o plano de melhoria do agrupamento -...

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Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena Trimestral Ano XIX N.º 2 Março 2015 “MONTMARTRE” Poema de Sérgio Franclim (pág. 10) Momento alto da nossa participação no MegaSprinter 2015 (pág. 6) Sessão de esclarecimento sobre Escoliose Infantil (pág. 12) Entrevista com Nazareth Carpinteira (pág. 7) O Plano de Melhoria do Agrupamento

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Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena

Trimestral

Ano XIX N.º 2Março2015

“MONTMARTRE” Poema de Sérgio Franclim (pág. 10)

Momento alto da nossa participação no MegaSprinter 2015 (pág. 6)

Sessão de esclarecimento sobre Escoliose Infantil (pág. 12)

Entrevista com

Nazareth Carpinteira

(pág. 7)

O Plano de Melhoria do Agrupamento

FICHA TÉCNICA

Jornal Escolar: Pangeia

Ano XIX - Nº2 (Março 2015)

Periodicidade: Trimestral

Preço: 0,50 €uro

Nº de exemplares: 200

Propriedade e endereço postal: Agrupamento de Escolas Professor Armando de Lucena, Bairro Escolar(2665 - 226 MALVEIRA)

Endereço eletrónico:[email protected]

Publicação WEB:http://aealucena.ccems.pt/

Edição:Clube Pangeia

Paginação e Montagem Tipográfica:Prof. Luís Tavares

Redação:Prof. Joaquim MendesProf.ª Cristina Jerónimo

Impressão:Reprografia escolar

Este número contém 12 páginas

NOTA DE ABERTURA

Começamos com um sorriso, pois é com alegria que vos comunicamos a boa

recetividade do nosso primeiro número deste ano, publicado antes da interrupção do Natal. Efetivamente, foram impressos cerca de 250 exemplares, ultrapassando, portanto, o limite das duas centenas que estava inicialmente previsto. O êxito deveu-se, sem dúvida, a algumas pessoas a quem devemos um agradecimento. Começamos pela assistente operacional Amália Quelhas, cuja competência e prontidão permitiram ir tendo prontos para venda os exemplares do Pangeia ao ritmo que iam sendo necessários. A seguir, mas não com menor reconhecimento, vêm os diretores de turma, que, em janeiro, durante as reuniões com os pais e encarregados de educação, fizeram um ótimo trabalho de divulgação e venda do jornal. Neste segundo número, entre muitos assuntos de interesse, damos um enfoque particular à questão da Avaliação Interna, matéria que é hoje considerada imprescindível para a melhoria do conhecimento e, consequentemente, do desempenho das organizações, entre as quais se contam as escolas. A avaliação interna da escola abrange, entre outras, a questão da indisciplina e deverá abordá-la para que os seus efeitos sejam minorados. O objetivo final será, obviamente, melhorar o sucesso escolar, tanto o dos alunos indisciplinados, como o dos que são prejudicados pela indisciplina dos outros. Contudo, o que não parece ajudar a minorar o problema é a parede que a legislação

obriga a escalar para se resolver um caso de indisciplina. Efetivamente, um processo disciplinar desenvolve-se de forma muito formal, com linguagem jurídica, à volta de sete documentos-base diferentes, constituindo estes as peças processuais (“Autuação”, “Termo de Notificação”, “Solicitação de Comparência”, “Ata de Audiência Oral”, “Auto de Inquirição”, “Relatório” e “Termo de Conclusão”), que se vão multiplicar exatamente pelo número de pessoas envolvidas no processo, sejam alunos, professores, funcionários, encarregados de educação ou outras. Em termos concretos, se um aluno der um murro noutro, e se daí resultar a instauração de um processo disciplinar, haverá pelo menos cinco pessoas que terão de ser ouvidas pelo professor instrutor do processo: os dois alunos envolvidos, o diretor de turma do aluno que formalizou a participação da ocorrência e os encarregados de educação de ambos os alunos. Este número aumentará se, por exemplo, houver testemunhas da ocorrência. No final da situação descrita, haverá um volume de páginas muito variável, mas com, pelo menos, trinta e cinco documentos, ou seja, sete documentos por cada um dos cinco intervenientes no processo. Agora imagine-se se o total de pessoas envolvidas forem, por exemplo, dez. Nesse caso, elaborar-se-ão, obrigatoriamente, setenta documentos. E assim sucessivamente.Cheira a exagero e perda de tempo. Falta começar a perceber o que ganha a escola, e particularmente os alunos, com esta forma de proceder.

