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OLHARES | REVISTA DO CSCM | JAN-MAR 2011 | 1 Revista do Colégio do Sagrado Coração de Maria de Lisboa Revista trimestral Número 26 Ano 2010 | 2011 Carros híbridos – O futuro Evolução da língua – Novo Acordo Ortográfico O QUE É ARRISCAR?

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Revista do Colégiodo Sagrado Coraçãode Maria de Lisboa

Revista trimestralNúmero 26Ano 2010 | 2011

Carros híbridos – O futuroEvolução da língua – Novo Acordo Ortográfico

O que é arriScar?

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O que é arriScar?

Se vivemos uma vida fácil, sem arriscar, nunca experimentamos algo novo.

Podemos não arriscar e nunca sair da cama, mas nunca vamos descobrir se lá fora existem coisas boas ou más. Arriscar é fazer o que é preciso.

Às vezes, nos testes arriscamos algumas respostas e podemos ter sorte no risco que corremos.

Carolina Barbeira, Raffaele Storti 5ºA

Uma vida sem arriscar é monótona e aborrecida. Nunca vamos descobrir se fazemos bem ou mal ou se gostamos ou não. É como andar de bicicleta: já tivemos acidentes e quedas, é arriscado andar, mas não deixamos de o fazer pelo prazer e porque temos coragem.

Catarina Baptista e Tomás Pereira, 5ºA

Arriscar pode ser bom ou mau. Podemos ganhar, mas também podemos perder. Quando arriscamos é porque somos ambiciosos, mas devemos pensar nas consequências finais, porque, por vezes, há que diminuir os riscos. No dia a dia, há muitas situações de risco, como quando atravessamos uma estrada, por isso o risco faz parte da vida.

Catarina Ferreira, Ema Ferreira, Pedro Azeredo Pais, Ber-nardo Taveira, 6ºB

Na minha vida arrisco bastante. Eu pratico trampolim e todos os dias faço saltos arriscados. O risco está presente, mas se saltar com confiança tudo corre melhor. Tenho que pensar, antes de cada salto, que é mais provável correr bem do que mal..

Francisco Garcia, 7ºC

Só atingimos as coisas que têm um maior grau de dificuldade quando arriscamos. Nunca vamos saber se vamos conseguir ultrapassar dificuldades ou não, se não tentarmos fazer um desafio.

Francisco Cruz, Francisco Alexandrino 7ºC

Arriscar é desafiarmo-nos a nós próprios. Pode correr bem ou não, mas acaba por ser divertido. O desafio pode ser difícil no presente, mas trazer frutos no futuro.

Gonçalo Lopes, Ana Duarte, 7º C

Arriscar pode ser positivo. Se as pessoas não tentarem fazer nada fora do normal, não sabem se poderão alguma vez atingir certos objectivos. Arriscar é bom, quando o fazemos por uma boa causa. Quando arriscamos sentimos a adrenalina e a vida tem mais piada quando a vivemos assim. Faz falta sair da rotina.

Vera Laranjo, Tomás Antunes, Henrique Pires, 8ºD

Quando arriscamos é porque tentámos ser melhores do que somos. Na vela, desporto que eu pratico, constantemente se tomam decisões de risco e, quando correm bem, ganham-se lugares.

Miguel Matos Rosa, 9ºC

Quem não arrisca, não tira proveito. Quando arriscamos não ficamos a pensar como seria,mas sentimo-nos satisfeitos porque experimentámos e tentámos. Quanto mais arriscada for a situação, mais satisfação nos pode trazer.

Matilde Santos, Catarina Santos, 9ºC

Arriscar produz espectáculo. No basquetebol, as pessoas gostam mais de ver lançamentos de três pontos. São os mais arriscados e os menos prováveis de serem conseguidos com sucesso, mas são, ao mesmo tempo, os que o público aprecia mais.

Simão Pereira, 9ºC

Arriscar permite-nos saber o que acontece. Através do risco, conhecemos os nossos limites como pessoas e experimentamos coisas novas. Arriscar provoca sensações desconhecidas e traz ao de cima a adrenalina. Arriscar pode não ser sempre bom, mas há riscos necessários, como por exemplo os que corre um médico quando faz uma cirurgia arriscada.

Francisca Paim, Gonçalo Rodrigues, Carolina Saraiva, 10ºA

Arriscar é procurar viver ao máximo e sem medos. Consiste em enfrentar o perigo e o risco a que estamos expostos na sociedade, e esta influencia-nos para que tal aconteça. Arriscar faz parte da natureza humana, o ser humano sente-se provocado pelo risco e, por uma questão de afirmação, tende a enfrentá-lo apesar da dúvida que subsiste até ao fim sobre o seu sucesso.

André Diniz, Nuno Salvador Ferro, 12ºB

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... Esses múltiplos Olhares Nos nossos dias, a aventura e o sentido do desconhecido é, e deve ser, uma constante nas nossas vidas e na educação das nossas crianças. A capacidade de adaptação a situações novas, a acção perante o imprevisto, o processo de tomada de decisão individual constituem saberes tão importantes quanto alguns conhecimentos de diversas matérias.

Correr o risco.... arriscar... partir.Os “ses”, que nos atormentam algumas vezes antes de tomar a decisão,

fazem-nos ponderar, mas, muitas vezes, consideramos que vale a pena correr o risco. Nos dias que correm os riscos são imensos e de ordem

diversa. Uns pelo lado mais negativo do ponto de vista dos valores, tais como: a insegurança, a não informação, a falta de formação, a

ausência de relações de verdade, as dificuldades económico-financeiras, e ou-tros do ponto de vista mais positivo, como a honestidade, a verdade, o bom desempenho, a integridade, a solidariedade. Quantos de nós não somos co-nhecedores de situações reais de injustiças e riscos permanentes por que passam pessoas que teimam viver a vida através deste último conjunto de valores? Na actualidade, e perante a sociedade em que vivemos, com a cri-se político-financeira actual, há critérios que parecem ter uma importância maior do que aqueles que são essenciais para uma vida transparente e co-erente.

Quem assenta a sua vida em valores morais de elevada exigência corre sérios riscos de viver mal. Mas vive bem....com a sua consciência. Por vezes, sobrevive-se com a consciência, outras vezes nem isso! É contra este risco que temos que nos rebelar, e ousadamente viver e fazer viver com base nos valores mais simples e cristalinos da vida. Este sentido do risco é a ousadia de lançar pontes a situações extremas, ou que podem não ser extremas, mas são reais e muito próximas de nós. É o risco de acolher dificuldades, de ajudar alguém com determinadas características, de criar condições para conseguir ir mais longe no futuro, é ter alguma capacidade de visão e agir em conformidade, é solidarizar-se de forma activa com situações concretas e próximas dos que vivem e trabalham connosco.

Neste número da Olhares vemos o acordo ortográfico como um desafio e, de certa forma, um risco para a língua de Camões, conhecemos questões diversas relacionadas com a ecologia e com o ambiente, nomeadamente a vivência do Dia do Ambiente no nosso colégio, apresentamos os partici-pantes nos Jogos Matemáticos e no V Festival da Canção das Obras do IRSCM em Portugal, onde a ponte do intercâmbio cultural é evidente. Um desafio mais uma vez conseguido.

Muitas actividades, muitos desafios, alguns riscos controlados.Esta ousadia de arriscar, em muito se aproxima do actual tempo litúrgico:

a quaresma e o tempo pascal. A conversão que nos chama a viver de forma coerente e clara, o arriscar na morte para se conseguir a Luz, a Liberdade, a Paz. Que seja a ponte, a outra margem, o outro, a imagem da vontade concreta de promover e proporcionar experiências positivas e melhor bem estar.

