o reino de deus na igreja do sÉculo 21

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O REINO DE DEUS NA IGREJA DO SÉCULO 21

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O REINO DE DEUSNA IGREJA DO

SÉCULO 21

INTRODUÇÃOChegamos à cidade de Luz - MG, tão logo o sol nascera e,apesar do cansaço depois de tantas horas de viagem,fiquei observando as pessoas, as casas a movimentaçãonas ruas de terra. Enquanto me envolvia naquelaatmosfera o Espírito Santo ministrava ao meu coração queaqueles dias seriam de muito aprendizado e muita lutaespiritual, podia sentir que nunca mais iria me esquecerdaquele lugar e daquela gente. Estávamos ali com umgrupo de aproximadamente 18 jovens da minha igreja, etínhamos a missão de apoiar na plantação de uma pequenaigreja, que até aquele dia contava com pouco mais de 15irmãos. Os líderes eram muito simpáticos e logo nossentimos em casa para compartilharmos planos para oevangelismo e visitas aos membros da igreja e para osnão-crentes. A cidade de Luz é um lugar que apesar deuma pequena população e sem nenhuma repercussãonacional é espiritualmente muito importante, pois ali seencontra o bispado mineiro. No ponto mais alto da cidadeergue-se a Igreja Matriz e defronte a ela se destaca a Casado Bispo. Seus habitantes apesar de muito simpáticos ereceptivos não escondem as tradições católicas e quasetodos devem favores e obediência eterna ao bispo. Sob aorientação do Espírito Santo começamos a buscar emoração maneiras de atingirmos os corações das pessoas emostrar-lhes o amor de Deus.

Pedíamos milagres, curas, quebra das correntes do pecado,autoridade sobre os demônios e uma verdadeira revoluçãonas vidas daquele povo. Depois de alguns momentos demuito clamor e adoração, decidimos sair às ruas e sentir deperto o que nos esperava, queríamos mostrar a nossa carae desde aquele primeiro dia deixar que as pessoas nosconhecessem. Resolvemos que a melhor estratégia paraisso era nos misturarmos com a multidão, aproveitarmospara fazer algumas compras, visitar a “Igreja Matriz”, econhecermos as redondezas da casa onde estávamoshospedados. O dia passou rápido e à noite alguns do gruporesolveram sair e quem sabe ter a oportunidade deevangelizar alguém. Passadas duas horas eles voltamtodos animados, pois haviam evangelizado um grupo degarotos que “vagavam” próximos à Praça da Matriz. Assimque amanheceu o próximo dia já tínhamos um programatraçado e depois de uma manhã de meditação na palavra,intercessão e louvor estávamos prontos para visitaralgumas pessoas e começar um contato mais próximo comos irmãos. A semana passaria bem rápida e graças a Deusveríamos muitas conversões. Tudo parecia muito bom,mas, nós pensávamos em um evento maior, alguma coisaque realmente chamasse a atenção de toda a cidade.Começamos a estudar as possibilidades, e juntos com anossa liderança de São Paulo, imaginamos usar o salão deum clube onde faríamos uma grande concentração com umconhecido grupo de louvor e no final uma poderosaministração evangelística.

Perfeito, já tínhamos alguns nomes e eram grandes aschances de alugarmos o salão. Quando tudo pareciaacertado o nosso pastor em São Paulo, sabiamente, nãonos deixou ir adiante, ele entendia como nós, que aquelaseria uma oportunidade única, só que ainda não era a horade Deus. Relutamos em mostrar os nossos argumentos,porém a palavra daquele líder já tinha sido dada e pontofinal. No final do dia refeitos da momentânea frustração, jáque não iríamos promover o maior evangelismo que aquelacidade já vira só nos restava usar as armas que tínhamosnas mãos. Antes de sairmos na nossa cidade havíamospreparado algumas peças teatrais e vários esquetes -estávamos usando-as na igreja e em creches (aliás, estesforam os momentos mais marcantes de toda aquelaviagem para mim) - porém chegava à hora de mostrarmosnossa “cara pintada” nas ruas e praças da cidade de Luz.Os líderes da igreja local já tinham conseguido a liberaçãodas praças e até um palco cedido pela prefeitura já estavaa nossa disposição. Todos os dias um carro corria toda acidade anunciando nossas apresentações, espalhamosfaixas pelas ruas e distribuíamos convites de casa em casa.Como numa dessas inexplicáveis providências de Deus,acabamos chegando à sala do Senhor Prefeito; pedimos aele que nos promovesse em anúncios nas rádios e nosdesse todo o apoio necessário para a realização dosevangelismos ao ar livre. Depois de muita conversa foi-nosdado o consentimento para uso de qualquer dos lugarespúblicos, e todo o apoio logístico para as apresentaçõesdas peças.

Encorajados por esta conquista começamos os ImpactosEvangelísticos, várias e várias pessoas passaram a aceitarJesus, os cultos na congregação ficavam cheios e umsorriso restaurador brotava em todos os rostos queconhecemos naqueles dias. Evidentemente o diabo porvárias vezes tentou nos atrapalhar, mas estávamos tãoenvolvidos com o trabalho, tão cheios de Deus que os quechegavam possuídos por demônios eram libertos e muitosdeles aceitavam a Cristo. Lembro-me de uma noite em queestávamos numa praça, surgiu do meio do público umhomem e tentou atacar uma das garotas, alguns dosirmãos da igreja logo o seguraram. Assim que terminamosa apresentação aquele homem pôs-se a gritar tão alto quetodos na praça ficaram assustados e começaram a sair daliapressadamente (estavam reunidas umas duzentaspessoas), mesmo os que estavam mais afastados puderamouvir os gritos daquele homem. Levamos o aquele senhorpara longe da multidão e oramos por ele, o demônio odeixou e várias pessoas naquela noite tiveram suas vidastransformadas pelo poder da Palavra de Deus. Numa outranoite, enquanto orava com os que haviam se decidido porCristo, uma senhora se aproximou e pediu que eu orassepor ela, assim que coloquei minhas mãos sobre o seuombro ela começou a se debater com uma forçasobrenatural; o Espírito Santo deu-me forças maiores que adela e usei a autoridade do nome de Jesus para expulsar odemônio e a mulher em prantos entregou seu coração aJesus. Tantas outras histórias poderiam ser contadasdaqueles vinte dias, os cultos sempre lotados, as visitasnas casas dos irmãos, nossas caminhadas de

oração pela cidade, a receptividade das pessoas. Acho queprecisaria de vários dias para tentar me lembrar de tudo.Porém, a grande lição que aprendi nessa viagemmissionária e durante os seis anos que fui missionário detempo integral na JOCUM (Jovens Com Uma Missão), é queDeus quer se revelar à todas as pessoas em todos oslugares e para isso Ele sempre irá usar todos os meiosnecessários e disponíveis para que essa tarefa sejacumprida. Logo no início da minha conversão lembro-meque era comum ouvirmos falar de mutirões e congressosmissionários pelas igrejas. O grupo das mulheres sempreestava em campanha para conseguir alguma coisa para umgrupo de missionários no interior da Amazônia ou emalguma tribo africana. Nosso pastor sempre usava asexperiências de algum missionário para ilustrar os seussermões e todos nós tínhamos por muito corajosos aquelesque decidiam “deixar tudo” em obediência ao chamado deDeus. Desde que assumi o meu chamado missionário em1991 já estive em diversos lugares e conheci muitascomunidades que talvez a maioria dos crentes nuncaconheça em toda a sua vida. Nós vivemos em tempos decrises no meio evangélico e me parece que cada vezmenos cristãos estão interessados em fazer diferença nolugar em que vivem. Hoje em dia, e já se vão vinte e cincoanos da minha conversão, parece que esse “papo” demissões não agrada mais as pessoas, ouvir um missionário

pregando passou a ser “Programa de Índio” . Não ouvimosmais falar dos congressos e conferências missionárias queinfluenciaram tantos jovens, os mutirões e viagensmissionárias são cada vez mais raros e como consequênciaas ofertas missionárias das igrejas caem a cada ano. Umdia desses li uma pesquisa onde revelava que os cristãosgastam muito mais com chicletes e balas do que ofertampara missões. Ainda existem grupos e igrejas que insistemem não abandonar a visão missionária, algum tempo atrásna minha igreja criamos uma equipe móvel de jovens eadolescentes que cooperavam com as igrejas de pequenoporte no treinamento e apoio evangelístico; algumascomunidades evangélicas estão presentes com equipesmissionárias em eventos como carnaval e eventosesportivos, mas isso se torna cada vez mais uma“exceção”. Nossos jovens pastores estão preocupadosmuito mais com novas estratégias para o crescimentonumérico da igreja do que com maneiras de cumprir com aGrande Comissão. Parece-me que a Igreja Evangélica hojese preocupa muito mais com os seus problemasinstitucionais do que com as necessidades do mundo nãoalcançado ou com os “sem igreja” da sua própriacomunidade. Visitei vários bairros onde os moradoresjamais tinham ouvido falar da igreja que estava ali há 50anos; outro dia conhecemos uma igreja localizada numbairro nobre que estava programando a compra de umprédio no valor de um milhão de reais, o

problema é que essa igreja não tinha mais de 70 membrose só sonhava atingir o número de 100 pessoas depois de10 anos. EU NÃO POSSO CRER NISSO! Participei de umareunião de pastores onde o pregador cheio de carismadeixava exposta toda a sua indignação com os quedefendem o crescimento da igreja, dizia ele: - Qual oproblema em se ter 50 membros por 20, 30 anos? – Ora, seum pastor dirige uma igreja pra ela mesma é melhortransformá-la num clube privativo, somos chamados praalcançar o maior número possível de pessoas para Jesus,isso requer amor por aqueles que estão longe de Deus.Estamos construindo templos tão luxuosos apenas paraatender a nossa necessidade de conforto, queremos ar-condicionado, cadeiras acolchoadas, cantina, multimídia sópara que as reuniões sejam agradáveis para os próprioscrentes. Preocupam-se muito mais em um culto que atendaas suas próprias expectativas, um evangelho que lhesgaranta sucesso instantâneo e um agradável “lugar aosol”. Ou mudamos a maneira de ver as coisas ou seremosvencidos pelo nosso ego e traídos pela nossaconcupiscência . Nasce uma incomodação com toda essa“teologia da pós-modernidade”, a mesma que Paulo teve arespeito da igreja na Galácia: “Admiro-me que tão depressaestejam abandonando aquele que os chamou pela graça deCristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade,não é o evangelho”.

