o periódico - extra

8
Desde 2009 Ano I - Segunda-feira, 02 de maio de 2011 - Nº 5 Edição Especial - Concluída às 21h30 - R$ 2,50 Compromisso com a informação e a liberdade de imprensa Jesus Judeu, carpinteiro e o homem mais influente até o momento, o nazareno de 33 anos, de nome Jesus, que teve a coragem de desafiar as leis de seu próprio povo e influenciou milhares de pessoas com o discurso de paz e esperança foi aclamado como o messias, o salvador, o filho do Deus hebraico. Sua vida pública chega ao fim, no feriado de Páscoa, Jesus recebe sua sentença – a cruz. Ao questionar o Estado Romano e o poder de César, Jesus anunciou a sua condenação a crucificação. O império põe fim as manifestações de liberdade de expressão de forma brutal e desumana, usando o caso Jesus como exemplo à aqueles que ousarem tramar contra Roma.

Upload: dickson-de-oliveira-tavares

Post on 10-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Trabalho da Disciplina de Jornalismo Impresso Emanuel Barreto - Pauta, Edição e Revisão Élmano Ricarte e Dickson Tavares - Reportagem Lissa Fernandes, Maríllia Graziella, Carlos André, Élmano Ricarte e Dickson Tavares - Projeto Gráfico e Diagramação Dickson Tavares - Envio de Matérias, Contato e Informações redaçã[email protected] . Todas as imagens e fotografias usadas nesta edição são do filme A Paixão de Cristo © 2004 Twentieth Century Fox, disponíveis na internet e pesquisadas por Élmano Ricarte. Os textos assinados e aqui publicados são produzidos por acadêmicos do curso de jornalismo da UFRN, e correspondem a avaliação da primeira unidade da disciplina de Jornalismo Impresso de 2011.1. O PERIÓDICO © 2009-2011. Todos os direitos reservados.

TRANSCRIPT

Page 1: O Periódico - EXTRA

Desde 2009 — Ano I - Segunda-feira, 02 de maio de 2011 - Nº 5 — Edição Especial - Concluída às 21h30 - R$ 2,50

Compromisso com a informação e a liberdade de imprensa

JesusJudeu, carpinteiro e o

homem mais influente até o momento, o nazareno de 33

anos, de nome Jesus, que teve a coragem de desafiar as leis de seu próprio povo

e influenciou milhares de pessoas com o discurso de

paz e esperança foi aclamado como o messias, o salvador,

o filho do Deus hebraico.

Sua vida pública chega ao fim, no feriado de Páscoa,

Jesus recebe sua sentença – a cruz. Ao questionar o

Estado Romano e o poder de César, Jesus anunciou a sua condenação a crucificação.

O império põe fim as manifestações de liberdade

de expressão de forma brutal e desumana, usando o caso Jesus como exemplo à

aqueles que ousarem tramar contra Roma.

Page 2: O Periódico - EXTRA

www.oper iodico .com.br | O PERIÓDICO

De ramos à cruzEditorial

“Salve, o rei dos judeus”. Este foi o clamor mais ouvido durante a última semana de vida de Jesus. No

entanto, a frase foi dita com dois sentidos em dois momentos diferentes. Como explicar que o fervor do povo em Jerusalém, com saudações como “Hosana ao filho de Davi”, mude em menos de uma semana para “Seja crucificado”? Que homem é Jesus que coloca ao redor de si multidões a escutar as suas palavras? Para tentarmos entender este fenômeno social, é preciso um pouco de contexto na História.

Poucas décadas atrás, o Império Romano tem a sua expansão territorial cessada. Os soldados

e as legiões já estavam ricos o suficiente para não mais quererem batalhar e conquistar novas terras. Roma, a capital, já contava com uma super população de homens e mulheres escravos por vitórias em batalhas. O comércio com as nações conquistadas tomava espaço frente à vontade de guerra. Dessa forma, o imperador Augusto César decretou a Pax Romana para todos os povos do Império.

A Pax foi um período em que a cultura romana era inserida a todos os povos dominados e o culto ao imperador como deus foi forçado. Nessa época, surgi entre os judeus um homem que reúne todos a sua volta para falar de um

Page 3: O Periódico - EXTRA

3Ano I - Nº05 - maio de 2011. O PERIÓDICO

www.oper iodico .com.br | O PERIÓDICO

novo reino de harmonia e fraternidade. Jesus inicia a sua vida pública com doze discípulos e chega à Jerusalém cercado por uma numerosa e acolhedora procissão a recepcioná-lo.

