. Hélio.

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Concedo a palavra ao Sr. Paulo Fernando dos Santos, da APMIM –

Associação de Pescadores e Maricultores da Ilha Marambaia, para sua

manifestação oral.

O SR. PAULO FERNANDO DOS SANTOS – Boa noite a todos.

Quero fazer das palavras dos que se pronunciaram aqui, como os Srs.

Nilton, Marcos e Wladimir, também as minhas palavras.

Gostaria de saber uma posição da Vale sobre um projeto que

encaminhei no ano passado no projeto de Maricultura, e, como o Sr. Nilton

disse, não foi pedindo nenhum recurso financeiro, deixei bem claro, estamos

falando de muitos empregos, curso parra MOC para os filhos dos pescadores;

agora gostaria de saber como vai ficar a situação dos pescadores da terceira

idade, que temos que sustentar o nosso filho; como vamos dar estudo para

que possam se capacitar e poder trabalhar numa empresa, vai ficar um

pouco difícil até para mim, já está difícil ter que colocar seu filho na escola;

como vou dar seguimento com uma empresa duplicando, a empresa acabou

de dizer que a Ilha tem 209 ha., mas ela fez crescer a Ilha para esse lado,

foi construído de pedra, morreu gente naquela construçao; eu estava

atracado no cais de Mangaratiba, todos sabem muito bem que pesco dentro

da baía e em alto mar, quando esse acidente aconteceu com o operário, não

sei de onde, mas ele chegou já morto ao cais.

Essa Ilha aumentou, ela tirou ali um fluxo de pescador, ali era uma

praia, o cais aqui também vai ser aumentado, mais uma vez será tirado.

Então, entreguei um projeto, hoje estamos recebendo um curso em

Marambaia, as pessoas estão com dificuldade de frequentar pela distância,

que fazem a pé. Não temos logística para poder atender. A Vale tem várias

lanchas que poderiam levar e buscar, o que não tem acontecido. Então fica

difícil para nós; como é que iremos melhorar nossa condição de vida dentro

da área da pesca? A área da pesca está precisando de que seja olhada com

muito carinho, porque tudo está acontecendo dentro da Baía de Sepetiba,

quando se começou com a MBR; e que foi comprada pela Vale porque viram

que tinha grande êxito, e hoje está operando neste grande país.

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Mangaratiba, RJ - 28/08/2012

Por tanto, desejo e exijo que esse projeto venha para nossa

comunidade para que possamos não morrer de fome, porque ninguém morre

de fome; um simples peixe, se fizer dele um caldo é capaz de alimentar

muitas pessoas.

Então, um passarinho me contou que essa mesma Vale, como o Sr.

Marcos colocou, vai designar para outros países pessoas para aumentar,

para capacitar no curso de maricultura, para que possam sobreviver, e nós

que estamos tão próximos da Vale, basta esticar a mão e recebemos esse

recurso. Não queremos recurso financeiro na Marambaia queremos ação da

Vale em Marambaia, para que possamos mostrar dentro do município que

somos capazes de sobreviver com a tal Maricultura que é tão divulgada, com

milhões investidos dentro do projeto o qual estamos aqui conhecendo.

Foram citados vários tipos de peixes que não foram citados no estudo;

a rota que cruza Marambaia, Mangaratiba não está ali na linha, uma linha

muito curta, está designando que é área, mas nós passamos ali, vai

aumentar o fluxo de navio, nós precisamos transitar ali, dentro da rota aonde

vai se multiplicar o curso de navios e nós vamos precisar passar ali. O nosso

único caminho é ali, porque o barco que temos em Marambaia, é um barco

que sai às 6h. da manhã para Itacuruçá, volto às 7h30, saio às 15h30 e volto

às 18h.

Quando acabar a reunião acho que terá uma carona para mim ficar na

casa de um parente, vou incomodar esse parente, acho que deveria ter outra

maneira para atender ao pessoal da Ilha, muitos não vieram porque não tem

como voltar para a Ilha agora à noite.

Fica esse apelo como falei no início, mas exijo o meu recurso.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Muito bem Sr. Paulo, obrigado pela sua participação.

Acho que o Sr. Hélio poderia se manifestar em relaçao a alguns pleitos

do Sr. Paulo, também a Sra. Giseli, se foi ou não contemplada essa rota

citada, em relação à Marambaia, e também a possibilidade de atendimento

na logística, para participação nos cursos para o pessoal da Marambaia, e se

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também existe algum projeto para os pescadores da terceira idade como o

Sr. Paulo sugeriu, se tem algum programa para esse tipo de atendimento.

O SR. HÉLIO RICARDO NOGUEIRA DE CARVALHO – (VALE) –

Sr. Paulo eu anotei aqui. O Senhor sabe que iniciamos esse curso de

capacitação lá em Marambaia; então, estamos anotando essa observação da

parte de logística como o Senhor falou. Com relação à parte do estudo a Sra.

Giseli irá comentar.

O Senhor falou de um projeto, estaremos tomando conhecimento

melhor do que se trata especificamente esse projeto, sendo uma coisa nova

para nós, e estaremos avaliando, em atenção ao que o Senhor colocou.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CESAR JÚNIOR) –

Bom, Sr. Paulo, dentro dessa linha, se puder encaminhar para o INEA esse

projeto, a fim de podermos incluir dentro das nossas condicionantes.

Por favor, coloquem na tela os endereços de contato do INEA e da

CECA.

O SR. PAULO FERNANDO DOS SANTOS – Vou encaminhar para o

INEA e diretamente para a Vale. Não sei o que fizeram com o que entreguei,

devem ter jogado no lixo.

O SR. PRESIDENTE – (MAURÍCIO COUTO CÉSAR JÚNIOR) –

Não havendo mais inscritos, e sendo todas as perguntas encaminhadas à

Mesa lidas, e todas as pessoas que solicitaram fazer manifestações orais

foram atendidas e fizeram suas manifestações, todas as resposta foram

dadas; se alguém ainda desejar se manifestar, que o faça nos próximos 10

(dez) dias, enviem para esses dois endereços colocados na tela.

Agradecemos a participação de todos, e declaro encerrada esta

audiência pública.

Boa noite a todos.

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(A reunião foi declarada encerrada às 23h14, do dia 28 de Agosto

de 2012, Muriqui, Mangaratiba, RJ.)

Responsável: FRANZ-SCHUBERT S A AMBRÓSIO Taquígrafo Parlamentar CPF. 720.962.257-87 TEL. 27 – 9815-8072