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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU” O PROFESSOR VAI AO MUSEU? Por: Cíntia Figueiredo Rocha Pinheiro Professor Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O PROFESSOR VAI AO MUSEU?

Por: Cíntia Figueiredo Rocha Pinheiro

Professor Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

O PROFESSOR VAI AO MUSEU?

Apresentação da monografia ao

Conjunto Universitário Cândido

Mendes com a condição prévia

para a conclusão do curso de pós-

graduação “Latu Sensu” em

Docência para o Ensino Superior

por Cíntia Figueiredo Rocha.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus por

iluminar a minha vida, me dando de presente pessoas

que aprendo amar mais, a cada dia que passa.

Ao professor Marcelo Saldanha pela correção e

dicas que possibilitaram a reflexão do trabalho. A

presidente Mônica Dahmouche e a coordenadora Simone

Pinheiro Pinto e a todos os amigos do MUSEU CIÊNCIA

E VIDA, que contribuíram, pela imensa coloboração na

edição deste questionário.

A minha mãe pela amizade, amor e carinho, sem a

qual não chegaria até aqui. Ao meu pai por confiar que

conseguiria chegar até aqui. Ao meu irmão Daniel pelo

carinho e cuidado de fazer uma comidinha gostosa nas

horas em que estava fazendo este trabalho.

As amigas Adriana Pimentel (paçoca) e Bernardeth

Costa (jujuba) pela alegria que plantaram em minha vida

com o Projeto Cuidando com Alegria. A todos os

integrantes do projeto pela nossa amizade que deu frutos,

pelas crianças, e voluntários, meu muito obrigada!

Ao amigo Marcos Goés, pelo carinho especial de

nossa amizade, confiança e ajuda, que possibilitaram que

eu iniciasse o curso de pós-graduação.

Aos professores e amigos, que conquistei no curso

de docência para o ensino superior, muito obrigada pelo

carinho, amizade e companherismo – UCAM.

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DEDICATÓRIA

“A todos os professores e

estudantes que buscam dar sentido

a aprendizagem, com criatividade e

alegria”.

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RESUMO

Pegando carona em Paulo Freire, “Se estudar,

para nós, não fosse quase sempre um fardo, se ler não

fosse uma obrigação amarga a cumprir, se, pelo contrário,

estudar e ler fossem fontes de alegria e de prazer, de que

resulta também o indispensável conhecimento com que

nos movemos melhor no mundo, teríamos índices melhor

reveladores da qualidade de nossa educação”. Acredito

que o museu pode contribuir para que a educação não

seja um fardo na vida de professores e alunos.

Este trabalho tem como objetivo identificar se os

professores utilizam o museu como ferramenta de ensino.

Para isso, foi feito um questionário de seis perguntas,

elaborado criteriosamente para entrevista de professores

formados nas disciplinas de ciências, química, física e

matemática. Todos os entrevistados ministram aulas no

ensino fundamental, médio e/ ou superior. Os seis

professores entrevistados, possuem experiência minima

de 1 ano e máxima de 25 anos no magistério.

Além disso, foi feito um estudo na literatura das principais

teorias progressistas da educação, bem como de seus

principais autores, a fim de avaliar se a parceria museu

escola vai de encontro com todas elas.

Após a apresentação dos resultados das entrevistas,

verifica-se que nenhum dos professores ouviu falar da

parceria museu escola. Para discutir o tema, é feita uma

breve análise dos principais teóricos citados no curso de

formação dos professores, bem como o resultado das

entrevistas. Para concluir, a parceria museu escola seria

uma das formas de melhorar a educação não só dos

alunos, mas também dos professores.

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SUMÁRIO

Introdução .................................................................................... 7 até 8

Capítulo 1 ............................................................ 9 até 15

1.1. Epistemologia da mediação pedagógica ................ 9 até 10

1.2. As teorias progressistas ......................................... 10 até 15

Capítulo 2

Resultados e comentários dos questionários...................16 até 19

Capítulo 3

Discussão dos resultados e a formação de professores .............. 20 até 27

Conclusões ........................................................................... 28

Referências bibliográficas ..................................................... 29 e 30

Anexos...................................................................................31 até 36

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INTRODUÇÃO

Esta monografia apresenta um estudo sobre a

importância dos museus de ciência na atualidade, bem

como o papel do professor como agente mediador do

acesso ao museu. Analisando os resultados das

avaliações feitas pelo MEC anualmente

http://www.mec.gov.br/, percebe-se uma deficiência dos

alunos no reconhecimento do papel da escola para a sua

vida social. Neste contexto, qual é o papel do professor?

Procurar novos recursos de aprendizagem capazes de

estimular o aluno. Considerando que a aprendizagem

chega ao aluno através de estímulos, é sabido que o

visual tem grande efeito na aprendizagem. No entanto,

porque muitos professores não levam seus alunos ao

museu? Será que eles conhecem o museu?

As baixas notas dos estudantes no ENADE

(Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes),

ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e do (IDEB)

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), refletem

a falta de preparação não só dos estudantes, mas

também dos professores que não buscam inovar os

métodos de ensino-aprendizagem. Este trabalho

fundamenta-se no fato, de que o professor deve estar

ciente de suas ferramentas de trabalho, e perceber que a

sala de aula é só uma das muitas opções de acesso. No

entanto, como o professor vai levar os seus alunos a um

museu, se muitas das vezes, ele próprio ainda não visitou

nenhum museu em sua vida? Exatamente por esse

motivo , não sabe a importância desta ferramenta na vida

cultural do estudante. A cultura desempenha papel

importantíssimo na aprendizagem, criatividade,

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curiosidade dos estudantes e novas perspectivas de

aprendizagem para o professor, que vai apropriando-se

cada vez mais das novidades. Com isso, percebemos que

o museu não é um lugar de coisas velhas como muitas

pessoas pensam, ao contrário, é um local de pesquisa,

atualização e de novas descobertas de professores e

alunos.