CONHECENDO O REINO DE DEUS

A maioria das pessoas não tem influenciado a história, nasua geração, por falta de conhecimento do que seja oReino de Deus. Muitos acham que este Reino é formadosomente pelos crentes – porque oram, lêem a Bíblia,cantam louvores e participam dos cultos de uma igreja.Outros acreditam que, além disso, precisam de muitaunção, curar os enfermos, expulsar demônios e estar emconstante guerra contra as potestades e principados dastrevas. Alguns já dizem que o cidadão do Reino de Deusnão pode se contaminar com o mundo e que essasantidade só pode ser alcançada quando se cumpremalgumas regras e doutrinas definidas por seus “pastores-mentores”. Ainda existe um outro grupo que defende oReino de Deus é formado por pessoas que acreditam emDeus e por isso estão livres para fazer o que bemquiserem, pois são filhos do Rei, sendo assim príncipes eprincesas, e consequentemente com autoridade no Reinopara mandarem e desmandarem na hora em que bementenderem. Acredito que em todas essas convicções, ou“declarações de fé” existam pontos positivos, porém nãoposso concordar, sob nenhuma alegação, que elas definamo que é o Reino de Deus. Na verdade, cada uma destas“teologias-G12haggiana” já esta inserida no cotidiano daigreja evangélica, mas não representa a essência do Reino.Estes princípios de batalha espiritual, autoridade no nomede Jesus e tantos outros só alcançarão êxito quando cada

indivíduo tiver uma visão clara do que é Reino de Deus,alicerçados no firme fundamento da Palavra de Deus. Oque adianta ter tantos poderes sobrenaturais se nãoconhecemos o Reino, não servimos o Reino e nãoconhecemos o Rei do Reino, para poder agir de modo queEle se agrade de nós. Temos errado também quandoafirmamos que o Reino de Deus só é formado por pessoasconvertidas, só os evangélicos e suas igrejas é que fazemparte deste Reino. Ora, o evangelho da Bíblia diz que Deusé poderoso em toda a terra sendo o Rei de todo o Universo.Para compreendermos melhor o que estou dizendovejamos um exemplo: Quando dizemos que alguém é reida Espanha esse alguém tem seu reino estabelecido emtoda a Espanha, e não só numa região delimitada, o seureino não está limitado aos seus parentes e amigos, mas atodos aqueles que habitam na Espanha. Quer gostem dorei ou não, quer ou conheçam ou não, cooperem com eleou planejem matá-lo. Deste mesmo modo é o Reino deDeus, Ele domina sobre todo o Universo, é Rei sobre todasas coisas. Nesta sociedade pós-moderna enfrentamos umsério problema em pensar no Reino de Deus. Tornamo-nosextremamente secularizados e assim a nossa lógica équase sempre materialista, visando lucros e alcançando osucesso. A teologia da prosperidade – ainda que os seuslíderes insistam em dizer que ela não existe – já estáestabelecida na Igreja Evangélica contemporânea. Toda

a nossa liturgia segue esse padrão de vitórias erestituições, nossos cânticos exigem que os anjos nostragam as bênçãos – custe o que custar. A nossa homiléticatornou-se mística, alicerçada numa exegese recheada desímbolos. É muito comum hoje - até nas igrejas históricas –o pregador apresentar um discurso acalorado para falar definanças, afirmando que a nossa oferta abrirá as portas docéu sobre a nossa cabeça. O nosso evangelismo prometeuma vida comparada ao estilo MATRIX, onde o bem e o malse enfrentam no mundo virtual, e que basta um telefonemae todo se resolve. O Reino de Deus apresentado na Bíblia évoltado para o serviço, a renúncia, sem promessas deconquistas pessoais ou qualquer “liquidação de bênçãossem medida”. Jesus nos ensina que, se o nosso inimigo nosperseguir devemos amá-lo, se tivermos duas túnicasdividirmos uma delas com quem não tem nenhuma, queneste mundo teríamos aflições, mas cultivássemos o bomânimo. Um reino que exalta muito mais o dar do que oreceber. Exalta os humilhados, mas abate os exaltados.Abomina o pecado, mas ama incondicionalmente opecador. Isso é o Reino de Deus, o que ouvimos de algunspregadores hoje em dia não passa de retórica e técnica demarketing para se alcançar cada vez mais adeptos. Peçoque a misericórdia de Deus nos alcance antes quecorramos a terra inteira atrás de prosélitos e então ostornemos duas vezes filhos do inferno. (Mt 23.15)

O REINO DE DEUS NA HISTÓRIA DO HOMEMDesde o início da história da humanidade, Deus deixoubem claro o que Ele esperava daqueles que tinhamacabado de ser criados. Em Gênesis cap. 1 verso 28encontramos a primeira tarefa de Deus para o homem:“sede fecundos multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a;dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, esobre todo o animal que rasteja sobre a terra”. No capítulo2 versículo 15, encontramos a continuação desta tarefa:“cultivar e guardar o jardim”. Perceba que Adão e Evaforam criados por Deus para servi-Lo, a tarefa deles era decuidar do Seu reino, não deixar que outros invadissem edominassem as suas terras. Adão e Eva não poderiam serinfiéis ao seu Rei, pois caso isso acontecesse eles sofreriamdura consequência: a morte. Sabemos que esta não seriauma morte física, mas muito mais terrível, pois marcou aseparação entre o homem e seu Deus. O homem fracassouna sua missão de guardar o jardim, permitindo que Satanásinvadisse o Éden e dominasse os seus corações. Inaugurou-se assim a era do pecado do homem onde toda a Terrasofreria transformações e passaria a ser influenciada porum outro poder que a Bíblia também chama de: "príncipedas potestades do ar", ou simplesmente diabo. Esse sermaligno tem como objetivo distorcer toda a ação do Reinode Deus sobre a terra. Até mesmo as

armas dadas por Deus aos seus filhos são frequentementeusadas de uma forma egoísta por aqueles que se deixamenganar pela sua influência. O pecado passou a seduzirtoda a humanidade, isso fica-nos muito claro quando lemosGn 6.5: “Viu o Senhor que a maldade do homem se haviamultiplicado na terra, e que era continuamente mau todo odesígnio do seu coração”. Ao que parece a iniquidade, istoé, a raiz de todo o pecado, havia contaminado ahumanidade ao ponto da Bíblia dizer que Deus searrependera de ter feito o homem. É claro que quandodizemos que Deus se arrependeu não estamos falando queDeus cometeu um erro e tenha ficado desesperado, ou semsaída. Nesta passagem o autor tenta explicar qual osentimento que alcançou o coração de Deus, que melhorempregado na nossa língua seria como o sentimento detraição do homem em relação à confiança depositada nelepor Deus. Não existe dor mais profunda que a dor datraição e isso dói tanto no seu coração, como no coraçãopaterno de Deus. A boa notícia é que Deus nunca perde ocontrole da história e escolheu Noé e toda a sua famíliapara continuar com os seus propósitos no Reino. A arca deNoé marca o recomeço para a história da civilização e nosdesvenda mais uma faceta do caráter de Deus que é a Suainfinita misericórdia, Ele nunca desiste de nós e por maisque possamos pecar, Ele nunca será ameaçado pelo mal,pois o seu trono está estabelecido sobre toda a terra.

Ao longo do Antigo Testamento encontramos Deus nãomedindo esforços para trazer o homem para perto de Si. Oprofeta Jeremias registra que Deus quer nos atrair comlaços de amor . Que oportunidade para refletirmos e nosdeixar ser conquistados por esse tão grande amor!

O REINO DE DEUS E A IGREJAOs ensinos sobre Reino de Deus também estão inseridosem todo o Novo Testamento, entretanto, existe umaexplicação dada por Paulo que vai nos ajudar muito. Estacitação encontra-se em Romanos 14.17 que diz: “Porque oreino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, epaz, e alegria no Espírito Santo". Nós só poderemospromover o Reino de Deus quando promovermos a justiça,a paz e a alegria sobre a terra. Temos que conhecer anossa cidade, a nossa gente, não podemos nos calar anteas injustiças, as guerras e as desgraças da nossasociedade. Jesus nos chamou para fazer diferença, chamara atenção das pessoas para nossa maneira de pensar, deviver, de vencer os problemas. Temos que ensinar ao nossomundo que Deus é nosso, de todas as gentes. Não é sómeu, ou da igreja A ou da igreja B, o Reino de Deus alcançatodas as idades, todas as raças, culturas, línguas, tribos,eras, sistemas e etc.