Professor Joaquim Mendes

2 Pangeia Ano XIX- N.º 2 Março 2015

EDITORIAL

Março 2015 Pangeia Ano XIX- N.º 2 3

DIRETOR DO AGRUPAMENTO

A avaliação interna é um processo contínuo de recolha e tratamento de informação sobre a escola

realizada por membros da comunidade educativa, com o objetivo de elaborar um processo de melhoria da escola.Para tal, devem sistematizar-se informações, analisando-se de uma forma coletiva os resultados e identificando-se os pontos fracos e os pontos fortes, no sentido de se estabelecerem estratégias para a superação dos problemas.A avaliação interna ou autoavaliação é portanto, um processo cíclico e renovador, de análise, interpretação e síntese das dimensões que definem a escola.

Neste sentido, o processo de autoavaliação do Agrupamento, resulta de um imperativo legal e da necessidade de consolidar uma consciência crítica, esclarecida e interventiva, sobre a qualidade do serviço educativo prestado, devendo envolver-se neste processo todos os membros da comunidade escolar.A manutenção de uma cultura de autoavaliação sistemática, gradualmente aceite e valorizada pelos diferentes agentes educativos, deverá ser uma das principais metas do Projeto Educativo.

Jorge Manuel Monteiro BarreirosDiretor

A Importância da Avaliação Interna

Pangeia online - Newsletter

A divulgação das atividades que entretanto têm decorrido no nosso

Agrupamento durante este ano letivo é feita no site da escola, através do Pangeia online. Para visualizar a Newsletter, basta

aceder ao botão, que encaminha o usuário para uma página onde estão alojadas as informações.

Visite-nos em:http://aealucena.ccems.pt/

4 Pangeia Ano XIX- N.º 2 Março 2015

No decorrer da Semana da Leitura, os alunos do 2º B da EB1/JI da Malveira

receberam a mãe da Rita e da Maria que amavelmente foram à sala de aula contar umas história.Também fizeram umas lindas Máscaras baseadas na história da “Carochinha e do João Ratão” com a ajuda das famílias.

Prof.ª Graça Figueiredo

Já vai sendo habitual, de há uns anos para cá, geralmente em interdisciplinaridade com o 1.º

ciclo, os nossos alunos realizarem, no final do primeiro, segundo e terceiro períodos, um Campeonato de Ortografia, que mais do que uma competição é uma forma de autoavaliarem o estado de “saúde”, da sua forma de escrever com correção.No final do ano letivo, costuma haver uma entrega de prémios, para os alunos classificados em primeiro, segundo e terceiro lugares, com direito a fotografia e diploma na mão. A entrega dos diplomas, decorre na nossa Biblioteca Escolar.

Prof.ª Fátima Figueiredo

NÓS POR CÁ

Semana da Leitura

Campeonato de Ortografia

Aqui ficam os resultados obtidos no 2º ciclo, no final do primeiro período:

5º ano 1º lugar 92 pontos Rafael Cruz 5ºA2º lugar 87 pontos Gabriela Ribeiro 5ºB3º lugar 86 pontos Gustavo Martins 5ºA 86 pontos Iris Bandeira 5ºA 6º ano1º lugar 93 pontos Cátia Leite 6ºD2º lugar 90 pontos Alexandre Santos 6ºD3º lugar 88 pontos Maria Roxo 6ºD 88 pontos Beatriz Godinho 6ºB

Dois maus exemplos de ortografia que encontramos na Internet:

Março 2015 Pangeia Ano XIX- N.º 2 5

Os alunos do 2º B da EB1/JI da Malveira na Semana da Leitura receberam a visita de mães que lhes contaram umas lindas histórias.