Com votos de Santa Páscoa,Margarida Marrucho Mota Amador, Directora Pedagógica

O peso da palavraAs palavras têm peso, têm ou não têm?! Há diferença entre dizer sim ou não como há diferença entre a manhã e tarde, o frio ou o calor. Bem sabemos que nem sempre as palavras dizem tudo… umas vezes não conseguem outras vezes não queremos que digam! Desta feita, na nossa OLHARES, temos uma palavra de peso: ARRISCAR.

Diz a sabedoria popular que quem não arrisca não petis-ca e em abono da verdade assim é. No entanto, é igual-

mente certo que o seguro morreu de velho … e as-sim sendo ficamos no meio da ponte sem saber se

avançar se recuar! Por quantas situações destas já passámos na vida?

Quando se têm quatro, cinco, dez ou quinze anos, arris-car, correr riscos, desafiar limites é o máximo! E que bom! Ao lado estão outros que viveram outros riscos e que ajudam a suportar as quedas e as desilusões!

O risco que não quer dizer propriamente, inconsciên-cia, dá sabor à vida! Leva-nos longe, muito longe… Os por-tugueses de 1500 viveram riscos imensos e deram novos mundos ao mundo! Só que o mundo mudou tanto… e hoje correm-se outros riscos!

Arriscam os inúmeros homens e mulheres da África po-bre que em pequenos botes suicidas se lançam no mar em busca do sonho,

Arriscam o número crescente de jovens portugueses que, apesar da sua qualificação académica e profissional, se lançam na aventura de procurar fora da pátria outras condi-ções para desenvolverem as suas competências.

Arrisca quem perde um emprego como arrisca quem es-tende a mão e esconde a cara.

Arriscam os muitos homens e mulheres de boa vonta-de que multiplicam pães para matar a fome a tantos outros que dela sofrem.

Arrisca a criança quando decide ousar juntar as primei-ras letras e sílabas.

Arrisca o professor quando decide dar mais um voto de confiança a um aluno.

Arriscam os pais na educação dos filhos.Arrisca quem faz um risco numa folha em branco.Arrisca Deus na humanidade! Por estes dias vivemos a alegria da nossa festa maior:

Páscoa do Senhor Jesus. Etimologicamente a palavra quer dizer passagem e cada

travessia é sempre um risco.A Ressurreição é a festa da PONTE que Deus constrói en-

tre Ele e a Humanidade. Há que fazer essa travessia, arriscar passar a PONTE para LANÇAR NOVAS PONTES.

A ressurreição não é um acto, um momento ou um fac-to do passado! A ressurreição é um desafio a arriscar viver

como ressuscitados ou devo dizer como homens novos?!Neste TEMPO DE VIDA NOVA, e apesar de todas as dificul-

dades que, como povo e nação vivemos, façamos como nos disse o Pe. Gailhac, arrisquemos uma “simplicidade que em-beleze a nossa vida”.

Arrisquemos a opção pela qualidade, pelo empenho, pelo esforço!

Arrisquemos o trabalho pelo bem comum!Arrisquemos os gestos solidários e de atenção aos ir-

mãos!Arrisquemos a esperança!Arrisquemos um vida interior e de relação com Deus!Arrisquemos uma confiança de coração que nos há-de

levar longe… muito longe!

Luís Pedro de Sousa, Coord.

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Poesia do 4º ano para os 4 anosNo final de Fevereiro e antes que o Inverno se fosse embora, os nossos amigos do 4ºAno brindaram-nos com mais uma visita e um óptimo momento de poesia criadas pelos próprios alunos.

As crianças da Sala Rosa retribuíram, recitando uma poesia e cantando uma canção sobre o Inverno. No final, os alunos do 4º ano recitaram também o poema “Adamastor”, acompanhado de mímica e entoação. Para os nossos pequenos ouvintes, entre expressões de susto, espanto e gargalhadas, foram muitas as emoções vividas. Aguardamos ansiosamente o nosso reencontro no dia 24 de Março para fazermos uma pintura colectiva com a chegada da Primavera.

Ed. Ana Montoia, Sala Rosa

NotíciasdO pré-eScOlar

Pais artistas, filhos aprendizes – Dia do Pai“Pequenos & Grandes Artistas”Encimava o cartazDesafio impressionistaPara ver do que são capazes.

Pais e filhos receptivosA tarefa tão abstractaMiram esboços figurativos, Para saberem do que se trata.

Sacam do pincel… sai um traço,Sobe a confiança,Imaginação não mansa,“-Cuidado com o braço!”

O resultado? Mirabolante!Um vitral, um puzzle, um muralSão mil cores por quadranteNo Mundo decerto sem rival.

Obra feita, os Pais agradeceramUm presente feito com muito carinho.E juntos contentes ao bar rumaram Para bebericar um miminho.

Obrigado Pais por este diaDeixaram impressão de monta,Pintaram traços de alegriaIndeléveis aos olhos de quem conta.

Todos Diferentes, todos iguais –MulticulturalidadePara conhecer a AméricaFoi necessário pesquisarCom a ajuda do pai e da mãePodemos sempre contar.

A Teresa, a Elisa, a Madalena e o FranciscoApresentaram trabalhos muito originais,Os amigos agradeceramE pediam mais e mais....

Juntos vamos conhecendo o MundoE descobrindo as diferençasCada continente é únicoE cada um de nós tem as suas preferências!

Sala Violeta

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No CarnavalNo CarnavalÉ tempo de festa,Gostava que ele acontecesseNum tempo semanal!

Mascara-te do que queres:Fada; bruxa; chinesa.Coisas originaisPessoas da realeza!

O Carnaval é uma festa Uma festa de alegriaMuita gente cheia de corE ao desfile eu iria.

Leonor Sequeira, 3ºC

NotíciasdO 1.º ciclO

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O valor da amizadeNo âmbito da unidade lectiva: Ser Amigo, da dis-ciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, foi possível fazer uma aprendizagem vivenciada do que é TER amigos mas, sobretudo, do que é SER Amigo. A palavra aos protagonistas desta experiência:

“Ser amigo é ajudar os outros, não nos preocuparmos só com as nossas coisas; é ser verdadeiro, não enga-nar os outros.”

Leonor C....

“Ser amigo é partilhar, é deixar brincar com os outros; é ser solidário.”

Francisco F...

“Ser amigo é uma coisa especial porque se não tiver-mos amigos a nossa vida é triste.”

Henrique...

“Ser amigo é um tesouro fantástico. Os amigos são pessoas em quem podemos confiar. Eles são um tesouro precioso.”

Marta T....

Como construímos a nossa história No dia três de Março, tivemos a presença da Professora Dra. Augusta Rosa Osório que fez uma pequena conferência para os alunos do 3ºano sobre o tema: “Como construímos a nos-sa História”.

Tudo decorreu de uma forma clara e entusiasta e os alu-nos puderam disfrutar desta actividade.

A abordagem ao tema  foi simples, breve e esclarecedora tendo  em conta a faixa etária do público.

Foi criado um momento interactivo de  grande interes-se e entusiasmo.

  A apresentação terminou convidando-se os alunos a ini-ciarem, desde já, a sua “ Caixa de Memória” para contribui-rem para a sua história e quem sabe para a História do País.

As Professoras do 3.ºAno

O 2ºCEB, JI e a República

As comemorações do Centenário da República inspiraram alunos e professores. Assim, e após longo trabalho no 1º período em Área de Projecto, os alunos do 2º CEB apresentaram aos meninos e meninas do Jardim de Infância os símbolos da República. Foi um encontro muito enriquecedor, com partilha de jogos criados pelos maiores a pensar nos mais peque-nos – agora podem jogar nas salas ao Dominó dos Presidentes, fazer puzzles com a Bandei-ra Portuguesa ou mesmo exercitar a memória com caras e locais da nossa República. Gostá-mos muito de estar nas sa-las dos 4 e 5 anos a brincar e ensinar.

