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ROTEIRO DE PESQUISA EM INICIAÇÃO CIENTíFICA: UMA PROPOSTA Alessandro Nicoletti 1 Carla Eunice Gomes Correa 2 Carolina Bagattolli 3 Ivo Marcos Theis 4 Marina Fuchs 5 RESUMO: Este artigo tem por objetivo revisar a literatura utilizada na realização de pesquisa cien- tífica, enfatizando, em primeiro lugar, a pesquisa que visa subsidiar atividades de investigação em nível de iniciação científica e, em segundo lugar, a pesquisa em ciência social, i.é. nas áreas de conhecimento que tomam o ser humano vivendo em sociedade como sujeito [incluindo a sociolo- gia, a antropologia, a ciência política, a economia, a educação etc]. O artigo se concentra, inicial- mente, numa reflexão sobre ciência e conhecimento científico, passando pelo método científico, pela pesquisa científica, pelas técnicas de pesquisa, pela coleta de dados, até alcançar a pesquisa bibliográfica ea pesquisa empírica. PALAVRAS-CHAVE: Ciência; Iniciação Científica; Método; Pesquisa; Roteiro de Pesquisa; Técni- cas de Pesquisa. ABSTRACT: This article aims to review the literature on the process of making research. It emphasizes, on the one side, introductory research, i.e. that research which intends to sustain activities at the leveI of scientific initiation; on the other hand, research in social science, i.e. in that areas of knowledge which takes the human being living in society as subject [including sociology, anthropology, political science, economics, education etc]. The article stresses, first, on a reflexion about science and scientific knowledge, then on scientific method, scientific research, research techniques, data col/ection, and final/y on bibliographic research and empirical research. KEY WORDS: Science; Scientific Initiation; Scientific Method; Research; Research ltinerary; Research Techniques. 1. Introdução o presente artigo tem o propósito de proceder a uma revisão da literatura utilizada na realização de pesquisa científica com duas ênfases principais: em primeiro lugar, mira-se a pesqui- sa em nível introdutório, visando subsidiar atividades de investigação derivadas de programasde iniciação científica; em segundo lugar, o foco se concentra na pesquisa em ciência social, Lá. o I Doutor pela Universidade de Tübingen, Alemanha. e professor da Universidade Regional de Blumenau [[email protected]] 2.3.4.5Estudantes de graduação e bolsistas de Iniciação Cientifica na Universidade Regional de Blumenau.

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ROTEIRO DE PESQUISA EM INICIAÇÃO CIENTíFICA: UMA PROPOSTA

Alessandro Nicoletti 1

Carla Eunice Gomes Correa 2

Carolina Bagattolli 3

Ivo Marcos Theis 4

Marina Fuchs 5

RESUMO: Este artigo tem por objetivo revisar a literatura utilizada na realização de pesquisa cien-tífica, enfatizando, em primeiro lugar, a pesquisa que visa subsidiar atividades de investigação emnível de iniciação científica e, em segundo lugar, a pesquisa em ciência social, i.é. nas áreas deconhecimento que tomam o ser humano vivendo em sociedade como sujeito [incluindo a sociolo-gia, a antropologia, a ciência política, a economia, a educação etc]. O artigo se concentra, inicial-mente, numa reflexão sobre ciência e conhecimento científico, passando pelo método científico,pela pesquisa científica, pelas técnicas de pesquisa, pela coleta de dados, até alcançar a pesquisabibliográfica e a pesquisa empírica.PALAVRAS-CHAVE: Ciência; Iniciação Científica; Método; Pesquisa; Roteiro de Pesquisa; Técni-cas de Pesquisa.

ABSTRACT: This article aims to review the literature on the process of making research. It emphasizes,on the one side, introductory research, i.e. that research which intends to sustain activities at theleveI of scientific initiation; on the other hand, research in social science, i.e. in that areas ofknowledge which takes the human being living in society as subject [including sociology, anthropology,political science, economics, education etc]. The article stresses, first, on a reflexion about scienceand scientific knowledge, then on scientific method, scientific research, research techniques, datacol/ection, and final/y on bibliographic research and empirical research.KEY WORDS: Science; Scientific Initiation; Scientific Method; Research; Research ltinerary;Research Techniques.

1. Introdução

o presente artigo tem o propósitode procedera uma revisão da literatura utilizada narealizaçãode pesquisa científicacom duas ênfases principais:em primeiro lugar, mira-sea pesqui-sa em nível introdutório, visando subsidiar atividadesde investigação derivadas de programasdeiniciação científica; em segundo lugar, o foco se concentra na pesquisa em ciência social, Lá. o

I Doutor pela Universidade de Tübingen, Alemanha. e professor da Universidade Regional de Blumenau [[email protected]]2.3.4.5Estudantes de graduação e bolsistas de Iniciação Cientifica na Universidade Regional de Blumenau.

