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Renato Fonseca

Marcelo S. Azevedo

Edson Velloso

Este estudo foi elaborado pela CNI com o objetivo de subsidiar os trabalhos em prol do desenvolvido do comércio bilateralBrasil-Índia realizados com a Confederation of Indian Industry –CII.

Os autores agradecem os comentários de José Augusto Fernandes. Os erros que porventura venham a ser encontrados são deinteira responsabilidade dos autores.

BrasíliaJulho de 2005

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© 2005. CNI – Confederação Nacional da Indústria

É autorizada a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.

Esta série tem por objetivo divulgar os estudos desenvolvidos pelo corpo técnico da CNI, e por vezes de colabora-dores externos, e de promover um fórum de análise nos mais diversos temas relevantes para o desenvolvimento dopaís. Os estudos desenvolvidos pela CNI buscam, principalmente, propor e analisar propostas de políticas e avaliarsuas implicações para o desenvolvimento e condução de políticas públicas.

As visões e as conclusões expressas nos trabalhos são as do autor e não indicam, necessariamente, concordância da CNI.

CNI – Confederação Nacional da Indústria

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F676p

Fonseca, Renato.

O Potencial de Comércio entre Brasil e Índia : um exame

com base nas estruturas de vantagem comparativa / Renato

Fonseca, Marcelo S. Azevedo, Edson Velloso. Brasília :

CNI, julho de 2005.

30 p. : il. (Estudos CNI, 3)

1. Comércio Exterior 2. Vantagem comparativa 3. Brasil 4. Índia

I. Azevedo, Marcelo II. Velloso, Edson III. Título.

CDU 339.5(81:540)

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RESUMO

Este estudo procura identificar o potencial de comércio entre Brasil e Índia. A análiseé centrada nas estruturas de vantagens comparativas do Brasil e da Índia, identificadasutilizando-se o índice de vantagem comparativa revelada de Balassa, tendo como base ofluxo comercial do triênio 2000-2002. Os resultados sugerem baixa complementaridadeentre as ofertas e demandas de ambas economias, o que se apresenta como um dosprincipais fatores para o baixo volume de trocas bilaterais. Ainda assim, foi possívelidentificar um conjunto de bens com alto potencial de benefício mútuo ao serem comerci-ados entre os dois países.

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O POTENCIAL DE COMÉRCIO ENTRE BRASIL E ÍNDIA

UM EXAME COM BASE NAS ESTRUTURAS DE VANTAGEM COMPARATIVA

O comércio bilateral Brasil-Índia apresentou crescimento significativo nos últimosdez anos, mas o intercâmbio bilateral continua sendo pouco representativo para asduas economias.

O forte crescimento do comércio bilateral não foi resultado da diversificação daspautas. Pelo contrário, a concentração aumentou.

As vendas brasileiras à Índia diferem do perfil da exportação do país para o resto domundo. Para o mundo, a receita das exportações brasileiras é, em sua maioria,proveniente da venda de produtos manufaturados, especialmente os intensivos emeconomia de escala. Já as vendas para a Índia são pesadamente concentradas emprodutos semimanufaturados de origem agrícola intensivos em trabalho e, mais re-centemente, energéticos.

As exportações indianas para o Brasil também diferem do perfil das exportaçõestotais da Índia. As vendas de manufaturados intensivos em P&D para o Brasil sãomuito mais expressivas, em termos relativos, que as destinadas para o resto domundo.

De um universo de 5.131 produtos transacionados no comércio mundial, o Brasilexportou 3.610 no triênio de 2000 a 2002 e revelou possuir vantagem comparativaem 792 deles, responsáveis por 84% da receita comercial brasileira.

A Índia exportou 4.229 produtos e apresentou vantagem comparativa revelada em1.315 deles, o que corresponde a 86% do valor total exportado pela Índia no triênioconsiderado.

Considerando apenas os produtos que Brasil e Índia possuem vantagem comparativa,verifica-se que há coincidência em 240, o que corresponde a 30% e 18% dos produ-tos que o Brasil e Índia, respectivamente, tem vantagem comparativa. As vendasdesses 240 bens correspondem para Brasil e Índia, respectivamente, a 28% e 20% dareceita total dos produtos que cada país tem vantagem comparativa.

Brasil e Índia não podem ser considerados como fortes competidores pelo mercadointernacional. A interseção dos produtos que ambos os países têm vantagens compa-rativas reveladas representam menos que 1/3 do número total de produtos que Brasile Índia revelaram vantagem comparativa, bem como da receita auferida com a expor-tação destes bens. Adicionalmente, ao se avaliar os destinos dessas vendas, verifica-se que a competição é ainda mais restrita. Excluindo-se Estados Unidos e Europa, asvendas brasileiras são mais voltadas para a América Latina, enquanto para a Índia oprincipal mercado é a Ásia.

SUMÁRIO EXECUTIVO

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A comparação entre as estruturas de vantagens comparativas do Brasil e da Índiaindica que as duas economias seriam complementares. Três setores responderam por51% das exportações brasileiras dos produtos que o país tem vantagem comparati-va no triênio considerado: manufaturados intensivos em economias de escala (19%),semimanufaturados de origem agrícola intensivos em trabalho (18%) e básicosagrícolas (14%). No caso da Índia, 72% das vendas dos produtos que possui vanta-gem comparativa estão distribuídas entre os setores de: manufaturados intensivosem trabalho (38%), semimanufaturados de origem mineral (22%) e básicos agríco-las (12%).

Com exceção dos produtos básicos agrícolas, as economias são competitivas emsetores diferentes e poderiam trocar produtos desses setores. Na pauta de produtosque são competitivos, ambos os países também têm uma participação importante deprodutos manufaturados, o que abre possibilidade de trocas intra-indústria. Contudo,a aparente complementaridade entre as duas economias contrasta com o baixo volu-me de comércio bilateral, mesmo entre as mercadorias em que os países são competi-tivos.

A estrutura das desvantagens comparativas é muito semelhante, o que significa queambos os países são muito similares em suas pautas de importação. Tanto o Brasilcomo a Índia exibem parcela considerável de desvantagens comparativas em manufa-turados de provedores especializados (25% e 17%, respectivamente), manufaturadosintensivos em P&D (20% e 12%) e semimanufaturados de origem mineral (12% e32%).

Ao se analisar isoladamente as estruturas de vantagem comparativa (oferta), tende-sea concluir que as duas economias seriam complementares. Incorporando-se as estru-turas de desvantagem comparativa (demanda) na análise, verifica-se que, de fato, hábaixa complementaridade, o que justifica o baixo volume de comércio.

Apesar do baixo potencial de intercâmbio, é possível identificar oportunidades deganhos para ambos os países com o comércio bilateral. Este estudo apresentou umaanálise com base nas estruturas de vantagens e desvantagens comparativas que per-mitiu a seleção de um conjunto de bens com alto potencial de comércio entre Brasile Índia. Tais produtos concentram-se nos produtos manufaturados de provedoresespecializados e semimanufaturados de origem mineral pelo lado brasileiro e nosprodutos manufaturados intensivos em pesquisa e desenvolvimento e intensivos emeconomia de escala, pelo lado indiano.

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1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 9

2 O BRASIL E A ÍNDIA NO COMÉRCIO MUNDIAL ....................................................... 9

3 O COMÉRCIO BILATERAL BRASIL-ÍNDIA ............................................................ 11

4 AS ESTRUTURAS DE VANTAGEM COMPARATIVA: METODOLOGIA E BASE DE DADOS ................... 13

5 AS VANTAGENS COMPARATIVAS DO BRASIL E DA ÍNDIA ............................................ 15

5.1 O BRASIL E A ÍNDIA COMO COMPETIDORES NO MERCADO MUNDIAL........................................ 165.2 A COMPLEMENTARIDADE ENTRE BRASIL E ÍNDIA ............................................................17

6 AS ESTRUTURAS DE IMPORTAÇÃO DO BRASIL E DA ÍNDIA ........................................ 19

7 OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO PARA O COMÉRCIO BILATERAL .................................. 20

7.1 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS .................................................................................. 217.2 EXPORTAÇÕES INDIANAS .................................................................................... 22

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 24

APÊNDICES

APÊNDICE A ........................................................................................................... 25

APÊNDICE B ........................................................................................................... 27

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 30

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o comércio bilateral Brasil-Índia mais que dobrou, alcançando US$ 1,2 bilhãoem 2004. Ainda assim, o intercâmbio bilateral continua significando muito pouco para ambos ospaíses, a despeito de seus consideráveis mercados consumidores. A pauta comercial é bastanteconcentrada e o forte crescimento do início da década deveu-se principalmente à troca de algunspoucos produtos, não representando, assim, uma dinamização do comércio bilateral como um todo.