Por estar em um processo de estruturação de seu Império, os

romanos aumentavam a pressão de sua influência cultural e econômica, inclusive com elevação de impostos, cujos efeitos foram i n d i g n a ç õ e s , ainda contidas, de

protesto. E, nesse contexto, Jesus destacava-se ao lado de seu primo Sebastião, cuja cabeça fora decapitada e entregue em uma bandeja de prata, como rebeldes ao atual reino judeu de Herodes, que demonstrava satisfação às relações econômicas com seu governador romano Pôncio Pilatos.

Boa parte dos seguidores de Jesus estava em busca deste novo reino prometido. E, apesar de seus sermões e parábolas para explicar que se tratava, segundo ele, de seu rei espiritual, todos almejavam uma transformação política, ao acená-lo com ramos em um domingo de recepção calorosa na cidade de Jerusalém. Aquele era o homem vindo do interior de Israel, cujo séqüito o acompanhava a qualquer direção que desejasse, e que, agora, estava em Jerusalém. O povo queria que suas atitudes fossem de enfrentamento ao governo vigente. Ao perceber que suas promessas não eram tangíveis a este mundo, mesmo entre os mais próximos, havia aqueles que começavam a não mais se agradarem com suas palavras e seu estilo humilde e pobre sem que não objetivava

tomar as rédeas do poder. Até seu discípulo Judas Eucariotes vendeu-se contra aquele que chamava de mestre e, com um sublime beijo, entregou-o a seus algozes.

Uma das provas da revolta e angústia dos judeus manifestou-se durante o julgamento público de Jesus. Como era tradição soltar um prisioneiro na época de páscoa, ao ser perguntado pelo governador Romano, para que fosse decidido entre Jesus e o preso por assassinato Barrabás, o povo responde que a liberdade seja dada ao assassino. E ainda o condenam à crucificação, cospem em seu rosto e zombam de suas ações passadas como protesto pelo fato de que Jesus não realizou uma revolta como eles desejavam.

Para completar o quadro de abandono, mais dez onze de seus discípulos não se manifestaram contra a decisão popular, fugiram e se esconderam. Apenas sua mãe, algumas mulheres e um discípulo chamado João ainda estavam ao seu lado em sua morte.

Porém, como Jesus consegue ser um homem lembrado até depois de sua passagem com grande destaque? Como afirmava, se suas palavras foram como fermento para reagir com a massa, que comparava ao ser humano, seu sangue foi o ingrediente adicional e essencial usado pelos seguidores para causar uma revolução política. Com seus discípulos, assim como no chamado milagre da multiplicação, seu fermento foi jogado em muitas massas e muitos pães e sextos de pães surgiram em todo Império Romano,até o enfraquecer em divisão entre oriente e ocidente, e este último setor ser dominado por povos estrangeiros e, ainda assim nessas terras, o nome Jesus ser mencionado como moeda de troca da política na Terra.

Page 4: O Periódico - EXTRA

www.oper iodico .com.br | O PERIÓDICO

Uma semana de perseguição e tortura marcaram a vida de um plebeu de Nazaré chamado Jesus, de 33 anos. Ele que se dizia salvador do mundo e rei dos judeus, foi preso, julgado e crucificado na

sexta-feira de Páscoa, em Jerusalém. Jesus foi acusado de praticar atos desertores contra as leis de Roma.

No último domingo, Jesus chegou com seus seguidores a Jerusalém para celebrar a festa da Páscoa. Ele entrou na cidade em um jumento e foi recebido por uma multidão, que o aclamou como “filho de Davi”. Tal alvoroço chamou a atenção das autoridades religiosas judaicas, que começaram a prestar mais atenção em Jesus e no que ele representava para a população. Alguns sacerdotes passaram a acompanhar mais de perto o tal Jesus e a investigar suas ações.

