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O Resto do Evangelho

Quando parte do Evangelho não é pregado

Dan Stone e David Gregory

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STONE, Dan. GREGORY, David.O Resto do Evangelho - Rio de Janeiro: BV Books, 2015.

ISBN 978-85-8158-078-4

1ª edição Fevereiro | 2015

Impressão e Acabamento Promove

Categoria Vida Cristã / Teologia

BV Films Editora Eireli.Rua Visconde de Itaboraí, 311

Centro | Niterói | RJ | 24.030-09055 21 2127-2600 | www.bvfi lms.com.br

EDITOR RESPONSÁVEL

Claudio Rodrigues

COEDITOR

Thiago Rodrigues

ADAPTAÇÃO CAPA

Promove

DIAGRAMAÇÃO

Bárbara VelascoJullian Ferreira

TRADUÇÃO

Ana Carolina Salerno

REVISÃO TEXTUAL

Miriam Anna LibórioSuzanne Mendonça

Evelyn Bôa HoraChristiano Titoneli

Edição publicada sob permissão contratual com One Press. Originalmente publicado em inglês sob o título The Rest of the Gospel. Copyright ©2000 by Dan Stone e David Gregory .

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610/98. É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.

As passagens bíblicas utilizadas nesta obra foram, marjoritariamente, da Nova Versão Internacional (NVI), salvo indicação específi ca. Todos os direitos reservados.

Os conceitos concebidos nesta obra não, necessariamente, representam a opinião da BV Books, selo editorial BV Films Editora Ltda. Todo o cuidado e esmero foram empregados nesta obra; no entanto, podem ocorrer falhas por alterações de software e/ou por dados contidos no original. Disponibilizamos nosso endereço eletrônico para mais informações e envio de sugestões: faleconosco@bvfi lms.com.br.

Todos os direitos em língua portuguesa reservados à BV Films Editora ©2015.

Impresso no Brasil | Printed in Brazil

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À Barbara Stone, minha esposa, cuja simples pergunta um dia: “Dan, o que você faria se pudesse fazer qualquer coisa que quisesse? E não pare para pensar na resposta!”, nos levou a mais de quinze anos de viagem juntos, proclamando as boas-novas: “Cristo em vocês, a esperança da glória”. Barbara faleceu em 22 de janeiro de 1993, de câncer. — D.S.

À minha melhor amiga, meu apoio mais forte, um presente inesperado de Deus que excede todos os meus sonhos: Ava, minha esposa. Que maravilha você é! — D.G.

STONE, Dan. GREGORY, David.O Resto do Evangelho - Rio de Janeiro: BV Books, 2015.

ISBN 978-85-8158-078-4

1ª edição Fevereiro | 2015

Impressão e Acabamento Promove

Categoria Vida Cristã / Teologia

BV Films Editora Eireli.Rua Visconde de Itaboraí, 311

Centro | Niterói | RJ | 24.030-09055 21 2127-2600 | www.bvfi lms.com.br

EDITOR RESPONSÁVEL

Claudio Rodrigues

COEDITOR

Thiago Rodrigues

ADAPTAÇÃO CAPA

Promove

DIAGRAMAÇÃO

Bárbara VelascoJullian Ferreira

TRADUÇÃO

Ana Carolina Salerno

REVISÃO TEXTUAL

Miriam Anna LibórioSuzanne Mendonça

Evelyn Bôa HoraChristiano Titoneli

Edição publicada sob permissão contratual com One Press. Originalmente publicado em inglês sob o título The Rest of the Gospel. Copyright ©2000 by Dan Stone e David Gregory .

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610/98. É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.

As passagens bíblicas utilizadas nesta obra foram, marjoritariamente, da Nova Versão Internacional (NVI), salvo indicação específi ca. Todos os direitos reservados.

Os conceitos concebidos nesta obra não, necessariamente, representam a opinião da BV Books, selo editorial BV Films Editora Ltda. Todo o cuidado e esmero foram empregados nesta obra; no entanto, podem ocorrer falhas por alterações de software e/ou por dados contidos no original. Disponibilizamos nosso endereço eletrônico para mais informações e envio de sugestões: faleconosco@bvfi lms.com.br.

Todos os direitos em língua portuguesa reservados à BV Films Editora ©2015.

Impresso no Brasil | Printed in Brazil

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Sumário

Nota do Coautor 9Prefácio 11

PARTE UM: UNIÃO COM CRISTO

1. As Portas 172. A Linha 293. O Duplo Aspecto da Cruz, Parte Um: Já Morremos em

Cristo37

4. Para o que Morremos 455. O Duplo Aspecto da Cruz, Parte Dois: Cristo Vive em Nós 556. O Balanço 637. Um Mesmo Espírito 75

PARTE DOIS: QUEM É VOCÊ?

