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SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL – SEPL
COORDENAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO GOVERNAMENTAL – CDG
O QUE O PARANÁ TEM FEITO - 2ª EDIÇÃO
AÇÕES PROPOSTAS PELO ESTADO DO PARANÁ
VINCULADAS AOS PRINCÍPIOS DA AGENDA 21
2010
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O QUE O PARANÁ TEM FEITO - 2ª EDIÇÃO
AÇÕES PROPOSTAS PELO ESTADO DO PARANÁ VINCULADAS AOS PRINCÍPIOS DA
AGENDA 21
Autores:
Elton Augusto dos Anjos - Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação
Geral - SEPL
Jose Carlos Alberto Espinoza Aliaga - Secretaria de Estado do Planejamento e
Coordenação Geral - SEPL
Nestor Bragagnolo - Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral
- SEPL
Lucia Regina Perego Grupo - Faculdades Integradas Espírita - FIES
Schirle Margaret dos Reis Branco - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos - SEMA
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Orlando Pessuti
Governador do Estado do Paraná
Allan Jones dos Santos
Secretário de Estado do Planejamento e Coordenação Geral
Jorge Augusto Callado Afonso
Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Schirle Margaret dos Reis Branco
Coordenadora das Ações da Agenda 21 Paraná
Coordenadora Geral do Fórum Permanente da Agenda 21 Paraná
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 07
QUADRO 1 - MATRIZ DE PROGRAMAS POR TEMA NORTEADOR DA AGENDA 21
PARANÁ.........................................................................................08
2. PROGRAMAS IMPLEMENTADOS NO PLANO PLURIANUAL DE 2004-2007.......... 09
Linha de Ação: Educação Inovação e Cultura...................................................... 09
Programa: Educação............................................................................................ 09
Programa: Desenvolvimento do Ensino Superior e da Ciência e Tecnologia................... 10
Programa: Ação e Inserção Cultural........................................................................ 10
Linha de Ação: Infraestrutura e Meio Ambiente.................................................. 11
Programa: Bons Caminhos.................................................................................... 11
Programa: Resgate do Porto Público....................................................................... 12
Programa: Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba – RMC........................... 13
Programa: Meio Ambiente..................................................................................... 13
Programa: Desenvolvimento Urbano e Regional........................................................ 14
Programa: Energia............................................................................................... 14
Linha de Ação: Expansão Produtiva.................................................................... 14
Programa: Desenvolvimento da Agropecuária.......................................................... 14
Programa: Desenvolvimento da Produção................................................................ 16
Programa: Desenvolvimento do Turismo.................................................................. 16
Linha de Ação: Emprego Cidadania e Solidariedade............................................ 17
Programa: Trabalho e Renda.................................................................................. 17
Programa: Leite das Crianças................................................................................ 18
Programa: Saúde................................................................................................. 19
Programa: Assistência Social................................................................................. 19
Programa: Casa da Família.................................................................................... 19
Programa: Saneamento........................................................................................ 20
Programa: Segurança Cidadã................................................................................. 20
Programa: Justiça................................................................................................ 21
Linha de Ação: Gestão do Estado........................................................................ 21
Programa: Planejamento e Coordenação Geral......................................................... 21
Programa: Administração Pública........................................................................... 22
Programa: Paraná Fiscal....................................................................................... 22
Programa: Informação.......................................................................................... 22
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Programa: Apoio Administrativo............................................................................. 23
Programa: Ação pela Cidadania.............................................................................. 23
Programa: Ação Legislativa................................................................................... 24
Programa: Serviço de Controle Externo do Estado – Tribunal de Contas....................... 24
Programa: Ação Judiciária..................................................................................... 24
3. PROGRAMAS EM IMPLEMENTAÇÃO NO PLANO PLURIANUAL DE 2008-2011..... 25
Linha de Ação: Promoção da Cidadania, Inclusão Social e Justiça....................... 25
Programa: Cultura Paranaense............................................................................... 25
Programa: Educação de Qualidade......................................................................... 26
Programa: Habitação Popular................................................................................. 27
Programa: Leite das Crianças................................................................................ 28
Programa: Promoção da Justiça e da Cidadania........................................................ 29
Programa: Proteção à Criança e à Juventude........................................................... 29
Programa: Saúde e Saneamento............................................................................ 29
Programa: Segurança Integrada............................................................................ 29
Programa: Trabalho, Emprego e Assistência Social.................................................... 30
Linha de Ação: Desenvolvimento Econômico Sustentável e Descentralizado....... 31
Programa: Aceleração do Crescimento e Desenvolvimento do Paraná.......................... 31
Programa: Desenvolvimento da Produção................................................................ 32
Programa: Desenvolvimento na Área Energética....................................................... 32
Programa: Desenvolvimento Regional e Metropolitano............................................... 33
Programa: Diversificação da Agropecuária e Fortalecimento do Agronegócio Familiar..... 33
Programa: Ensino Superior e Desenvolvimento Científico-Tecnológico.......................... 35
Programa: Preservação Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos............................... 36
Programa: Transporte Integrado e Logística............................................................. 36
Programa: Turismo, Esporte e Lazer........................................................................ 37
Linha de Ação: Gestão Pública Transparente e Integrada.................................... 38
Programa: Gestão do Estado................................................................................. 38
Programa: Valorização e Capacitação do Servidor Público.......................................... 39
Programa: Apoio e Desenvolvimento do Ministério Público......................................... 39
Programa: Ação Judiciária..................................................................................... 40
Programa: Ação Legislativa................................................................................... 40
Programa: Controle Externo ao Estado.................................................................... 40
4. EIXOS NORTEADORES DA AGENDA 21 BRASILEIRA......................................... 41
4.1. GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS.................................................................. 41
4.2. CIÊNCIA E TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL..................... 42
4.3. REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS.......................................................... 43
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4.4 CIDADES SUSTENTÁVEIS.................................................................................. 43
4.5. INFRAESTRUTURA E INTEGRAÇÃO REGIONAL.................................................... 45
4.6. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL........................................................................... 45
5. TEMAS NORTEADORES DA AGENDA 21 PARANÁ.............................................. 47
5.1. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL/ AGROECOLOGIA................................................... 48
5.2. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL........................................................... 48
5.3. GESTÃO SOCIAL E TERCEIRO SETOR................................................................. 48
5.4. BIODIVERSIDADE........................................................................................... 49
5.5. GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS.................................................................. 50
5.6. DIVERSIDADE ESPACIAL E INTEGRAÇÃO REGIONAL............................................ 51
5.7. DIREITOS HUMANOS E DE TODAS AS FORMAS DE VIDA....................................... 51
5.8. PRODUÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA........................................................... 52
5.9. PADRÕES DE PRODUÇÃO E CONSUMO............................................................... 53
5.10. EDUCAÇÃO.................................................................................................. 54
6. CONCLUSÃO.................................................................................................... 56
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1. INTRODUÇÃO
A Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral - SEPL, por meio da sua
Coordenação de Desenvolvimento Governamental - CDG, em atendimento à solicitação da
Agenda 21 Paraná e por ser integrante do Fórum Permanente desta, coordenou a elaboração
do presente documento, reunindo informações sobre as políticas públicas desenvolvidas no
Paraná.
Este documento objetiva demonstrar as ações governamentais propostas e executadas no
período de 2004 a 2011, relacionando todos os programas implementados por lei e
incorporados nos Planos Plurianuais do Estado do Paraná ao contexto dos Temas
Norteadores da Agenda 21 Paraná, detalhando seus objetivos, problemas e justificativas.
As informações geradas estão demonstradas de forma sintética em uma Matriz de Programas
por Tema Norteador (Quadro 1), conforme os critérios designados e estabelecidos pela
Coordenação da Agenda 21 Paraná.
São descritas, para os períodos 2004-2007 e 2008-2011, as principais políticas públicas,
programas por linha de ação, que contribuíram no desenvolvimento e processo de construção
da Agenda 21 Paraná.
Finalizando o documento, estão detalhados os Seis Eixos Norteadores da Agenda 21
Brasileira e os Dez Temas Norteadores da Agenda 21 Paraná.
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QUADRO 1 - MATRIZ DE PROGRAMAS POR TEMA NORTEADOR DA AGENDA 21 PARANÁ
Programas Temas Norteadores da Agenda 21 Paraná 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Educação x x xDesenvolvimento do Ensino Superior e da Ciência e Tecnologia x x x x xAção e Inserção Cultural x x x x xBons Caminhos x x xResgate do Porto Público x x xCoordenação da Região Metropolitana de Curitiba – RMC x x x x x x x x x xMeio Ambiente x x x x x x x x x xDesenvolvimento Urbano e Regional x x x x x x xEnergia x x x x xDesenvolvimento da Agropecuária x x x x x x x x xDesenvolvimento da Produção x x x xDesenvolvimento do Turismo x x x x x xTrabalho e Renda x x x x x x xLeite das Crianças x x x x x x xSaúde x x x xAssistência Social x x x x xCasa da Família x xSaneamento x x xSegurança Cidadã x xJustiça x x xPlanejamento e Coordenação Geral x x x x x x x x x xAdministração Pública x xParaná Fiscal xInformação x x xApoio Administrativo x xAção Pela Cidadania x x xAção Legislativa xServiço de Controle Externo ao Estado – Tribunal de Contas x xAção Judiciária x x xCultura Paranaense x x x xEducação de Qualidade x x x x x xHabitação Popular x x xPromoção da Justiça e Cidadania x x xProteção à Criança e à Juventude x x x xSaúde e Saneamento x x x x x x xSegurança Integrada x xTrabalho, Emprego e Assistência Social x x x x x xAceleração do Crescimento e Desenvolvimento do Paraná x x x x x x x x x xDesenvolvimento da Produção x x x xDesenvolvimento na Área Energética x x x x xDesenvolvimento Regional e Metropolitano x x x x x x x x x xDiversificação da Agropecuária e Fortalecimento do Agronegócio Familiar
x x x x x x
Ensino Superior e Desenvolvimento Científico-Tecnológico x x x xPreservação Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos x x x x x x x x x xTransporte Integrado e Logística x x x x x xTurismo Esporte e Lazer x x x x x xGestão do Estado x x x x x x x x x xValorização e Capacitação do Servidor Público x x x xApoio e Desenvolvimento do Ministério Público x xAção Judiciária x x xAção Legislativa xControle Externo ao Estado x x
Fonte: Plano Plurianual de 2003 – 2007; Plano Plurianual de 2008 – 2011 e Seminários Macrorregionais da Agenda 21 Paraná.
Legenda dos Temas Norteadores da Agenda 21 Paraná:1) Agricultura Sustentável / Agroecologia 6) Diversidade Espacial e Integração Regional
2) Segurança Alimentar e Nutricional 7)Direitos Humanos e de Todas as Formas de Vida
3) Gestão Social e Terceiro Setor 8) Produção Científica e Tecnológica
4) Biodiversidade 9) Padrões de Produção e Consumo
5) Gestão dos Recursos Hídricos 10) Educação
Fonte: Seminários Macrorregionais da Agenda 21 Paraná - SEMA
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2. PROGRAMAS IMPLEMENTADOS NO PLANO PLURIANUAL DE 2004-2007
Linha de Ação: Educação Inovação e Cultura
Programa: Educação
Objetivo: Universalizar a educação básica pública e gratuita de qualidade, garantindo acesso,
permanência e sucesso dos alunos. Assegurar a oferta educacional para segmentos sociais
desfavorecidos por razões de classe, etnia, região, gênero, bem como para portadores de
necessidades especiais. Reformular a educação profissional articulada ao desenvolvimento
econômico do Estado.
Problema/Justificativa: As contínuas e aceleradas mudanças na sociedade reafirmam a
importância central da educação e da produção do conhecimento para o processo de
desenvolvimento social e econômico. Na década de 90, verificou-se a expansão da oferta
educacional, sem resultados qualitativos correspondentes, em virtude de fatores internos e
externos ao sistema educativo. A taxa de atendimento escolar na faixa etária de 7 a 14 anos
cresceu de 83,5%, em 1991, para 97,7% em 1999, enquanto a taxa de escolarização da faixa
etária de 15 a 17 anos passa de 49,1%, em 1991, para 83,1%, em 1999. Estes indicadores
revelam um aumento do número de crianças e jovens na escola. Entretanto, os indicadores
de desempenho dos estudantes e os exames de proficiência que demonstram a
aprendizagem dos alunos constatam níveis de desempenho preocupantes. O perfil
educacional da população de modo geral mostra-se insatisfatório, também, quando se
observa a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais. Em 2000, conforme
cálculos do IBGE, 649.705 paranaenses não eram alfabetizados, o que representava 9,5% da
população total. A taxa de pessoas não alfabetizadas no Paraná está bem acima do limite
superior de 4% que a UNESCO utiliza para qualificar países no grupo de alto índice de
desenvolvimento humano. Tal realidade pode ser ainda mais grave em alguns municípios
onde se verificam taxas de analfabetismo acima de 50%. Quanto à educação profissional, de
acordo com o Decreto 2.208/97 e as Diretrizes Curriculares Nacionais, a oferta foi organizada
até 2002 de forma modular, sequencial e desarticulada da Educação Básica. Desta forma, a
rede pública ofertou 10 cursos, totalizando aproximadamente 5.000 alunos distribuídos em
alguns municípios do Estado do Paraná. A proposta é reverter este quadro de modo a integrar
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o currículo da Educação Básica ao da Educação Profissional para assegurar aos
trabalhadores-alunos os conhecimentos científico-tecnológicos necessários à inserção no
mundo do trabalho. A expansão da Educação Profissional deverá orientar-se de modo a aliar
a oferta de cursos na perspectiva do desenvolvimento socioeconômico e articulada com as
políticas estaduais de geração de emprego, trabalho e renda.
