o princípio da preclusão no código de processo civil

16
1 DEPARTAMENTO DE DIREITO Mestrado em Ciências Jurídicas O PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Trabalho apresentado no âmbito do programa da unidade curricular Seminário de Investigação de Direito Processual Civil Mestranda: Mónica Isabel Fonseca Sequeira Lima N.º 20100598 Orientadora: Juíza Desembargadora Fátima Galante LISBOA Maio de 2011

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Trabalho elaborado no âmbito da unidade curricular de Seminário de Investigação de Direito Processual Civil, leccionado pela Juíza Desembargadora Fátima Galante. Concluído a 09 de Maio de 2011.

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Mestrado em Ciências Jurídicas

O PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO

NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Trabalho apresentado no âmbito do programa da unidade curricular

Seminário de Investigação de Direito Processual Civil

Mestranda:

Mónica Isabel Fonseca Sequeira Lima

N.º 20100598

Orientadora: Juíza Desembargadora Fátima Galante

LISBOA

Maio de 2011

2

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 3

1. GENERALIDADES ..................................................................................................... 4

1.1. Noção .................................................................................................................... 4

1.2. Sistema de liberdade das deduções vs. Sistema de preclusão das deduções ........ 4

1.3. Princípio da preclusão e Princípio da concentração da defesa. ............................ 5

2. O PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ................. 7

2.1. Contestação ........................................................................................................... 7

2.1.1. Concentração da defesa na contestação ...................................................... 7

2.1.2. Excepções à preclusão da defesa na contestação ........................................ 8

2.2. A importância da prática de actos dentro do prazo legal ...................................... 9

2.2.1. Prorrogação do prazo por acordo das partes ............................................. 10

2.2.2. Prorrogação automática do prazo (por força da lei) ................................. 10

2.3. Justo Impedimento .............................................................................................. 11

2.4. Alegação de matéria de facto após a fase dos articulados .................................. 12

2.5. Provas .................................................................................................................. 12

2.6. Outras Manifestações do princípio da preclusão ................................................ 13

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 14

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 15

3

INTRODUÇÃO

O princípio da preclusão consiste na “impossibilidade de impugnar uma decisão

judicial, por via de recurso ou de reclamação, por terem já decorrido os respectivos

prazos ou por se terem esgotado os recursos que a lei admitia”.1 Pretende-se com este

trabalho verificar a consagração deste princípio no Código de Processo Civil português

de hoje, ao localizar nessa mesma lei as suas principais manifestações e excepções.

Este trabalho diferencia sumariamente o sistema de liberdade das deduções do

sistema de preclusão das deduções, assim como opõe o princípio da preclusão ao da

concentração da defesa. Enquadra também o princípio da preclusão no actual Código de

Processo Civil português, demonstrando várias das suas manifestações e

correspondentes excepções, desde a contestação, passando pela importância da prática

de actos dentro do prazo legal, justo impedimento, alegação de matéria de facto após a

fase dos articulados, e provas.

Para a necessária fundamentação conceptual e teórica utilizou-se a Pesquisa

Bibliográfica e a Pesquisa Documental.

1 PRECLUSÃO. In PRATA, Ana – Dicionário Jurídico. [Em linha]. [Consult. 01 Abr. 2011]. Disponível

em WWW: http://bdjur.almedina.net.

4

1. GENERALIDADES

1.1. Noção

Em regra, cada ciclo processual possui uma finalidade própria, formando um

compartimento estanque. Quando rígido, os actos, como as alegações de factos ou os

meios de prova, que não tenham lugar no ciclo próprio ficam precludidos.2 Por outras

palavras, “a parte deve praticar os actos processuais com a oportunidade devida, ou seja,

em fases e em tempo considerados próprios pela lei, sob pena de, ou perder o direito ou

a faculdade de os praticar mais tarde ou de, podendo embora ainda fazê-lo em

condicionalismo mais tardio, ser onerada com determinadas consequências

desvantajosas, de tipo sancionatório” (como a imposição de uma multa).3

Assim, ultrapassada uma certa fase ou ciclo processuais ou excedido um

determinado prazo fixado na lei ou determinado pelo juiz, extingue-se o direito de

praticar o acto.4

1.2. Sistema de liberdade das deduções vs. Sistema de preclusão das deduções

No processo civil, neste aspecto, existem dois sistemas principais, o de liberdade

das deduções, através do qual o interesse fundamental do processo reside no triunfo da

verdade, e o sistema de preclusão rígida, cujo interesse fundamental se deposita na

disciplina do processo.