8. Uma Só Natureza 859. Nosso Verdadeiro “Eu” 9310. Os Bens Preciosos de Deus 103

PARTE TRÊS: CONHECENDO OS CAMINHOS DE DEUS

11. Revelação: A Forma Divina de Conhecimento 11312. O Olho Simples 12313. A Regra da Graça 13114. Quem Faz o Quê? 13915. O Processo de Crescimento em Deus 149

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PARTE QUATRO: VIVENDO EM UNIÃO

16. Não Passarás Fome 15917. O “Mas” Santo 16518. Tentação: Uma Oportunidade de Fé 17319. Ouvindo Deus 18120. Tomando Decisões 18721. Vida Desapegada 19322. O Dom da Miséria 19923. Derramando 20524. Amando Deus 21325. Entrando no Descanso de Deus 217

Agradecimentos 223

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N o t a d o C o a u t o r por David Gregory

C onheci Dan Stone em março de 1987, em um retiro perto de Tyler, Texas. Sua mensagem sobre a união do cristão com Jesus Cristo não era inteiramente nova

para mim, mas, por intermédio dele, o Espírito Santo começou a abrir os olhos do meu coração de forma nova para essa maravilhosa realidade. Da mesma maneira, Ele usou o Dan na vida de inúmeras pessoas para conduzi-las a uma experiência mais profunda de “Cristo em vocês, a esperança da glória”.

Em um retiro posterior, peguei um folheto que Dan havia escrito, Doublecross. Ele o dedicou a mim, escrevendo somente:

Gálatas 2:20: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Nenhum outro versículo captura tão bem a verdade de Cristo que habita em nós, vivendo em nós, por nós, como nós.

Dan e eu mantivemos contato ao longo dos anos. No outono de 1997, entrei em contato com ele propondo transformar seus ensinamentos em um livro. Com muita bondade, ele apoiou o projeto que resultou neste livro. Esta obra está em primeira pes-soa, como se fosse escrita pelo Dan. O conteúdo é dele, embora tenha me instruído a registrar que renuncia a qualquer originalidade do material. Então, está registrado.

Eu é que sou abençoado por oferecer este presente ao corpo de Cristo. Que o Senhor se agrade em usar este livro “para que possamos crescer com saúde em Deus, fortalecidos em amor” (Ef. 4:16). Que vocês bebam profundamente da água da vida que é Jesus, conhecendo “o amor de Cristo que excede todo conhecimen-to, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef. 3:19).

David GregoryDallas, Texas

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P r e f á c i o por Dan Stone

P

assei vinte e quatro anos viajando pelo país contando às pessoas sobre o mistério do Evangelho: “Cristo em vocês, a esperança da glória” (Cl. 1:27). Cristo vi-

vendo em nós e por nós, como nós, é a única esperança que temos de experimentar a glória que Ele planejou para nós. Greg e eu escrevemos este livro para ajudá-lo a alcançar a plenitude de Deus em sua vida.

No entanto, existe outro significado para “esperança da glória”. Sim, “Cristo em nós” é a única esperança de experimentarmos, nós mesmos, a glória de Deus. Mas essa também é a forma que Deus escolheu para glorificar a Si mesmo por meio de nós. Deus escolheu manifestar Sua glória eternamente, vivendo Sua vida em uma multidão de filhos e filhas e por meio deles. Quero prefaciar este livro discorrendo não sobre a glória que recebemos de Deus, mas sobre a glória que Ele recebe por nosso intermédio†.

Livros cristãos, em sua maioria, tendem a basear-se no homem, voltando--se a alguma necessidade humana específica ou à nossa profunda e universal necessidade de intimidade com Deus. Dessa forma, muitos livros, bem como muitos ensinamentos e pensamentos cristãos, têm essencialmente o homem como ponto de partida, e, implicitamente, caracterizam Deus como medidor de necessidades humanas.

Se não partirmos do ponto de vista de Deus, acabamos colocando o homem como o centro. Essa afirmação se aplica até mesmo em relação à postura ante a Palavra de Deus. Não raro, lemos o início do livro de Gênesis focando imediata-mente na queda do homem no pecado. O restante das Escrituras narram a re-denção divina do homem. Isso é fato. No entanto, pode parecer, e é muitas vezes tema de pregação, que o propósito supremo de Deus seja a salvação do homem. Assim, toda a questão é concentrada na humanidade.

No entanto, se começarmos antes da fundação do mundo, antes de Gênesis 1:1, teremos outra perspectiva. Partimos da seguinte pergunta: qual é a intenção de Deus?

†Meus agradecimentos a DeVerne Fromke, que articulou maravilhosamente estas verdades no livro The Ultimate Truth.

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Responder a essa pergunta é como descobrir, assim como fizeram Galileu ou Co-pérnico, que a Terra não é o centro do universo (nem ao menos o centro do nosso sis-tema solar). O Sol é o centro. Nós não somos o centro do universo. Cristo é o centro.

É fácil viver como se fôssemos o centro do universo. Nunca diríamos, nem mesmo pensaríamos de forma consciente, mas podemos viver como se Deus estivesse aqui em função de nós. Isso tem sido percebido em muitas doutrinas ao longo dos últimos trinta anos. Deus está aqui para abençoá-lo. Você tem de ser rico. Você tem que ser próspero. É seu dever ser bem-sucedido. É seu dever progredir. Deus tem de corresponder à sua fé. Deus se obrigou a o abençoá-lo se você fizer o que é certo. O que significa tudo isso? Que você está no centro do universo!