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conjunto das áreas de conhecimento que tomam o ser humano vivendo em sociedade como sujeito- incluindo a sociologia, a antropologia, a ciência política, a economia etc. Este artigo se divide nasseguintes seções: esta introdução, ciência e conhecimento científico, o método científico, a pes-quisa científica, técnicas de pesquisa, a coleta de dados, a pesquisa bibliográfica, a pesquisaempírica, e considerações finais.

2. Ciência e conhecimento científico

Antes de tratar do conhecimento científico propriamente dito faz-se necessário conhe-cer a diferença entre este e outros tipos de conhecimento existentes. Nem todo conhecimento écientífico, posto que um dado fato ou fenômeno pode ser objeto de estudo tanto de um cientistacomo de um homem comum. Aqui se distinguirão quatro tipos de conhecimento (Lakatos & Marconi,1989):

(a) Conhecimento popular. adquirido nas relações diretas com as coisas e pessoas,sem aplicação de nenhum método, e transmitido de geração em geração, baseado na imitação etransmissão de experiências pessoais; o observador se restringe à aparência ou ao que já sabe eouviu falar a respeito do objeto. Esse tipo de conhecimento é valorativo e reflexivo, falível e inexato,superficial, sensitivo, subjetivo, assistemático e acrítico; o que diferencia o conhecimento populardo conhecimento científico é a forma de obtenção do conhecimento, i. é. a metodologia - não o seuconteúdo.

(b) Conhecimento filosófico: de modo semelhante ao conhecimento popular, o conheci-mento filosófico também é valorativo; as hipóteses nas quais o conhecimento filosófico se baseianão são passíveis de observação; o conhecimento filosófico repousa em outros alicerces, como oempirismo, não na experimentação; sendo assim, não é verificável; é ainda infalível e exato.

(c) Conhecimento religioso: esse tipo de conhecimento é baseado em proposições sa-gradas que foram reveladas pelo sobrenatural; dessa maneira, as hipóteses são infalíveis e indiscu-tíveis; suas evidências não são passíveis de verificação e implicam a adesão do sujeito por razõesde fé.

(d) Conhecimento científico: O conhecimento científico trabalha com os fatos; as suashipóteses são consideradas verdadeiras ou falsas com base na experimentação, e não apenas narazão. É sistemático, verificável e falível (uma vez que a verdade não é definitiva); é obtido atravésde procedimentos científicos e não só analisa um determinado fenômeno, mas objetiva explicar asua causa e ocorrência; busca, ainda, os fatos relacionados à sua ocorrência.

Vistos estes tipos de conhecimento, cabe dar um passo a mais em direção a umamelhor compreensão do conhecimento científico. Inicialmente, esclareça-se o que é ciência: pode-se entender por ciência a sistematização de conhecimentos, o conjunto de proposições logicamentecorrelacionadas, sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar; assim, aciência é um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao conhecimento sistemáticocom objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação. Desta definição decorre que as ciênciaspossuem objetivo ou finalidade, função e objeto.

Duas questões devem ser levadas em consideração quando se trata de conhecimentocientífico. Primeiro, o caráter compreensivo, relacionado ao conteúdo, sobre o qual é dispensávelfalar aqui. Segundo, o caráter metodológico, que envolve os aspectos técnico e lógico, sobre o qualé preciso discorrer; este se caracteriza pelo processo de análise, interpretação e verificação dosfatos e fenômenos que são objeto de estudo [caráter compreensivo], objetivando a sua medição ecálculo da forma mais precisa possível; trabalha com decomposição e recomposição, que possibi-lita a comparação com outros fatos e fenômenos. Assim como ocorre com o conceito de ciência,existem várias classificações e divisões da ciência. Aqui se parte da classificação proposta porSunge (ver figura 1).

Roteiro de pesquisa em iniciação científica: Uma proposta IFigura 1 - Divisão da ciência

Física, química,biologia, etc

Antropologia,direito, economia,

ciência política,psicologia social

sociologia, etc

Fonte: Lakatos & Marconi (1989).

As chamadas ciências formais se dedicam ao estudo das idéias, enquanto as ciênciasfactuais estudam os fatos. A divisão da ciência em formal ou factual se dá com base nos seguintesaspectos: (a) objeto ou tema, (b) diferença de enunciados, (c) método de comprovação dos enunci-ados, (d) grau de suficiência do conteúdo e seu respectivo método de prova, (e) coerência existentena busca da verdade, e (f) resultado.