Embora o interesse da verdade deva prevalecer sobre o da disciplina, o certo é

que o sistema de liberdade das deduções, ao fornecer às partes a oportunidade de

apresentar as suas razões, argumentos, provas, meios de ataque e de defesa em qualquer

altura e sem qualquer tipo de fiscalização, tende a conduzir a situações perversas e

adúlteras, não servindo o interesse da verdade, quanto mais o da justiça. Isto porque

cada uma das partes ocultava até ao último momento os seus trunfos, ainda que os

possuísse desde o início, para no fim lançar a confusão com a sua apresentação, assim

se instalando a dilação e a má fé processual.5

Este sistema foi substituído pelo da preclusão, que concebe duas formas:

preclusão rígida e a preclusão temperada e maleável.

2 Cf. ANDRADE, Manuel A. Domingues – Noções Elementares de Processo Civil. Coimbra: Coimbra

Editora, 1979. p. 382. 3 BATISTA, J. Pereira – Reforma do Processo Civil: princípios fundamentais. Lisboa: Lex, 1997. p. 54.

4 Cf. MARQUES, J. P. Remédio – Acção Declarativa à Luz do Código Revisto. 2.ª ed. Coimbra: Coimbra

Editora, 2009. p. 201. 5 Cf. RANGEL, Rui Manuel de Freitas; MARTINS, José Bernardo Santos – Princípios Fundamentais do

Processo Civil Declaratório. Lisboa: Danúbio, 1980. p. 69-70.

5

No sistema de preclusão rígida, a possibilidade das partes aduzirem quaisquer

provas ou pretensões expira com o prazo fixado legalmente,6 o que não é o mais

adequado. A preclusão não deve prejudicar as deduções supervenientes (arts. 506.º e

507.º do Código de Processo Civil).7

A lei processual portuguesa consagrou o sistema de preclusão temperada e

maleável. Para Manuel de Andrade, uma das mais importantes consequências deste

sistema/princípio é que, “devendo os fundamentos da acção ou da defesa ser formulados

todos de uma vez num certo momento, a parte terá de deduzir uns a título principal e

outros in eventu – a título subsidiário para a hipótese de não serem atendidos os

formulados em primeira linha.”8 Como a preclusão procura garantir que a lide se

desenvolva de forma franca e leal, surgem, para garantir esse objectivo, as deduções

supervenientes.9 É igualmente vantajoso para a celeridade do processo, podendo, porém

contribuir para a “complicação e multiplicação inicial das defesas, porque as partes, por

excesso de prudência, podem ser induzidas a excogitar desde o início do processo um

imponente aparato de deduções, no qual as razões mais sólidas sejam postas no mesmo

feixe com os mais subtis virtuosismos curialescos”.10

1.3. Princípio da preclusão e Princípio da concentração da defesa.

Autores como Pais de Amaral11

equiparam o princípio da preclusão ao da

concentração da defesa, citando para o efeito o art. 489.º, n.º 1, segundo o qual o réu

deve concentrar toda a sua defesa na contestação.

Já Remédio Marques12

é um dos autores que os diferencia. Considera serem, em

regra, princípios relativos à prossecução processual, segundo os quais importa

compreender como se conforma o objecto do processo (pedido e causa de pedir) e “têm

lugar os ciclos ou as fases que se inserem na sequência de actos ou de procedimentos”.

Embora considere difícil a autonomização, também Martins Leitão13

se inclina para a

6 RANGEL/MARTINS, op. cit., p. 70.

7 SOARES, Fernando Luso – Tópicos e Sumários de Processo Civil. Lisboa: edição do autor, 1991. Vol.

I. p. 148. Doravante, toda a legislação citada será o Código de Processo Civil, sem prejuízo de indicação

em contrário. 8 ANDRADE, op. cit., p. 382.