Após terem ouvido histórias, inventaram e ilustraram Adivinhas alusivas ao Inverno.

Prof.ª Graça Figueiredo

Adivinhas do Inverno

NÓS POR CÁ

6 Pangeia Ano XIX- N.º 2 Março 2015

Realizou-se, em 26 de fevereiro de 2015, na Nazaré, o 3.º torneio do XIV Circuito

de Xadrez do Oeste. Mais uma vez a nossa escola foi honrada, não só pelas atitudes comportamentais dos seus alunos, atitudes já várias vezes enaltecidas e apreciadas pelas escolas presentes, como pelos briosos resultados atingidos: o Telmo Pedro, na categoria Juvenis,

em 34 participantes, alcançou um histórico 2.º lugar, logo atrás do Vice-Campeão Europeu Escolar. O Rúben Rodrigues, na categoria Infantis B, com 21 participantes, obteve igualmente um prestigiante 2.º lugar, e o Rodrigo Almeida na categoria Infantis A, com 55 participantes, atingiu um promissor 9.º lugar!À escola, por oferecer tão salutares

atividades, aos encarregados de educação por, de mãos dadas com os professores, complementarem a tarefa de suscitar o que de melhor há na criança, e aos alunos, esperança e feitores do futuro,

PARABÉNS!Prof. Fernando Augusto

NÓS POR CÁ

Xadrez

No âmbito do Desporto Escolar, realizou-se no passado dia 4 de Março,

no Estádio Municipal de Óbidos, mais uma edição do MegaSprinter CLDE Oeste, na modalidade de atletismo. A nossa escola esteve presente com 11 atletas, distribuídos por vários escalões etários, os quais concorreram nas

provas de MegaSprint (corrida de velocidade de 40 metros) e MegaKm (corrida de 1000 metros). Todos os participantes estão de parabéns pela sua participação e empenho. É de destacar o excelente resultado obtido pelos alunos Rafael Rodrigues, do 5ºA, e Raquel Esteves, do 5ºB, que obtiveram os 1º e 2º lugares, respetivamente, na prova de velocidade, escalão de infantis A.

O Grupo de Educação Física.

MegaSprinter 2015

Raquel Esteves do 5ºB no 2º lugar do pódio

Rafael Rodrigues do 5ºA no lugar mais alto do pódio

Participantes no MegaSprinter 2015 após a missão cumprida

Desporto Escolar

Março 2015 Pangeia Ano XIX- N.º 2 7

HÁ CONVERSA COM…

Nazareth Carpinteira, a responsável pelaimplementação do Plano de Melhoria

Como é suposto acontecer com qualquer organização, o nosso agrupamento

encontra-se em processo de autoanálise, com vista à melhoria do seu funcionamento e dos serviços que presta. Com o objetivo de sabermos o que é e para que serve um Plano de Melhoria, entrevistámos a coordenadora da Comissão de Avaliação Interna, a professora Nazareth Carpinteira, comissão essa que tem a responsabilidade de elaborar e de aplicar o dito plano.

Pangeia - O que é um Plano de Melhoria de Agrupamento?

Prof. Nazareth - Um Plano de Melhoria de Agrupamento é um conjunto de procedimentos e estratégias organizadas e implementadas com o objetivo de promover a melhoria dos processos educativos e aumentar a eficácia dos mesmos.