Na quinta-feira, após jantar com os seus apóstolos para celebrar o período pascal, Jesus foi para o jardim de Getsêmani, na encosta do Monte das Oliveiras, em frente ao Templo, para orar. Os discípulos Pedro, Tiago e João o acompanharam. Aproveitando o momento, Judas Iscariote, que também estava entre os “escolhidos” de Jesus, resolveu entregá-lo aos sacerdotes e anciãos de Jerusalém em troca de trinta moedas de prata. De acordo com testemunhas,

Judas chegou no jardim acompanhado por um grupo de homens armados e, para revelar a identidade de Jesus, o beijou na face.

Após a prisão, o nazareno passou por seis julgamentos – três por líderes judeus e três pelos romanos. Primeiro, ele foi acusado de ameaçar destruir o templo, mas algumas testemunhas entraram em desacordo. Depois, perguntaram a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus e rei dos judeus. Ao responder positivamente, ele foi acusado de blasfemar por afirmar ser Deus. No final, acusaram-no ainda de trair Roma, já que se dizia rei.

Pôncio Pilatos, prefeito da província romana da Judéia, tentou entrar em acordo com líderes judeus para que Jesus de Nazaré fosse espancado, entretanto, eles não se satisfizeram com a proposta. Dessa maneira, Pilatos decidiu pela flagelação de Jesus, apesar de acreditar na inocência do homem. O prefeito ainda tentou salva-lo, questionando a população presente: “É costume que na páscoa solte um dos prisioneiros. Vós quereis que eu solte Jesus ou Barrabás?”. A multidão gritou “Barrabás!”.

Na última sexta-feira, então, Pilatos, depois de ter mostrado o homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus

Nazareno é crucificado

em Jerusalém

Nazareno é crucificado

em JerusalémO judeu chamado Jesus, foi preso, julgado e

condenado por afrontar as leis de RomaO judeu chamado Jesus, foi preso, julgado e

condenado por afrontar as leis de Roma

Lissa Fernandes e Maríllia GraziellaLissa Fernandes e Maríllia Graziella

Page 5: O Periódico - EXTRA

5Ano I - Nº05 - maio de 2011. O PERIÓDICO

www.oper iodico .com.br | O PERIÓDICO

o grande braço horizontal da Cruz, que pesa cerca de cinqüenta quilos. Enquanto isso, a estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Os soldados ainda utilizaram tiras de couro com pequenas bolas de chumbo e pequenos ossos fixados para bater no corpo do acusado. A cada golpe, ele tinha a pele dilacerada, espirrando sangue. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso durou cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos e os ombros são cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga escapa, escorrega e esfola seu dorso.

Após horas de açoitamento, Jesus foi levado até Gólgota, que significa Lugar da Caveira. Sobre o Calvário tem início a crucificação. Primeiro, houve a coroação com espinhos, onde Jesus teve longos espinhos penetrados em seu couro cabeludo, fazendo-o sangrar lentamente. Os algozes tomam outras medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego e o apóiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira.

O carrasco e seu ajudante elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé. Depois, rapidamente

encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos laceraram seu crânio. A cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Tudo muito desumano de se ver.

Ao meio-dia Jesus teve sede. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares.

A respiração de Jesus fica cada vez mais difícil até que em um suspiro, consegue falar aos que assistiam a crucificação: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. Em seguida o corpo começa a se afrouxar e a asfixia recomeça. Horas mais tarde se escuta outra frase “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?”. Com mais força ele grita: “Tudo está consumado!”. E, por fim, num grande brado, Jesus fala suas últimas palavras: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Jesus morreu na cruz na sexta-feira, perto das 3h da tarde, na véspera da páscoa hebraica. Depois disso, escuridão tomou conta pelas próximas três horas.

Naquele mesmo dia, após a crucificação consumada, o cidadão José de Arimateia pediu a Pilatos pelo corpo

Jesus julgado diante do povo judeu por Pilatus, na outra ponta da foto Barrabás. O povo escolheu libertar o ladrão e condenar o nazareno.

Foto

: © 2

004

Twen

tieth

Cen

tury

Fox

Page 6: O Periódico - EXTRA

6 Ano I - Nº05 - maio de 2011. O PERIÓDICO

www.oper iodico .com.br | O PERIÓDICO

de Jesus e recebeu permissão para enterrá-lo. Então, ele juntamente com outro cidadão chamado Nicodemus trouxeram finos panos de linho, embalaram o corpo, colocaram no túmulo e puseram uma grande pedra na entrada. Os dois ainda conseguiram com que soldados romanos guardassem o lugar.

