o risco da degradação de geótopos do vale do juruá

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Prof. José Augusto Rocha Reserva Juruá & Profa. Maria Francisca Rodrigues do Nascimento – Reserva Juruá O risco da degradação de geotopos do Vale do Juruá INTRODUÇÃO Geótopos segundo TRICARD, (1977) é a geolocalização de elementos identificados pela suas características e atributos. A região do Vale do rio Juruá é uma das mais conservadas do mundo e da Amazônia. Porém com o passar dos anos a dinâmica de exploração dos recursos naturais, e a implantação de equipamentos nos espaços naturais vem modificando os fluxos hidrológicos, geomorfológicos e climáticos dos espaços naturais. Esta publicação vem apresentar algumas considerações sobre os riscos da modificação dos fluxos naturais que já estão sendo percebidos pela população regional. E amplamente divulgado pela mídia e estudos nas academias científicas. OBJETIVO Pretendemos com esta análise destacar a importância de considerar a opinião dos moradores tradicionais frente aos debates e tomadas de decisões sobre o uso da terra e de recursos naturais nesta região, frente aos riscos de características naturais ou provocadas pela ação do ser humano. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Apresentar dados sobre os geótopos afetados; Considerar os riscos existentes na dinâmica regional; Considerar os tipos de riscos já sentidos com as mudanças climáticas na região. JUSTIFICATIVA As Nações Unidas estabeleceram os OBJETIVOS DO MILÊNIO, como alternativa para mitigar os efeitos dos impactos provocados no modo de uso de recursos naturais em escala global. A conservação das águas é uma das metas. Para isso governos e população devem unir esforços afim de diminuir os níveis de poluição causados pelos nossos resíduos depositados em corpos hídricos no planeta. A AGENDA 21 NACIONAL reforça essa necessidade, tanto que o Brasil regulamentou ações de uso e destino de água nas cidades como determina o ESTATUTO DAS CIDADES. O debate já está acontecendo nas escolas e na sociedade através das COM-Vidas, processo de elaboração das agendas 21 nas Escolas em todos país. METODOLOGIA Elaboramos 12 painéis em formato de caderno seriado, tamanho A4, e disponibilizamos gratuitamente a professores das redes municipais e estaduais de ensino fundamental e médio, do Acre e Amazonas. Durante seis meses mantemos contato com estes atores locais, afim de medir o grau de identificação de riscos que seus alunos indicavam como mais perceptivo. Atividades como: aulas de campo, projeto de pesquisa, concurso de pinturas e fotografias, construção de textos foram os mais executados, sendo os geótopos das paisagens dos rios o foco principal. A sua fragilidade e suas características mais marcantes. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ACRE, Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do Acre, Rio Branco – AC, 2000 Volume II e III. AGENDA 21 BRASILEIRA, MMA, Brasília-DF, 2008; ALMEIDA, Mauro – Enciclopédia da Floresta, Cia da Letras, São Paulo, 2009. 456p. APOSTILA DO CURSO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: UNILIVRE: Rede Nacional Pró UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 1993 2v.. RODRIGUES, Marco Aurélio – Ocupação Humana e Conservação no Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD) Alto Juruá – Acre, UNICAMP, Campinas 2006 143p. MMA/IBAMA – Relatório do Levantamento do Potencial Ecoturístico do Parque Nacional do Superagui e região de Entorno. SPVS. 1994. IBAMA/SOS AMAZONIS, PLANO DE MANEJO DO PNSD 2000, 328p. TRICART, Jean. ECODINÂMICA. Rio de Janeiro, IBGE, Diretoria Técnica, SUPREN, 1977. 91 p. il. (Recursos Naturais e Meio Ambiente. 1) CONCLUSÃO Notamos de forma destacada a insegurança dos participantes quando a modificação acelerada no fluxo natural dos recursos hídricos. Sendo assim uma reação em cadeia ocorre. As populações tradicionais que mantém sua produção das encostas de praias e restingas, onde os solos são mais férteis, ficam insertas sobre alternativas de subsistência, pois os ciclos de produção estão alterados e a queda na produção é certa, isso quando conseguem produzir com qualidade para o consumo. Essas dinâmica acontece para aproximadamente 300 mil habitantes da calha mais ocidental do Brasil. RESULTADOS Como a região contém uma vasta área de FLORESTA DE VÁRZEA os seus atributos se destacaram pela dinâmica nas duas estações (inverno e verão), sendo que no verão os alunos sentem-se mais fragilizados devido ao acesso as cidades. O combustível é muito caro e os rios, igarapés e lagos estão secos, sem condições de navegação, oque dificulta a mobilidade. Os efeitos já estão sendo sofridos com o aumento dos casos de malária, pois sem a constatação, os casos aumentam e sem tratamento a saúde pública fica mais fragilizada. O abastecimento de combustível para as cidade demora ainda mais, os ramais e rios ficam desabastecidos e a população sem mobilidade. Comisso a produção não chega a cidade, a renda familiar cai drasticamente. REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA 16,17 21 -26 DE JULHO DE 2013 –UFPE – RECIFE, PE CIÊNCIA BRASIL PARA O NOVO a No período de inverno os nossos rios ficam cheios, o que facilita o escoamento da produção, mas oferece risco a saúde pública. No período de verão as florestas ficam mais secas e aumenta o risco de incêndios em toda parte, cidade ou na zona rural. O socorre é incerto. O fluxo do ciclo hidrológico regional, já está alterado, segundo depoimentos dos moradores locais. Bioindicadores como peixes, anfíbios, fungos insetos e algas, sentem os efeitos mais rapidamente Os ambientes aquáticos tem uma dinâmica própria e regular nesta região. A presença de populações Tradicionais na região é um forte indicativo para sua conservação, pois seus atributos podem contem elementos estratégicos para recuperação de outras regiões do planeta. A EMBRAPA indica os sistemas Agroflorestais como forma mais adequada de produção nesta região, mas o avanço vem sendo da agropecuária e das pastagens. Com os rios mais secos, as balsas e batelões que escoam e abastecem a produção das cidades não podem trafegar, aumentando o custo e desabastecendo os ribeirinhos em toda a extensão do rio Juruá, principalmente no alto curso que fica no Estado do Acre. Com os efeitos das mudanças climáticas e as queimadas as floresta ficam mais secas, oferecendo mais riscos a população regional. A conservação das florestas ciliares e a valorização do extrativismo é uma das alternativas para políticas públicas emergentes. REGIÃO DO RIO JURÁ – ACRE E AMAZONAS MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - MDA