O agrupamento sempre desenvolveu esforços no sentido de uma maior eficácia, contudo, por vezes, pouco sistematizados e descontinuados no tempo. Um Plano de Melhoria acaba por ser um instrumento que “intencionaliza” e sistematiza os esforços de melhoria que vão já sendo desenvolvidos pela

comunidade educativa.

Do PM constam várias Ações de Melhoria que deverão ser reformuladas sempre que for detetado que não estão a atingir a eficácia desejada.

P - Plano de Melhoria é igual a Eficácia da escola?

P.N - A Eficácia da Escola refere-se ao grau em que a Escola consegue resultados constantes e positivos durante um determinado período de tempo.

Mas para que a aprendizagem aconteça, não basta colocar o indivíduo na escola. Todos sabemos que os resultados académicos dependem de uma grande variedade de fatores, incluindo fatores do indivíduo, da família, da escola, da comunidade e não só da escola. Alguns destes fatores são de intervenção difícil, ao passo que outros fatores são passíveis de serem alterados/melhorados. E é nesse sentido que os esforços da comunidade, em geral, e da comunidade educativa, em particular, devem seguir.

A eficácia não é um resultado mágico, ao contrário, pensamos que o nosso agrupamento tudo tem feito para se tornar mais eficaz.

P - Que documentos tiveram que consultar para elaborar o PM?

P.N. - Projeto Educativo, Regulamento Interno, Plano Anual de Atividades e Contrato de Autonomia. E outros documentos não oficiais, mas que foram de grande importância para a

elaboração do Plano de Melhoria.

P - Como é que a comunidade pode ter conhecimento do Plano de Melhoria?

P.N – É muito fácil, basta consultar o site do Agrupamento.

P - Quem são os elementos que fazem parte da Comissão de Avaliação Interna?

P.N. – A comissão é constituída por cinco elementos: os professores Ana Carrilho, do Pré-escolar, Eva Fonseca, do 1º ciclo, Cristina Loureiro e eu própria, do 2º ciclo, Karim Shamsherally, do 3º ciclo, a chefe dos Serviços Administrativos, Fátima Lopes, e a chefe dos Assistentes Operacionais, Manuela Bernardino, não estando neste momento designado o representante dos E.E..

Cremos que ficou clara a tarefa e também a responsabilidade que recai sobre a Comissão de Avaliação Interna. Aguardam-se agora resultados desse trabalho, de que, afinal todos nós, alunos, professores, funcionários e comunidade educativa seremos beneficiários. Terminamos, agradecendo à professora Nazareth Carpinteira o tempo que disponibilizou em mais esta tarefa extra.

A Redação

8 Pangeia Ano XIX- N.º 2 Março 2015

RIOS DE TINTA

Atualmente o uso da caricatura é muito popular, sendo comum encontrarmos

caricaturas de pessoas em blogs, em convites de casamento ou de festas de aniversário. Contudo, também já deu origem a episódios que abriram telejornais, em que desfilaram imagens de manifestações de caráter religioso e até de cenas que resultaram em mortos e feridos.O termo “caricatura” vem do italiano e trata-se de um desenho de uma pessoa, em que se exageram alguns dos seus detalhes físicos, tanto tornando-os menores do que eles são na realidade, como aumentando-lhes o seu tamanho.Assim, através de um desenho, se faz uma crítica a uma pessoa, por exemplo, fazendo sobressair um defeito ou exagerando uma qualquer característica que chame a atenção nessa pessoa.

A caricatura surgiu no s é c u l o X V I I , com o p i n t o r Agostino Carracci, em Bolonha (Itália), artista que criou uma galeria de tipos populares da sua cidade. Outros artistas da Escola de Bolonha também se destacam nessa forma de arte, como Domenichino e Guercino. Pier Leone Ghezzi foi um dos primeiros a dedicar-se quase que integralmente à realização de caricaturas.Uma boa caricatura transmite rapidamente a imagem de uma pessoa. A caricatura pode ou não ser cómica, variando bastante conforme o estilo e a intenção do artista.

