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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 16, 17 e 18 de abril de 2013 O PROCESSO DE MONITORAMENTO DAS INICIATIVAS ESTRATÉGICAS BASEADO NA ATUAÇÃO DE UM ESCRITÓRIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS Wankes Leandro Ribeiro Helber Ricardo Vieira Christiano de Souza Vieira

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Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013

O PROCESSO DE MONITORAMENTO DAS INICIATIVAS ESTRATÉGICAS BASEADO

NA ATUAÇÃO DE UM ESCRITÓRIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS

Wankes Leandro Ribeiro Helber Ricardo Vieira

Christiano de Souza Vieira

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Painel 55/211 Escritório de projetos estratégicos: priorização e monitoramento

O PROCESSO DE MONITORAMENTO DAS INICIATIVAS

ESTRATÉGICAS BASEADO NA ATUAÇÃO DE UM ESCRITÓRIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS

Wankes Leandro Ribeiro

Helber Ricardo Vieira Christiano de Souza Vieira

RESUMO Em 2012, a Defensoria Pública da União realizou um vigoroso investimento em um processo de planejamento estratégico, que culminou com a publicação do “Plano Estratégico da Defensoria Pública da União: 2012-2015”.Este processo de construçãogerou uma enorme expectativa quanto a sua operacionalização, isto é, a execução das 83 iniciativas previstas.O caminho definido para a operacionalização do Plano foi a atuação de um Escritório de Projetos.Nesse contexto, o artigo apresenta de maneira sintética o processo de elaboração do Plano, com destaque para a criação de uma nova ferramenta chamada Estrutura Analítica da Estratégia; as principais ações desenvolvidas na implantação do Escritório de Projetos no órgão, como a escolha do modelo wPMO como guia deste processo; e os benefícios obtidos pela atuação do Escritório de Projetos no processo de monitoramento e controle das iniciativas estratégicas. O artigo destaca ainda as principais questões identificadas durante a implantação do Escritório de Projetos e traça algumas considerações sobre a possibilidade de replicação da experiência em outros órgãos, devido a existência de um caso de sucesso da replicação em uma das unidades da DPU. Palavras-chave: Planejamento Estratégico, Escritório de Projetos, Estratégia, Metodologia wPMO, Estrutura Analítica da Estratégia.

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1 INTRODUÇÃO

As organizações públicas e privadas atuais estão inseridas em um

ambiente que, por sua dinamicidade, exige um constante investimento de

(re)construção de suas identidades. Com a agilidade tecnológica e os novos padrões

comportamentais de clientes e cidadãos, a necessidade de inovação e

melhoramento de produtos e serviços está entre os principais motivos que levam as

organizações a pensarem estrategicamente. No contexto da gestão pública, o

Planejamento Estratégico tem se consolidado como processo fundamental na

definição dos rumos das organizações, cada vez mais preocupadas em atender às

expectativas dos clientes-cidadãos.

A Defensoria Pública da União (DPU), instituição criada pela Constituição

de 1988, e organizada por Lei Complementar em 1994, possui como mandamento

constitucional garantir acesso a uma assistência jurídica integral e gratuita, aos que

comprovarem insuficiência de recursos financeiros para custear a busca por suas

pretensões jurídicas.

Instituição de âmbito nacional, as atribuições da Defensoria Pública da

União abrangem três eixos complementares entre si:

prestação de assistência judicial integral e gratuita, em que figurar

como parte a União ou a Administração Pública Federal;

atuação extrajudicial para resolução de conflitos via acordos, de modo

a reduzir as demandas que chegam ao Judiciário federal;

prestação de assistência jurídica preventiva e consultiva, que visa a

minimização de conflitos, contribuindo para a plena cidadania.

A Defensoria Pública da União conta hoje com 480 defensores

distribuídos em 61 unidades de atuação. A Instituição está presente em todas as

capitais, e também em diversas cidades do interior.

Muito embora seja uma Instituição com capilaridade nacional, a

Defensoria Pública da União conta com uma estrutura precária de funcionamento,

um reduzido quadro de apoio e infraestrutura física e tecnologia muitas vezes aquém

de condições mínimas de funcionamento.

Ao longo de sua curta história, e muito embora não possua autonomia

financeira e uma estrutura administrativa que lhe permita atender plenamente às

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necessidades de seu público-alvo, a Instituição vem aprimorando sua atuação junto

à sociedade, bem como suas ferramentas gerenciais. Nesse sentido, em 2012 foi

feito um vigoroso investimento em um processo de planejamento estratégico, que

culminou com a publicação do “Plano Estratégico da Defensoria Pública da União:

2012-2015” (DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, 2012).

1.1Objetivo

O objetivo do presente trabalho éapresentaro processo de monitoramento

e controle das iniciativas estratégicas baseado na atuação do Escritório de Projetos

Estratégicos da Defensoria Pública da União.

1.2 Organização do artigo

O artigo está organizado em seis seções,de modo a permitir um melhor

entendimento do contexto, da implantação e das contribuições do Escritório de

Projetos ao ciclo de gestão estratégica da DPU.