Vistos os tipos de conhecimento, um conceito de ciência e a sua própria classificação,passa-se às características do conhecimento científico. Estas deveriam ser:

(a) Racional: o conhecimento científico é formado por conceitos e raciocínios, não porsensações; possibilita combinações eritre as idéias diferentes que o compõem, originando novasidéias, ordenadamente organizadas. (b) Objetivo: o conhecimento científico é objetivo, uma vezque deseja descobrir a verdade dos fatos, utilizando a experimentação e a investigação e verifican-do se as hipóteses são adequadas aos fatos. (c) Factual: o ponto de partida e de chegada doconhecimento científico é o mesmo: os fatos; transcende os fatos na medida em que consegueproduzir novos fatos e explicá-Ios, controla os fatos considerados importantes e não se restringe adescrever experiências: analisa-as, comparando-as com outros fatos e fenômenos, deduzindo oque está por detrás deles. (d) Analítico: no conhecimento científico existe a necessidade da inves-tigação metódica, o seu planejamento e o embasamento nos conhecimentos anteriores, obedecen-do a uma metodologia previamente estabelecida. (e) Sistemático: é formado por um conjunto deidéias e hipóteses relacionadas de forma lógica. (f) Acumulativo: os novos conhecimentos já com-provados somam-se às hipóteses já existentes; além de que, quando uma hipótese é consideradaultrapassada, ela pode ser substituída por outra. (g) Falível: o conhecimento científico não é acaba-do, além da possibilidade da ocorrência de revoluções científicas. (h) Geral: o conhecimento cien-tífico apresenta os fatos em forma de modelos gerais; procura a uniformidade e a generalidade nosfatos e fenômenos e se põe a descobrir leis ou princípios gerais que possam permitir a elaboraçãode sistemas amplos. (i) Explicativo: a finalidade do conhecimento científico é explicar os fatós efenômenos, inquirindo as coisas como elas realmente são. (j) Preditivo: faz predições com base nainvestigação dos fatos obtidos do acúmulo de experiências; baseia-se em leis já existentes e em

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informações dignas de crédito. (k) Aberto: o conhecimento científico não enfrenta barreiras, porquea ciência é um sistema aberto e falível. (I) Útil: o conhecimento científico é considerado útil àmedida que é objetivo, buscando sempre a verdade, estabelecendo uma conexão entre ciência etecnologia.

3. O método científico

O método científico compreende o conjunto das regras disciplinares da ciência. São osprocessos aplicados pelo pesquisador em suas atividades de investigação, com vistas a alcançaros objetivos e resultados desejados. Todo método, em uma dada pesquisa cientifica, depende doobjeto a ser investigado (Castro, 1977; Cervo & Bervian, 1983).

De qualquer modo. o método não pode ser caracterizado como uma fórmula milagrosa:ele é, simplesmente. um instrumento de trabalho. O resultado que vier a ser alcançado depende emgrande medida do rigor do pesquisador; o método é um meio de acesso à realidade; mas, somentemediante a reflexão e a observação do pesquisador é que se desvelarão os fatos como estesrealmente são (Cervo & Bervian. 1983).

O método cientifico é aplicado para explicar a realidade de forma positiva, Lé. de modoa captar a realidade tal como ela é, não normativamente, Lé. como ela deveria ser. Não devesurpreender que há vários tipos de métodos que podem ser empregados na realização de umapesquisa científica. Aqui distinguir-se-ão, inicialmente, dois tipos principais de métodos (Castro,1977): o método dedutivo e o método indutivo. O método dedutivo parte de conhecimento previa-mente acumulado, iniciando, normalmente, por hipóteses ou problemas ou perguntas de pesquisa.A pesquisa do tipo dedutiva procura, portanto, comprovar algo que supõe ser verdadeiro. Já ométodo indutivo desconsidera o conhecimento prévio sobre o tema pesquisado, dirigindo-se, desdeo começo, para a realidade factual que a pesquisa pretende desvelar. A pesquisa do tipo indutivabusca, pois, coletar dados empíricos da realidade investigada.

4. A pesquisa científica

A pesquisa é o conjunto de atividades orientadas para a busca de um determinadoconhecimento, devendo ser feita de modo sistemático, utilizando para isso o método científico. Apesquisa cientifica deve ser planejada antes de ser executada (Rudio, 1985).

Normalmente, parte-se de um problema previamente identificado, referindo-se todo pro-blema a uma ou mais questões não resolvidas. Os problemas são, em geral, formulados através deperguntas delimitadas, para que se possa chegar a uma ou mais respostas. Um problema deve serclaro, preciso e objetivo. não podendo envolver valores.

Além da formulação adequada do problema, é importante selecionar bem o conjunto deprocessos do qual o método cientifico se serve; por exemplo, a observação dos fatos é de grandeimportância, dela dependendo o valor de outros processos, como a coleta de dados. Aqui entram ashipóteses, que são formuladas para darem uma explicação provisória ao problema formulado; elaspodem ser verdadeiras ou falsas, conduzindo ou a uma verificação empírica ou a uma experimen-tação, caracterizando o método como sendo experimental, indutivo etc.