NotíciasdO 2.º ciclO

NotíciasdO 1.º ciclO

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Visita de Estudo ao Aquário Vasco da Gama

No âmbito da disciplina de Ciências da Natureza e do projecto Eco-Escolas, realizou-se durante o mês de Fevereiro, uma visita de estudo ao Aquário Vasco da Gama. Esta visita de estudo teve como principais objectivos a observação da biodiversidade aquática e a sensibilização dos alunos para a necessidade de preservação dos diversos ecossistemas aquáticos. Os animais que os alunos mais gostaram de conhecer foram: as otárias, os cavalos-marinhos, os corais, o tubarão pata-roxa, a rã de unhas, a salamandra mexicana, o peixe balão, a baleia anã, a lula gigante, o peixe-leão, a moreia, a raia riscada, a cenoura-do-mar, o polvo e o peixe-cão. Desta visita de estudo resultaram trabalhos muito interessantes sobre os animais aquáticos, os alunos desenvolveram os trabalhos nos fóruns da página da disciplina no Moodle. Esta forma de apresentar trabalhos foi novidade para os alunos, que aderiram muito bem e que permitiram partilhar as informações e curiosidades dos seus animais preferidos com todos os colegas do 5ºano. Parabéns a todos!

A visita foi bastante interessante. Tivemos oportunidade de observar, atentamente, vários animais, de diferentes espé-cies, formatos de corpo, membros, órgãos, de diferentes co-res e padrões, conseguindo associar tudo o que vimos à ma-téria que estamos a dar. Não só vimos animais, mas tam-bém observámos conchas, dentições de animais, vários ani-mais embalsamados (desde aves, mamíferos, insectos e até mesmo animais já extintos e pré-históricos). Alguns dos ani-mais estavam em frascos de conservação. No museu, pu-demos também observar algumas imagens dos barcos do rei D. Carlos (este teve bastante influência na construção do Aquário). O que mais gostei de ver foi a secção dos pei-xes, pois eram todos de cores vivas e padrões estranhos, mas muito bonitos.

Benedita Manuel Sá e Cunha, 5ºC

Adorei visitar o Aquário Vasco Da Gama! Espero ir lá outra vez, principalmente para ver as tartarugas marinhas; foi fas-cinante comparar o seu tamanho com o das tartarugas que temos em casa no aquário. Também gostei de tocar nos pei-xes, dar-lhes comida e, acima de tudo, de os conhecer. É me-lhor eu parar de contar, porque é impossível descrever o meu fascínio num simples comentário.

Raffaele Storti, 5ºA

A visita ao Aquário foi para mim uma agradável surpresa, uma vez que ainda não o conhecia. A sua localização junto ao Rio Tejo e o seu edifício antigo fizeram logo aumentar a minha curiosidade.

Gostei muito dos habitats artificiais criados para os ani-mais.

No museu, vimos a colecção de peixes conservados e ex-postos em grandes e bonitas salas, com tectos pintados e paredes muito altas.

Na galeria dos invertebrados marinhos, pudemos tocar nas estrelas-do-mar e corais e nos aquários tocámos no re-vestimento dos linguados.

O que eu mais gostei foi a Galeria das Otárias e o espectá-culo preparado com estes animais. Foi muito divertido assis-tir às suas brincadeiras com o tratador e com bolas.

António Neves, 5º E

NotíciasdO 2.º ciclO

Do you speak English? Os nossos alunos foram postos à prova no dia 15 de Fevereiro quando o professor Gary da Escola EF veio até ao nosso Colégio dar uma aula exclusivamente em Inglês. Estiveram à altura, divertiram-se e pude-ram comprovar que afinal falar e perceber Inglês não é nada difícil. Well done and don´t forget to practise your English!

Amigos dos Castelos

No final do mês de Fevereiro, os alunos do 5º ano realizaram uma visita de estudo à Associação dos Amigos dos Castelos, em Lisboa, para participarem numa actividade subordinada ao tema “Vida Civitatis”. Esta abordou o tema curricular da vida quotidiana na Idade Média, levando os alunos a experimentar os diversos palcos da sociedade da época, desde o scriptorium até à feira medieval. Neste âmbito, os alunos foram chamados a vestir os trajes da época, participando num banquete, numa armação de cavaleiro e num torneio medievais!

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NotíciasdO 3.º ciclO

Gil Vicente representado nos claustros do Mosteiro dos Jerónimos

No dia 16 de Dezembro de 2010, os alunos do 9º ano assisti-ram a uma representação do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, no piso superior dos claustros do Mosteiro dos Je-rónimos. Essa representação foi produzida pelo grupo ” Ar de Filmes” e teve encenação de António Pires. O elenco era composto por João Araújo, João Barbosa, Graciano Dias, Ra-fael Fonseca, Mário Sabino Sousa, Solange Santos e Andre-sa Soares.

Achamos que a peça foi muito bem dramatizada e foi de-veras interessante, devido a cómicos de linguagem (inclu-são de referências a assuntos da actualidade) e a cómicos de situação (o posicionamento das personagens em cima de escadotes, por exemplo) que provocaram o riso de todos os espectadores, incluindo os professores. Os actores estive-ram muito bem nos seus respectivos papéis, principalmen-te o actor João Araújo, que representou o Diabo, conseguin-do interagir directamente com o público, de forma muito di-nâmica e engraçada.

Aconselhamos esta peça a todos os alunos de 9º ano!Diogo Vinhais e Pedro Pais, 9ºE

Um dia no Centro Social e Paroquial das Galinheiras ou uma ponte no coração

Na sexta-feira, dia 25 de Fevereiro, foi o dia do nosso Encon-tro de Formação no Centro Social e Paroquial das Galinhei-ras!

Chegámos ao local e fizemos uma oração da manhã. A irmã Bina veio falar-nos um pouco do centro e de todas as suas valências, e de algumas experiências que tem vivido no centro.

Depois dividimos a turma em 3 grupos e cada grupo foi para a sala que lhe foi atribuída – 3, 4 ou 5 anos – e brincá-mos muito com os meninos. Pintámos-lhes as caras, jogá-

mos vários jogos e brincámos no escorrega com eles. Quando chegou a hora de eles almoçarem pu-seram-se em filas e foram para o refeitório. Nós tam-bém fomos comer o que tínhamos trazido. A seguir ao almoço, fizemos uns cartazes para darmos às três salas.

Depois disto, enquanto os pequeninos dormiam a sesta, fomos até ao Centro de Dia para estar-mos um pouco com os idosos e cantámos-lhes algumas músicas, foi uma momento muito importante para todos nós.

Em seguida, juntámo-nos todos outra vez para ver um vi-deo sobre o tema do ano: “Lançar Pontes’’ e reflectimos um pouco sobre o que este significa e sobre a importância de cada um de nós construir uma ponte na sua vida. Depois fi-zemos vários grupos e, numa caixa, reflectimos e escreve-mos de que forma podemos ser pontes e pensámos sobre a experiência da ponte que lançámos neste dia.

Por fim, fomos entregar os cartazes às salas e os meni-nos despediram-se de nós com muitos abraços e beijinhos.

Este dia foi muito divertido e ajudou-nos a crescer e a olhar os outros de outra forma. Foi muito importante, por-que fizemos com que os meninos e os idosos voltassem a sorrir!!

Luísa Ferreira, 8ºE

Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado

O Tempo prometera à Manhã uma rosa azul se a história que ela lhe contasse fosse boa. Era uma história de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.

Gato Malhado era um gato já velho, mal-humorado e muito mau. Um dia, todos os animais do parque fugiram do gato, mas uma jovem andorinha permaneceu num galho de uma árvore.

– Eu não tenho medo de ti! Tu não me podes alcançar, não tens asas para voar. És um gatarrão feio e tolo,aliás, mais feio que tolo.

Assim começa uma bela história de amor impossível en-tre um gato e uma ave, inimigos por natureza. Todos os dias se encontravam para passear e conversar, o Gato até disse à Andorinha que casava com ela.

– Os gatos não podem casar com andorinhas, foi assim que me ensinaram.

