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O PERFIL POPULACIONAL E OS FATORES HISTÓRICOS DO BAIRRO UBERABA NAS ÚLTIMAS DÉCADAS

Autor: Celso Rocha de Oliveira1 Orientadora: Sônia Zanello2

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar o perfil populacional e os fatores históricos do bairro Uberaba, resultou de diferentes relações que possibilitaram a identificar explicações de atuação nas últimas décadas, considerando suas principais características, causas e consequências. Para a coleta de dados e na obtenção dos resultados adquiridos a partir da definição do Projeto de Pesquisa, apontaram-se estratégias a serem aplicadas nas práticas pedagógicas. O estudo do processo de urbanização, bem como as razões que, direcionou o assunto inicialmente à questão migratória, tornando indispensáveis informações teóricas que trataram destes fenômenos. Consequentemente, esses movimentos provocaram profundas transformações na organização espacial. Somando-se a isso, os elementos de contexto social e histórico, bem como, as particularidades socioeconômicas, culturais e os reflexos críticos a respeito do descaso nas questões ambientais, impulsionadas por interesses econômicos. E, em decorrência do estudo da organização espacial e as relações que lhes dão origem, atuando e interagindo tanto no quadro físico como na ação antrópica. Pode suceder, no entanto, possibilitando na inserção da espacialidade na formação cidadã do educando, tornando-se perceptível às transformações locais.

Palavras-chaves: Perfil populacional; Fatores históricos; Bairro Uberaba; Migratório; Transformações espaciais.

1 Professor PDE da Rede Estadual de Ensino do Paraná – Graduado em Geografia (Bacharelado e

Licenciatura); Especialização em Magistério da Educação Básica, Metodologias Inovadoras Aplicadas a Educação e Educação de Jovens e Adultos. 2 Professora MSc. Titular da UTFPR.

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1 Introdução

A elaboração deste artigo vincula-se à continuação de estudos efetuados na

realização do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola e da Produção do

Material Didático-Pedagógico, com aplicações da prática aos alunos da EJA

(Educação de Jovens e Adultos).

Trata das características geográficas no que tange sobre: O perfil

populacional e os fatores históricos do bairro Uberaba nas últimas décadas,

precisamente nos últimos quarenta anos –, se buscou embasamento através de

elementos que respondessem as questões diárias, as do convívio do educando que

acabam sendo suprimidas, desvinculadas muitas vezes da sua espacialidade.

Ao estudar a realidade local, percebeu a exposição de temas desenvolvidos

por estudiosos no assunto que veio de encontro com a temática proposta.

Verificou-se da necessidade de elementos para suprir a defasagem, através

de interpretações da paisagem geográfica, a partir do domínio do espaço que é seu,

por isso, é necessário de um sujeito perceptível às transformações locais.

Em função, justifica-se da necessidade de dados, visando tecer que se

processe e interprete a partir de seu convívio, como, as transformações espaciais e

os resultados dessas manifestações locais, inserindo adequadamente ao ambiente

que se conhece, buscando assim, estabelecer um vínculo intermediário da realidade

a um sistema de relações e combinações (Prof. Filizola, informação verbal).

Interando-se aos fatos, foram apresentados caminhos básicos ao educando,

até mesmo, instigando elementos para discussões e reflexões. Seja ao identificar as

características históricas e os aspectos geográficos do bairro, que se refere à sua

população, bem como, as particularidades socioeconômicas, culturais e ambientais.

2 Desenvolvimento das Ações e Discussões dos resultados

Com base em observações e do conhecimento, derivou-se de instrumentos

da coleta de dados para a pesquisa científica, seguido da Produção Didático-

Pedagógica na Escola e da implementação da temática do estudo no contexto

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pedagógico escolar.

O referencial teve como fontes livros, jornais, artigos, dados estatísticos,

entrevistas, imagens e consultas a sites, entre outros.

O Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola foi desenvolvido no segundo

período do percurso do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional), e da

apresentação do projeto ao estabelecimento de ensino, de aula dialogada com os

alunos participantes, pretensões do projeto, da Produção de material didático

pedagógico e da elaboração de Artigo Científico, em questão.

Entretanto, o desenvolvimento foi representado no período de oito encontros,

a partir das atividades resultantes do material abordado no Projeto de Intervenção

Pedagógica, expresso da colaboração dos alunos indicados, da participação e

colaboração de professores e demais alunos.

Apontando estratégias a ser aplicado nas práticas pedagógicas, como

abrangência das ações desenvolvidas pelo professor mediador, com aplicações

prática aos alunos na EJA, do Ensino Fundamental, noturno, do Colégio Estadual

Professor Máximo Atílio Asinelli, no município de Curitiba, Paraná.

2.1 Aplicações do material em sala de aula

Através das informações teóricas dos dados coletados e dos resultados

adquiridos mediante estudos do projeto, foi atribuído inicialmente ao aluno análise

individual das questões propostas, em seguida foi dividido o grupo em quatro

equipes, com objetivo da troca e com aplicação das informações dos materiais, e,

por fim, efetuada a junção dos resultados apresentados em um único conjunto com

as principais respostas, conforme segue:

2.1.1 Primeiro Encontro

Foi apresentado na primeira parte, do primeiro encontro o Projeto de

Intervenção e o Material Pedagógico aos alunos (na Semana Cultural) e o princípio

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básico para o desenvolvimento de maquetes.