Programa: Desenvolvimento do Ensino Superior e da Ciência e Tecnologia
Objetivo: Estimular e apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico do Estado, segundo
os dispositivos instituídos pela Lei n° 12.020 e promover o desenvolvimento das atividades de
ensino, pesquisa e extensão das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES).
Problema/Justificativa: O desenvolvimento atual das sociedades contemporâneas está
fortemente vinculado a processos de inovação tecnológica. Além disso, a competitividade das
atividades produtivas depende cada vez menos da disponibilidade de recursos naturais e
cada vez mais de fatores gerados pelo desenvolvimento do conhecimento das sociedades.
Assim, é cada vez mais importante, em todas as sociedades organizadas, o papel do Estado
na criação dessas novas condições para o bem-estar de sua população. O Governo do
Estado do Paraná instrumentalizou-se para desempenhar este papel regulamentando o art.
205 da Constituição do Estado com a Lei n° 12.020/98, que criou o fundo para o
desenvolvimento tecnológico do Estado. O Programa deve viabilizar a competitividade dos
setores produtivos, gerar os postos de trabalho demandados pela população, além de criar as
condições para uma boa qualidade de vida dos paranaenses. O Ensino Público do Paraná, ao
longo dos últimos anos, expandiu-se, sem, no entanto, ter sido alvo de uma política planejada.
Impõe-se, portanto, a necessidade de planejar as atividades do ensino público estadual de 3.o
grau, objetivando a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão.
Programa: Ação e Inserção Cultural
Objetivo: Valorizar a identidade paranaense e sua produção artística, desenvolvendo o
mercado de trabalho e a geração de emprego. Incentivar o trabalho artesanal, resgatando
vocações regionais. Preservar o patrimônio cultural, natural e artístico e valorizar a memória e
a identidade, estimulando o turismo cultural e a circulação da cultura dentro e fora do Paraná.
Problema/Justificativa: A política cultural do Paraná, na última década, caracterizou-se pela
falta de valorização das diferentes manifestações que compõem a identidade do Estado,
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excluindo-se, progressivamente, parcela significativa da população da produção e do acesso
aos bens culturais. Nesta gestão, a Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) tem como diretriz
básica a valorização da identidade paranaense, que se constitui a partir da somatória das
manifestações existentes nas diferentes regiões geográficas do Estado e de seus diversos
grupos formadores. A aceitação da diversidade cultural paranaense permitirá a inserção e o
acesso à cultura de novos grupos populacionais. Ao mesmo tempo, pretende-se atuar na
formação e capacitação dos agentes culturais, produtores, artesãos e artistas, possibilitando a
ampliação e a profissionalização deste mercado.
Em relação ao patrimônio, as medidas visam à incorporação de novas áreas de preservação
e à manutenção e restauro do patrimônio edificado, em especial dos prédios de propriedade
do Estado. Para incrementar esta ação, propõe-se a valorização do patrimônio no
desenvolvimento de projetos turísticos. A área de difusão cultural do Paraná será ampliada,
promovendo-se a integração com os demais estados brasileiros e com o MERCOSUL.
Linha de Ação: Infraestrutura e Meio Ambiente
Programa: Bons Caminhos
Objetivo: Garantir a movimentação adequada de pessoas e bens no sistema viário estadual,
a redução dos custos logísticos de transportes e melhoria das condições competitivas para o
escoamento da produção paranaense. Atuar na ampliação e recuperação da infraestrutura de
transportes nos setores rodoviário, ferroviário, aeroportuário e hidroviário.
Problema/Justificativa: Ao assumir sua gestão, em janeiro de 2003, o atual Governo
encontrou 40% dos 9.662 km da malha rodoviária sob responsabilidade do Departamento de
Estradas e Rodagem (DER) em condições péssimas e ruins, resultado dos baixos
investimentos em manutenção e restauração.
É necessário priorizar recursos para recuperar e manter este patrimônio da sociedade
paranaense. Nas rodovias pedagiadas, que perfazem 2.509,6 km, são praticados preços de
tarifas elevados, o que requer um esforço para a redução dos valores, garantindo transporte
com qualidade e menor custo, desonerando os preços dos produtos transportados. Existe
carência de interligações rodoviárias em determinadas regiões, principalmente naquelas com
baixo índice de IDH-M, o que justifica a criação de novos corredores estratégicos que
induzam à inclusão econômica e social dessas regiões, interiorizando o desenvolvimento.
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Os municípios paranaenses têm dificuldades financeiras e técnicas para manter e melhorar as
estradas municipais, os aeroportos e as travessias hidroviárias sob sua responsabilidade.
Compete ao Governo do Estado apoiá-los nesta tarefa. A ausência de transporte ferroviário de
qualidade dificulta o desenvolvimento do potencial econômico no setor agrícola. As ações em
ferrovias visam suprir as demandas deste tipo de transporte.
Programa: Resgate do Porto Público
Objetivo: Resgatar a condição de Porto Público, transformando os Portos do Paraná em uma
plataforma de movimentação de cargas, moderna, eficaz e que ofereça segurança à carga e
aos navios. Atuar como agente indutor do desenvolvimento econômico e social, garantindo
preços portuários competitivos.
Problema/Justificativa: O Complexo Portuário do Paraná é o segundo em movimentação de
cargas do país, e o primeiro na exportação de grãos da América Latina. Movimenta mais de
28 milhões de toneladas por ano. Apesar da privilegiada situação geográfica e condições
naturais favoráveis, a falta de investimento em infraestrutura nos últimos anos levou este
complexo portuário a atingir seu limite operacional. Isso dificulta as exportações e importações,
o que representa uma barreira para o desenvolvimento socioeconômico do Estado e do País.
Atualmente, apresenta as mais altas taxas de ocupação de cais do país, chegando a 91% na
média anual. Esta situação acarreta longas esperas e atrasos para os navios que escalam o
Porto, elevando os custos de operações. Outro problema significativo diz respeito à parcela
da produção paranaense que poderia ser exportada pelos portos daqui, mas que, devido aos
problemas mencionados, está sendo escoada pelos portos vizinhos de Santos, Itajaí e São
Francisco. São produtos como madeiras e seus derivados, siderúrgicos, carnes congeladas e
contêineres, cargas que contêm maior valor agregado e geram grande demanda de serviços
em seus pontos de embarque, de modo que empregos e investimentos estão sendo
desviados para outras regiões do país. A exploração desordenada da infraestrutura pública
por parte da iniciativa privada criou privilégios que vêm gerando o desequilíbrio nas condições
comerciais.
Essa situação resulta na elevação dos custos portuários e na redução da competitividade das
empresas paranaenses no comércio internacional.
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Programa: Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba - RMC
Objetivo: Estabelecer diretrizes para ações na RMC, nas áreas de uso e controle do
parcelamento do solo regional, sistema viário, habitação, infraestrutura, meio ambiente,
socioeconômico e institucional. Articular com os outros níveis de governo de forma a conduzir
ações coordenadas no âmbito da RMC.
Problema/Justificativa: A dinâmica do processo econômico na Região Metropolitana de
Curitiba, condicionada seja por fatores endógenos, que delimitam o campo de atuação mais
imediato de políticas públicas locais, seja por fatores exógenos, que governam a inserção na
paisagem econômica estadual e nacional, apresenta um cenário de oportunidade e desafios
para as próximas décadas. Quanto à dinâmica demográfica a RMC apresenta taxa de
crescimento populacional muito superior à apresentada pelo Paraná como um todo. A geração
de emprego neste contexto de elevados índices de crescimento demográfico é um grande
desafio, principalmente quando se considera que o crescimento do PIB regional, apesar de
mostrar crescimento, será crescentemente mais dependente da expansão de setores que
demandam uma força de trabalho com mais conteúdo tecnológico e com níveis de
crescimento de escolaridade.
A Secretaria Especial para Assuntos da Região Metropolitana de Curitiba – SERMC/ COMEC
é responsável pela formulação de diretrizes para a gestão do território metropolitano, em que
se destacam as diretrizes para o uso e ocupação do solo, com rebatimento sobre leis de
zoneamento municipais, cujo objetivo é o desenvolvimento regional de modo sustentável e
integrado, e, sobretudo a orientação sobre o uso e a ocupação racional das áreas de
mananciais.
Programa: Meio Ambiente
Objetivo: Conservar a biodiversidade através de instrumentos de controle da qualidade
ambiental, mediante a gestão, conservação e recuperação dos recursos naturais, água, ar,
solo, flora e fauna, e desenvolver instrumento de organização e gerenciamento dos limites de
uso e ocupação do território paranaense.
Problema/Justificativa: O programa Meio Ambiente justifica-se pela competência e
necessidade do Estado em promover a gestão de recursos hídricos e atmosféricos,
biodiversidade e florestas, resíduos sólidos, controle e monitoramento ambiental, saneamento
ambiental, gestão territorial e educação ambiental.
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Programa: Desenvolvimento Urbano e Regional
Objetivo: Promover o desenvolvimento regionalizado de uma rede estadual de cidades
dotadas de infraestrutura e serviços urbanos comunitários adequados às suas respectivas
funções, para servir de apoio ao desenvolvimento descentralizado da indústria, do complexo
agroindustrial, do comércio e dos serviços, bem como o desenvolvimento orientado das
cidades voltado para a inclusão social.
Problema/Justificativa: No Paraná, atualmente, mais de 80% da população vive nas cidades,
sendo que em 1950 essa proporção era de 25%. Apesar dessa dinâmica desbalanceada, não
houve, no âmbito do Governo Estadual, um processo de planejamento voltado ao
desenvolvimento regional e urbano que pudesse se ocupar institucionalmente desse
descompasso. É necessário, portanto, atender às necessidades das áreas urbanas das
cidades paranaenses. O Governo do Estado precisa atuar na política urbana e regional
também como forma de redistribuição de renda, construindo uma sociedade mais justa
econômica e socialmente, por meio da implantação de um sistema de planejamento urbano e
regional permanente.
Programa: Energia
Objetivo: Prover a economia e a população paranaense de uma energia barata e de
qualidade, de forma a favorecer a ampliação do nível de emprego e qualidade de vida de
todos os paranaenses, principalmente daqueles que possuem um nível de renda baixo,
vivendo nas periferias das cidades e nas zonas rurais.
Problema/Justificativa: A consolidação dos investimentos em infraestrutura realizados pela
COPEL é estratégica para o desenvolvimento da economia paranaense. Da mesma forma, a
universalização do serviço de energia elétrica constitui um dos principais instrumentos na
inclusão social. O atendimento à população de nível de baixa renda, em especial as que
vivem nas áreas rurais e nas periferias das grandes cidades, é prioridade do atual governo do
Paraná.
Linha de Ação: Expansão Produtiva
Programa: Desenvolvimento da Agropecuária
Objetivo: Reduzir a situação da pobreza rural, gerar novos empregos, proteger o meio
ambiente, melhorar as condições de habitação e saneamento básico das famílias rurais e
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pescadores artesanais, incentivar a diversificação da agropecuária, executar a prevenção,
controle e erradicação das doenças de animais e vegetais e promover a modernização,
elevando o nível socioeconômico dos agricultores.
Problema/Justificativa: O desempenho produtivo da agropecuária paranaense, como a
produção de grãos, crescendo 66% de 1990 para 2002, passando de 13 milhões de toneladas
para 21,6 milhões, e das exportações de produtos agrícolas e derivados agroindustriais que
responderam por cerca de 55% das exportações, não geraram melhorias proporcionais nos
indicadores sociais, que revelam a persistência da pobreza rural. Pesquisa feita pelo
IPARDES mostra que de 1.500 famílias pesquisadas, do segmento da agricultura familiar,
para 34,6% destas a renda familiar mensal per capita era de até 1/2 salário mínimo e para
46,1% delas era de 1/2 até 1 salário mínimo, englobando rendas de produção, salários,
serviços, previdenciárias, enfim, de todas as fontes.
O IDH-M revela a expressiva concentração da pobreza nas áreas rurais, pois 71% da
população rural paranaense encontra-se em municípios com IDH-M inferior ao do Brasil.
Apesar da importância econômica e social dos agricultores familiares, que perfazem um
número de 321 mil, representando 87% dos estabelecimentos agropecuários do Paraná, 41%
da área total e 48% da produção agrícola, não foi dada a devida atenção por parte dos
governos anteriores. A exclusão social destes agricultores provoca o êxodo rural e a sua
marginalização nas grandes cidades. É crescente o esvaziamento e o consequente
empobrecimento de um grande número de municípios.
No que diz respeito à participação da produção agropecuária no mercado internacional, esta
se fundamenta na competitividade, que, por sua vez, baseia-se em preços adequados,
qualidade, credibilidade, garantia de entrega e preservação ambiental. Todos estes
componentes são permeados em maior ou menor grau pelo binômio tecnologia e sanidade
agropecuária. Daí se conclui que para não ficar à margem do grande mercado mundial fazem-
se necessárias grandes mudanças visando elevar o padrão sanitário e tecnológico dos
produtos agropecuários.