9 RANGEL/MARTINS, op. cit., p. 70.

10 CALAMANDREI apud ANDRADE, op. cit., p. 383.

11 Cf. AMARAL, Jorge Augusto Pais de – Direito Processual Civil. 8.ª ed. Coimbra: Almedina, 2009. p.

221. 12

MARQUES, op. cit., p. 196. 13

“Dizer que a defesa fica precludida após a apresentação da contestação, será afirmar, por outra forma,

que a defesa se deve concentrar na contestação”. LEITÃO, Helder Martins – Dos Princípios Básicos em

Processo Civil. 2.ª ed., rev., aument. e actual. Porto: Almeida & Leitão, 1998. (Nova Vademecum; 23). p.

97.

6

destrinça destes dois princípios, que se justifica pela sua base diversa e por serem

diferentes os fins prosseguidos.

Segundo Remédio Marques, o princípio da concentração pretende uma

prossecução o mais unitária e continuada possível no que aos actos processuais diz

respeito. Actos esses que se devem desenvolver concertadamente no espaço

(concentração espacial) e no tempo (concentração temporal). Em sentido estrito, a

concentração é mais fecunda na fase da instrução e da audiência de discussão e

julgamento (daí que possa ser igualmente incluída nos princípios processuais relativos

à prova). Daí que a audiência de discussão e julgamento deva prosseguir sem

interrupção, no mesmo dia ou nos dias imediatos (art. 656.º, n.º 2 e 3).14

14

MARQUES, op. cit., p. 206.

7

2. O PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

2.1. Contestação

2.1.1. Concentração da defesa na contestação

A lei estabelece a regra da concentração de toda a defesa na contestação, nos

termos da primeira parte do n.º 1 do art. 489.º, exceptuados os incidentes que a dita lei

mande deduzir em separado (art. 489.º, n.º 1, in fine). Assim, o réu tem que deduzir na

contestação todos os meios de defesa directa ou indirecta de que disponha contra a

pretensão formulada, ao invés de invocar primeiro as excepções dilatórias para só mais

tarde impugnar os factos ou o efeito jurídico pretendido pelo autor e alegar as

excepções peremptórias.15

“Os factos que não forem alegados dentro do prazo para

apresentação da defesa já o não poderão ser”, ficando precludida a sua invocação em

momento posterior. E se esses factos fossem considerados na fundamentação da

decisão, tal constituiria um vício que conduziria à nulidade da sentença por excesso de

pronúncia (art. 668.º, n.º 1, al. d), in fine).16

Desta forma, obriga-se o réu a agir de boa fé, levando-o a “individualizar a

acção e expor as razões de facto e de direito por que se opõe à pretensão do autor,

especificando separadamente as excepções que deduza” (art. 488.º). Pela mesma razão

se obriga o réu a distinguir a defesa por impugnação da defesa de excepção. O autor só

poderá responder à matéria da excepção (art. 502.º, n.º 1), sendo que da falta de resposta

resultarão as consequências do art. 505.º e 490.º.17

Findo o prazo legal para contestar, produzem-se inapelavelmente os efeitos da

revelia, mesmo que tal implique a confissão dos factos articulados pelo autor na petição,

da mesma forma que, findo o prazo para interposição de recurso, os efeitos do caso

julgado são imediatos e irremediáveis.18

15

VARELA, Antunes; BEZERRA, J. Miguel; NORA, Sampaio e – Manual de Processo Civil. 2.ª ed. rev.

e actual. Coimbra: Coimbra Editora, 1985. p. 310. Pretende-se assim obrigar o réu a agir de boa fé. Cf.

AMARAL, op. cit., p. 222. 16

AMARAL, op. cit., p. 221-222. “O princípio da concentração da defesa na contestação obsta a que o

reú venha alegar, depois da contestação, factos então não alegados.”, cf. ACÓRDÃO do Supremo

Tribunal de Justiça, de 03.02.2011, proc. 29/04.0TBBRSD.P1.S1 (Maria dos Prazeres Pizarro Beleza)

[Em linha]. [Consult. 09 Maio 2011]. Disponível em WWW: http://www.dgsi.pt/. 17

AMARAL, op. cit., p. 222. 18

Nas acções com processo ordinário, o prazo para contestar é de 30 dias, nos termos do art. 486.º, n.º 1

CPC. GERALDES, António Santos Abrantes – Temas da Reforma do Processo Civil. 2.ª ed. rev. e actual.