Brasil e Índia não competem de maneira significativa no comércio mundial. As pautas deexportação dos dois países têm forte participação de produtos básicos e semimanufaturados, massão, de certo modo, complementares. Haveria, aparentemente, um potencial de ambos os paísesganharem com o crescimento do comércio bilateral.

Não obstante, as pautas de importação são muito semelhantes e concentradas em produtosmanufaturados. Note-se que isso, por si só, não seria um empecilho ao intercâmbio bilateral. Amaior parte do comércio entre países desenvolvidos é do tipo intra-indústria – trocas de produtosindustrializados “iguais”, mas diferenciados.

O problema é que Brasil e Índia não são competitivos na maioria dos produtos demandadospor cada um dos países, o que dificulta o surgimento de comércio intra-indústria entre eles.Tanto o Brasil como a Índia têm outros parceiros comerciais com maior competitividade naprodução de tais produtos e melhor localizados geograficamente, conseqüentemente com me-nores custos de transporte.

O baixo volume de comércio entre as duas economias não está ligado apenas à distância entreelas, mas, sobretudo, à pouca complementaridade entre as estruturas de oferta e demanda. Há,contudo, oportunidades a serem exploradas pelos dois países. Tais oportunidades são identificadas,ainda que preliminarmente, com base nas vantagens e desvantagens comparativas de cada país,identificadas a partir do desempenho recente do Brasil e da Índia no comércio mundial.

2 O BRASIL E A ÍNDIA NO COMÉRCIO MUNDIAL

A Índia é muitas vezes comparada com o Brasil. Não é por acaso. Ambos os países possuemdimensões continentais e grandes populações. Brasil e Índia estão aumentando de forma sistemá-tica sua presença no comércio mundial e ampliando sua abertura econômica enquanto enfrentamproblemas de pobreza e má distribuição de renda. Ambos os países são potências regionais emascensão, e, por conta disso, são caracterizados como mercados emergentes com poder de atrairinvestimentos internacionais.

O Produto Interno Bruto (PIB) indiano elevou-se 6,9% no último ano fiscal do país (de 1º deabril de 2004 a 31 de março de 2005) e 8,2% no ano fiscal que se encerrou em março de 2004. Aeconomia indiana aumentou 6,1% ao ano, em média, entre 1993 e 2003. Nesse mesmo período, oPIB brasileiro expandiu-se a uma média anual de 2,5% e a taxa de crescimento média mundial foide 2,8%. Segundo o Banco Mundial, em 2003, o PIB indiano, de US$ 603 bilhões, era o quartomaior do mundo em termos de paridade de poder de compra, atrás de EUA, China e Japão. Nessecritério, o Brasil ocupava a nona posição. Ainda levando em conta a paridade do poder de compra,a Índia apresenta um PIB per capita relativamente baixo, US$ 2.900, contra os US$ 7.600 no casobrasileiro, por sua vez o 93º do mundo (2002).

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Em 1991, o governo da Índia começou a modificar sua política comercial, o que alterousignificativamente o perfil de comércio exterior do país. As importações têm sido estimuladas poruma série de reformas que, entre outras coisas, reduziram tarifas de importação que, no entanto,continuam elevadas. O governo também se comprometeu junto à OMC a eliminar gradualmentetodas as quotas de importação até 2005. As exportações também foram beneficiadas com mudan-ças na legislação que resultaram na simplificação de alguns procedimentos comerciais e a remoçãode barreiras internas à exportação.

O Brasil também começou um processo de abertura comercial no início dos anos 1990. Oprocesso de liberalização da economia brasileira foi, contudo, bem mais profundo. A maioria dasbarreiras não tarifárias foi incorporada às tarifas, que por sua vez foram reduzidas gradualmentedurante a primeira metade da década. A abertura comercial estimulou um processo intenso demodernização da indústria brasileira que resultou no aumento da competitividade e, conseqüente-mente, das exportações.

A Índia aumentou sua participação no comércio internacional de forma consistente nosúltimos dez anos. As exportações indianas apresentaram um ritmo de crescimento de 10,2% namédia anual entre 1993 e 2003. No período, a participação indiana nas exportações mundiaisampliou de 0,58% para 0,78%, com as vendas externas passando de US$ 22 bilhões para US$ 57bilhões, conforme as estatísticas do FMI.

As exportações brasileiras também cresceram forte em 2003 e 2004. Com isso, manteve-se atrajetória de recuperação da participação nas exportações totais mundiais que se iniciou em 2000.Em 1984 a participação brasileira no total exportado no mundo era de 1,47% e chegou a sereduzir para 0,86% em 1999. No entanto, a partir de 2000, o país vem ganhando espaço nocomércio mundial: esse percentual alcançou 1% em 2003 e estatísticas preliminares indicam queaumentou novamente em 2004. As vendas externas brasileiras saltaram de US$ 51,1 bilhões em1999 para US$ 73,1 bilhões em 2003 e US$ 96,4 bilhões em 2004.

O crescimento anual médio das importações indianas entre os anos de 1993 e 2003 foi de10,8% em média, contra 6,7% das importações mundiais e 8,9% das brasileiras. As comprasinternacionais indianas saltaram de US$ 24 bilhões para US$ 71 bilhões em 2003. No caso brasilei-ro, as importações passaram de US$ 25,2 bilhões em 1993 para US$ 48,3 bilhões em 2003 e US$62,8 bilhões em 2004. O fluxo comercial indiano, que era de US$ 46,1 bilhões em 1993, chegou aUS$ 128 bilhões em 2003, ultrapassando o fluxo brasileiro de então (US$ 121 bilhões).

Os produtos manufaturados são responsáveis por mais da metade do fluxo comercial indiano.Na média do triênio 2000-2002, esses produtos responderam por 59% das exportações e por 52%das importações. Entre os manufaturados exportados, destacaram-se os intensivos em trabalho(35% do total exportado). Já entre os manufaturados importados pela Índia, destacaram-se os inten-sivos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de provedores especializados (18% e 17% do total,respectivamente). Em ambas as pautas, os produtos semimanufaturados de origem mineral tambémsão importantes. Esses bens responderam por 25% do total importado e 20% das exportações.

Os manufaturados também responderam, na média do triênio 2000-2002, pela maior parte docomércio exterior brasileiro. Esses produtos foram responsáveis por 71% das compras brasileiras,com destaque para os manufaturados intensivos em P&D (26%), provedores especializados (23%)e intensivos em economia de escala (17%). No caso das vendas externas, os produtos manufatu-

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rados representaram 44% do valor médio exportado no triênio em consideração, com destaquepara os intensivos em economia de escala (19%). Também são importantes as vendas externasbrasileiras de semimanufaturados agrícolas intensivos em trabalho (16%) e básicos agrícolas (12%).

3 O COMÉRCIO BILATERAL BRASIL-ÍNDIA

O comércio bilateral Brasil-Índia apresentou crescimento significativo nos últimos dez anos.O fluxo comercial entre os dois países cresceu, em média, 30% ao ano, passando de US$ 216milhões em 1993 para US$ 1,2 bilhão em 2003. Desde 1984, os saldos comerciais têm sidofavoráveis para o Brasil, com exceção do triênio 1996-98 e dos anos 2000 e 2001.

A taxa de crescimento do comércio entre os dois países superou tanto a expansão do comér-cio total indiano quanto do brasileiro, mas o intercâmbio bilateral continua sendo pouco repre-sentativo para as duas economias. A participação da Índia no total das exportações brasileiras,que era de 0,32% em 1993, subiu para 0,68% em 2004. No mesmo período, as importações deprodutos indianos passaram de 0,36% para 0,89% do total importado pelo Brasil.