Considerando que os museus de ciência atuais são

interativos, os alunos vibram com suas novas descobertas

e aprendem através de experiências, diversas disciplinas

de forma dinâmica e divertida. A atual pesquisa tem como

objetivos:

- Saber se os futuros professores reconhecem o

museu de ciência como uma importante ferramenta de

ensino-aprendizagem;

- Levar o professor a uma reflexão sobre a

importância dos Museus de Ciências na aprendizagem

dos alunos, os quais tornam mais estimulante o processo

de ensino-aprendizagem em ciências e biologia.

- Incentivar e valorizar a cultura e o grande esforço

dos profissionais que trabalham com a divulgação

científica.

Tenho como hipótese que a maioria dos

professores não tem o costume de ir a museus, e existem

muitos, que nunca foram em um museu de ciência. No

entanto, ao entrarem em contato com essa realidade, vão

perceber o potencial dessa ferramenta de estudo não só

para os alunos, mas também para o seu próprio processo

de formação contínuo, o qual compete a todos os

professores.

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CAPÍTULO 1

1.1. Epistemologia da mediação pedagógica

A epistemologia ou teoria do conhecimento sobre

mediação pedagógica se refere, em geral, ao

relacionamento professor-aluno na busca da

aprendizagem como processo de construção de

conhecimento, a partir da reflexão crítica das experiências

e do processo de trabalho.

O conceito de mediação pedagógica surgiu no contexto

da “pedagogia progressista”, caracterizada por uma nova

relação professor-aluno e pela formação de cidadãos

participativos e preocupados com a transformação e o

aperfeiçoamento da sociedade. Antes, até a década de

70, o sistema educacional brasileiro seguia uma

abordagem de ensino conhecida como “pedagogia

liberal”, na qual cabia ao aluno assimilar passivamente os

conteúdos transmitidos pelo professor.

Segundo Marcos Masetto, no livro Mediação pedagógica

e o uso da tecnologia, a mediação pedagógica significa a

atitude e o comportamento do professor que se coloca

como um facilitador, incentivador ou motivador da

aprendizagem, que ativamente colabora para que o

aprendiz chegue aos seus objetivos.

Na relação presencial, é o professor quem atua como

mediador pedagógico entre a informação passada e a

aprendizagem por parte dos alunos. Já nos sistemas de

educação a distância a mediação pedagógica se dá

através dos textos e outros materiais colocados à

disposição do estudante. Dessa forma, segundo

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Francisco Perez e Daniel Prieto, a mediação pedagógica

trabalha para que os materiais didáticos sejam

concebidos segundo linguagem e técnicas que levem o

aluno a refletir, a relacionar o aprendizado a seu contexto

social e a ser participativo.

Gaspar, em seu artigo “A educação formal e a educação

informal em ciências”, dá alguns depoimentos pessoais

sobre a necessidade da fundamentação teórico-

pedagógica da educação informal em ciências, contando

experiências vividas em sala de aula nas décadas de 60 e

70:

“Sempre ficou evidente a eficiência da interação verbal

desencadeada por provocações, questões que

estimulavam os alunos a pensar e a manifestar-se.

Quando acompanhadas de demonstrações

experimentais, essas questões despertavam enorme

interesse, tornando as aulas movimentadas, alegres e

produtivas...”

“A questão e a demonstração podiam ser extremamente

simples: se eu soltar essa tira de papel ou esse apagador

ao mesmo tempo, quem cai primeiro? E se a tira de papel

estiver em cima do apagador? E ao lado?”

“Ao contrário de perguntas teóricas – em relação às quais

a resposta é quase sempre um silêncio tão constrangedor

que o professores costumam respondê-las logo depois

que as formulam nas demonstrações experimentais, a

omissão sempre foi mínima”.

Em síntese, de acordo com essa proposta pedagógica, o

aluno, mesmo interagindo com o professor e seus

colegas, só aprenderia redescobrindo idéias, conceitos e

princípios científicos. A aprendizagem seria um processo

individual, solitário, único. Ao professor caberia prover

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atividades que levassem os alunos a essa redescoberta.

Nelas, os estudantes deveriam interagir

predominantemente com objetos, pois essa interação é

que propiciaria a introspecção cognitiva capaz de originar

a redescoberta e, por conseqüência, a compreensão dos

conteúdos abordados.

1.2 As Teorias Progressistas

A Pedagogia Progressista divide-se em três tendências

pedagógicas:

1. A tendência Libertária – A prática pedagógica é

baseada no antiautoritarismo e autogestão, os quais são

os princípios fundamentais da proposta pedagógica

anarquista (que abrange várias correntes: libertários,

psicanalistas e sociólogos).

Neste caso, o papel da escola é desenvolver mecanismos

de mudanças institucionais e no aluno, com base na

participação grupal, onde ocorre a prática de toda a

aprendizagem; exercer uma transformação na

personalidade do aluno no sentido libertário e

autogestionário e resistência contra a burocracia como

instrumento de ação dominadora e controladora do

estado.

Na relação escolar, professor e aluno são livres, um em

relação ao outro e desenvolvem uma relação baseada na

autogestão e no antiautoritarismo. O professor é um

orientador, um catalisador que realiza reflexões em

comum com os alunos. Cabe a ele: ajudar o grupo a

desenvolver-se, auxiliando no desenvolvimento de um

clima grupal em que seja possível aprender e superar os

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obstáculos para aprender que estão enraizados no

indivíduo e no grupo, ajudar o coletivo a descobrir e

utilizar os diferentes métodos de pesquisa, ação

observação e feedback, liberar as forças instituintes do

grupo, que funciona como analisadores das instituições.

Dentre as técnicas de ensino tem-se a vivência grupal,

assembléias e reuniões.