Na primeira seção, os autores trazem um panorama do contexto

institucional da Defensoria Pública da União e descrevem o processo de

Planejamento Estratégico ocorrido no órgão. Será abordada a metodologia adotada

no processo de formulação da estratégia do órgão e identificados os objetivos,

indicadores e o balanceamento das iniciativas estratégicas, visualizada a partir da

proposta dos autores de uma Estrutura Analítica da Estratégia - EAE.

Em seguida, será apresentada a conceituação elaborada porCrawford

(2001) que descreve três tipologias possíveis de Escritórios de Projetos. Neste

tópico, os autores apresentam as principais características dos Escritórios de

Controle de Projetos, dos Escritórios de Projetos de uma Unidade de Negócio e dos

Escritórios de Projetos Estratégicos.

A terceira seção inicia-se com a exposição da metodologia de

implantação utilizada para o Escritório de Projetos Estratégicos (EPE) da DPU. São

apresentadas as etapas de análise e validação das premissas gerais; constituição

de força-tarefa; identificação dos tipos de projetos existentes na organização;

estruturação e lançamento do Escritório de Projetos; ponto de controle e

consolidação.

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Uma vez compreendida a metodologia, os autores abordam o processo

de Implementação do Escritório de Projetos Estratégicos da DPU. Serão

apresentados de maneira sintética as principais ações e resultados das fases que

compreenderam a implantação dessa estrutura no órgão.

A seção seguinte apresenta o Escritório de Projetos sob a ótica de sua

contribuição na catalisação da execução, monitoramento e controle dos Projetos

Estratégicos. Os autores apresentarão os principais ganhos trazidos pela

implementação do Escritório descrevendo suas principais entregas e serviços

oferecidos.

Por fim, na conclusão, os autores compartilham as principais questões

identificadas durante a implantação do Escritório de Projetos Estratégicos e traçam

algumas considerações sobre as perspectivas da continuidade do trabalho técnico e

da pesquisa na área.

2 CONTEXTO INSTITUCIONAL: O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO

A literatura sobre planejamento e estratégia é farta, e não há uma

unicidade ou consenso entre conceitos. Para Ackoff (1982), “planejamento é a

definição de um futuro desejado e dos meios eficazes para alcançá-lo”. Quinn (apud

NOGUEIRA E MOREIRA, 1998) define que a estratégia é um padrão ou plano que

integra, de forma coesa, os principais objetivos, políticas e ações de uma

organização. Para Serra (2007), estratégia significa escolha. Essa escolha implica

numa direção e, consequentemente, num rumo. Este rumo implica numa aposta, em

um risco a ser assumido pela organização como um todo para alcançar a

recompensa desejada.

Mintzberg (2004) traz uma unificação interessante de conceitos ao afirmar

que a formação da estratégia é um processo de planejamento, idealizado ou

apoiado por planejadores, para planejar a fim de produzir planos.

No que diz respeito aos planos, segundo Steiner (apud BATAGLIA E YO,

2008), eles devem ser práticos, factuais, lógicos e realistas no estabelecimento de

objetivos, divisando meios para alcançá-los.

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A elaboração do Plano da DPU utilizou como arcabouço teórico e prático

a técnica amplamente conhecida e utilizada chamada Balanced Scorecard (BSC),

desenvolvida por Kaplan e Norton (2004), que visa descrever e implementar a

estratégia da organização.

O Plano foi construído a partir da importante participação dos Defensores

Públicos-Chefes dos órgãos de atuação da DPU nos Estados, onde se concentra

parcela significativa dos membros da Defensoria Pública da União. Nesse sentido,

diversas oficinas foram realizadas na unidade administrativa, em Brasília – sede da

gestão orçamentário-financeira, gestão de pessoas, logística e tecnologia da

informação e comunicação da DPU.

O processo de elaboração do Plano foi conduzido de modo a abrir um

espaço de reflexão coletiva e para a construção colaborativa das diretrizes

institucionais. Para garantir um alinhamento dos participantes, algumas premissas

foram adotadas ao longo do processo de planejamento, a saber:

participação do maior número possível de Defensores Públicos

Federais, das diversas unidades nos Estados;

elaboração de um planejamento com alcance temporal para além da

atual gestão, aderente ao PPA;

respeito à cultura organizacional e ao estágio atual de governança

corporativa.

No início da materialização do Plano foram realizadas oficinas temáticas,

objetivando a construção da declaração da Missão, Visão e a definição dos Valores

Organizacionais. Nessas oficinas, um diagnóstico do ambiente interno e externo da

DPU foi elaborado, utilizando-se a tradicional ferramenta Matriz SWOT, que

identifica e analisa as oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos.

Ressalta-se que a elaboração do diagnóstico foi cuidadosamente

conduzida, em face da advertência trazida por Grant, que afirma que “a falta de

consistência entre a estratégia perseguida pela empresa e os ambientes externos e

internos da organização constitui uma das principais razões para a ineficácia da

estratégia” (1998, p. 13).

Das discussões foram extraídos ainda os Objetivos institucionais, os quais

foram agrupados em um Mapa Estratégico, uma vez que, conforme Kaplan e Norton

(2004, p. 10), “o mapa estratégico fornece uma maneira uniforme e consistente de

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descrever a estratégia, que facilita a definição e o gerenciamento dos objetivos e

indicadores”.