Marta Jorge, 9º A

Que é uma caricatura?

Row

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José Sócrates

Barack Obama Lionel Messi

All I am is a man.I want your world in my hands,I love the beach, so I stand

Watching the sunset with my feet on the sand.She knows what I’m thinking about…One love, one house,One love, two mouths.

Love me like you do,Touch me like it’s the end,Call me baby…And I’ll hold your hand.

Samuel Mendonça, VOC

Poesia

Sozinho, perdido e sobretudo vulnerável.

Sobretudo vulnerável à violência da guerra.

Na guerra eu nasci e vivi.

E vivi, sonhando que um dia tudo isto acabaria, que as mortes cessassem e que a alegria reinasse de novo.

De novo me senti acompanhado, seguro e amado.

Guiomar Guerra, 5ºC

Março 2015 Pangeia Ano XIX- N.º 2 9

NÓS POR CÁ

Um questionário (sugerido pela ABAE) foi realizado às turmas dos 2.º e

3.º Ciclos que ficaram melhor posicionadas no “Projeto a minha Turma é a melhor da escola”. Participaram nele 173 alunos e os temas que foram auditados foram os seguintes (tabela ao lado): resíduos, água, energia, espaços exteriores e biodiversidade.

Prof.ª Ruth Linares (Coord. Projeto Eco-Escolas)

Durante o segundo período, o projeto Eco-Escolas, em articulação com o projeto

“A minha turma é a melhor da escola”, desafiou os alunos para a recolha de pilhas.

O delegado e o subdelegado de turma lideraram esta recolha. Posteriormente, as pilhas foram recolhidas pela ERP Portugal (parceira do Programa Eco-Escolas - ABAE), no âmbito do projeto Geração Depositrão. O projeto Geração Depositrão visa (in)formar a população escolar das escolas aderentes, e, através delas, a população em geral, acerca da importância do adequado

encaminhamento dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE), como, por exemplo, pequenos e grandes eletrodomésticos, lâmpadas, e pilhas/acumuladores. A nossa escola funcionou como ponto de recolha da região envolvente. Prof.ª Ruth Linares

(Coord. Projeto Eco-Escolas)

Geração Depositrão

Auditoria Ambiental 2014/2015

Decorreu no dia 12 de dezembro de 2014, uma pequena cerimónia do

hastear da bandeira verde – Galardão do Eco-Escolas.

Aqui ficam algumas imagens relativas a este acontecimento com umas palavras de agradecimento a todos os presentes, especialmente às três alunas que animaram este evento.

Saudações ecológicasdo Projeto Eco-Escolas

Hastear da Bandeira Verde

10 Pangeia Ano XIX- N.º 2 Março 2015

VIDAS QUE CONTAM

II — MONTMARTRE1

Regressei ao monte dos meus sonhosUm pouco antes de partir de Paris.Quis rever as ruas quase minhasApesar de pouco maisDo que vã vontade ter tido.

Subi a colinaSem saber se o caminho Me levaria ao destino.Por uma ponte,Atravessei o cemitério —E senti que esse lugar conhecia.Talvez porque morrerÉ lição que se aprende há muito;Talvez porque restos de alguémEu ali deixei sem saber porquê.

Continuei a andar, esquecidoDe que o império da morteApenas existe em lugares como aquele.Queria ir procurar pintoresE sentir a arte como se fosse vagabunda.Não vi o Coelho Ágil2,Mas vi uma misteriosa violinista.Comprei uma réplica de O Beijo3

E na pobreza da pinturaSenti ser colecionador.

(Talvez a vida seja colecionarAquilo que não se pode ter,Mas que se quer, que se procuraNas vasculhadas ruínas da alma.Talvez a vida seja desenterrarRelíquias para se colocar, ao morrer,Sobre o pó de uma estante Que permaneceu quase sempre vazia.)