Não existe lugar onde Deus não possa exercer o seu Reino,todas as coisas estão patentes aos Seus olhos, nada fogeao Seu controle, todos podem ser supridos pela Suariqueza. Só Deus pode transformar este mundo num lugardigno de sobrevivência, livre de todo perigo. O Reino deDeus é estabelecido com o trabalho conjunto de todos oscristãos para que a justiça seja exercida no seio dasociedade. Mas o que é justiça? Defino justiça quandooferecemos ou recebemos aquilo que nos é devido. Porexemplo:• Uma criança que conquistou boas notas na escolamerece os parabéns dos professores e dos pais, se isso nãoacontece, ela está sendo injustiçada;• Um homem condenado por um crime que não cometeumerece receber desculpas das autoridades que ocondenaram;• Uma pessoa ligada à política que usa de sua autoridadepara enriquecer ou facilitar maus negócios, deve serdenunciada e pagar legalmente por sua infidelidade, seisso não acontece, ela também está sendo injustiçada.Se uma pessoa precisa ser disciplinada por alguma atitudee nós lhe oferecermos aplausos e honras, na verdade nãoestamos agindo com justiça. “A justiça de Deus nãoinocenta os culpados, por mais escondidos que elesestejam, nem culpabiliza os inocentes, por mais caluniadosque eles sejam. A justiça de Deus tem motivo certo,duração certa e medida certa. A justiça de Deus não énegociada, não é comprada, não é subornada. A justiça deDeus é

punitiva sem ser vingativa. A justiça de Deus separa o falsodo verdadeiro, o joio do trigo, o fingido do autêntico, ocondenado do perdoado, o incrédulo do crente, o perdidodo salvo. A justiça de Deus traz à tona os pecados nãoconfessados nem abandonados e joga no lixo os pecadosconfessados e abandonados”. É desta forma que Deus nostrata, mesmo quando Ele nos perdoa os pecados, não nosisenta de sofrer as consequências destes erros. Quandopecamos e nos arrependemos, somos livres da culpa e damorte, mas pagamos por aquela falta segundo a lei deDeus. O mais importante disso é entendermos como éexercida a justiça de Deus, ela não está baseada na ira ouno ressentimento, Ele age de acordo com aquilo que serámelhor para o nosso crescimento, somos disciplinados demaneira que venhamos a aprender uma boa e praticávellição. A justiça humana é egoísta, partidária e condicional,a justiça divina é amorosa, encorajadora e nos faz sentiraceitos.

“Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria nomomento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz

fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foramexercitados”. (Hb 12.11)

Outra maneira de promovermos o Reino de Deus nestaterra é quando levamos a paz para as pessoas.

Estava Jesus além do Jordão, quando recebe a notícia deque Lázaro estava doente. Passados mais dois dias e,sabendo que Lázaro já havia morrido, Ele chama seusdiscípulos para seguirem para Betânia onde o haviamsepultado. Chegando ali tanto Marta quanto Maria, irmãsde Lázaro, professam a mesma certeza de que se Jesusestivesse ali com eles seu irmão não teria morrido. Jesussimplesmente pede que elas creiam e segue para osepulcro, ao ver a multidão reunida e a tristeza de todosJesus também chora e então depois de uma oração muitosimples ordena que Lázaro saia do sepulcro, ocorrendoassim o milagre da ressurreição. Quem nunca perdeualguém muito querido ou algo que custou muito sacrifícioou um investimento além das possibilidades? Marta e Mariahaviam acabado de perder seu irmão e ao que tudo indicasendo as duas solteiras, Lázaro era o referencial deprovisão e segurança para aquelas duas mulheres. Ficoimaginando quão difícil estava sendo para elas e comoestavam abaladas emocionalmente, talvez chegando aolimite do desespero e falta de expectativas. Quando Jesusaparece em cena, Ele não as condena pela provável perdade esperança diante da presença Dele, que podia fazer ummilagre, mas compreende a humanidade das duas irmãs eas consola, resgatando e tranquilidade, promovendo a paz.

A Igreja contemporânea precisa ser uma Agência de Paz.Está confiado a nós o ministério de reconciliação , somosos promotores da paz em meio às guerras, tranquilidadeem meio às incertezas e porto seguro aos perdidos. OReino de Deus também é proclamado quando promovemosmomentos de alegria para as pessoas. Depois de tantasexperiências amargas devido a más escolhas, rejeições edecepções com as autoridades, amigos, namorados,cônjuges, filhos, sistemas de governo, planos ou sonhos, ahumanidade tornou-se muito triste e desanimada emnossos dias. Os cristãos precisam atentar para este fato ecomeçar a agir para que as pessoas se tornem maisalegres. Fico muito preocupado quando vejo como algunsde nós somos tão mal humorados quase nunca dispostos abrincadeiras, não gostamos de rir nas situaçõesengraçadas, encontrando uma “maldição” em qualquertipo de piada ou brincadeira, sempre existe um “princípiobíblico” para não nos divertirmos. É difícil para mim, olharpara um Deus carrancudo, nunca se permitindo sorrir,dançar, pular, rolar no chão. Pelo contrário, o caráter deDeus se reflete nas cores, na criatividade, nas váriasformas, na diversidade, na novidade. Toda a criação deDeus deixa isso bem claro, os seres humanos diferem-sena aparência, na personalidade. Os animais, as flores, asmontanhas, todos são diferentes com suas peculiaridades ealguns são até muito engraçados. Não podemos deixar quea alegria seja encoberta pelos nossos padrões, nossos

gostos ou nossa maneira de ver as coisas. Não devemosjulgar e discriminar aqueles que sabem se divertir, pelocontrário, devemos descobrir maneiras de alegrar os queestão a nosso volta.

"Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo, alegrai-vos" Fp.4:4

Os Cidadãos do Reino Já mencionei anteriormente que o Reino de Deus não éformado só pelos cristãos, na verdade o domínio de Deusestá estendido sobre toda a terra. Quando aceitamos essaverdade precisamos notar como Deus administra o Seugoverno, como Ele age para que o Seu reinado permaneçasólido e todos os Seus planos sejam cumpridos. A maneiraque Deus se utiliza para comandar o mundo é através docontrole da história. Há algum tempo atrás eu pensava queDeus nunca se importava com aqueles fatos da história quenós ouvimos na escola ou lemos nos livros. Quando passeia estudar sobre o Reino de Deus, passei a perceber quetoda a história da humanidade é controlada por Deus; nãoexiste um único fato na história que tenha fugido do Seucontrole, uma única situação que tenha sido uma surpresapara Ele. Todos os líderes, as guerras, governos,catástrofes,

descobertas, destruições, tudo isso estava sendoobservado e controlado pelo Criador. Perceba que noAntigo Testamento os profetas de Deus avisavam o povodas situações históricas que estavam por vir, eles sempreadvertiam o povo acerca dos inimigos de Israel, as pragas,a fome, a seca, os reinados bons e maus. Deus sempreprotegeu o Seu povo, em nenhum momento Ele disse quenão sabia o que iria fazer diante das situações na história.Quando a Igreja se distanciou da verdade bíblica, Deusungiu homens para preservar a Sua verdade e Sua Palavrana história humana. Foi assim com os Pais da Igreja, oudurante a Reforma com Martinho Lutero, John Wycliffe, JohnWesley e tantos outros que pagaram até com suas vidaspara que a verdade de Deus não se perdesse com o passardos anos. Durante a perseguição dos judeus imposta porHitller, podia-se pensar que não havia ninguém ao lado dopovo escolhido, mas hoje nós ouvimos falar dosextraordinários milagres que Deus operou nos campos deconcentração em meio a tanto sofrimento. O que dizerentão da rivalidade entre os países de 1o Mundo, omovimento da Unificação Mundial, a situação de misériados países do 3o Mundo, os conflitos no Oriente Médio, afome nos países Africanos, as enchentes, os terremotos, asepidemias, será que Deus perdeu o controle da história,será que nesta geração o diabo pegou Deus de surpresa?

Quem sabe você não se preocupe com nada disso, mas ofato é que Deus nunca perde o controle das situações,mesmo quando elas são tão contraditórias e negativascomo as que acabo de mencionar. Diz a Bíblia em Daniel4.35: "Todos os moradores da terra são por Ele reputadosem nada; e segundo a Sua vontade Ele opera com oexército do céu e os moradores da terra; não há quem lhepossa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”. Veja sóisto, o texto está dizendo que segundo a Sua vontade,Deus faz o que quer, quando quer, para cumprir o que bemquiser. Isto Ele faz usando os meios que achar necessário.É Deus quem decide o que é bom ou mal para este mundo.O que muitas vezes julgamos ser mal, para Deus poderesultar em bem. O que rejeitamos como sendo imundo,para Deus é o começo de um novo caminho de vitóriaspara o Seu povo. No livro dos Atos dos Apóstolos, Pedro éacometido por uma visão de animais impuros que desciama sua frente, é claro que como um bom judeu, ele sabiaque aqueles animais não poderiam ser comidos, porém assuas convicções são inteiramente desfeitas quando elehouve a ordem expressa de Deus: - Toma e come! -Infelizmente ele não obedeceu diante da visão, e maistarde ele se vê na casa de Cornélio, um pagão, pregandopara uma multidão que recebe o Espírito Santo na mesmahora (Atos 10.9-48). Foi daí que ele entende que o queDeus purifica não pode ser mundanizado pelo homem.Deus nos deixou a Lei como referência e não como juiz,quando lemos toda a Lei Mosaica encontramos uma sériede decretos de morte. Quando o

sexto mandamento diz: Não matarás! - essa advertênciaera para que os homens não agissem segundo a justiçahumana, mas buscassem a justiça de Deus. Muitas vezesnós não queremos ser legalistas na nossa forma de cultoou adoração, mas somos muito mais legalistas nas nossas"interpretações" do que seja à vontade de Deus. Queremosdeterminar o que Deus pode ou não pode fazer, criamosprincípios que nos permitam controlá-Lo, não deixamos queEle nos prove ser amoroso e bondoso, mesmo tendo queagir com dureza em algumas situações. São essas asrazões que nos impedem de conhecer a verdade sobre oReino de Deus, nos desviamos quando queremos que esteReino se pareça com as nossas ambições, definimos oReino de Deus de acordo com os padrões do nosso própriocoração, queremos que este Reino nos dê vantagens aoinvés de responsabilidades.

