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MODERNISMO (2 a FASE): Poesia e Prosa O que você deve saber sobre Influenciados pelo Realismo do século XIX e pelo regionalismo romântico, os romancistas de 1930 investigaram as relações sociais, denunciando a fome, a seca, a miséria, a ignorância e a opressão, sobretudo do homem nordestino. Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Erico Verissimo, entre outros, são os autores do chamado Neorrealismo ou Regionalismo modernista.

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MODERNISMO (2a FASE):

Poesia e Prosa

O que você deve saber sobre

Influenciados pelo Realismo do século XIX e pelo regionalismo romântico, os romancistas de 1930 investigaram as relações sociais, denunciando a fome, a seca, a miséria, a ignorância e a opressão, sobretudo do homem nordestino. Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Erico Verissimo, entre outros, são os autores do chamado Neorrealismo ou Regionalismo modernista.

Metáfora: é a comparação de palavras em que um termo substitui outro. Eu estou sempre dando murro em ponta de faca. Eu carrego o mundo nos meus ombros. Os jogadores já estão preparados e estão neste lindo tapete verde. Sinestesia: é um fenômeno neurológico que consiste na produção de duas sensações de natureza diferente por um único estímulo. Eu me lembro daquela noite de Verão, e do aroma doce dos seus cabelos. Neste exemplo, a sinestesia como figura de linguagem está presente na expressão "aroma doce", pois existe a combinação de duas sensações diferentes: a olfativa e a gustativa. Aliteração: é a repetição consecutiva de sons consonantais idênticos ou parecidos, principalmente em versos e frases. “O rato roeu a roupa do rei de Roma” ou “Três tigres tristes para três pratos de trigo. Três pratos de trigo para três tigres tristes”. Assonância: é caracterizada pela repetição harmônica de sons vocálicos (vogais) numa frase “Minha foz do Iguaçu/Pólo sul, meu azul/Luz do sentimento nu(Djavan) – repetição da vogal “u” Reiteração: é o ato de repetir ou reiterar, efeito que causa uma repetição. "Um homem vai devagar Um cachorro vai devagar Um burro vai devagar" (Drummond)

1ª FASE – pessimismo, isolamento,

individualismo e preocupação religiosa;

2ª FASE – solidariedade com os problemas do

mundo;

3ª FASE – questionamento à própria poesia.

Analogias e aliterações;

4ª E ÚLTIMA FASE – recordações.

Carlos Drummond de Andrade

RESPOSTA: C

a) apenas I, II e III. b) apenas I, II e IV. c) apenas II, III e IV. d) apenas III e IV. e) todas.

(ITA-SP) Os romances de Machado de Assis e os de Graciliano Ramos são exemplos bem acabados da forte presença do realismo na literatura brasileira. Entretanto, há diferenças bem marcantes entre a ficção realista do século XIX e a ficção de cunho realista da geração de 30. Algumas delas são: I. As obras realistas do século XIX (em particular os romances de Machado de Assis) retratam a burguesia rica, enquanto os romances de Graciliano Ramos retratam apenas os retirantes vítimas da seca. II. No século XIX, o realismo tem preferência pela temática do adultério feminino e do triângulo amoroso, tema este que não é central nas obras da geração de 30, que se preocupa mais com a desigualdade social. III. Os romances machadianos são urbanos; as obras de Graciliano Ramos retratam, em geral, os ambientes rurais do Nordeste. IV. No realismo do século XIX, as personagens, em geral, são mesquinhas, vis e medíocres. Já na ficção realista dos anos 30, as personagens são, sobretudo, produtos de um meio social adverso e injusto. Está(ão) correta(s)