Outro aspecto fundamental é o da segurança alimentar, compreendendo a disponibilidade e a
inocuidade dos alimentos. Desta forma, devem ser implementadas ações voltadas
principalmente para o desenvolvimento da agricultura familiar, sem se descuidar, contudo, da
agricultura como um todo. Assim, o Governo Estadual, como agente gestor, deve inserir
mecanismos de políticas públicas e, para tanto, deve enfrentar o desafio de exercitar as
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técnicas de planejamento estratégico, concatenando os instrumentos existentes tanto em
nível federal como estadual e criando novos, com vistas às necessidades de políticas
regionais de desenvolvimento econômico sustentável, que beneficiem principalmente a
agricultura familiar.
Programa: Desenvolvimento da Produção
Objetivo: Promover o desenvolvimento econômico do Estado, bem como o desempenho das
atividades de apoio relativas aos interesses do Paraná no âmbito do Estado e no MERCOSUL.
Problema/Justificativa: A política de desenvolvimento econômico do Paraná, nos últimos dez
anos, vem aprofundando as diferenças econômicas das regiões e entre a população, fazendo
com que grande parte dos habitantes se estabeleça em uma faixa abaixo das necessidades
básicas para a sobrevivência. É necessário recuperar as condições de atuação
governamental de maneira justa e firme, na tentativa de reverter o atual quadro por meio de
uma política de desenvolvimento que possa reequilibrar o balanço social no Paraná.
Programa: Desenvolvimento do Turismo
Objetivo: Promover o desenvolvimento sustentável do turismo paranaense através de ações
de fomento da oferta de produtos turísticos e divulgação, que visam ao aumento do fluxo
turístico e do período de permanência, possibilitando a geração de emprego e renda, a
redução da desigualdade regional e o aumento da inclusão social.
Problema/Justificativa: O turismo precisa de métodos, conceitos e práticas eficientes e
eficazes para se desenvolver plenamente. É um grande negócio que depende de
planejamento estratégico e tático para ser bem operacionalizado e articulado com outros
setores da sociedade que integram o sistema turístico, garantindo um desenvolvimento
harmônico e sustentável que contemple o crescimento das localidades receptoras, a
preservação do meio ambiente natural e cultural, a qualidade na prestação de serviços, a
conscientização e a qualificação dos recursos humanos que atuam nesse sistema.
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Linha de Ação: Emprego Cidadania e Solidariedade
Programa: Trabalho e Renda
Objetivo: Promover a inserção dos trabalhadores desempregados no mercado de trabalho e
apoiar o desenvolvimento do empreendedorismo, principalmente junto aos
microempreendedores e trabalhadores por conta própria, visando à geração de autoempregos,
emprego ou renda.
Problema/Justificativa: Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego - PME/IBGE, no ano de
2002, na Região Metropolitana de Curitiba, a taxa média de desemprego atingiu 5,53% da
População Economicamente Ativa (PEA), estimada em 5.097.750. Se medida pela Pesquisa
de Emprego e Desemprego (PED), do DIEESE/SEAD, atualmente desativada no Paraná,
essa taxa atingirá aproximadamente 14%. Esses índices, grosso modo, podem ser projetados
para o Estado. Ao lado das taxas de desemprego, devem ser levados em conta também os
índices de informalidade, principal espaço do subemprego.
Segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED), em 2002 registrou-se uma
participação de apenas 1.515.087 trabalhadores com carteira assinada, no Estado do Paraná,
dentro da PEA estimada em 5.097.750. A informalidade atinge, segundo o IBGE, 54,80% da
PEA brasileira, sendo que 80% desse contingente é constituído por trabalhadores por conta
própria. Como forma de minorar o problema do desemprego e do subemprego no Estado do
Paraná, a SETP desenvolve, em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, o Sistema
Público de Emprego, que compreende um conjunto de ações, articuladas entre si, visando à
inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho.
Mantido com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o Sistema Público de
Emprego tem como finalidade principal o Seguro Desemprego, benefício temporário
concedido aos trabalhadores desempregados. Assim, com recursos do FAT busca-se,
mediante políticas públicas ativas, criar condições para que os trabalhadores desempregados
sejam inseridos no mercado de trabalho ou obtenham renda, da seguinte forma: a)
primeiramente, o serviço de intermediação de mão-de-obra, captando vagas nas empresas e
cadastrando trabalhadores e encaminhando-os para as empresas, buscando aproximar a
oferta e a demanda por trabalho; b) no entanto, muitas das vagas ofertadas pelo mercado de
trabalho acabam não sendo preenchidas por falta, principalmente, de qualificação profissional
adequada. Assim, a Qualificação Profissional busca ampliar as chances de colocação de
trabalhadores no mercado de trabalho; c) é fundamental gerar novas vagas, novas
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oportunidades de trabalho e renda, apoiando principalmente os micro e pequenos
empreendimentos e os trabalhadores por conta própria, mediante o acesso ao crédito, à
assessoria técnica, à capacitação profissional e gerencial, à organização de cooperativas
populares, associações de produção e outras formas, tendo em vista que o potencial gerador
de empregos, autoempregos e renda, nesse segmento, é amplamente reconhecido; d) por fim,
é preciso sentir as tendências do mercado de trabalho, abrir novos horizontes econômicos,
vislumbrar potencialidades regionais e setoriais, como forma de direcionar os investimentos e
a qualificação profissional. Isso é feito por meio de estudos do mercado de trabalho, item que
também integra o Sistema Público de Emprego. Esse conjunto articulado de ações que
integram o Sistema Público de Emprego constitui o Programa Estadual de Políticas Públicas
de Trabalho e Renda.
Programa: Leite das Crianças
Objetivo: Reduzir as deficiências nutricionais, desencadeando ações para a redução dos
índices de morbidade, mortalidade e desnutrição infantil, através de distribuição de leite
pasteurizado e enriquecido, estímulo ao aleitamento materno e de informações e
procedimentos relativos à educação sanitária, nutrição e higiene pessoal. Também visa
estimular a organização de bacias leiteiras locais.
Problema/Justificativa: Uma das consequências mais perversas associadas com o baixo
nível de renda das famílias é a desnutrição, a ingestão insuficiente de proteínas e calorias
pelas pessoas, sobretudo crianças na fase de formação óssea, desenvolvimento motor e
mental, ainda na primeira infância. A desnutrição, além de causar uma baixa resistência do
organismo para doenças, prejudica o desenvolvimento normal das pessoas, interferindo
inclusive em sua capacidade de educação e alfabetização. É relevante salientar que até os
dois anos de idade é possível reverter problemas de crescimento motor e desenvolvimento
mental associados à desnutrição. Depois dessa idade, tais problemas influenciarão as
possibilidades de pleno desenvolvimento das pessoas de forma definitiva. O Paraná possui
cerca de 158 mil crianças entre 6 a 36 meses de idade que não frequentam a pré-escola e
estão em situação de risco de desnutrição (Censo 2000, tabulação especial IPARDES e
CEDEPLAR/MG), cuja renda per capita familiar mensal de até meio salário mínimo é
considerada uma linha de rendimento insuficiente para aquisição de bens básicos necessários
para atender à demanda diária de nutrientes.
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O leite pasteurizado enriquecido é o meio alimentar escolhido pelo programa, pelas suas
características nutritivas, sobretudo como fonte de cálcio (importante na formação de ossos e
dentes, coagulação do sangue e regulação dos batimentos cardíacos) e vitaminas e, no caso
do leite enriquecido, de ferro quelato (importante na formação do sangue e no combate à
anemia ferropriva), vitamina A (influi na visão, no crescimento da criança e na resistência a
doenças infecciosas) e vitamina D (importante para a absorção do cálcio pelo organismo).
Programa: Saúde
Objetivo: Aumentar a cobertura e a resolutividade das ações de saúde no Paraná, com
ênfase em ações na área de proteção à saúde, promovendo, de forma integral, a saúde de
crianças, adolescentes, mulheres e idosos e, no campo da prevenção, intensificando
estratégias de Vigilância Sanitária e Epidemiológica.
Problema/Justificativa: O atendimento inadequado e insuficiente na área de saúde pública,
mensurado através do IDH-M, exige uma nova postura quanto à implementação de uma
Política Pública de Saúde capaz de reverter esse quadro.
Programa: Assistência Social
Objetivo: Formular, coordenar, articular e garantir a implementação da Política Estadual de
Assistência Social, promovendo ações de proteção e inclusão social da população
destinatária da assistência social, visando à garantia de direitos, ao acesso à renda, a bens e
serviços e às políticas públicas.
Problema/Justificativa: Desenvolver uma política de assistência social mediante um sistema
participativo, voltada para a inclusão e proteção social dos segmentos mais vulnerabilizados
da população demanda o esforço conjunto e complementar dos governos e da sociedade no
enfrentamento dos desafios que se colocam para a construção da equidade e para a
universalização do acesso aos bens e serviços necessários para uma vida digna.
Programa: Casa da Família
Objetivo: Produzir habitações para famílias de baixa renda, lotes urbanizados e habitações
para famílias indígenas, promover regularizações fundiárias e urbanizações de favelas.
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Problema/Justificativa: Em razão do movimento migratório, que incrementa os bolsões de
pobreza nos centros urbanos, há necessidade de produzir habitações para famílias de baixa
renda, bem como promover a regularização fundiária e a urbanização de favelas.
Na área rural, tendo em vista que a renda do pequeno produtor rural nem sempre é suficiente
para construir sua moradia, há necessidade de investimentos para atender suas demandas,
melhorando suas condições de habitabilidade. Na área indígena, considerando que a renda
dessas famílias é insuficiente, até mesmo para sua subsistência, há necessidade de propiciar
a construção de habitações, visando melhorar a qualidade de vida.
Programa: Saneamento
Objetivo: Atender à população do Estado do Paraná com água potável, coletando e tratando
os esgotos domésticos e resíduos sólidos.
Problema/Justificativa: A população da Região Metropolitana de Curitiba e das grandes
cidades do Paraná apresenta elevadas taxas de crescimento, exigindo grandes investimentos
em obras de infraestrutura de água e esgoto sanitário, bem como a verticalização dos
municípios de menor porte. Há a demanda, também, por serviços de coleta e tratamento de
esgoto. Caso isso não se dê, o dano ao meio ambiente tornar-se-á cada vez mais significativo.
Programa: Segurança Cidadã
Objetivo: Desenvolver ações que visem à redução da violência; manter a ordem, a segurança
e a tranquilidade pública pela prevenção, apuração e repressão das infrações penais e dos
atos antissociais, garantindo os direitos individuais e a inserção social; estabelecer políticas
que visem combater o crime organizado; planejar, de maneira objetiva e científica, as ações
de prevenção e combate ao crime.
Problema/Justificativa: A população sofre com o avanço da violência em todas as suas
formas, atingindo todos os segmentos sociais. A segurança é um bem democrático, desejado
por todos, e constitui direito fundamental da cidadania, obrigação constitucional do Estado e
responsabilidade de cada um. A tradição autoritária e arbitrária estabeleceu a violência e a
tortura como métodos de investigação, facilitando o surgimento de informantes e
estabelecendo uma relação complexa da polícia com a criminalidade. É preciso resgatar o
caráter técnico da investigação, dispondo de informações detalhadas sobre tipo de crime,
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local de ocorrências, horários e dias da semana para poder estabelecer mecanismos de
prevenção e investigação. Outro problema é o peso da burocracia nas delegacias. Entre a
denúncia, o registro da ocorrência e o início da investigação têm-se, frequentemente, um
período de tempo absolutamente incompatível com a agilidade indispensável às investigações.
A corrupção, a complacência e a falta de comando contaminaram as estruturas da segurança
pública no Estado. Torna-se fundamental, portanto, solucionar o problema da corrupção
dentro das corporações policiais para que cumpram o papel de zelar pela segurança dos
cidadãos.
Programa: Justiça
Objetivo: Exercer a competência legal atribuída ao Estado para assegurar a promoção de
ações relacionadas às políticas públicas de Direitos Humanos, de Defesa do Consumidor e de
Tratamento e Reinserção Social dos Presos.
Problema/Justificativa: Violação dos Direitos do Consumidor; população carente sem
acesso à Justiça; violação dos direitos humanos; superlotação de presos nos
estabelecimentos penais; reincidência criminal de egressos do Sistema Penal.
Linha de Ação: Gestão do Estado
Programa: Planejamento e Coordenação Geral
Objetivo: Promover o planejamento e a coordenação de ações e programas que envolvam
articulação de vários órgãos de Estado, promover a integração das unidades de gestão de
programas com a Programação Orçamentária do Estado; promover uma base institucional
adequada para execução dos programas e ações de governo; prospectar e viabilizar ao
Estado novas fontes de recursos, empréstimos e doações.
Problema/Justificativa: Diante da restrição orçamentária existente na atualidade e da
necessidade de aprimorar as práticas de gestão na administração pública para que o Estado
possa promover o desenvolvimento sustentável com inclusão social, cabe à Secretaria de
Planejamento e Coordenação Geral (SEPL) recuperar o sistema estadual de gestão e de
planejamento governamental com vistas a ganhos de eficiência, eficácia e efetividade na ação
pública.
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Programa: Administração Pública
Objetivo: Melhorar a qualidade da prestação de serviços públicos aos cidadãos; implementar
e difundir modelos empreendedores de gestão pública e reciclar e atualizar os servidores
públicos estaduais; atender as necessidades de reparos, construções e ampliações de
prédios públicos estaduais.