O forte crescimento do comércio bilateral não foi resultado da diversificação das pautas. Pelocontrário, a concentração aumentou. Dois fatos relevantes influenciaram fortemente o comércionos últimos anos. A expansão observada em 2002 e 2003 deu-se, na verdade, à ampliação dastrocas de petróleo brasileiro por óleo diesel indiano. Essas trocas são resultado de um acordofirmado entre a Petrobras e a Reliance, em 2002. A Petrobras exportou petróleo bruto extraído docomplexo de Marlim, em Campos, pouco adequado às refinarias brasileiras (desenhadas para operarcom óleo mais leve, como o do Golfo Pérsico), e importou óleo diesel, decorrente da insuficiênciada capacidade de refino da Petrobras, cujas refinarias operavam no limite. Este acordo, vencido em2003, foi responsável por mais de 90% do crescimento das exportações brasileiras em 2002 e 2003para a Índia.

Exportações Brasileiras Importações Brasileiras

Corrente de Comércio Brasil - Índia

0

100

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300

400

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600

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1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

US$ milhões

Gráfico 1

Fonte: SECEX/MDIC

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Além disso, em 2003 observou-se forte aumento das vendas brasileiras de açúcar para aÍndia. O país é o maior consumidor mundial e o segundo maior produtor da commodity, masexperimentou uma quebra na safra 2003/2004, com queda de 30% de sua produção. Com isso, odinamismo do intercâmbio bilateral nos últimos anos precisa ser qualificado.

As exportações brasileiras para a Índia apresentaram forte concentração nos últimos anos. Em1996, os cinco principais produtos da pauta de exportação brasileira representavam 41% do totaldas vendas; em 2004, passaram a responder por 65% do valor da pauta. Em 2003, apenas doisprodutos – petróleo bruto e óleo de soja – foram responsáveis por 68% das vendas. Em 2004,açúcar e óleo de soja responderam por 41% do total.

As vendas brasileiras à Índia diferem do perfil da exportação do país para o resto do mundo.Para o mundo, a receita das exportações brasileiras é, em sua maioria, proveniente da venda deprodutos manufaturados, especialmente os intensivos em economia de escala. Já as vendas para aÍndia são pesadamente concentradas em produtos semimanufaturados de origem agrícola intensi-vos em trabalho e, mais recentemente, energéticos. No triênio 2000-2002, a participação dessesgrupos de produtos no valor exportado para a Índia foi de 32% e 29%, respectivamente. Nasexportações brasileiras totais, os percentuais são 16% e 3%.

Merece destaque o aumento expressivo das vendas de petróleo bruto para a Índia, resultadodo acordo mencionado anteriormente. Não houve exportação do produto entre 1996 e 2001.Contudo, em 2002 e 2003, esse produto respondeu por, respectivamente, 51% e 46% das exporta-ções para a Índia no período (o equivalente a US$ 333 milhões e US$ 255 milhões). Em 2004, asvendas caíram a praticamente zero.

Outro produto que mostrou um desempenho significativo foi o açúcar, cujas exportaçõespassaram de US$ 5,2 milhões em 2003 para US$ 134,6 milhões em 2004. O aumento das vendasdesse produto em relação a 2003 (US$ 129,3 milhões) foi maior que o crescimento no valor detoda a pauta exportada no mesmo período (US$ 98,4 milhões). As vendas de açúcar representaram21% do total exportado para a Índia em 2004.

No período recente, ocorreu uma mudança na composição das vendas do complexo soja paraa Índia. Entre 1996 e 2004, o Brasil aumentou em mais de 30 vezes as exportações de óleo bruto– responsáveis por 20% do valor da pauta ao fim do período – em contraposição à queda dasvendas de óleo refinado. Em 2004, as exportações de óleo refinado mostraram uma pequenarecuperação, passando a representar 2% da pauta ante 0,08% em 2003 – mas já responderam pormais de 10% da pauta. Note-se que o Brasil não exporta soja em grãos para a Índia, à exceção deno ano de 2002.

Por fim, também merecem destaque os automóveis e o álcool etílico. As exportações deautomóveis entre 1.000 e 1.500 cilindradas cresceram mais de 20 vezes em 2003 e 2004 nacomparação com 1998 e 1999. Mesmo as exportações de automóveis entre 1.500 e 3.000 cilindradas,inexistentes no triênio 1996-1998, alcançaram mais de US$ 1,5 milhão em 2004. Como conse-qüência, aumentaram também as exportações brasileiras de diversas autopeças. As vendas deálcool etílico brasileiro para a Índia tiveram início, de fato, em 2004, com as exportações atingin-do o montante de US$ 85,7 milhões, o equivalente a 13% da pauta.

A pauta de importação brasileira de produtos indianos é bem mais diversificada, mas apresen-tou um forte processo de concentração neste início de década. No fim dos anos 90 os cinco

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principais produtos importados pelo Brasil responderam por menos de 20% do total. Em 2004 essepercentual foi de 38%, tendo chegado a 50% em 2003. O óleo diesel, o principal produto deimportação brasileira da Índia nos três últimos anos, chegou a responder nos anos de 2002 e 2003(período em que o acordo entre a Reliance e a Petrobras estava em vigor) por 45% das comprasbrasileiras provenientes desse país, participação que caiu para 29% em 2004.

Outros produtos relevantes nas importações brasileiras da Índia são os medicamentos, seusprincípios ativos e outros químico-orgânicos, que responderam por cerca de 36% do total impor-tado da Índia pelo Brasil em 2004. Com menor importância, destacam-se ainda os fios têxteissintéticos, as tinturas e os colorantes para couro e máquinas elétricas.

As exportações indianas para o Brasil também diferem do perfil das exportações totais daÍndia. As vendas de manufaturados intensivos em P&D para o Brasil são muito mais expressivas,em termos relativos, que as destinadas para o resto do mundo. No triênio 2000-2002, taisprodutos responderam por 30% das exportações para o Brasil e apenas 8% das exportaçõesmundiais da Índia. Destaca-se ainda a importância das vendas de energéticos, 29% das exporta-ções indianas para o Brasil, enquanto para o mercado mundial esse percentual foi inferior a 2%.

A distância entre os dois países pode explicar, parcialmente, o baixo volume de comérciobilateral. Não existe um tráfego marítimo direto entre Brasil (ou Mercosul) e Índia. Os produtossempre devem passar pela Europa ou por Cingapura. O secretário adjunto do ministério da Navega-ção da Índia, Susheel Kumar, afirmou durante a Reunião Empresarial Conjunta Brasil-Índia ocorridaem 14 de junho de 2004, em São Paulo, que a navegação direta entre os blocos só será possívelquando o volume de mercadorias triplicar.

Essa é uma daquelas situações em que não se pode ter certeza do que causa o quê. Se ocomércio é baixo por falta de linhas de transporte direto ou se a falta de linhas deve-se ao baixovolume de comércio. De todo modo, embora importante, a questão da distância e do transportenão aparenta ser o principal fator a justificar o baixo fluxo comercial entre Brasil e Índia. Outrosfatores como as elevadas tarifas de importação, sobretudo da Índia, também contribuem para obaixo volume de comércio1, mas a não compatibilidade das estruturas de oferta e demanda dasduas economias aparenta ser um entrave maior.

4 AS ESTRUTURAS DE VANTAGEM COMPARATIVA: METODOLOGIA E BASE DE DADOS

O baixo volume do intercâmbio entre Brasil e Índia pode ser resultado da estrutura devantagens comparativas das duas economias. De acordo com a teoria tradicional de comércioexterior, baseada na lei das vantagens comparativas de Ricardo e na teoria de Heckscher-Ohlin, ovolume de comércio será maior quanto mais diferente for a dotação relativa de fatores de produ-ção de cada país e, conseqüentemente, a estrutura relativa de oferta. Esse tipo de troca é conhe-cido como comércio interindústria, pois os países trocam produtos de indústrias diferentes.

No entanto, a maior parcela do intercâmbio entre países desenvolvidos é do tipo intra-indústria: troca de produtos similares (diferenciados), isto é, produzidos por uma mesma indús-tria ou por partes, peças e componentes utilizados por uma mesma indústria. Nesse caso, o

1 O efeito limitador do comércio bilateral Brasil e Índia provocado por tarifas de importação elevadas é constatado em NationalForeign Trade Council (2005).