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4.1. Planejando o processo de investigação

Uma investigação, independentese experimentalou baseada no senso comum, deveconsistirnuma atividadecujas etapas sejam controladas.Por isso, é procedentea preocupaçãoem

Roteiro de pesquisa em iniciação científica: Uma proposta Itorno da pesquisa e de experimentos metodologicamente planejados. Trata-se, pois, de como man-ter as várias fases de uma investigação sob controle. Isto só pode ser feito planejando a pesquisa.Planejamento é o procedimento que corresponde a tomar uma decisão antes de surgida a situaçãoface à qual a decisão deva ser efetivada. Um projeto permite avaliar a situação com a devidaantecedência e antecipar as decisões implicadas; de um lado, a metodologia efetiva a avaliação; deoutro, o método empregado pode ser avaliado com a devida antecedência (Ackoff, 1975). Planejarsignifica decidir, previamente, o que, quando, onde, como e porque pesquisar. Resultados válidostendem a ser obtidos quando há planejamento. Este deve levar a que o cientista questione seusmétodos, assim podendo promover melhoras contínuas.

Muitos conceituam investigação como processo de solução de problemas, mas oscientistas sociais conceituam a investigação como um processo comunicativo. O processo desolução de problemas compreende a existência de um problema, a sua adequada formulação e oplanejamento de um método para resolvê-Io; daí em diante são coletados os dados, feitos os seusregistros e processamentos e escolhida uma via de ação no sentido de solucionar o problema. Asoperações de comunicação abrangem a transmissão de problema, o treino e a supervisão dosobservadores, o estímulo do observado, a resposta do observado, o registro e a veiculação dasrespostas e o relatório a propósito da solução recomendada para o problema.

4.2. Um roteiro de pesquisa

Um roteiro de pesquisa é de grande utilidade como forma de controle, uma lista depontos que não devem ser esquecidos, embora não devam ser tomados como receita imutável erígida. Entre as principais etapas previstas na elaboração de um roteiro de pesquisa se destacam(Castro, 1977, p. 113-119):

(a) Definir o foco do estudo: o que se quer descobrir? Dentro de uma mesma áreaexistem várias possibilidades de investigação; por isso, o pesquisador deve começar definindo oproblema que será foco de seu estudo. (b) Definir os objetivos do projeto: que interesse há emtrabalhar com determinado problema? Aqui entra a justificativa, fortemente relacionada ao institutorealizador da pesquisa. (c) Indicar a importância da pesquisa: quais serão as conseqüências dapesquisa? Qual será a sua contribuição? (d) Determinar as variáveis: as proposições devem serpassíveis de verificação empírica; a definição do problema e das suas proposições relevantes deveser feita de forma clara e precisa. Nessa etapa se estreitam os objetivos da pesquisa, adaptando oproblema em função do tempo restante. (e) Determinar o nível de precisão (confiança) dos dados: aprecisão dos dados dependerá do uso futuro dos resultados da pesquisa. (f) Indicar a intimidadecom o objeto de estudo: deve existir conhecimento aprofundado do assunto, mas também sensibi-lidade por parte do pesquisador das relações de causa e efeito. A leitura do material clássico e umaboa noção do que já foi publicado é de grande valia. (g) Verificar os obstáculos da pesquisa: aoanalisar o plano de trabalho, os possíveis obstáculos para a execução da pesquisa devem serlevantados e resolvidos de antemão, priorizando os de mais difícil solução. (h) Escolher os méto-dos a serem utilizados: não se pode estabelecer previamente a metodologia mais indicada; cadametodologia tem uma importância diferente em cada etapa da pesquisa. Para determinar o métododeve-se proceder a comparações, utilizando como critério a relevância das conclusões, a clarezados resultados, o custo e a precisão, a duração, a disponibilidade física e humana, e as implicaçõeséticas da pesquisa. (i) Descrever detalhadamente os métodos empregados na análise: a melhorhora para planejar os detalhes e passos da pesquisa é o momento que antecede a coleta de dados;aí se deve programar como os dados serão catalogados e arquivados, atentando-se para que a fasepreparatórianão se estenda demasiadamente.O) Coletar os dados: deve haver cuidado no registroe no arquivo dos dados coletados, devendo-se fazer isso da forma mais organizada e ordenadapossível. A coleta de dados sempre toma mais tempo do que o previsto, sendo necessário estabe-lecer limites e ser seletivo. (k) Analisar os dados coleta dos: é o centro da pesquisa; se a análise

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dos dados falhar, a pesquisa toda perde sentido. (I) Elaborar o relatório de pesquisa: finalização da

pesquisa e apresentação das conclusões.

4.3. Elaborando um projeto de pesquisa

Uma pesquisa só pode ser bem executada se houver um projeto. Elaborar um projeto depesquisa é traçar um caminho eficaz que conduz ao fim que se pretende atingir, livrando o pesqui-sador do perigo de se perder antes de o ter alcançado. O projeto de pesquisa deve responder asseguintes perguntas (Ruqio, 1985):

!=>O que fazer? É preciso formular o problema, enunciar as hipóteses, definir os termosdos problemas e das hipóteses, estabelecer as bases teóricas, isto é, a relação que existe entre ateoria, a formulação do problema e o enunciado das hipóteses e ver as possíveis conseqüênciaspara a escola ou para a teoria se as hipóteses forem aceitas ou rejeitadas.