Problema/Justificativa: Os sistemas de gestão pública (planejamento, orçamento, gestão,
controle) estão carentes de modernização; ocorre a utilização de recursos tecnológicos
inadequados; existem servidores desmotivados e carentes de novos conhecimentos. O
desempenho da administração pública é limitado, ora por falta de infraestrutura básica, ora
por utilização de técnicas inadequadas. Os atuais sistemas da administração (financeira,
orçamentária, tributária e de gestão pública) não apresentam informações que subsidiem
estudos, análises, definições de políticas e de divulgação de resultados obtidos. Da mesma
forma, existe necessidade de reparos, ampliações e melhorias em prédios públicos.
Programa: Paraná Fiscal
Objetivo: Controlar e gerenciar todas as receitas do Estado, da dívida pública, dos repasses
financeiros aos órgãos da administração direta e indireta; executar a contabilidade geral;
apurar o índice de participação dos municípios; gerir a tributação, fiscalização e arrecadação
de tributos em todas as suas fases; promover e institucionalizar a educação fiscal.
Problema/Justificativa: Dentre as atividades diretamente desenvolvidas pela Secretaria de
Estado da Fazenda destacam-se a Arrecadação Tributária e a Administração Financeira do
Estado, bem como a apuração anual do Índice de Participação dos Municípios na
Arrecadação de ICMS. A tributação, arrecadação e fiscalização tributária estão a cargo da
Coordenação da Receita do Estado (CRE), com área de atuação em todo o Paraná, através
das delegacias regionais, agências de rendas e postos fiscais. A Coordenação Administrativa
Financeira do Estado (CAFE) tem como atribuições principais o controle e o gerenciamento de
todas as receitas do Paraná, da dívida pública, dos repasses financeiros aos órgãos da
administração direta e indireta, a execução da contabilidade geral e o controle de precatórios.
Programa: Informação
Objetivo: Promover políticas estratégicas para o desenvolvimento social e econômico do
Estado do Paraná, notadamente no campo da informação e da informática.
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Problema/Justificativa: Considerando o crescimento da atividade administrativa do Estado
através das Secretarias e demais órgãos, é evidente a necessidade de dotarmos todos esses
órgãos de equipamentos e sistemas de informação, elevando seus níveis de informatização
de processos. Como resultado deste programa, teremos melhoria e facilitação de acesso a
grande parte da comunidade de todas as regiões do Estado.
Programa: Apoio Administrativo
Objetivo: Manter o funcionamento adequado da máquina administrativa estadual para
suporte às ações do governo.
Problema/Justificativa: Dificuldade para administrar a prestação de serviços com a
diversidade de tipos de contratação; resistência dos diversos órgãos em adotar a solução de
rede corporativa; dificuldade de licitar toda a planta do Paraná para implementar o serviço de
transmissão de dados; dificuldade de implementar os programas de gerenciamento em todas
as unidades de consumo; falta de critérios para o processo licitatório de contratação de alguns
serviços; falta de equipamentos e materiais adequados para o controle gerencial efetivo; falta
de pessoal capacitado para gestão das informações.
Programa: Ação pela Cidadania
Objetivo: Assegurar a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
Problema/Justificativa: Para que seus agentes políticos, lotados em Procuradorias de
Justiça, Promotorias de Justiça Cíveis e Criminais das atuais 155 comarcas do Estado do
Paraná, Promotorias Especializadas e Centros de Apoio Operacional de Defesa do
Consumidor, do Meio Ambiente, da Criança e do Adolescente, das Promotorias de Proteção
ao Patrimônio Público, das Promotorias Criminais, das Promotorias de Proteção à Dignidade
Humana, das Promotorias da Cidadania, das Promotorias de Proteção à Saúde, das
Promotorias da Educação tenham condições de atuar de forma a atingir os objetivos
constitucionais, mediante o pleno desempenho das atividades institucionais.
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Programa: Ação Legislativa
Objetivo: Garantir o adequado funcionamento da estrutura administrativa do Poder
Legislativo para o atendimento dos mandamentos constitucionais.
Problema/Justificativa: É necessário garantir as condições adequadas de funcionamento às
estruturas administrativas do Poder Legislativo.
Programa: Serviço de Controle Externo do Estado – Tribunal de Contas
Objetivo: Garantir a adequada execução do controle externo do Poder Executivo Estadual e
Municipal.
Problema/Justificativa: É necessário garantir as condições adequadas de funcionamento da
estrutura administrativa do Tribunal de Contas do Estado do Paraná.
Programa: Ação Judiciária
Objetivo: Possibilitar o julgamento de um maior número de processos/ano, de forma a
atender a demanda da sociedade, oferecer uma prestação jurisdicional ágil, eficiente e
moderna. Em especial, propiciar um serviço judiciário qualificado e adequado às
necessidades da população, capaz de transmitir confiança e segurança à comunidade e dar a
cada um o que é seu por direito.
Problema/Justificativa: Problema: a crescente e constante demanda pelos serviços
judiciários, a dificuldade de acesso aos mesmos pela população carente e as limitações de
recursos orçamentários geram uma prestação jurisdicional deficitária. Justificativa: a função
jurisdicional é uma função de Estado e, como tal, o Poder Público deve procurar realizá-la da
forma mais completa possível, respondendo com presteza aos anseios da comunidade.
Ainda, a prestação jurisdicional desqualifica da implica insegurança e falta de confiança no
Poder Judiciário, além de comprometer a boa ordem estatal. Com a implementação de um
programa que qualifique o serviço judiciário, será possível aumentar a satisfação não só dos
jurisdicionados, mas também da sociedade em geral. A crescente demanda da sociedade na
busca de soluções para seus conflitos requer a modernização, reestruturação e consequente
agilização na prestação dos serviços jurisdicionais.
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3. PROGRAMAS EM IMPLEMENTAÇÃO NO PLANO PLURIANUAL DE 2008-2011
Linha de Ação: Promoção da Cidadania, Inclusão Social e Justiça
Programa: Cultura Paranaense
Objetivo: Valorizar a identidade paranaense e sua produção artística desenvolvendo o
mercado de trabalho e a geração de emprego. Incentivar o trabalho artesanal resgatando
vocações regionais.
Preservar o patrimônio cultural, natural e artístico e valorizar a memória e a identidade
estimulando o turismo cultural e a circulação da cultura no Paraná e em outros estados.
Problema/Justificativa: A política cultural do Paraná insere-se no âmbito da política social
básica, e a disseminação pelo Estado e apropriação pela população são indissociáveis da
realização dos direitos civis excluindo-se, progressivamente, parcela significativa da
população da produção e do acesso aos bens culturais. O esforço de aproximação da política
pública de cultura do cidadão, através da descentralização das ações e de equipamentos de
qualidade, de uma perspectiva mais geral.
Nesta gestão, a Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) tem como diretriz básica a
valorização da identidade paranaense, que se constitui a partir da somatória das
manifestações existentes nas diferentes regiões geográficas do Estado e de seus diversos
grupos formadores. A aceitação da diversidade cultural paranaense permitirá a inserção e o
acesso à cultura de novos grupos populacionais. Ao mesmo tempo, pretende-se atuar na
formação e capacitação dos agentes culturais, produtores, artesãos e artistas, possibilitando a
ampliação e a profissionalização deste mercado. Em relação ao patrimônio, as medidas visam
à incorporação de novas áreas de preservação e à manutenção e restauro do patrimônio
edificado, em especial dos prédios de propriedade do Estado.
Para incrementar esta ação, propõe-se a valorização do patrimônio no desenvolvimento de
projetos turísticos. A área de difusão cultural do Paraná será ampliada, promovendo-se a
integração com os demais estados brasileiros e com o MERCOSUL.
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Programa: Educação de Qualidade
Objetivo: Universalizar a educação básica pública e gratuita de qualidade, garantindo acesso,
permanência e sucesso dos alunos, inclusive apoiando-os quanto ao transporte, alimentação
e material didático.
Elevar a qualidade do ensino ministrado pela maior atenção à capacitação dos profissionais
da educação, adoção de novas tecnologias, melhoria das condições materiais, dentre outras
ações.
Valorizar os profissionais da educação.
Assegurar o atendimento à diversidade sociocultural, bem como aos alunos com
necessidades educacionais especiais.
Universalizar a alfabetização aos jovens, adultos e idosos paranaenses não alfabetizados
com 15 anos ou mais, visando à superação do analfabetismo.
Garantir investimentos para a manutenção e expansão da oferta de Educação Profissional.
Problema/Justificativa: O Estado do Paraná destaca-se no cenário educacional do Brasil
pelos avanços significativos na mudança de rumos da política implementada nas escolas
públicas da rede estadual de Educação Básica e Profissional.
A partir da efetivação de ações que garantem o direito a todos, a educação e a escola pública
de qualidade, gratuita e universal e com uma clara política de valorização do professor, o
Paraná vem construindo seu projeto de formação educacional para cerca de 1 milhão e 300
mil alunos nas mais de duas mil unidades escolares.
Na década de 90, verificou-se a expansão da oferta educacional, sem resultados qualitativos
correspondentes, em virtude de fatores internos e externos ao sistema educativo.
A taxa de atendimento escolar na faixa etária de 7 a 14 anos era de 97,7% em 2003,
enquanto a taxa de atendimento da faixa etária de 15 a 17 anos era de 80,5%, em 2003
(IBGE/PNAD, 2006). Estes indicadores revelam um aumento do número de crianças e jovens
na escola. Entretanto, os indicadores de desempenho dos estudantes e os exames de
proficiência que demonstram a aprendizagem dos alunos constatam níveis de desempenho
ainda preocupantes.
O perfil educacional da população de modo geral mostra-se insatisfatório, também, quando se
observa a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais. Segundo o IBGE (2000),
na Região Sul do País a média de analfabetismo é de 7,7%, sendo o Paraná o estado com
maior índice (9,5%), comparado com Santa Catarina (6,3%) e Rio Grande do Sul (6,7%).
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O Estado do Paraná possui cerca de 540 mil pessoas com 15 anos ou mais na situação de
analfabetismo absoluto, correspondendo a 7,1% da população paranaense com 15 anos ou
mais (PNAD/2005).
Quanto à Educação Profissional, o Estado do Paraná vem viabilizando a oferta de cursos de
nível médio nas mais diversas áreas de formação, cuja premissa básica é a democratização
do acesso e preparação do indivíduo para uma atuação crítica no mundo do trabalho e na
sociedade em geral.
Programa: Habitação Popular
Objetivo: Reduzir o déficit habitacional no Estado e promover a regularização fundiária e
urbanização, através da implantação de programas habitacionais compatíveis com as políticas
públicas dos Governos Federal e Estadual, dirigidas para a construção de moradias, nas
áreas urbanas e rurais, adequadas às características étnicas e culturais da população
beneficiária.
Problema/Justificativa: O Paraná, de acordo com estudos realizados pela Fundação João
Pinheiro, possui um déficit habitacional de 260.648 domicílios, sendo 229.069 domicílios
urbanos e 31.579 domicílios rurais.
O déficit relativo do Estado é de 9,8%, o que representa 3,92% do déficit habitacional nacional.
Outros indicadores apontam para a existência, no Paraná, de cerca de 180.000 famílias
vivendo em áreas de ocupação irregular, totalizando, aproximadamente, 650 mil pessoas.
Apesar de todo o esforço despendido pela COHAPAR para suprir o déficit apontado, constata-
se que os resultados alcançados estão muito aquém da demanda existente, que cresce
anualmente. Esse fato impõe ao Estado o desenvolvimento de programas mais ousados e
compatíveis com as necessidades e condições de um importante segmento da população,
representado pelas famílias que não dispõem das mínimas condições de acesso a uma
moradia digna. Adicionalmente, o Programa traduz-se como um importante instrumento de
fomento das economias locais.
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Programa: Leite das Crianças
Objetivo: Reduzir as deficiências nutricionais das populações carentes do Paraná, com ações
que contribuam para a redução dos índices de morbimortalidade e de desnutrição infantil, o
estímulo ao aleitamento materno - até 2 anos de idade, a socialização das informações e
procedimentos relativos à educação sanitária, nutrição infantil, higiene pessoal, avaliação
nutricional, seguridade alimentar e a inclusão social das famílias, por meio da distribuição de
leite pasteurizado, integral ou padronizado com teor mínimo de 3% de gordura enriquecido
com vitaminas A, D e Ferro quelato, bem como estimular a organização e a qualificação do
segmento agroindustrial leiteiro, levando em consideração as bacias leiteiras locais e
regionais. O desenvolvimento do processo de agroindustrialização do setor leiteiro, visando
atender às necessidades do Programa, se dará pelo exercício do poder de compra,
estimulando o incremento da produção, a geração de renda e a criação de oportunidades de
emprego no campo, com a finalidade de manter e fixar a população no interior do Estado.