Segui meus passos incertosE pressenti a boémia das noites antigas,Mesmo que as ruas cheias de turistasSejam sombras nas minhas visões.Segui sem certeza de nadaE encontrei-me no desalinhoQue é viver um diaSem esperar mesmo nada.Segui e quis ali estar até à noite,Fingir ser um beato à procura de Sacré Coeur4

E perder-me, depois, numa discussão literária.E se tiver de argumentar com fúriaQue seja a defender Ou um verso perfeitoOu um poema absurdo,Que se defende por, no fim de tudo,A vida se resumir a isso:A discussão entre poetas embevecidos de bebidaE mulheres amadas por devoção.

(E se eu ficasse aqui?Se eu deixasse o que não quisE aceitasse um nada que é muito ao achar?A última página de um livro?Porquê sentir que tudo na vidaQuase sempre vale muito pouco?)

Oh! Caminhasse sem parar,Hora após hora, dia e noite,Sem vida quotidiana e sem casa onde dormir.Caminhasse por esta colinaE entre artistas de rua eu vivesse.E tivesse como única esperança ao morrerDar um beijo a quem existe somente Na cópia do quadro Que comprei por pobreza.

Sérgio Franclim

Poemas de Paris (2014) Iniciámos no número anterior a publicação de poemas de Sérgio Franclim. Desta vez, apresentamo-vos mais um poema inspirado na Cidade Luz (Paris), intitulado “II -

Montmartre”, acompanhado por uma foto do Sacré Coeur, tirada pelo próprio autor.

1 Famoso bairro de Paris, situado numa colina e local de encontro de artistas e intelectuais.2 Cabaré situado em Montmartre.3 Nome de um quadro de Gustav Klimt.4 Basílica situada no alto de Montmartre.

Março 2015 Pangeia Ano XIX- N.º 2 11

E QUE TAL LER UM LIVRO?

A FADA ORIANA,de SophIa de Mello Breyner Andresen

O livro A Fada Oriana parece-nos indispensável. Foi escrito em 1958 e trata-se de um livro que nos ensina a não nos deixarmos guiar pela vaidade, nem a pensarmos só em nós.Oriana é uma fada, que prometeu cuidar de todos os que habitavam a floresta. Certo dia, iludida por um peixe, fica vidrada na sua beleza, esquecendo-se de todos os que dependiam dela, e que

acabam por se ir embora da floresta.Oriana é castigada, perdendo duas coisas muito importantes: as suas asas e a varinha de condão. Para as reaver, é encarregue de reparar o mal que fez.O que ela fez é o que vocês irão descobrir quando lerem o livro.Todos devíamos ler este livro, pois é educativo, divertido e dá-nos uma lição de vida.

Guiomar Canelas e Beatriz Mariano, 5º C

Pessoas trabalham para ele comAmor e carinho. são criativas, escrevemNovidades, que se espalham como formigas.Gostamos todos de o ler.É divertido e com ele podemos rir.Inventar é o nosso lema!A criatividade não tem fim! [O que será?] Joana Pereira e Beatriz Mariano, 5º C

Palavras de grande importância,Animações e desenhos coloridos,Notícias e textos criativos.Gostam de jornais?Engraçado e bom para os tempos livres.Interessante, de certeza.Agora, só falta é só lê-lo. [O que será?] Sara Faleiro, 5º C

Na sexta-feira passada, fui com a minha amiga Joana para casa do meu avô.

