o seu primeiro dvd - backstage.com.br · sical de liebert ferreira (músico da banda) e con- ......

5
66 www.backstage.com.br 66 O seu primeiro DVD Primeiro DVD importância do DVD para o mercado musical é inquestionável. Aqui no Brasil está em livre ex- pansão, alcançando um público inestimável. É por isso que os olhos da indústria fonográfica não estão mais fechados para importância de um produto que é uma ima- gem sonora em movimento, com possibilidades de ser um forte diferencial na carreira dos seus artistas. E não é só isso, o DVD aquece as vendas e, principalmente, satisfaz o pú- blico que pode ter e ver em casa o seu artista preferido. Diante disso, todo artista defende a idéia de possuir um A Primeiro DVD registro de imagem da sua carreira, ainda mais se for um produto que possa mostrar sua performance musical. Mas não basta ter só a vontade, é necessário muito mais. Voz, carisma, boa apresentação, talento, transpiração e uma boa produção. Tudo isso é imprescindível na hora de pro- duzir um DVD, e, lógico, atrair o espectador. Alguns artistas possuem todas essas característi- cas, entretanto, mesmo depois de uma longa trajetó- ria de trabalho no meio artístico, nunca consegui- ram realizar esse desejo. O cantor Jerry Adriani, Osiel Rangel [email protected] A gravação do DVD na vida de um artista pode ser considerada como um novo tempo, o começo de uma carreira muitas vezes já solidificada no mercado fonográfico, pois, por meio deste trabalho, a performance do artista no palco é vista e transmitida Depois de mais de uma década de trabalho, artistas gravam O seu O seu Para gravar um DVD, é preciso contar com profissionais responsáveis, que garantam um bom trabalho de som e imagem

Upload: phungque

Post on 31-Aug-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O seu Primeiro DVD - backstage.com.br · sical de Liebert Ferreira (músico da banda) e con- ... tem seus próprios consumidores”, fala. A produção de vídeo clip ainda não perdeu

66 www.backstage.com.br66O seu

pr

imeir

o D

VD

Primeiro DVD

importância do DVD para o mercado musical éinquestionável. Aqui no Brasil está em livre ex-pansão, alcançando um público inestimável. É por

isso que os olhos da indústria fonográfica não estão maisfechados para importância de um produto que é uma ima-gem sonora em movimento, com possibilidades de ser umforte diferencial na carreira dos seus artistas. E não é só isso,o DVD aquece as vendas e, principalmente, satisfaz o pú-blico que pode ter e ver em casa o seu artista preferido.Diante disso, todo artista defende a idéia de possuir um

A

Primeiro DVD

registro de imagem da sua carreira, ainda mais se for umproduto que possa mostrar sua performance musical. Masnão basta ter só a vontade, é necessário muito mais. Voz,carisma, boa apresentação, talento, transpiração e umaboa produção. Tudo isso é imprescindível na hora de pro-duzir um DVD, e, lógico, atrair o espectador.

Alguns artistas possuem todas essas característi-cas, entretanto, mesmo depois de uma longa trajetó-ria de trabalho no meio artístico, nunca consegui-ram realizar esse desejo. O cantor Jerry Adriani,

Osiel [email protected]

A gravação do DVD na vida de um artista pode ser consideradacomo um novo tempo, o começo de uma carreira muitas vezes jásolidificada no mercado fonográfico, pois, por meio destetrabalho, a performance do artista no palco é vista e transmitida

Depois de mais de uma décadade trabalho, artistas gravam

O seuO seu

Para gravar um DVD, é preciso contar com profissionais responsáveis, que garantam um bom trabalho de som e imagem

Page 2: O seu Primeiro DVD - backstage.com.br · sical de Liebert Ferreira (músico da banda) e con- ... tem seus próprios consumidores”, fala. A produção de vídeo clip ainda não perdeu

www.backstage.com.br 67

com 43 anos de carreira,só gravou o seu primeiroDVD ao vivo este ano nacasa de espetáculo Ca-necão (RJ). Jerry explicaque é uma oportunidadede registrar um pouco dacarreira do artista, e enfa-tiza que não é uma tarefasimples. “É preciso contarcom profissionais respon-sáveis, que garantam umbom trabalho de som e imagem”, destaca.