“O mundo só vai prestar, para nele se viver No dia em em que a gente vir Um gato maltês casar Com uma alegre andorinha Saindo os dois a voar O noivo e a sua noivinha Dom Gato e Dona Andorinha Quem determinou que o amor só pode florescer e

frutificar entre os pares!? Quem disse isso é porque nun-ca viveu nem sonhou com uma história de amor.”

Este foi o espectáculo que a Prepositário Azul, asso-ciação artística, trouxe ao nosso colégio no dia 14 de Fe-vereiro, uma história de amor num dia em que se come-morava o amor.

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NotíciasdO SecuNdáriO

Há uma longa tradição de meditação no Cristianismo. Infe-lizmente, na nossa cultura ocidental, muita dessa tradição tem-se perdido ou simplesmente ignorado. Temos aban-donado a prática de meditação e assim temos abandona-do o cuidado sobre nós próprios, porque a meditação faz bem ao corpo e à mente. Duas palavras são absolutamente vitais: Atenção e Ouvir! Atender aos detalhes e ouvir o mis-tério do silêncio. É viajar pelo interior! Uma viagem da men-te ao coração, onde se desenvolve o potencial espiritual do ser humano.

Sabemos bem da dificuldade de pôr em palavras o que sentimos no nosso coração.No entanto, todos precisamos de uma casa de amor, um lugar onde nos entendemos e onde entendemos os outros. Para tal, não precisamos de uma sala especial, de um qualquer aparelho ou material. Precisamos apenas de disponibilidade, atenção e capacida-de de ouvir o mistério do silêncio.

Os que ali estivemos pudemos fazer essa experiência! De uma forma muito simples, preparámos o corpo ao mesmo tempo que abríamos a mente e o coração e no silêncio que permite viajar fomos repetindo para dentro uma palavra : Maranathá (Vem senhor)! E Ele vem, vem sempre que ousar-mos fazer esta entrada em nós próprios, este cuidar de nós!

O Padre Laurence contou-nos a história da sua vida, que nos permitiu compreender melhor as suas escolhas, a sua vocação e dedicação à meditação. Ensinou ao público, onde estavam vários alunos do 11º ano, Irmãs, alguns pais, profes-

Meditação cristã – O mistério do silêncioÀ conversa com Laurence FreedmanNão há dúvida que a sabedoria está em saber dizer coisas grandes de forma simples! Foi o que se sentiu na conversa com Laurence Freedman, um Monge Beneditino que vive em Londres e que passou pelo Sagrado para uma tarde de conversa e meditação.

sores, funcionários e também actuais praticantes de medita-ção em Portugal, os princípios básicos da meditação cristã.

Aprendemos que meditar faz bem à saúde, ao bem estar e à auto-estima, mas que requer dedicação e esforço para se conseguir limpar a mente de preocupações, stress e proble-mas. É também importante procurar dedicar um momento do dia, nem que sejam cinco minutos, a uma introspecção individual e a uma redescoberta pessoal.

O Padre Laurence ensinou também algumas técnicas para conseguirmos meditar, por exemplo, durante a medi-tação não devemos pensar em nada de concreto mas dizer apenas uma palavra – Maranathá – palavra Aramaica que significa Vem Senhor.

Concluindo, acho que esta palestra foi bastante interes-sante e diferente, proferida num inglês acessível. Foi um tema que nos permitiu contactar com uma nova realidade e acabou por se tornar para todos aqueles que presenciaram um enorme desafio.

Patrícia Ferreira, 11ºA

Visita de estudo ao Media Lab do Diário de Notícias

No passado dia 2 de Fevereiro realizou-se, no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, uma visita ao Media Lab do Diário de Notícias.

Os alunos que se inscreveram puderam conhecer me-lhor a história deste jornal, saber como se fazem notícias, perceber a importância da primeira página, entre outras coisas.

No princípio da visita os alunos vestiram um colete, que os identificava como repórteres, e dirigiram-se a um auditório onde viram um filme sobre a história, a primei-ra edição e o edifício do Diário de Notícias. Após a apre-sentação foi explicado aos alunos como se organiza uma primeira página, os nomes técnicos das diferentes par-tes que a compõem e o que é importante nos títulos e nas imagens. Foi também referida a forma como o D.N. se adaptou ao século XXI e às novas tecnologias, conti-nuando a ser uma referência na imprensa em Portugal.

De seguida, os alunos foram para uma sala com com-putadores e, a pares, fizeram a sua primeira página, que no final puderam levar para casa juntamente com o D.N. do dia e um porta-chaves. Para fazer esta página, os alu-nos utilizaram o site do Diário de Notícias, onde foram buscar as notícias e as imagens que consideraram mais importantes. No entanto, os títulos e os textos foram to-talmente elaborados pelos visitantes.

No final da produção das primeiras páginas, um jor-nalista experiente falou com os alunos sobre como fun-ciona um jornal internamente e sobre a “vida” do Diário de Notícias, abrindo no final espaço para questões.

Para terminar a visita foi mostrado aos visitantes como podiam aderir ao Facebook do Media Lab e como podiam receber notícias do D.N. no seu e-mail.

Uma tarde enriquecedora, em que foi possível experi-mentar um pouco a vida de um jornalista.

(Mais informações, as nos-sas primeiras páginas e fotos da visita em http://medialab.dn.pt/ )

Luísa Veiga, 9ºD

NotíciasdO 3.º ciclO

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artisticamente

Mascarilhas e chapéus inspirados no reino vegetal Durante as duas semanas que antecederam o Carnaval, os alunos do 2ºciclo, em EVT, construíram mascarilhas e chapéus com muitas cores e imaginação. Este ano todos se inspiraram no reino vegetal para fazer as suas criações, usando materiais reciclados e reinventando novos usos e muitas formas. O resultado foi muito criativo e divertido.

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a nossa gente

Cada aluno... sempre um desafio!

Voltamos a entrevistar dentro de portas na rubrica A Nossa Gente. A professora Elsa Coelho é conhecida de todos. É docente de primeiro ciclo e pelas suas mãos passaram muitas centenas de meninos e meninas, cujos rostos infantis “sofreram” a transformação do crescimento e da mudança. A nossa entrevistada trabalha no colégio há 19 anos e, por certo, já conhece todos os cantos à casa. De carácter entusiasta e aberto à inovação, decidimos trocar “dois dedos de conversa”, pois agora é a nossa vez de a conhecermos melhor.

Olhares: Por certo, lembra-se dos dias em que começou a leccionar no nosso colégio. Quais são as diferenças que mais sobressaem entre o passado e o presente da nossa escola?Elsa Coelho: Claro que me lembro do primeiro dia em que

comecei a trabalhar no Colégio, como o po-deria esquecer! Era tão mais nova, no início da vida adulta, com sonhos e projectos, cheia de uma energia que molda essa idade, mas que felizmente me tem acompanhado ao longo dos anos.As diferenças são algumas...mais físicas que humanas. Cheguei uns anos antes das obras do edíficio que é um ex libris do nosso Colégio. Por isso, o espaço era di-ferente, assim como as salas, as escadas, os jardins...até os cheiros!E ao longo dos anos,

muitas pessoas foram passando. No entanto, há coisas que permanecem iguais. Não posso deixar de referir o espírito e a dedicação que todas as Irmãs e a Comunidade Educati-va colocam no seu trabalho diário ao longo de todos estes anos.