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volume de comércio será tão maior quanto mais similares forem os países tanto em termos daestrutura de oferta como de estrutura de demanda. O comércio intra-indústria é estimulado peloaproveitamento de economias de escala e pela diferenciação de produtos, por isso ocorre quaseque exclusivamente entre produtos industrializados2.

Em ambas as situações, é importante conhecer as estruturas de oferta e demanda dospaíses para se determinar o potencial de comércio entre eles. Uma maneira de se calcular asestruturas de vantagens comparativas de um país é através do desempenho das exportações dopaís no comércio mundial.

O trabalho baseia-se nas estatísticas de comércio exterior coletadas pela Unctad edisponibilizadas por meio do banco de dados PC-TAS - Trade Analysis System on PersonalComputer: Harmonized System, 1998-2002. As estatísticas são classificadas de acordo com oSistema Harmonizado. A definição de produto foi baseada nessa classificação, optando-se portrabalhar com o maior nível de desagregação disponível (seis dígitos), o que resultou em umuniverso de 5.131 produtos.

Como forma de minimizar as variações atípicas no volume de comércio optou-se por trabalharcom valores médios trianuais, usando-se como base para o trabalho o triênio 2000-2002. Ospaíses que não informaram suas estatísticas de comércio em pelo menos dois anos do triênio emquestão foram excluídos da amostra, reduzindo-a para 138 países. As exportações desses paísestotalizaram, na média anual do triênio 2000-2002, US$ 5,1 trilhões, o que representa 82% dasexportações mundiais, de modo que a amostra é bastante representativa do comércio mundial3.

A União Européia foi considerada como um todo, excluindo-se o comércio intracomunitário.Desse modo, as exportações ou importações da União Européia referem-se apenas às transaçõesentre os países membros e os não-membros. Note-se que, apesar da entrada de novos países naUnião Européia em 2004, para a análise presente foram considerados apenas os 15 membros queexistiam até 2003. Com isso, temos 123 países mais a União Européia.

Os produtos foram classificados de acordo com a intensidade de utilização dos fatores deprodução segundo a metodologia proposta por Pavitt (1984). A taxionomia foi atualizada pelaFundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex).

As estruturas de vantagens comparativas do Brasil e da Índia basearam-se na classificaçãodos produtos por intensidade no uso de fatores de produção proposta por Pavitt (1984) e foramestimadas a partir do Índice de Vantagem Comparativa Revelada (IVCR), desenvolvido por Balassa(1965, 1971). Com relação à estrutura de demanda, optou-se por construir um índice de desvan-tagem comparativa, inspirado no IVCR de Balassa.

O IVCR do Brasil para um produto i é definido como a razão entre a participação das vendasdo produto i no total das exportações brasileiras e a participação das vendas mundiais do mesmoproduto no total das exportações mundiais. Isto é:

2 Detalhes adicionais sobre a teoria tradicional de comércio e sobre o comércio intra-indústria podem ser encontrados noslivros-texto de economia internacional como, por exemplo, Salvatore (1997) ou Krugman e Obstfeld (2002).3 Para o cálculo da participação das exportações da amostra nas exportações mundiais foi utilizada a média trianual (2000-2002) das exportações mundiais segundo o International Financial Statistics, do Fundo Monetário Internacional – FMI.

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onde XiBR são as exportações brasileiras do produto i e Xi

Mundo são as exportações mundiais doproduto i. No caso de o IVCR ser maior do que a unidade, diz-se que o Brasil tem vantagemcomparativa revelada no produto em questão. Quanto mais alto o IVCR maior será a vantagemcomparativa do país.

Para determinar o potencial de trocas entre as economias também é preciso saber quais sãoos produtos relativamente mais importantes na pauta da importação de cada país – dessa formaverificando seu padrão de consumo ou estrutura de demanda. Tendo como inspiração o IVCR,calculou-se o Índice de Desvantagem Comparativa Revelada (IDCR). O índice é definido deforma análoga ao IVCR; contudo, ao invés das exportações são observadas as importações decada produto.

Assim o IDCR do Brasil para um produto i é definido como a razão entre a participação dascompras do produto i no total das importações brasileiras e a participação das compras mundiaisdo mesmo produto no total das importações mundiais. Isto é:

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onde MiBR são as importações brasileiras do produto i e Mi

Mundo são as importações mundiais doproduto i. O país terá desvantagem comparativa nos produtos cujo IDCR seja maior que a unidade.Quanto mais alto o IDCR maior será a desvantagem comparativa do país. Analogamente, cons-truiu-se IVCR’s e IDCR’s para a Índia.

Cabe ressaltar, que os índices são calculados com base nos fluxos de comércio passado,pressupondo que a eficiência produtiva relativa de um país pode ser identificada por meio de seudesempenho no comércio internacional. Obviamente, tal pressuposto requer que os fluxos decomércio não sejam afetados por fatores alheios à competitividade, tais como subsídios, restri-ções quantitativas, tarifas de importação diferenciadas entre países, etc.

Desse modo, o emprego desses indicadores deve ser feito com cautela, sobretudo no caso deprodutos primários, mais sujeitos a intervenções por parte dos governos nacionais que modifi-quem os fluxos comerciais de maneira artificial. Tais problemas são comuns a qualquer indicadorbaseado no desempenho comercial do país, não sendo exclusivos dos utilizados neste estudo.

5 AS VANTAGENS COMPARATIVAS DO BRASIL E DA ÍNDIA

De um universo de 5.131 produtos transacionados no comércio mundial, o Brasil exportou3.610 no triênio de 2000 a 2002 e revelou possuir vantagem comparativa em 792 deles. Noperíodo, tais produtos, representaram 22% dos produtos exportados pelo país (US$ 45,6 bilhões),mas foram responsáveis por 84% da receita comercial brasileira. Nesse mesmo triênio, a Índia

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exportou 4.229 produtos e apresentou vantagem comparativa revelada em 1.315, ou seja, em31% de sua pauta de exportação. A receita internacional com esses produtos totalizou US$ 33,4bilhões, o que corresponde a 86% do valor total exportado pela Índia no triênio considerado.

5.1 O BRASIL E A ÍNDIA COMO COMPETIDORES NO MERCADO MUNDIAL

Considerando apenas os produtos que Brasil e Índia possuem vantagem comparativa, verifica-se que há coincidência em 240, o que corresponde a 30% dos produtos que o Brasil tem vantagemcomparativa e a 18% dos produtos que a Índia tem vantagem comparativa. Em termos de valor,tais produtos responderam, no triênio 2000-2002, por 28% e 20% das receitas de exportações doBrasil e da Índia, respectivamente, relativas ao grupo de bens que cada país possui vantagemcomparativa. As exportações brasileiras desses produtos totalizaram, na média do triênio 2000-2002, US$ 12,9 bilhões, quase o dobro das vendas indianas (US$ 6,7 bilhões).

A Tabela 1 apresenta os 240 produtos selecionados de acordo com a intensidade de uso dosfatores. Na tabela, observa-se que a maior parte é de manufaturados intensivos em economia deescala (72 produtos) e de semimanufaturados de origem mineral (34 produtos), além de muitosprodutos básicos (25 agrícolas e 13 minerais).

Do ponto de vista do Brasil, a sobreposição dos produtos que ambos os países revelaramvantagens comparativas é mais relevante no mercado de produtos básicos minerais. A Índia écompetitiva em 59% dos produtos básicos minerais que o Brasil tem vantagem comparativa.Embora esses 13 produtos básicos representem apenas 5% dos 240 produtos selecionados, elesresponderam por 24% da receita brasileira e 13% da receita indiana nas vendas externas totais dos240 produtos. Nesse grupo destaca-se o minério de ferro, responsável por 21% e 8% das exporta-ções do Brasil e da Índia, respectivamente, dos 240 produtos.