Se, todavia, começarmos antes da fundação do mundo descobrimos que Deus tem um plano, que foi concebido antes dos tempos eternos. Paulo revelou claramente o plano de Deus no primeiro capítulo de Efésios.

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (1:3).

O objetivo de Deus é nos abençoar? Sem dúvida! De fato, Ele já nos abençoou com toda sorte de bênçãos no reino celestial.

“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo...” (1:4a).

Deus tinha um propósito para nós antes da fundação do mundo e nos escolheu para esse propósito.

“...para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por meio de Jesus Cristo...” (1:4b-5a).

O plano de Deus incluía ter uma multidão de filhos (e filhas) que fossem santos e irrepreensíveis diante Dele. Pela sujeição do Filho à cruz, Deus pretendia trazer muitos filhos à glória (Hb. 2:10). Por quê? Paulo continua:

“...conforme o bom propósito da sua vontade, para o louvor da sua glo-riosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (1:5b-6).

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Para se certificar de que compreendemos a mensagem, ele a repete seis versículos abaixo:

“...a fim de que nós, os que primeiro esperamos em Cristo, sejamos para o louvor da sua glória” (1:12).

E, novamente, dois versículos depois:

“[o Espírito Santo] que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória” (1:14).

Existimos para o louvor da Sua glória. Deus “faz todas as coisas segundo o pro-pósito da sua vontade” (1:11b) para cumprir esse propósito. E o que, exatamente, glorifica a Deus? O que Ele estabeleceu como propósito, desde antes da fundação do mundo?

“Em toda a sua sabedoria e entendimento, fez o que havia resolvido e nos revelou o plano secreto que tinha decidido realizar por meio de Cristo. Esse plano é unir, no tempo certo, debaixo da autoridade de Cristo, tudo o que existe no céu e na terra” (1:8-10, NTLH).

O plano de Deus era trazer à existência uma multidão de filhos e filhas nos quais ele habitaria; por meio dos quais Ele viveria e se manifestaria; e, nos quais e pelos quais, Cristo reinaria supremo. Somos os beneficiários deste plano. Deus, em Seu amor e Sua graça, nos criou como parte de Seu plano, mas não somos o centro dele; Cristo é. Somos participantes do plano. Participantes que Deus ama, cuida e sustenta, como um marido a sua esposa (Ef. 5:25-32).

Somos a herança de Deus, mas tendemos a focar na herança da qual somos coerdeiros em Cristo. Nós somos a herança de Deus.

“Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam (...) as riquezas da gloriosa herança dele nos santos” (1:18).

Sua herança é o Seu corpo — o Corpo de Cristo — cumprindo Seu propósito. E, embora a Bíblia relate a queda do homem, essa calamidade não causou nenhum atraso ou mudança no objetivo de Deus. Sempre foi Sua intenção ter uma numerosa família de filhos e filhas, e a queda não impediu este plano.

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Deus acrescentou nossa redenção ao plano, mas o objetivo ainda é o mesmo. Estamos aqui para o louvor da Sua glória. Romanos 11:36 amplia essa maravilho-sa verdade:

“Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele seja a glória para sempre!”

Dele. Deus é a origem, o início. Por. Ele é o único mediador, o caminho. E para. Em Deus está o destino, a consumação, o fim — não Ele vir a nós, mas nós irmos a Ele.

Digo no livro que tudo de que precisamos saber para experimentar a vida abun-dante de Deus se encontra na cruz de Cristo. Ao olhar para a cruz, podemos ver o que Deus fez por nós. Louvemos a Deus por este fato, que foi a obra de Cristo em nosso favor.

Muito mais que isso; na verdade, a cruz foi obra de Deus em Seu próprio favor. Por meio da cruz, Deus consumou o que era necessário para cumprir Seu próprio propósito eterno, que tudo se resumisse em Cristo.

“Cristo em vocês, a esperança da glória” é primordialmente Sua glória. Cristo vive em nós para manifestar Sua vida por meio de nós. Cristo em nós concretiza Seus próprios propósitos. Parte desse propósito é ter intimidade conosco, mas Seu plano abrange mais do que isso. Ele está agindo para fins próprios, e nós somos os instrumentos que Ele usa. Somos a manifestação visível da obra de Deus, que tem a Si mesmo como objetivo final, “a fim de que Deus seja tudo em todos” (1 Co. 15:28).

Por essa razão o Pai quer que sejamos “cheios de toda a plenitude de Deus”. Esta é a questão deste livro: sermos cheios da plenitude de Deus, para o louvor da Sua glória.

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P A R T E U M

União com Cr isto

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Capítulo 1As Portas

O

cristianismo da maioria das pessoas é como uma velha cama de ferro: firme em ambas as extremidades e instável no meio. Em uma extremidade você confia em Cristo como seu Salvador e tem seus pecados perdoados. Na outra

extremidade, um dia irá para o céu. O meio é desesperador. São inúmeros questio-namentos que se resumem a um: onde está a vida? Onde está a vida abundante que Jesus prometeu?