Imagem e somO DVD tem um poder extraordinário, próprio da

obra de arte, quando bem produzido. Ele tem a capaci-dade de tornar presente o ausente e próximo o distante.Ou seja, de levar o espectador para o universo da músi-ca, despertando-lhe fortes emoções. Por isso, o públicocostuma ser muito exigente, observando tudo: o cená-rio, a qualidade do som, a iluminação e o desempenhodo artista. Na verdade, o espectador quer assistir e ter asensação de estar participando do show.

Para garantir o bom resultado, o cuidado com asimagens durante a gravação é um ponto muito rele-vante, sendo que, em gravações ao vivo, tudo podeacontecer, e o resultado pode ser desastroso. Se-gundo Paulo Fontenelle, diretor de imagem e res-ponsável pela gravação do DVD do Jerry, o princi-pal objetivo é registrar tudo que se passa durante oshow sem esquecer os detalhes que podem ser umdiferencial na hora de selecionar as cenas. “Nesseshow, tivemos a preocupação de captar por meio deoito câmeras, desde o cantor, 15 músicos no palco,além de dançarinos e performers” afirma. “E aindaprecisamos nos preocupar em captar as imagens queserão transmitidas por dois telões dispostos atrás dopalco principal”.

É claro que transmitir um áudio de muita fidelida-de e inteligibilidade também tem sua importância eexige cuidados. Durante uma gravação ao vivo, osom da platéia, por exemplo, não pode interferir noáudio que é produzido no palco. De acordo comFábio Adriano, responsável pela parte do áudio doshow, a gravação ocorre somente em um dia e todocuidado com a sonorização é extremamente impor-

tante. “Algumas provi-dências foram tomadas,como a utilização de umgerador de energia. Sefaltasse luz, poderíamosperder tudo!”, ressalta.Fábio explica que no showdo Jerry, o som ficou distri-buído em quatro partes:uma destinada ao palco,outra é o som de PA posi-cionado para o público,

uma para a gravação, e um quarto pequeno, masnão menos importante, uma mixagem geral dire-cionada para uma unidade móvel de vídeo.

E não dá para pensar em show sem os efeitos deiluminação. Para o diretor de iluminação, MarceloLinhares, é fundamental ter um jogo de luzes bemequilibrado, ou seja, uma cor não pode estar maisem evidência do que outra. “O que não pode acon-tecer é deixar de alinhar as câmeras com a luz etambém não bater o branco, ou seja, na localizaçãoe preenchimento do visor deve-se ter o cuidado de,ao efetuar o ajuste manual do branco, garantir queo objeto de cor branca para o qual a câmera apontadurante o ajuste receba a mesma iluminação que oobjeto ou pessoa a ser gravado”, explica.

O custo de uma produçãoUm dos problemas para a gravação de DVD é o

seu alto custo. De acordo com o cantor, integranteda banda 14 Bis, Sérgio Magrão, foram gastos cer-ca de 420 mil reais na produção do DVD da ban-da, que mobilizou sessenta pessoas no projeto. Esteé o primeiro DVD do grupo musical que surgiu,como a primeira banda de rock mineira e que jávendeu mais de 4 milhões de discos. Lançado pelaSony BMG, ele foi gravado ao vivo no Teatro Palá-cio das Artes em Belo Horizonte e o repertório in-clui os sucessos da banda e algumas surpresas.

Segundo Sérgio, a equipe de profissionais res-ponsável pela gravação do vídeo foi a LCM Produ-ções, uma das melhores e mais premiadas produto-ras do país. “A direção musical é de MarceloSussekind, produtor e músico de renome, colabora-dor, em outras ocasiões da banda 14 Bis, o que ga-rante a certeza de que apresentaremos um DVD e

O DVD do Grupo 14 Bis foi gravado ao vivo noGrande Teatro Palácio das Artes em Belo Horizonte

Page 3: O seu Primeiro DVD - backstage.com.br · sical de Liebert Ferreira (músico da banda) e con- ... tem seus próprios consumidores”, fala. A produção de vídeo clip ainda não perdeu

68 www.backstage.com.br68O seu

pr

imeir

o D

VD

CD com qualidade inter-nacional, como nosso pú-blico merece”, ressalta.