Problema/Justificativa: Uma das consequências mais perversas associadas com o baixo
nível de renda das famílias é a desnutrição, a ingestão insuficiente de proteínas e calorias
pelas pessoas, sobretudo crianças na fase de formação óssea, desenvolvimento motor e
mental, ainda na primeira infância. A desnutrição, além de causar uma baixa resistência do
organismo contra doenças, prejudica o desenvolvimento normal das pessoas, interferindo
inclusive em sua capacidade de educação e alfabetização. É relevante salientar que até os
dois anos de idade é possível reverter problemas de crescimento motor e desenvolvimento
mental associados à desnutrição. O Paraná possui cerca de 158 mil crianças entre 6 e 36
meses de idade que não frequentam a pré-escola, em situação de risco de desnutrição
(Censo 2000, tabulação especial IPARDES e CEDEPLAR/MG), considerando a renda per
capita familiar mensal de até meio salário mínimo como uma linha de rendimentos
insuficientes para a aquisição de bens básicos necessários para atender à demanda diária de
nutrientes. O leite pasteurizado, integral ou padronizado com teor mínimo de 3% de gordura
enriquecido com vitaminas A, D e Ferro quelato é o veículo alimentar escolhido pelo Programa,
pelas suas características nutritivas, sobretudo como fonte de cálcio (importante na formação
de ossos e dentes, coagulação do sangue e regulação dos batimentos cardíacos) e vitaminas.
No caso do leite enriquecido de ferro quelato (importante na formação do sangue e no
combate à anemia ferropriva), vitamina A (influi na visão, no crescimento da criança e na
resistência a doenças infecciosas) e vitamina D (importante para a absorção do cálcio pelo
organismo).
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Programa: Promoção da Justiça e da Cidadania
Objetivo: Exercer a competência legal atribuída ao Estado para assegurar a promoção de
ações relacionadas às políticos públicas de Direitos Humanos, de Defesa do Consumidor e de
Tratamento e Reinserção Social dos Presos.
Problema/Justificativa: O desconhecimento da população quanto aos seus direitos como
cidadã e consumidora faz com que se sinta reprimida na sociedade Esta situação facilita
fatores que levam à violação dos direitos do consumidor e dos direitos humanos, atingindo a
população carente sem acesso à Justiça. A superlotação de presos nos estabelecimentos
penais, que ultrapassa os limites dos direitos humanos, causa a reincidência criminal de
egressos do Sistema Penal.
Programa: Proteção à Criança e à Juventude
Objetivo: Organizar, promover, coordenar, desenvolver e articular a política estadual de
defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens.
Problema/Justificativa: Sintoma social agudo, gerando consequentemente, necessidade de
políticas públicas especiais para atender crianças, adolescentes e jovens, que representam
44% da população paranaense, tendo como princípio o conceito constitucional de prioridade
absoluta para crianças e adolescentes.
Programa: Saúde e Saneamento
Objetivo: Implantar e implementar políticas de saúde em todo o território estadual, que visem
a prevenção, redução e eliminação de riscos de doenças, garantindo o acesso universal e
igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde, por meio de
uma rede de serviços hierarquizada e regionalizada.
Problema/Justificativa: (Vazio)
Programa: Segurança Integrada
Objetivo: Desenvolver ações que visem à redução da violência, ao cumprimento das leis, à
garantia dos direitos humanos e ao exercício dos poderes constituídos. Manter a ordem, a
segurança e a tranquilidade pública pela prevenção, apuração e repressão das infrações
penais e dos atos antissociais, garantindo os direitos individuais e a inserção social.
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Problema/Justificativa: A população sofre com o avanço da violência que atinge todos os
segmentos sociais. A segurança é um bem desejado por todos e constitui direito fundamental
da cidadania, obrigação constitucional do Estado e responsabilidade de cada um.
Programa: Trabalho, Emprego e Assistência Social
Objetivo: Promover a geração de trabalho, emprego e transferência de renda aos
trabalhadores desempregados, a potencialização de iniciativas solidárias de produção e a
prestação de serviços socioassistenciais de proteção social básica e especial, integrando
Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda, Sistema Único de Assistência Social e
Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional, para a redução de desigualdades com
proteção e desenvolvimento social.
Problema/Justificativa: A atuação da SETP visa fortalecer as ações do sistema público para
a ampliação de empregos protegidos e estáveis com inclusão social, integrando-se aos
Sistemas Públicos de Assistência Social e Segurança Alimentar e Nutricional, para a redução
das desigualdades sociais com geração e incremento de arranjos de desenvolvimento
econômico-social local e regional, por meio da potencialização de iniciativas produtivas e
fortalecimento de sistemas municipais na prestação dos serviços à população com impactos
positivos, especialmente nos municípios com indicadores socioeconômicos e de
desenvolvimento humano agravados, tendo como base os estudos socioterritoriais que
indicam as áreas prioritárias de desenvolvimento e os pactos produzidos nas instâncias
democráticas de participação.
Conforme estudo realizado pelo IPARDES (2006), 'Os vários Paranás: identificação de
espacialidades socioeconômico-institucionais como subsídio a políticas de desenvolvimento
regional', ressalta-se a existência de um Paraná complexo, com áreas economicamente
relevantes e socialmente críticas, concentrado e desigual. Dos 399 municípios, 82 são de
baixa relevância e, em situação extrema, 282 municípios não registram nenhum indicador
classificado entre os mais expressivos, sendo considerados como de baixíssima relevância.
Segundo dados do IPARDES (2000), dos 9.563.458 paranaenses, 2.116.653 estão em
situação de pobreza. Em 22 municípios mais de 40% das famílias sobrevivem com até 1⁄2
salário mínimo.
No âmbito do Sistema Único de Assistência Social, a questão central é o fortalecimento dos
sistemas municipais e das ações regionais para viabilizar possibilidades de vinculação
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dos municípios. Os resultados esperados agregam: capacidade de gestão local/regional,
prestação de serviços, programas e projetos; implantação de unidades públicas em áreas
prioritárias; potencialização da transferência de renda com inserção social nos demais direitos.
Neste sentido, as políticas relativas a esta secretaria são estratégicas para criação de postos
de trabalho, qualificação profissional, geração solidária e inclusiva de trabalho e proteção
socioassistencial com transferência de renda, fortalecimento do protagonismo popular e
constituição, na relação com as demais políticas estatais, de um amplo sistema público,
democrático, redistributivo e de qualidade.
Linha de Ação: Desenvolvimento Econômico Sustentável e Descentralizado
Programa: Aceleração do Crescimento e Desenvolvimento do Paraná
Objetivo: Monitorar as ações realizadas no Estado referentes ao Programa Aceleração do
Crescimento (PAC), do governo federal, auxiliando no seu desenvolvimento e implementação,
assim como monitorar ações não orçamentárias que venham a potencializar seus resultados,
tais como os investimentos definidos na Política de Desenvolvimento do Estado do Paraná
(PDE).
Problema/Justificativa: Uma das funções fundamentais do Estado é o estímulo ao emprego
e à renda a fim de diminuir as desigualdades sociais. Essa preocupação se expressa no
governo federal com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No
Paraná, a disparidade regional identificada por estudos recentes do IPARDES, fortalece o
entendimento quanto à necessidade de o Estado promover políticas que estimulem o
crescimento econômico, condição necessária para a redução dessas disparidades. Para tanto,
o presente programa justifica-se pela necessidade de potencializar, identificar sinergias e
complementaridades, e auxiliar o desenvolvimento das ações do governo federal no Estado
quanto à realização do cronograma de ações e investimentos compreendidos no Programa
Aceleração do Crescimento, o qual visa estimular o crescimento econômico.
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Programa: Desenvolvimento da Produção
Objetivo: Promover o desenvolvimento econômico do Estado, bem como o desempenho das
atividades de apoio relativas aos interesses do Paraná no âmbito Estadual e no Mercosul.
Problema/Justificativa: Dentre as diretrizes das políticas definidas pelo Governo do Estado,
com o fulcro no desenvolvimento sustentável e na inclusão social, temos a importante
estratégia de estimular a geração de empregos, elevação da renda, reduzindo por
conseguinte o desequilíbrio regional e social da população, principalmente onde os
indicadores de pobreza são mais acentuados.
Vale ressaltar que se faz necessário promover a atração, constituição e a integração de novas
empresas, além do incentivo ao empreendedorismo e ao adensamento da cadeia produtiva,
mediante apoio técnico e gerencial, principalmente para micro e pequenas empresas, além de
realizar a melhoria da competitividade e a inserção de produtos e serviços no mercado
nacional e internacional.
Programa: Desenvolvimento na Área Energética
Objetivo: Assegurar o suprimento de energia à população paranaense, com menores riscos e
impactos socioeconômicos e ambientais possíveis, bem como ampliar a matriz energética, em
face da perspectiva de aceleração da atividade econômica do Estado.
Problema/Justificativa: O planejamento do setor energético traduzido no Plano Plurianual é
fundamental para assegurar a continuidade do abastecimento e/ou suprimento de energia
com os menores custos, riscos e impacto socioeconômico e ambiental para a sociedade
paranaense. A descontinuidade dos investimentos nos últimos anos, associada ao
crescimento da economia, aponta para uma clara tendência de aumento de crescimento da
demanda por energia, indicando, dessa forma, um quadro de risco de racionamento e de
elevação de custos, caso não sejam implementadas soluções com perspectivas de curto,
médio e longo prazo. É nesse contexto que o planejamento do setor se torna fundamental
para a apresentação de soluções estruturadas. O aumento do nível de atividade econômica
indica uma recuperação cíclica do agronegócio, em função do maior volume de investimentos
voltado à busca de maior produtividade, principalmente em atividades que agreguem valor ao
produto. Paralelamente, há uma tendência de continuidade da desconcentração industrial
com consequente crescimento no setor de serviços. Esses fatos impõem a necessidade de
investimentos para a geração, transmissão e distribuição de energia para todo o Estado, e,
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particularmente, para as regiões que passam a experimentar maior desenvolvimento. Nas
circunstâncias atuais, em que a economia desfruta de estabilidade e o Estado dispõe de
infraestrutura adequada, o Paraná pode ter suas vantagens competitivas multiplicadas, se der
continuidade aos investimentos em infraestrutura, visando à expansão quantitativa e
qualitativa de sua capacidade produtiva.
Programa: Desenvolvimento Regional e Metropolitano
Objetivo: Desenvolver e organizar um Sistema de Planejamento Urbano e Regional
permanente, que permita à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e vinculadas uma função
indutora, prestando apoio continuado, em escala municipal e regional, a programas, projetos e
ações que visem melhorar as condições de vida da população nas cidades e ampliar as
oportunidades de geração de emprego e renda.
Problema/Justificativa: As distintas formações espaciais que configuram o cenário regional
exigem uma política desdobrada em programas que sejam ajustados às suas características.
Identificamos o seguinte cenário atual: necessidade de Estruturação Integrada das Grandes
Aglomerações e suas Respectivas Regiões Funcionais; Promoção Acelerada de Regiões
Deprimidas e Atuação Dirigida a Regiões Especiais. Estimular o planejamento em nível
municipal por meio da utilização do Plano Diretor pelos municípios paranaenses para nortear
a ação dos agentes públicos e privados.
Programa: Diversificação da Agropecuária e Fortalecimento do Agronegócio Familiar
Objetivo: Reduzir a situação da pobreza rural, gerar novos empregos, proteger o meio
ambiente, melhorar as condições de habitação e saneamento básico das famílias rurais e
pescadores artesanais, quilombolas, comunidades indígenas e minorias, incentivar a
diversificação da agropecuária, executar a prevenção, controle e erradicação das doenças de
animais e vegetais e promover a modernização, elevando o nível socioeconômico dos
agricultores.
Problema/Justificativa: A agropecuária paranaense é caracterizada pelas condições
edáficas e climáticas predominantes em um estado que é atravessado pelo Trópico de
Capricórnio: ao Norte, clima subtropical e ao Sul, clima temperado, o que privilegia a
diversificação.
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O Paraná foi colonizado por pessoas de diferentes nacionalidades, as propriedades rurais são
predominantemente pequenas, 86% delas têm menos de 50 hectares. A pauta de produção
do Paraná envolve 60 espécies, no entanto cinco destas (soja, trigo, milho, carne bovina e
suína) representam 73% do valor bruto da produção. A diversificação é premente e
acompanhada de um eficiente padrão tecnológico assim, com muito profissionalismo, o
Paraná se destaca por uma economia forte e crescente, com expressiva participação do
cooperativismo, evidente industrialização e constante expansão das exportações oriundas do
agronegócio.
Houve ao longo dos anos um expressivo aumento da produtividade média, o que, por si só,
evidencia a competência da agropecuária estadual, de tal forma que, apesar de possuir
apenas 2,3% de todo o território brasileiro, o Paraná é o principal produtor de grãos, tendo
produzido 23% do total na safra 2006/07, sendo o segundo exportador do agronegócio
nacional.
Pode se afirmar que boa parte das propriedades do Estado adota práticas de manejo e de
conservação dos solos e água, com uso de plantio direto na palha. No entanto, a condução
deste sistema necessita de aperfeiçoamentos.
Apesar de ainda ter a maior parte da área agrícola tomada por poucas culturas, como a soja,
o milho e a cana-de-açúcar, com expressiva participação na renda total do agronegócio, os
produtores mostram-se interessados em buscar novas alternativas de produção para, através
da diversificação, diminuir os riscos econômicos e culturais. Verifica-se, também, expressivo
aumento na agricultura orgânica, da qual o Paraná é o segundo produtor do país.
Os produtores paranaenses têm mostrado a sua capacidade de responder de forma eficiente
às demandas do mercado, o que pode ser visto pelo gradativo crescimento da economia
estadual.
Em 2006, o agronegócio respondeu por 49% do total de exportações do Paraná e 10% das do
agronegócio brasileiro.