Jesus conheceu um homem que se fazia a mesma pergunta. A Bíblia se refere a ele como o jovem rico. Certo dia, ele se aproximou de Jesus e perguntou: “Bom mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Jesus lhe respondeu: “Você conhece os mandamentos: ‘Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não enganarás ninguém, honra teu pai e tua mãe’.”

O jovem rapaz contestou: “Mestre, a tudo isso tenho obedecido desde a mi-nha adolescência”.

Sempre digo que Jesus não era um pregador batista, mas se fosse (como eu), teria dito: “Não há como você tê-los obedecido. Você sabe que os violou. Sabe que olhou para uma mulher”.

Jesus, no entanto, não disse isso, mas aceitou como verdadeiras as palavras do rapaz: “...a tudo isso tenho obedecido”. Mas a pergunta permanecia no cora-ção do jovem: “Onde está a vida?”

Onde está a vida? Sim, eu recebi a Cristo, mas não há nada além do que tenho vivido? Onde está a verdadeira vida? Quando disse: “Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida!” (Mt. 7:14) Jesus referia-se à vida abundan-te, gratificante, libertadora, maravilhosa. E existe uma porta que leva a essa vida, embora a continuação da fala de Cristo seja uma trágica afirmação: “São poucos os que a encontram”. A porta existe. Ela é real, mas poucos a encontram.

Descobri, por experiência, que existe uma série de portas ao longo do cami-nho que leva à vida. Essas portas aparecem gradualmente, conforme passamos de uma existência completamente exterior — que busca vida em coisas e pes-

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União com Cristo 18

soas ao nosso redor — para uma existência completamente interior — ao en-contrar vida naquele que habita em nós. As portas são únicas para cada pessoa. Deixe-me contar sobre as minhas.

A

ntes de aceitar a Cristo, minha vida inteira era baseada em elementos exteriores. A vida de todos nós é. Quando não temos Cristo, relacionamos o sentido da vida

a coisas ou pessoas e vivemos em função desses exteriores. Eu não sabia quem eu era, pois apenas existia e em função dos meus exteriores. Eu tinha uns vinte e poucos anos e reproduzia a identidade do grupo com o qual eu andava: nossas roupas, nossa comportamento, nossas atividades.

Um domingo pela manhã, depois das distrações de uma longa noite na cidade, fui, com muito esforço, à igreja para acompanhar uma garota de quem gostava. Deus me atraiu com uma armadilha chamada “feromônio”. Naquela época ainda não tinha atravessado a minha primeira porta. Nem sequer tinha começado minha jornada do exterior para o interior, porque ainda não tinha aceitado Jesus, pela fé, como meu Salvador.

Porém, o jovem, que pregava naquele dia, já havia entrado por essa primeira porta. Ele já tinha recebido a Cristo e estava proclamando as boas-novas: “Cristo morreu por você”. Naquela manhã, pela primeira vez, soube no meu íntimo que eu tinha um problema em meu relacionamento com Deus. Meus pecados me separavam dele. Essa foi uma revelação do Espírito Santo.

A resposta para o meu problema era que se eu confiasse em Jesus Cristo, em Sua morte como pagamento pelos meus pecados, e em Sua ressurreição, Deus me perdoaria. Bem, me pareceu um ótimo negócio. Eu poderia ganhar o perdão simplesmente por confiar em Jesus.

Recordando, traço a seguinte imagem figurativa daquela situação: era como se eu tivesse optado por um caminho que levava à porta chamada “salvação”, mas estava vestido de todos os estereótipos que eu usava para dar sentido à minha vida — minha turma de amigos, minhas atividades, e por aí vai. Contudo, nenhuma daquelas vestes — os estereótipos — poderiam me ajudar a passar por aquela porta. Nada daquilo poderia suprir as minhas necessidades internas. Na verdade, eu teria de lançar de mim aquelas capas se quisesse atravessar, porque a porta não era larga o bastante para eu passar, vestindo aquelas roupas. Precisei deixar de confiar nos meus exteriores e depositar minha confiança somente em Cristo.

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As Portas 19

Então, tirei aquelas roupas, os meus estereótipos, e passei despido pela porta, pois não tinha nada, além de mim mesmo, para oferecer a Deus.

Passar pela primeira porta foi como colocar uma nova roupa íntima. Tive as minhas vergonhas cobertas e os meus pecados perdoados. Pela primeira vez, não havia só estereótipos em minha vida; eu tinha uma verdadeira identidade espiritual: fui salvo e perdoado. Mas isso era tudo o que eu sabia sobre minha nova identidade. Era bom — muito bom — mas aquela nova roupa íntima não era suficiente para me vestir por completo. Ser perdoado era ótimo, mas era pre-ciso mais para dar sentido à minha vida. Ainda de forma figurada, eu pensei: preciso de mais roupas para me cobrir, algo a mais para completar minha vida.

Então eu adquiri alguns estereótipos novos para o meu guarda-roupa. Aceitei a Cristo em uma igreja Batista e, então, vesti a identidade de “batista”. Comecei a pesquisar sobre o que os batistas acreditavam, o que nós defendíamos e como deveria me portar em público. Foi empolgante. É divertido ter um estereótipo novinho em folha, como uma criança que ganha um brinquedo novo no Natal. Nunca demoramos muito para enjoar do brinquedo, não é mesmo?