Outro grupo popular,mas que também produ-ziu o seu primeiro DVD,foi a banda The Fevers,com quatro décadas desucesso. O show, que te-ve a direção de JC Mari-nho, foi gravado em Re-cife, com produção mu-sical de Liebert Ferreira (músico da banda) e con-vidados especiais – Renato & Seus Blue Caps(Wooly Bully, Garoto Que Como Eu Amava osBeatles e os Rolling Stones e Menina Linda, ho-menageando os anos 60) e os Pholhas (Forever).O grupo composto por Luiz Cláudio (vocalista),Liebert Ferreira (contrabaixo e vocais), Rama(guitarra e vocais), Miguel Ângelo (teclados e vo-cais) e Otavio Henrique (bateria), teve nesteshow a participação dos músicos Rick Ferreira(guitarra, violão e pedal steel) e do Maestro JoséLourenço (teclados).

“Para nós, tudo foi especial, a interação entrea banda e o público no espaço onde gravamos, o

Com o DVD, o espectador pretende assistir e ter asensação de estar participando do show

repertório com a retros-pectiva de boa parte dossucessos de nossa carrei-ra, a captação do áudio,imagem, cenário e i lu-minação, tudo feito por al-guns dos melhores profis-sionais do país” comemoraa banda.

Divulgaçãodo grupo

De fato, o DVD é um produto que oferece no-vo espaço de visibilidade, desperta o prazer de ou-vir e também de assistir durante muito tempo. “Elejá traz consigo a possibilidade de unir o som e aimagem num só produto”, comenta o músico Mar-celo Sussekind, que também é produtor e enge-nheiro de som. Ele explica que produzir um DVDhoje pode ser uma porta de entrada para o artistaconseguir divulgar o seu trabalho. Quem tambémconcorda é o diretor e produtor José Carlos Mari-nho que afirma que o DVD pode se tornar umavitrine para o artista, e destaca: “O show poderá ironde o povo está, em todo o Brasil, de norte a sul,e também no exterior”.

O crescimento da venda de DVDs é uma realidade,

contrariando a atual estatística pessimista das vendas de

CDs. De acordo com Jorge Lopes, diretor de vendas da

EMI Music Brasil, a venda de DVDs tem crescido a cada

ano. “Esse ano ficaremos, pelo menos, 5% acima do ano

passado”, afirma. Na opinião do responsável pela coor-

denação para DVD (A&R Nacional) da Universal Music,

Marcelo Vilella, o DVD é um formato que ainda tem uma

longa estrada de vendas pela frente. “Ainda teremos

grandes novidades nesta linha. A entrada dos novos

formatos Blu-Ray e HD-DVD no mercado brasileiro vão

mudar o cenário do mercado e o nível de qualidade”,

conclui Marcelo Vilella.

Mesmo com a atual situação do mercado fono-

gráfico, o CD ainda tem força para estimular a compra

do DVD, segundo Marcelo Vilella, que também ressalta:

“O DVD hoje não é só imagem bonita e áudio simples-

mente. Para o alto nível de exigibilidade do público atual,

oferecemos imagens em alta definição, áudios em vários

formatos, legendas em diversos idiomas e um item que

temos adotado por um bom tempo aqui na Universal:

cifras para violão. Músicos e até as pessoas que com-

pram os livros ou revistas em jornaleiro para aprender a

tocar têm elogiado bastante essa iniciativa”. Para Jorge

Lopes, mesmo com a influência do DVD, o público man-

tém a sua fidelidade. “Sem dúvida de que o DVD é hoje

um grande atrativo e influencia o consumidor na decisão

de comprar o CD. Porém, acredito que o CD, por si só,

tem seus próprios consumidores”, fala.

A produção de vídeo clip ainda não perdeu seu lugar

para os shows ao vivo das produções de DVD, na visão

de Jorge Lopes: “O vídeo clip é mais direcionado e

usado como ferramenta de Marketing”. Marcelo Vilella

acredita que tem espaço para todos. “O que está acon-

tecendo é que a maioria dos CDs e DVDs estão sendo

gravados ao vivo, sendo assim, o DVD já faz parte do

vídeo para divulgação. Entretanto, no caso de trabalhos

em estúdio, o vídeo clip é uma ótima ferramenta”, avalia.

De acordo com Marcelo Vilella, o primeiro passo de

um artista para a gravação de um DVD é a escolha de um

bom repertório e em seguida cuidar para que a captação

de vídeo e áudio sejam realizadas perfeitamente com pro-

fissionais gabaritados. “A gravadora fica envolvida em

toda parte de produção e técnica do projeto”.