Os métodos de ensino da tendência libertária faz o

movimento do composto ao simples, do geral ao

particular, do número à unidade, da harmonia ao som, da

regra ao fato, do princípio à aplicação. Vai do observado

ao não-observado, do conhecido ao desconhecido. Do

método racional, experimental, científico: estimula a

curiosidade, favorece a atividade cerebral, se afasta da

credulidade, coloca a razão e a memória no seu devido

lugar. O exercício da liberdade pelo aluno tem que ser

efetivo e real desde o início, com caráter progressivo,

manifestando-se plenamente nos últimos anos escolares.

Com esse método, após escolhida uma matéria, o aluno é

estimulado à pesquisa, gerando interesse em crescer

dentro da vivência grupal. Tendo sempre em mente a

relevância da experiência, da atividade prática que é

incorporada e utilizada em situações novas. A

participação grupal deve ser obtida através de

assembléias, conselhos, eleições, reuniões, associações,

de tal forma que o aluno leve para a escola e para a vida

cotidiana tudo que aprendeu.

2-Tendência Libertadora

A manifestação desta Prática Pedagógica, teve como

Primeira experiência o Movimento de Cultura Popular no

Recife (1964), através do Projeto de Educação de

Adultos: vide círculo de cultura e centro de cultura.

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Neste caso, o papel da Escola era a formação da

consciência política do aluno para atuar e transformar a

realidade. A problematização da realidade, das relações

sociais do homem com a natureza e com os outros

homens, visando a transformação social.

A relação Professor – aluno é vista da seguinte forma: o

professor e o aluno são sujeitos do ato do conhecimento;

O professor é o coordenador de debates, adaptando-se

às características e necessidades do grupo. O aluno é

sujeito ativo no grupo. Dentre as técnicas de ensino,

temos os métodos e técnicas que se refazem na práxis:

Grupos de discussões, debates e entrevistas.

O métodos de ensino é o dialógico, ou seja, o método

exige uma relação de autêntico diálogo, em que os

sujeitos do ato de conhecer se encontram mediatizados

pelo objeto a ser conhecido. Com isso, a problematização

da situação permite aos alunos chegar a uma

compreensão mais crítica da realidade através da troca

de experiências em torno da prática social, possibilitando

a vivência de relações efetivas.

Para o uso do método dispensam-se programas

previamente estruturados, bem como aulas expositivas,

assim como qualquer tipo de verificação direta da

aprendizagem, formas essas próprias da "educação

bancária", portanto domesticadoras.

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3- Tendência Histórico-Crítica ou Crítico Social dos

Conteúdos

O marco teórico de sua manifestação da Prática

Pedagógica foi 1979. A prática pedagógica propõe uma

interação entre conteúdo e realidade concreta,visando a

transformação da sociedade (ação compreensão-ação). O

enfoque no conteúdo como produção histórico-social de

todos os homens e superação das visões não críticas e

crítico reprodutivistas da educação.

O papel da escola é a valorização da mesma como

espaço social responsável pela apropriação do saber

universal e socialização do saber elaborado as camadas

populares, entendendo a apropriação crítica e histórica do

conhecimento enquanto instrumento de compreensão da

realidade social e atuação crítica e democrática para a

transformação desta realidade.

A relação Professor – aluno é interativa, pois em ambos

são sujeitos ativos. O professor e aluno são seres

concretos (sócio-históricos), situados numa classe social -

síntese de múltiplas determinações. Neste caso, o

Professor é autoridade competente, direciona o processo

pedagógico, interfere e cria condições necessárias à

apropriação do conhecimento, enquanto especificidade da

relação pedagógica.

Dentre as técnicas de ensino temos a discussão, debates,

leituras, aula expositivo-dialogada, bem como trabalhos

individuais e trabalhos em grupo, com elaboração de

sínteses integradoras.

O método de Ensino é o da Prática Social, e para isso,

utiliza alguns Pressupostos do Método tais como, o

decorrer das relações estabelecidas entre conteúdo –

método e concepção de mundo, confrontando os saberes

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trazidos pelo aluno com o saber elaborado, na

perspectiva da apropriação de uma concepção

científico/filosófica da realidade social, mediada pelo

professor.

Outra forma é incorporar a dialética como teoria de

compreensão da realidade e como método de intervenção

nesta realidade, ou fundamentar-se no materialismo

histórico: ciência que estuda os modos de produção, ou

na relação de indissociabilidade entre forma e conteúdo

pressupõe a socialização do saber produzido pelos

homens.

Os fins a serem atingidos é que determinam os métodos e

processos de ensino-aprendizagem. Este método busca

coerência com os fundamentos da Pedagogia, entendida

como processo através o qual o homem se humaniza (se

torna plenamente humano).

A prática é fundamento do critério de verdade e da

finalidade da teoria. Incorpora o procedimento histórico

como determinante da totalidade social. É na mediação

entre o pensamento e o objeto (enquanto o pensamento

busca apropriar-se do objeto) que desenvolve-se o

método.

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CAPÍTULO 2

Resultados dos questionários

Neste primeiro momento, a pesquisa não dividiu os

professores em dois grupos Figura 1, os que já foram em

um museu de ciência e os que não foram. Pelo gráfico,

diferente da hipótese deste estudo, todos os professores

entrevistados já estiveram em um museu de ciência no

Rio de Janeiro.

Figura 1: Gráfico mostrando que cem por cento dos professores já foram em um museu de ciência.

Figura 2: Museus de ciências visitados pelos professores entrevistados

Dentre os museus visitados pelos professores entrevistados

pode-se perceber, através da Figura 2, que o museu da vida

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(Fiocruz) foi visitado por todos os professores entrevistados,

seguido pelo Fundação Planetário da Gávea – Museu do

Universo e Museu Ciências Exatas e da Terra.