Tabela 1

Fonte: Elaborado pela CNI com base nas estatísticas do PC-TAS da Unctad

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Em termos de valor, para o Brasil a competição no mercado internacional com a Índiatambém é significativa entre os produtos básicos agrícolas, sobretudo o café e o fumo. O caférespondeu por 10% da receita brasileira com a exportação dos 240 produtos no triênio 2000-2002, mas por apenas 2% da indiana. O fumo foi responsável por 6% da receita brasileira e 1% daindiana, no mesmo período. Nos outros setores, destacam-se as carnes bovinas, os resíduos daextração do óleo de soja, os pneus, o ferro fundido e os laminados planos.

No caso da Índia, a concorrência com o Brasil é mais relevante nos produtos básicos agríco-las, que foram responsáveis por 26% da receita indiana com as vendas desses 240 produtos.Destacam-se os camarões congelados (12% da receita indiana com esses bens), a castanha de caju(5%) e o café (2%). Também se destacam o minério de ferro, que responde por quase 8% dasexportações indianas, o granito, os inseticidas, os produtos de ferro fundido e os calçados.

O mercado latino-americano, exclusive o Brasil, representa menos que 3% das vendas india-nas, enquanto responde por quase 15% das exportações brasileiras dos 240 produtos. Mais de 40%das exportações indianas desses produtos têm como destino outros países da Ásia. A participaçãodesse mercado nas exportações brasileiras é de 20%. A Ásia é o principal mercado de exportaçãopara Índia. Para o Brasil o principal mercado de destino é a Europa, com 42,3% das vendasbrasileiras. O mercado europeu também é importante para a Índia (30,2%) e junto com o norte-americano (com cerca de 18% das exportações de ambos os países) formam o principal palco decompetição entre os dois países. Esse resultado já era esperado dado que esses dois mercadosrespondem pela parte do leão do comércio internacional.

Em suma, Brasil e Índia não podem ser considerados como fortes competidores pelo mercadointernacional. A interseção dos produtos que ambos os países têm vantagens comparativas revela-das representam menos que 1/3 do número total de produtos que Brasil e Índia revelaramvantagem comparativa, bem como da receita auferida com a exportação destes bens. Adicional-mente, ao se avaliar os destinos dessas vendas, verifica-se que a competição é ainda mais restrita.Excluindo-se Estados Unidos e Europa, as vendas brasileiras são mais voltadas para a AméricaLatina, enquanto para a Índia o principal mercado é a Ásia.

5.2 A COMPLEMENTARIDADE ENTRE BRASIL E ÍNDIA

A comparação entre as estruturas de vantagens comparativas do Brasil e da Índia indica queas duas economias seriam complementares. A Tabela 2 apresenta a composição da pauta deprodutos que cada país tem vantagem comparativa revelada de acordo com a intensidade de usode fatores de produção. Três setores responderam por 51% das exportações brasileiras dos produ-tos que o país tem vantagem comparativa no triênio considerado: manufaturados intensivos emeconomias de escala (19%), semimanufaturados de origem agrícola intensivos em trabalho (18%)e básicos agrícolas (14%). Na quarta posição têm-se os manufaturados intensivos em P&D com11% do valor exportado, sendo que quase metade desse valor deve-se às vendas de aviões.

No caso da Índia, 72% das vendas dos produtos que possui vantagem comparativa estãodistribuídas entre os setores de: manufaturados intensivos em Trabalho (38%), semimanufaturadosde origem mineral (22%) e básicos agrícolas (12%). O quarto setor mais importante, com 11%do valor exportado no triênio 2000-2002, refere-se aos produtos manufaturados intensivos emeconomias de escala.

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Com exceção dos produtos básicos agrícolas, as economias são competitivas em setoresdiferentes e poderiam trocar produtos desses setores. Na pauta de produtos que são competiti-vos, ambos os países também têm uma participação importante de produtos manufaturados, oque abre possibilidade de trocas intra-indústria.

No caso do comércio interindústria, é importante não apenas que os países ofertem demaneira competitiva produtos diferentes, mas que as demandas sejam compatíveis com a oferta,principalmente tratando-se de economias com elevado custo de transporte entre si. As despesascom transporte podem mais do que compensar a vantagem competitiva do parceiro em potencial,fazendo com que a demanda seja atendida por produtores domésticos ou de terceiros países.

No caso do comércio intra-indústria, a questão das estruturas de demanda e oferta e docusto de transporte também é crucial. Não basta que as demandas sejam similares. É preciso queo parceiro em potencial tenha capacidade de atender à demanda e seja competitivo de tal formaa compensar o custo de transporte.

Dentre os 792 produtos que o Brasil apresentou vantagens comparativas, a Índia comprou719, mas apenas 154 originaram-se do Brasil, no triênio 2000-2002. Esse grupo foi responsávelpor 45% do número total de produtos brasileiros exportados para a Índia e respondeu por 62%das vendas brasileiras para o parceiro em questão. A Índia importou, em média, US$ 4,8 bilhõesanualmente desses produtos no triênio. Os produtos provenientes do Brasil totalizaram, emmédia, apenas US$ 237 milhões. O Brasil foi o oitavo maior fornecedor do mercado indianorespondendo por 4,9% das importações indianas dos produtos que o Brasil apresentou vantagenscomparativas.

Tabela 2

Fonte: Elaborado pela CNI com base nas estatísticas do PC-TAS da Unctad

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Já dentre o grupo que a Índia possui vantagens comparativas (1.315), o Brasil adquiriu 1.188produtos, porém apenas 428 originaram-se da Índia. Esse grupo representou quase dois terços dosbens exportados pela Índia para o Brasil, mas correspondeu a 91% do total do valor exportado notriênio 2000-2002. Também nesse caso, o baixo volume de comércio é claro. O mercado brasileiroabsorveu US$ 277 milhões desses produtos no período considerado. A Índia foi o quarto maiorfornecedor desses produtos para o mercado brasileiro, mas respondeu por apenas 3,7% do valorimportado pelo Brasil do conjunto de bens que a Índia revelou ter vantagem comparativa.

A aparente complementaridade entre as duas economias contrasta com o baixo volume decomércio bilateral, mesmo entre as mercadorias em que os países são competitivos. Para proverum melhor entendimento sobre o grau de complementaridade entre as duas economias é necessá-rio comparar as estruturas de oferta com as de demanda.

6 AS ESTRUTURAS DE IMPORTAÇÃO DO BRASIL E DA ÍNDIA

Utilizando o IDCR, conforme definido anteriormente, podem-se determinar quais são osprodutos relativamente mais importantes na pauta da importação de cada país – identificando,dessa forma, seu padrão de consumo. Somente ao analisar o que cada país tem a oferecer e oque cada país quer em suas trocas internacionais é que se pode precisar o potencial de comércioentre as economias.

No triênio 2000-2002, o Brasil revelou possuir desvantagem comparativa em 1.727 produtos.Os produtos manufaturados de provedores especializados e intensivos em P&D responderam pelamaior parte das importações desses bens. Por sua vez, a Índia apresentou desvantagem compara-tiva em 1.464 produtos. O dispêndio com importação desses bens concentrou-se nas compras deprodutos semimanufaturados de origem mineral, manufaturados de provedores especializados emanufaturados intensivos em P&D. A Tabela 3 organiza os produtos de acordo com a intensidadedos usos dos fatores de produção:

Tabela 3

Fonte: Elaborado pela CNI com base nas estatísticas do PC-TAS da Unctad

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A estrutura das desvantagens comparativas é muito semelhante, o que significa que ambos ospaíses são muito similares em suas pautas de importação. Tanto o Brasil como a Índia exibemparcela considerável de desvantagens comparativas em manufaturados de provedores especializados(25% e 17%, respectivamente), manufaturados intensivos em P&D (20% e 12%) esemimanufaturados de origem mineral (12% e 32%).

Tais estruturas não são complementares às estruturas de vantagem comparativa. Em outraspalavras, há pouca complementaridade entre as estruturas de oferta e de demanda, o que reduz opotencial de comércio entre os dois países. Ao se analisar isoladamente as estruturas de vantagemcomparativa (oferta), tende-se a concluir que as duas economias seriam complementares. Incor-porando-se as estruturas de desvantagem comparativa (demanda) na análise, verifica-se que, defato, há baixa complementaridade, o que justifica o baixo volume de comércio.