Na segunda parte, aplicaram-se conteúdos sobre a localização da área de

estudo, buscou-se de questões elementares sobre o bairro, como, localizações,

coordenadas geográficas e observações de direção, além da abrangência da

Regional Administrativa do Cajuru.

E, geograficamente a abrangência dimensional, representada pelas

referências de limites e seus respectivos bairros limítrofes e das representações das

principais ruas e avenidas, entre outros. Além, das subdivisões denominadas e

utilizadas pelos moradores, a exemplo de Jardins, Vilas, Uberaba de Cima e

Uberaba de Baixo, Principado do Uberaba, Moradias e Plantas.

Resultaram na elaboração e aplicação do material didático-pedagógico,

referente à primeira atividade, na familiarização do conteúdo através do

desenvolvimento de caça-palavras, levando o educando a identificar as principais

vias do bairro.

Direcionado a partir dos resultados, com base nos nomes das avenidas e ruas

apresentadas, cujo objetivo foi escolher três nomes, efetuando pesquisa em

diferentes meios, sobre a vida e a representatividade para o bairro, sendo assim,

apresentou-se as mais variadas informações inerentes aos precursores citados.

Cumulativamente, gerando no passo seguinte, solicitou-se o nome da rua em

que o educando mora, e com o uso do mapa do bairro foi realizado a busca para

determinar a situação geográfica, verificando se ela se encontra nos limites do

Uberaba de Cima, Uberaba de Baixo ou Principado do Uberaba, como referência, se

o local é Jardim, Vila, Moradia ou Planta, comparando ainda, com outros parâmetros

de divisão espacial, sendo de fácil aceitação e interação pelos mesmos.

2.1.2 Segundo Encontro

O histórico do bairro Uberaba, inicialmente, apresentou-se a partir da origem

do nome, do significado da Língua tupi-guarani aos primeiros moradores. Passando

pelos estudos apresentados por estudiosos no assunto sobre os registros de

ocupação e da observação das famílias que mais se destacaram.

A partir da apresentação do contexto histórico do bairro, utilizou-se como

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referencial na produção da segunda atividade do material didático-pedagógico.

Diante da valorização dos precursores, desbravadores, pioneiros ou

simplesmente de pessoas que foram importante na formação do bairro Uberaba,

buscou compor aleatoriamente na nomeação de nomes para a montagem de árvore

genealógica. Ao representar, considerou-se das informações contidas nos matérias

dispostos, desenvolvido em comum acordo pela maioria dos participantes na

genealogia da Família Mehl, parcialmente até a quarta geração.

Para a segunda parte da atividade, levou o educando a identificar nas

proximidades que reside alguém que tivesse informações sobre a formação do

bairro, em forma de textos, entrevistas, imagens antigas, entre outros.

Resultados narrados por moradores que acompanham o crescimento do

espaço em que vivem, com detalhes da formação, apresentados pelos fatos

coletados através de fotografia, referente ao estabelecimento de Ensino Dona Lula,

que funcionou no Uberaba de Cima, e atualmente, funciona no Uberaba de Baixo,

Vila São Paulo; a parteira Dona Bárbara Cid, era considerado o “Anjo do Uberaba”,

nome atribuído, em respeito aos inúmeros partos que realizou na região. O fato é

que, quando faleceu, em 1947, foi levada em cortejo a pé, por homens com seus

chapéus em baixo do braço, do bairro Uberaba até ao Cemitério da Água Verde,

onde foi sepultada; por volta da década de 40/50, nas proximidades da Velha

Estrada do Uberaba existiu a primeira granja de aves da região, pertencentes à

família Cagliari. Na granja, vendiam galinhas e ovos; Por volta do ano de 1945 a

Família Herrera (Salvador e Adélia), foi destaque, por possuírem a primeira

plantação de morangos, nas proximidades da atual Avenida Salgado Filho. Vendiam

sua produção nas feiras e no próprio bairro (BRANDALISE).

Igualmente, no decorrer da sintetização dos textos foram apresentadas

algumas imagens e entrevistas, de antigos armazéns e de seus protagonizadores. A

partir dos que foram apresentados ou de outro(s) estabelecimento(s) histórico(s) de

interesse, levou o participante a coletar informações que não foram destacadas

anteriormente, como exemplo, O que vendem? Tipo de clientes? Quais as

transformações ocorridas ao longo do tempo?