Fui estudar em uma instituição Batista, o que foi muito proveitoso, pois aprendi sobre a Palavra de Deus. Prossegui como seminarista, mas não era mais tão divertido. Eu passava mais tempo na academia do que na biblioteca, mas estudava o suficiente para ser aprovado. E agora tinha uma nova identidade es-tereotipada.

“Quem é você?”“Sou o Pastor Stone.”“Qual sua denominação?”“Sou batista.”Antes, só tinha roupas íntimas. Agora, tinha roupas novas. Minha nova capa

se chamava “batista”. Você também já teve suas próprias capas novas, não teve? Elas podem ter sido seu emprego, sua congregação, sua família, suas atividades, seu desempenho — qualquer estereótipo em função do qual vivemos.

N

esse momento, eu tinha, de fato, algo real no meu interior — a roupa íntima com a qual Deus havia me vestido. Saber que Jesus Cristo é mais que um mero

homem, que Ele é o Filho de Deus, o Salvador do mundo, é revelação de Deus. A certeza de que nossos pecados estão perdoados também é. Mas eu ainda mantinha elementos externos nos quais buscava vida: minha denominação, minha vocação, meu desempenho. Essas foram as novas roupas que encontrei para mim mesmo.

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União com Cristo 20

Infelizmente, a certeza da salvação e do perdão dos meus pecados era a única verdade interior que eu conhecia. Como a maioria dos fiéis, tentei viver a vida cristã baseado nessa verdade em estado bruto.

O problema é que, embora seja totalmente verdadeiro, ter nossos pecados per-doados não nos ensina absolutamente nada sobre como viver a vida. Só sabemos que quando pecamos, nossos pecados são perdoados. Não sabemos nada a respeito da verdadeira vida — a vida de Deus. Então, a vida para nós ainda está no exterior: “Como faço isso? Diga-me um plano, um método, um esquema”.

É como se no dia em que aceitamos a Jesus, pela fé, Ele nos dissesse: “Agora você está salvo. Boa sorte. Nos vemos quando você morrer e vai ser maravilhoso, mas o aqui e o agora são por sua conta. Vai lá e faça o melhor que puder”. Que luta. Fiz o melhor que pude por anos. Após Deus ter me permitido passar por muitas provações tentando ser um bom batista, cheguei a ponto de pensar: “Cumpri a doutrina batista com todas as suas regras de ouro e seus mandamentos. Agora, onde está a vida?”.

É possível trocar o externo pelo interno — desistir de procurar vida nos exteriores e aproximarmo-nos da Vida interior — ao deixar o externo se exaurir. Por algum tempo, permitimos que o exterior faça o que quer, porque o extrínseco é divertido e excitante, é vital para nós, até que se torne rotina e tenhamos de seguir em fingimento para continuar inserido nos padrões daquele estereótipo. Finalmente chega um momento em que dizemos: “Tem de existir algo mais”. E existe. O propósito existente para nós é chegarmos ao nível mais profundo de nossa própria intimidade, e não podemos nos contentar até o alcançarmos. Um brinquedo novo pode até nos trazer satisfação momentânea, mas não seremos plenamente satisfeitos, até chegarmos ao lugar que Deus pretende nos levar.

Então nos arrastamos até a próxima porta. Exaustos na tentativa de viver a vida cristã por nossos próprios esforços. Suplicamos: “Onde está a vida?”.

O Espírito Santo nos diz: “Sim, existe mais. Existe mais”.“Onde está?”, perguntamos.“Aqui”.“Que bom! Eu quero entrar”.Corremos até a porta, mas damos de cara nela e voltamos, porque não con-

seguimos passar. Ainda temos nossas próprias capas, os estereótipos nos quais confiamos para nos garantir a vida. Essas capas, embora estejam sujas e rasga-das agora, são muito grossas para passar pela porta. Novamente, o único modo de atravessar é despindo-se de todo estereótipo. Não passaremos pela porta,

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As Portas 21

enquanto nossa identidade e nosso objetivo estiverem baseados em elementos extrínsecos, não importa quais sejam.

A proximei-me da minha segunda porta por volta de 1965. Estava prostrado em aflição, ou como costumam chamar, em depressão. Minha identidade exterior,

de pregador batista, não me satisfazia mais, e eu não sabia a que recorrer. Em casa, abatido sobre a cama — fechei as persianas e as cortinas por cima, mas o quarto ainda não estava escuro a ponto de ser suficiente para mim, então me escondi embaixo dos cobertores, tentando deixar o quarto tão obscuro quanto eu.

Apesar disso, alguns amigos ligaram e me pediram para organizar um retiro. Há uma coisa à qual um pastor batista não resiste: uma oportunidade de pregar. Ainda que esteja doente, ele vai dar um jeito de pregar. Então respondi: “Estarei lá”. A maioria das pessoas no retiro era da igreja da minha cidade natal, mas não as via há doze anos. Nessa época ainda não tinha ido além da minha primeira porta. Pregava principalmente a respeito da salvação: como receber a Cristo. Falava sobre vários as-suntos diferentes, mas a única coisa que eu verdadeiramente conhecia era a salvação.