!=>Por quê? Para quê? E para quem fazer? Nesta etapa são vistos os motivos quejustificam a pesquisa, as razões de ordem teórica e prática. Define-se aqui o que se pretendealcançar com a execução da pesquisa; este seria também o objetivo geral da pesquisa.

!=>Onde fazer? Como? Com que? Quanto? Quando? Aqui se descreve o campo deobservação com as variáveis que interessam à pesquisa como: as características da população, ouso ou não de amostra, o modo como a amostra será selecionada, o local e as unidades deobservação relevantes para a pesquisa, as variáveis a serem controladas, o plano de experimentoa ser utilizado; em relação aos instrumentos de pesquisa, especificam-se quais serão utilizados,que informação se pretende obter com eles e como serão aplicados para obter estas respostas;quando são utilizadas provas estatísticas, é preciso destacar as hipóteses estatísticas enuncia-das, como os dados serão codificados, que tabelas serão feitas e como serão feitas, que provasestatísticas serão utilizadas para verificar as hipóteses, em que nível de significância sobre ainterpretação dos dados; depois de realizadas estas etapas, define-se o tempo necessário paraexecutar o projeto, dividindo o processo em etapas e indicando o tempo necessário para a realiza-ção de cada fase.

!=>Com quanto fazer e como pagar? Aqui se prevêem os gastos que serão feitos com arealização da pesquisa, especificando cada um deles.

!=>Quem vai fazer? Esta etapa se refere ao plano do pessoal responsável pela pesquisa,devendo se especificar quem será o coordenador da pesquisa, as entidades co-participantes, osparticipantes de nível técnico e o pessoal auxiliar.

5. Técnicas de pesquisa

Para Lakatos & Marconi (1988), técnica é um conjunto de processos de que se serveuma ciência ou arte para, em termos práticos, obter os resultados de uma dada pesquisa. Cabe,inicialmente, distinguir entre documentação indireta e documentação direta, depois entre observa-ção intensiva e observação extensiva.

A documentação indireta se baseia em registros de dados anteriormente levantados,disponíveis em diversas formas. Entre estas, destacam-se: arquivos públicos municipais ou esta-duais, arquivos particulares, fontes estatísticas, [p. ex. censos], fontes não escritas [p. ex. fotogra-fias, gravações de vídeo e áudio], pesquisa bibliográfica.

A documentação direta é obtida na própria "fonte" dos dados, no local de ocorrência dosfenômenos. Esse tipo de dados pode ser obtido de duas formas: pesquisa de campo, que objetivalevantar informações sobre um determinado fato ou fenômeno, não consistindo apenas de umacoleta de dados; pesquisa de laboratório, que consiste em observar e analisar situações controla-

Roteiro de pesquisa em iniciação científica: Uma proposta Idas em recintos fechados; mas, nem todo objeto de estudo é passível de observação laboratorial.

Da documentação direta se passa então para a observação direta, que pode ser inten-siva ou extensiva. A observação não se limita a ver e ouvir, ela examina detalhadamente o objeto deestudo, fazendo com que o investigador tenha um contato maior com a realidade.

A observação direta intensiva se dá através da observação e da entrevista, incluindo(Lakatos & Marconi, 1988): (a) a observação assistemática, (b) a observação sistemática, (c) aobservação não-participante, (d) a observação participante, (e) a observação individual, (f) a obser-vação em equipe, (g) a observação na vida real, (h) a observação em laboratório e (i) a entrevista.

Dada, no contexto, a sua importância, convém definir melhor a entrevista. SegundoLakatos & Marconi (1988), a entrevista consiste num encontro entre duas pessoas, em que umadelas busca informações a respeito de certo tema, por intermédio de uma conversa de naturezaprofissional. Esta conversa é feita, verbal e metodicamente, para a coleta de dados por parte doentrevistador. A intenção é coletar dados sobre determinado assunto no qual o entrevistado possuaconhecimento. Pela entrevista se busca conhecer os fatos, coletando opiniões sobre eles, desco-brindo possíveis condutas em relação a determinados acontecimentos, averiguando os motivosque levam o entrevistado a possuir determinada opinião. Uma entrevista pode ser: (a) padronizadaou estruturada, (b) despadronizada ou não-estruturada, (c) focalizada, (d) clínica, (e) não dirigida, (f)painel.

O processo de preparação da entrevista é de grande relevância: o entrevistador precisasaber de quais informações necessita, conhecer o entrevistado e organizar previamente um roteirocom pontos mais relevantes a serem questionados. Ele deve estabelecer uma relação de confiançacom o entrevistado, iniciando de forma amistosa e explicitando a importância da colaboração doentrevistado. As questões mais delicadas devem ficar para o final. O ideal é que seja feito o uso dogravador. A entrevista deve terminar da mesma forma amistosa como começou.