Formularam-se detalhes não apresentados anteriormente, representados

respectivamente a partir dos Armazéns:

a) “SANTA ANA” – Local que “vende de tudo”, como, tamancos, utensílios

domésticos, queijos, salames, bebidas, entre outros. Atendem clientes que vem dos

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mais variados pontos da cidade, que procuram por “Happy hour”. Poucas

transformações ocorreram ao longo do tempo, pois, seus proprietários mantêm as

mesmas características do ambiente desde a sua fundação;

b) “ANTÔNIO ANDREGUETTO” – Era um local que atendia os carroceiros, na

venda de mantimentos. Foi o primeiro armazém da região, encerrou suas atividades

por volta dos anos 60;

c) “GUEBUR” – Vendia doces, bebidas e alguns tipos de alimento, como,

farinha, sal, açúcar, azeite, vinagre, entre outros. Seus clientes eram das

proximidades que, diante da necessidade da falta de algum produto recorriam a

“vendinha”. Recentemente encerrou suas atividades, após 75 anos de existência;

d) “MATIAS TAULEN” – Por muito tempo o atendimento era a carroceiros que

vinham de outras localidades para negociarem seus produtos. Vendiam produtos no

varejo e refeições aos seus clientes. Atualmente, o estabelecimento comercializa

frutas e verduras, com atendimento de morados das proximidades, situada no início

da Avenida Salgado Filho, no bairro Guabirotuba.

Diante dos subsídios apresentados e de conhecimentos adquiridos ao longo

da pesquisa, resultou em correlacionar em forma de texto às percepções de como

era desenvolvido as atividades comerciais, e atualmente, descritas neste caso:

a) Antigamente: na formação inicial do bairro, até aproximadamente por volta

da década de 70, as atividades que predominavam eram representadas pelos

armazéns, a maioria comercializavam seus produtos no varejo.

b) Atualmente: conta com ampla e diversificada atividade, como, agências

bancárias, fábrica de calçados e bolsas, fábrica de bebida, revenda e lojas de

carros, autopeças, hipermercados, farmácias, churrascarias, madeireiras e indústrias

de móveis e de estrutura metálica, exportadores, entre outros.

Ao extrapolar as diferentes formas de inserções do conteúdo, como forma de

dramatizar o conteúdo, apresentou-se dois textos da autora e moradora do bairro,

Nina Maria Mehl Brandalise.

Ao registrar tais fatos, conforme o texto – Respeito, induziram-se a identificar

através da interpretação, na escolha de alternativa verdadeira(s) ou falsa(s) visíveis

as transformações, inclusive comerciais, sendo elas: apresentava na ocupação

inicial do bairro Uberaba certos contingentes de pessoas vindas de bairros próximos;

na primeira metade do século XIX o bairro despontava como futuro promissor; desde

os primórdios as redes dos hipermercados se faziam presentes; retrata a relação

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social de um indivíduo e o desenvolvimento da atividade comercial, representada

pelo armazém; o Sr. Antônio faz parte da história do bairro Uberaba.

Enquanto, o texto – Três Nózinhos, com objetivo de identificar os

personagens relatados pela autora, se necessário buscar em outras fontes, para

mostrar a representatividade de cada um deles no meio social do bairro, foi

investigado as seguintes informações: Mauro Fabrício de Melo: Irmão de Celso. Deu

continuidade nas atividades empresariais da família; Julinho: Seu nome, Júlio Mehl,

era cunhado de Constantino Fabrício de Melo, desenvolveram atividades indústriais

pertencentas a família e participavam da vida comunitária do bairro; Celso: Irmão de

Mauro, seu nome, Celso Fabrício de Melo, quando adualto formou-se em

Engenharia Civil; Franquilin Cid: Era inspetor de quarteirão (por volta da metade do

século XX), católico fervoroso, em situações de necessidade das pessoas em

determinadas curas, fazia suas orações e não dava explicação dos fatos. Em alguns

casos fazia o atendimento no portão de sua casa, transmitindo seguraça a elas,

pois, acreditavam na fé da cura; Constantino Fabrício de Melo: Cunhado de Júlio

Mehl, desenvolveram atividades indústriais, na produção de tijolos, telhas e extração

de areia, participavam ativamente da vida comunitária do bairro, completando,

assim, de maneira adequada, tais procedimentos.

2.1.3 Terceiro Encontro

Para o desenvolvimento da terceira atividade, referente ao terceiro encontro,

buscou classificar os centros comunitários do bairro, destacando, a Capela São

Paulo Apóstolo, construída em 1945, sendo substituída por nova edificação a partir

do ano de 1953 (GAZETA DO POVO, 1991) e, a atual Associação Cultural e

Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba – Nikkei Curitiba, fundado na Vila São Paulo

por um grupo de amigos pertencente à colônia japonesa, passou por

transformações, fundiu-se com outras associações. Seguido da Sociedade

Beneficente Recreativa Bola de Ouro, fundada em 02 de Fevereiro de 1949, que

começou a funcionar como clube familiar nas instalações de um paiol, é considerado

pelo ramo como uma das mais antigas de Curitiba e a Associação de Proteção à

Maternidade e à Infância Saza Lattes, fundada pela Maria da Luz Espíndola Lattes,

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em 1954, na Vila São Paulo.

Respectivamente, selecionados os principais centros sociais ao longo do

tempo, levou o educando a correlacionar alguns aspectos relativos ao seu meio,

porém, através da participação na vida comunitária do bairro entre 1945 até por volta

dos anos de 1980, concentrava-se basicamente nestes quatro locais. Cada uma com

seus ideais e objetivos, mas, uma delas chamou atenção pela maneira que ocorreu

a sua fundação, pelos imigrantes japoneses – Tomonokai (Clube dos Amigos).