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Page 1: O Risco da Degradação de Geótopos do Vale do Juruá

Prof. José Augusto Rocha Reserva Juruá & Profa. Maria Francisca Rodrigues do Nascimento – Reserva Juruá

O risco da degradação de geotopos do Vale do Juruá

INTRODUÇÃOGeótopos segundo TRICARD, (1977) é a

geolocalização de elementos identificados

pela suas características e atributos. A região

do Vale do rio Juruá é uma das mais

conservadas do mundo e da Amazônia.

Porém com o passar dos anos a dinâmica de

exploração dos recursos naturais, e a

implantação de equipamentos nos espaços

naturais vem modificando os fluxos

hidrológicos, geomorfológicos e climáticos

dos espaços naturais. Esta publicação vem

apresentar algumas considerações sobre os

riscos da modificação dos fluxos naturais que

já estão sendo percebidos pela população

regional. E amplamente divulgado pela mídia

e estudos nas academias científicas.

OBJETIVOPretendemos com esta análise destacar a importância de considerar a opinião dos

moradores tradicionais frente aos debates e tomadas de decisões sobre o uso da terra

e de recursos naturais nesta região, frente aos riscos de características naturais ou

provocadas pela ação do ser humano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Apresentar dados sobre os geótopos afetados;

• Considerar os riscos existentes na dinâmica regional;

• Considerar os tipos de riscos já sentidos com as mudanças climáticas na região.

JUSTIFICATIVAAs Nações Unidas estabeleceram os OBJETIVOS DO MILÊNIO, como alternativa para

mitigar os efeitos dos impactos provocados no modo de uso de recursos naturais em

escala global. A conservação das águas é uma das metas. Para isso governos e

população devem unir esforços afim de diminuir os níveis de poluição causados pelos

nossos resíduos depositados em corpos hídricos no planeta. A AGENDA 21 NACIONAL

reforça essa necessidade, tanto que o Brasil regulamentou ações de uso e destino de

água nas cidades como determina o ESTATUTO DAS CIDADES. O debate já está

acontecendo nas escolas e na sociedade através das COM-Vidas, processo de

elaboração das agendas 21 nas Escolas em todos país.

METODOLOGIAElaboramos 12 painéis em formato de

caderno seriado, tamanho A4, e

disponibilizamos gratuitamente a

professores das redes municipais e

estaduais de ensino fundamental e

médio, do Acre e Amazonas. Durante

seis meses mantemos contato com

estes atores locais, afim de medir o

grau de identificação de riscos que seus

alunos indicavam como mais

perceptivo. Atividades como: aulas de

campo, projeto de pesquisa, concurso

de pinturas e fotografias, construção de

textos foram os mais executados, sendo

os geótopos das paisagens dos rios o

foco principal. A sua fragilidade e suas

características mais marcantes.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAACRE, Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do Acre, Rio Branco – AC, 2000 Volume

II e III.