A similaridade nos padrões de demanda poderia estimular o crescimento do comércio intra-indústria entre Brasil e Índia, como já ocorre na maioria das relações norte-norte. Não obstante, oflorescimento desse tipo de comércio é dificultado pela baixa competitividade de ambos os paísesem grande parte desses produtos (oferta) e pelo elevado custo de transporte. Com isso, cada paísprocura atender a suas demandas por meio de terceiros países.

No triênio 2000-2002, os principais fornecedores de manufaturados de provedores especializadose intensivos em P&D para o Brasil foram os Estados Unidos (38%) e a União Européia (37%). Nocaso da Índia, as compras desses bens foram provenientes, sobretudo, da União Européia (34%),dos Estados Unidos (17%), de Cingapura (13%) e do Japão (9%).

Em suma, Brasil e Índia não competem entre si pelo mercado internacional, pelo menos nãode maneira intensa. As estruturas de vantagem comparativa dos dois países não são iguais. Noentanto, as duas economias também não são complementares. A oferta brasileira não combinacom a demanda indiana, o mesmo ocorrendo com a oferta indiana e a demanda brasileira. Asdemandas por importações dos dois países são similares e podem ser atendidas por outros paísescom maior vantagem comparativa na sua produção e com melhor localização geográfica, conse-qüentemente, com menores custos de transporte.

7 OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO PARA O COMÉRCIO BILATERAL

A baixa complementaridade das estruturas de oferta e demanda das duas economias não descar-ta a possibilidade de existirem trocas mutuamente benéficas entre o Brasil e a Índia. Mesmo entre osprodutos manufaturados, há possibilidades de expansão ou mesmo criação de comércio bilateral.

Como forma de identificar as oportunidades de aumento do comércio bilateral realizou-se umexercício que confronta as vantagens e as desvantagens comparativas reveladas de cada país.Cabe ressaltar, contudo, que a análise que será apresentada é parcial e baseia-se apenas no fluxocomercial do triênio 2000-2002.

Há outros fatores importantes a determinar o comércio bilateral, tais como tarifas e barreirasnão-tarifárias, características culturais, as possibilidades de incremento da produção, os custosde transporte, etc. Ademais, a definição de produto aqui utilizada (seis dígitos do SH) podeesconder diferenças significativas entre o produto exportado pelo Brasil e o importado pelaÍndia (e vice-versa) em razão do nível de agregação.

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Assim sendo, a seleção de produtos proposta não pode ser considerada definitiva. Do mesmomodo, tais produtos não podem ser considerados como os únicos cujas vendas para a Índia têmpossibilidades de crescimento. O objetivo desse exercício é apenas prover uma idéia inicial dopotencial de comércio e estudos adicionais são necessários para melhor definir tal potencial.

7.1 EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

Pela perspectiva das exportações brasileiras identificaram-se 233 produtos com maior potencialde crescimento das trocas bilaterais. Essa seleção resultou da interseção do grupo de produtos que oBrasil tem vantagem comparativa com o grupo que a Índia tem desvantagem comparativa.

Chama atenção, que dentre os produtos que o Brasil tem vantagem comparativa (792 produ-tos), o conjunto aqui destacado apresenta um viés para produtos com menor geração de receitade exportação. Representando 29% do total de produtos que o Brasil é competitivo, o subconjuntoresponde por apenas 14% das vendas brasileiras do conjunto original (US$ 6,5 bilhões em um totalde US$ 45,6 bilhões).

Como forma de focar a análise optou-se por considerar apenas os produtos que já represen-tam volumes significativos nas exportações brasileiras e nas importações indianas mundiais. Dessaforma, a partir da interseção acima, foram selecionados aqueles bens cujo valor exportado fossesuperior ou igual ao valor médio das exportações brasileiras. Procedimento análogo foi realizadocom as importações indianas.

O conjunto de bens foi reduzido, então, a 62 produtos (veja Apêndice A). O novo conjuntoresponde por menos de 8% dos 792 produtos que o Brasil revelou vantagens comparativas e por11% das exportações brasileiras dessas 792 mercadorias no triênio 2000-2002.

O Brasil foi o sexto fornecedor dessas mercadorias para a Índia, mesmo tendo exportado paraesse parceiro quase 60% dos 62 bens escolhidos, no triênio 2000-2002. Seus principais competi-dores no mercado indiano são a União Européia, a Argentina, o Japão, os Estados Unidos eCingapura. Conjuntamente, esses países foram responsáveis por 59% das importações indianasdesses produtos enquanto a participação do Brasil foi de 7%.

A posição da Argentina foi particularmente interessante. Dos produtos selecionados, a Argen-tina exportou apenas 17, mas respondeu por 12% das importações indianas desse grupo de bens.No entanto, isso se deve, sobretudo, às vendas de soja. Excluindo a soja da pauta de importação,a Argentina cai para o 17º lugar e o Brasil, para 9º.

Em termos de valor, 68% das exportações brasileiras desse grupo de bens para a Índia, notriênio 2000-2002, foram de produtos semimanufaturados agrícolas intensivos em trabalho, prin-cipalmente óleo de soja (responsável por 66%). Os manufaturados responderam por apenas 13%das vendas dos produtos selecionados para a Índia.

Algumas das maiores possibilidades de expansão das exportações encontram-se nos produtosmanufaturados de provedores especializados e semimanufaturados de origem mineral. Nossosprincipais competidores nesses produtos são a União Européia e o Japão, no caso dos provedoresespecializados, e Cingapura, a Austrália e, novamente, a União Européia, no caso desemimanufaturados de origem mineral. Note-se que são todos países com vantagens consideráveisno custo de transporte na comparação com o Brasil.

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Entre os produtos manufaturados de provedores especializados destacam-se os motores esuas partes e peças e os compressores. No caso dos semimanufaturados de origem mineral têm-seo ouro e o níquel. Há, também, muito espaço para se aumentar as exportações brasileiras de óleode soja, couro, laminados planos de ferro ou aço e algodão.

7.2 EXPORTAÇÕES INDIANAS

A mesma análise foi feita para as exportações indianas. Ou seja, identificaram-se as mercado-rias que a Índia possui vantagem comparativa e que o Brasil revelou desvantagem comparativa.Por esta perspectiva, foram selecionados 403 produtos com maior potencial de crescimento dastrocas bilaterais.

Embora seja um conjunto com uma quantidade bem maior de produtos que o selecionadotendo como perspectiva as exportações brasileiras, persiste o viés para aqueles com menor gera-ção de receita de exportação. O conjunto agora identificado representa 31% do total de produtosem que a Índia é competitiva, porém responde por apenas 21% das vendas indianas do total debens que a Índia tem vantagem comparativa (US$ 6,9 bilhões em um total de US$ 33,4 bilhões).

Analogamente, optou-se por analisar somente produtos que já são representativos para ambasas economias. Por meio desse procedimento foram selecionados 66 produtos, que correspondem a

Tabela 4

Fonte: Elaborado pela CNI com base nas estatísticas do PC-TAS da Unctad

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apenas 5% dos produtos que a Índia foi competitiva e 14% das vendas indianas dos 1.315produtos que o país revelou ter vantagens comparativas (veja Apêndice B).

A Índia foi a sexta maior fornecedora desses produtos para o Brasil. Entre os 66 selecionados,a Índia exportou 55 para o Brasil no triênio 2000-2002. Essas vendas representaram apenas 2%das exportações indianas desses 66 bens para o mundo. Os principais competidores da Índia nomercado brasileiro são a Argentina, a União Européia e os Estados Unidos, que juntos responderampor 76% das compras brasileiras dos 66 produtos.

Em termos de valor, 41% das exportações indianas dessa seleção de produtos para o Brasil, notriênio 2000-2002, são de produtos manufaturados intensivos em pesquisa e desenvolvimento,principalmente medicamentos (24% do valor das compras brasileiras).

Algumas das maiores possibilidades de expansão das exportações indianas para o Brasil en-contram-se nos produtos manufaturados intensivos em pesquisa e desenvolvimento e intensivosem economia de escala. No primeiro grupo destacam-se os medicamentos e seus princípios ativos,enquanto no segundo, os inseticidas e os pneus.