Pusemo-nos a dançar e o gancho do cabelo da Joana foi parar debaixo do armário. Arredámos o armário e em vez do gancho da Joana estava lá um alçapão. Nesse mesmo momento, a curiosidade falou por mim. Abri o alçapão e fiquei ainda mais curiosa ao descobrir o que estava por baixo dele. Era um túnel de terra bastante extenso para o qual não hesitámos em entrar. Demorámos cerca de meia hora a chegar ao fim do túnel e quando lá chegámos vimos umas escadas, subimo-las e, logo, por uma janelinha típica das muralhas de um castelo, vimos a nossa Malveira. Foi então que nos apercebemos

de onde estávamos. Era o castelo da Malveira, cuja existência, todos nós, os adolescentes, julgávamos ser lenda. Contudo, algumas pessoas mais idosas juravam a pés juntos já o terem visto.Então, para mostrar a toda a gente que o castelo existia mesmo, fomos ter com o nosso professor de Português e pedimos-lhe para escrever um artigo para o jornal da escola. Ele aceitou logo, mas a nossa professora de História, que estava por perto, disse-lhe: -Tu acreditas no que essas ‘pirralhinhas’ dizem? Não vou permitir que esse texto seja publicado. Toda a gente sabe que o castelo da Malveira nunca existiu!

Eu intervim: - Ó ‘stora’, venha connosco ver o castelo.Quando lá chegámos, a nossa professora ficou muito

impressionada com o que viu. O castelo estava em ruínas, mas mesmo assim tinha a sua beleza. Fora construído no tempo dos Descobrimentos e, por isso, tinha muito para nos contar e ensinar.De seguida, a professora de História pediu-nos imensa desculpa, dizendo

ainda que, para além de apoiar a publicação do artigo no jornal da escola, iria telefonar ao presidente da Câmara, para que o castelo fosse recuperado.

Filipa Franco 7º B

O Castelo da Malveira

AC

RÓST

ICO

I

AC

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ICO

II

12 Pangeia Ano XIX- N.º 2 Março 2015

NÓS POR CÁ

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLAMÚTUO DE MAFRA

CINCO BALCÕES

MAFRA - AZUEIRA/LIVRAMENTO - ENCARNAÇÃO - PÓVOA - MALVEIRA

SITE: www.ccammafra.pttelf. 261 811 195

MOTOR DE DESENVOLVIMENTO DO CONCELHO

No Passado dia 12 de janeiro, comemorou-se o Dia do Patrono “Artur

Patrocínio”, aproveitando este dia para a inauguração do novo espaço remodelado, o “Cantinho dos Sonhos”.Neste dia tivemos a presença de todas as entidades que tornaram possível a concretização deste sonho: Presidente e alguns elementos da Câmara Municipal de Mafra; elementos da atual e anterior

União de Freguesias da Azueira e Sobral da Abelheira; Direção do Agrupamento de Escolas Professor Armando Lucena; Associação de Pais e pessoal docente e não docente deste estabelecimento de Ensino; Encarregados de Educação.Os alunos apresentaram algumas músicas e dramatizações, recebendo as entidades com muita alegria e trajados a rigor.

E.B.1/J.I.ARTUR PATROCÍNIO

Comemoração do Dia do Patrono da Escola E.B.1/JI Artur Patrocínio com a inauguração do “Cantinho do Sonhos”

Este novo espaço servirá agora para todos os alunos poderem usufruir durante os intervalos e… Sonhar!

No âmbito do PES (Projeto para a Educação e Saúde),

em sequência dos rastreios efetuados aos alunos das EB 1 e EB 2,3 da Malveira, realizou-se no dia 17 de março, na Casa de Cultura da Malveira, uma sessão de esclarecimento sobre a escoliose infantil e outras problemáticas da coluna, aberta a toda a comunidade educativa.A razoável assistência que esteve presente no auditório da Malveira pôde escutar o fisioterapeuta Eurico

Rodrigues, da Clínica Fisioteam, de Mafra, a que se juntou, como convidado, o médico ortopedista Pedro Fernandes. Os dinamizadores responderam a questões postas pelo público e chamaram a atenção para a importância da necessidade de uma postura correta por parte das crianças e jovens, uma vez que uma má higiene postural é a principal causa de problemas músculo-esqueléticos na coluna.

Prof.ª Erika Pereira Coord. do PES

Sessão de esclarecimento – escoliose infantil

Momento da sessão de esclarecimento