2.1 Mapa Estratégico

Segundo Kaplan e Norton (2004), um Mapa Estratégico tem como

principal finalidade fornecer um modelo conceitual da estratégia. Nesse sentido, os

temas e objetivos estratégicos são distribuídos pelas perspectivas do Balanced

Scorecard, e as relações de causa-e-efeito são desenhadas de modo a permitir a

rápida visualização do relacionamento entre os objetivos, bem como da coerência e

coesão da estratégia.

No contexto da Defensoria Pública da União, as perspectivas distribuem-se

no mapa, de baixo para cima, da seguinte forma: Orçamento e Finanças; Pessoas,

Infraestrutura e Tecnologia; Processos Internos e Resultados Institucionais. A Figura 1

apresenta o Mapa Estratégico da Defensoria Pública da União.

Figura 1: Mapa Estratégico da Defensoria Pública da União. Fonte: DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, 2012.

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2.2 Indicadores e Iniciativas Estratégicas

Dando prosseguimento ao processo de Planejamento Estratégico, cada

Objetivo estratégico foi desdobrado em iniciativas, queapós serem consensuadas

foramcatalogadas.

Durante essa fase, foram ouvidos novamente os atores envolvidos no

processo de planejamento para estes apresentassem suas intenções de Projetos

para auxiliar o cumprimento dos objetivos estratégicos identificados e, como

consequência, da missão institucional.

Portanto, vale enfatizar que as iniciativas estratégicas são intenções de

Projetos que foram registradas no Plano Estratégico para que, de acordo com

critérios de oportunidade e conveniência da Administração, fossem gradualmente

executadas até o fim do período do Plano.

No caso do Planejamento Estratégico da Defensoria Pública da União,

foram identificadas 83 iniciativas estratégicas que evidenciaram uma forte

concentração na perspectiva dos “Processos Internos” e “Pessoas, Infraestrutura e

Tecnologia”. Essa concentração reflete a preocupação estratégica do órgão com a

estruturação dos processos de apoio à atividade fim da instituição.

Por fim, foram atribuídos indicadores de gestão para cada Objetivo

estratégico e metas foram fixadas, pois segundo Kaplan e Norton (1997), um

sistema de medição de desempenho bem construído é capaz de alinhar toda a

organização em torno da estratégia.

A comunicação dasrelações entre as perspectivas, os objetivos,

indicadores e projetos demandou a criatividade dos autores para criação de um

modelo que permitisse a compreensão global dos relacionamentos entre os

conceitos, por parte dos envolvidos. Nesse sentido, foi apresentada a Estrutura

Analítica da Estratégia.

2.3 Estrutura Analítica da Estratégia

Para retratar o produto final das oficinas, que representasse as

perspectivas do BSC, o Mapa Estratégico, os Objetivos Estratégicos, as Iniciativas e,

por fim, os indicadores, os autoresdesenvolveram uma nova e original ferramenta

chamada “Estrutura Analítica da Estratégia”, que possibilita perceber rapidamente:

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a distribuição dos Objetivos estratégicos pelas perspectivas do

Balanced Scorecard, em virtude do esquema de cores;

o balanceamento entre as Iniciativas estratégicos e seus indicadores;

o balanceamento das Iniciativas pelas perspectivas do BSC;

a importância do plano como força motriz para a adequada execução

da estratégia.

Outra função da Estrutura Analítica da Estratégiaé servir como

instrumento de apoiono processo de comunicação, liderança, execução e

monitoramento do plano. A Figura 2 apresenta a Estrutura Analítica da Estratégia,

desenvolvida pelos autores.

Figura 2: Estrutura Analítica da Estratégia. Fonte: os autores.

Projetos

Objetivos

Projetos

Indicadores

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Finalizado o processo de Planejamento, o desdobramento da estratégica

mostrou-se como um grande desafio. Diante da existência de 83 iniciativas

estratégicas e a importância de uma gestão coordenada entre os diversos projetos

existentes, conforme ampla literatura (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2013,

KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P., 2009, RIBEIRO, Wankes L, 2007, BREENE, R. T.

S.; NUNES, P. F.; SHILL, W.E., 2007), tornou-se evidente a necessidade da

instalação de um Escritório de Projetos Estratégicos.

Neste contexto, foi identificado o seguinte problema: como implantar um

Escritório de Projetos Estratégicos na DPU, baseado na literatura de gerenciamento

de projetos disponível, que tivesse a responsabilidade de catalisar a execução do

Plano Estratégico e assegurar o monitoramento, o controle e o alinhamento dos

projetos à estratégia?

A partir dos modelos de Escritórios de Projetos preconizados por

Crawford (2001), a Defensoria Pública da União definiu sua configuração de um

Escritório de Projetos Estratégicos que permitiu à organização tornar as iniciativas

estratégias em Projetos que fomentam o cumprimento do plano estratégico e

instrumentalizam a Alta Administração no acompanhamento de sua agenda

prioritária.