O: Apesar de muitos pensarem que ser professor é “passar sempre pelas mesmas coisas” e “dizer sempre as mesmas coisas”, a verdade é que não será bem as-sim. De que modo está presente a mudança, e as novas ideias no dia a dia de um professor de 1º ciclo?EC: Cada ano, cada dia, cada turma, cada aluno...sempre um desafio. Trabalho com a vida ou melhor com vidas. Nunca passamos pelas mesmas coisas, apesar de querer que os alunos aprendam o mesmo que os pais e os avós, nunca a forma é igual. Tentam-se novas estratégias, novos méto-dos que permitam tornar as aprendizagens significativas, que levem os alunos a consciencializar a própria estrutura

do conhecimento, a fim de melhor o utilizar. O professor do 1ºciclo tem de ser criativo, motivador, sempre inquieto, aberto ao que possa servir o seu acto de educar. É um pro-fessor que deve colaborar com as mudanças sociais e pú-blicas e ampliar o horizonte da compreensão crítica da sua actuação. É um profissional que possui ginástica mental e flexibilidade cognitiva que reflecte na acção e sobre a acção. Os nossos alunos não aprendem se nós oferecermos basica-mente a mesma forma de ensinar a quase todos. Cabe pois, ao professor estar atento aos desejos dos alunos, colaborar e cooperar no seu empenho, fornecendo sem preconceitos.

O: É, no entanto, difícil inovar todos os dias. Como é que um professor se pode reinventar, perante a sua turma?EC: Nem sempre se inova, há actividades que se repetem porque assim é necessário, há rotinas saudáveis, necessárias para quem está a crescer. O bom-senso e o conhecimento consciente do alcance dos nossos actos educativos po-dem “salvar vidas” ou condená-las a um futuro menos feliz e inadaptado. Todas as experiências de aprendizagem de-vem ser significativas, integradas, diversificadas, activas e sociabilizadoras.Temos de inventar, todos os dias, formas de trabalhar que permitam que cada aluno adquira plenamen-te, segundo o seu ritmo e a sua especificidade as aprendiza-gens curriculares de que irá necessitar ao longo da vida. E, nada melhor do que inovar para mudar e para criar formas diferentes de ensinar e de aprender.

O: Sabemos que muitos alunos são entusiastas e se mo-tivam com facilidade, contudo há outros que precisam de “uma aposta especial” do professor. Qual a impor-tância que têm as novas metodologias e as diferentes estratégias para cativar a atenção destes alunos?EC: A importância é igual para todos os alunos. Se uns preci-sam de motivação e tempo para aprender, outros precisam de continuar a estar motivados para o fazer. E é este o gran-de desafio com que me deparo todos os dias. Tento promo-ver a cooperação, o trabalho de pares, cada um dar o melhor que tem de si para ao superar-se conseguir ajudar o outro e perceber que o seu conhecimento foi útil.

Depois há que fazer uma boa preparação do meu tra-balho de modo a ter tempo para todos, o que nem sempre é tarefa fácil porque as horas voam e no final do dia nem sempre se consegue ter tempo para dar atenção especial a um ou a outro que nesse dia precisava de um mimo extra. É por vezes necessária uma nova organização pedagógica de espaços e tempos, com recurso a materiais diversificados. O professor como agente de mudança deve organizar os meios e criar o ambiente de modo a que essa aprendizagem seja, na sala de aula, o reflexo do dinamismo das crianças.

Sem dúvida que cativar a atenção dos alunos menos motivados exige tempo e dedicação, sabedoria e uma paci-

ência a toda a prova, mudanças de planos e de estratégias. Sendo muito importante que eles sintam que nunca desisti-mos deles e que acreditamos que eles vão conseguir.O: No feedback que vai recebendo dos seus alunos, e sabendo que os alunos de primeiro ciclo estabelecem com a professora uma relação bastante afectiva, o que considera mais gratificante?EC: Os sorrisos, os olhares felizes, o seu crescimento pleno, o senti-los parte de mim, conhecê-los tão bem que me an-tecipo ao que pretendem, o conhecerem-me tão bem que quando os largo para uma nova etapa, voltam para falar de-les e saber de mim... mesmo os da primeira hora... tudo isso é gratificante. É bom saber que lhes deixei marcas positivas. É um orgulho formar pessoas íntegras, despertar nelas vo-cações e ajudá-las a construir o futuro. É uma relação única e privilegiada. Para mim que sou tão ligada aos afectos, não poderia ter escolhido melhor forma de estar na vida. E vem-me à memória uma frase de Rubem Alves ,“ Educar é um exercício de imortalidade”.

O: Nos últimos anos, o nosso colégio tem feito inúmeras apostas na inovação e na mudança, nomeadamente na área das tecnologias. Em sua opinião, qual o papel que

estas tecnologias devem ter numa sala de aula de 1º ciclo e qual a melhor maneira de as utilizar?EC: Sim, desde que trabalho no colégio, as tecnologias foram entrando na sala de aula e foi necessário torná-las um aliado no nosso trabalho. Não foi fácil, porque o computador e a internet não fizeram parte da minha for-mação profissional, mas como devemos estar sempre abertos à inovação, foi com muita satisfação e entusiasmo que fui aprendendo

(e ainda tenho tanto a aprender...) a utilizá-los da melhor forma.

A possibilidade de todos os alunos terem um computa-dor na sala, também me fez reformular a forma de dar al-gumas aulas e motivou-os para outro tipo de trabalho. Sim, o computador deixava de ser apenas um “brinquedo” onde os alunos podiam jogar, ouvir música e comunicar com os amigos, mas passava a funcionar como um objecto de tra-balho. E foi necessário ajudar e motivar os alunos a traba-lharem com o computador. Mas, é com orgulho que ao fim de algumas aulas consigo ter uma turma a funcionar silen-ciosamente, com os seus computadores pessoais, a enviar o trabalho feito..e a ensinar à professora as virtualidades de muitos programas.

O quadro interactivo também trouxe inovação. Pode-mos preparar as aulas de outra forma, mostrar filmes, ler jor-nais, ouvir e ler histórias, projectar os livros adoptados e ver-mos em conjunto o que vamos fazendo. Sem esquecer que

também é bom escrever no outro quadro com giz e sujar as mãos com o seu pó, numa relação mais física com o material.

O: Por último, abordemos o tema da Olhares deste trimestre. Em sua opinião, qual a importância de saber-mos arriscar nos momentos certos e que proveitos isso nos pode trazer?EC: A nossa vida é feita de riscos...uns calculados...outros nem tanto. Penso que quando falamos em educação não podemos arriscar sem termos a certeza de que o resultado não irá prejudicar a vida dos nossos alunos. Mas é preciso arriscar sempre que sentimos que um aluno pode benefi-ciar com isso e é preciso arriscar quando acreditamos que um novo projecto pode fazer a diferença no acto de educar. Os resultados podem ser pequenos aos olhos dos outros mas para um professor pode significar que o seu aluno ou o seu grupo de alunos conseguiu subir mais um degrau ou superou dificuldades. Se calhar mais do que falar em arris-car deve-se falar em inovar, voltando aqui ao tópico inicial da entrevista. É preciso arriscar quando todas as estratégias falharam, quando está em jogo uma inaptidão dos modelos instituídos. Mas o risco deve ser bem calculado em termos de custos v. benefícios. Os proveitos da inovação são evidentes. Permitem a mudança e a alteração de hábitos. Evoluir no acto educativo é acom-panhar a própria evolu-ção do educando.

E termino citando Al-bert Einstein, “A arte mais importante do professor consiste em despertar a motivação para a criati-vidade e para o conheci-mento”. Neste sentido...arrisquemos!

Entrevista conduzida por Catarina Carrilho,

coord. Olhares

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V Festival da Canção IRSCMO Sagrado foi palco de mais um Festival da Canção IRSCM. Este ano, sob o tema Lançar Pontes num Mundo Dividido, alunos e professores de quatro instituições do Sagrado Coração de Maria (Colégio de Lisboa, Colégio de Fátima, Colégio do Porto e Obra Social de Guimarães) reuniram-se num momento de convívio e troca de experiências, onde deram a conhecer o seu trabalho e dedicação de vários meses.