Supostamente eu deveria ensinar essa gente, mas eu as observava e aprendia com elas. Elas não eram as mesmas pessoas que eu deixara doze anos antes. O mover de Deus em suas vidas os levou muito mais longe do que a mim. Liguei para Bárbara, minha esposa, e disse: “Algo aconteceu com nossos amigos. Eles estão diferentes”.

Sou como você, também tenho o coração voltado para Deus. Quando senti-mos que algo é verdadeiro e estamos sedentos, ansiamos por obtê-lo. Fosse o que fosse que meus amigos tivessem, eu também o queria.

Até aquele momento, a extensão do meu conhecimento interior se limitava a: Cristo morreu por mim. Já o conhecimento interior dos meus amigos era: Cristo está comigo e em mim para me ajudar, e isso era muito além do ponto em que eu estava. Então pensei: “Esse é meu próximo estágio; preciso alcançá-lo”. Essa era minha pró-xima porta e, mais uma vez, era necessário me despir dos estereótipos e experimentar mais da vida interior com Deus.

Para passar pela porta deveria lançar fora de mim todas as capas excedentes, no-vos estereótipos que passei a vestir. Neste caso, precisava me livrar da capa denomi-nacional na qual depositava minha confiança de vida. Para entrar, pude vestir apenas minhas novas roupas íntimas, a única verdade interior com a qual o próprio Deus havia me vestido: o fato de que meus pecados foram perdoados. Então caminhei pela

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próxima porta, que me levou a frequentar uma igreja do tipo renovada (movimento de igrejas renovadas).

Atravessar esta porta é como receber de Deus uma camisa que cobre nossas roupas íntimas. Seu conhecimento a respeito da vida interior com Deus é ex-pandido. Entendi mais acerca da vida interior e acerca do Espírito de Deus que habita em mim. O mesmo deve ter acontecido a você, se passou por essa expe-riência. Glória a Deus por isso.

Mas ainda havia pontos descobertos em mim, que achei necessário encobrir. Então, mais uma vez procurei por alguns estereótipos que pudesse usar para me vestir. Rapidamente aprendi o que era ser renovado e me perguntei: “Como aquelas pessoas podem permanecer naquelas igrejas mortas? Isso é a coisa mais empolgante que existe. É aqui que está a vida”.

Os cultos de adoração foram ótimos enquanto eu estive emocionalmente extasiado. Confundi aqueles sentimentos de felicidade com a alegria interior e verdadeira que só se encontra em Deus. Eu buscava êxtase definitivo, mas per-maneci extasiado por volta de seis meses. Tive de comparecer a inúmeros cultos e ficar longos períodos de pé, cantando uma quantidade enorme de hinos e louvores para manter aquela sensação. Todos nós fazíamos isso.

Para sermos honestos: a maioria ainda estava buscando. Grande parte de nossas atividades ainda envolviam aparências. Íamos aos cultos para receber algo. Eu, por exemplo, queria ser ajudado, abençoado, curado, liberto. Todos le-vavam alguma enorme necessidade, mas saíamos pela porta da igreja ainda car-regando as mesmas necessidades. No fundo, ainda nos perguntávamos: “Onde está a vida?”

N aquela época, uma moça, muito mais jovem do que eu, fazia parte de nosso pequeno grupo de oração. Eu amava minha esposa, mas comecei a me apaixo-

nar por aquela jovem. Estava confuso, pois a mensagem que eu captava (não estou dizendo que isso estava, de fato, sendo ensinado) era: “Se você está extasiado, é o Espírito Santo. Se está emocionalmente exaltado, avigorado, se você se sente bem, é o Espírito Santo”. E eu tinha bons sentimentos em relação a essa pessoa, mas sabia que esses sentimentos, embora fossem bons, não poderiam ser obra do Espírito San-to. Esta situação estava me corroendo por dentro.

Não fiquei deprimido. Fiquei com raiva. Já havia dedicado 21 anos a essa coisa toda de Jesus. Tinha ido a todos os lugares onde ouvi dizer que poderia encontrar vida. Ouvi todos os sermões que pude. Cheguei ao fundo do abismo. Foi quando escrevi minha carta de renúncia e disse a Deus que estava desistindo.

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Vinte e um anos tentando viver para Jesus. Havia conhecido Cristo para mim e Cristo comigo. Cheguei a experimentar o conceito de que Cristo vive em mim, mas não como eu de mim, expressando Sua vida por meio de mim; pelo contrário, via Cristo em mim para me ajudar a me tornar alguém. Para me transformar em algo. Assim, cheguei ao fim.

Ao longo dos anos, fui chegando à conclusão de que não poderia ter sucesso na vida cristã. Eu era um fracasso nisso. Mas, em uma área eu parecia ter sucesso. Bárbara dizia que eu era um bom marido, então eu pensava ser um bom marido, embora naquele momento, mesmo casado, estivesse apaixonado por aquela jovem do grupo de oração, o que não era bom. Percebi que, sem levar em consideração o quanto eu amava a Deus, dadas estas circunstâncias, eu era capaz de tudo. Mesmo tentando viver para o Senhor pelas minhas próprias forças, ou com Sua ajuda, eu ainda era uma criatura perigosa neste mundo. Era o amor de Deus me mostrando que eu não poderia viver a vida cristã por mais que tentasse.