Exercendo a Nossa Cidadania no Reino"Ora disse o Senhor a Abrão: Sai da tua terra, da tua

parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que temostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei e

te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção..."(Gen. 12:1-2)

Neste capítulo vamos ver como devemos agirconscientemente para que o Reino de Deus seja plantadonesta geração. É preciso saber que Deus não quer nos usarsem que nós estejamos cientes do nosso papel, devemosconhecer qual é a nossa tarefa no Reino. Quando falamosdo chamado de Abrão, estamos falando do nosso papelcomo agentes de transformação para sociedade. Muitasvezes já ouvimos ensinos sobre este chamado, mas namaioria das vezes só nos é ressaltado o que Deus faria porAbrão e sua família, raramente, neste texto, é abordado aparte mais importante de todo este chamado. Existe umafrase nesta passagem que revela qual deve ser o papel dofilho de Deus para que este mundo aceite o domínio deDeus em suas vidas: "Sê tu uma bênção!" esta não é umaopção que Deus oferece a Abrão por tudo aquilo que eleiria receber, mas é uma ordenança para que a bênção deDeus fosse manifesta em sua vida. Na maioria das igrejasprega-se que a nação de Israel é especial para Deus, e issoé verdade, mas o que faz Israel ser tão especial não são aspromessas de sucesso, prosperidade e vitória sobre osinimigos que encontramos ao longo do Antigo Testamento.O que realmente torna Israel especial é a suaresponsabilidade em ser uma bênção para todas as outrasnações. Só através da atitude de serviço que os israelitasdeveriam ter em relação aos outros povos é que seriapossível espalhar o conhecimento de Deus por todos oslugares do mundo. Se Israel se espalhasse por toda a terrae testemunhasse das obras de Deus em todos os lugares,seria possível para todas

as nações e povos pagãos descobrirem o verdadeirocaminho para a vida eterna e assim serem libertos dasmentiras e ilusões dos seus rituais e sacrifícios. Vamosentender melhor o chamado de Deus para o Seu povoquando lemos o livro de Josué capítulo 1 verso. 8: "Nãocesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia enoite, para que tenhas cuidado de fazer segundo a tudoquanto nele está escrito; então farás prosperar o teucaminho e serás bem-sucedido". Deus ordenou que nuncase deixasse de falar do seu livro, isto é, das suas verdades,para que todos os outros povos que não conheciam a Deuspudessem ouvir a respeito Dele. Infelizmente quandolemos a respeito da história do povo de Deus sóencontramos desobediência e rebeldia. Por mais que Deusse esforçasse para que este povo acertasse o alvo, elessempre se desviavam. Procuravam outros deuses, agiampara o seu conforto próprio e não compartilhavam de Deuscom os outros. Quando iam para uma terra estranha, nãose esforçavam para que aquela nação se convertesse aoverdadeiro Deus, mas logo queriam que Jeová os libertassee destruísse aquele povo. Não tinham misericórdia dospovos pagãos, mas cobravam as misericórdias de Deuspara os seus pecados, nunca estiveram dispostos a abrirmão da sua terra, mas se necessário fosse até morriampara que outros não gozassem das suas propriedades. Nãoconfiavam que Deus estivesse com eles nas lutas, masconstantemente o culpavam pelos cativeiros. Não ouviamos conselhos de Deus, mas murmuravam quando estavamem apuros. Um povo duro, soberbo e longe dos caminhosde Deus.

Como que este povo poderia ser superior às outras nações?Deus lhes deu uma missão, abençoarem outros e gozaremdas bênçãos e misericórdias do Todo-Poderoso até milgerações. Eles rejeitaram esta proposta e quiseram fazerconforme lhes parecia certo. Quando Deus chamou Israelpara ser o Seu povo não significava que Ele estavarejeitando os outros povos, na verdade, se Israel cumprissecom o seu papel, todas as outras nações se juntariam aeles para ser um povo único, servindo ao único Deus. Ahistória de Israel nunca foi muito feliz, passaram-se anos,guerras, perseguições, reinos, destruições até que Deuscalou-se por quase 400 anos. Para um povo que mesmodebaixo da direção de Deus se corrompia, imagine a queaconteceu neste período de silêncio. Nós sabemos que ahistória continuou, muitas coisas estão registradas acercadeste período nos livros históricos. Levantaram-se reis,construíram-se cidades, perderam-se guerras, e atésurgiram alguns “homens de Deus”. Mas o que foi feitopara o crescimento do Reino de Deus? É evidente que como silêncio de Deus, aumentou-se à corrupção e a ganância,nada pôde ser feito em prol do que realmente tem valor.Durante 400 anos da história humana não se fez nada parao crescimento do Reino de Deus. Deus continuou nocontrole, pois mesmo no silêncio Ele é Deus, porém ahumanidade não cumpriu com o seu chamado original, nãoespalhou o conhecimento de Deus sobre toda a terra. Emtodas as vezes que o homem falhou no seu chamado, Deuscriou uma situação para que a tarefa fosse feita. Isto sedeu através dos juizes, dos

reis e dos profetas. Cada um desses homens e mulheresforam ungidos pelo Espírito Santo para levar consciência aopovo de Deus acerca da Sua vontade, foram usadostambém para apresentar o Plano Divino para os povospagãos. Muitas vezes, esses "escolhidos" não pertenciamàs classes mais influentes da sociedade, mas devido àunção de Deus, eles chegaram a serem reconhecidos comopessoas se extrema importância inclusive pelos maioressábios do mundo secular. Graças à obediência de pessoascomo Moisés, Davi, Gideão, Jefté, Ester, Débora, Neemias etantos outros, o povo de Israel não foi destruído ecompletamente esquecido sobre a face da terra. Nahistória do Novo Testamento quase que vemos repetida ahistória do Antigo, os judeus continuavam presos nas suastradições e insistiam na idéia de que Deus era só deles enão podia se misturar com os “gentios”. O número dasseitas se multiplicou e cada grupo adorava um deusdiferente. A religião dos judeus era suportada, pelo simplesfato de muitos desses judeus sustentarem altas posiçõesna sociedade e alguns imperadores ganharem seusfavores. É nesse momento da história que Deus envia seuFilho, Jesus, para realizar a tarefa que o homem nuncapoderia fazer. As atitudes de Jesus, durante todo o seuministério entre os homens, foram marcadas por umaobediência incondicional e uma atitude de serviçosurpreendentes. Não existe um só registro de que Cristotenha procurado satisfazer desejos carnais por um sóinstante, não encontramos Jesus tentando aprisionar Deus-Pai num amontoado de regras e tradições.

Jesus confiou a continuidade do seu ministério a dozehomens que haviam sido treinados por Ele mesmo, homensque o conheceram face a face em situações de intensaalegria e também extrema dificuldade. Os discípulos foramaprovados por Deus para continuarem com a implantaçãodo Seu Reino em toda a terra.

“... e recebereis poder, ao descer sobre vós o EspíritoSanto, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém,como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da

terra”. (Atos 1: 8) Como podemos ser instrumentos do Reino de Deus para atransformação da nossa sociedade? Existem algumas áreasde influência que regem toda uma sociedade. Durantemuitos anos a igreja se omitiu quanto à vida social epolítica do seu povo. Era comum ouvirem-se comentáriosdos mais respeitados líderes evangélicos de que nenhumcrente deveria se envolver nos assuntos políticos ou namídia, devido à ética cristã. Cria-se que todo aquele que seenvolvesse com essas áreas estaria dando brecha para odiabo. Infelizmente, durante muitas décadas não houveinfluência cristã na política, na mídia, nas artes, na ciênciae muito menos nos esportes ou entretenimento. A poucomais de vinte ou trinta anos, tinha-se uma imagem docrente como aquele que não se envolvia com nada "destemundo", pois afinal este mundo jaz no maligno!

Durante todos estes anos as forças do mal conquistaramposições muito influentes em nossas sociedades. Hoje amaioria dos filmes, novelas, governos e os sistemas estãodebaixo da influência das trevas. Por que temos sido tãoperseguidos ultimamente? Por que as portas estão sefechando? Qual a razão de tantos escândalos no meioevangélico? A omissão da igreja tornou os crentes merosespectadores nas fases mais importantes da história eagora colhemos os frutos desse abandono da história. Éclaro que o tempo não volta atrás, mas podemos trabalharpara reverter este quadro. Creio que uma das coisas quepodemos fazer para conquistar o nosso povo é começar aagir. Todos nós devemos tomar uma nova postura emrelação à realidade social, preocupar-nos com as decisõespolíticas, com o desenvolvimento da educação e do lazernas cidades. O que precisamos na verdade é formar osmelhores profissionais em cada uma dessas áreas para queatravés da atuação deles o mundo pare para nos observar,o segredo para ganharmos esta geração para Jesus éagirmos além do óbvio, temos que ser notados em meio àscircunstâncias. Jesus já nos falou sobre isso na Parábola daCandeia: não dá pra esconder a luz de uma lâmpada, anossa luz tem que brilhar nos lugares mais escuros paraque a verdade de Jesus se espalhe por todos os cantos dasociedade.