O espectáculo iniciou-se com a interpretação do hino da quinta edição do festival, este ano elaborado pelos três co-légios conjuntamente, seguindo-se uma palavra de abertu-ra pela Directora do nosso Colégio e a participação especial do pianista Francisco Sassetti que salientou a importância da música enquanto linguagem universal que “permite lan-çar pontes para o outro.” Posteriormente, assistiu-se à apre-sentação dos participantes e das respectivas canções se-gundo os vários escalões, tendo sido apurados os seguin-tes vencedores:

1.º Escalão (2.º Ciclo): 1.º lugar - Colégio do Sagrado Co-ração de Maria – Lisboa, com a canção “Iluminar o Mundo”, interpretada pelas alunas Carolina Barbeira, Carolina Fidal-go e Carlota Pereira. / 2.º lugar – Obra Social Sagrado Cora-ção de Maria de Guimarães com a canção “Vale a Pena Ten-tar”, interpretada pelas alunas M.ª João Soares, M.ª Francis-ca Soares, Diana Teixeira, Sofia Leite, Ana Francisca Castro e Ana Catarina Moreira.

2.º Escalão (3.º Ciclo): 1.º lugar - Obra Social Sagrado Co-ração de Maria – Guimarães, com a canção “Um Mundo Uni-do”, interpretada pelas alunas Ana Lage, Catarina Soares, Francisca Rebelo e M.ª Odete Meneses. / 2.º lugar – Colégio do Sagrado Coração de Maria de Fátima com a canção “De-safios da Vida”, interpretada pelos alunos Joana Carriço, João Graça, Miguel Alho, José Miguel Roque e Paulo Lopes.

3.º Escalão (Secundário): 1.º lugar – Colégio Nossa Se-nhora do Rosário - Porto, com a canção “Entre Nós”, in-terpretada pelas alunas Inês Maia, Inês Sampaio, Teresa Matos e Rita Guedes. / 2.º lugar - Colégio do Sagrado Co-ração de Maria de Lisboa com a canção “Um Lugar Espe-cial”, interpretada pelos alunos Patrícia Manso, Ana Clara Aparício, Gonçalo Neves e Simão Cruz.

Parabéns a todos os participantes!

Os nossos escritos Poetas do nosso colégio colégio que, inspirados nas palavras de poetas maiores, têm dado asas à sua imaginação e à vontade de escrever.

Nem governo nem lei, Nem paz nem revolta, Não sei o que farei, Neste Portugal que está à solta.   À procura da pureza, Sem a encontrar, Neste mundo de incerteza, Que tem de acabar.   Procuro solução, Neste meu forte desejo, A insatisfação, Pelo que agora vejo.   Penso no futuro, No presente obscuro, No passado duro, Na esperança que procuro.

Nuno Salvador Ferro, 12ºB

PerspectivaQuantas vezes olhamos sem ver?Quantas vezes vivemos sem viver?É sempre igual e monótono?Simples repetições de outro dia?

Neste filme preto e branco,Há sempre uma parte colorida, cheia de vidaE as velhas rotinas, já não são tão repetidas,E descobrimos coisas novas e divertidas.

Vejo o mundo de maneira diferenteRecrio-o na minha menteE aquilo que antes eu não viaOlho, vejo, observo atentamente.

Numa pedra de granito, vejo uma estátuaNa lesma, a futura borboletaDepois da tempestade, vem sempre o arco-íris.

Daniel Correia, 12ºA

Keep it together

It is no secret to anyone that we live in a competitive, suc-

cess-focused society. More and more the values in which pe-

ople base their way of acting(behaving) throughout their li-

ves are less related to being the most outstanding person

they are able to be, and more with the possession of immen-

se power and material possessions.

It is of the utmost importance that we, as a community,

and as a catholic school, do not lose our common-sense and

sense of direction, and remain conscious of what is really im-

portant. It is obvious that we have to work (hard) to achieve

the best we can be in our future jobs, but we should never

give up the values given to us by our parents and our scho-

ol. Of course, being as successful as we can is important, but

not only as a doctor, a lawyer or a biochemist – we need to

be caring and considerate as human beings.

Bearing that in mind, we must always remember that

now and after leaving our school. We are and will always be

remembered for what we are, for what we do and not for the

car and other material possessions we own.

Therefore we must pursue our dreams, try to become

everything we have ever wanted to be, but never forget

who we are and what we believe in, which is definitely not

easy in a society as mind-corrupted as our own, which thro-

ws sand into our eyes everyday, until a point where we are

blinded to what is really the most important.

That is the challenge of life: being everything you have

ever wanted to be, not forgetting who you are, what you be-

lieve in and at the same time help as many people as you

can to do the same.

Rodrigo Moreira, 11º C1 nº 6

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ECO – ESCOLAS O projecto Eco-Escolas continua a decorrer com empenho, iniciativa e trabalho. Neste período já fizemos bastantes actividades e mais estamos a preparar. Tivemos muitas novidades que marcam uma nova forma de nos envolvermos neste projecto.

• um Eco-painel, junto à papelaria, onde vamos afixando alguma informação e convocatórias para os eco-delegados;

• dois conselhos Eco-escolas, com a presença dos profes-sores, direcção pedagógica, eco-delegados e representante dos funcionários, onde foram feitas sugestões para acções de melhoria no colégio,

• participação em vários concursos, como por exemplo, Esco-la da Energia onde vão ser preparadas Bandas Desenhadas pe-los alunos do 9º ano e textos e Panfletos, pelos alunos do 3º ano,

• participação na Geração Depositrão, com a recolha de pequenos electrodomésticos a colocar no contentor verme-lho junto à entrada do bar e recolha de pilhas para colocar nos Pilhões dispersos pelo Colégio;

• entrega de alguns eco-pontos em salas onde não existiam;• preparação de fantoches de caixas de medicamentos, pe-

los meninos da Sala Rosa, • colaboração com o Clube On, no concurso de Curtas da

OIKOS, cujos temas são os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, tendo sido realizado um pequeno filme sobre a «Sustentabilidade»;

• participação no concurso «Biodiver-sidade na minha Cidade», pelos alunos do 7º ano, em interdisciplinaridade com Ciências Naturais, Geografia e Área Pro-jecto, para a produção de um roteiro na cidade de Lisboa;

• participação de três alunos na 2ª Eli-minatória das Olimpíadas do Ambiente;

• recolha de cápsulas Nespresso, com o objectivo de serem recicladas e o re-sultado dessa reciclagem ser converti-dos em kilos de arroz, entregues ao Ban-co Alimentar;

Estamos também a preparar algumas actividades que as-sinalam o chegar da Primavera e o Ano Internacional das Flo-restas, como por exemplo exposições, mostras, apresenta-ções e muito mais...

Teremos o Dia Eco-Escolas, dia 5 de Abril, durante o qual decorrerão diferentes tipos de iniciativas.

Fiquem atentos, envolvam-se e sejam mais amigos do am-biente...

Saudações ecológicas!Elisabete Santos, Prof. Coord. Projecto Eco-escolas

Energia e Ambiente: os automóveis híbridos Vivemos uma época em que a informação-espectáculo ocupa a maior parte dos telejornais. Somos diariamente confrontados com desastres naturais de grandes dimensões em locais distantes como o Golfo do México, cuja relação com o nosso País se poderia limitar ao facto de ser lá que tem origem a bem conhecida corrente do Golfo que torna tão ameno o nosso clima, ou a Venezuela, destino de imigração para muitos portugueses.

Mais recentemente, acompanhámos interessados as revolu-ções em curso em países do Norte de África, como o Egip-to, com uma história riquíssima, mas que normalmente asso-ciamos a destino de férias, ou a Líbia, que muitos de nós ape-nas relacionamos com um tal presidente que gosta de mon-tar tendas…Aparentemente, países aos quais poucas ou ne-nhumas afinidades nos ligam.

Então, se a ligação é fraca, qual o motivo principal de todo este interesse?

Curiosamente, depois de apresentadas estas notícias, se-guem-se invariavelmente outras que apresentam a mais que previsível subida do preço dos combustíveis. Qual a relação de uma coisa com outra? É que em todos estes locais se ex-plora o recurso natural mais precioso para toda a nossa civili-zação global – o petróleo.