Coimbra: Almedina, 1999. Vol. 1. p. 84. Neste sentido, quanto aos efeitos da revelia: MARQUES, op.

cit., p. 201.

8

2.1.2. Excepções à preclusão da defesa na contestação

O art. 489.º, n.º 1, in fine, e n.º 2 estabelecem excepções à regra da concentração

da defesa na contestação. Existem meios de defesa antecipada, separada e diferida.

2.1.2.1. Defesa Antecipada

Os meios de defesa antecipada consistem naqueles que devem ser deduzidos

antes do decurso do prazo concedido para a contestação (art. 489, n.º 1 , in fine). Entre

eles encontram-se a arguição da nulidade da citação (arts. 198.º, n.º 2 e art. 153.º).19

2.1.2.2. Defesa separada (ou em separado)

Consiste nos meios de defesa que devem ser deduzidos fora da contestação (art.

489.º, n.º 1, in fine). É o caso da dedução da suspeição do juiz, cujo requerimento é

autuado por apenso (e concluso ao juiz recusado para responder) no prazo concedido ao

réu para a contestação (arts. 128.º, n.º 1, in fine, e 129.º, n.º 1).20

2.1.2.3. Defesa diferida

De acordo com o n.º 2 do art. 489.º, após a contestação, o réu pode apresentar a

sua defesa quando alegar factos supervenientes, quando a lei a admita expressamente ou

quando as questões sejam de conhecimento oficioso.21

Factos supervenientes são factos constitutivos, modificativos ou extintivos do

direito que ocorrem posterior (facto superveniente objectivo) ou anteriormente (facto

superveniente subjectivo) ao termo do prazo fixado para a contestação. Contudo, o réu

apenas tomou conhecimento desses factos após o término do prazo (art. 506.º, n.º 2).22

Tais factos podem ser deduzidos pela parte a quem aproveitem em articulado posterior

ou em novo articulado até ao encerramento da discussão (art. 506.º, n.º 1),23

devendo ser

atendidos de acordo com o critério fixado no art. 663.º.24

Encontramos ainda vários exemplos nos quais a lei admite expressamente a

dedução da defesa após a contestação, como sucede com o impedimento do juiz (art.

123.º. n.º 1), com a arguição da excepção de incompetência absoluta do tribunal (art.

102.º) e de nulidades a que se refere o art. 204.º, n.º 2, nomeadamente da falta de citação

do réu ou do Ministério Público enquanto parte principal, assim como a falta de vista ou

19

VARELA/BEZERRA/NORA, op. cit., p. 312. 20

Cf. AMARAL, op. cit., p. 222. 21

AMARAL, op. cit., p. 223. 22

AMARAL, op. cit., p. 223; FREITAS, José Lebre – A Acção Declarativa Comum: à luz do Código

revisto. Coimbra: Coimbra Editora, 2000. p. 84-85; VARELA/BEZERRA/NORA, op. cit., p. 312-313. 23

AMARAL, op. cit., p. 223. 24

VARELA/BEZERRA/NORA, op. cit., p. 313.

9

exame ao Ministério Público (não sanada), nos casos em que deva intervir como parte

acessória (arts. 194.º e 200.º).25

O réu pode ainda apresentar, após a contestação, os meios de defesa de que o

tribunal pode conhecer oficiosamente (e que Antunes Varela apelida de defesa

retardável). Como é permitido ao tribunal conhecer desses factos ex officio, em

qualquer momento (como sucede com as excepções dilatórias dos arts. 494.º e 495.º,

sem prejuízo do disposto nos arts. 664.º e 264.º; assim como a incapacidade judiciária e

a excepção dilatória relacionada com a falta ou irregularidade de patrocínio oficioso,

nos termos do arts. 24.º e 40.º), também ao réu é facultada a possibilidade de os invocar

em momento posterior ao termo do prazo para a contestação (art. 660.º, n.º 2). Para

Antunes Varela, a alegação tardia do facto pode ser considerada litigância de má fé (art.