DVD revigora o mercado de CD

Page 4: O seu Primeiro DVD - backstage.com.br · sical de Liebert Ferreira (músico da banda) e con- ... tem seus próprios consumidores”, fala. A produção de vídeo clip ainda não perdeu

70 www.backstage.com.br70O seu

pr

imeir

o D

VD

Danielli [email protected]

Francis HimeO maestro e compositor Francis Hime, entre um intervalo e outro de seusshows pelo Brasil, falou à Backstage como foi o processo de gravação eescolha das músicas de seu mais novo CD e primeiro DVD, lançados pelagravadora Biscoito Fino. Neste bate-papo, o músico ainda fala sobre piratariae de como a internet pode ajudar na divulgação do trabalho do artista

IBackstage – Este foi seu pri-

meiro DVD. A idéia o agradou?

Francis Hime – Me agradou bas-tante. Eu gosto mais de fazer show, o quenão acontecia no início da minha carreiraquando eu tinha pânico de subir no palco.Hoje em dia eu adoro e realmente me sintomuito à vontade, e isso acabou redundandonessa idéia de gravar o primeiro CD e DVDao vivo. Fiquei bem feliz com o resultado.

Backstage – Qual foi o processo de

escolha das músicas para esse DVD?

Francis – Procurei traçar um painelbastante amplo e representativo da mi-nha carreira sem propriamente ser umdisco retrospectivo, porque neste casoteria que postar certas músicas, como aprimeira de todas “Sem Mais Adeus”.Construí esse roteiro – gosto muito defazer roteiro, tanto para mim como paraoutros artistas – procurando dar ritmoao show e partindo de músicas, as maisvariadas, de diferentes épocas, com vá-rios parceiros. Escolhi a primeira e a últi-ma música. A partir daí fui recheando ecompletando o roteiro, dando ênfase,prestando bastante atenção e privilegi-ando o ritmo do espetáculo.

Backstage – Você interferiu direta-

mente ou contou com a colaboração

de outras pessoas?

Francis – Elaborei esse roteiro sozi-nho e fui construindo. Claro, depois

troquei idéias com amigos, com a Olívia,com parceiros sobre o formato, sobre pró-prio roteiro. Mas parti de uma estrutura,desenhei pensando no ritmo do espetácu-lo. No show eu abro um espaço bastantegrande para improvisos, para a participa-ção dos músicos. Nos ensaios teve umatroca muito intensa, com sugestões e solosaqui e ali de trabalho bastante coletivo.

Backstage – Percebe-se que há algumas

músicas do CD Arquitetura da Flor neste

novo trabalho. Quando fez o Arquitetura

já pensava em alguma coisa ao vivo?

Francis – Estava amadurecendo essaidéia, porque sempre gostei muito de tra-balhar em estúdios, mas nem passavapela minha cabeça fazer uma gravaçãoao vivo, até porque antigamente nãoexistiam esses recursos tecnológicos etambém porque eu não me sentia à von-tade no palco. De uns tempos pra cá issomudou muito e comecei a pensar nessapossibilidade. Quando fiz o Arquiteturada Flor, ainda não estava pensando nisso,apesar de a formação instrumental possi-bilitar bastante a apresentação ao vivo.Venho trabalhando com esse formatomais enxuto, mais despojado, que permi-te explorar os detalhes das melodias, dasharmonias com mais intensidade. Então,de certa forma, no Arquitetura da Flor jáexistia um embrião instrumental dessaidéia do show ao vivo.

Backstage – Você acredita que o

DVD acaba se tornando o cartão de

visitas do músico hoje em dia?

Francis – O DVD ganha cada vezmais espaço e de certa forma é um car-tão de visitas no sentido de que dá umaidéia para os promotores de shows deseu rendimento, de seu resultado, desua presença no palco. Às vezes, vocêtem artistas que funcionam muito bemem estúdios, mas não tão bem no palco.Então, nesse sentido, o DVD é um car-tão de visitas sim até para te apresentarpara as pessoas que não te conhecemainda, sua performance no palco. E oDVD ocupa cada vez mais espaçomercadológico, aumentando a empatiade vendas em relação ao CD.

Backstage – E essa questão de asso-

ciar a imagem à música?