3 MODELOS DE ESCRITÓRIOS DE PROJETOS

Segundo Crawford (2001), existem fundamentalmente três tipos de

Escritórios de Projetos: Escritório de Controle de Projetos, Escritório de Projetos de

uma Unidade de Negócio e Escritório de Projetos Estratégico.

Estes tipos de Escritórios de Projetos tem uma relação direta com o nível

hierárquicoque ocupam na organização (CRAWFORD, 2001 apud RIBEIRO,

Wankes L., 2007, p. 18), são eles:

nível 1 - Operacional Escritório de Controle de Projetos.

nível 2 - Tático Escritório de Projetos de uma Unidade de Negócio.

nível 3 - Estratégico Escritório de Projetos Estratégico.

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O Escritório de Controle de Projetos é utilizado para controlaros projetos,

sendo responsável pela emissão de relatórios e pelo acompanhamento de

indicadores, sem influenciar a maneira como os projetos são conduzidos. Suas

funções incluem: elaborar relatórios de progresso, custos, orçamento, desempenho

e riscos; manter uma base de dados de ações históricas e lições aprendidas;

monitorar os resultados do projeto; e apoiar o Gerente de Projeto e equipe alcance

os resultados esperados.

O Escritório de Projetos de uma Unidade de Negócio éresponsável pelo

controle de projetos grandes ou de uma quantidade de projetos de uma unidade de

negócio (gestão de programa), influindo no andamento dos projetos por meio da

atuação como mentor e da definição de metodologias, técnicas, métricas e

ferramentas a serem utilizadas.Suas principais funções são, além das funções do

PMO de Nível 1: fornecer treinamento em gerenciamento de projetos; estabelecer e

verificar o cumprimento de padrões e métricas; possibilitar o alinhamento dos

projetos às estratégias do departamento; controlar e armazenar as lições aprendidas

e os relatórios gerados; definir, implementar e controlar mecanismos de controle de

mudanças; assumir o papel de mentor para projetos com problemas.

O Escritório de Projetos Estratégicos são aqueles que coordenam e

definem políticas para todos os projetos dentro da organização, gerenciando o

portfólio corporativo de projetos e prestando auxílio aos Escritórios de Nível 1 e 2, se

estes existirem. Pode-se citar como funções, além daquelas já relatadas do PMO de

Nível 1 e 2: a padronização do gerenciamento de projetos; a identificação, priorização

e seleção de projetos; o gerenciamento corporativo de recursos; a implantação e

manutenção de um sistema de informações; o alinhamento dos projetos à estratégia

corporativa; o desenvolvimento profissional dos membros do PMO.

Ressalte-se que existem diversas outras tipologias de Escritórios de

Projetos. No entanto, os autores optaram pela tipologia de Crawford (2001) por ser

intuitiva e amplamente difundida no mercado.

Considerando as especificidades da Defensoria Pública da União, a

melhor opção técnica avaliada foi a adoção do modelo de Escritório de Projetos

Estratégicos. Dentre os principais fatores que motivaram a escolha, destacam-se o

posicionamento do Escritório na estrutura organizacional e os serviços esperados

pelos clientes do Escritório.

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O Escritório de Projetos Estratégicos foi posicionado no Gabinete da

autoridade máxima da instituição. Com a responsabilidade de catalisar e monitorar a

execução das iniciativas, a expectativa da Alta Administração se concentrou na

necessidade de padronização do gerenciamento de projetos no órgão bem como na

identificação, priorização e seleção, dentre as iniciativas estratégicas, de projetos

prioritários da agenda corporativa. Por fim, também foi identificada a necessidade da

Direção no acompanhamento sistemático do desempenho dos projetos estratégicos.

4 METODOLOGIA

O processo de construção do Plano Estratégico da Defensoria Pública da

União: 2012-2015 gerou uma enorme expectativa quanto à sua operacionalização,

isto é, quantoà execução das 83 iniciativas previstas.O caminho definido para a

operacionalização do Plano Estratégico foi a atuação de um Escritório de Projetos.

Uma vez escolhido o padrão de Escritório de Projetos a ser estruturado

no órgão, a fase seguinte consistiu na identificação de uma metodologia que

permitisse uma implantação de modo sustentável que, de modo simultâneo,

atendesse às expectativas da Direção e respeitasse o nível de maturidade do órgão

e de seus colaboradores.

A metodologia escolhida foi awPMO, que foi desenvolvida por um dos

autores (Wankes Leandro Ribeiro) em sua pesquisa acadêmica para obtenção do

título de Mestre.

O modelo prevê a implantação de um Escritório de Projetos

Estratégicosem seis etapas, que descrevemos abaixo juntamente com o objetivo de

cada uma delas:

Etapa 1 - Análise e validação das premissas gerais.

Objetivo: Determinar viabilidade da implantação do EPE, baseado no

entendimento preciso do ambiente de gerenciamento de projetos.

Etapa 2 - Constituição de força-tarefa.

Objetivo: Realizar a tomada de decisão de continuar, ou não, a

implantação do Escritório de Projetos Estratégicos, baseado na análise

do relatório de viabilidade e na definição clara dos resultados

esperados da sua atuação.

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Etapa 3 - Identificação dos tipos de projetos existentes na organização.