(UFRB-BA) Fabiano estava silencioso, olhando as imagens e as velas acesas, constrangido na roupa nova, o pescoço esticado, pisando em brasas. A multidão apertava-o mais que a roupa, embaraçava-o. De perneiras, gibão e guarda-peito, andava metido numa caixa, como tatu, mas saltava no lombo de um bicho e voava na catinga. Agora não podia virar-se: mãos e braços roçavam-lhe o corpo. (...) Evidentemente as criaturas que se juntavam ali não o viam, mas Fabiano sentia-se rodeado de inimigos, temia envolver-se em questões e acabar mal a noite. Soprava e esforçava-se inutilmente por abanar-se com o chapéu. Difícil mover-se, estava amarrado. Lentamente conseguiu abrir caminho no povaréu, esgueirou-se até junto da pia de água benta, onde se deteve, receoso de perder de vista a mulher e os filhos (...) Distinguiu o cocó de sinha Vitória, que se escondia atrás de uma coluna. Provavelmente os meninos estavam com ela. A igreja cada vez mais se enchia. Para avistar a cabeça da mulher, Fabiano precisava estirar-se, voltar o rosto. E o colarinho furava-lhe o pescoço. As botinas e o colarinho eram indispensáveis. Não poderia assistir à novena calçando alpercatas, a camisa de algodão aberta, mostrando o peito cabeludo. Seria desrespeito. Como tinha religião, entrava na igreja uma vez por ano. E sempre vira, desde que se entendera, roupas de festa assim: calça, paletó engomados, botina de elástico, chapéu de baeta, colarinho e gravata. Não se arriscaria a prejudicar a tradição, embora sofresse com ela. Supunha cumprir um dever, tentava aprumar-se. Mas a disposição esmorecia: o espinhaço vergava, naturalmente, os braços mexiam-se desengonçados. Comparando-se aos tipos da cidade, Fabiano reconhecia-se inferior. Por isso desconfiava que os outros mangavam dele. Fazia-se carrancudo e evitava conversas. Só lhe falavam com o fim de tirar-lhe qualquer coisa. (...)

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. São Paulo: Martins, 1973. p. 75-76.

RESPOSTA:

Soma: 04 +16 = 20

A análise do fragmento permite afirmar:

(01) Fabiano busca, na cidade, a comunhão com o mundo urbano, a plenitude da vida, confiada aos desígnios da divindade. (02) A personagem é flagrada num momento de luta contra as adversidades naturais do contexto geográfico. (04) Há, no texto, recursos narrativos e descritivos, ressaltando-se, inclusive, a voz interior da personagem Fabiano. (08) A personagem move-se no espaço urbano, ao qual se integra e se vincula por meio de sua religiosidade fanática. (16) A voz narradora expõe fatos exteriores da personagem Fabiano, destacando o contraste que o individualiza no meio social em que se encontra. (32) O narrador percebe mudanças qualitativas no destino das personagens. (64) Fabiano demonstra ter consciência da injustiça daqueles que detêm o poder.

(UFPE, adaptado) O romance nordestino de 1930 é um dos desdobramentos das ideias regionalistas firmadas em meados da década de 1920, no Recife, por Gilberto Freyre e toda uma geração de intelectuais. Se 1922 se caracteriza por privilegiar, num primeiro momento, o estético, os regionalistas perseguem a história e, por desdobramento, os conceitos de tradição e região como bases da renovação cultural. Sobre o romance de 1930, classifique as afirmações abaixo como verdadeiras ou falsas.

a) ( ) Os romancistas de 1930 não perseguem as inovações de linguagem que foram promovidas por Mário de Andrade em Macunaíma e por Oswald de Andrade em Serafim Ponte Grande e Memórias sentimentais de João Miramar. b) ( ) O romance de 1930 retoma uma concepção “tradicional” de narrar: começo, meio e fim, valendo-se de muitas das técnicas narrativas do romance oitocentista. c) ( ) A obra de Graciliano Ramos se caracteriza pela precisão das palavras, ausência de ornatos e por ter como objeto exclusivamente o sertão nordestino. d) ( ) A obra de Jorge Amado retrata vários aspectos da vida social e política do país: a região do cacau na Bahia, a repressão do Estado Novo e a vida urbana da cidade de Salvador, com seus pescadores, meninos de rua e pais de santo. e) ( ) A obra de Rachel de Queiroz percorre tanto o romance quanto o teatro e a crônica. Em todos esses gêneros, encontramos a forte presença das raízes nordestinas e uma clara denúncia das injustiças sociais.

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