Portanto, quais os motivos iniciais que levaram a está integração?

Atribui-se pelo educando, que em 1946:

[...] o governo de Getúlio Vargas baixou um decreto proibindo reuniões de japoneses, regulamentando a atividade dos estrangeiros, naturais dos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). Todas as associações originárias de imigrantes ou descendentes destes países foram fechadas [...] proibição de escritos e de uso do idioma em público e do registro de estrangeiro, estava em curso uma campanha para expulsar os japoneses em Curitiba. [...] Em agosto de 1941 foi proibida a publicação de jornais e revistas de idioma japonês. [...] Em janeiro de 1942, o consulado do Japão no Paraná encerrou suas atividades [...] que passou a ser considerado inimigo [...] A Rengo Nihonjinkai, única associação japonesa existente na época deixou de funcionar. Nas ruas de Curitiba os japoneses eram perseguidos [...] A mercearia de Otoichi Higashino também foi destruída e ele se mudou para o bairro de Guabirotuba para plantar hortaliças. Por ironia, seu filho, José Higashino, foi convocado a prestar o serviço militar em 1944. O pracinha embarcou para a Itália em setembro e em dezembro tombou na frente de batalha do Monte Castelo. Foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistóia. Terminada a guerra, a comunidade japonesa no Brasil se viu dividida em duas facções: makegumi (derrotistas), que acreditava na derrota do Japão e katigumi (vitoristas), que acreditava no oposto. Os conflitos internos da comunidade aumentaram e os preconceitos contra os japoneses e seus descendentes. Os vitoristas, para ficarem bem com os brasileiros, começaram a denunciar os derrotistas. A necessidade de formar uma trincheira de resistência cultural, baseada em princípios de trabalho e honestidade tornou-se urgente. Higashino e outros fundaram então o Tomonokai na Vila São Paulo [...] (nikkeicuritiba.com.br) (a).

Somando-se aos armazéns que ajudaram contar a história do bairro, e, que

não estão nos livros didáticos, há um bairro que tem a honra de pessoas que fizeram

e fazem a história. Foram retomadas as investigações através da realização de

mapeamento das atividades comerciais que aparecem ao longo do percurso da casa

do educando até ao Colégio, registrando a realidade de maneira simbólica,

resultando no desenvolvimento de mapas realizado pelos participantes.

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Para a quarta atividade, integralmente se utilizou das informações prestadas

pelo comerciante Antônio Guebur, destaca que, o Uberaba de Cima e Uberaba de

Baixo foi uma expressão utilizada teoricamente por volta do final da década de 30.

Nos dias de hoje essa forma de dividir o bairro imaginariamente é de pouco

utilização. Mas, alguns moradores arriscam em dizer que a divisão ocorria a partir da

Avenida Comendador Franco, ou simplismente, Avenida das Torres, outros

consideram a real divisão, sendo pela Avenida Senador Salgado Filho.

Consideravelmente, por ser a pioneira, para muitos, isso faz jus à importância desta

avenida como principal via de acesso à Curitiba e a cidade de São José dos Pinhais

e a Santa Catarina, para época.

Independente da qual via ser utilizada como limites, do lado esquerdo, sentido

centro-bairro teremos o Uberaba de Cima e do lado direito o Uberaba de Baixo. Essa

divisão era caracterizada, talvez pela forma que se apresenta o relevo, aplicando ao

meio o tipo de habitante e suas atividades desenvolvidas.

Entretanto, Uberaba de Baixo é banhado pelas águas do rio Belém e rio

Iguaçu, este último, as suas margens eram utilizadas para a extração de areia e

Uberaba de Cima, a parte alta concentrava as atividades agrícolas, produção leiteira

e a produção de carne.

Do relato descrito através das palavras do antigo morador do bairro, foi

utilizado como subsídio para o desenvolvimento da atividade, cabendo verificação

por parte do educando, junto a familiares e colegas, se eles têm conhecimento sobre

a divisão do bairro: “Uberaba de Cima e Uberaba de Baixo”, registrando algumas

referências espaciais.

Pelo retrospecto apresentado, foi compreendida pelo educando e

entrevistados, mas, porém, não sabendo precisar com exatidão qual avenida utilizar

como parâmetros da divisão do bairro.

Porém, na quinta atividade, levou a releitura sobre o tema e da observação de

imagens sobre o espaço geográfico em diferentes épocas da Avenida Senador

Salgado Filho, procurando justificar as transformações ocorridas ao longo do tempo.

Foi apontado claramente através das imagens apresentada da Avenida

Senador Salgado Filho, em diferentes épocas, atribuindo-se pelo educando detalhes

das modificações que ocorreram na paisagem natural e construída.