Para além de uma diversidade de aplicações, maioritaria-mente como matéria-prima para a produção de uma varieda-de absolutamente espantosa de outros materiais, esta rocha, de consistência fluida, fruto de “restos”, muita pressão e tem-po, tem sido a fonte energética que claramente tem posto em movimento a civilização nos últimos 100 anos.

Como tudo o que é bom acaba depressa, também esta uti-lização massiva acabará por esgotar as reservas no planeta, uma vez que o petróleo é um recurso finito, apesar do que se possa pensar devido à sucessão de descobertas de novas ja-zidas, contudo cada vez a maior profundidade ou em locais de muito difícil acesso ou permanência.

Por outro lado, a emergência de uma “consciência am-biental”, nos últimos 40 anos, tem permitido perceber que a utilização desta incrível substância tem constituído uma das maiores fontes de problemas ambientais.

Símbolo dos tempos modernos e da mobilidade, bem como de prosperidade individual e colectiva, o automóvel tradicional utiliza um motor de combustão interna, no qual são queimados derivados do petróleo – gasolina ou gasóleo – como fontes de energia para movimentar as suas rodas.

Como consequência dessa combustão, são permanente-mente libertados para a atmosfera partículas sólidas e gases como o monóxido de carbono e o dióxido de carbono, um dos principais responsáveis pelo efeito de estufa artificial e

Semana Branca 2011 Com o mês de Janeiro chega, em cada ano, a grande aventura da Neve para os alunos do 9º e 10º ano. É sempre uma semana de intensa actividade fisica e convivio num ambiente lindissimo onde se aprendem novas tecnicas e se aperfeiçoam outras para além de fortalecerem relações de amizade e companheirismo. Quem por lá passou sabe bem do que falamos.

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consequente aquecimento global do planeta, e ainda, entre outros, os óxidos de azoto e de enxofre, substâncias a partir das quais se formam os ácidos nítrico e sulfúrico, constituin-tes essenciais das chuvas ácidas.

Neste contexto, as empresas multinacionais construto-ras de automóveis, cientes de que a sua própria sobrevivên-cia depende da existência de fontes de energia alternativas para os seus motores, economicamente vantajosas e ambien-talmente seguras, têm vindo a desenvolver formas de motori-zação mais eficientes e com um impacto ambiental cada vez menor.

Diversas soluções têm vindo a ser estudadas, embora a que se apresenta actualmente mais desenvolvida e já total-mente integrada no mercado automóvel seja a tecnologia híbrida (os primeiros automóveis de série começaram a ser comercializados há mais de uma década – Toyota Prius em 1997), que combina sinergicamente a utilização de motores de combustão interna (maioritariamente a gasolina, mas po-dendo ser a gasóleo, gás natural, biodiesel, álcool ou mesmo hidrogénio) e motores eléctricos.

A utilização de motores eléctricos resulta do facto de se-rem ambientalmente limpos, embora apresentem limitações, quer na qualidade das prestações mecânicas, quer na auto-nomia.

Na realidade, um automóvel híbrido utiliza um motor de combustão interna, funcionando como unidade motriz e como gerador de corrente eléctrica, assegurando performan-ces elevadas, combinado com um motor eléctrico de emis-sões nulas e uma bateria, capaz de armazenar a energia liber-tada durante as desacelerações e travagens e de a fornecer, em seguida.

A articulação entre as duas unidades motrizes conduz à classificação dos automóveis híbridos em três classes:

• Híbrido-série, no qual o motor eléctrico é o único respon-sável pela motorização;

• Híbrido-paralelo, em que o motor de combustão forne-ce a principal força de tracção, complementado pelo motor eléctrico;

• Híbrido-misto, com o motor eléctrico a constituir a princi-pal força motriz, embora possa funcionar em simultâneo com o motor de combustão.

A utilização da unidade eléctrica como principal força mo-triz, alimentada pela energia recuperada e que normalmente é desperdiçada como calor, permite reduções de consumo na ordem dos 25 a 30% e emissões significativamente menores. A adição de um sistema de paragem automática do motor de combustão, sempre que o veículo se imobiliza, num semáforo ou por questões de tráfego, acentua ainda mais estes ganhos.

O desenvolvimento destes veículos constitui assim um passo significativo dado pela Humanidade na redução da sua dependência dos combustíveis fósseis e na evolução para um modo de vida qualitativamente melhor, porque ambiental-mente mais sustentável.

Francisco Peres, Prof.

http://perfil.honda.pt/car/content/technology/engines/in-dex.fsp?fullscreen=truehttp://www.toyota.pt/innovation/index.aspx

Jogos Matemáticos. Após 2 meses de treinos no Centro de Recursos, os alunos do 2º ciclo ao Secundário participaram no dia 23 de Fevereiro na eliminatória interna. Os alunos apurados participaram no VI Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, este ano em Lisboa, no ISEL, no dia 18 de Março. Aqui ficam os dados sobre os alunos que participaram e os jogos a que concorreram.

1º CICLO Alunos TurmaOURI Rodrigo MatosSEMÁFORO Pedro SantosCÃES E GATOS Rodrigo Matos

2º CICLO Alunos TurmaOURI Teresa Antunes 6ºAHEX António Rodrigues 5ºCCÃES E GATOS Francisca Sousa 5ºC

3º CICLO Alunos TurmaRASTROS Ana Catarina Silvestre 9ºAHEX Matilde Farinha 9ºBOURI Maria Madalena Costa 7ºB

SECUNDARIO Alunos TurmaHEX João Loureiro 12ºB1AVANÇO André Farinha 12ºB1RASTROS Luciano Noronha 11ºB

Todos estão de parabéns pelo empenho e dinamismo nesta actividade.Para o ano esperamos por todos.

Brevemente

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Os nossos pés continuam disponíveis para voar para onde o dever chama ou a caridade reclama – Centro Jean GailhacA poucos meses do final do ano, importa fazer um balanço do trabalho realizado e estimular todos a colaborar da forma activa, como sempre tem acontecido.

O Centro Jean Gailhac tem continuado a acompanhar um conjunto de famílias. Ocupamo-nos, essencialmente, dos bairros das Galinheiras e da Quinta do Mocho, tentando dar o apoio que mais necessitam, nomeadamente através dos cabazes alimentares feitos ao longo do ano e para os quais toda a comunidade educativa tem colaborado. Não deixa-mos de ajudar com roupa, calçado ou produtos de higiene que são muitas vezes necessários. Através das nossas bol-sas de disponibilidade profissional arranjamos muitas vezes medicamentos ou atendimento médico facilitado. E pelas bolsas de emprego é possível, por vezes, encontrarmos em-prego para os que o procuram.

Mais do que a ajuda material que conseguimos prestar, vamos recolhendo, também, sorrisos e abraços agradecidos, olhares por vezes dolorosos que se enchem de luz quando

vêem chegar embrulhos de vontade e generosidade. Um exemplo vivo dessa gratidão surgiu-nos no final de Feverei-ro quando nos enviaram um postal cheio de amizade e cria-tividade.

Ao longo do ano o Centro tem organizado várias campa-nhas, não apenas de recolha de géneros alimentares ou ou-tros produtos, mas não deixámos de recolher o material es-colar nem os presentes de Natal que, habitualmente, envia-mos às crianças que acompanhamos. O trabalho no Clube 10/14 continua a recolher frutos. Estes jovens continuam a ser acompanhados pelos nossos professores e antigos alu-nos, pais e irmãs que põem ao serviço os seus dons enquan-to os ajudam nos estudos ou em actividades lúdicas. Este ano conseguimos, também, que fosse feito o rastreio oral às crianças do Clube, graças à colaboração da Clínica Dentária Stª Madalena, através da Drª Isabel Serpa

Começamos agora a tentar ajudar aqueles que estão mais próximos de nós e, por esse motivo, esperamos, den-tro em breve, poder auxiliar a população mais jovem e mais envelhecida da nossa freguesia, empenhados que estamos na nossa participação na Comissão Local de Acção Social da Freguesia de S. Jorge de Arroios.