456.º).26

2.2. A importância da prática de actos dentro do prazo legal

As partes têm de praticar certos actos dentro de prazos peremptórios, isto é,

prazos cujo decurso extingue automaticamente a possibilidade ou o direito de praticar o

acto (art. 145.º, n.º 3),27

a não ser que estejam de acordo quanto à prorrogação do prazo

(art. 147.º, n.º 2) ou quando a lei determine tal prorrogação (art. 486.º, n.ºs 4 e 5,

quanto aos prazos para contestar, e art. 504.º, para a apresentação de outros

articulados).28

A prática de um acto fora do prazo e que não se inclua em qualquer um dos

casos previstos nos arts. 145.º a 147.º determina que a secretaria não junte ao processo o

expediente, submetendo-o antes à apreciação prévia do juiz (art. 166.º, n.º 2).29

25

Cf. AMARAL, op. cit., p. 223; VARELA/BEZERRA/NORA, op. cit., p. 313; MARQUES, op. cit., p.

201. 26

Cf. AMARAL, op. cit., p. 223; BATISTA, op. cit., p. 55; VARELA/BEZERRA/NORA, op. cit., p.

313-314. 27

FREITAS, José Lebre de – Introdução ao Processo Civil: Conceitos e Princípios Gerais. 2.ª ed.

Coimbra: Coimbra Editora, 2009. p. 160. Prazo é o “período de tempo dentro do qual um acto pode ser

realizado (prazo peremptório, conclusivo, preclusivo ou resolutivo) ou a partir do qual um outro prazo

começou a correr (prazo dilatório ou suspensivo)”, de acordo com os n.ºs 1 a 3 do art. 145.º.

VARELA/BEZERRA/NORA, op. cit., p. 63. 28

GERALDES, op. cit., p. 83. 29

GERALDES, op. cit., p. 83-84. “Sendo o rol de testemunhas apresentado quando o prazo legal já se

esgotara, com requerimento em que se pede a notificação da parte contrária da apresentação desse rol

para, querendo, invocar a correspondente nulidade, deve esse requerimento ser de imediato indeferido,

com fundamento na apresentação tardia daquele rol.”, cf. ACÓRDÃO do Tribunal da Relação de

Coimbra, de 18.09.1990. Boletim do Ministério da Justiça. ISSN 0870-337X. N.º 399 (Out. 1990), p. 595.

Baltasar Coelho defende que a apresentação de uma contestação fora de prazo constitui uma nulidade de

conhecimento oficioso pelo tribunal, ainda que o autor não a suscite. Cf. COELHO, Alberto Baltasar –

Apresentação da contestação fora de prazo: sua natureza e efeitos. Revista dos Tribunais. Porto: [s. l.].

Ano 91, n.º 1882 (Jun. 1973), p. 243-255.

10

Se, nos termos do art. 145.º, n.º 3, o direito de praticar o acto se extingue30

automaticamente (e sem necessidade de declaração judicial), a prática do acto fora do

prazo não produz efeitos, sendo inútil e, como tal, inadmissível (art. 137.º). Tal

ineficácia não depende, como no regime das nulidades secundárias, de reclamação dos

interessados, operando automaticamente. O tribunal pode, excepcionalmente, validar o

acto levado a efeito após o decurso do prazo extintivo, se a parte alegar justo

impedimento e oferecer a respectiva prova assim que cesse a causa impeditiva (arts.

145.º, n.º 4 e 146.º) ou se esta praticar o acto dentro dos três primeiros dias subsequentes

ao termo do prazo e pagar uma multa (art. 145.º, n.º 5 e 6)31

- o que constitui uma

limitação ao princípio da preclusão.