A observação direta extensiva se dá através do questionário e do formulário (Lakatos &Marconi, 1988). Um questionário consiste numa coleta de dados através de uma série ordenada deperguntas, respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Sugere-se que juntamentecom o questionário seja anexada uma carta explicativa da pesquisa, tentando despertar interesse ecompromisso por parte do respondente, informando sua relevância e a necessidade das repostas.

A elaboração do questionário tende a ser complexa e demorada. Deve haver o cuidadona escolha dos temas, para que estes estejam de acordo com os objetivos da pesquisa. A estéticadele não pode ser esquecida. A realização de um pré-teste pode revelar possíveis falhas; casoessas ocorram, deve-se reformular o questionário e efetuar um novo pré-teste.

Um questionário pode ser diferenciado de outro quanto à forma de suas perguntas:abertas, fechadas ou dicotômicas e de múltipla escolha; e também quanto ao objetivo: perguntasde fato (questões concretas), perguntas de ação (atitudes ou decisões tomadas pelo respondente),perguntas de intenção, perguntas de opinião, perguntas-índice ou perguntas-teste.

Um formulário também consiste numa série de perguntas, que também devem serfeitas de forma ordenada; aqui, igualmente, é preciso despertar o interesse do respondente; um pré-teste também contribui para tornar o formulário mais palatável para o entrevistado; mas há umadiferença: as respostas deste são anotadas pelo entrevistador e efetuadas face a face com orespondente. Antes de concluir, cabe lembrar que todo tipo de pesquisa necessita de um levanta-mento prévio de dados, feito através de pesquisa documental ou por pesquisa bibliográfica. Asfontes de dados são as mais variadas possíveis. Todo material que possa servir de fonte de infor-mação para a pesquisa científica é considerado um documento.

6. A coleta de dados

A coleta de dados serve para obter informações da realidade. Coletados os dados, faz-se a sua análise - fase que se denomina precisamente de "análise e interpretação dos dados".

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Para proceder à coletar de dados, é necessário empregar alguns instrumentos, como aentrevista, o questionário, a análise de documentos, a pesquisa bibliográfica e a observação [ver oitem "técnicas" acima]. Os instrumentos mais úteis numa pesquisa são os que, além de propiciar aanalise de um fenômeno, também permitem quantificá-Io, ou seja, medi-Io. Essas medidas podemse apresentar em quatro níveis: (a) nominal, (b) ordinal, (c) intervalo e (d) proporção.

O que se utiliza para a coleta de dados é chamado de instrumento de pesquisa. Osinstrumentos mais utilizados são o questionário e a entrevista - podendo-se incluir, como se viuantes, o formulário. Um cuidado que se deve tomar é o de não induzir respostas; aliás, existemcinco problemas na "arte de perguntar" que devem ser evitados: (a) perguntas ambíguas, (b) pergun-tas capciosas, (c) perguntas duplas, (d) terminologias inadequadas, e (e) perguntas emocionais.

7. A pesquisa bibliográfica

Como se viu, a pesquisa é um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e critico,que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo de conhecimen-to. Por intermédio da pesquisa podemos encontrar respostas para certos problemas e conhecerpartes da realidade (Lakatos & Marconi, 1991).

Toda pesquisa consiste em levantar dados e fontes, obtidos através de dois tipos deprocessos: a pesquisa de documentação direta, em que os dados geralmente são levantados me-diante (a) uma pesquisa de campo ou de (b) uma pesquisa de laboratório, utilizando observaçãodireta intensiva e extensiva. Outro tipo a que se pode recorrer é a pesquisa de documentaçãoindireta, que pode ser (a) documental, pela qual se obtém informações de documentos que aindanão foram publicados, ou seja, dados primários, e (b) bibliográfica, baseada em dados já publicadosem forma de livros, revistas e publicações avulsas, ou seja, dados secundários.

A rigor, a pesquisa bibliográfica pode ser caracterizada como sendo o primeiro passo dopesquisador para realizar uma pesquisa cientifica; através dela consegue fazer levantamentos dosdados já existentes que podem contribuir para a sua investigação.

7.1. Fases da pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica pode incluir oito fases: escolha do tema, elaboração do traba-lho, identificação, localização, compilação, fichamento, análise e interpretação, e redação.

A escolha do tema consiste em selecionar o assunto de acordo com o interesse e asaptidões do pesquisador,devendo ser compatívelcom o seu nível de conhecimentos,de forma aque possa delimitá-Io e investigá-Iocientificamente.A delimitação rigorosa do tema é importante,pois evita que a pesquisa se torne muito extensa, provocandoproblemasna sua análise.