No final do segundo período foi ainda lançada a campa-nha de recolha de cápsulas Nespresso, a partir da qual será possível contribuir com pacotes de arroz para o Banco Ali-mentar. O nosso serviço e as nossas campanhas continua-rão. E será sempre a ajuda e a persistência desta comunida-de que lhes dará força. Continuamos a contar com a colabo-ração de todos.

Joana Marques, Prof.

Taizé – Essa espécie de fonteUm grupo de antigos e actuais alunos viveu, entre 5 e 14 de Março, a experiência da interioridade e do silên-cio em Taizé, uma comunidade religiosa ecuménica no sul de França onde os irmãos partilham com os peregri-nos, que ali acorrem, a simplicidade de vida e o espírito de oração e trabalho. Taizé é daquelas coisas que se cola à pele e marca o percurso dos dias seguintes...

«Ver tantos jovens na colina, juntos numa grande diversidade, é algo de muito festivo. Dá-nos a grande esperança de que é possível uma humanidade em paz.»

Irmão Alois, durante um encontro na igreja da Reconciliação

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Novo Acordo OrtográficoMuita confusão e ideias erróneas reinam relativamente ao acordo ortográfico. As mudanças na língua são lógicas, naturais e sempre ocorreram. Muitas vezes pensamos que somos “os donos” da nossa língua e que os outros (que também a falam) a “estragam”. Excesso de orgulho e preconceito.

A língua é tão nossa, como dos outros povos que falam por-tuguês e que ao longo dos séculos a inovaram, revitaliza-ram, lhe transmitiram criatividade, a impregnaram (no bom sentido) das diferenças enriquecedoras que existem entre povos de diferentes países e continentes. A língua não vai mudar por causa “deles”, vai mudar porque é natural que as-sim aconteça, faz parte da sua evolução. Ninguém se imagi-na a ficar igual para sempre.

A língua vai mudar porque é importante que nos apro-ximemos dos outros povos que também falam o português e o “nosso português” não é melhor, nem pior que o portu-guês falado noutros sítios do mundo. Inclusive, e ao contrá-rio do que muitas vezes pensamos, o uso de estruturas anti-gas do português e de vocabulário que se usava há alguns séculos no “português de Portugal”, são comuns no portu-guês falado do outro lado do Atlântico.

Não podemos querer “tirar a história à língua”. Era a mes-ma coisa que querermos parar no tempo e ficarmos imobi-lizados para sempre.

Na verdade, desde sempre têm ocorrido mudanças e evoluções da língua portuguesa. Estas fazem parte da sua história. Sim, as línguas também têm uma história muito rica! E muita história da língua aconteceu desde que foi es-crito o testamento do Rei de Portugal, Afonso II, datado de 1214, do qual aqui deixo um excerto. Vemos muitas palavras com grafia diferente e as letras que aparecem entre parên-tesis não foram escritas no texto original, pois muitas eram abreviadas e as letras mais óbvias não eram escritas.

En’o nome de Deus. Eu rei don Afonso pela gracia de Deus rei de Portugal, seendo sano e saluo, temëte o dia de mia mor-te, a saude de mia alma e a proe de mia molier raina dona Or-raca e de me(us) filios e de me(us) uassalos e de todo meu reino fiz mia mãda p(er) q(ue) depos mia morte mia molier e me(us) filios e meu reino e me(us) uassalos e todas aq(ue)las cousas q(ue) De(us) mi deu en poder sten en paz e en folgãcia. P(ri)meiram(en)te mãdo q(ue) meu filio infante don Sancho q(ue) ei da raina dona Orraca agia meu reino enteg(ra)m(en)te e en paz.

E ssi este formorto sen semmel, o maior filio q(ue) ouuer da raina dona Orraca agia o reino entegram(en)te e en paz. E ssi filio barõ nõ ouuermos, a maior filia q(ue) ouuuermos agia’o ...

Também é um facto que este assunto dos “acordos” já não é novidade. Desde há muito que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, principalmente Portugal e o Brasil, querem estabelecer acordos. Vejamos esta cronologia de acordos anteriores.

Cronologia dos acordos ortográficos

1907 – A Academia Brasileira de Letras começa a simplificar a escrita nas suas publicações.1911 – Primeira Reforma Ortográfica – tentativa de unifor-mizar e simplificar a escrita, mas que não foi extensiva ao Brasil.1915 – A Academia Brasileira de Letras resolve harmonizar a sua ortografia com a portuguesa.1924 – A Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Bra-sileira de Letras começam a procurar uma grafia comum.1929 – A Academia Brasileira de Letras altera as regras de escrita.1931 – É aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre o Brasil e Portugal, que visa suprimir as diferenças, unificar e simplificar a língua portuguesa. 1943 – É redigido o Formulário Ortográfico de 1943, na pri-meira Convenção Ortográfica entre Brasil e Portugal.1945 – Um novo Acordo Ortográfico torna-se lei em Portu-gal, mas não no Brasil, por não ter sido ratificado pelo Gover-no; os brasileiros continuam a regular-se pela ortografia do Vocabulário de 1943.1971 – São promulgadas alterações no Brasil, reduzindo as divergências ortográficas com Portugal.1973 – São promulgadas alterações em Portugal, reduzindo as divergências ortográficas com o Brasil.1986 – O presidente do Brasil, José Sarney  promove um en-contro dos então sete países de língua oficial portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Por-tugal e São Tomé e Príncipe -, no Rio de Janeiro. É apresen-tado o Memorando Sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. 1996 – O Acordo Ortográfico é apenas ratificado por Portu-gal, Brasil, e Cabo Verde.1998 – Na cidade da Praia é assinado o Protocolo Modifica-tivo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, retiran-do-se do texto a data de implementação. Mantém-se a con-dição de que todos os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) devem ratificar as normas pro-postas no Acordo Ortográfico de 1990 para que este seja im-plementado.2006 – Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificam o documento, possibilitando a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990.2008 – O Acordo Ortográfico de 1990 é aprovado por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil e Portugal, sendo espera-da a sua implementação no início de 2010.

2009 – Entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 no Brasil. Atualmente, além de Portugal e do Brasil, também São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor-Leste e Guiné-Bis-sau ratificaram o Acordo Ortográfico de 1990, embora estes últimos não o tenham implementado. Fica apenas a faltar a ratificação de Angola e Moçambique. Portal da língua Portuguesa (www.portaldalinguaportugue-sa.org)

Para finalizar, passemos aos aspecto práticos e atentemos em algumas mudançasAlteram-se aspectos simples, como o respeitante ao número de letras do alfabeto que passam a ser 26 com a inclusão do K, Y e W ou a grafia com letra minúscula dos meses do ano (janeiro, fevereiro,...) e pontos cardeais (norte, sul...).

Alteram-se outros aspectos um pouco mais complexos. Desaparecem as consoantes não pronunciadas C e P, em palavras como ação, ator, diretor, batismo ou egito. Contu-do, uma pessoa do Egito continua a ser um egipcío (porque, neste caso, pronunciamos o “p”).

Em muitos casos de palavras com hífen, deixam de o ter. Talvez o caso que implicará um maior grau de “habituação” seja o da ligação de formas do verbo haver com a preposi-ção de. Assim, passamos a ter: hei de, hás de, hão de, etc...

Aproveitemos a ocasião para rever o uso do verbo ha-ver, tantas vezes mal utilizado, mesmo antes do Novo Acor-do Ortográfico! Lembremo-nos que este verbo, quando é si-nónimo de existir, nunca se utiliza no plural.

Haverá pessoas cépticas, mas o que é certo é que sem-pre houve mudanças!

Catarina Carrilho, coordenadora

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