Francis – Imagem hoje é funda-mental. A imagem é a idéia da coisadramática. Você gravar um DVD quenão tenha o segmento dramático, nãotenha a centelha do show, não tenha oritmo do show, não dá resultado. Vocêtem que unir esse dois elementos: amúsica e o aspecto dramático. O rotei-ro e o ritmo do show são fundamentais.Não deixar os brancos, ter um encade-amento que funcione bem. Isso já éimportante no CD (o roteiro), noDVD, então, fica fundamental.

Entrevista

Page 5: O seu Primeiro DVD - backstage.com.br · sical de Liebert Ferreira (músico da banda) e con- ... tem seus próprios consumidores”, fala. A produção de vídeo clip ainda não perdeu

www.backstage.com.br 70

Backstage – Você acha que o DVD aca-

ba mostrando mais um pouco do trabalho?

Francis – Sem dúvida, porque alivocê expõe de uma maneira muito es-pontânea o seu trabalho, sujeito às im-perfeições e aos erros. Você vê uma coi-sa mais verdadeira e que comunicamuito mais. No disco, você não conse-gue comunicar tanto quanto no DVD.

Backstage – E a questão do tama-

nho? No DVD há a música “Musa da

TV”, que no CD não há.

Francis – É, nós cortamos. Na verda-de, nem sei o porquê. Acho que foi porquestão de tempo mesmo. Hoje em dia, aspessoas gravam em torno de 14 músicas e oouvinte já não presta tanta atenção. Já noDVD isso não acontece. Dependendo doritmo do espetáculo, você pode ter 30 can-ções que podem render bem. Eu não gostode muito longo e acho que esse show ficoucom um tempo bem adequado.

Backstage – Tem algum motivo es-

pecial do show ter sido no Sesc Pom-

péia? A questão de o palco abrir para os

dois lados do público influenciou na es-

colha do local?

Francis – Particularmente gosto muitodo Sesc Pompéia, sobretudo pelo fato de terdois lados. De certa forma, isso desestabilizae te obriga a ter uma relação mais dinâmicae improvisada, e acho um desafio.

Backstage – Falando um pouco da

produção musical. Você opinou sobre o

processo de iluminação e sonorização?

Francis – Trocamos algumas idéias,mas, basicamente, deixei a cargo dostécnicos responsáveis. Participei bas-tante da parte musical, do roteiro, doritmo do espetáculo. No som eu traba-lhei bem de perto na mixagem e namasterização. Acompanhei tudo e in-terferi bastante. Participei intensamen-te do começo ao fim. A gente gravou oshow em apenas um dia. Normalmentesão dois. Tivemos que refazer uma ou

outra, como Pivete, mas não tivemosque repetir muita coisa, porque estavatodo mundo empenhado e motivado.Às vezes, o show é aquela coisa que nãose controla muito. Mas essa energia quevocê concentra por ser só um dia é mui-to mais intensa do que quando vocêtem dois ou três dias.

Backstage – A idéia é apresentar o

mesmo show do DVD ou haverá algo

diferente?

Francis – Eu tenho feito esse mesmoshow com pequenas alterações, incluí “MeuCaro Amigo”, “Vai Passar”, mas basicamen-te é o mesmo show que temos mostrado.

Backstage – Você acredita que os

recursos da internet, como My Space

e You Tube, ajudam a divulgar ou são

só uma maneira de as pessoas obte-

rem música de graça?

Francis – Ajudam a divulgar e mui-to. A internet é uma ferramenta indis-pensável e uma aliada. Tem problemasde se estabelecer em critérios, direitosautorais, isso ainda não está muito bemequacionado, mas o fundamento é im-portantíssimo.

Backstage – Pirataria. Qual o ca-

minho para acabar com isso?

Francis – Há vários caminhos. Achoque pode ser combatida com um conjun-to de medidas, dentre as quais, a repressãoao pirata, mas também na busca pela con-tenção de preço de discos e DVDs paratentar baratear e aproximar o preço dosprodutos piratas. Nesse sentido, existeuma iniciativa importante, uma PEC,para imunização dos discos e DVDs, dosfonogramas, de modo que acarretariauma diminuição de cerca de 30% do pre-ço final do produto nas lojas.

Backstage – Você acredita em punição?

Francis – Acredito. É uma das me-didas. Não sei se é possível uma repres-são eficaz, mas teoricamente você ini-be um pouco. É um dos caminhos.