O Paraná é o principal produtor de milho, de trigo, de feijão, de casulo de seda, de frango de
corte e de erva-mate. É o segundo em produção de soja, de cana-de-açúcar e de produtos
orgânicos. Terceiro produtor de mandioca, suínos e de leite. Destaca-se também a produção
de madeira, representando o terceiro produto nas exportações.
O IDH-M revela a expressiva concentração de pobreza nas áreas rurais, pois 71% da
população rural paranaense encontram-se em municípios com IDH-M inferiores ao do Brasil.
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Apesar da importância econômica e social dos agricultores familiares, que perfazem um
número em torno de 320 mil, representando 87% dos estabelecimentos agropecuários do
Paraná, 41% da área total e 48% da produção agrícola, não foi dada a devida atenção por
parte dos governos anteriores. A exclusão social destes agricultores provoca o êxodo rural e a
marginalização nas grandes cidades.
Durante os mais de 60 anos de existência da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o
Paraná posicionou-se como o principal Estado agrícola do país, destacando-se também na
pecuária, com elevado grau de desenvolvimento da bovinocultura, suinocultura e avicultura,
sendo que, por meio dos seus departamentos e das empresas vinculadas, a Secretaria da
Agricultura participa ativamente do fortalecimento do agronegócio.
Desta forma, devem ser implementadas ações que visem principalmente o desenvolvimento
da agricultura familiar, sem, todavia, se descuidar da agricultura como um todo. Assim, o
governo estadual, como agente gestor, deve inserir mecanismos de políticas públicas, e, para
tanto, deve enfrentar o desafio de exercitar as técnicas de planejamento estratégico,
concatenando os instrumentos existentes, com vistas ao atendimento das necessidades
regionais de desenvolvimento socioeconômico sustentável que beneficiem principalmente a
agricultura familiar.
Programa: Ensino Superior e Desenvolvimento Científico-Tecnológico
Objetivo: Apoiar ações de criação, desenvolvimento e de transferência de tecnologias, assim
como universalizar o conhecimento desenvolvido nas universidades, faculdades e instituições
de pesquisa do Estado.
Contribuir para a difusão e a melhoria do ensino, universalizar o acesso aos bens gerados
pela ciência e tecnologia, de forma a oportunizar que a população, principalmente a dos
Territórios socialmente mais críticos do Estado, possa se apropriar de conhecimentos e do
progresso técnico capaz de viabilizar a melhoria da qualidade de vida.
Problema/Justificativa: O desenvolvimento atual das sociedades contemporâneas está
fortemente vinculado a processos de inovação tecnológica. Além disso, a competitividade das
atividades produtivas depende cada vez menos da disponibilidade de recursos naturais e
cada vez mais de fatores gerados pelo desenvolvimento do conhecimento das sociedades.
Assim, é cada vez mais importante, em todas as sociedades organizadas, o papel do Estado
na criação dessas novas condições para o bem-estar de sua população. O Governo do
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Estado do Paraná instrumentalizou-se para desempenhar este papel regulamentando o art.
205 da Constituição do Estado com a Lei n° 12.020/98, que criou o fundo para o
desenvolvimento tecnológico do Estado. O Programa deve viabilizar a competitividade dos
setores produtivos, gerar os postos de trabalho demandados pela população, além de criar as
condições para uma boa qualidade de vida dos paranaenses. O Ensino Superior Estadual, ao
longo dos últimos anos, teve um desenvolvimento significativo, fruto de uma política voltada a
qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão e desenvolvimento científico e tecnológico.
Programa: Preservação Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos
Objetivo: Proporcionar sustentabilidade ao desenvolvimento socioeconômico do Estado,
garantindo às populações atuais e futuras um meio ambiente de qualidade, por meio de
proteção, conservação e recuperação do patrimônio ambiental, de sua diversidade biológica,
cultural e social, da água, do solo e do clima, estabelecendo políticas de uso e ocupação do
território paranaense.
Problema/Justificativa: O programa de meio ambiente justifica-se pela obrigação do Estado
de garantir aos seus cidadãos um ambiente de qualidade para o desenvolvimento de suas
necessidades vitais, culturais e econômicas, garantindo o bem-estar do conjunto da
sociedade nos tempos atuais e futuros. Esta perspectiva de manutenção de todas as formas
de vida, da qualidade da água, do ar e do solo, dos ecossistemas naturais, é uma condição
para a sustentabilidade da atividade socioeconômica para as presentes e futuras gerações,
promovendo o uso e o acesso a este patrimônio ambiental de forma justa, igualitária e perene.
Os atuais níveis de degradação e apropriação dos recursos do meio ambiente exigem ações
drásticas de reversão destes processos e de recuperação do patrimônio natural paranaense.
Programa: Transporte Integrado e Logística
Objetivo: Garantir a eficiência do sistema de transportes, permitindo, de forma segura, a
circulação de pessoas e mercadorias, com custos operacionais reduzidos e uma infraestrutura
rodoviária, portuária, aeroportuária, ferroviária e hidroviária condizentes com as demandas da
sociedade paranaense.
Problema/Justificativa: A infraestrutura de transportes exige ações de construção,
conservação e manutenção permanentes, além da busca constante por inovações
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tecnológicas. Os investimentos realizados desde 2003 permitiram uma melhora significativa
em todas as áreas do setor. Contudo, a sua recuperação e ampliação demandam um volume
de investimentos que vão se reverter no desenvolvimento econômico e social do Estado por
meio da redução dos custos logísticos e do acesso das comunidades aos serviços públicos
como educação e saúde, resgatando seus direitos à cidadania.
Programa: Turismo, Esporte e Lazer
Objetivo: Promover o desenvolvimento sustentável do turismo e a implantação de programas
de esporte e de lazer, com vistas à qualificação e ampliação dos produtos turísticos,
potencialização de talentos esportivos e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos
paranaenses. Pretende-se o fortalecimento do destino turístico Paraná, a inclusão social e o
alcance dos princípios de cidadania.
Problema/Justificativa: O turismo é uma atividade econômica formada por um amplo e
diversificado conjunto de atividades com importância destacada no setor de serviços e no
comércio em geral. Segundo a OMT, 52 setores da economia são diretamente impactados
pelo turismo, o que confere à atividade um grau de complexidade em seu desenvolvimento. O
Brasil, apesar dos esforços obtidos nos últimos anos, está longe de ocupar um lugar de
destaque no cenário turístico mundial, compatível com suas potencialidades e vocações. O
Paraná, por outro lado, possui uma oferta turística bastante diversificada, o que lhe confere
uma significativa importância no cenário nacional e internacional. Todavia, o potencial do
Estado ainda não foi utilizado da melhor maneira possível, com diversos segmentos de
turismo a serem desenvolvidos, o que acarretaria aumento da receita e renda para classes
menos favorecidas (por exemplo, agricultores familiares através do turismo rural) e melhoria
para as demais atividades que diretamente se vinculam ao turismo. Além disso, encontra-se
uma concentração do turismo em poucos municípios do Estado, principalmente nos polos de
Curitiba e Foz do Iguaçu, o que propicia um desequilíbrio na estrutura regional estadual.
Por outro lado, o Esporte deve ser visto principalmente como instrumento de prática e
inclusão social, que, a partir de políticas públicas bem elaboradas, garante o acesso de um
maior número de indivíduos aos benefícios de sua prática: já o lazer é encarado enquanto
política pública, como um direito social (Constituição Federal de 1988 - reforçado pelas
Emendas de 2000 art. 6°, 7° e 217°, §3°), e assegurado a todas as faixas etárias como
atividade a ser desenvolvida em seus horários livres.
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Tem-se, assim, que tanto a viagem - mola propulsora do turismo - como as práticas esportivas
são atividades de lazer indutoras do desenvolvimento sustentável do Paraná e asseguradas
de direito aos cidadãos paranaenses.
Linha de Ação: Gestão Pública Transparente e Integrada
Programa: Gestão do Estado
Objetivo: Promover o planejamento e a coordenação de ações e programas que envolvam a
articulação de vários órgãos do Estado; promover a integração das unidades de gestão dos
Programas com a Programação Orçamentária do Estado; promover uma base institucional
adequada para execução dos programas e ações do governo; prospectar e viabilizar ao
Estado novas fontes de recursos, empréstimos e doações.
Melhorar a qualidade da prestação de serviços públicos aos cidadãos; implementar e difundir
modelos empreendedores de gestão pública e atualizar os servidores públicos estaduais;
atender as necessidades de reparos, construções e ampliações de prédios públicos estaduais.
Controlar e gerenciar todas as receitas do Estado, da dívida pública, dos repasses financeiros
aos órgãos da administração direta e indireta; executar a contabilidade geral; apurar o índice
de participação dos municípios; gerir a tributação, fiscalização e arrecadação de tributos em
todas as suas fases; promover e institucionalizar a educação fiscal.
Problema/Justificativa: Diante da restrição orçamentária existente na atualidade e da
necessidade de aprimorar as práticas de gestão na administração para que o Estado possa
promover o desenvolvimento sustentável com inclusão social, é necessário recuperar o
sistema estadual de gestão e planejamento governamental com vistas a ganhos de eficiência,
eficácia e efetividade na ação pública.
Os sistemas de gestão pública (planejamento, orçamento, gestão e controle) estão carentes
de modernização; ocorre a utilização de recursos tecnológicos inadequados; existem
servidores desmotivados e carentes de novos conhecimentos. O desempenho da
administração pública é limitado; ora por falta de infraestrutura básica, ora por utilização de
técnicas inadequadas. Os atuais sistemas de administração (financeira, orçamentária,
tributária e de gestão pública) não apresentam informações que subsidiem estudos, análises
e definições de políticas e de divulgação de resultados obtidos. Da mesma forma, existe
necessidade de reparos, ampliações e melhorias em prédios públicos.
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Programa: Valorização e Capacitação do Servidor Público
Objetivo: Sua missão, integrada com os demais órgãos voltados ao aperfeiçoamento do
servidor, é promover, de forma continuada, a educação e o desenvolvimento das
competências técnicas e gerenciais dos servidores, dando atendimento às políticas de
Governo e buscando a adoção de novas posturas de gestão e perspectivas de um processo
sucessivo de modernização do Estado.
Problema/Justificativa: Um dos maiores desafios da Administração Pública é o de
desenvolver competências com capacidade de acompanhar, intervir e controlar a gestão
pública no contexto das mudanças nos cenários legal, tecnológico e administrativo.
A dinâmica da legislação e a atualização e modernização nos procedimentos de gestão são
situações vivenciadas no dia a dia do serviço público, o que condiciona a Administração
Pública a buscar meios de investir na educação do agente público, habilitando-o a contribuir
para a solução dos problemas na agilização e na eficácia de rotinas e processos pertinentes
às ações desenvolvidas pelo Governo.
Programa: Apoio e Desenvolvimento do Ministério Público
Objetivo: Assegurar a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis.
Problema/Justificativa: Para que seus agentes políticos, lotados em Procuradorias de
Justiça, Promotorias de Justiça Cíveis e Criminais das atuais 144 (cento e quarenta e quatro)
comarcas do Estado do Paraná, Promotorias Especializadas e Centros de Apoio Operacional
de Defesa do Consumidor, de Proteção ao Meio Ambiente, das Promotorias da Criança e do
Adolescente, das Promotorias de Proteção ao Patrimônio Público, das Promotorias Criminais
e de Execuções Penais, das Promotorias de Proteção à Saúde Pública das Promotorias de
Justiça da Educação, para Questões da Terra Rural, das Promotorias Cíveis, Falimentares e
de Liquidações Extrajudiciais, das Promotorias Eleitorais, das Promotorias de Defesa dos
Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, das Promotorias de Defesa dos Direitos do
Idoso, das Promotorias de Justiça das Fundações e do Terceiro Setor, de Proteção aos
Direitos Humanos, das Promotorias de Justiça do Júri, das Promotorias de Defesa da Saúde
do Trabalhador e de Reparação do Dano Resultante de Crime, da Proteção da Ordem
Tributária, das Promotorias de Controle Externo da Atividade Policial e às Promotorias
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Ambientais da comarca da Região Metropolitana de Curitiba tenham condições de atuar de
forma a atingir os objetivos constitucionais, mediante o pleno desempenho das atividades
institucionais.
Programa: Ação Judiciária
Objetivo: Oferecer serviços jurisdicionais ágeis, eficientes e qualificados. Possibilitar o
julgamento de um maior número de processos nas Comarcas do Estado do Paraná para um
melhor atendimento dos cidadãos.
Problema/Justificativa: A crescente e constante demanda pelos serviços judiciários, a
dificuldade de acesso aos mesmos pela população carente, bem como as limitações de
recursos orçamentários geram uma prestação jurisdicional que demanda aprimoramentos.
A função jurisdicional é uma função de Estado e, como tal, o Poder Público deve procurar
realizá-la da forma mais completa possível, respondendo com presteza aos anseios da
comunidade.
Ainda, a prestação jurisdicional desqualificada implica insegurança e falta de confiança no
Poder Judiciário, além de comprometer a boa ordem estatal. Com a implementação de um
programa que qualifique o serviço judiciário, será possível aumentar a satisfação não só dos
jurisdicionados, mas também da sociedade em geral. A crescente demanda da sociedade na
busca de soluções para seus conflitos requer a modernização, reestruturação e consequente
agilização na prestação dos serviços jurisdicionais.