Influenciando a Nossa História

Quais são as áreas que têm dominado as sociedades?Existem setores que com o desenvolvimento e o progressoatingiram lugares altos e hoje controlam a vida, asdecisões mais importantes da nossa civilização. Aqui estãoessas áreas que precisam urgentemente da verdade doevangelho.O Lar e a FamíliaLoren Cunningham , diz que famílias bem estruturadasgeram sociedades bem estruturadas. Quando olhamos paraa situação familiar nos últimos anos entendemos porquevivemos num mundo tão confuso e agressivo. Não existemais a preocupação com a submissão dos filhos aos pais, ocasamento saiu de moda, irmãos se odeiam, os casais nãose importam mais um com o outro. O número de abortos ede crianças abandonadas cresce assustadoramente a cadaano, quando dois jovens resolvem se casar, chegam aoaltar já imaginando quais serão as regras do divórcio. Comtodos esses desvios sociais multiplica-se a prostituição, osexo antes do casamento, os casos de estupro e tantasoutras atitudes negativas. Esta geração está morrendo porcausa da sua própria concupiscência.

Precisamos acordar para esta realidade e levarmos aresposta de Deus para milhares de famílias destruídas.Temos que agir com urgência, para restaurar os laresdestruídos e fortalecer aqueles que ainda resistem. Nossomaior exemplo de relacionamento familiar vem do próprioDeus. O Pai, o Filho e o Espírito Santo formam o melhormodelo familiar que se pode conhecer. O relacionamentona Trindade, em mutualidade, fidelidade e a força que éexpressa através de cada pessoa do Deus Trino, é algo queprecisamos aprender. Veja que eles estão tão de acordoque formam um só Deus, isso só pode ser possível quandohá concordância de propósito, quando não existe a menordesconfiança ou reservas. Este é o padrão de Deus para asfamílias. Um outro exemplo bíblico sobre este assunto estána chamada de Abraão. Deus disse a Abraão que atravésdele todas as famílias da terra seriam abençoadas, isto é,pela obediência de Abraão e de seus descendentes todasas famílias da terra gozariam da gloriosa bênção de Deus.Já vimos que os filhos de Abraão não foram fiéis à vontadede Deus e por isso toda a terra deixou de receber muitascoisas da parte de Deus. O meu objetivo aqui é desafiar opovo de Deus para serem fiéis a Deus, todos devemosobedecer-Lhe à risca, contribuirmos para que os seussonhos se realizem nas famílias em toda a parte.Precisamos ser o exemplo de compromisso, fidelidade eamor familiar, o nosso testemunho irá convencer os outrosa fazer o que é certo.

Muitos cristãos hoje, enfrentam problemas com suasfamílias. São os maridos que não são cristãos e perseguemas esposas que tentam ser fiéis a Deus, ou são as esposasque não acompanham os maridos aos cultos. Pais quechoram pela falta de interesse dos filhos, ou filhos quesofrem com a desaprovação dos pais em relação a sua fé.Cada um enfrenta uma dessas realidades e para cada umadelas ouvimos conselhos diferentes que na maioria dasvezes não resolvem os problemas, apenas amenizam osofrimento. Creio que uma resposta para esses problemasfamiliares é: o tempo que você gasta com a sua família.Quando ouço alguém que tem este tipo de problemadescubro também que o tempo que essa pessoa oferecepara os seus familiares é o menor possível, afinal estar emcasa é sinônimo de perseguição e lágrimas. Outros até sedesculpam pelos problemas citando as palavras de Jesus:"... aquele que não aborrecer pai e mãe não é digno demim...", ora o termo empregado para "aborrecer" querdizer amar menos, isto é, amo mais a Deus do que aqualquer outra pessoa, não significa que devo deixar deamá-los para ser fiel a Deus. Caro leitor, quanto do seutempo você dedica aos seus familiares? Pais, quantasvezes vocês demonstraram aos seus filhos que vocêsconfiam neles, ou tentaram entender as suas dúvidas elimitações. Filhos, qual foi à última vez que vocêspermitiram seus pais participarem das suas decisões maisimportantes, quando foi que você deixou que elessoubessem que você é

capaz de assumir responsabilidades. O que os pais maisdesejam dos filhos, é poder ver em quem eles se tornarame o que eles podem fazer sozinhos. O diabo sabe muitobem o que uma família unida significa no mundo espiritual,e exatamente por isso, existe uma investida tão agressivapara que mais e mais famílias sejam destruídas, que casaisse separem e que filhos abandonem seus pais. Todos nósfomos feitos para vivermos em família e quando isso nãoacontece nos tornamos pessoas amargas epsicologicamente frustradas. Pesquisas indicam que todasas pessoas que cresceram sem a estabilidade de um lar,são muito mais propensas a cometerem suicídio, acabamvivendo a margem da sociedade e dificilmente encontrammotivação para vencer na vida. Ou a Igreja resolve socorreresta área tão importante ou vamos ver mais e maispessoas se perdendo nas drogas, na criminalidade por faltado aconchego de um lar. Nossas comunidades precisam seruma alternativa de casa para aos que nela procuram abrigoe consolo, se vivermos com uma grande família em nossasigrejas, estaremos salvando a vida de centenas de pessoasque só precisam de um pai, uma mãe e irmãos que osajudem a encontrar a verdadeira felicidade.

A IGREJA

Outra área que necessita da ação da Palavra de Deus é aIgreja do Reino de Deus, atualmente existe um númeroincontável de denominações, todos os dias nasce pelomenos uma nova Igreja neste mundo. Como eu aprecio oLivro dos Atos dos Apóstolos ou as Cartas Paulinas, queapresentam as igrejas da forma mais simples possível: "...à Igreja de Jesus Cristo em...", isto sim é que é visão deReino. Hoje, cada uma dessas denominações luta em proldos seus próprios interesses. Eu nunca conheci uma igrejaque lutasse a favor do crescimento de outra ou queinvestisse no ministério vizinho. Quantos exemplos delíderes evangélicos que decretaram guerra contra as outrasigrejas para promover o seu próprio crescimento. O queexiste hoje é um dos maiores proselitismos já vistos naHistória Cristã: - Caro irmão venha para a “minha igreja”, eserás salvo, tu e a tua casa! O maior problema da falta deunião no corpo de Cristo é o "narcisismo denominacional".Existe uma igreja que é dirigida por um pastortremendamente abençoado, um grupo de louvor dos maisbem preparados, e possui o maior número de membros detoda a região. A tendência deste grupo é começar a gostartanto da sua maneira de fazer as coisas e convencer-seque o seu período de louvor é melhor do que os das outrasigrejas acabam acreditando que as mensagens do seupastor é a mais ungida. Não se preocupam em juntaresforços com outros, pois a sua visão é sempre melhor quea dos outros, os crentes dali são mais comprometidos queos da igreja vizinha. Investe-se em dois ou três projetossociais ou missionários e perde-se a

chance de investir em muitos outros que estão a sua volta,simplesmente pelo fato de não concordarem com adoutrina daquela igreja, ou como é comum ouvirmos hoje: -Não temos a mesma visão! Agora eu pergunto: - Ondequeremos de fato investir nossos recursos? Na obra deDeus ou nos nossos próprios sonhos? Qual são as nossasprioridades para promover o crescimento do Reino de Deusnesta geração? Só vamos chegar a algum lugar quandodeixarmos de lado as diferenças e nos preocuparmos como que realmente tem importância: "Ide, portanto (unidos),fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nomedo Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Mt 28.19 (o grifo émeu) A missão da Igreja nesta terra não é somente o de sereunir nos cultos e louvor a Deus em espírito e em verdade.A principal tarefa da Igreja é: "Ir e pregar o Evangelho atoda criatura". Muitos estão negligenciando este chamado,e por isso, toda a humanidade está morrendo pela falta deconhecimento de Deus. Não consigo aceitar as desculpasque alguns cristãos têm me dado para não evangelizar.Outro dia alguém me disse que o seu ministério era o detocar e cantar num grupo de Louvor e Adoração e por issonão evangelizava, pois afinal já estava fazendo algo muitoimportante para Deus. Uma outra pessoa tentou meconvencer que não podia falar de Jesus para ninguém, poisainda era muito nova na igreja e com certeza as pessoasnão iriam lhe dar ouvidos, pois ela conhecia muito poucoda Bíblia. Um senhor já me disse com muito orgulho: -

- Quando eu era jovem fiz muito em prol do evangelho,agora já sou velho demais e Deus não precisa mais demim: - Já estou aposentado. Os evangélicos estão correndosério perigo nestes últimos dias: - Estamos nos afastandoda realidade e daquilo que realmente tem valor eterno. AIgreja Cristã não pode parar no tempo, não podemoscontinuar a atribuir todo tipo de tecnologia ao diabo edeixar que a sociedade continue se distanciando dosprincípios de Deus. Sinto como se Deus estivesse nosdando a última chance de cumprir a nossa tarefa, sefalharmos agora, creio que tudo estará perdido para nós apara um grande número de pessoas que não conhecem aJesus. Não quero dizer com isso que Deus vai se esquecerda Sua criação, por nossa causa, Ele não depende de nóspara salvar a humanidade. Estou dizendo que Deusacreditou em nós, Ele nos deu uma tarefa confiando quenós iríamos cumpri-la. Se falharmos de novo, estaremosfrustrando todas as expectativas que o Pai tem em relaçãoa nós. Para que a Igreja influencie a sociedade atual, faz-senecessário que ela seja uma opção agradável para aspessoas e não uma instituição cheia de regras e proibições.Se perguntarmos aos jovens por que é que vão à igreja,acredito que 50 ou até 70% deles dirão que é porque ospais os obrigam a ir. Poucos são os filhos de cristãos quedesde a mocidade assumem um compromisso com Jesus.Estive trabalhando em algumas favelas no Rio de Janeiro, ea grande maioria das pessoas aceitava ir para a igreja pormedo do inferno, pouquíssimos