Na visita aos museus de ciência, a maioria dos professores

(83%), teve uma experiência marcante para contar após ter

participado de uma exposição, de acordo como pode ser

visto no gráfico da Figura 3.

Figura 3: Percentual de professores que tiveram uma experiência marcante na visita ao museu de ciência.

As respostas que representaram a experiência marcante do

museu, foram variadas. Foram registrados comentários,

importantes de serem explicados. Letícia destaca “O

benefício da interação com a comunidade circundante

(local)”. Realmente a FIOCRUZ tem um papel fundamental

não só na divulgação, mas também atua como a

profissionalização da comunidade local, oferecendo

oportunidades a comunidade de manguinhos.

Outros dois professores falaram da motivação que o aluno

tem de sair da escola: “a sede dos alunos de sair de sala,

para ter uma experiência diferenciada de aprendizado” e

“Toda visita com alunos é sempre estimulante,

principalmente quando o aluno é apresentado ao museu

pela primeira vez”.

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As outras duas professoras destacaram a criatividade:

“Atividades lúdicas de bioquímica e genética no Museu da

Vida”, “No museu da Fiocruz achei interessante esculturas

grandes que representavam células por exemplo. Esta é

uma maneira de aprender vendo uma obra de arte”

Figura 4: Influências que levaram os professores a visitarem o museu.

Analisando a figura 4, é possível perceber que a maioria

dos professores que vai ao museu, o fez por iniciativa

própria, de acordo com o gráfico, seguido pela influência de

professores e meios de comunicação em geral.

As perguntas cinco e seis do questionário fundamentam o

trabalho, uma fez que tratam de perguntas que tem com

objetivo mostrar se o museu é reconhecido pelos atuais

educadores como uma ferramenta pedagógica. Minha

hipótese é que a maioria dos professores não terá ouvido

falar da parceria museu escola, no entanto, a maioria deles,

achará positiva a parceria museu-escola foi verdadeira,

como pode ser vista na figura 5 e 6.

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Figura 5: Percentual de professores que não conhece o termo parceria museu escola. Apesar de nenhum dos professores ter ouvido falar da

parceria museu escola, todos acharam interessante, pois

reconhecem a importancia da cultura na educação do

estudante, conforme pode ser visto na figura 6.

Figura 6: Opinião dos professores sobre a parceria

museu escola

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CAPÍTULO 3 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A resposta a primeira pergunta do questinário

surpreendeu-me, uma vez que todos os professores

entrevistados tiveram a experiência de visitar pelo menos

um museu de ciência. Esse dado é extremamente

importante uma vez que a presença do professor neste

ambiente de aprendizagem desmistifica a idéia, de que o

museu é o local onde ficam as coisas antigas, as quais

não podem ser tocadas. Existem museus históricos e de

arte, os quais entram neste perfil de museus. No entanto,

os museus de ciência e tecnologia tiveram um papel

preponderante nessa nova maneira de encarar a relação

visitante/ objeto por meio de atividades educativas.

Piaget em seu trabalho, diz que enfatizar experiências

concretas pode influenciar o entendimento da criança do

modo de pensar cientifico. O autor inclusive relata falhas

específicas do ensino de ciências na formação dos

estudantes quanto a experimentação.

“Não são com efeito, as experiências que o professor

venha a fazer perante eles ou as que fizeram eles

mesmos com suas próprias mãos, seguindo porém, um

esquema preestabelecido e que lhes é simplesmente

ditado, que lhes haverão de ensinar as regras gerais de

toda a experiência científica (...) Os métodos do futuro

deverão conferir parte cada vez maior as atividades e as

tentativas dos alunos, assim como a espontaneidade das

pesquisas na manipulação dispositivos destinados a

provar ou invalidar as hipóteses que houverem podido

formular por si mesmos para explicação de tal ou tal

fenômeno elementar. Em outras palavras, se existe um

setor no qual os métodos ativos se deverão impor no mais

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amplo sentido da palavra, é sem dúvida o da aquisição de

técnicas de experimentação, pois uma experiência que

não seja realizada pela própria pessoa, com plena

liberdade de iniciativa, deixa de ser, por definição uma

experiência, transformando-se em simples adestramento

destituído de valor formador por falta de compreensão

suficiente dos pormenores das etapas sucessivas.”

A perspectiva epistemológica do interacionismo,

representada pelo pensamento de Piaget, é uma síntese

do empirismo e do racionalismo. O autor põe em xeque

as idéias de que o conhecimento nasce com o indivíduo

ou é dado pelo meio social. Afirma que o sujeito constrói o

conhecimento na interação com o meio físico e social, e

essa construção vai depender tanto das condições do

indivíduo como das condições do meio (DARSIE, 1999).

A idéia central da teoria de Piaget é a de que o

conhecimento não procede nem da experiência única dos

objetos, nem de uma ampla programação inata, pré-

formada no sujeito, – embora sua teoria baseie-se na

existência de alguns elementos inatos – mas de

construções sucessivas com elaborações constantes de

estruturas novas, as quais são resultantes da relação

sujeito x objeto, onde um dos termos não se opõe ao

outro, mas se solidarizam, formando um todo único.

Assim, no que tange a uma concepção de aprendizagem,

Piaget discorda das concepções anteriormente discutidas

tendo sido essas discussões exaustivamente expressas

em toda a sua obra. Embora ele negue que sua obra se

constitua em uma teoria de aprendizagem, classificando-a

como uma teoria do desenvolvimento, admite o seu uso

para o entendimento do processo de aprendizagem

(GIUSTA, 1985).

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Este debate permite-nos incluir os museus de ciências

em uma concepção epistemológica, que supera a

empirista e racionalista, chamada de interacionismo,

construtivismo ou de dialética. Uma vez que é possível

aproximar autores como Piaget, Paulo Freire, Freud,

Vygotsky, Wallon, Luria, Baktin e Freinet, porque todos

eles têm um ponto em comum: a ação do sujeito, tratada

freqüentemente como prática ou práxis, colocada no

cerne do processo de aprendizagem.