Três dias após a crucificação, no domingo, Maria Madalena, Maria (mãe de Jesus) e Salomé prepararam aromas para ungir o corpo do nazareno. Quando chegaram ao túmulo, a pedra já havia sido movida. De acordo com o apóstolo Matheus, quando eles entraram no túmulo um

anjo disse: “Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, que foi crucificado; ele ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse”, contou o apóstolo.

Nessa mesma manhã de domingo, os guardas foram até os sacerdotes contar a respeito da aparição do anjo e da sepultura vazia. A notícia deixou as autoridades judaicas muito agitadas. Os discípulos insistem em afirmar que o filho de Deus foi morto pelos homens, mas que ressuscitou e agora está ao lado do Pai, no reino dos céus.

A agonia e consternação da família de Jesus: Maria Madalena, Maria a sua mãe e seu irmão Tiago, acompanham o sofrimento do nazareno.

Jesus carregando a cruz até local da crucificação, sob escolta dos soldados romanos e acompanhado por uma multidão de seguidores.Fo

to: ©

200

4 Tw

entie

th C

entu

ry F

oxFo

to: ©

200

4 Tw

entie

th C

entu

ry F

ox

Page 7: O Periódico - EXTRA

www.oper iodico .com.br | O PERIÓDICO

O nome “Jesus” é comum na Palestina, região localizada a leste do Mar Mediterrâneo e dominada pelo Império Romano. Jesus, o Cristo, nasceu, cresceu, pregou e foi crucificado nessa

região, uma pequena faixa de terra com cerca de 20 mil km2. Ele não deixou nada escrito e muito pouco se sabe do período da sua vida que vai dos 12 aos 30 anos. O pouco que sabemos a respeito da sua história é graças aos escritos das testemunhas oculares que o acompanharam: discípulos e seguidores.

Jesus viveu grande parte da sua vida na cidade de Nazaré, daí seu apelido ‘Nazareno’. Seu nascimento se deu na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, representante romano que governava com mão de ferro a região. Sua mãe, Maria, ainda adolescente, estava prometida em casamento a José, homem bem mais velho que ela, mas engravidou antes das núpcias. O fato causou grande repercussão. A gravidez teria sido obra do Espírito Santo, mas a sociedade – machista – encarou a gestação de uma mulher sem marido como uma afronta à ‘Lei’ e aos bons costumes. Maria por muito pouco escapou da morte e José, por recebê-la como esposa, mesmo estando grávida de outro, sofreu o desprezo dos amigos e familiares.

A vida de Cristo sempre foi marcada por dificuldades. Sua mãe, ainda gestante, quase foi apedrejada. Nos primeiros meses de vida ele teve de fugir com os pais para o Egito para não ser morto pelo Herodes. Sua infância foi austera. Cresceu numa família pobre e desde cedo realizou

trabalhos braçais ao lado do padrasto José. Aos doze anos perdeu-se dos pais no Templo de Jerusalém, ficando por dois dias desaparecido. Na fase adulta viveu errante na Palestina, fazendo curas sem receber nenhum dinheiro em troca. Como ele próprio dissera certa vez ‘as aves do céu tem ninhos onde repousar, mas o Filho do Homem não tem um lugar onde recostar a cabeça’. Tempos depois perdeu o primo e amigo João ‘Batista’, que morrera decapitado a mando do governador da Galileia. E aos 33 anos, traído por um de seus seguidores ( Judas Iscariotes), foi entregue às autoridades. Acusado de heresia e conspiração contra o Império Romano, foi condenado à morte na cruz.

Fisicamente, o Nazareno tinha aparência e feições rudes. A barba e os cabelos eram longos e negros. A pele morena, queimada do sol escaldante típico da região. As mãos calejadas, do trabalho manual que desempenhou desde a tenra idade. Ele tinha em torno de 1,83m e falava aramaico. Apesar de pregar o amor ao próximo, não há registros de que tenha mantido relacionamentos amorosos. Ele tratava homens e mulheres de maneira equânime, com carinho, respeito e atenção. Mas caso tivesse querido uma esposa, com certeza encontraria. Centenas de mulheres se aproximaram dele. Inúmeras buscando algo além de conselhos.