Tabela 5

Fonte: Elaborado pela CNI com base nas estatísticas do PC-TAS da Unctad

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Os principais concorrentes da Índia no fornecimento dos manufaturados intensivos em pes-quisa e desenvolvimento para o Brasil são a União Européia, os Estados Unidos e a Suíça. A Índiafoi a quarta maior fornecedora do Brasil, mas o terceiro colocado vendeu quase o dobro do valorexportado pela Índia para o Brasil, desse grupo de produtos. No caso dos intensivos em economiade escala, a Argentina, os Estados Unidos e a União Européia foram os maiores vendedores para oBrasil no triênio considerado, enquanto a Índia ocupou a nona posição.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar do forte crescimento do comércio bilateral Brasil-Índia nos últimos anos, o intercâm-bio continua muito pouco significativo para ambas as economias e fortemente concentrado emalguns produtos.

A distância entre os dois países e a falta de linhas de transporte diretas resultam em um custode transporte elevado que se apresenta como um fator importante na justificativa do baixovolume de comércio. O nível de proteção oferecido aos mercados domésticos, sobretudo na Índia,também se mostra como um fator relevante.

Não obstante, a baixa complementaridade das estruturas de oferta e demanda dos dois paísestem um papel mais decisivo. Brasil e Índia apresentam vantagens comparativas em produtos, nasua maioria, diferentes, mas as estruturas de demanda são similares e pouco compatíveis com aestrutura de vantagem comparativa de cada país (estrutura de oferta). Ademais, os principaisfornecedores das mercadorias importadas por Brasil e Índia são mais competitivos na produçãodesses bens e também possuem vantagens com relação ao custo de transporte, dificultando acriação de comércio intra-indústria.

Apesar do baixo potencial de intercâmbio, é possível identificar oportunidades de ganhospara ambos os países com o comércio bilateral. Este estudo apresentou uma análise com base nasestruturas de vantagens e desvantagens comparativas que permitiu a seleção de um conjunto debens com alto potencial de comércio entre Brasil e Índia. Tais produtos concentram-se nosprodutos manufaturados de provedores especializados e semimanufaturados de origem mineralpelo lado brasileiro e nos produtos manufaturados intensivos em pesquisa e desenvolvimento eintensivos em economia de escala pelo lado indiano.

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rta

çõ

es

da

Índ

ia

dig

od

oS

H

Pro

du

tos

Sele

cio

na

do

sC

lassif

ica

do

sp

or

Inte

nsid

ad

ed

eF

ato

res

de

Pro

du

çã

oIV

CR

eC

om

érc

ioV

alo

res

An

ua

isM

éd

ios

de

20

00

a2

00

2-

US

$m

il

(A)

(B)

(C)

(C)

/(A

)(C

)/

(B)

To

tal

5.1

33

.01

12

.65

7.8

78

17

6.8

71

3%

7%

Su

b-T

ota

isEnerg

éti

cos

18

.76

01

9.2

48

40

12

%2

%

Básic

os

16

7.4

95

31

1.6

27

16

.60

11

0%

5%

Sem

imanufa

tura

dos

1.4

89

.51

39

97

.41

51

31

.22

59

%1

3%

Manufa

tura

dos

3.4

51

.33

91

.30

4.5

32

21

.81

01

%2

%

En

erg

éti

co

s1

8.7

60

19

.24

84

01

2%

2%

27

10

.95

Óle

olu

bri

ficante

de

petr

óle

o1

8.7

60

19

.24

84

01

2%

2%

sic

os ag

ríco

las

14

8.7

35

29

2.3

80

16

.20

01

1%

6%

09

04

.11

Pim

enta

(do

gênero

"pip

er"

),seca,

não

trit

ura

da

nem

em

61

.49

31

4.2

26

81

0%

1%

52

01

.00

Alg

odão,

não

card

ado

nem

pente

ado

87

.24

22

78

.15

41

6.1

19

18

%6

%

min

era

is2

4.6

64

44

.30

57

.23

52

9%

16

%2

52

4.0

0A

mia

nto

(asbesto

)2

4.6

64

44

.30

57

.23

52

9%

16

%

Sem

ima

nu

fatu

rad

os

de

ori

gem

ag

ríco

lain

ten

siv

os

em

tra

ba

lho

47

1.8

33

44

9.6

35

11

4.7

53

24

%2

6%

15

07

.10

Óle

ode

soja

,em

bru

to,

mesm

odegom

ado

38

6.9

07

41

9.2

93

11

1.3

28

29

%2

7%

15

07

.90

Óle

ode

soja

mesm

ore

finado,

mas

não

quim

icam

ente

modif

icado

68

.54

41

9.9

43

3.4

25

5%

17

%

15

16

.20

Gord

ura

se

óle

os

vegeta

is1

6.3

81

10

.40

0

de

ori

gem

ag

ríco

las

inte

nsiv

os

em

ca

pit

al

89

.41

05

7.0

68

00

%0

%4

70

2.0

0P

asta

quím

ica

de

madeir

a,

para

dis

solu

ção

50

.22

03

7.3

51

00

%0

%

48

10

.21

Papelcuché

leve,

p/

escri

taou

impre

ssão

revesti

do

de

caulim

39

.19

01

9.7

17

00

%0

%

de

ori

gem

min

era

l9

28

.27

04

90

.71

21

6.4

72

2%

3%

28

04

.69

Outr

os

silíc

ios

13

1.3

76

10

.14

30

0%

0%

28

43

.90

Outr

os

com

posto

sin

org

.ou

org

.de

meta

ispre

cio

sos;

am

álg

am

as

20

.27

21

8.6

52

00

%0

%

29

03

.15

1,

2-D

iclo

roeta

no

(clo

reto

de

eti

leno)

24

.58

75

9.6

03

3.0

23

12

%5

%

29

26

.10

Acri

lonit

rila

19

.17

43

6.1

07

5.4

67

29

%1

5%

29

31

.00

Outr

os

com

posto

sorg

âno-inorg

ânic

os

69

.94

22

4.9

51

13

0%

0%

40

02

.19

Outr

as

borr

achas

de

esti

reno-b

uta

die

no

ou

de

est.

-but.

-carb

oxiladas

54

.35

12

6.5

56

2.8

00

5%

11

%

71

03

.10

Pedra

spre

cio

sas

ou

sem

i-,

em

bru

toou

serr

adas

ou

desbasta

das

26

.82

83

5.3

54

2.0

61

8%

6%

71

03

.91

Rubis

,safi

ras

eesm

era

ldas,

trabalh

adas

de

outr

om

odo

21

.33

67

.94

70

0%

0%

71

08

.13

Ouro

em

outr

as

form

as

sem

imanufa

tura

das,

para

usos

não

monetá

rios

35

3.3

95

13

2.7

01

00

%0

%

74

08

.11

Fio

sde

cobre

refi

nado,

com

am

aio

rdim

ens.

da

seção

transvers

al>

6m

m7

4.2

41

20

.18

80

0%

0%

75

02

.10

Níq

uelnão

ligado,

em

form

as

bru

tas

77

.61

65

6.2

11

3.1

09

4%

6%

79

01

.11

Zin

co

não

ligado,

em

form

as

bru

tas,

conte

ndo

=>

99

,99

%de

zin

co

26

.75

94

4.6

00

00

%0

%

80

01

.10

Esta

nho

não

ligado,

em

form

as

bru

tas

2,1

10,3

1,6

7,0

15,5

8,4

1,4

4,2

1,6

10,5

2,8

3,9

1,9

2,6

3,7

14,8

2,3

4,4

3,0

1,8

1,1

2,2

28

.39

51

7.6

99

00

%0

%

00

%0

%

Page 28: O Potencial de Comércio entre Brasil e Índia · PIB brasileiro expandiu-se a uma média anual de 2,5% e a taxa de crescimento média mundial foi de 2,8%. Segundo o Banco Mundial,

26

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APÊN

DICE

A (

CON

TIN

UAÇ

ÃO)