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2.1.4 Quarto Encontro

O desenvolvimento da sexta atividade da produção, documentada no quarto

encontro, foram nomeadas referências a partir da Avenida Comendador Franco e de

linguagens específica da paisagem atual ou de outros tempos, prestadas através do

Projeto de Intervenção Pedagógica, resultou no desenvolvimento de cruzadinhas

didáticas, formulada por um conjunto de palavras que fazia referências comuns ao

bairro, de forma horizontal e vertical, assim solicitada: Rua que cruza a Avenida das

Torres, passando em frente ao Colégio Máximo Asineli (Júlio Wischral); Início da

Avenida (Engenheiro Leão Sounis); Prefeito que autorizou a pavimentação da

Avenida (Saul Raiz); Avenida paralela que se deu a concentração de armazéns

(Senador Salgado Filho); Curva situada no final da Avenida (Tomate); Principal via

paralela (Capitão Leônidas Marques); Dá acesso à cidade de: (São José dos

Pinhais); Atividades gastronômicas (Churrascarias); Ocupa o canteiro central (Torres

de Alta Tensão); Monumento construído em homenagem à COP8 – Conference of

the Parties; significa: “Conferência das Partes” e MOP3 – Meeting of Parties;

significa: “Reunião das Partes” (Memorial da Biodiversidade); Principais

Hipermercados (Jacomar e Condor), levou a interlocução entre os participantes,

nomearam com seus conhecimentos as respectivas referências solicitadas.

Para o desenvolvimento da sétima atividade, foi atribuída que o educando

reorganizasse além das denominações apresentadas, como, “Curva do Tomate”,

“Linhão do Emprego” e o “Memorial da Biodiversidade”, outra(s) linguagem (ns)

específica da paisagem atual e de outros tempos. Expressa pelos fatos que

ocorreram antigamente, como os termos:

a) “MONTE CASTELO”, por volta da primeira metade da década de 60, deu

origem a Clube e a Mercado, posteriormente deixando de existir (atualmente,

funciona no local o Supermercado Dante, precisamente, no nº 4.175 da Av. Senador

Salgado Filho), era de propriedade do Expedicionário Emílio Bazani. Nome atribuído

aos seus estabelecimentos devido a sua participação na Batalha de Monte Castelo

que, “foi travada ao final da Segunda Guerra Mundial, entre as tropas aliadas e as

forças do Exército alemão, que tentavam conter o seu avanço no Norte da Itália.

Esta batalha marcou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB)”

(pt.wikipedia.org).

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Inclusive, pelo conhecimento do local e utilização de seus moradores como

referencial, deu origem à ex-linha municipal de Ônibus Monte Castelo;

b) Outro fato marcante na paisagem geográfica do bairro foi da existência de

um grande pinheiro, chamado de “PINHEIRO GRANDE”, parte dos moradores

utilizava como referência, pois, obtinham ampla visualização de qualquer parte do

bairro;

c) “CORTE BRANCO” – local da antiga fundação da Associação Tomonokai,

atual Nikkei Curitiba, na Vila São Paulo (nikkeicuritiba.com.br) (b). Nome ainda

utilizado pelos antigos moradores do bairro, em vias de esclarecimento, o local

abrangia as proximidades das ruas José Reitmeyer, Cel. Francisco H. dos Santos

com a Av. Salgado Filho;

d) E, atualmente, como a: “ROTATÓRIA” da Avenida Senador Salgado Filho

com o cruzamento da Rua José Hauer é utilizada como referência local;

e) “PARQUE DA IMIGRAÇÃO JAPONESA”, nome atribuído em homenagem

à comunidade japonesa, no Brasil. Ainda em construção, mas, já passa a ser

utilizada como referência espacial da paisagem local, situada entre Curitiba e São

José dos Pinhais, local de antiga área de extração de areia, da família Guebur;

f) “PARQUE IGUAÇU”, localizado na divisa de Curitiba com São José dos

Pinhais passa a ser utilizado por grande parte populacional das proximidades.

E, para o desenvolvimento da oitava atividade, se esboçou em elementos

sobre a questão de migração, ocupação populacional e ocupação irregular em

Curitiba, deduziu-se através dos seguintes questionamentos que foi desenvolvida

pelos educando de forma restrita às informações citadas no projeto, ignorando

outras fontes, assim, representada:

a) O que é migração?

Definida por Ravenstein (1980) que,

Considera o desejo inerente à maioria dos homens de superar-se em todos os aspectos materiais. A migração e a longa distância supõem um deslocamento para um centro industrial ou comercial importante, a procura da mão de obra nos centros industriais e nos deslocamentos de populações rurais/rurais e/ou rurais/urbanas (pp. 25-65).

Por outro lado, a atração econômica dos grandes centros, empregos

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satisfatório, melhor remuneração, atividades diversas e do oferecimento de melhores

condições de lazer, saúde e educação, acabam sendo responsáveis pelo

deslocamento de pessoas para as cidades. Além, da pressão da pobreza no lugar

de origem (LEE, 1986, pp. 97-8).

b) Como se deu a ocupação populacional do bairro Uberaba?

Começou com o recebimento de imigrantes e do entrelace das raças e

continuam ainda em menor escala, nada há que possa determinar algum fato ou a

existência de moradores no bairro Uberaba com exatidão.