Objetivo: Assimilar os diversos aspectos dos projetos, baseado nas

peculiaridades identificadas.

Etapa 4 - Estruturação e lançamento do Escritório de Projetos.

Objetivo: Lançar e inserir o Escritório de Projetos Estratégicos no

contexto, ou processo, de gerenciamento de projetos, baseado no

entendimento e ajuste às necessidades identificadas.

Etapa 5 - Ponto de controle.

Objetivo: Captar pontos de melhoria tanto em relação ao Escritório de

Projetos Estratégicos, como em relação ao ambiente e processos de

gerenciamento de projetos, baseado no feedback recebido e perícia

obtida com a atuação.

Etapa 6 – Consolidação.

Objetivo: Ser visto como Centro de Excelência em gerenciamento de

projetos.

A Figura 3, apresenta as etapas do modelo wPMO.

Figura 3: Etapas do Modelo wPMO de implantação de Escritórios de Projetos Estratégicos.

Fonte: RIBEIRO, Wankes L., 2007.

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Em sintonia com o objetivo central do presente artigo, que é relatar a

atuação do Escritório de Projetos Estratégicos da DPU no processo de

monitoramento das iniciativas estratégicas, descreveremos nos tópicos seguintes

como se procedeu a implantação do EPE-DPU. Será relatadoainda o processo de

transformação das iniciativas estratégicas em projetos estratégicos e os demais

serviços prestados pelo Escritório. Consolidando essas informações, será descrita a

atuação do EPE no processo de monitoramento do Plano Estratégico da Defensoria

Pública da União: 2012-2015.

4 A IMPLANTAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS DA DPU

Conforme preconizado no modelo wPMO, a primeira etapa da

implantação do EPE foi a execução da análise da estrutura organizacional e da

análise da maturidade em gerenciamento de projetos da Instituição. O questionário

para avaliação da estrutura organizacional, desenvolvido por RIBEIRO, Wankes L.

(2007), foi o instrumento utilizado para analisar a estrutura organizacional. Já para

avaliação da maturidade em gerenciamento de projetos, o questionário que serviu

como base instrumental para a análise foi aquele proposto por Kerzner (2006).

O resultado do diagnóstico da estrutura organizacional identificada na

DPU foi a chamada “matricial fraca”. A principal vantagem deste tipo de estrutura é

que já se rompeu a inércia das estruturas totalmente voltadas para as rotinas. Em

outras palavras, já há a constituição de projetos, apesar de muitas vezes ainda não

serem formalmente constituídos e com um Gerente de Projetos com autonomia. A

desvantagem deste tipo de estrutura é que a prioridade do trabalho ainda está

focada na rotina.

Com relação ao nível de maturidade em gerenciamento de projetos, foi

apurado o resultado de -1,1 (em uma escala que varia entre -6 e +6). Dito de outro

modo, a DPGU está na fase “embrionária”. Na fase “embrionária”, os coordenadores

devem reconhecer a necessidade, os benefícios e as aplicações do gerenciamento

de projetos. Somente após o entendimento e aceitação, por este nível hierárquico, é

que os benefícios do gerenciamento de projetos se tornaram visíveis e

indispensáveis à organização (KERZNER, 2007).

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Na realização da 2ª etapa, tendo em vista que a vontade de implantarum

Escritório de Projetos já havia sido manifestada pela Alta Administração, procedeu-

se a continuidade da implantação do modelo. Quanto à definição dos resultados

esperados, foram realizadas entrevistas não estruturadas com a Alta Administração

da DPU, isto é, com o Defensor Público-Geral Federal, o Subdefensor Público-Geral

Federal, o Chefe de Gabinete do Defensor Público-Geral Federal e o Coordenador-

Geral de Articulação Administrativa. O Corregedor-Geral e o Conselho Superior,

apesar fazerem parte da alta administração, não foram entrevistados por

desempenharem papel estritamente institucional.

Das entrevistas foram apurados os seguintes resultados esperados da

atuação do EPE:

Projetos estratégicos priorizados.

Projetos estratégicos estruturados.

Visão atualizada e realista do andamento dos projetos.

Durante a 3ª etapa foi realizada a análise das 83 iniciativas contidas no

Plano Estratégico da Defensoria Pública da União: 2012-2015. Desse modo, foram

levantadas informações mais específicas que permitiram identificar as áreas

responsáveis pelas inciativas, as necessidades que elas pretendiam alcançar e

também a perspectiva e os objetivos que se relacionavam com essas inciativas.

Para o atendimento à 4ª etapa, foi elaborado um documento chamado de

Modelo Operacional do Escritório de Projetos Estratégicos – MOP EPE que em seu

conteúdo descreve:

A finalidade do Escritório de Projetos Estratégicos.

Escopo de atuação.

Áreas de relacionamento.

Não escopo de atuação.

Estrutura e funcionamento.

Detalhamento dos serviços.

Detalhamento do fluxo informacional.

Atualmente, a quinta etapa está em andamento e o EPE está em pleno

funcionamento.