2.2.1. Prorrogação do prazo por acordo das partes

O n.º 2 do art. 147.º prevê a possibilidade de as partes acordarem na prorrogação

do prazo processual legalmente estabelecido, assim se ultrapassando o obstáculo que o

n.º 3 do art. 145.º coloca à prática de actos fora de prazo. Sabemos que são os seus

mandatários, e não as próprias partes, que coordenam o desenrolar do processo, pelo

que se o referido acordo fosse repetido ao longo de todo o processo colocar-se-ia em

causa a sua celeridade32

– daí que só se possa lançar mão deste tipo de prorrogação uma

única vez e por período igual ao primitivo (art. 147.º, n.º 2).33

2.2.2. Prorrogação automática do prazo (por força da lei)

Vimos que é possível, independentemente de justo impedimento, a prática de um

acto nos três dias subsequentes ao termo do prazo extintivo, nos termos do art. 145.º, n.º

5, cuja validade fica condicionada pelo pagamento imediato de uma multa.34

Consoante

o acto tenha sido praticado no primeiro, segundo ou terceiro dia, a multa é fixada em,

respectivamente, 10%, 25% ou 40% da taxa de justiça correspondente ao acto ou

processo, com um limite máximo de ½, três ou sete unidades de conta (alíneas a) a c) do

art. 145.º, n.º 5).

Se o acto for praticado sem o pagamento imediato da multa, a secretaria, ao

verificar essa falta, notifica o interessado para a pagar com uma penalização de 25%

sobre o valor da multa, tratando-se de acto de mandatário (art. 145.º, n.º 6) – isto

30

GERALDES, op.cit., p. 83. 31

Cf. ACÓRDÃO do Supremo Tribunal de Justiça, de 05.05.1994, recurso n.º 83651. Colectânea de

Jurisprudência: Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça. Coimbra: Palácio da Justiça. ISSN 0870-

7979. Ano II, Tomo III (1996), p. 32. 32

GERALDES, op. cit., p. 84. 33

FREITAS, Introdução, p. 160; MARQUES, op. cit., p. 201. 34

Cf. GERALDES, op. cit., p. 85.

11

independentemente de despacho. Mas, se o acto for praticado directamente pela parte,

numa acção que não importe a constituição de mandatário, aquela só é obrigada ao

pagamento da multa após notificação pela secretaria, que prevê um prazo de dez dias

para o pagamento (art. 145.º, n.º 7). O juiz pode reduzir ou dispensar a multa a título

excepcional, sempre que haja manifesta carência económica ou o montante seja

desproporcionado,35

nomeadamente nas acções que não comportem a constituição de

mandatário e o acto haja sido praticado pela parte (art. 145.º, n.º 7).

Foi discutido se o Ministério Público (MP) estaria ou não isento do pagamento

da multa devida nos termos dos n.ºs 5 e 6 do art. 145.º, pela prática de actos fora do

prazo. Considerou o Supremo36

que, agindo o MP enquanto representante do Estado (e

não enquanto sujeito de direitos privados), sendo o próprio Estado o credor e devedor da

multa, e estando o MP taxativamente isento de custas (art. 2.º, n.º 1, alínea a) do Código

das Custas Judiciais) – custas essas em que se incluem as multas –, este se encontrava

isento do seu pagamento.

2.3. Justo Impedimento

O justo impedimento é um instituto que assenta na ideia da culpabilidade das

partes, dos seus representantes ou mandatários.37

Assim, nos termos do art. 146.º, n.º 1

(articulado com o n.º 3 do art. 145.º), considera-se justo impedimento todo o evento não

imputável à parte, nem aos seus representantes ou mandatários, que impeça a prática do

acto dentro do prazo em que este deva ser praticado. Considera-se que esse evento é

todo o acontecimento imprevisível e alheio à vontade da parte, devendo por esta ser

alegado e apresentada a respectiva prova, sendo apreciada pelo juiz, que promoverá a

audição da parte contrária. Se se entender então que houve impedimento justificativo e

que a parte se apresentou logo que esse cessou, admitir-se-á a prática do acto (art. 146.º,

n.º 2).38

35

Desproporcionado face à importância do acto a praticar ou ao valor económico do processo, de acordo

com GERALDES, op. cit., p. 86, nota 118. Já o “benefício de apoio judiciário não isenta o beneficiário do

pagamento da multa a que alude o art. 145.º, n.º 6”, cf. ACÓRDÃO do Supremo Tribunal de Justiça, de