A identificação consiste em procurar em catálogos, índices e sumários as obras quetrazem publicaçõespertinentes ao assunto. Após a identificaçãopassa-sea localizar as fichas nosarquivos de bibliotecas, compilando-seos dados levantadosem diferentes tipos de documentos.

À medida que se acessam as fontes que servirão de referência,começa-se a fazer ofichamento dos dados encontrados; cabe ao pesquisador fazer este fichamento com exatidão,especificandoas fontes de onde são retirados os dados.

7.2. Fichas

O pesquisador utilizará para sua pesquisa material pertencente a bibliotecas que elenão poderá ter consigo durante todo o período da pesquisa. Por isso, ele fará uso de fichas para

Roteiro de pesquisa em iniciação científica: Uma proposta Iidentificar as obras que estão sendo utilizadas, conhecer seu conteúdo, fazer citações de diversosautores julgados importantes, analisar as várias obras e fazer sua crítica. As fichas são encontra-das em diversos tamanhos e poderão ser utilizadas conforme a necessidade de cada pesquisador,levando em consideração o tamanho de sua letra, podendo optar por fichas menores ou maiores.

As fichas devem apresentar a seguinte estrutura: (a) cabeçalho, que traz o título gené-rico do assunto, o titulo especifico, o número de classificação das fichas, a letra indicativa deseqüência; (b) referência bibliográfica: para fazer a referência bibliográfica, o pesquisador deveutilizar as normas da ABNT 6023; (c) texto das fichas: o conteúdo a ser fichado dependerá da formade fichamento que o pesquisador utilizará.

As fichas podem ser divididas em: bibliográficas, de citações, de resumo/conteúdo,esboço e comentário.

(a) Ficha bibliográfica [que pode ser de obra inteira ou de parte de uma obra]: podereferir-se a aspectos como: o campo do saber abordado, problemas significativos tratados, conclu-sões alcançadas, etc.

(b) Ficha de citações: na elaboração da ficha de citações, o pesquisador deverá repro-duzir fielmente a frase ou parágrafo. As citações deverão vir entre aspas, devendo constar o núme-ro das páginas de onde elas foram extraídas; caso haja necessidade de omissão de alguma partedo texto, utilizam-se no seu lugar três pontos, precedidos e seguidos por espaço, no inicio ou nofinal do texto, e entre colchetes no meio.

(c) Ficha resumo ou de conteúdo: apresenta de forma clara as idéias principais do texto;ela será elaborada pelo pesquisador com base na sua interpretação.

(d) Esboço: forma mais extensa de fichas, mesmo que as idéias sejam uma síntese; émais detalhada, quase de página a página, exigindo a indicação das páginas à esquerda da ficha.

(e) Comentário: consiste numa interpretação crítica da obra, podendo-se examinar aforma como o autor desenvolveu o trabalho, analisar criticamente seu conteúdo, interpretar umtexto que não esteja expresso de forma clara, comparar obras do mesmo assunto, justificar aimportância da obra para a pesquisa etc.

Finalmente, quanto à disposição, os fichários podem ser organizados de acordo comdiferentes critérios. Os sistemas convencionais são: (a) por ordem alfabética segundo assuntosespecíficos, (b) por assuntos genéricos e (c) por classificação.

7.3. Resumos

Assim como as fichas, os resumos são muito úteis para o pesquisador, neles podendorelacionar obras que merecem uma atenção maior. O resumo só é válido quando contiver, de formasintética e clara, tanto a natureza da pesquisa realizada quanto os resultados e as conclusões maisimportantes, destacando-se o valor dos achados ou de sua originalidade. O resumo permitirá aopesquisador não recorrer à obra por completo quando fizer uso das principais idéias do texto.

O resumo deve permitir captar o plano geral da obra e seu desenvolvimento, identificara idéia principal e o que levou o autor a escrever sobre o tema, compreender e interpretar o texto deforma clara. O principal objetivo da leitura é propiciar ao pesquisador que entenda o sentido dotexto, consiga anotar as palavras-chave e verifique o tipo de relações entre suas partes.

7.4. O uso da biblioteca

Um dos fatores que contribuem para que o pesquisador tenha êxito é saber usar deforma adequada os recursos da biblioteca.O ponto principal para a utilização da biblioteca é com-preendero modo como suas coleções estão organizadas.Geralmente,os padrões de organização

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são obedecidos por todas as bibliotecas, ou seja, todas possuem um sistema de classificação porassunto e por tipo de material de consulta.

O catálogo é o primeiro recurso a ser utilizado em uma biblioteca ao se fazer uma

consulta. Ele apresenta índices em que constam todas as publicações que a biblioteca possui. Écomposto por fichas em ordem alfabética em que se encontram as obras por assunto, autor e titulo.As informações que constam das fichas - como nome do autor, titulo da obra, editora, data depublicação, local de publicação e número de páginas - são muito importantes na hora de selecionaro material. O catálogo serve tanto para identificar as publicações quanto para localizá-Ias. A finali-dade de se classificar as obras em catálogos é fazer com que todas do mesmo assunto fiquemagrupadas e próximas aos assuntos correlatos.