* Pr

odut

os e

m q

ue o

Bra

sil t

em v

anta

gem

com

para

tiva

, cuj

o va

lor e

xpor

tado

pel

o Br

asil

é su

perior

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igua

l ao

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r méd

io d

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xpor

taçõ

es b

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leiras

e q

ue a

Índ

ia tem

des

vant

agem

com

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e c

ujo

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r im

port

ado

pela

Ind

ia é

sup

erio

rou

igu

al a

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lor

méd

io d

as i

mpo

rtaç

ões

indi

anas

.Fo

nte:

Ela

bora

do p

ela

CNI

com

bas

e na

s es

tatí

stic

as d

o PC

-TAS

da

Unct

ad

Pro

du

tos

po

rIn

ten

sid

ad

ed

eF

ato

res

de

Pro

du

ção

IVC

RE

xp

ort

açõ

es

Bra

sile

ira

sIm

po

rta

ções

Ind

ian

as

Ex

po

rta

ções

Bra

sile

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sp

ara

aÍn

dia

Pa

rtic

ipa

ção

da

Índ

ian

as

Ex

po

rta

ções

do

Bra

sil

Pa

rtic

ipa

ção

do

Bra

sil

na

sIm

po

rta

ções

da

Índ

ia

(A)

(B)

(C)

(C)

/(A

)(C

)/

(B)

Pro

du

tos

Sele

cio

na

do

s*C

lass

ific

ad

os

po

rIn

ten

sid

ad

ed

eF

ato

res

de

Pro

du

ção

IVC

Re

Co

mérc

io

Va

lore

sA

nu

ais

Méd

ios

de

20

00

a2

00

2-

US

$m

il

dig

od

oS

H

Ma

nu

futu

rad

os

inte

nsi

vo

sem

tra

ba

lho

78

0.2

05

10

6.5

41

3.8

16

0%

4%

41

04

.22

Couro

epele

s,

de

bovin

o,

pré

-curt

idos

de

outr

om

odo

20

,33

19

.20

91

5.2

73

86

20

%6

%

41

04

.31

Outr

.couro

se

pele

s,

de

bovin

os

ou

equíd

eos,

ple

na

flor

ou

ple

na

flor

div

.7

,33

61

.18

43

9.7

74

2.7

09

1%

7%

41

04

.39

Outr

os

couro

se

pele

s,

de

bovin

os

ou

equíd

eos

2,1

68

.97

92

3.1

03

18

40

%1

%

69

02

.10

Tijolo

se

peças

cerâ

mic

as

sem

elh

ante

s,

refr

atá

rios

2,1

15

.50

81

4.4

89

00

%0

%

90

21

.30

Outr

os

art

igos

eapare

lhos

de

pró

tese

1,3

15

.32

51

3.9

03

61

0%

0%

inte

nsi

vo

sem

eco

no

mia

esc

ala

67

3.8

45

35

0.7

05

4.0

11

1%

1%

38

08

.10

Inseti

cid

as

1,6

39

.84

32

6.8

57

00

%0

%3

90

1.1

0P

olieti

leno

de

densid

ade

<0

,94

,em

form

apri

mári

a2

,21

29

.98

53

6.5

11

00

%0

%4

01

6.9

3Junta

s,

gaxeta

se

sem

elh

ante

sde

borr

acha

vulc

aniz

ada

não

endure

cid

a1

,13

8.8

97

22

.95

41

16

0%

1%

72

08

.38

Pro

d.

lam

inados

pla

nos,

de

ferr

oou

aços

não

ligados,

em

rolo

s1

,22

5.0

19

24

.35

10

0%

0%

72

08

.39

Pro

d.

lam

inados

pla

nos,

de

ferr

oou

aços

não

ligados,

em

rolo

s1

,56

0.7

19

40

.88

00

0%

0%

72

08

.51

Pro

d.

lam

inados

pla

nos,

de

ferr

oou

aços

não

ligados,

não

enro

lados

1,7

45

.53

75

7.7

47

00

%0

%7

20

8.5

2P

rod.

lam

inados

pla

nos,

de

ferr

oou

aços

não

ligados,

não

enro

lados

2,0

22

.02

71

3.3

13

00

%0

%7

20

9.1

7P

rod.

lam

.pla

n.,

de

ferr

oou

aços

não

ligados,

em

rolo

s,

lam

inados

afr

io1

,75

3.8

05

49

.16

3

0

0%

0%

72

10

.12

Pro

d.

lam

inados

pla

nos,

de

ferr

oou

aços

não

ligados,

esta

nhados

4,3

93

.43

82

8.7

77

2.1

13

2%

7%

72

10

.50

Pro

d.

lam

in.

pla

.,de

ferr

oou

aços

ñligados

revesti

dos

de

óxid

ode

cro

mo

7,1

34

.43

81

1.5

26

76

22

%7

%7

21

9.3

3P

roduto

sla

min

ados

pla

nos,

de

aços

inoxid

áveis

3,1

37

.43

48

.99

14

67

1%

5%

72

19

.34

Pro

duto

sla

min

ados

pla

nos,

de

aços

inoxid

áveis

2,9

43

.63

91

1.1

70

50

11

%4

%7

30

4.1

0T

ubos

de

ferr

oou

aço,

sem

costu

rapara

ole

oduto

se

gasoduto

s2

,33

3.3

62

9.4

22

51

0%

1%

73

11

.00

Recip

iente

spara

gases

com

pri

mid

os

ou

liquefe

itos

1,9

15

.70

49

.04

4

0

0%

0%

pro

ved

ore

sesp

eci

ali

zad

os

1.8

47

.73

17

01

.79

91

1.3

19

1%

2%

84

08

.20

Moto

res

de

pis

tão,

de

igniç

ão

por

com

pre

ssão,

die

selou

sem

i-die

sel

2,4

20

3.8

80

58

.80

92

22

0%

0%

84

09

.91

Outr

as

part

es

desti

nadas

aos

moto

res

de

pis

tão,

de

igniç

ão

por

cente

lha

2,5

38

4.0

37

11

6.1

52

92

30

%1

%

84

09

.99

Outr

as

part

es

para

moto

res

die

selou

sem

idie

sel

3,2

32

6.3

19

10

1.0

98

1.7

35

1%

2%

84

10

.90

Part

es

de

turb

inas

ero

das

hid

ráulicas,

inclu

ídos

os

regula

dore

s3

,31

9.8

99

35

.81

78

41

4.3

0C

om

pre

ssore

spara

equip

am

ento

sfr

igorí

ficos

6,1

40

7.4

91

55

.18

81

.00

90

%2

%

84

18

.10

Com

bin

ações

de

refr

igera

dore

se

congela

dore

s("

freeze

rs")

1,1

34

.73

62

3.9

50

34

31

%1

%

84

29

.20

Niv

ela

dore

s1

6,7

11

0.7

48

9.8

46

3.3

63

3%

34

%

84

55

.30

Cilin

dro

sde

lam

inadore

s,

de

meta

is3

,42

3.8

14

13

.27

58

47

4.9

0P

art

es

de

máquin

as

eapare

lhos

da

posiç

ão

84

74

1,1

21

.48

02

7.7

47

10

10

%0

%8

48

2.2

0R

ola

mento

sde

role

tes

cônic

os

2,0

25

.21

11

2.3

29

10

50

%1

%8

48

3.3

0M

ancais

(chum

aceir

as)

sem

rola

mento

s;

"bro

nze

s"

2,8

42

.81

21

5.8

12

70

0%

0%

85

01

.64

Gera

dore

sde

corr

ente

alt

ern

ada,

de

potê

ncia

>7

50

kV

A1

,11

7.3

22

26

.11

35

00

%0

%8

50

3.0

0P

art

es

desti

nadas

àm

oto

res

egera

dore

selé

tric

os

1,2

81

.81

69

9.3

18

3.3

53

4%

3%

85

04

.23

Tra

nsfo

rmadore

sde

die

létr

ico

líquid

o,

de

potê

ncia

>1

0.0

00

kV

A4

,06

3.9

63

21

.64

20

0%

0%

85

11

.90

Part

es

de

apare

lhos

edis

posit

ivos

elé

tric

os

de

igniç

ão

ou

de

arr

anque

1,9

32

.21

81

4.0

96

45

0%

0%

85

44

.70

Cabos

de

fibra

sópti

cas

1,1

32

.52

75

8.3

53

00

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REFERÊNCIAS

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