17.03.1994. Colectânea de Jurisprudência: Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça. Coimbra: Palácio

da Justiça. ISSN 0870-7979. Ano II, tomo I (1994), p. 167. 36

ACÓRDÃO do Supremo Tribunal de Justiça, de 10.07.1996. Colectânea de Jurisprudência: Acórdãos

do Supremo Tribunal de Justiça. Coimbra: Palácio da Justiça. ISSN 0870-7979. Ano IV, tomo II (1996),

p. 228-229. No mesmo sentido: ACÓRDÃO do Supremo Tribunal de Justiça, de 04.12.1996. Colectânea

de Jurisprudência: Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça. Coimbra: Palácio da Justiça. ISSN 0870-

7979. Ano IV, tomo III (1996), p. 200-201; ACÓRDÃO do Tribunal da Relação de Lisboa, de

23.09.1993, recurso n.º 6053. Boletim do Ministério da Justiça. ISSN 0870-337X. N.º 429 (1993), p. 867;

ACÓRDÃO do Tribunal da Relação de Lisboa, de 21.06.1988, recurso n.º 449. Boletim do Ministério da

Justiça. ISSN 0870-337X. N.º 378 (1988). p. 779. 37

Cf. GERALDES, op. cit., p. 87. 38

JUSTO Impedimento. In PRATA, Ana – Dicionário Jurídico. [Em linha]. [Consult. 02 Abr. 2011].

Disponível em WWW: http://bdjur.almedina.net. “Não pode ser justificado o atraso da entrada no tribunal

12

Quando o facto que constitui justo impedimento seja notório (n.º do art. 504.º) e

a impossibilidade da prática do acto dentro do prazo seja previsível, a verificação do

impedimento é de conhecimento oficioso do tribunal, nos termos do n.º 3 do art. 146.º,

introduzido pelo Decreto-Lei n.º 125/98 de 12 de Maio, com eficácia retroactiva.39

Bons

exemplos são os casos de greve dos funcionários judiciais ou outro circunstancialismo

que torne previsível a impossibilidade de prática do acto.40

Poderá a tolerância de ponto reflectir-se na fundamentação do justo

impedimento? O Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça para uniformização de

jurisprudência, de 10 de Outubro de 1996, definiu que “a tolerância de ponto não se

integra no conceito de feriado”, não reunindo assim os pressupostos para ser subsumida

na previsão do art. 144.º, n.ºs 1 e 3. “Porém, se o dia de tolerância de ponto coincidir

com o último dia do prazo para a prática do acto, considera-se existir justo

impedimento, nos termos do artigo 146.º, n.º 2, do Código de Processo Civil, para que o

acto possa ser praticado no dia imediato.”41

2.4. Alegação de matéria de facto após a fase dos articulados

De acordo com o princípio da estabilidade da instância (art. 268.º), durante a

regência do Código de Processo Civil de 1961, o pedido e a causa de pedir constantes

da petição inicial deviam manter-se inalterados após a citação do réu, sem prejuízo dos

arts. 272.º e 273.º que autorizavam a alteração dos elementos objectivos da instância.42

Com a Reforma do Processo Civil tornou-se possível a alegação da matéria de facto

referente à procedência da acção ou da defesa, em momentos processuais diferentes dos

articulados normais (arts. 508.º, n.º 3, 508.º-A, n.º 1 alínea c), 264.º, n.º 3), além da

apresentação de articulados supervenientes (art. 506.º).43

2.5. Provas

Em regra, as provas são apresentadas com os articulados (art. 523.º, n.º 1 – prova

documental) ou posteriormente a essa fase (art. 508.º-A, n.º 2, alínea a), 512.º e 512.º-A,

de um requerimento por avaria do automóvel em que aquele seguia, se não foi demonstrada a

impossibilidade de praticar o acto dentro do prazo.”, cf. ACÓRDÃO do Supremo Tribunal de Justiça, de

26.02.1992. Boletim do Ministério da Justiça. ISSN 0870-337X. N.º 414 (1992), p. 421. 39

JUSTO Impedimento. In PRATA, Ana – Dicionário Jurídico. [Em linha]. [Consult. 02 Abr. 2011].