Para localizar material que não se encontra em catálogos, faz-se uso de listas debibliografias, índices publicados e outros tipos de livros de consulta. Segundo GOODE & HATT(1979), os mais importantes são: (a) índices de periódicos, (b) bibliografia nacional e comercial, (c)bibliografia por assunto, (d) catálogos de bibliotecas, (e) listas de associações, e (f) livros de refe-rência [dicionários, enciclopédias, anuários, indicadores, dicionários biográficos].

Há materiais específicos, como os periódicos, documentos do governo e documentosestatais e locais. As revistas técnicas são muito importantes, pois geralmente são publicadas porinstituições de pesquisa cientifica e universidades. Agora, nem todo material publicado é de fonteconfiável. Cabe ao pesquisador utilizar dados primários em suas pesquisas. Os dados secundáriosapresentados em muitas obras devem ser avaliados quanto à fonte e-à origem. É importante que seavalie a fonte de pesquisa, sobretudo quando se utilizam documentos originários da Internet e dereportagens de jornais e revistas. l

8. A pesquisa empírica

A pesquisa empírica se interessa pelos fatos da realidade. Os procedimentos básicosda pesquisa empírica incluem a observação, a sistematização, a análise e a possibilidade deverificação. As principais características da pesquisa empírica são: uso de métodos quantitativos,identificação de alternativas lógicas, padronização de procedimentos, abordagem da realidade factual,uso de diferentes métodos e técnicas adaptados ao objeto da investigação. Seus métodos e técni-cas têm que ser adequados à natureza do problema.

Fazer pesquisa empírica significa recolher fatos e informações básicas sobre o assuntoinvestigado. Produzir somente fatos ou apenas informações não terá relevância para a pesquisa; épreciso produzir os dois. Agora, ao se pesquisar fatos ou informações, não se deve deixar esmagarpor eles, cabendo verificar o que é útil e o que não é.

Existem quatro tipos de pesquisa empírica: a exploratória, a quantitativa descritiva, ateórica e a experimental. Para as pesquisas empíricas se recorre a vários métodos, com destaquepara o indutivo, a observação sistemática, a experimentação [pesquisa de laboratório e pesquisa decampo], a histórica e o diagnóstico.

As principais fases da pesquisa empírica incluem: a formulação clara do problema, olevantamento de hipóteses, o planejamento da pesquisa, as definições operacionais, o relaciona-mento das variáveis, coleta de dados com instrumentos adequados, mensuração, análise e inter-pretação de dados, conclusão e comunicação. A pesquisa empírica é mais utilizada para teses,experimentos, informes cientifico, monografias, ensaios e inquéritos.

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9. Considerações finais

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Tendo alcançado este ponto, cabe lembrar que o propósito do presente artigo foi revisar

Roteiro de pesquisa em iniciação científica: Uma proposta Ia literatura utilizada na realização de pesquisa científica com duas preocupações principais: emprimeiro lugar, mirou-se a pesquisa em nível introdutório, visando subsidiar atividades de investiga-ção em nível de programas de iniciação científica; em segundo lugar, o foco se concentrou napesquisa em ciência social, Lé. no conjunto das áreas de conhecimento que tomam o ser humanovivendo em sociedade como sujeito, inclusive sociologia, antropologia, ciência política, economia eeducação.

Tendo tratado desde a questão mais geral relativa à ciência e ao conhecimento científi-co, passando pelo método científico, pela pesquisa científica, pelas técnicas de pesquisa, pelacoleta de dados, até a pesquisa bibliográfica e a pesquisa empírica, considera-se que o objetivo doartigo - propor uma alternativa de roteiro de pesquisa em iniciação científica - foi alcançado.

REFERÊNCIAS

ACKOFF,R. L. Planejamento de pesquisa social. Trad. L. Hegenberg& O. Silveirada Mota.SãoPaulo, Ed. USP, 1975.

CASTRO,C. M. A prática da pesquisa. São Paulo, McGraw-Hilldo Brasil, 1977.

CERVO, A. L.. & BERVIAN, P. A. Metodologia científica (para uso dos estudantes universitários).3. ed. São Paulo, McGraw-HiII do Brasil, 1983.

GOODE, W. J. & HATT, Paul. K. Métodos em pesquisa social. Trad. C. M. BorL 7. ed. São Paulo,Nacional, 1979.

LAKATOS,E. M. & MARCONI,M. A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo, Atlas,1988.

LAKATOS,E. M. & MARCONI, M. A. Metodologia cientítica. São Paulo, Atlas, 1989.

LAKATOS,E. M. & MARCONI,M. A. Metodologia do trabalho científico. 3. ed. São Paulo, Atlas,1991.

RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 9. ed. Petrópolis,Vozes, 1985.