AGENDA 21 BRASILEIRA, MMA, Brasília-DF, 2008;

ALMEIDA, Mauro – Enciclopédia da Floresta, Cia da Letras, São Paulo, 2009. 456p.

APOSTILA DO CURSO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: UNILIVRE: Rede Nacional Pró

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, 1993 2v..

RODRIGUES, Marco Aurélio – Ocupação Humana e Conservação no Parque Nacional da

Serra do Divisor (PNSD) Alto Juruá – Acre, UNICAMP, Campinas 2006 143p.

MMA/IBAMA – Relatório do Levantamento do Potencial Ecoturístico do Parque Nacional do

Superagui e região de Entorno. SPVS. 1994.

IBAMA/SOS AMAZONIS, PLANO DE MANEJO DO PNSD 2000, 328p.

TRICART, Jean. ECODINÂMICA. Rio de Janeiro, IBGE, Diretoria Técnica, SUPREN, 1977. 91

p. il. (Recursos Naturais e Meio Ambiente. 1)

CONCLUSÃONotamos de forma destacada a insegurança dos participantes quando a

modificação acelerada no fluxo natural dos recursos hídricos. Sendo assim uma

reação em cadeia ocorre. As populações tradicionais que mantém sua produção

das encostas de praias e restingas, onde os solos são mais férteis, ficam

insertas sobre alternativas de subsistência, pois os ciclos de produção estão

alterados e a queda na produção é certa, isso quando conseguem produzir com

qualidade para o consumo. Essas dinâmica acontece para aproximadamente

300 mil habitantes da calha mais ocidental do Brasil.

RESULTADOSComo a região contém uma vasta área de FLORESTA DE VÁRZEA os seus

atributos se destacaram pela dinâmica nas duas estações (inverno e verão),

sendo que no verão os alunos sentem-se mais fragilizados devido ao acesso as

cidades. O combustível é muito caro e os rios, igarapés e lagos estão secos,

sem condições de navegação, oque dificulta a mobilidade. Os efeitos já estão

sendo sofridos com o aumento dos casos de malária, pois sem a constatação,

os casos aumentam e sem tratamento a saúde pública fica mais fragilizada. O

abastecimento de combustível para as cidade demora ainda mais, os ramais e

rios ficam desabastecidos e a população sem mobilidade. Comisso a produção

não chega a cidade, a renda familiar cai drasticamente.

REUNIÃO ANUAL DASOCIEDADE BRASILEIRA PARA OPROGRESSO DA CIÊNCIA

1 6 , 1 7 2 1 - 2 6 D E J U L H O D E 2 0 1 3 – U F P E – R E C I F E , P E

CIÊNCIA

BRASILPARA O NOVO

a

No período de

inverno os nossos

rios ficam cheios, o

que facilita o

escoamento da

produção, mas

oferece risco a

saúde pública.

No período de

verão as florestas

ficam mais secas e

aumenta o risco de

incêndios em toda

parte, cidade ou na

zona rural. O

socorre é incerto.

O fluxo do ciclo

hidrológico

regional, já está

alterado, segundo

depoimentos dos

moradores locais.

Bioindicadores

como peixes,

anfíbios, fungos

insetos e algas,

sentem os efeitos

mais rapidamenteOs ambientes

aquáticos tem

uma dinâmica

própria e regular

nesta região.

A presença de populações

Tradicionais na região é um

forte indicativo para sua

conservação, pois seus

atributos podem contem

elementos estratégicos para

recuperação de outras regiões

do planeta.

A EMBRAPA indica os sistemas Agroflorestais como

forma mais adequada de produção nesta região, mas o

avanço vem sendo da agropecuária e das pastagens.

Com os rios mais secos, as balsas e batelões que

escoam e abastecem a produção das cidades não

podem trafegar, aumentando o custo e

desabastecendo os ribeirinhos em toda a

extensão do rio Juruá, principalmente no alto

curso que fica no Estado do Acre.

Com os efeitos das mudanças

climáticas e as queimadas as

floresta ficam mais secas,

oferecendo mais riscos a população

regional. A conservação das

florestas ciliares e a valorização do

extrativismo é uma das alternativas

para políticas públicas emergentes.

REGIÃO DO RIO JURÁ – ACRE E AMAZONAS

MINISTÉRIO DO

DESENVOLVIMENTO

AGRÁRIO - MDA