Assim a idéia do aprender fazendo, bastante disseminada

no ensino de ciências, encontra nos museus interativos

de ciências, por meio do núcleo gerador de idéias

museológicas educativas um meio de difusão.

Na segunda pergunta feita aos professores, percebe-se

algo muito interessante nas respostas, pois dentre os

museus visitados pelos professores entrevistados, o

museu da vida (Fiocruz) destacou-se, pois todos os

professores entrevistados foram a este museu e não a

outros? Será que existe relação com a divulgação

científica do local? Pesquisando encontrei enquetes no

site da FIOCRUZ, que além de ser um centro de

excelência em pesquisas científicas, possui cursos de pós

graduação na área de divulgação cientifica. A valorização

deste tipo de atividade enriquece e muito o nosso sistema

escolar, uma vez que permite ao aluno um novo espaço

de aprendizagem com possiblidades interativas que vão

de encontro com as idéias de Piaget.

Na terceira pergunta, se oitenta e três por cento dos

professores tiveram uma experiência marcante no museu,

imaginem os alunos que pudessem ter em um museu de

ciência a extensão da escola? Uma análise de alguns

teóricos do construtivismo permiti-nos perceber o quanto

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a proposta museu escola é corroborada com os principais

teóricos progressistas. Frenet já dizia: “Para nós a escola

é vida e não preparação para a vida. Só se aprende a

viver, vivendo, só se aprende a fazer, fazendo, só se

aprende a pensar, pensando...” Assim, muitas intuições

de Freinet, baseadas numa aguda observação da criança

e que levaram às chamadas "técnicas Freinet", encontram

eco nas pesquisas psicopedagógicas de Piaget, Wallon,

Vygotsky, Emilia Ferreiro e C. Kamü.

A criança, para Wallon, outro teórico progressista, é

essencialmente emocional e gradualmente vai

constituindo-se em um ser sócio-cognitivo. O autor

estudou a criança contextualizada, como uma realidade

viva e total no conjunto de seus comportamentos, suas

condições de existência. Segundo GALVÃO (2000),

Wallon argumenta que as trocas relacionais da criança

com os outros são fundamentais para o desenvolvimento

da pessoa. As crianças nascem imersas em um mundo

cultural e simbólico, no qual ficarão envolvidas em um

"sincretismo subjetivo", por pelo menos três anos. Durante

esse período, de completa indiferenciação entre a criança

e o ambiente humano, sua compreensão das coisas

dependerá dos outros, que darão às suas ações e

movimentos formato e expressão. Enquanto isso, Wallon

propõe estágios de desenvolvimento, assim como Piaget,

porém, ele não é adepto da idéia de que a criança cresce

de maneira linear. O desenvolvimento humano tem

momentos de crise, isto é, uma criança ou um adulto não

são capazes de se desenvolver sem conflitos. A criança

se desenvolve com seus conflitos internos e, para ele,

cada estágio estabelece uma forma específica de

interação com o outro, é um desenvolvimento conflituoso.

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No início do desenvolvimento existe uma preponderância

do biológico e após o social adquire maior força. Assim

como Vygotsky, Wallon acredita que o social é

imprescindível. A cultura e a linguagem fornecem ao

pensamento os elementos para evoluir, sofisticar. A parte

cognitiva social é muito flexível, não existindo linearidade

no desenvolvimento, sendo este descontínuo e, por isso,

sofre crises, rupturas, conflitos, retrocessos, como um

movimento que tende ao crescimento.

Outro fator, que seria muito importante na parceria

museu escola, é a oportunidade de acesso a todos os

alunos, não só da classe média e média alta e alta, mas

também das classes menos favorecidas da sociedade.

Uma forma de combater o mínimo social (legislação)

Na quarta pergunta, fica claro que a maioria dos

professores, que foi conhecer o museu, o fez por iniciativa

própria. Seria muito importante, que no currículo de

formação de professores de ciências tivesse uma

disciplina relacionada ao ensino não formal, que servem

de suporte para o formal. Afinal de contas, como ensinar

ciências? Essa é uma pergunta que sem dúvida sempre

nos leva a uma diversidade de respostas. Outra questão

que parece possuir o mesmo significado pode na verdade

ser razoavelmente distinta e talvez mais profunda, que é:

Como aprender ciências? Explorando o tema, Rosas

(1999), provoca e discute duas questões relacionadas

com nossa investigação: “Qual a origem do

conhecimento?” “Por que ensinar Ciências?” A distância

entre ensinar e aprender pode ser muito maior do que

muitos professores realmente concebem. Realizar a

transposição didática de conteúdos científicos leva a uma

discussão do que os professores consideram relevantes

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considerar no processo ensino-aprendizagem. A

fundamentação do trabalho, contidas nas respostas cinco

e seis do questionário feito aos professores mostra que

apesar de do tema museu escola ser antigo, este é feito

apenas na teoria. Uma análise de referencial teórico para

a aprendizagem em museus e centros de ciências, é

Gaspar (1993), que explora a teoria sociointeracionista de

Vygotsky. Em relação às implicações desta teoria para o

processo ensino- aprendizagem em museus e centros de

ciência, o autor relata que.... “a condição necessária para

que haja aprendizagem num museu ou centro de ciências

é que nele, entre seus visitantes ou entre monitores e

visitantes, haja interações sociais”. Neste trabalho o autor

também comenta a influência da teoria de Piaget nos

centros de ciências, com relação aos experimentos

interativos, onde a aprendizagem é fruto da interação

ativa entre o aprendiz e os objetos; também coloca o

respeito aos estágios de desenvolvimento cognitivo da

criança, próprio da teoria piagetiana. Ainda é discutido no

trabalho o fato de adultos em museus de ciências

manipulando animadamente brinquedos concebidos para

crianças, sugerindo que, mesmo quando adultos muitos

retrocedemos ao estágio das operações concretas da

teoria de Piaget.