Barbara me pediu para ler um livro chamado Power in Praise. Já tinha dito a ela: “Barbara, parei com essa coisa de ser cristão. Eu sei que quando morrer vou para o céu, mas já estou cheio desse mistério”. Era primavera e eu estava sentado no quintal, embaixo das árvores, de birra. Havia perdido o prestígio dela há tanto tempo mesmo, que se ler um livro fosse me ajudar a consertar as coisas, eu o leria. E foi o que fiz. Deus tinha algo para mim naquele livro — uma passagem das Escrituras: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1 Ts. 5:18).

Eu não dava graças por coisas feias. Você agradece? Eu pensei: “Você não dá, mes-mo, graças em todas as circunstâncias. Somente agradece pelas coisas boas”. Não era essa a instrução da Palavra, e, embora minha alma estivesse contrariada e insatisfeita com Deus, aquela frase se tornou espírito e vida para mim, de modo que comecei a agradecer: “Obrigado. Obrigado. Ainda estou com tanta raiva quanto possa ser possível, mas estou sendo obediente. Obrigado. Ainda estou rangendo os dentes com tanta força, que terei sorte se eles ainda tiverem algum esmalte, mas obrigado. Não consigo entender e não estou particularmente feliz a respeito disso, mas obrigado”.

É estranho, mas comecei a discernir o que estava acontecendo. Percebi que Deus precisava me aniquilar naquilo que eu pensava ser bom, para que Ele pudesse honrar a oração que sempre fiz: “Quero ser homem de Deus”, assim como você já deve ter orado: “Quero ser homem de Deus”. “Quero ser mulher de Deus”. É aí que percebemos o amor de Deus nos crucificando da nossa própria compreensão acerca

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da bondade. Enquanto todos dizem que: “Ele está despedaçado”, Deus só consegue enxergar o vaso novo que está moldando.

O discernimento concedido por Deus finalmente me levou a supor em relação à minha porta mais recente: “Sabe... foi maravilhoso, aprendi muito aqui, mas não te-nho a resposta final. Ainda acho que deve haver mais do que isso. Onde está a vida?”.

Foi quando o Espírito Santo me disse: “Existe mais, Dan, mas você tem de tirar esse estereótipo que está usando”.

“Que estereótipo, Senhor?”. “Você tem que tirar esse estereótipo de cristão do tipo renovado. Se você Me quer,

não pode ter nenhum estereótipo”.Então tirei a capa novamente. Descobri que, quando chega a hora, estamos pron-

tos para tirar tudo o que for necessário, como as velhas roupas sujas. E lá estamos, com as únicas roupas que são reais: a roupa íntima e a camisa. Elas são a mais íntima verdade espiritual que Deus nos revelou com toda sinceridade. Podemos atravessar a porta com elas e prosseguir para a próxima porta, que para mim foi Cristo em você, a esperança da glória.

U ma senhora convidou minha esposa para ir a outra cidade ver uma pregação de Norman Grubb. Depois do culto Barbara o convidou: “Você viria à minha casa

para conversar com meu marido? Ele precisa ouvir o que você falou”.Meses depois, Norman veio e pregou para um pequeno grupo em nossa sala de

estar. A primeira coisa que disse foi: “Não é possível viver a genuína vida cristã”. Eu pensei: “Amém. Sou um testemunho vivo disso. Realmente não é possível viver a genuína vida cristã”. Então ele disse: “Cristo é a vida”. Bem, eu sabia disso. Em minha mente eu sabia disso. Mas ele finalmente declarou: “Cristo está em você e Ele irá viver a vida”. Meu espírito reagiu: “Ahhhh! Então é isso: não é que ‘Ele vai me ajudar a viver a vida’, mas ‘Ele vai suscitar a vida’ Essa é a boa-nova! Posso permitir que Ele viva. Eu consigo fazer isso”.

Foram 21 anos tentando por conta própria. Já estava totalmente convencido de que não seria possível viver a vida cristã, não do jeito que a Bíblia descreve. Foi quan-do compreendi, por revelação do Espírito Santo, que “Ele pode. Devo permiti-Lo”. Nos dias seguintes Deus complementou esta íntima revelação. Muitas partes minhas estavam expostas e eu tentei cobri-las com estereótipos, mas Ele colocou Seu manto sobre mim e, na verdade, Suas vestes cobriam minha nudez desde sempre, acontece que eu simplesmente não sabia disso.

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Pela primeira vez me dei conta de que Ele já me tornara justiça de Deus em Cristo (2 Co. 5:21). Eu era verdadeiramente justo. Ele me fizera santo (Cl. 3:12), pleno (Cl. 2:10) e inculpável diante dele (Cl. 1:22). Além de amado e aceitável.

O Senhor me ensinou que quando fui crucificado com Cristo, como Gálatas 2:20 já me informara há tanto tempo, morri como ponto de referência para mim mesmo. Cristo vivendo em mim era meu ponto de referência. Ele viveria Sua vida por meio de mim, como eu. Ele já revelou isso a você? Se não revelou, Ele quer fazê-lo, porque essa é a boa-nova. Isto é a boa nova.