Disponível em WWW: http://bdjur.almedina.net. 40

Cf. GERALDES, op. cit., p. 87. 41

ACÓRDÃO n.º 8/96 de 10.10.1996 do Supremo Tribunal de Justiça. Diário da República. I.ª Série,

Parte A. ISSN 0870-9963. N.º 254 (02-11-1996), p. 3893-3896. “A tolerância de ponto é um acto do

Governo, (…) [e,] tal como o feriado, impossibilita a parte, de facto e sem negligência, de praticar

qualquer acto no processo. Não cabe, pois, no conceito de justo impedimento.”, cf. ACÓRDÃO do

Supremo Tribunal de Justiça, de 07.11.1991. Boletim do Ministério da Justiça. ISSN 0870-337X. N.º 411

(Dez. 1991), p. 477-480. 42

Assim como os arts. 269.º a 271.º, e 274.º. 43

MARQUES, op. cit., p. 201; GERALDES, op. cit., p. 83.

13

n.º 1). Contudo, a lei permite a junção de documentos num momento subsequente (arts.

523.º, n.º 2, 524.º, 535.º e 543.º), da mesma forma que permite a alteração do rol de

testemunhas (nos termos dos arts. 512.º, n.º 2 e 512.º-A) ou a enunciação de novos

meios de prova aquando do aditamento de novos factos à base instrutória (art. 650.º, n.º

3).44

2.6. Outras Manifestações do princípio da preclusão

- O réu apenas pode arguir a incompetência relativa do tribunal no prazo da contestação,

oposição ou resposta ou, quando não haja lugar a estas, no previsto para qualquer outro

meio de defesa que possa deduzir, conforme o plasmado no n.º 1 do art. 109.º;45

- Nos termos do art. 677.º, esgotados que sejam os recursos ordinários (ou reclamação)

ou os prazos da respectiva interposição, a decisão alcança força de caso julgado

(material e formal), nos termos dos arts. 668.º e 669.º;

- Sob pena de se considerarem confessados os factos articulados pelo autor, o réu é

citado para contestar no prazo de quinze (art. 793.º) ou vinte dias (art. 783.º), em sede

de processo sumaríssimo ou sumário, respectivamente.46

44

MARQUES, op. cit., p. 201; GERALDES, op. cit., p. 88; BATISTA, op. cit., p. 56. A apresentação de

prova documental é admissível, em processo cautelar, no acto de inquirição de testemunhas (art. 523.º, n.º

2), conforme o ACÓRDÃO do Tribunal da Relação de Lisboa, de 20.06.1991, recurso n.º 3215.

Colectânea de Jurisprudência. Ano XVI, tomo III (1991), p. 156-157.

Sendo aditados novos quesitos, é garantida às partes a junção de novos elementos de prova, como a

testemunhal (o que resulta do art. 650.º, n.º 2, alínea f) e n.º 3, excepção à regra da imutabilidade da

apresentação do rol de testemunhas, plasmado no art. 619.º, n.º 2), conforme ACÓRDÃO do Tribunal da

Relação de Lisboa, de 07.07.1993, recurso n.º 2852. Colectânea de Jurisprudência. Ano XVIII, tomo III

(1993), p. 149-150; ACÓRDÃO do Tribunal da Relação de Lisboa, de 20.06.1991. Colectânea de

Jurisprudência. Ano XVI, tomo III (1991), p. 157-159. 45

BATISTA, op. cit., p. 55. 46

BATISTA, op. cit., p. 59.

14

CONCLUSÃO

Ao realizarmos este trabalho, definimos em que consiste o princípio da

preclusão e desenvolvemo-lo em sede do Código de Processo Civil, explorando vários

aspectos da sua consagração legal e correspondentes restrições.

Abordámos o tema tal como a legislação actual o prevê, e efectuámos uma

pesquisa bibliográfica relativamente aprofundada, faltando no entanto a consulta de

obras como as de Alberto dos Reis.

A nível jurisprudencial poderiam ter sido consultadas decisões mais recentes.

Contudo, de uma maneira geral, consideramos ter alcançado os objectivos deste

trabalho.

15

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