eram os que entendiam o amor de Deus e sentiam prazerem ir ao templo para cultuar o único e verdadeiro Deus.Defendo a idéia de que as nossas reuniões e cultos devemser sempre uma ocasião especial. Dia de culto é um dia defesta, e nas festas sempre deve haver muita alegria,novidades, surpresas, presentes; já estive em cultos quemais pareciam velórios, os poucos crentes que estavam alifaziam tudo como se fossem máquinas programadas paracantar, orar e consentir com a cabeça enquanto o pastorpregava um breve sermão. Após o culto iam para a portada frente para abraçar os irmãos e dizer um sem graça: -Deus te abençoe! - e depois de todo esse ritual, voltar paraa casa, para a vida normal. Meu irmão, quem foi que disseque o culto acaba quando o pastor diz amém, comoverdadeiros adoradores o nosso culto a Deus nuncatermina, no fim de cada mensagem o nosso cultorecomeça, é a hora de oferecer para Deus toda a nossagratidão pela Sua orientação e obedecermos a Sua Palavra.As igrejas precisam promover reuniões mais informais,desenvolver entre sua congregação um clima mais propíciopara a KOINONIA e motivação para a adoração a Deus. AIgreja de Atos quando se reunia era uma grande festa, nãoeram reuniões cheias de formalidades e mesmo assimhavia lugar para a reverência, ordem e decência. A liturgianos cultos da Igreja Primitiva convidava o povo a participarde cada momento, todos se sentiam importantes, aspessoas eram ouvidas. Nossos cultos hoje se tornaramverdadeiros

monólogos, onde só o pastor fala e o povo humildementediz amém, às vezes sem mesmo entender o que foiministrado.

A EDUCAÇÃO

Esta é uma das áreas que mais necessita da presença ativada Igreja. Inúmeras crianças estão aprendendo nas escolasque Deus é só uma energia cósmica, e que pecado einferno não passam de uma invenção da igreja. Asuniversidades nesta geração estão formando bruxos, asterapias alternativas - como a ioga - estão nas listas dasdisciplinas mais procuradas pelos estudantes. QuandoJesus anunciou a Grande Comissão, ele declarou oseguinte: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas asnações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e doEspírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas quevos tenho ordenado..." (Mt 28.19,20). A ordem “ensinando-os” destaca-se no chamado de evangelização, por isso aEducação deve ser prioridade não só para as autoridadespolíticas, mas para todos os cristãos. Infelizmente aescolha que os pais estão fazendo para os seus filhosbaseia-se ou na tradição da escola (para os de classemédia-alta), ou na facilidade financeira (para os de classemais baixa). Os pais não se preocupam pelo o que estásendo ensinado “extracurriculo”. Muitos professores

convencem os seus alunos que o sexo depois docasamento já e coisa do passado, e ensinam como osadolescentes devem se proteger da AIDS ou de umainoportuna gravidez usando preservativos. Dizem que ospais não podem bater nos filhos, pois eles podem crescercom traumas, defendem que a espiritualidade é baseadanas capacidades pessoais e descartam o relacionamentoíntimo e pessoal com Deus. A igreja precisa urgentementeestar presente na aprovação das leis de ensino da nossasociedade. Temos que aprender com aqueles que já temfeito algo para mudar este quadro: - Alguns missionários daJOCUM foram para Guiné-Bissau, África. Após a fase deadaptação com a nova cultura e depois de buscar a Deussobre como deveriam desenvolver seus ministérios aliresolveram que iriam iniciar um trabalho de evangelizaçãocom as crianças. Começaram com escolas bíblicas ealgumas gincanas, depois de poucos meses o governoconvidou-os não só para ministrar nas escolas, mas paraque a JOCUM fornecesse profissionais de ensino paratraçarem junto com as autoridades o planejamento eimplantação de um novo currículo escolar em todo o país.Infelizmente não temos mais exemplos como este. Em1995, em São Paulo, participei de um treinamento paraprofessores de ensino religioso nas escolas públicas,oferecido por uma das mais conhecidas instituições deevangelização infantil do país, a APEC – Aliança Pró-Evangelização de Crianças. O motivo deste treinamento erao de recrutar o maior número possível de cristãos paralecionarem nas escolas públicas da capital, pelo fato dadisciplina

não oferecer remuneração o quadro estava cada vez maisescasso. Essa instituição ofereceu o treinamento em váriospontos da cidade para que muitos pudessem ser treinados.Procurei saber dos resultados depois de algumas semanase como fiquei muito triste com a realidade, a idéia de umrecrutamento em massa de novos professores cristãos paraas aulas de ensino religioso foi um fracasso, os crentessimplesmente não se interessaram por este tipo de coisa.Estão muito mais preocupados com coisas “maisimportantes” como casamento, posição social,acampamentos e programações da igreja, etc., etc.Atualmente no Brasil estimam-se que 35% de toda a suapopulação seja analfabeta, outros 30% não terminaram o1o grau; o salário para o professorado é um dos maisbaixos no mundo e as condições de ensino e infra-estruturanas escolas praticamente não existe. O número de criançasque não freqüentam a escola, por terem de trabalhar paracomer e morar, é recorde MUNDIAL. Será que a igrejadesconhece estes dados? A verdade é que não dá pra nãover esta realidade, os meios de comunicação estão aí,jornais, revistas e repórteres de TV denunciam dia-a-dia àsituação catastrófica da educação no Brasil. A únicaconclusão que se pode chegar é que todos nós sabemosquais são as necessidades e "simplesmente" não estamosdando a mínima importância, quer dizer, este lado dahistória não nos diz respeito. Só vai ser possível umaperfeita transformação no ensino público e religioso nanossa sociedade, quando cristãos obedecerem ao chamadode

Jesus: “... ensinando-os a guardar tudo aquilo que eu vostenho ordenado..". Ensinar significa mostrar um novocaminho, mostrar a direção certa. Tive esta compreensãoao ler a primeira carta aos Coríntios cap.13, Paulo iniciaeste capítulo dizendo o seguinte: - E passo a mostrar-vosum caminho sobremodo excelente - depois disto elecomeça a ensinar á igreja de Corinto o que é o verdadeiroamor. Quando alguém se propõe a ensinar uma pessoa ouum grupo, assume-se a responsabilidade de garantir para oaluno todas as condições necessárias para que ele acerte oalvo. Seja qual for o ensino ele deve direcionar a pessoapara um caminho, uma meta. Muito do que se temensinado sobre a ciência, a política, a religião e a própriahistória da humanidade está completamente distorcidocom a realidade. Enquanto nós, os cristãos, continuarmoscalados ou descompromissados em relação a isso, muitopouco poderá ser feito para melhoria na área da Educação.

GOVERNO E NEGÓCIOS

Vivemos numa sociedade cheia de intrigas e ambiguidades,mas apesar disto todos nós precisamos de leis e diretrizes.Seria impossível para qualquer sociedade subsistir sem quehouvesse governantes, autoridades e organizadores. Asfunções do governo são a de nos proteger através dacriação e cumprimento de leis justas e praticáveis, nosgarantirem liberdade de escolha, proteger os direitos docidadão, e a defesa da nação.

Os negócios estão diretamente ligados com esta área, poiscabe aos nossos governantes fiscalizarem todo tipo denegócio que se realiza no país, prevenindo assim astransações ilícitas que colocam em risco a integridade danação e de seus habitantes. Para isso torna-se necessária eindispensável à presença de cristãos na política para quesejam aprovadas leis e decretos ajustados à Palavra deDeus. Por muitos anos a igreja se ausentou da política, comisso mais e mais homens, sem o temor de Deus, criaramleis que impediam que a justiça de Deus se manifestasseàs nações. Governos ateus, muçulmanos, católicos e outrosfanáticos conquistaram o domínio dos principais países nomundo, o cristianismo verdadeiro caiu em descrédito, àperseguição física aos cristãos não é tão real como nopassado, porém um outro tipo de perseguição temacontecido. Estou falando da perseguição moral, esta serevela com a proibição da pregação da palavra, ocrescimento do islamismo, budismo e humanismo, osfrequentes escândalos políticos, econômicos e moraisenvolvendo evangélicos. Esta perseguição parece sermuito pior que a vivida nos tempos de Roma ou de Hitler,pois não há lugar para mártires ou heróis da fé, quaseninguém mais acredita na inocência dos cristãos. Somoscondenados por nossas próprias atitudes (ou falta delas),não temos nos preparado para dar ao mundo qual é arazão da nossa fé. É hora de reavaliar nossas teologias,reciclar nossa visão em relação à participação ativa nosnegócios do nosso país, na aprovação de leis

para a nossa sociedade. O cidadão do Reino de Deus é umagente transformador, não um mero espectador.