A teoria sociohistórica de Vygotsky também se mostra

importante para que os licenciandos tenham à sua

disposição indicações que validem procedimentos

pedagógicos específicos. Segundo Gaspar (2003), o

processo de ensino- aprendizagem em museus e centros

de ciências, por causa das peculiaridades dessas

instituições, com ênfase no ensino informal, além da

liberdade de abordagem de conteúdos sem compromisso

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com currículos pré-estabelecidos, a diversidade do

público-alvo, em relação tanto à idade como no que diz

respeito ao nível de escolaridade, implicam a necessidade

de um referencial teórico amplo, que contemple

indicações de caráter abrangente, como bem pode se

prestar a teoria de Vygotsky. Conforme o autor, a teoria

de Vygotsky tem ainda, como hipótese, que o

desenvolvimento cognitivo depende da aprendizagem e

não o contrário. E essa é função da interação social entre

crianças ou aprendizes com adultos ou parceiros mais

capazes, respeitando o limite do que ele chamou de zona

de desenvolvimento imediato ou proximal - uma espécie

de desnível cognitivo máximo dentro do qual o ensino, em

uma interação social, pode atuar para que o aprendiz

possa começar a aprender. Aplicando a teoria de

Vygotsky no processo de ensino-aprendizagem em

ambientes informais, onde devem acontecer interações

sociais, basta investigar se elas de fato ocorrem e se

apresentam as características previstas por essa teoria.

Em outro importante trabalho (Queiroz et al 2003), é

aprofundada a investigação museu-escola, com atenção

maior para a formação inicial e continuada de

professores. Os autores discutem a necessidade de

articular adequadamente as ações de mediadores num

museu de ciências visando evitar a “escolarização”,

principalmente devido a atitudes “escolásticas” dos

professores das turmas visitantes, como colocar os

estudantes em fila, mantê-los calados, ou fazer longas

explanações em torno de um aparato. Pois o museu, é

um local de experiências e descobertas. Acredito que

museu e escola complementam-se.

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Analisando pesquisas realizadas em museus, a literatura

aborda a questão da relação museu-escola aponta os

professores e os coordenadores pedagógicos como os

agentes que mais mobilizam, interagem e agem para

fazer com que a prática de visita a museus ou espaços

culturais afins se torne parte integrante do contexto

escolar.

Se o professor, principal agente da relação museu escola

não conhece o museu, ou quando conhece o faz por

conta própria, a parceria museu escola fica enfraquecida.

Com isso, temos professores que desconhecem uma

ferramenta importante, a qual é corroborada por todos os

principais teóricos da linha progressista.

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CONCLUSÃO

Através da análise das respostas dos questionários e da

epistemologia de Vygotsky, Piaget, Paulo Freire, Wallon e

Frenet discute-se novas formas de aprendizagem, de

forma que o estudante tenha maior oportunidade de

interação com o objeto estudado, e o professor entre

nesse processo como mediador da aprendizagem. Com

isso, percebe-se que o museu de ciência oferece grande

potencial ao estudante, uma vez que este pode aprender

de forma alegre, pois a aprendizagem passa a ter sentido,

deixando de ser algo distante da realidade do aluno.

Uma sugestão para que a parceria museu escola fosse

uma realidade, seria a inserção do tema nos cursos de

formação de professores. Afinal de contas o museu é uma

oportunidade de oferecer ao aluno, um pouco das idéias

progressistas, as quais muitas vezes ficam guardadas nos

cursos de formação, como teoria, que muitas das vezes

não são aplicadas.

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ANEXOS

QUESTIONÁRIOS DOS PROFESSORES PROFESSORA 1 Nome: Silvia Regina Paulino Disciplina que ministra aulas:Biologia/Ciências e Programa de Saúde Formado desde:1984 Tempo de experiência em sala de aula: 25 anos

1- Você já esteve em algum museu de ciência? ( X ) sim ( ) não (pule para a pergunta 5)

2- Dos museus de ciência concentrados no Rio de Janeiro, listados abaixo, marque aqueles que você já visitou. ( ) Museu Ciência e Vida (Duque de Caxias) ( X) Museu da Vida (Fiocruz) ( X) Fundação Planetário – Museu do Universo (Gávea) ( ) Centro Cultural Light (Centro) ( ) Museu de Geodivesidade (UFRJ-Fundão) ( ) Centro Cultural Saúde (Praça XV - Centro) ( ) Casa da Ciência (UFRJ - Rio Sul) ( ) Casa da Descoberta (UFF-Niterói) ( ) Espaço Ciência Interativa (Nilópolis) (X) Espaço Ciência Viva (Tijuca) ( ) Museu Ciência Exatas e da Terra (Urca) (X) Outros : Museu Nacional

3- Ao visitar o(s) museu(s) mencionado(s) na questão anterior, existe algum fato, parte da exposição ou qualquer outra atividade realizada dentro do museu, que tenha sido marcante? (X) sim ( ) não Em caso afirmativo, relate como foi essa experiência: Toda visita com alunos é sempre estimulante, principalmente quando o aluno é apresentado ao museu pela primeira vez.