E xistem duas perguntas básicas na vida: como consigo ter meus pecados perdo-ados, e, como viver a verdadeira vida? Podemos ter descoberto como obter o

perdão dos pecados, mas a maioria de nós ainda não descobriu como viver a vida. A primeira coisa que temos de aprender é: Não podemos! Só Ele pode e vai. Ele viverá Sua vida em nós, como nós mesmos.

No entanto, nós mesmos precisamos passar pelas portas. É necessário sacrificar-mos os estereótipos dos quais tentamos obter vida. Passar pela porta derradeira faz lembrar a aliança do Antigo Testamento, quando somente o sumo sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos para apresentar o sangue do sacrifício a apenas uma Pes-soa — Deus. Todo o resto era exterior; eram somente ele e Deus.

Depois de receber a Cristo, nos conscientizamos do quão pequenina é nossa essência em relação ao monte de aparências. Conforme atravessamos as portas e somos transformados, nossa essência é aperfeiçoada e aos poucos abando-namos as aparências. Por fim, Deus nos leva ao Santo dos Santos para viver em nosso espírito. Passamos a viver em plenitude e verdade, e não mais superficial-mente. Quando este entendimento penetra nosso íntimo, nada extrínseco nos é relevante. Nossa identidade e vida vêm de Deus.

Sempre que eu pregava para grupos, Barbara (que hoje descansa) me lembrava: “Conte a eles sobre a minha porta”. Ela havia descoberto que mantinha algo extrín-seco: eu. Ela era a esposa do Dan. Eu lhe era suficiente e satisfatório. Eu era sua identidade. Certa noite ela precisou sair e deitar em um cobertor sob as estrelas para tratar alguns assuntos com Deus. Ele lhe disse: “Você tem um ídolo em sua vida: o seu marido”. Deixei de ser seu deus logo após isto.

Cada um tem suas próprias portas. Alguns têm portas chamadas filhos. Ou-tros têm uma porta chamada profissão. Outros têm posses, vícios ou uma ima-gem bem cultivada. Tudo o que for exterior e disser algo a nosso respeito, pre-

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cisa ser levado por Deus ao altar para ser sacrificado, a fim de que Ele possa ser tudo em todos. Quando você compreender isto, glorifique a Deus.

Lembro-me de ter conhecido um rapaz que tinha sua identidade na posi-ção de autoridade que ocupava no emprego. Todavia, ele perdeu esse emprego e deixou de ter identidade. Era patético vê-lo, porque alguns meses antes ele era alguém que exercia poder e influência, e, agora, pelo menos em sua própria mente, ele não era ninguém.

Um ministério pode ser um estereótipo. Uma senhora que administrava um sítio para retiros e encontros espirituais me contou que um jovem líder, que começava a se destacar, conheceu um veterano no sítio. O mais novo perguntava insistentemente ao mais velho: “Qual é o seu ministério, irmão?”.

“Não sei”, retrucou ele.“Vamos lá, diga-me qual é o seu ministério?”.Finalmente o senhor declarou: “Não tenho um ministério. Apenas falo sobre

Cristo”.O jovem tinha uma identidade estereotipada chamada ministério.Devemos ser gratos a Deus, pois Ele nos conduz a Si próprio, mas o faz com

amor. Ele nos diz: “Se é isso que você quer, vou lhe permitir obtê-lo. Se quer um estereótipo, vá em frente, eu já sei que logo irá largá-lo, então não vou lhe impedir de pegar, tocar, examinar, brincar um pouco com ele e finalmente desprezá-lo. E, assim, também vai ser com o próximo estereótipo, e o próximo, e o próximo. Um dia você chegará à porta derradeira e, ao entrar naquele Lugar Santo, Me encontrará. Não que você já não tenha Me encontrado, mas encontrará a Mim somente e finalmente obterá a resposta”.

“Bom Mestre, onde está a vida?”.“Bem, você tem sido religioso”.“Sim, Senhor, cumpri todos os aspectos denominacionais”.“E também tentou outra linha teológica”.“Sim, Senhor, fui cristão de uma igreja renovada”.“E por fim tomou a decisão bem-sucedida”.“Sim, Senhor, cheguei até aqui, mas onde está a vida?”.Quando estamos plenamente capacitados, Jesus sussurra a velha-nova, que

ainda é a boa-nova: “Eu sou a vida. Receba-me dentro de si e terá vida. Vivo a vida por você, assim como o Pai revelou Sua vida por Mim”.

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E então, os vinte anos passados no deserto se tornam bênção. O emprego perdido, o filho rebelde, o casamento fracassado, tudo se transforma em bênção.

Atravessamos essas situações difíceis e devemos agradecer a Deus por saber que saímos em posse do bem mais precioso: Ele. Chegamos ao fim: Ele em nós, e nós nele. Encontramos a pérola de grande valor e não há qualquer outro lugar para onde ir.

Onde está a vida? “Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida!”. Que este livro seja para você um farol iluminando a porta derradeira e apontando para o Único caminho, verdade e vida.