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5 O ESCRITÓRIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS E SEU PAPEL NO MONITORAMENTO E CONTROLE DOS PROJETOS ESTRATÉGICOS

Passaremos agora à apresentação do Escritório de Projetos sob a ótica

de sua contribuição na catalisação da execução, monitoramento e controle dos

Projetos Estratégicos. Para organização da exposição das contribuições, iremos

tratar dos seguintes assuntos:

1. Os serviços prestados pelo Escritório de Projetos Estratégicos da DPU

2. O processo de transformação das iniciativas estratégicas em projetos

estratégicos

3. A atuação do EPE no processo de monitoramento dos projetos

estratégicos da defensoria pública da união: 2012-2015

5.1 Os serviços prestados pelo Escritório de Projetos Estratégicos da DPU

Os serviços implantados no Escritório de Projetos Estratégicos da DPU

guardam estrita relação com aqueles identificados como prioritários pela Alta

Administração. O primeiro que destacamos é o estabelecimento de diretrizes e

padrões para a execução dos projetos estratégicos. Nesse caso, foram

disponibilizados padrões (templates) para a execução, monitoramento e controle

dos projetos de modo a promover o gerenciamento dos projetos de maneira

uniforme no órgão.

Outra demanda da direção contemplada pelo EPE foi o serviço de gestão

do portfólio de projetos estratégicos. Por meio desse serviço, foi possível

categorizar, avaliar, selecionar, priorizar e balancear a carteira de projetos e também

manter as informações da carteira de projetos atualizadas. Entraremos em detalhes

sobre algumas dessas etapas mais a frente.

Dentre os serviços oferecidos pelo Escritório, destaca-se a realização

decoaching aos Gerentes de Projetos. Diante da falta de experiência da maioria dos

gerentes, é possível por meio desse serviço identificar as necessidades de

desenvolvimento e aperfeiçoamento e capacitar os Gerentes de Projetos conforme

as diretrizes e os padrões estabelecidos na Metodologia de Gestão de Projetos da

DPU. Além disso, com o coaching, tem sido possível realizar ações pontuais de

desenvolvimentos das competências do Gerente de Projetos a partir do trabalho que

cada um tem desenvolvido à frente dos Projetos.

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O EPE também proporciona o monitoramento e controle centralizados dos

projetos por meio do registro do desempenho (escopo, tempo, custo e qualidade)

dos projetos; do registro, análise e implementação de ações associadas às questões

como problemas e riscos inerentes à execução; o gerenciamento das mudanças.

A Figura 4 representa os Serviços disponibilizados pelo EPE.

Figura 4: Organização do EPE – serviços disponibilizados. Fonte: ESCRITÓRIO DE PROJETOS ESTRATÉGICOS, 2013.

Como consequência desses serviços, percebe-se um gradual aumento no

nível de maturidade organizacional em gerenciamento de projetos, tanto por parte

dos gestores como da própria organização.

5.2 O processo de transformação das iniciativas estratégicas em projetos estratégicos

As iniciativas estratégicas podem se desdobrar em projetos ou

programas. No caso da DPU, optou-se por desdobrar todas as iniciativas

necessariamente em projetos, independentemente do seu porte ou complexidade.

No entanto, dado o contexto orçamentário e de recursos humanos,

materiais e de infraestrutura, é impossível a execução simultânea de 83 projetos.

Após uma série de estudos, simulações e debates, chegou-se a um rol de quinze

projetos que a DPU seria capaz de realizar em 2013.

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Em tempo, ressalte-se que o período de vigência do Plano Estratégico da

DPU é de 2012 a 2015, em que pese sua conclusão ter se dado ao final de 2012. Ou

seja, a execução de quinze projetos em 2013 resultará no saldo de 68 projetos para

serem realizados em 2014 e 2015. Com relação ao saldo de 68 projetos para os dois

anos restantes, há a necessidade de se levar em consideração dois aspectos:

primeiro, que a realização de quinze projetos em 2013 aumentará o nível de

maturidade em gerenciamento de projetos e consequentemente a capacidade de

realização de um maior volume de projetos; segundo, que está prevista a revisão

anual do Plano Estratégico, podendo, na revisão a ser realizada ao final de 2013,

projetos (iniciativas) serem excluídos, por mudança no ambiente ou simples decisão

da Alta Administração.

No âmbito da linha de serviço de Gestão do portfólio de projetos

estratégicos, o EPE concebeu e obteve aprovação a três critérios de seleção de

projetos, subdivididos em treze subcritérios, conforme quadro abaixo.

Critério de seleção de

projetos Subcritério de seleção de projetos

Alinhamento Estratégico

Contribuição ao RESULTADO Estratégico: Atuação

institucional e Qualidade da assistência jurídica gratuita

Contribuição ao RESULTADO Estratégico: Comunicação e

relacionamento; Eficiência e eficácia operacional; e Gestão

da informação

Contribuição ao RESULTADO Estratégico: Gestão de

pessoas; Infraestrutura organizacional e de tecnologia da

informação e comunicação

Contribuição ao RESULTADO Estratégico: Gestão

orçamentária e financeira

Listado no PPA

Demanda da alta administração

Sustentabilidade da iniciativa

Situação de implementação

Prazo de implementação

Orçamento para realizar o projeto

Capacidade organizacional

Equipe para realizar o projeto

Aquisição

Envolvimento de unidades

Complexidade

Quadro 1:Critérios de priorização dos projetos. Fonte: os autores.