Registros de ocupação do bairro remontam do século 18, mas, com indícios

que antecede estes fatos – inicialmente as terras pertenciam ao dono da sesmaria

Antônio Rodrigues Sid (1693). Aproximadamente por volta de 1870, Curitiba passou

a receber grande contingente de imigrantes, e, com a necessidade de novos

espaços, a região passou a se beneficiar com o desenvolvimento que despontava.

Em 1900, os domínios das terras passaram em grande parte a pertencer às famílias

Franco e Oliveira que, aos poucos foram negociadas e, em quinze anos o território

começava a ser loteado. Já nas décadas subseqüentes a região começou a se

desenvolver comercialmente (FENIANOS, 2001).

O crescimento populacional do bairro passou a ser percebido em torno de

1945, com a instalação de algumas famílias. A partir daí, o bairro foi sendo

gradativamente habitado, se acentuando na década de 80 e nas subseqüentes

(ippuc.org.br).

c) Porque atualmente não é mais vantajoso a ocupação irregular em Curitiba?

Levantamentos destacam que os investimentos governamentais não foram

suficientes, para receberem os migrantes, por causa do alto custo de vida (SANTOS,

2008). E, “com a urbanização de algumas favelas, os imigrantes deixam de vir. Eles

sabem que não vai encontrar espaços nesses locais e que não é mais tão simples

invadir” (CANTO, 2008).

2.1.5 Quinto Encontro

O desenvolvimento da nona atividade resultou da análise de tabelas e

gráficos, inerentes a: a) Bairros mais populosos de Curitiba (2000-2007); b) Nº

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Habitante por Regionais Administrativas de Curitiba; c) Dados Populacionais da

Regional Administrativa do Cajuru (Ranking de Área, População, Densidade

Demográfica e Taxa de Crescimento dos Bairros da Administração Regional do

Cajuru - 1970 a 2000); d) Dados Populacionais do bairro Uberaba (População

Estimada 2007, Área, População 2000, Crescimento Absoluto e Taxa Média de

Crescimento Anual e Densidade Demográfica para o Bairro Uberaba – 2000 e 2007);

e) Imigrantes de Data Fixa por Origem no Bairro Uberaba (95/00).

Estabelecendo-se assim, as relações demográficas apontados nos gráficos e

tabelas e de conhecimentos discutidos sobre o bairro, devendo analisar e interpretar

os mesmos, conforme entendimentos.

Na análise, resultou a fatos inerentes a população por bairro e por Regionais

Administrativas, somente assim, estabelecendo-se as relações demográficas locais.

Necessitando de insistência e na aplicabilidade de meios adversos para o

desenvolvimento da atividade, diante das dificuldades em perceberem corretamente

o que estava sendo solicitado, de modo geral, demonstrado pela maioria dos

educando certo grau de complexidade em analisar e interpretar gráficos e tabelas.

2.1.6 Sexto Encontro

Para os aspectos geográficos do bairro Uberaba, em suma, se comparado às

colocações de Carlos (2003) e Guimarães apud Christofoletti (1997) possibilitou à

inserção inerente a espacialidade, resultantes de interesses sociais, econômicos e

políticos se comparados às transformações ocorridas nas últimas décadas,

percebidos a partir das características do relevo, da hidrografia, da vegetação (Áreas

verdes por habitantes), a ocupação da área e os impactos, foram utilizadas como

fontes, no desenvolvimento referente à décima, décima primeira e décima segunda

atividades, representada da seguinte maneira:

Primeiramente, foi solicitado na décima atividade, devendo o educando

consultar os Elementos de representação, Formas e representação do relevo e

curvas de nível.

Após, familiarização e compreensão sobre o assunto, com o uso de um mapa

topográfico do bairro, estimou-se a compreensão e, no desenvolvimento do perfil

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topográfico e da relevância na construção de maquetes, foi desenvolvido

aleatoriamente dois diferentes perfis topográficos dos pontos escolhidos.

Para a décima primeira atividade, com base a partir das informações

prestadas sobre a hidrografia, solicitado que procurassem preferencialmente

observar nas imediações que residem, caso contrário no bairro, da existência de um

rio ou córrego, fotografando e coletando informações sobre as transformações

ocorridas ao longo da sua existência, foi utilizado pelo educando, os parâmetros do

Córrego do Jardim Mercúrio, relatado que: O Córrego do Jardim Mercúrio, nasce nas

proximidades da Rua Capitão Leônidas Marques com a Rua Júlio Wischral (final da

via), no bairro Uberaba, a poucos metros cruza a Rodovia que liga Curitiba à

Paranaguá, após, passa pelo Conjunto Mercúrio, no bairro Cajuru até desaguar nas

águas do Rio Atuba.

Na figura (1), mostra a sua nascente, ainda sem tubulações, do trajeto da

BR/277, descendo paralelamente pela Avenida Jornalista Aderbal Gaertner

Stresses, até ao encontro da Rua Leonardo Novicki, o Córrego foi canalizado, e

seguindo a poucos metros desta via, até desaguar no Rio Atuba, por sua vez vai de

encontro com as águas do Rio Irai, até desaguar no Rio Iguaçu.