A MÍDIA

Esta é uma área que exerce forte influência nocomportamento das pessoas. A mídia pode tanto derrubaralguém como colocá-la na posição mais elevada emquestão de minutos, ela, além disso, dita o comportamentoe pensamento das pessoas através de seus programas. Noauge dos anos 90 a mídia procurou denegrir toda a ação daigreja, já testemunhamos várias situações onde ostelejornais iniciaram verdadeiras guerras contradeterminada igreja e por conseqüência conseguiramconvencer alguns cristãos, imaturos e desatentos, a ircontra irmãos sem mesmo saber da veracidade dos fatos.Fiquei muito triste em ver pastores conhecidos deixarem seenvolver de tal forma que exponham outros pastores eigrejas inteiras ao ridículo. Como é duro saber quãoinocentes ainda somos, nem sequer sabemos discernir aestratégia do diabo de dividir o corpo de Cristo através desofismas e maus entendidos. É claro que os cristãosprecisam estar presentes nos meios de comunicação,porém está presença tem quer marcada pela sabedoria,não adianta nada mantermos programas que só crentesassistem as estações de rádio dirigidas por cristãos têmque contar com um alto nível de profissionalismo, chega deretransmissões de cultos e testemunhos. Nossos

programas de TV e Rádio devem ser voltados para umpúblico que não conhece a Deus. Um dia desses estavasonhando como seria interessante veicularmos programasevangélicos como novelas, filmes bem produzidos, festivaisde música, clipes e entrevistas. Brigarmos de igual paraigual com as grandes na pesquisa de ibope. Hoje nós temostantos programas na televisão e no rádio, mas nem sequerimaginamos qual o retorno real que eles produzem,quantos não-crentes assistem e gostam dos nossosprogramas: 20%, 50% ou será que só 10% ou 5% dosespectadores é que procuram os programas evangélicos?Quantas pessoas realmente aceitam a Palavra de Deus eprocuram uma igreja a fim de continuar crescendo na fé eno amor a Jesus? Se os nossos programas são tão bonscomo alguns pastores dizem que são, porque continuamostão desacreditados? Temo em dizer que estamosinvestindo verdadeiras fortunas na mídia, mas de umaforma errada, fazemos o que é certo, no lugar certo, masde uma forma completamente errada. Porque é que asgrandes redes de televisão conquistaram o mundo todo?Estamos tão preocupados em ir contra cada uma delas enão paramos para entender como é que elas chegaram afazer tanto sucesso. Primeiro, essas emissoras investiramem tecnologia. Nada de programas produzidos nagaragem, é preciso aparelhagem adequada e profissionalcompetente e capacitados. Segundo, formaram parcerias.Nesse meio não dá para viver sozinho ou juntamos forçasou não se chega a lugar algum. Terceiro, colocaram

no ar o que o povo queria assistir. Não dá pra forçarninguém a ver o que não gosta, é preciso ter um propósito,mas ser flexível em como atingir esse propósito. Quarto,dão valor a todo tipo de criatividade. Não se conquista aspessoas com métodos ultrapassados o mundo está emcrescente progresso e temos que acompanhar estecrescimento. Quinto, são astutos em suas mensagens. Asutileza é uma arma muito poderosa, basta saber equilibrarentre a clareza e sutileza, ás vezes não é preciso ficarrepetindo versículos e mais versículos para se falar deDeus. O Livro de Ester não pronuncia a palavra Deus umasó vez, porém é muito clara a atuação dEle em favor doSeu povo Israel.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Em pleno século XXI, ainda existem aqueles que dizem quea Ciência é do diabo. Se você é um desses saiba que odiabo agradece, mas ele não é dono de nada neste mundo!Se lermos a Bíblia com bastante atenção, será fácilperceber que ela constantemente se utiliza da ciência e datecnologia para contar do progresso do Reino de Deus. Jáno Gênesis existe um exemplo: “E disse Deus; Hajaluminares no firmamento do céu, para fazerem separaçãoentre o dia e a noite, e sejam eles para sinais e paraestações, e para dias e anos...” (Gn.1:14.). Ora, não são asestrelas, o sol, a lua e as estações parte da CiênciaModerna?

Veja agora: “Então disse Deus a Noé: O fim de todos osseres humanos é chegado perante mim... faze para ti umaarca de madeira de cipreste: farás compartimentos naarca, e a revestirás de betume por dentro e por fora... farásna arca uma janela e lhe darás um côvado de altura. Aporta da arca porás no seu lado; farás um primeiro, umsegundo e um terceiro andares”. (Gn 6.13,14 e 16). Aconstrução da arca não foi segundo a tecnologia da época?Não sei por que continuamos a ir contra os meios que opróprio Deus se utiliza para realizar os seus planos para ahumanidade. Se não fossem alguns homens se renderemao estudo da ciência, ainda hoje a teoria da evolução seriaaceita como a mais plena verdade sobre a origem dahumanidade. Cientistas cristãos estão cada vez maisempenhados em provar a veracidade do Criacionismo eprovar que ciência e cristianismo podem andar de mãosdadas.

ARTES, DIVERSÃO E ESPORTES

Deus se importa com esta área da mesma maneira comque se importa com a celebração no culto dominical. Onosso problema é que não conseguimos enxergar Deussorrindo, dançando ou se divertindo. Para muitos cristãos,falar dessas coisas é o mesmo que estar blasfemando oubrincando com o caráter Santo de Deus. Ora, a santidadede Deus é que permite a nossa alegria, mesmo na dança.Isso inclui os ritmos, e todos os tipos de artes. A pintura, as

coreografias, os instrumentos, as luzes, as cores e todo otipo de criatividade devam ser apresentados a Deus comomeio de louvor e adoração. A utilização de todos os meiose formas no louvor ou na evangelização nada mais é doque uma maneira que nós temos de agradecer a Deus pelamaneira que Ele nos fez. (Ex.15:20; Sl.150:4; Jr.31:1-4,13;Sl.33:1-3; Sl.81:1-3; Sl.134:2-3; 2ª Cr.5:13,14; At.3:8;Sl.141:2; 1ª Tm.2:8; Sl.47:1). Tentamos nos desculpardizendo que os ritmos, as danças e as grandes festaspromovidas pelo povo de Deus eram sempre realizadosfora do templo. Bom, conheço algumas exceções comoAt.3:8 e 2Sm.6:15-18, mas, qual a diferença entre dançarou aplaudir ou dar brados de vitória a Deus fora ou dentrodo templo. Não é o lugar que determina quem Deus é.Deus é Deus. Se podemos adorá-Lo com danças e comtodos os instrumentos fora do templo é claro que podemosadorá-Lo da mesma forma do lado de dentro, a atitude é amesma desde que feita com toda a sinceridade ereverência de nossos corações. Por muito tempo, apósminha conversão, esta era uma das questões que mais medeixava intrigado. Depois de muitas observações e algunsestudos minuciosos, resolvi que iria “experimentar” louvara Deus com o mesmo entusiasmo que fazia outras coisascomo vibrar com a conquista de um campeonato de futebolou comemorar a conquista de um bom emprego. Confessoque esta foi a mais importante escolha que eu já fizera nomeu relacionamento com Deus, em questão de segundoscaíram por terra toda àquela formalidade que deixava Deustão distante. Naquele exato momento eu

não estava mais preocupado com meus próprios problemasou se as pessoas estavam me olhando, o que eu querianaquele momento era estar louvando a Deus da maneiramais sincera que eu podia encontrar. Tudo isso sem apelossentimentalistas e superficiais, não senhor, ali eu estavasendo o mais sincero que eu podia ser não estavapreocupado com o que iriam dizer, mas, sim, se aquilo tudoestava chegando à presença de Deus com aroma suave eaceitável. Isso é para mim o verdadeiro sacrifício de louvor,não algo insensível, nem extremamente hipnotizante, éalgo que sai do coração, do mais profundo da alma. Nãoquero só direcionar o assunto para a área da música, asartes, o lazer e os esportes envolvem inúmeras outrascoisas. O lazer, por exemplo: Há algum tempo atráscríamos que o modelo de cristão era aquele que vivia coma Bíblia debaixo do braço e sempre estava sério. Não erapermitido se distrair, relaxar, sair da rotina, afinal, o diabopodia aproveitar este momento de descontração para nostentar. Quanta bobagem! Se observarmos o caráter deDeus e os Seus ensinos, vamos encontrar vários momentosde profunda diversão, várias vezes os profetas e osdiscípulos são pegos em momentos de divertimento.Procure você mesmo observar os momentos dedescontração de Jesus com os discípulos. Todos nósprecisamos de momentos alegres e divertidos pararecuperar as forças para enfrentar os problemas do dia-a-dia. Se decidirmos marcar presença em cada um destessetores não só contribuiremos para o crescimento do Reinode Deus, mas também aprenderemos lições inesquecíveissobre a soberania e os propósitos de Deus.

O MODELO PARA A IGREJA DO REINO

O que me proponho a discutir nessas poucas páginas énada mais do que o fruto de algumas experiências quetenho vivido ao longo dos vinte anos andando com Jesus. Omeu desejo é que possamos unir forças para que muitosoutros irmãos aprendam sobre Deus e o Seu Reino e assima redenção desta terra seja realizada o mais breve possívelcom atuação constante e consciente de cada indivíduo doReino de Deus em prol desta geração. Não poderiaencerrar esta obra sem dizer o que eu penso sobre umaIgreja Para O Século 21. A lei mosaica estava tão cheia decomplementações que era impossível obedecê-la. Apenasos fariseus se diziam capazes de interpretá-la fielmentetornando-se assim os maiores corruptores dosmandamentos de Deus, usavam e abusavam da autoridadereligiosa sem nenhum escrúpulo ou amor ao próximo. Nãoé de se estranhar que Jesus inicie sua pregação anunciandoque só a partir Dele mesmo é que o evangelho do reino deDeus era chegado àquela geração. Estudando a IgrejaEvangélica nos últimos cinqüenta anos, percebemos queesse quadro se repete, os pastores e líderes religiososassumiram o lugar dos fariseus e sacerdotes judeustomando pra si toda a autoridade sobre a interpretação da“vontade de Deus” para suas comunidades. Nestemomento da história da Igreja podemos registrar um semnúmero de erros doutrinários e teológicos, o fato é queestamos banalizando os princípios básicos da vida cristã.Não nos surpreendemos mais com a

imoralidade nos relacionamentos, acostumamos a ver oslíderes das igrejas com todo o poder nas mãos e ninguémpode fazer nada com medo de estarem se levantandocontra o “ungido de Deus”, as nossas táticas delevantamento de dinheiro nas igrejas são no mínimoextravagantes e parece não haver mais esperanças de queisso possa mudar um dia. Existe uma tarefa para a Igrejaque não está submetida aos sistemas, métodos, teologiasou qualquer vontade humana. A tarefa de evangelizaçãonesta terra é mais sublime entre todas as outras, porqueconcretiza o que Jesus disse: “Digo-lhes a verdade: aqueleque crê em mim fará também as obras que tenhorealizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porqueeu estou indo para o Pai”. (Jo 14.12) Jesus veio para salvaro que estava perdido, e a Igreja no início do século 21ainda tem o desafio enorme de levar esta mensagem paratodos os cantos da terra. Há uma interpretação de Mateus24 onde diz que este evangelho do Reino deve ser pregadoem toda a terra, e aí sim virá o fim. Perdoem-me os autoresque dizem algo diferente, mas eu espero ver a Igreja daminha geração assumindo essa responsabilidadealcançando todo o mundo para Jesus.