Somado ao ofício de carpinteiro, aprendido com José, Jesus também sabia fazer artesanato e pescar. Foi graças, inclusive, a uma pescaria que ele conheceu dois de seus ‘apóstolos’, os irmãos Simão – a quem mais tarde chamaria

Quem foi Jesus Quem foi Jesus

Carlos andréCarlos André

Page 8: O Periódico - EXTRA

8 Ano I - Nº05 - maio de 2011. O PERIÓDICO

www.oper iodico .com.br | O PERIÓDICO

Pedro – e André. Apesar de não ter freqüentado as escolas da região, nem ter estudado com os filósofos romanos, Jesus tinha uma sabedoria ímpar, que causava admiração e embaraço aos ‘doutores da lei’. Graças a essa sabedoria ele atraiu para si tanto admiradores, quanto inimigos.

Os admiradores eram na grande maioria pobres, leprosos, órfãos, prostitutas e viúvas. Em suma, todos os excluídos, fracos e oprimidos da sociedade. Já os inimigos eram bem mais poderosos. Encabeçando a lista dos descontentes com as pregações de Cristo estava ninguém menos que Caifás, sumo sacerdote do Templo de Jerusalém.

Há tempos Caifás estava preocupado com as mensagens de Jesus, que atraiam um número cada vez maior de seguidores. A gota d’água veio quando o Nazareno entrou no Templo e causou uma confusão generalizada em plena Semana da Páscoa. Nessa época, peregrinos de todas as partes do mundo veem orar e enchem o tesouro do templo com suas doações. Jesus brigou com vendedores, cambistas e outros comerciantes que realizavam negócios no interior do templo. Enquanto derrubava as barracas ele gritava enfurecido: ‘a casa de meu Pai é lugar de louvor e oração, mas vocês a transformaram num covil de prostitutas e

ladrões’. O incidente no Templo era o pretexto que Caifás e os demais ‘doutores da lei’ precisavam para levarem Jesus a julgamento. E foi o que fizeram. Subornaram Judas Iscariotes com trinta moedas de prata e o mesmo revelou o lugar onde Jesus estava orando naquela noite de quinta-feira: o Monte das Oliveiras. Jesus não ofereceu resistência, nem deixou que seus discípulos reagissem. Foi levado preso, foi torturado, humilhado e, por fim, crucificado.

A crucificação é uma forma de castigo antiga, mas se popularizou no império romano. Nela o condenado é punido de duas formas. Primeiro fisicamente: a dor dos pregos traspassando os membros é terrível, e a vítima morre lentamente, perdendo cada gota de sangue. Segundo espiritualmente: na crucificação o condenado não tem direito sequer a um enterro digno. Seu corpo fica pendurado no madeiro, ao relento, sendo consumido por animais selvagens e pela ação do tempo. Mas nessa sexta-feira, foi diferente. Como era véspera de Páscoa, não seria de bom grado deixar expostos os corpos dos condenados para todos verem. Por causa disso Jesus teve seu corpo retirado da cruz e enterrado numa tumba emprestada de um amigo da família. O homem que teve uma vida sofrida, pelo menos na hora da morte teve direito a um enterro.

EXPEDIENTE - Reitora da UFRN Ângela Maria Paiva Cruz - Vice-reitora da UFRN Maria de Fátima Freire de Melo Ximenes - Diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes Márcio Moraes Valença - Chefe do Departamento de Comunicação Social Adriano Charles da Silva Cruz - Coordenadora do Curso de Comunicação Social Otêmia Porpino Gomes - Disciplina de Jornalismo Impresso Emanuel Barreto - Pauta, Edição e Revisão Élmano Ricarte e Dickson Tavares - Reportagem Lissa Fernandes, Maríllia Graziella, Carlos André, Élmano Ricarte e Dickson Tavares - Projeto Gráfico e Diagramação Dickson Tavares - Envio de Matérias, Contato e Informações redaçã[email protected] . Todas as imagens e fotografias usadas nesta edição são do filme A Paixão de Cristo © 2004 Twentieth Century Fox, disponíveis na internet e pesquisadas por Élmano Ricarte. Os textos assinados e aqui publicados são produzidos por acadêmicos do curso de jornalismo da UFRN, e correspondem a avaliação da primeira unidade da disciplina de Jornalismo Impresso de 2011.1. O PERIÓDICO © 2009-2011. Todos os direitos reservados.