Page 19: O PROCESSO DE MONITORAMENTO DAS INICIATIVAS … · processo de monitoramento e controle das iniciativas estratégicas. ... contribuição na catalisação da execução, monitoramento

19

Cada critério e respectivo subcritério recebeu um peso, conforme

entendimento da Alta Administração e cada iniciativa estratégica foi avaliada,

resultando em notas.

Posteriormente, a iniciativas foram ordenadas da maior para a menor nota

e, conforme estabelecido, as quinze primeiras iniciativas(projetos) foram selecionadas.

O EPE também estabeleceu quatro cestas estratégicas, coincidentes com

as perspectivas do Mapa Estratégico da DPU, por uma questão de simplicidade. As

cestas estratégicas visamà categorização dos projetos e o balanceamento da

carteira. Dessa forma, os quinze projetos foram balanceados e ficou evidente a

tendência à perspectiva de Pessoas, Infraestrutura e Tecnologia (40%), seguido

pelos Resultados Institucionais (33%).

5.3A atuação do EPEno processo de monitoramento dos projetos estratégicos da defensoria pública da união: 2012-2015

O processo de monitoramento do Plano Estratégico ocorre

concomitantemente ao processo de execução.Como já explanado nesse artigo, a

execução do Plano Estratégico da DPU se beneficiou com a materialização de 15

Projetos Estratégicos que contribuem diretamente para o atingimento dos objetivos

do Plano.

Por sua vez, o monitoramento do Plano Estratégico, se dá diretamente

também pelo monitoramento da execução desses quinze Projetos Estratégicos.

O EPE estabeleceu na Metodologia de Gerenciamento de Projetos que o

monitoramento dos projetos ocorrerá mensalmente nas Reuniões de

Acompanhamento Estratégico (RAEs), onde é apresentado o Relatório Consolidado

de Acompanhamento dos Projetos (RCP).

No Relatório de Acompanhamento de cada Projeto há o tratamento de

riscos e problemas, com a respectiva identificação, qualificação e planificação de

respostas. Além disso, se for o caso, foi previsto a formalização das solicitações de

mudança e a respectiva aprovação nas RAEs, somente das mudanças

relacionadasà data-final do projeto e aos resultados esperados.

Nesse contexto, especificamente em relação ao monitoramento do Plano

Estratégico da DPU, o EPE atua:

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20

No apoio aos Gerentes de Projetos na elaboração dos Relatórios de

Acompanhamento dos Projetos (RAPs).

Na análise e no escalonamento dos riscos e problemas de maior

criticidade.

Na análise e no escalonamento das mudanças relacionadas à data-

final do projeto e aos Resultados esperados.

Na elaboração do Relatório Consolidado de Acompanhamento dos

Projetos (RCP).

Na Coordenação das Reuniões de Acompanhamento Estratégico

(RAEs).

Além disso, o EPE atua sob demanda junto aos projetos, realizando

consultorias no gerenciamento dos projetos, no período entre as RAEs.

Ao realizar todas essas ações o EPE está cumprindo com a sua

finalidade, que é “Catalisar a execução e assegurar o monitoramento, o controle e o

alinhamento dos projetos à estratégia da DPU” (ESCRITÓRIO DE PROJETOS

ESTRATÉGICOS, 2013).

Pela atuação do EPE no monitoramento do Plano Estratégico da DPU já

foi possível apurar os seguintes resultados:

Identificação realista, em termos quantitativos e prazo, do cumprimento

das iniciativas estratégicas.

Concretização das iniciativas e acompanhamento deste processo.

Identificação do impacto de mudanças no ambiente externo da DPU na

conclusão das iniciativas estratégicas.

Possibilidade de projeções de situações futuras mais realistas e a

consequente melhora no processo de tomada de decisão.

Maior confiança por parte da Alta Administração para assumir

compromissos relacionados às iniciativas estratégicas junto a

importantes stakeholders da DPU, como por exemplo: Ministério da

Justiça, Presidência da República, Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão, Poder Judiciário, Tribunal de Contas da União

e imprensa.

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Em síntese, a atuação do EPE fomentou a seleção das quinze iniciativas

estratégicas mais relevantes para realização em 2013 e possibilitou a materialização

dos respectivos projetos para atendê-las. Ao fazer isso, contribui de forma

significativa para alavancar e monitorar o alcance dos objetivos estabelecidos no

Plano Estratégico da Defensoria Pública da União.

6 CONCLUSÕES E CONTRIBUIÇÕES

Considerando o ciclo de gestão estratégica, é durante a execução que

parece residir o caminho crítico do sucesso ou fracasso do cumprimento dos

objetivos. A Defensoria Pública da União iniciou seu ciclo de gestão estratégica com

a elaboração de um Plano que contou com significativa participação dos

colaboradores do órgão.

A identificação da missão, visão, valores, objetivos e metas estratégicas

tem o seu valor simbólico no direcionamento dos esforços da instituição rumo ao

cumprimento de seu mandato comum.