O apóstolo Paulo disse que ele não podia deixar de pregaro evangelho , sendo o mesmo declarado pelos apóstolos norelato de Atos . Acredito que a obra missionária tem sidoabandonada pelas novas lideranças das igrejas, isto é umarealidade extremamente preocupante! Como faremos asobras maiores que Jesus disse que faríamos seabandonamos a nossa maior responsabilidade nestemundo? Posso rapidamente alistar alguns motivos quefizeram a Igreja deixar de lado a ação missionária nosúltimos 10 anos:

1) Missões deixaram de ser relevantes devido àsecularização da Igreja; 2) Missões não tornam a vida dos crentes mais fácil, e issoagride profundamente a nossa teologia de prosperidade erestituição; 3) Missões exigem um investimento muito alto, mas oretorno é para o Reino e não exclusivamente para a igrejalocal; 4) Missões não devem ser apenas mais um dosdepartamentos de uma Igreja, mas, sim, a sua tarefaespecífica. As nossas construções, passeios ou retiros virãosempre depois.

Na minha pouca experiência como líder de missões naigreja local, observei que estes motivos relacionados acimatêm tornado a obra missionária em segundo plano. Nãoenfrentamos acirradamente os problemas da língua, dacultura ou da distância, o nosso maior impedimento somosnós mesmos, que insistimos em colocar missões em últimolugar na lista de prioridades das nossas congregações. Osustento dos missionários é sempre feito por último, asofertas missionárias é sempre do que sobra, a oração pelospovos é sempre no fim do culto, o testemunho missionárioprecisa ser rápido para não cansar os irmãos. Estamosinvertendo as coisas na igreja, colocamos em primeirolugar as necessidades locais, depois as do Reino.

"Uma igreja não existe para si mesma, mas, sim, para o mundo".

- George Carey - Muitos livros estão sendo escritos que ensinam sobremétodos, atitudes, estratégias para o crescimento daIgreja. Confesso que precisei resistir bastante para nãorechear este trabalho com algumas dessas estratégias,afinal de contas, nossos líderes estão cada vez maisacostumados com os Manuais de Orientações, com asreceitas prontas. Entretanto, depois de gastar pelo menosos últimos dez anos pesquisando com quais métodos eumais me identificava, e tentando definir aquelas atitudesna Igreja que eu sonhava, me dei conta que essa não seriaa

melhor proposta depois de discutir os assuntos acima daforma com que tentei colocá-los. Nos meus tempos deseminário, tinha um professor de Sociologia que sempredizia que estava ali para provocar-nos a reagir enquantoabordava os assuntos da matéria. Foi isso que propus nomeu coração quando sentei pela primeira vez em frente aocomputador para digitar as primeiras frases desse trabalho.Imaginei que poderia provocar algumas pessoas a pensarcom uma motivação diferente acerca do Reino de Deus;tenho lido algumas coisas acerca do assunto e poucosautores tem conseguido mexer de fato com o meu coração.Sonhei que se eu escrevesse as minhas impressões sobre aIgreja e a realidade do novo século talvez pudessedespertar alguns para debater melhor sobre o assunto equem sabe chegarmos a um ponto comum, mesmo queinterpretássemos um ou outro ponto de vistas diferentes. Oque eu acredito é que a nossa geração, principalmente abrasileira, precisa ser sacudida da mesma maneira que aEuropa nos tempos da Reforma protestante. Aliás, esse éum assunto muito importante, pois se formos observar commuita sinceridade nós da América, sobretudo a partelatina, não vivenciamos nenhum tempo de reforma, anossa história revela que nossa teologia foi herdada dosmissionários estrangeiros e hoje tem se mantido importadadas mais variadas práticas made in USA.

Talvez seja a nossa vez de erguermos uma bandeirareformista, não revoltada com algum dogma ou preceitodas igrejas históricas, mas interessada em atender asnecessidades e responder às questões do nosso tempocom responsabilidade e biblicamente fundamentadas.Onde estão os teólogos brasileiros do século 21? Quemserão os nossos referenciais nas próximas décadas?Conheço pelo menos uma dezena de homensextremamente capacitados e experimentados que temesse perfil, eles que me influenciam muito hoje, porémestamos tão anestesiados pela teologia importada que nãoconsultamos os nossos Pais Brasileiros, preferimos agircomo filhos adotados e dependentes da visão que vem defora e na maioria das vezes ignoramos nossa cultura, nãoformulando respostas aos problemas da nossa gente. Quebom seria se pastores, líderes e leigos abrissem grupos dediscussão e convidando em seus Congressos alguns desseshomens que estão a tanto tempo nos mostrando o caminhocerto e não os damos ouvidos. Será que você já ouviu falarde Ariovaldo Ramos, Ed René Kivitz, Ricardo Gondim,Robson Cavalcanti, Russel Shedd.... Esses homens são osprofetas nacionais que anunciam uma teologia brasileira.Quando vamos dar-lhes ouvidos? Esses são os homens queeu tenho aprendido nos últimos anos, mas com certezaexistem tantos outros que buscam uma Teologia Brasileira,contemporânea, contextualizada sem perder a essênciabíblica. Muitos “papas”

das igrejas mais influentes do Brasil defendem umtradicionalismo a muito ultrapassado, insistem em “manterparadigmas” que só provocam discussões e exclusões semsentido. Jesus Cristo dizia que os fariseus se afastavam deDeus por querer manter as práticas da lei que não levariamo homem a lugar nenhum. Não me entenda mal, não estoufazendo apologia à “anarquia evangélica”, isto não ébíblico, mas, é tempo de erguermos os nossos olhos eenxergarmos este tempo da História. Se nos calarmosdiante das realidades atuais seremos como os fariseus ouescribas dos tempos de Jesus, onde se orgulhavam datradição religiosa não experimentando da graça de Deus,rejeitando os propósitos divinos. Segundo Gálatas 4.4,Jesus veio na “plenitude dos tempos”, isto é, havia umprojeto, um tempo determinado para que Jesus chegasse aeste mundo. Ao estudarmos a história entendemos queDeus levou em conta não só o tempo, mas preparou todasas coisas para que o mundo conhecesse aquele que é “oCordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O Reino deDeus é dinâmico e atende as necessidades do homem paracada época em que se vive à história. No AntigoTestamento Deus tratou de escrever os 10 Mandamentoscomo referencial a nação que estava se formando, já noNovo Testamento, Jesus resume os Mandamentos emapenas dois, amar a Deus e ao próximo. Sendo assim, épossível concluir que Deus se importa com o contextocultural, histórico e social em que vive a humanidade.

Não somos mais a mesma sociedade de trinta anos atrás,não atribuímos o mesmo senso de valor, as mesmascaracterísticas quanto à vestimenta, vocabulário, sonhos etantas outras coisas. A Igreja pós-Moderna não deve secontaminar com as práticas do mundo, mas também nãopode se enclausurar em doutrinas tradicionalistas queafastam as pessoas. O apóstolo Paulo na mesma carta aosGálatas vai nos dizer que não podemos nos submeter aojugo de escravidão, segundo a lei, mas viver livres,servindo a Deus. Mesmo depois da virada do milênio somosmuito influenciados pelo que os nossos pais e líderes nosdeixaram como legado. Acredito que muitas coisas queescrevi aqui podem causar certo mal estar e até umapontinha de escândalo em alguns líderes na igreja,aproveito o espaço para pedir-lhes perdão, só que o mundohoje precisa de uma Igreja que seja mais humana, isto é,que se preocupe de fato com as feridas da alma, com alimitação da mente e que ofereça oportunidades queatendam a busca incessante do homem pelo sobrenatural,o místico. Infelizmente os mais carismáticos e até ospentecostais assumiram uma posição de detentores dopoder de Deus enquanto os mais tradicionais cuidamapenas das suas organizações, organogramas eintermináveis assembléias. Nada disso atrai o homemmoderno, o evangelismo neste século precisa de crentes

muito mais preocupados com o bem estar do homemintegral, uma visão holística é fundamental paraalcançarmos não só a alma, mas ainda a mente, os sonhose as necessidades do ser humano. Chega de sair apenaspra ganhar “almas para Jesus”, temos que ir para ganharhomens, mulheres e crianças – gente de verdade – que vãoencher nossas igrejas adorando a Deus em espírito e emverdade. Vamos parar de discutir qual a cor do “backlight”,o ar-condicionado central ou o novo revestimento dasparedes do templo. É hora de darmos pão ao faminto eágua ao que tem sede, se fizermos isto aí sim estaremosservindo a Deus. Precisamos procurar os anjos que vagampelas nossas comunidades conforme Hebreus descreve aosque se praticam a hospitalidade . Espero que este trabalhopossa despertá-lo a influenciar esta sociedade de maneiraeficiente e ativa, agradeço ao Senhor pelo privilégio deserví-Lo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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