Figura 01: Vista parcial (da Nascente) do Córrego do Jardim Mercúrio Fonte: maps.google.com.br

Enquanto, a atividade décima segunda, do sexto encontro, o objetivo foi

analisar os índices apresentados na tabela (1) abaixo, sobre Áreas verdes por

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habitantes na Regional do Cajuru em relação ao Município de Curitiba:

Tabela 1: Áreas verdes por habitantes no bairro Uberaba no Município de Curitiba – 2000 Fonte: ippuc.org.br / Formatação: Celso Rocha de Oliveira

Após análise geral e exemplos paralelos sobre a tabela, a atividade foi

desenvolvida com desenvoltura de traçados das informações das áreas verdes

existentes no bairro, com a apresentação das seguintes informações: As áreas

verdes por habitantes no bairro Uberaba e no município de Curitiba, a população

absoluta pesquisada foi de 60.338 para o bairro e 1.587.315 para Curitiba,

respectivamente distribuidos em área aproximada de 14 milhões e 432 milhões de

m2. Para o município, apresenta aproximadamente 78 milhões de m2, o bairro possui

aproximadamente 1,2 milhões de m2 de áreas verdes, correspondentes a percentual

de 18% e 8,16%. Neste caso o bairro estaria ocupando 37º lugar de área verde por

habitante a cada m2. À medida que do total das áreas verdes, a população de

Curitiba possui 49 hab./m2 e o bairro 19,05 hab/m2. Se compararmos os dados da

Regional do Cajuru, este índice cai para 7,81 hab./m2 em relação a uma população

de 195.742. Resultante da alta concentração populacional em determinados bairros

da regional, se comparados à extensão, as áreas verdes e ao número populacional.

Também foi solicitado que após ter verificado tais diferenças e aproveitando-

se da andança do educando pelo bairro, levou a registrar dados sobre espaços

amplos e vazios, áreas que ainda preservam o “verde” e da concentração imobiliária,

resultando nas delimitações, conforme expressaram na formatação de diversas

imagens extraídas do Google Maps.

Bairros

Área do

Bairro

(m2)

Habitantes

no

Bairro

Áreas Verdes do Bairro

Área

(em m2)

% Hab./m2

% da

Cidade

Cajuru 11.552.000 89.784 185.541,87 1,61 2,07 0,24

Capão da Imbuia 3.163.000 20.976 47.496,89 1,50 2,26 0,06

Guabirotuba 2.631.000 10.678 90.886,84 3,45 8,51 0,12

Jd. das Américas 3.874.000 13.966 54.757,71 1,41 3,92 0,07

Uberaba 14.086.000 60.338 1.149.728,58 8,16 19,05 1,48

Regional Cajuru 35.306.000 195.742 1.528.411,89 4,33 7,81 1,96

Curitiba 432.170.000 1.587.315 77.786.020,6 18 49 100

16

2.1.7 Sétimo Encontro

Com base no desenvolvimento da décima terceira atividade, procurou

estabelecer uma correlação das informações e imagens, sobre o conteúdo

abordado, retomando que o bairro Uberaba apresenta espaços amplos e vazios a

transformações imobiliárias. O seu quadro natural se encontra acentuadamente

alterado pela ação predatória, enquanto, os solos foram na sua totalidade ocupados

incorretamente, apresentando uma alteração muito rápida na paisagem, conforme

demonstrados a partir de imagens apresentados no Projeto de Pesquisa.

Sobre a ocupação e os impactos que o bairro vem sofrendo, resultou em

comentários a parte, sendo que cada educando procurou relatar acontecimentos das

proximidades de suas residências, ou seja, do seu entorno.

Enfim, após reflexão sobre a ocupação da área e os impactos que o espaço

local vem sofrendo. Solicitou-se que respondessem: Qual é a sua concepção de

ocupação e utilização do meio em que você vive?

Atribuindo a resposta, que: Os solos devem ser utilizados de forma adequada,

suas vias e margens devem ser utilizadas por pedestres e não como depósito de

lixo, assim, para as margens dos rios e matas, devendo ser preservadas e em certos

casos revitalizadas. Respeitar as distâncias mínimas de ocupação, ao longo de suas

margens, evitando o assoreamento, deslizamento e enchentes.

Os arruamentos e os empreendimentos habitacionais devem ser construídos,

conforme suas necessidades, mas, de forma que respeite as características

ambientais e históricas do local.

Atualmente, o bairro encontra-se tomado por conjuntos e casas residenciais.

E, os espaços vazios que existia anteriormente se acerca do aproveitamento dos

incentivos habitacionais e dos investimentos aplicados na área industrial e na

revitalização dos arruamentos, esquecendo-se da relação entre o homem e o meio.