Programa: Ação Legislativa
Objetivo: (Vazio)
Problema/Justificativa: (Vazio)
Programa: Controle Externo ao Estado
Objetivo: Garantir a excelência na execução do Controle Externo do Poder Executivo
Estadual e Municipal.
Problema/Justificativa: É necessário garantir as condições adequadas de funcionamento da
estrutura administrativa do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, com vistas à consecução
da missão constitucional.
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4. EIXOS NORTEADORES DA AGENDA 21 BRASILEIRA
A partir da Rio+5 em 1997 e com base na Agenda 21 Global, teve início a elaboração da
Agenda 21 Brasileira, onde foram elencados seis Eixos Temáticos, a saber:
Gestão de Recursos Naturais.
Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável.
Redução das Desigualdades Sociais.
Cidades Sustentáveis.
Infraestrutura e Integração Regional.
Agricultura Sustentável.
4.1. GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS
É entendida como uma particularidade da gestão ambiental que se preocupa em especial
com o conjunto de princípios, estratégias e diretrizes de ações determinadas e
conceituadas
A gestão dos recursos naturais somente poderá ser implementada com a participação dos
diferentes atores sociais que direta ou indiretamente, atuam no processo de utilização dos
recursos naturais. É essencial estabelecer mecanismos que permitam essa participação,
desde a definição do objeto da gestão até a execução das atividades de monitoramento e
fiscalização, passando pelos processos de licenciamento e pelos critérios e limites a
serem adotados.
Para efetivação dessa participação, é preciso que as informações derivadas do exercício
da gestão possam ser adaptadas aos diferentes públicos a que se destinam, criando as
condições de comunicação necessárias ao entendimento dos meios e dos objetivos da
gestão pretendida.
Faz-se necessário, também, criar espaços de oportunidade para que as soluções dos
problemas possam ser equacionadas local e regionalmente. Trata-se de permitir que
agentes governamentais locais, com poder de decisão, assumam, em conjunto com os
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agentes sociais, a construção de uma pauta de atividades que leve à gestão sustentável
dos recursos naturais.
Evidencia-se a compreensão de que esta temática aborda dentro do seu contexto, o uso
do solo, recursos hídricos, conservação e uso sustentável da biodiversidade e proteção à
atmosfera.
4.2. CIÊNCIA E TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Enfrentar o problema da interação do Conhecimento Científico e tecnológico na
superação dos obstáculos para a Consolidação das Cidades Sustentáveis, de uma
Agricultura Sustentável, da Infraestrutura e Integração regional, da Gestão dos Recursos
Naturais e da Redução das Desigualdades Sociais, requer novos paradigmas e um
entendimento mais profundo sobre os laços entre o conhecimento científico, inovações
técnicas e mudanças sociais em favor da sustentabilidade econômica, social e ecológica.
A construção do conhecimento implica investir em pesquisa e desenvolvimento. Precisa
implantar um sistema de ciência e tecnologia realmente inovador e não adaptador de
"inovações" já superadas em outros países ou que tenham alto custo. Além disso, deve
estar voltado para uma sustentabilidade ética, capaz de incorporar várias outras
dimensões do desenvolvimento social, cultural, ambiental, política, institucional e
demográfico.
A ciência brasileira terá ainda de construir as tecnologias limpas adequadas ao seu
desenvolvimento; os indicadores ambientais apropriados para acompanhar sua evolução;
um sistema de contabilidade ambiental abrangente, capaz de apontar os custos a serem
apropriados em todas as atividades e projetos.
Sem uma revolução radical na educação, e sem acréscimo substancial nos investimentos
em pesquisa e desenvolvimento, não será possível implantar o sistema de ciência e
tecnologia adequado para a construção de uma verdadeira sustentabilidade.
As políticas públicas brasileiras devem, no caso das tecnologias para a conservação e
uso racional dos recursos, privilegiarem o desenvolvimento tecnológico de fontes
alternativas e de conservação de energia, de proteção dos recursos hídricos, de melhor
aproveitamento científico da diversidade biológica e de sistemas de proteção dos biomas.
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No caso de tecnologias limpas e de despoluição, a prioridade deve ser para as pesquisas
de redução e tratamento das emissões, dos resíduos e dos efluentes nos assentamentos
humanos e plantas industriais.
4.3. REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS
Urge que novas formas de planejamento e gestão sejam implementadas permitindo que
tanto o governo como a sociedade potencializem o capital social existente no país,
concebido em suas diversas modalidades de associativismo, emergentes do terceiro setor,
produzindo novos atores e novas institucionalidades.
Todavia a consolidação desses novos modelos de planejamento e gestão exige a
promoção das capacidades individuais e institucionais, respondendo, assim, ao difícil
problema exposto pelo despreparo de indivíduos e, consequentemente das Instituições
orientadas para fins públicos, tanto dentro como fora do Estado. Trata-se, portanto de
considerar a relevância do capital humano como fator de desenvolvimento.
Assim sendo as políticas deliberadas de inclusão social devem estar voltadas para as
origens e os focos da desigualdade e da pobreza, e para a melhoria da qualidade das
políticas sociais. Rompendo a tradição de hegemonia da grande propriedade e do grande
capital, o novo modelo de desenvolvimento advoga o fortalecimento do
empreendedorismo na economia brasileira, e o tratamento particularizado para a
agricultura familiar, aos micro, pequenos e médios produtores, empresários rurais e
urbanos que, dentro de certos limites, já vem ocorrendo.
4.4. CIDADES SUSTENTÁVEIS
Após a RIO 92, a importância das cidades e seu papel para o desenvolvimento
sustentável ficaram ainda mais claros. A interpretação dos benefícios ecológicos da
ocupação do espaço urbano, a partir de nova leitura dos modelos de urbanização
existentes, deve incluir o controle social e a valorização do capital humano local nos seus
procedimentos de gestão, permitindo desta forma recriar as cidades como centros de
criatividade econômica, social e, sobretudo, de reinterpretação de suas características
culturais.
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Para o tema Cidades Sustentáveis deve-se considerar duas noções-chave:
A de sustentabilidade ampliada, que trabalha a sinergia entre as dimensões
ambiental, social e econômica do desenvolvimento;
E a noção de sustentabilidade progressiva, que trabalha a sustentabilidade como
um processo pragmático de desenvolvimento sustentável.
Distingue também quatro dimensões básicas: ética, temporal, social e prática e indica
critérios e vetores de sustentabilidade, paradigmas e produtos do desenvolvimento
sustentável, a serem incorporados pelas esferas pública, estatal e privada.
Quatro estratégias de sustentabilidade urbana – prioritárias para o desenvolvimento
sustentável das cidades:
Aperfeiçoar a regulamentação do uso e da ocupação do solo urbano e promover o
ordenamento do território, contribuindo para a melhoria das condições de vida da
população, considerando a promoção da equidade, a eficiência e a qualidade ambiental.
Promover o desenvolvimento institucional e o fortalecimento da capacidade de
planejamento e de gestão democrática da cidade, incorporando no processo a dimensão
ambiental urbana e assegurando a efetiva participação da sociedade.
Promover mudanças nos padrões de produção e de consumo da cidade, reduzindo
custos e desperdícios e fomentando o desenvolvimento de tecnologias urbanas
sustentáveis.
Desenvolver e estimular a aplicação de instrumentos econômicos no
gerenciamento dos recursos naturais visando à sustentabilidade urbana.
Ainda há que se considerar, que os pressupostos atuais de “reconstruir” as cidades com
estratégias ecológicas e visão do entorno, tem sido colocado tanto pelos ambientalistas --
com as ideias de capacidade de suporte, pegada ecológica, equilíbrio energético, conforto
ambiental, entre outras -- quanto pelos urbanistas que entre as Conferencias Habitat I e II
mudaram seu enfoque sobre as cidades e sua contribuição para o fortalecimento das
organizações sociais.
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4.5. INFRAESTRUTURA E INTEGRAÇÃO REGIONAL
O papel da infraestrutura na promoção do desenvolvimento sustentável é o de prover
bens e serviços essenciais à melhoria da qualidade de vida da população, viabilizando a
maior inclusão dos indivíduos nos circuitos da produção, cidadania e consumo, para lhes
proporcionar acesso equânime às oportunidades no espaço nacional e internacional.
A melhoria da acessibilidade, das diferentes regiões e de suas populações, aos benefícios
dos serviços da infraestrutura moderna, para se tornar mais equânime, como um dos
objetivos centrais do desenvolvimento sustentável, depende, para sua consecução, da
incorporação às políticas públicas no setor, de uma determinada compreensão do
conceito de integração nacional e de sua aplicação na implantação de todos os serviços
de infraestrutura.
A Mobilidade Urbana Sustentável é o resultado de um conjunto de políticas de transporte
e circulação que visa proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano,
através da priorização dos modos não motorizados e coletivos de transportes, de forma
efetiva, que não gere segregações espaciais, socialmente inclusiva e ecologicamente
sustentáveis.
Um dos objetivos das sociedades desenvolvidas em matéria de mobilidade é evoluir aos
modelos de baixo consumo de carbono e menor consumo energético, sempre com
critérios de equidade social, e distribuição justa da riqueza. Em suma, o objetivo da
sustentabilidade.
É necessário dar ênfase à integração nacional, por uma perspectiva que compatibilize a
integração físico-territorial, econômica, social e política com o desenvolvimento
sustentável. Para tanto se considera como foco de visibilidade as condições de rodovias,
hidrovias, portos e ferrovias.
4.6. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
Esta temática indica o desejo social de sistemas produtivos que, simultaneamente,
conservem os recursos naturais e forneçam produtos mais saudáveis, sem comprometer
os níveis tecnológicos já alcançados de segurança alimentar.
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Resulta de emergentes pressões sociais por uma agricultura que não prejudique o
ambiente e a saúde.
A razão pela qual mereceu destaque na Agenda das Organizações Internacionais, mesmo
constituindo uma atividade considerada “residual”, foi porque apesar de seus 10 mil anos,
a agricultura permanece sendo a atividade humana que mais intimamente relaciona a
sociedade com a natureza.
A Agenda 21 Brasileira considera a agricultura sustentável como um sistema produtivo de
alimentos e fibras que garanta:
a) a manutenção em longo prazo dos recursos naturais e da produtividade;
b) um mínimo de impactos adversos ao meio ambiente;
c) recursos adequados aos produtores;
d) otimização da produção com um mínimo de insumos externos;
e) satisfação das necessidades humanas de alimentos e renda;
f) atendimento das necessidades sociais das famílias e comunidades rurais.
Dessa forma, a agricultura sustentável é a alternativa para a promoção do progresso e
bem estar no meio rural, garantindo melhores condições de vida para a população e a
utilização racional e correta dos recursos renováveis e não renováveis.
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5. TEMAS NORTEADORES DA AGENDA 21 PARANÁ
Lembrar que no Estado do Paraná foram realizados Seminários Extrarregionais, em 2002,
debatendo os Eixos Temáticos da Agenda 21 Brasileira, resultando em evidenciar as
realidades do nosso Estado com a indicação dos Temas Norteadores, a saber:
Agricultura Sustentável/Agroecologia
Segurança Alimentar e Nutricional
Gestão Social e Terceiro Setor
Biodiversidade
Gestão dos Recursos Hídricos
Diversidade Espacial e Integração Regional
Direitos Humanos e de Todas as formas de Vida
Produção Científica e Tecnológica
Padrões de Produção e Consumo
Educação
A Agenda 21 Paraná constitui-se em um processo de contínua reflexão e, portanto passa
a incorporar novas reformulações de contextos anteriormente adotados.
O Tema Norteador AGRICULTURA SUSTENTÁVEL passou a ter incluso a chamada
AGROECOLOGIA, a partir de 2003 no Governo de Roberto Requião.
O Tema Norteador DIREITOS HUMANOS, foi amplamente discutido no Seminário
Regional de 2006 no município de Maringá, e a Plenária final aprovou a indicativa de ser
concebida a seguinte denominação DIREITOS HUMANOS E DE TODAS AS FORMAS
DE VIDA.
O Tema Norteador EDUCAÇÃO é uma referência adotada a partir de 2007, com o Pacto
21 das IES, por influência de Professores Universitários e referendado no Seminário
Internacional “Experiências de Agenda 21: Os Desafios do Nosso Tempo”, ocorrido em
novembro de 2009, em Ponta Grossa.
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Assim sendo, iremos transcrever os conceitos dos Temas da Agenda 21 Paraná, não
descritos na Agenda 21 Brasileira, sem, contudo, deixar de ressaltar que os mesmos
estão conectados entre si.
5.1. AGRICULTURA SUSTENTÁVEL/ AGROECOLOGIA
Esta temática já foi abordada na Agenda 21 Brasileira, porém destacamos que o recorte
deste tema está baseado no contexto da Agroecologia.
5.2. SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Destacamos que no Estado do Paraná, este Tema teve influência com a Política Pública
do Governo Federal por meio do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
(CONSEA), em que fortalecia de sobremaneira as Políticas Públicas voltadas a redução
das desigualdades sociais.
Trata do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em
quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais,
tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade
cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis.
É uma política baseada em um conjunto de ações planejadas para garantir a oferta e o
acesso aos alimentos para a população, promovendo a nutrição e a saúde.
5.3. GESTÃO SOCIAL E TERCEIRO SETOR
Por mais uma vez esta Temática também se conecta à redução das desigualdades sociais,
dando ênfase a participação dos segmentos organizados da sociedade na implementação
de políticas públicas.