4- A sua visita ao(s) museu(s) foi influenciada por alguém? (x) professor da graduação (x) familiares e/ou amigos

( ) professor do ensino médio ( ) internet ( ) professor do ensino fundamental (x) jornais e/ou revistas (x) iniciativa própria ( ) outro _______________________

5- O tema parceria museu-escola já foi abordado em alguma disciplina da sua graduação? ( ) Sim (x) Não

6- Qual é a sua opinião a respeito dessa parceria museu-escola? (x) Positiva, pois possibilita uma aprendizagem contextualizada e com novos recursos que

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( ) Negativa, pois o aluno deve fazer esses passeios em família e não com a escola. ( ) Indiferente, pois apesar de ser divertido o aluno aprende mesmo é na escola. ( ) Outro ______________________________________

PROFESSORA 2 Nome: Vanessa Guimarães Lopes Disciplina (s) que ministra aulas: Biologia Ensino Médio Formado desde: 2004 Tempo de experiência em sala de aula: 5 anos

1- Você já esteve em algum museu de ciência? ( x ) sim ( ) não (pule para a pergunta 5)

2- Dos museus de ciência concentrados no Rio de Janeiro, listados abaixo, marque aqueles que você já visitou. ( ) Museu Ciência e Vida (Duque de Caxias) ( X ) Museu da Vida (Fiocruz) ( ) Fundação Planetário – Museu do Universo (Gávea) ( x ) Centro Cultural Light (Centro) ( ) Museu de Geodivesidade (UFRJ-Fundão) ( ) Centro Cultural Saúde (Praça XV - Centro) ( ) Casa da Ciência (UFRJ - Rio Sul) ( ) Casa da Descoberta (UFF-Niterói) ( ) Espaço Ciência Interativa (Nilópolis) ( ) Espaço Ciência Viva (Tijuca) ( x ) Museu Ciência Exatas e da Terra (Urca) ( ) Outros ________________________________________________________

3- Ao visitar o(s) museu(s) mencionado(s) na questão anterior, existe algum fato, parte da exposição ou qualquer outra atividade realizada dentro do museu, que tenha sido marcante? ( ) sim (x ) não Em caso afirmativo, relate como foi essa experiência: ____________________________________________________________________________________________________________________________________

4- A sua visita ao(s) museu(s) foi influenciada por alguém? ( ) professor da graduação ( ) familiares e/ou amigos

( ) professor do ensino médio ( ) internet ( ) professor do ensino fundamental ( ) jornais e/ou revistas (x) iniciativa própria ( ) outro _______________________

5- O tema parceria museu-escola já foi abordado em alguma disciplina da sua graduação? ( ) Sim ( x ) Não

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6- Qual é a sua opinião a respeito dessa parceria museu-escola? (x ) Positiva, pois possibilita uma aprendizagem contextualizada e com novos recursos que ( ) Negativa, pois o aluno deve fazer esses passeios em família e não com a escola. ( ) Indiferente, pois apesar de ser divertido o aluno aprende mesmo é na escola. ( ) Outro ________________________________________

PROFESSORA 3 Nome:Letícia Barbosa Quesado Disciplina (s) que ministra aulas: Ciências e Biologia Formado desde: 2007 Tempo de experiência em sala de aula: 1 ano

1- Você já esteve em algum museu de ciência? (X) sim ( ) não (pule para a pergunta 5)

2- Dos museus de ciência concentrados no Rio de Janeiro, listados abaixo, marque aqueles que você já visitou. ( ) Museu Ciência e Vida (Duque de Caxias) (X) Museu da Vida (Fiocruz) (X) Fundação Planetário – Museu do Universo (Gávea) ( ) Centro Cultural Light (Centro) ( ) Museu de Geodivesidade (UFRJ-Fundão) ( ) Centro Cultural Saúde (Praça XV - Centro) (X) Casa da Ciência (UFRJ - Rio Sul) ( ) Casa da Descoberta (UFF-Niterói) ( ) Espaço Ciência Interativa (Nilópolis) ( ) Espaço Ciência Viva (Tijuca) ( ) Museu Ciência Exatas e da Terra (Urca) ( ) Outros ________________________________________________________

3- Ao visitar o(s) museu(s) mencionado(s) na questão anterior, existe algum fato, parte da exposição ou qualquer outra atividade realizada dentro do museu, que tenha sido marcante? (X) sim ( ) não Em caso afirmativo, relate como foi essa experiência: A interação com a comunidade circundante a eles.

4- A sua visita ao(s) museu(s) foi influenciada por alguém? (X) professor da graduação ( ) familiares e/ou amigos

(X) professor do ensino médio ( ) internet ( ) professor do ensino fundamental ( ) jornais e/ou revistas (X) iniciativa própria ( ) outro _______________________

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5- O tema parceria museu-escola já foi abordado em alguma disciplina da sua graduação? ( ) Sim (X) Não

6- Qual é a sua opinião a respeito dessa parceria museu-escola? (X) Positiva, pois possibilita uma aprendizagem contextualizada e com novos recursos. ( ) Negativa, pois o aluno deve fazer esses passeios em família e não com a escola. ( ) Indiferente, pois apesar de ser divertido o aluno aprende mesmo é na escola.

( ) Outro ______________________________

PROFESSOR 4 Nome: FELIPE CESAR BARROS DA ROSA Disciplina (s) que ministra aulas: CIÊNCIAS Formado desde: 2006 Tempo de experiência em sala de aula: 3 ANOS

1- Você já esteve em algum museu de ciência? ( X ) sim ( ) não (pule para a pergunta 5)

2- Dos museus de ciência concentrados no Rio de Janeiro, listados abaixo, marque aqueles que você já visitou. ( ) Museu Ciência e Vida (Duque de Caxias) ( X ) Museu da Vida (Fiocruz) ( ) Fundação Planetário – Museu do Universo (Gávea) ( ) Centro Cultural Light (Centro) ( ) Museu de Geodivesidade (UFRJ-Fundão) ( ) Centro Cultural Saúde (Praça XV - Centro) ( ) Casa da Ciência (UFRJ - Rio Sul) ( ) Casa da Descoberta (UFF-Niterói) ( ) Espaço Ciência Interativa (Nilópolis) ( ) Espaço Ciência Viva (Tijuca) ( X ) Museu Ciência Exatas e da Terra (Urca) ( ) Outros ________________________________________________________

3- Ao visitar o(s) museu(s) mencionado(s) na questão anterior, existe algum fato, parte da exposição ou qualquer outra atividade realizada dentro do museu, que tenha sido marcante? ( X ) sim ( ) não Em caso afirmativo, relate como foi essa experiência: A SEDE DOS ALUNOS DE SAIR DE SALA PARA TER UMA EXPERIÊNCIA DIFERENCIADA DE APRENDISADO.