2.1.8 Oitavo Encontro

Assim, pois, para o desenvolvimento da décima quarta atividade, resultou em

17

contrapor os dados coletados pelas equipes e da junção das principais informações

em um único rol de perguntas e respostas, acrescentando-se aí, o resultado da

confecção de mapa locacional com linguagem simbólica (não técnica) e imagens das

maquetes, ora suprimida de forma lúdica e criativa, assim seja, conforme segue:

a) Mapa Locacional (simbólico) do bairro Uberaba

Figura 2: Mapa Locacional (simbólico) do Bairro Uberaba

18

b) Imagens das Maquetes do birro Uberaba

Figura 3: Mapa do bairro Uberaba, utilizada como referência no corte do isopor.

Figura 4: Maquete do bairro Uberaba Figura 5: Maquete do bairro Uberaba

Figura 6: Maquete do Armazém Santa Ana, conforme reprodução da figura 1, p. 18 do Projeto de Pesquisa

19

Figura 7: Maquete da Estrada Velha do Figura 8: Maquete da Estrada Velha do Uberaba, conforme reprodução da Uberaba, conforme reprodução da figura 12, p. 26 do Projeto de Pesquisa figura 12, p. 26 do Projeto de Pesquisa

Figura 9: Maquete da Avenida das Torres, Figura 10: Maquete do Memorial da Biodiverside, conforme reprodução da figura 20, conforme reprodução da figura 23, p. 30 do Projeto de Pesquisa p. 32 do Projeto de Pesquisa

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3 Conclusão

Convém, no entanto, desse modo constatar que, o material didático reflete a

proposta do Projeto de Pesquisa, buscou a melhor forma de distribuição das

questões na sua elaboração, para que fosse de fácil compreensão. Da mesma forma

se pretendeu trabalhar os conteúdos programáticos da disciplina com os alunos,

tendo o seu próprio bairro como eixo norteador de aprendizagem, tornando-se

assim, mais significativo, desenvolveu-se estudo de diferentes relações que

possibilitou identificar explicações de fatores sobre o bairro Uberaba, considerando

suas principais características, causas e consequências de ocupação.

Após a realização dos estudos sobre “O perfil populacional e os fatores

históricos do bairro Uberaba nas últimas décadas”, conclui-se a relevância da

interatividade e a valorização do educando pela sua localidade, em função de

empenho e representatividade prestados no decorrer do estudo.

Além, por sua vez da análise dos conceitos geográficos sobre o bairro,

identificaram-se como indicadores as diferentes formações da população local que,

aos poucos foram adaptando-se as suas necessidades.

Segundo depoimento dos entrevistados verificou-se que o desejo inerente da

maioria é de conseguirem relatar algum fato sobre o bairro em que vivem.

Pode suceder, no entanto, que o bairro começou com o recebimento de

imigrantes e do entrelace das raças e continuam ainda em menor escala. Nada que

possa determinar algum fato ou a existência de moradores com exatidão, em contra

partida se percebeu o desenvolvimento da região, que despontava gradualmente,

justificada pela instalação de algumas famílias, da comercialização de terras,

atividades agrícolas e leiteiras, fabricação de telhas e tijolos, extração de areia, e em

período mais recente, o ramo dos armazéns que aos poucos foram se consagrando

e dando forma ao bairro.

Deve-se também, considerar outros indicadores, a opinião de estudiosos e

entrevistados que, as cidades quando oferecem perspectivas de melhores condições

de trabalho mais diversificadas e salários, possibilidades de crescimento social,

literalmente são as mais procuradas e no que concerne em aceitar as condições e

pressupostos que a decisão de migrar resulta, do entrelace da pobreza no lugar de

origem.

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Quanto aos indicadores, provavelmente explicam quase totalmente a

problemática que Curitiba e entorno enfrentou e vem enfrentando, na maioria dos

casos não disponibilizam acesso aos bens inerentes à demanda social, deixando

essa população à margem da sociedade, no local de destino.

Ao quadro físico podem-se aceitar afirmações de estudiosos, entrevistados e

do próprio educando sobre a delimitação da área em questão, da necessidade de

um planejamento básico e prévio, pois, a ocupação do espaço deve estar voltada

em adaptá-lo adequadamente as condições sociais, ambientais e econômicas.

Não sendo diferentemente, o bairro Uberaba, está situada nas suas margens

porções de área de várzea, ao longo dos rios, como, Belém, Areiãozinho e das

nascentes do Iguaçu e de áreas de baixa declividade, tornando-os inaptos a sua

ocupação, ocasionando a degradação ambiental, a poluição dos rios, devastação da

mata ciliar.

Por outro lado, seria importante que a “comunidade” em geral tomasse

conhecimentos de preceitos mínimos de convivência com o meio em que vivem, por

sua vez, de maneira racional.

Todavia, a disponibilização deste estudo serve como suporte para a parte

interessada, pelo qual, fazer uso e adaptar conforme as suas necessidades, a serem

aplicadas nas práticas pedagógicas e/ou em teses desse gênero, conforme o bairro,

prevendo a sua localização, seus moradores, nível socioeconômico e educacional,

entre outros, em alguns casos são a priori evidentes.

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Referências

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Sites visitados:

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http://geographicae.wordpress.com/2007/06/09formas-de-relevo-e-curvas-de-nivel/

http://www.unemat-net.br/prof/foto_p_downloads/topo_aula7.pdf