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Aborda a gestão social das esferas privadas e públicas e de organizações da sociedade
civil, bem como a articulação com o desenvolvimento sócio espacial local, a gestão social
de arranjos produtivos locais, os acordos e responsabilidades ambientais e sociais,
baseados na economia solidária, entre outros.
Este Tema estimula novas formas de planejamento e gestão, permitindo que tanto o
governo como a sociedade, potencializem o capital social existente no país, concebido em
suas diversas modalidades de associativismo, emergentes do Terceiro Setor, produzindo
novos atores e novas institucionalidades.
As organizações não governamentais, inclusive as organizações sem fins lucrativos
possuem uma variedade de experiência, conhecimento especializado e capacidade
firmemente estabelecidos nos campos que serão de particular importância para a
implementação e o exame de um desenvolvimento sustentável, ambientalmente saudável
e socialmente responsável.
A comunidade das organizações não governamentais oferece uma rede mundial que deve
ser utilizada, capacitada e fortalecida para apoiar os esforços de realização desses
objetivos comuns, tais como Cooperativas, Economia Solidária, Micro e pequenas
empresas, dentre outros.
5.4. BIODIVERSIDADE
A partir dos anos de 2003, no Estado do Paraná havia uma particularidade em ter
programas e projetos com destaque à terminologia Biodiversidade, sem perder, contudo a
conexão com a gestão dos Recursos Naturais.
O termo biodiversidade descreve a riqueza e a variedade do mundo natural onde todas as
formas de vida são codependentes, em que a existência de uma espécie, afeta
diretamente muitas outras. Inclui os serviços ambientais responsáveis pela manutenção
da vida no Planeta, pela interação entre os seres vivos e pela oferta dos bens e serviços
que sustentam as sociedades humanas e suas economias.
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O principal instrumento formal para garantir a Conservação da Biodiversidade é a
Convenção sobre Diversidade, estabelecida em 1992, durante a ECO-92, no Rio de
Janeiro, mas a meta de redução da perda da biodiversidade só foi fixada na Cúpula da
Terra de Johannesburg, em 2002.
É de extrema importância fazer um chamamento ao Ano Internacional da Biodiversidade,
para que se inicie o cumprimento das proposições, pois é necessário aumentar o número
e/ou fazer um uso mais eficiente de pessoal capacitado nas áreas científicas e
tecnológicas relevantes para a Conservação da Biodiversidade e o uso sustentável dos
recursos biológicos.
5.5. GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
A partir dos anos de 2003, no Estado do Paraná havia uma particularidade em ter
programas e projetos com destaque às Bacias Hidrográficas, sem perder contudo a
conexão com a gestão dos Recursos Naturais.
O Plano Nacional de Recursos Hídricos ou Plano de Águas do Brasil visa assegurar à
atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de
qualidade adequados aos respectivos usos.
Definem diretrizes para o uso racional da água e orienta políticas públicas que tenham
interação com a gestão dos recursos hídricos, com vistas ao desenvolvimento sustentável,
sendo uma ferramenta estratégica para lidar na prevenção e defesa contra eventos
hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos
naturais (efeitos das mudanças climáticas, tais como chuvas intensas e secas
prolongadas).
Para a eficiente gestão dos recursos hídricos do país, é essencial que se disponha de
sistema de informações sobre as disponibilidades desses recursos e que as principais
redes de coleta de dados sejam valorizadas, assim como os serviços de análise e
divulgação.
A unidade geográfica básica a ser adotada para o gerenciamento dos potenciais hídricos
é a bacia hidrográfica, como decorrência de condicionante natural que governa as
interdependências entre as disponibilidades e demandas de recursos hídricos em cada
região.
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Os municípios devem ser incentivados a elaborar planos de utilização e conservação de
recursos hídricos relativos a obras e serviços de interesse municipal predominante.
5.6. DIVERSIDADE ESPACIAL E INTEGRAÇÃO REGIONAL
Este contexto está conceituado no Eixo da Agenda 21 Brasileira, designado Infraestrutura
e Integração Regional.
5.7. DIREITOS HUMANOS E DE TODAS AS FORMAS DE VIDA
O Programa Nacional de Direitos Humanos inclui entre os fundamentos do Estado
brasileiro a cidadania e a dignidade da pessoa humana, estabelecendo como objetivo
primordial a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, além de comprometer-se
com o desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza, redução das desigualdades
sociais e regionais e a promoção do bem-estar de todos, sem preconceitos ou
discriminação de qualquer tipo.
A estratégia relativa ao tema é centrada na inclusão social e em garantir o exercício amplo
da cidadania, garantindo espaços consistentes às estratégias de desenvolvimento local e
territorial, agricultura familiar, pequenos empreendimentos, cooperativismo e economia
solidária.
O direito humano ao meio ambiente e às cidades sustentáveis, bem como o fomento a
pesquisas de tecnologias socialmente inclusivas constituem pilares para um modelo de
crescimento sustentável, capaz de assegurar os direitos fundamentais das gerações
presentes e futuras.
Partindo-se do princípio de que a Agenda 21 Paraná faz um chamamento a toda a
sociedade em seus diversos segmentos, para que se unam num esforço coletivo que
provoquem mudanças de atitudes visando o desenvolvimento sustentável, ou seja, o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades atuais sem comprometer as das gerações
futuras, mudanças essas que culminam em um novo padrão de desenvolvimento, um
novo modelo, necessário se faz rever nossas relações com todos os seres com os quais a
espécie humana compartilha a existência no planeta.
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A humanidade firmou sua existência na dependência direta dos outros seres, os não
humanos, quer seja, para se alimentar (criação intensiva de animais para consumo), para
vestir (uso da pele, lã), para se divertir (circos, rodeios, vaquejadas, touradas, entre
outros), para testar produtos de uso humano (testes em animais para cosméticos,
produtos de higiene pessoal e limpeza, testes para fazer medicamentos), para trabalho
escravo (cavalos nos centros urbanos, aluguel de cães, etc.).
É preciso rever essa concepção de desenvolvimento que firma uma espécie em
detrimento do respeito aos direitos básicos das outras, quais sejam o direito à vida e à
liberdade, fundamentalmente.
A concepção da ética biocêntrica nos dá os parâmetros para “consertarmos” os erros e
injustiças cometidas contra os animais, além de apontar para novas maneiras de
enxergarmos o mundo à nossa volta, provocando em cada um de nós mudanças de
valores, condição básica para qualquer mudança mais significativa que queremos para
mudar modelos de civilização.
Então, se pensamos em mudar o padrão de desenvolvimento atual, é preciso mudar a
nossa “lente” de ver o mundo e nossas relações para com os outros seres, somente
assim poderemos desenvolver um novo padrão de sobrevivência, onde todos os seres
possam ser detentores dos mesmos direitos, onde uns não subjugam os outros, onde a
igualdade de direitos seja a tônica.
A visão biocêntrica vai intervir em todos os outros temas norteadores, pois para que as
mudanças que envolvem os outros temas possam acontecer a contento é preciso mudar
o foco e superar a visão antropocêntrica de mundo, que impera até nossos dias.
5.8. PRODUÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
Esta temática está abordada no contexto de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento
Sustentável, desnecessário se faz conceituá-la novamente.
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5.9. PADRÕES DE PRODUÇÃO E CONSUMO
As principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os
padrões insustentáveis de consumo e produção, especialmente nos países
industrializados. Motivo de séria preocupação, pois tais padrões de consumo e produção
provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios.
Como parte das medidas a serem adotadas no plano internacional para a proteção e a
melhora do meio ambiente é necessário levar plenamente em conta os atuais
desequilíbrios nos padrões mundiais de consumo e produção.
Especial atenção deve ser dedicada à demanda de recursos naturais gerada pelo
consumo insustentável, bem como ao uso eficiente desses recursos, coerentemente com
o objetivo de reduzir ao mínimo o esgotamento desses recursos e de reduzir a poluição.
A mudança dos padrões de consumo exige uma estratégia multifacetada centrada na
demanda, no atendimento das necessidades básicas dos pobres e na redução do
desperdício e do uso de recursos finitos no processo de produção.
Para que haja condições de formular políticas internacionais e nacionais coerentes é
preciso aumentar o conhecimento acerca do papel do consumo relativamente ao
crescimento econômico e à dinâmica demográfica.
Considerar os atuais conceitos de crescimento econômico e a necessidade de que se
criem novos conceitos de riqueza e prosperidade, capazes de permitir melhoria nos níveis
de vida por meio de modificações nos estilos de vida que sejam menos dependentes dos
recursos finitos da Terra e mais harmônicos com sua capacidade produtiva.
Processo que deve refletir na elaboração de novos sistemas de contabilidade nacional e
em outros indicadores do desenvolvimento sustentável.
As premissas de um desenvolvimento sustentável, devem levar sempre em conta, a
busca incessante da otimização do uso de recursos e energia e a minimização da
geração de emissões, efluentes e resíduos perigosos.
A redução do volume de energia e dos materiais utilizados por unidade na produção de
bens e serviços pode contribuir simultaneamente para a mitigação da pressão ambiental e
o aumento da produtividade e competitividade econômica e industrial.
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A indústria deve incorporar políticas de produção mais limpa em suas operações e
investimentos, levando também em consideração sua influência sobre fornecedores e
consumidores.
As tendências indicam que as empresas que atualmente valorizam e buscam fortalecer
ações de proteção ambiental e de responsabilidade social, estão fortalecendo também
suas capacidades de permanecerem no mercado a médios e longos prazo.
O comprometimento do setor empresarial na tomada de decisões que favoreçam o
crescimento econômico com responsabilidade social e ambiental representa contribuição
indispensável para o processo de construção de sociedades mais sustentáveis.
5.10. EDUCAÇÃO
A educação é uma prioridade máxima, portanto deve-se entendê-la como a dimensão
mais nobre e relevante da vida, uma vez que é a formação do ser humano que torna
possível o pleno aproveitamento de suas potencialidades e do seu desenvolvimento moral,
material e espiritual ao longo de toda a existência.
O ensino, o aumento da consciência pública e o treinamento estão vinculados
virtualmente a todas as áreas de programa da Agenda 21 e ainda mais próximos das que
se referem à satisfação das necessidades básicas, fortalecimento institucional e técnica,
dados e informação, ciência e papel dos principais grupos.
A evolução conceitual das terminologias apresentadas durante a Rio-92 devem ser
assimiladas nas concepções atuais, como por exemplo, a palavra treinamento ser
apreendida por capacitação ou formação.
Esta temática é essencial para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes,
técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável, pois o
ensino tem papel fundamental, sobretudo como importante instrumento de inclusão social
e cidadania.
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Há necessidade de subsidiar e gerar conhecimentos através da implantação de sistemas
que visem maior participação das instituições de ensino, especialmente as de Ensino
Superior, pois estas atuam na formação de profissionais das mais diversas áreas de
conhecimento, podendo influenciar de maneira decisiva as gerações atuais e as futuras
na formação de uma educação baseada nos princípios da sustentabilidade e, portanto de
Agenda 21.
A elaboração e implementação da Agenda 21 Escolar tem por compromisso orientar
discussões socioambientais, baseadas no conceito de sustentabilidade. Deve ser
promovida em todos os estabelecimentos de ensino, pois se trata de um instrumento de
planejamento com o envolvimento da comunidade escolar em um processo de construção
coletiva, calcado no princípio da gestão democrática.
É necessário no século XXI, dispor de cidadãos bem preparados e capacitados, com boa
formação humanística, científica e artística para atingir o desenvolvimento e melhor
qualidade de vida.
Que a estreita relação entre educação e cultura nos processos de formação da cidadania
ressalte o caráter indispensável das ações de integração das manifestações intelectuais e
artísticas nas práticas pedagógicas de ensino formal e informal.
Propõe-se a pedagogia da sustentabilidade como modeladora dos códigos éticos do
século XXI.
Pois o fundamento da boa governança é o compromisso com a ética, aqui entendida
como um código de valores partilhados por toda a sociedade, com o objetivo de proteger
o conjunto de seus membros contra o interesse de uma minoria.
O individualismo predatório mina as bases mais sólidas da vida em sociedade, a
solidariedade coletiva, os laços de família e de vizinhança. Esse processo corrosivo
provoca sérios danos morais e materiais à comunidade humana.
Recomenda-se que este tema seja aprofundado constantemente, pois se deve
compreender que a Educação é inerente aos demais Temas Norteadores, sendo base
fundamental para a compreensão da Agenda 21.
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6. CONCLUSÃO
Em parceria com o Fórum Permanente da Agenda 21 Paraná, a Secretaria de Estado do
Planejamento e Coordenação Geral, por meio da sua Coordenação de Desenvolvimento
Governamental – CDG elaborou o presente documento com o intuito de resgatar os
programas de Estado desenvolvidos nos últimos dois Planos Plurianuais, bem como seus
respectivos objetivos e justificativas, identificando e demonstrando a abordagem dos
programas estaduais contextualizados pela Agenda 21 Paraná.
Vale esclarecer que o levantamento realizado não teve a pretensão de supervisionar ou
de mensurar a implementação destes programas no Estado. Assim como a classificação
dos Programas do Estado que permeiam os Temas Norteadores da Agenda 21 Paraná foi
realizada pela Pasta do Planejamento e validada pela Agenda 21 Paraná.
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