4- A sua visita ao(s) museu(s) foi influenciada por alguém? ( ) professor da graduação ( ) familiares e/ou amigos

( ) professor do ensino médio ( ) internet ( ) professor do ensino fundamental ( ) jornais e/ou revistas ( X ) iniciativa própria ( ) outro _______________________

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5- O tema parceria museu-escola já foi abordado em alguma disciplina da sua

graduação? ( ) Sim ( X ) Não

6- Qual é a sua opinião a respeito dessa parceria museu-escola? (X ) Positiva, pois possibilita uma aprendizagem contextualizada e com novos recursos que ( ) Negativa, pois o aluno deve fazer esses passeios em família e não com a escola. ( ) Indiferente, pois apesar de ser divertido o aluno aprende mesmo é na escola.

( ) Outro __________________________________________________________ PROFESSOR 5 Nome: Gisele Amaral Disciplina (s) que ministra aulas: Ciências Formado desde: 2005 Tempo de experiência em sala de aula: 5 anos

1- Você já esteve em algum museu de ciência? (x ) sim ( ) não (pule para a pergunta 5)

2- Dos museus de ciência concentrados no Rio de Janeiro, listados abaixo, marque aqueles que você já visitou. ( ) Museu Ciência e Vida (Duque de Caxias) ( x ) Museu da Vida (Fiocruz) ( ) Fundação Planetário – Museu do Universo (Gávea) ( ) Centro Cultural Light (Centro) ( ) Museu de Geodivesidade (UFRJ-Fundão) ( ) Centro Cultural Saúde (Praça XV - Centro) ( ) Casa da Ciência (UFRJ - Rio Sul) (X ) Casa da Descoberta (UFF-Niterói) ( ) Espaço Ciência Interativa (Nilópolis) ( ) Espaço Ciência Viva (Tijuca) ( ) Museu Ciência Exatas e da Terra (Urca) ( X ) Outros: Museu Quinta da Boa Vista

3- Ao visitar o(s) museu(s) mencionado(s) na questão anterior, existe algum fato, parte da exposição ou qualquer outra atividade realizada dentro do museu, que tenha sido marcante? ( x ) sim ( ) não Em caso afirmativo, relate como foi essa experiência: Atividades lúdicas de bioquímica e genética no Museu da Vida

4- A sua visita ao(s) museu(s) foi influenciada por alguém? ( ) professor da graduação ( ) familiares e/ou amigos

( X) professor do ensino médio ( ) internet

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( X ) professor do ensino fundamental ( ) jornais e/ou revistas ( ) iniciativa própria ( ) outro _______________________

5- O tema parceria museu-escola já foi abordado em alguma disciplina da sua graduação? ( ) Sim ( X ) Não

6- Qual é a sua opinião a respeito dessa parceria museu-escola? (X ) Positiva, pois possibilita uma aprendizagem contextualizada e com novos recursos que ( ) Negativa, pois o aluno deve fazer esses passeios em família e não com a escola. ( ) Indiferente, pois apesar de ser divertido o aluno aprende mesmo é na escola.

( ) Outro _______________________ PROFESSOR 6 Nome: Daniele Kasper Disciplina (s) que ministra aulas: Elementos de Ecologia e Conservação, Diversidade dos Seres Vivos, Grandes Temas em Biologia. Formado desde: 2006 Tempo de experiência em sala de aula: 2 anos e meio

1- Você já esteve em algum museu de ciência? ( x ) sim ( ) não (pule para a pergunta 5)

2- Dos museus de ciência concentrados no Rio de Janeiro, listados abaixo, marque aqueles que você já visitou. ( ) Museu Ciência e Vida (Duque de Caxias) ( x ) Museu da Vida (Fiocruz) ( x ) Fundação Planetário – Museu do Universo (Gávea) ( ) Centro Cultural Light (Centro) ( ) Museu de Geodivesidade (UFRJ-Fundão) ( ) Centro Cultural Saúde (Praça XV - Centro) ( ) Casa da Ciência (UFRJ - Rio Sul) ( ) Casa da Descoberta (UFF-Niterói) ( ) Espaço Ciência Interativa (Nilópolis) ( ) Espaço Ciência Viva (Tijuca) ( x ) Museu Ciência Exatas e da Terra (Urca) ( ) Outros ________________________________________________________

3- Ao visitar o(s) museu(s) mencionado(s) na questão anterior, existe algum fato, parte da exposição ou qualquer outra atividade realizada dentro do museu, que tenha sido marcante? ( x ) sim ( ) não Em caso afirmativo, relate como foi essa experiência: No museu da Fiocruz achei interessante esculturas grandes que representavam células por exemplo. Esta é uma maneira de aprender vendo uma obra de arte.

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4- A sua visita ao(s) museu(s) foi influenciada por alguém? ( ) professor da graduação ( ) familiares e/ou amigos

( ) professor do ensino médio ( ) internet ( ) professor do ensino fundamental ( ) jornais e/ou revistas ( x ) iniciativa própria ( ) outro _________________

5- O tema parceria museu-escola já foi abordado em alguma disciplina da sua graduação? ( ) Sim ( x ) Não

6- Qual é a sua opinião a respeito dessa parceria museu-escola? ( x) Positiva, pois possibilita uma aprendizagem contextualizada e com novos recursos que ( ) Negativa, pois o aluno deve fazer esses passeios em família e não com a escola. ( ) Indiferente, pois apesar de ser divertido o aluno aprende mesmo é na escola.

( ) Outro _____________________