Com a Estrutura Analítica da Estratégia, permitiu-se de maneira simples e

direta a percepção da distribuição dos objetivos estratégicos pelas perspectivas do

Balanced Scorecard, em virtude do esquema de cores;o balanceamento entre os

objetivos estratégicos e seus indicadores;o balanceamento dos projetos pelas

perspectivas do BSC e a importância do plano como força motriz para a adequada

execução da estratégia.

Seu uso permite indicar “a parte da estratégia” que é de responsabilidade

dessa ou daquela equipe, mediante a identificação dos “ramos” que estão sob sua

gestão. Dessa forma, a ferramenta vem apoiar o processo de comunicação,

liderança e execução do plano, ao traduzir a estratégia da organização e relaciona-la

ao que é monitorado em seus processos de trabalho e projetos, motivando o

desempenho para o alcance das metas e resultados institucionais.

Entretanto, o sucesso do Plano não se amparará apenas no campo

conceitual, o que faz com que o desdobramento das iniciativas estratégicas assuma

um papel crucial na manutenção do vigor do propósito desse instrumento.

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A implantação do Escritório de Projetos Estratégicos por meio do modelo

wPMO permitiu uma estruturação rápida e perfeitamente alinhada às necessidades

da DPU, tanto pelo roteiro e disponibilização de instrumentos, como pelo

mapeamento do ambiente e identificação dos resultados esperados pela atuação do

Escritório de Projetos, nas etapas iniciais.Assim, em um curto espaço de tempo, foi

possível transformar intenções em Projetos concretos, capazes de manter vivo o

Plano Estratégico em todo o órgão.

O sucesso do papel do EPE no seu relacionamento com o Plano

Estratégico pode ser atribuído em grande parte às escolhas realizadas para a

implantação do Escritório, que respeitaram e se alinharam mais ao nível de

maturidade do órgão e de seus colaboradores do que ao rigor metodológico muitas

vezes mal interpretado durante a implantação de Escritórios de Projetos nas

organizações.

Em síntese, o Escritório de Projetos Estratégicos da DPU permitiu à

Instituição:

Estabelecer um padrão para comparar e monitorar os projetos, por

meio da Metodologia deGerenciamento de Projetos da DPU.

Priorizar e selecionarintenções para serem transformadas em projetos,

por meio de critérios objetivos.

Compor e balancear uma carteira de projetos estratégicos, por meio

das cestas estratégicas.

Formar agentes de transformação organizacional, por meio da

capacitaçãodos Gerentes dos Projetos - contratação de curso externo

de Práticas de Gerenciamento de Projetos conforme o PMBOK® e

coaching junto aos Gerentes dos Projetos para a abertura e o

planejamento dos quinze Projetos Estratégicos.

Evoluir a estrutura organizacional – de estrutura matricial fraca para

matricial equilibrada, por meio da formalização do papel do Gerente de

Projetos.

Amadurecer o nível de maturidade da instituição no gerenciamento de

projetos, por meio da formalização dos projetos e dos pontos de

controle (RAEs).

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Realizar uma transformação organizacional planejada e consistente,

por meio dos resultados alcançados pelos projetos e pelo

monitoramento e controle mensal nas RAEs.

Melhorar as condições da tomada de decisãopela Alta Administração,

por meio da visão integrada e realista do andamento dos projetos

estratégicos (manutenção da carteira de projetos pelo EPE).

Em todo ciclo de Planejamento Estratégico, a equipe técnica responsável

pela condução do Planejamento Estratégico da Defensoria Pública da União tem

adotado como princípio a concepção e implantação de modelos

simplificados,customizados e aderentes às necessidades do órgão.Esse princípio

que norteia as ações dos técnicos durante a condução do processo vai desde a

formulação estratégica, passando pela definição de indicadores, seleção e

priorização dos projetos estratégicos, implantação de um PMO, chegando à

realização periódica de reuniões de acompanhamento estratégico.

Um exemplo prático deste princípio é a Metodologia de Gerenciamento de

Projetos que tem somente cinco documentos e dez processos.

Além da iniciativa no Órgão Nacional, recentemente as técnicas aqui

descritas foram aplicadas na Defensoria Pública da União em Goiás, que

apresentava um nível de maturidade ainda mais incipiente quando em contraponto

com o órgão nacional.

Essas experiênciastêm embasado ainda mais a convicção dos autores de

que o modelo que vem sendo implantado na Defensoria Pública da União pode vir a

ser replicado em outras organizações, mesmo naquelasque não iniciaram ou estão

em estágios iniciais em termos de práticas de gestão estratégica.

Por fim, enfatizamos o papel doEscritório de Projetos Estratégicos que,

concebido e implantado dentro da metodologia apresentada, mostra-se como um

caminho prático e seguro no apoio à concretização de Planos Estratégicos,

especificamente no que tange à sua execução emonitoramento.

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AUTORIA

Wankes Leandro Ribeiro – Defensoria Pública da União.

Endereço eletrônico: [email protected] / [email protected]

Helber Ricardo Vieira – Defensoria Pública da União.

Endereço eletrônico: [email protected], [email protected]

Christiano de Souza Vieira – Tribunal Regional Eleitoral de Goiás.

Endereço eletrônico: [email protected]